Último Volkswagen Carocha foi produzido ontem no México

11/07/2019

Sim, leu bem caro leitor. O último Volkswagen Carocha saiu da linha de montagem ontem, dia 10 de Julho de 2019. Muitos de vós podem desconhecer, mas o Carocha fez um sucesso tremendo na América Latina.

O primeiro Volkswagen Carocha foi produzido em 1938 como parte de um audaz programa do Partido Nazi, com o intuito de oferecer um meio de transporte às massas. Com o despoletar da Segunda Guerra Mundial, a sua produção foi abruptamente terminada, para dar prioridade à máquina de guerra. Rapidamente a sua robustez e acessibilidade fizeram sucesso na Alemanha do pós-guerra, e um pouco por todo o mundo.

Com pequenos ajustes e melhoramentos, a primeira geração foi produzida durante cerca de 65 anos, sendo o primeiro automóvel a vender vinte milhões de unidades, e o design automóvel que mais vendeu a nível mundial. Em termos de números estamos perante o top 3 dos recordistas de vendas. Apenas ultrapassado pelo Toyota Corolla (44 milhões) e pela Serie-F da Ford (33 milhões), o Carocha vendeu até à data perto de 22 milhões de unidades.

Desde 2012 que a fábrica em Puebla, no México, era a única que produzia o Carocha. No México, o modelo é conhecido carinhosamente como o Vocho. Esta terceira geração já não partilhava do motor boxer traseiro, da tracção traseira, nem tão pouco da simplicidade que tanto marcava este modelo. O que tornava este automóvel especial era precisamente o carisma dos seus antepassados da primeira geração. Uma estranha nostalgia de uma simplicidade que os tempos outrora ditaram nas massas e lhe marcaram desse modo a mente. Em todo mundo, centenas de milhares de Carochas ainda circulam nas estradas, cumprindo fielmente a função única para o qual foram idealizados.

Tenho a mais profunda convicção que o engenheiro de renome Ferdinand Porsche, jamais imaginou que o seu maior legado seria um automóvel tão banal como o Carocha. Motivador de grandes emoções, este modelo tem uma legião de fãs nos quatro cantos do mundo. Pois bem, esta Quarta-feira, dia 10 de Julho, dissemos adeus à produção Carocha, mas será mesmo um adeus ou um simples até já?

Edgar Freitas / Jornal dos Clássicos