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HSBC anuncia saída abruta do CEO, mais de 4.000 despedimentos e subida nos lucros

O HSBC anunciou a saída de John Flint do cargo de CEO, esta segunda-feira e ainda não foram apontados possíveis sucessores. A saída acontece numa altura em que o banco vê as contas melhorarem mas diz planear apostar na redução de custos através de despedimentos.

John Flint ocupou o cargo de CEO durante apenas durante 18 meses
Negócios com Bloomberg 05 de Agosto de 2019 às 10:53

O HSBC vai proceder a grandes mudanças: no dia da apresentação de resultados foi também anunciada a saída do CEO, John Flint, e a intenção de despedir mais de 4.000 trabalhadores, com foco em executivos séniores.

"Esperamos ter este ano cerca de 650 milhões a 700 milhões de dólares em custos de despedimento, o que envolve menos de 2% da nossa força de trabalho", anunciou o responsável pelas finanças da instituições, Ewen Stevenson, numa chamada com analistas. Adiantou ainda que o alvo serão indivíduos mais séniores dentro da empresa. 

O banco junta-se assim a concorrentes como o Barclays, Deutsche e Société Générale, que já haviam anunciado recentemente processos de rescisão de elevada escala. A banca europeia tem-se debatido com taxas de juro negativas e com o impacto da guerra da comercial entre Estados Unidos e China.

Os resultados relativos ao primeiro semestre do ano, revelados esta segunda-feira, 5 de agosto, pelo HSBC, revelam uma perda na taxa da margem financeira de 1,66%, há um ano, para 1,61%. Nas restantes métricas, a evolução foi positiva: os lucros antes de impostos aumentaram 15,8% para 12,4 mil milhões de dólares (11,12 mil milhões de euros) e as receitas subiram 7,6% para os 29,3 mil milhões de dólares.

    Flint de saída 
    O CEO do banco britânico HSBC, John Flint, vai renunciar ao cargo que ocupou apenas durante 18 meses. Executivos da instituição declararam-se surpreendidos pela decisão quando questionados pela Bloomberg.

     

    O chairman, Mark Tucker, disse numa declaração oficial que o conselho de administração acreditava que era necessária uma mudança para melhorar o desempenho do banco. Fontes próximas, consultadas pela Bloomberg, apontam para que a saída terá sido motivada pelo desalinhamento de objetivos entre o CEO, que estava sobretudo atento às questões relacionadas com a conduta, e o presidente, que queria um foco nos dados económicos. Flint terá falhado em dar resposta ao crescimento lento no negócio nos Estados Unidos.

     

    Os analistas do JPMorgan interpretam que a saída de Flint traduza a vontade de acelerar a mudança, a um ritmo mais rápido do que aquele a que o contexto económico se está a deteriorar. 

     

    Já o CEO da Partners Capital International comenta, em declarações à Bloomberg, que "os investidores poderão ter dificuldade em perceber o porquê desta decisão", pois o motivo apresenta-se como "pouco claro" e "faz com que as pessoas se perguntem se há uma disputa interna na gestão e estratégia do banco".

     

    Entre os altos-cargos do banco britânico mantém-se um português, António Simões. Simões foi escolhido o ano passado para a presidência da banca privada da instituição em todo o mundo. "Temos, no António, alguém que, de modo consistente, tem demonstrado um pensamento estratégico e a capacidade para fortalecer a relação com os clientes", comentou na altura o CEO demissionário, John Flint.

     

    António Simões já se encontrava no banco com sede em Londres: aí chegou em Setembro de 2007, onde tem vindo a mudar de funções regularmente. Em 2015, chegou à presidência executiva do HSBC na Europa e do negócio do Reino Unido, para depois substituir Peter Boyles na liderança da banca privada global do grupo.

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