“Setenta e cinco por cento das casas noturnas fecharam as portas. Só continuou quem tinha imóvel próprio"
“Setenta e cinco por cento das casas noturnas fecharam as portas. Só continuou quem tinha imóvel próprio" | Foto: Gustavo Carneiro

O presidente da Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas) e vice-presidente da CNTur (Confederação Nacional do Turismo), Fábio Bento Aguayo, esteve em Londrina nesta sexta-feira (2) para conversar com empresários do setor de bares e restaurantes sobre o impacto das medidas restritivas em razão da pandemia de Covid-19 e medidas que podem ser adotadas para a retomada. Aguayo também se reuniu com o prefeito Marcelo Belinati para falar sobre a flexibilização do horário de funcionamento dos estabelecimentos.

Segundo Aguayo, com o agravamento da pandemia causado pela circulação das novas variantes do coronavírus, a partir de janeiro de 2021, e a adoção de medidas mais rígidas de controle da doença, muitas empresas do setor que já vinham com dificuldades para se manter, decidiram fechar de vez as portas. Um levantamento feito pela Abrabar aponta que durante o lockdown, a queda no faturamento de bares, restaurantes e casas noturnas foi de 100%. Nos períodos em que o funcionamento era permitido até as 20 horas, o faturamento caiu 70% e, depois das 22 horas, 40% de redução. “A média tem ficado em torno de 60% a queda no faturamento. O empresário, hoje, trabalhando com 40% da sua capacidade, não paga água e luz”, ressaltou o presidente da Abrabar.

O endividamento entre os empresários do setor também está alto, aponta a entidade. Em média, 92%. “Perdemos um terço das empresas nos 16 meses de pandemia. Esses são números oficiais, mas o percentual de fechamento deve ser bem maior porque tem empresas que não têm dinheiro para dar baixa. Deixaram de funcionar, mas não entram nas estatísticas”, destacou Aguayo.

Para tentar amenizar as perdas e para que as empresas possam retomar o fôlego, a Abrabar reivindica que os estabelecimentos possam receber o público até as 23 horas, com o escoamento do público até a meia-noite. E, ao passo em que avança a imunização da população, os espaços possam trabalhar com 70% de sua capacidade.

A entidade também trabalha pela volta do horário de verão neste ano, ampliando o giro de frequentadores, e novas ações contra Estado e municípios devem ser movidas na Justiça, cobrando indenizações por danos morais e materiais causados pelas medidas restritivas. Uma ação judicial nesse sentido já tramita desde o ano passado. “Houve erro de gestão das prefeituras. Está provado que teve muito lockdown sem estudo científico”, disse Aguayo.

A Abrabar também defende a testagem dos frequentadores de casas noturnas e acredita que seja possível abrir esses locais para eventos que reúnam apenas pessoas vacinadas com as duas doses ou com a dose única. “Setenta e cinco por cento das casas noturnas fecharam as portas. Só continuou quem tinha imóvel próprio. Em Curitiba, já tem locais fazendo promoções para quem apresentar a carteira de vacinação. Quero estimular os associados de Londrina a fazerem o mesmo.”