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Israel. Atos antissemitas subiram acentuadamente em França e na Bélgica

O número de atos antissemitas registados em França e na Bélgica aumentou acentuadamente desde que o ataque do Hamas a Israel desencadeou a guerra em Gaza, a 07 de outubro, segundo dados divulgados hoje em ambos os países.

Israel. Atos antissemitas subiram acentuadamente em França e na Bélgica
Notícias ao Minuto

16:44 - 25/01/24 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

Em França, dados do Ministério do Interior e do Serviço de Proteção da Comunidade Judaica mostraram que foram reportados 1.676 atos antissemitas em 2023, substancialmente mais que os 436 registados em 2022.

Segundo o Conselho de Instituições Judaicas em França -- o principal grupo de interesse judaico do país --, o número de atos antissemitas nos três meses que se seguiram ao ataque de 07 de outubro igualou os dos três anos anteriores combinados.

Em França, que tem as maiores comunidades judaicas e muçulmanas da Europa, o Conselho de Instituições Judaicas em França afirmou que 57,8% dos atos antissemitas em 2023 foram dirigidos contra indivíduos e envolveram violência física ou palavras e gestos ameaçadores. O grupo também notou "uma explosão no número de atos antissemitas nas escolas".

"Os perpetradores de atos antissemitas estão cada vez mais jovens. A escola não é mais um santuário", afirmou o órgão.

Na vizinha Bélgica, um organismo público independente que luta contra a discriminação, o UNIA (Centro para a Igualdade de Oportunidades e de Oposição ao Racismo), disse ter recebido 91 relatos relacionados com o conflito Israel-Hamas entre 07 de outubro e 07 de dezembro do ano passado, em comparação com 57 para todo o ano de 2022.

A maioria dos relatos passa por comentários ou atos considerados antissemitas, incluindo casos de negação do Holocausto, referiu o UNIA. Em 66 casos, ficou claro que o alvo era a população judaica, segundo a mesma fonte.

A maioria dos casos envolveu mensagens de ódio, mais de metade delas 'online', mas também houve comentários feitos em áreas públicas.

O UNIA também está a colaborar com o Ministério Público e com a polícia belga em nove casos de agressão e danos, afirmou o organismo público.

O relatório do UNIA citou casos de espancamentos e profanação de dezenas de sepulturas na secção judaica de um cemitério perto da cidade de Charleroi.

"Podemos falar de um claro aumento nas denúncias de antissemitismo desde 07 de outubro de 2023", destacou o organismo belga.

A organização adiantou também ter recebido oito denúncias de discriminação ou de discurso de ódio relacionadas com a origem palestiniana, a origem árabe ou a crença muçulmana das pessoas visadas entre 07 de outubro e 07 de dezembro.

A Bélgica tem uma população judaica de cerca de 29.000 pessoas, de acordo com o Congresso Judaico Mundial. Embora a maior parte da comunidade judaica da capital, Bruxelas, seja secular, a cidade portuária de Antuérpia tem uma grande população ultraortodoxa e a maior comunidade chassídica da Europa.

O judaísmo chassídico ou hassídico, também chassidismo ou hassidismo, é um movimento do judaísmo haredi e asquenaze que dá ênfase à alegria religiosa. Difere de outras formas de prática judaica porque é organizada em grupos chamados dinastias chassídicas, governados por rabinos cuja liderança é herdada nas famílias.

Muitos países europeus registaram um aumento dos atos e comentários antissemitas desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, que tem como principal cenário da Faixa de Gaza.

Em Itália, os episódios antissemitas no ano passado atingiram máximos sem precedentes, com 216 incidentes registados nos últimos três meses de 2023, em comparação com 241 em todo o ano anterior.

O Observatório do Antissemitismo afirmou que foram registados 454 incidentes em Itália no ano passado, o nível mais elevado alguma vez registado no país.

Entre os incidentes mais recentes constam confrontos violentos entre manifestantes anti-israelitas que tentavam chegar a uma feira comercial na cidade de Vicenza, no norte do país, no sábado, para protestar contra a presença de um pavilhão israelita no evento.

Leia Também: Israel acusa OMS de conivência com o Hamas "para fins terroristas"

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