(\~rlyrlJ4ht
hy.Jnc<lucsLacan
THuJo d•.) ( dgioal:
/,,(1 I. "glque (l"t Fantasme
11ubli \U~4
()
J acq ues Lacan
lmerna da Association lacanienne intem ationale
'1hldut ores:
Am ~Ija Lyra
('oncoi9ao Beltrao Fleig
I )ulcinca de Andrade Lima Araujo
Inml Chaves
IVtlJl C()rrea
Iitiel.l P. Fonseca*
I,1I b~Al berto Tavares
MIl Lucia de Queiroz Santos
Mario Fleig
A L6gica
do Fantasma
rtevisol'es:
(J6mrd Leloup
l.l.ltlcia P.Fonseca
I{c.wisao Gel'al de Editora~ao e Publica~ao
Fatima Belo
.loRihme Xavier
AIHelia Lyra
PUBLICA<;Ao NAo COMERCIAL
EXCLUSIVAPARA os MEMBROS
DO CENTRO DE ESTUDOS
FREUDIANOS DO RECIFE
,
4; l(Il~lh)f\ll1'11'
r pdn
..
l;O(Hdl:lll\l,lfil1
do Pr<ljcto de traduyao e editorayao.
CEsta traduFdo e efiito de transferencia de tra6a[flO inter institucwna4te1u[a
por 06jetiw principa[ fomecer su6sUfws para 0 estudo, a partir da feitura tc:>(tuaC
da 06ra de Jacques Lacan. CR.§a[izadaa partir do te:(Jo esta6efecUfo pefa}l.ssociatimz
Lacanienne I ntematwnafe, destina-se ao uso e:>(dusiTJO
d OS seus mem6ros, Gem
como dos participantes do Centro de CEstudos Preudianos do CR.§cift,niio t ( ! f l ( f ( )
q uafquer fina[idade comercia[
Os tradutores e reTrisores que co{a60raram nessa tarefa, reconliecendo a
importiincia d"epreserr;ar 0 esti(o e a su6jetiTM ad"e do autor; procuraram manter",I'/!
pis a fetra, eTJitando quafquer efucUfaFiio que pUdesse induzir 0 feitor. llssim, os
misterios foram suportados, as d(nM as mantUfas e os enigmas passados adiant!!)
d"eiJcando-seao feitor a oportunUfad"e de sa60rea-fos,
}l.grad"ecendo a tocks que cofa6araram conosco tomando possi'r;e[ estaedi{:flo,
jUa aqui um comnte aque!es que queiram !evar adiante este projeto, para cotltri61lir
com sugest6es au correF6e~ que seriio sempre 6em-TJincfas,impulSionando efa:;encf()
circufar a pafaTJra de Lacan,
"
'"J"'
Carta de Guy Sizaret para Denise Saint Fare Garnot, 13 de fevefcim
de 2004:
Cara amiga, voces tiveram a gentileza de me chamar a respeito dn
sequencia que darao, junto com alguns outros it L6gica do Fanta,smu.
Este trabalho, 0 reivindico por te-Io feito absolutamente s6, mas nan SOli
produto: privei-me dele desde sua entrada em circulayao. Se quCn.1ll1
citar meu nome, ao qual nao sac obrigados, me tocaria, peyo-Ihes ent!lo.
de fazer seguir, este nome, da observayaO seguinte: que considero COll\O
totalmente futil it inftayao da forma falada nessa produyao - feita ~:lll
tempos de luto - deploravel sem duvida, mas desculpavel, do que t()ll1ci
grande cui dado que uma reduyao do texto nao seja possivel, em torno dn
letra dos enunciados para uso de seu trabalho. "Acteon muito culpudo
na perseguiyao it Deusa, presa a que se prende, monteiro, a sombra em
que te transformas, deixa ir-se a matilha sem que teu passe se apre~fic,
Diana, pelo que eles valerem, reconhecera os caes
"
Coragem! Amigavelmente,
Guy Sizaret.
Nota de Claude DorgeuiIIe: E provavel que os leitores de hoje ap1~1..1~
cI1daru 0 titulo desse seminario sem espanto excessivo. EstetemCl VQfl1
nonnalmente ap6s anos de instalayao por Lacan do queele ChaJ'llOlI II
objetoa ou 0 objeto absoluto e os numerosos comentiIJios sobrc () co i..
f.()9'~rlesiano, ponto deaBoi? essencial a cerla concep9ao d9 sujdlo,
cOIn sell tonno n<l f6nnula abreviadado ntntasma $ 0 a.lsso nnQ erH do
onde a asso,ciavao dos dois termos podia tomar
U liSP cLO dc uma provocayaq, 0"primeiro evocando a ideia de um a
/II' IIlIiI.{) l'igorosa desde que 0 outre estava concebido como da ordem
dUf\Ultlisiu It mais desenfreada, a mais inconsistente. (.....) 0 fundaIII 'lito dn cI aborayao lacaniana se encontra portanto, como sempre, em
[,'n.iud, Trata-sc do texto: Ein Kind wird geschlagen, sobre 0 qual con'llIil,tlcan, dizendo que "0 fantasm a se apresenta como uma significao leeIl(](ia".
Escolhell'los a excelente transcri9ao de Guy Sizaret, aliviando um
1'011 '0 lima pontuayao que querendo manter 0 ritmo da voz de Lacan,
dil1cultava llm pouco a leitura. Guy Sizaret mesmo, quis nos ajudar em
lllu1tas rcvis6es. Nos beneficiamos da clareza de Claude Dorgeuille em
1Illla cdiyao interna anterior, desse documento.
Cavadini, N. Dissez,
I), .Janio, Th. Jean, M. Jeanvoine, V Nusinovici, H. Ricard, J-P. Trocme,
(:. Vekcn, como M. Cardot e D. Buisset participaram do estabelecimenlD do tcxto, Agradecemos a eles aqui.
III
Il'llllllodo lln epOCH
B:
Na,~tlotas bibliognificas, 0 ana citado ap6s 0 titulo e da primeira edj 'I 0 em linblUaoriginal; preferimos as tradu96es francesas quando elas
xisliarn. Fizemos seguir de um S. as notas de Guy Sizaret e de urn D.
!lutas de Claude Dorgeuille. Entretanto, "Sizaret" ou "Dorgeuille" por
xl 'I1S0, reenvia as variantes que nos pareceram interessantes no estabfJI 'cimcnto do texto.
SUMARIO
Nota preHminar
Li~ao I
16 de novem bro de 1966
Li~ao II
23 de novem bro de 1966
Li~ao III
30 de novem bro de 1966
Li~ao IV
7 de dezem bro de 1966
Li~ao V
14 de dezem bro de 1966
Li~ao VI
21 de dezem bro 1967
/w
Li~ao VII
11 de janeiro de 1967
II?
Li~ao VIll
18 de janeiro de 1967
137
25 de janeiro 1967
15.
Li~ao X
1 de fevereiro de 1967
/1/
Li~ao XI
15 defevereiro de 1967
/80
Li~ao XII
22 defevereiro de 1967
Jot
Li~ao XIll
01 de m ar90 de 1967
Li~ao XIV
08 de m ar90 de 1967
24/
Li~ao XV
15 de m ar90 de 1967
2M
Li~ao XVI
12 de Abril de 1967
28'
Li~ao XVll
19 de abril de 1967
305
Li~ao IX
Li~ao XVIII
Li~ao XIX
Li~ao XX
Li9ao XXI
26 de abril1967
3 '3
10 de m aio de 1967
3'13
24 de m aio 1967
]65
31de m aio de}967
37V
Li~ao XXII
07dejunho
Li~ao XXIII
14 dejunho de 1967
,ll3
Li«;,aoXXIV
21 dejunho d(~/267
,/3 1
de
1967
fipje eu vou lanyar alguns pontos que participarao de preferel1d~ido
promessa,
L6gica do fantasm a intitulei, esse ano, 0 que eu conto pod~flb~~
apres7~~~rdo que se imp5e, no ponto em que estamos de ~m dS'ternli~
na~~~aminho, Caminho que implica, eu 0 lembrarei comfon;a" h8i~1
ess~~specie de retorno bem especial que vim os, ja~o ana passa9P,iu~
scritollaestrutura e que e, propriamente, em tudo oque op~nS~1IT10I.ll~)
freudiano descobre, fundamental. Esse retorno se chaIna:repeti9no,
Repetir n,ao e reencontrar a mesma coisa, como n6s' oarticulal'S'11l9$~Jlk'
quiapou5oe, contrariamente ao que se ere, nao e fOf(;:osament~rcp~tit·
indefinidamente,
Nos voltaremos entao a ternas que eu, de uma certa maneira, jil situol
hit.m uito tempo. E, tambem, porque estamos no tempo desse retorno 0 de;,
sua fUl1yaoque acreditei nao poder demorar mais a Ihes entregar rctillido
f) que ate aqui eu tinha acreditado necessario como pontaria l'ulniOllt
desse percurso, a saber, esse volume que voces se dao eoota de tel' jt\ no
alonnce de voces. Essa relayao com 0 escrito - que afillal, de lima certa
numeira, ell rile esforyava ate 0 presente senao de evitar, pelo mcnO!i rl\'l
f'~tard~u'
·~6 porque, nesse ano, nos serit sem dllvida possivel apmfu
BUHflmQ~,oque, ai ainda, acreditei poder franquear esse pa~so,
.
n(,)sses pouCes pontos de indiea~ao que vou enunchlf hqje dhmle dt
Vr)e~SI esooJhi
cinc{):
o prltll(;~ifO eonslstc em
a
Ihes I (}mbnir0 ponto em que estamos no que
J z r SpcilO arlicllla~ao 10gica do fantasma, 0 que sera para falar proprltUlI"'utC. I1CSSC ano, !TIeutexto.
o Hcgul1do, lembrando a rela<;ao dessa estrutura do fantasma - que
\\11
ria inicialmente trazido de volta para voces - com a estrutura como
1111 do signiflcante.
vista peusar, nessa caracterizayaol6gica, que, parafalar pl'opl'iammt
o desdeQho, 19ualmentep tra<;o imaginario do que se challll:l() O N ! ! / f '
a, lhes aparecera'- melhor ainda, a medida que n6s mal'carl11()~() qll1
permite caracteriza .•lo como valor 16gico - ser muito menos aptlr 'Iltadn l
parece-me, a primeira vista3, com 0 dominie do quee, para nilar )l1'0IJl'i.
amente, 0 imaginario. 0 imaginario, sobretudo, se agarra nisso, () "1' 'Ill
ai se acumula. 0 objeto pequeno a e de urn estatutooutro. Segllt'l:llfltillt.
e desejavel que aqueles que me escutam, neste ano,tenham tido, 110 n/l(l
passado, a oportunidade de tel' sobre isso alguma apreensao, al~ltfnlt
ideia. Naturalmente esse objeto a nao e absolutamehtealgurna 'niMII
com que se tenha ainda, tao facilmente - para todos e especialmcll(:cpara
Elqllclespara queme 0 centro de sua experiencia: os psicanalistas, bem Ilut!
- se posso dizer, bastante familiaridade para que seja, eu diria,sem tCl1ltlr
mesl11o/sem anglistia, que lhes seja presentificado. 0 q u e vocejez e l l l 0 '
I
Aterceira, em a]guma coisa de essencial e de verdadeiramente fun({umental que convem lembrar, concernente ao que podemos, ao que
d vcmos chamar nesse ana - se colocamos em primeiro plano 0 que
-h41rncia 16gica em questao - uma observayao essencial concernente ao
univ rso do discurso.
() quarto ponto: algumas indicayoes relativas a sua relayao com a
IiIcdhtCOmotal.
Enfl1u, eu terminarei com 0 lembrete do que nos indica Freud, de
limn maneira articulada, concernente ao que diz respeito a relayao do
ponstlmento com a linguagem e com 0 inconsciente.
me dizia um dentl'e eles - que necessidade tinha voce de inwlI/ul'
objetopequeno a?
L6gica dofantasma entao. Partiremos da escrita que eu ja formei, a
Huber. da formula: $ 0 a, S barrado punyao de a, isso entre parenteses.
Fu lembro 0 que significa 0 S barrado : 0 S barrado representa, sust ntu nessa formula 0 lugar do que ele reenvia, concernente a divisao do
IIUjCitO, quese encontra no principio de toda a descoberta freudiana e
1\leconsiste nisso: que 0 sujeito e, pOl'urn lado, barrado daquilo que 0
ohstitui propriamente, enquanto funyao do inconsciente. Essa formula
Ntabelece alguma coisa que e uma liga<;ao, uma conexao entre esse
ujcito enquanto assim constituido e alguma coisa outra que se chama
d I lJ t : q / ( ~ l1 o a; pequeno a e urn obj eto do qual 0 que eu chama, esse ano,
iilzol' a 16gica do fantasma, consistira em determinar 0 estatuto - 0 estMul,Q, precisamente, numa relayao que e uma rela<;ao logica para falar
Pen so, na verdade, que ao tomar as coisas num horizonte UI'11pOlle 1
mais amplo, era urn tempao. Porque sem esse objeto a - cuja$il1cld~ II'"
eias, parece-me, sac feitas para as pessoas de nossa gel'a<;ao ~Cl1ljl' HI
bem amplamente- parece-me que muito do que esta feito como ardlllli "
tanto da subjetividade quanta da hist6ria e de sua interpreta¢5b l,rlll'"
eipalmente do que nos vivemos como histol'ia contempodlnc(l. CIJlU
precisamente do que temos bem grosseiramente batizado com 0 t \l'Ifl
() mais improprio sob 0 nome de totalitarismo ... Cadaurn que, d 'pnlH
de tel' compreendido, podera se dedi car a aplicar a isso a funya.()du ,luh
egoria do objeto a vera talvez se esclarecer de que ele retornava, ni,'~o
a respeito do que nos estamos ainda em falta, de uma maneitl:l surpl'c '1\"
dente, de interpretayao satisfatoria.
I t'opriamente.
enisa cstl'anha sem duvida e sobre a qual voces me permitirao nao me
t nd 'r: quero dizer que oque sugere de relayao com a q>UV'tumu, com a
0 t:en110 de jantasma, nao me agradaria, nem urn so instante,
ltlm'ell!' () <'iontrastecom 0 termo de 16gica com 0 qual pense estrutura-Io. E
I
huujJ\ily~O,
tr1 dklvidaque 0 fantasma,
f
mdlllll
tal como pretendemos instaurar 0 estatuto, nao
a pl'imeira
ntnlmolltc taoradicalmellte antinomico que se possa
o sujeito barrado, em sua relayaoeom
(ll\~"t'
esseobjetoa, esta ligad<1,n(1(ililt
f6rmula escrita n? quadro, a alguma coisa que seapre$entacof119uI'P lo~'"
ango, que eu charnei ha pouco de PU17fClO, e que, na verdade,6 lllll !ii~l1l1
t'
d I 10
para nele reunir 0 que pode dele isolar-se, conforrne
Vt
fI (J~"p~ll't~mpm' um trayo vertical ou com urn trayo horizontal.
S I) l1'nd~)POl' Ul'11 trayo vertical, ele representa uma dupla relayao que
pu t !lo.Jor p.dmciramente como maior (» ou menos«), $ menor ou
i U lhu' tHe maior que A maiusculo, $ incluido ou igualmente excluido
uo nll1dcJ. A. Que dizer disso? Senao que 0 que se sugere em primeiro
plttlln nC$sa conjuns:ao e alguma coisa que, logicamente, se chama a
1 Il~t l) de inclusao ou ainda de implicayao, com a condi<;ao de que n6s
~lhc;utllos reversivel e que se articule ... (eu YOU rapido, sem duvida, mas
nc R t'rcmos todo 0 tempo de nos estender e de retomar essas coisas;
h ')j '. CUHICS indico, basta que n6s coloquemos algumas balizas sugestiII )... cssa rela<;ao que se articula da articula<;ao 16gica, que se chama:
(! . v O l I l / ; / n t e s e , S barrado nesse sentido, a saber: apun9ao
sendo dividlla pcla barra vertical « I», eo sujeito barrado nessa relayao de si e
, ~ ( ) I / / ( 'l I 1 e s e com 0 pequeno a.
I
pre
S/:I1Il 'Iltc
, ~ '( J
nos detem. Existe entao urn sujeito, Eis ai 0 que logicamente
()1)10s foryados a escrever no principio de uma f6rmula como essa. AIuma coisa, ali, se propoe a n6s, algo que e a divisao da existencia de
lhto c daexistencia 16gica.
A 'xistencia de fato, natural mente, nos report a it existencia de seres
nil'\: duas barras a palavra seres), seres - ou nao - falantes. Estes sac
1111 evral viventes. Digo 'em geral', porque nao e absolutamente for<;ado:
i IJ)QS 0 conviva de pedra que nao existe apenas na cena onde Mozart 0
Hilma, clevagueia entre n6s bem correntemente!
A existencia 16gica e outra coisa e, como tal, tern seu estatuto. Ha
qi lto a partir do momento em que fazemos 16gica, isto e, em que temos
I J mnnejar significantes.
QlHlnto a. existenciadefato, a saber, que alguma coisa resulte do fato
ct (ju haja sujeito no nivel dos seres que falam, e alguma coisa que,
\~ml ) t(X!ft cxistencia de fato, necessita que seja antes estabelecida uma
,,'I't I tU1iclllaQu,o. Ora, nada prova que essa articula<;ao se fa<;a numa
IHSO
N
HNIl n·tlll~l
t B1t.lu1U
,I' III
A
1,/\':111
Jl~IlIJllr
'''\lliVUI11~)Illc
'1\11,\ 1.1"petit
\l ()111I'0
dCflHIol
il"
pronullciou duas vezes "grandA". E claro que e
que era de SlJ CSpCf!ll'. Mas sera dito a seguir que "0
pcqllcl\(l n". S.
ac;ao direta, que seja direta!1"lente,pelo fato de que hit seres vivllt~s l)t\
outros que falam, que elessejam apesar disso e dcuma metnci'!'aiJ))odiata, detetnlinados como sujeitos.
o se e somente se esta at para no-lo lembrar. Euexplicitc) a~llli UI'''
ticula<;oes pelas quais teremos que repassar; mas elas sao em si mO!:lIlU1~
muito poucohabituais, muito pouco praticadas, para queeu creia d~v /'
Ihes indicar a linha geral de meu prop6sito no que teriho a ex.plicar dj.•
ante de voces.
Pequeno a, resulta de uma operayao de estrutura 16gica, efetuadRIl(t}
i l l vivo
nem tambem sobre 0 vivente, nem para falar propriamcl1tc uo
sentid6 confuso que guarda para n6s 0 terrno de corpo- nao e n~C~N"
sariamente a "libra de carne", ainda que possa ser e que afinal, quando
o t\nao arranja tao mal as coisas - mas enfim, e evidente que, nCNsn
entidade tao poueo apreendida do corpo, hit alguma coisa que se prO~lIl
a essa opera<;ao de estrutura 16gica, que nos resta a determinar. Vou ~H
sabem: 0 seio, 0 cibalo, 0 olhar, a voz, essas peyas destacaveis c, c()n~
tudo, fundamental mente religadas ao eorpo - eis 0 de que se tnltH j)U
objeto a.
Para fazer 0 a, entao, limitamo-nos, uma vez que n6s nos obrigillllOtl
a algutn rigor16gico, a assinalar aqui, que e precise opronlo-pal'ai:yiJi".
nece-lo; isso pode momentaneamente nos bastaI'. Mas isso !laO IlHlUl!
nada! 1580 nao arruma nada quanta ao que temos que avanyar: para fflZ '/'
o fantasma e precise 0 pronto-para-carrega-lo (pret-a-le-porler).
Voces me permitirao articular aqui algumas teses sob suafornu\J'
mais provocante, uma vez que 0 de que se trata tambem e de dcsco .•
lar esse dominie dos campos de captura que 0 fazem inyen~iYelmonl
voltar as ilus5es as mais fundamentais do que se chama a expert 1\cia psicol6gica. 0 que YOU avan<;ar e precisamente oque apoiara, qu"
fundanl., 0 quemostrara a consistencia, tudoo que voudesenvolvel' pnl'tl
voces nesse ano.
Dese,nvolver,eu jit tenho dito, ha muito tempo que estft fC.ito. <)qan ••
do, no quarto ana de meu seminario, tratei de A rela9lio de o l! ie l( J , j I,
cOllc?rncrrte aoiobjeto a, tudo e dito quantoa estrutpra dkl.l'cluYl()dV
pequono a com Outro, de fato especialmente, c suf!cientclllonlo R '"
bO~!Idll~\l:l indi~avao que cdo imaginario da mae quevni dCPC 1ldc/' II
~RIJ'llUl'a subjetiva da criUl1 yft.
C' ,IUI1l Ilto () d 'qu' He train d indical' aquL pHI'a nbs. l.~ 1.:111qll~ Jilt; l
°
H· ftl'ticuhl em tcntlos p'I'opriamente 16gicos, isto e, radicalmente
d J nd'IH cia tbn9iio do significallte. Mas, e para notar que para quem
1 ,llmia otilo 0 que eu podia indicar nesse sentido3, a menor falta (que(I) dizot" falha, c6ncernente a pertinencia de cadaum dos term os dessas
tI (oj thnc;fSes que, entao, podiam se designar como sujeito, objeto (no
nlid() de objeto de arnor) e do alem deste: nosso atual objeto a, a mini1 HIfa.lta,a saber, a referencia a imagina~ao do sujeito, podia obscurecer
l r 'luc;Ao que se tratava de esboyar. Nao situar no campo do Outro como
tnl, n, /"unyaodo objetoa leva a escrever, por exemplo, que no estatuto do
P "V'I'SO, e ao mesmo tempo a funyao, para ele, do falo e a teoria sadica
d } c ito que sao os determin~ntes. Enquanto que nao e nada disso, que
I)() /live! da mae que essas duas incidencias funcionam.
l' III"
(I
Adianto entao, no que se trata aqui de enunciar: para fazer 0 fanc preciso opret-a-le-porter. 0 que e que porta 0 fantasm a? 0 que
(}l{ull'RSmaporta tern dois nomes que concern em uma unica e mesma
M l h s ( ( 'i l l c . ; i a ,
se querem, esse termo, reduzi-lo a essa funyao da superficie,
'wi eOlno a articulei no ano passado. Essa superficie primordial que nos
(It'{lcisopara fazer funcionar nossa articula~ao l6gica, voces ja conhe• Itl algumas formas, sac superficies fechadas, elas participam da bolha
'celO que elas nao sao esfericas. Chamemo-las a bolher e veremos 0
}U ocasiona, a que se prende a existencia de bolhas no real. Essa sup rOde que eu cham obolha tern propriamente dois nomes: 0 d.esejo e...
hi ma,
\ nm lidade.
., 1'1 inlltil fatigar-se em articular a realidade do desejo porque primordi "Imcl1te, 0 desejoe a realidade estao numa relayao de textura sem
c m Y J o . hies nao temnecessidade de costura, eles nao tem necessidade
d /;rcm cosidos. Nao ha mais "realidade do desejo", diriamos, que nao
u~w dizer "0 avesso do direito": hci urn unico e mesmo tecido que
1: It\ um avesso e um,direito. Ainda, esse tecido e tecido de tal maneira
~u s passa - sem seaperceber disso, porque ele e sem corte e sem
I(~hll<>riop<)I' .I-H. Pontnlis do Semin{lrio "A reJa~ilo de objeto e as estruturas
1.!\illdJlIllUS" I ,ivro IV I95?-S7, l1ul/etinde P.~vchologie, Tomes, X e XI, 1956-5.
"1'1\-(1111111"'1 IN(lf!1 do origi ilill]
e pOI" iS$() quo 0U coMldol' I
t.anto, diante de voces, Ufn(l estrutura como aquela dita do p I a I / O P"(~/t'.•
l i \ ! o , represyl1tado 110quadro pelo que se chama a m i t r a ou 0 c r o , \ " " . •n J I '.
Ql!e se passe de uma face a outra sem se aperceberdisso diz bem qU~/<III)
h{tlima, digo: uma face. Tambem e verdade que, como nas supcrflci IN
que acabo de evocar da qual uma forma parcial e a faixa de MoobiuN,
que hi um direito e urn avesso. E necessario se colocar i5S0, de llnlU
maneira original, para lembrar como se funda essa distin~ao do direito
d9~vessoenquanto ja la antes de todo corte. E claro queql!em . <,.ionw
os animaluculos que os matematicos consideramconcernentes a tttnvUO
das superficies - ai estiver, nessa superficie, integralmente implicado.
nao vera, com essa distins:ao entretanto segura do direito e do aVGSIlO,
segller uma gota - dito de outro modo: absolutamente nada.
costura .•. de uma ct.l)ulra de suus faces e
Tudo aquilo que traz de novo, nas superficies que considerci, dianl
de voces, seriadas desde 0 plano projetivo ate a garrafa de Kloin, 11/1
quilo que se pode chamar as propriedades extrinsecas e que VHO b 01
IOl1ge!- quero dizer que a maior parte do que lhes parece mai!\(wi·d()lJhl,
quando represento essas superficies, nao sac propriedades da supl~rlki :
e de uma terceira dimensao que isso toma sua funyao. Mesnlo () hum :u
que esta no meio do toro, nao acreditem que um ser puramcntlJ t~lI'l\(1
so aperceba mesmo de sua funyao! Entretanto, essa funs:ao niIp C Il(}lll
conseqiiencia uma vez que e segundo ela que eu tenho tentado . AlII
melt Deus, algo como hi quase seis anos - articular para aquelcs C1UI.lIll
cscutavam entao (dos quais vejo, na primeira fila) - articular as rclu,t;l Ii
do sujeito com 0 Outro na neurose. E, de fato, essa terceira dimcnSH!,
0nFsi me sma, do Outro que se trata, como tal. E em relayaoao Olllw
e cnqu~ll1toha ai esse outro termo, que pode se tratar de distinguir IIlll
dircito de um aves so - nao e ainda distinguir realidade e desejo. 0 'Ill \
o Jireilo ou avesso primitivamente no lugar do Outro, no discurso do
OUlro, se representa por cara ou coroa. Isso nao conceme em IHldu. .IH)
tluJolto; pelaRAZAO DE QUE NAO HA AINDA NADADIS$O.
o slljcito come~a com 0
Hmais
corte. Se n6s tomamos, dessas supcrnd~1'1\
exomplar porque a mais simples de manejar, ~ s~bcr; .).q~l(.:laqp
projetivo, W r l cqr(( ..:tnUI:l III'b
Gbnm~i(hft pouco de cross'-cap ouplano
qllfl1quertim, quei"o dizer -e lembJo isso aqueles para quem essas imaflj US tem ailldaalguma presenya - se 0 repito: de uma maneira purall'l nte imajada, mas cuja imagem e necessaria - a saber, sobre essa
bulhn, cujas paredes (chamemo-Ias anterior e posterior) vem aqui, nesse
Inl~o, na,o menos imaginario, se cruzar - e assim que representamos a
t-lt I'utlll'a do que se trata ..:...
todo corte ultrapassara essa linha imaginaria,
infltallrara uma mudanya total da estrutura da superficie, a saber, que essa
iluperHcie inteira se toma 0 que, no ana passado, aprendemos a recortar
1\ KIm superficie sob 0 nome de objeto a. A saber, que a superficie inteira
$ torna urn disco achatavel, com urn direito e urn avesso, do qual deve-se
d'l:t~o("que nao se pode passar- de urn ao outro sem ultrapassar uma borda.
Elisa borda e precisamente 0 que torna essa ultrapassagem impossivel,
pelt) menos podemos articular assim sua funyao. Primeiro, in initio, a
. bol ha por esse primeiro corte - rico por uma implicayao que nao salta aos
)J hOBimediatamente - por esse primeiro corte, se toma urn objeto a.
do no pl'imeiro corte, a saber, uma sLlperficie clIjo direito cOllti.lllltl '01110
tlvesso.
lilJ,I~H~TITtJOA
NAO SEPARA<;AO PRIMlTl Vi\. [ ) I \ RI\I\LIDAI )1\ H
DO [>!':SIUO.
Como, depois disso,definiremos
realidade ao qUe chamci hir pt)IWtl
{)pronto petra carregar ofantasm a, isto e, o que fa~ seu qlludl'O C V I'"
emos entao que a realidade, toda a realidade humana, nao c nada 1\11111
que tnontag~m do simb6lico e do imaginario - que 0 desejo\ no l;,cnlr"1l
desse apare1ho, de sse quadro que chamamos realidade, e I l . I m h J m , lHII'I\
falar propriamente, 0 que corre, como eu o articui ai desdesemprc, 0 quo
importa distinguir da realidade humana e que e para falar propriilJnCl'llo
oreal, que nao e nuncasenao entrevisto; entrevisto quando ami:lsc.u'U,
que e aquela do fantasma, vacila. A saber, a mesma coisa que 0 que Spi"
noza apreendeu quando ele disse5 : "0 desejo e a essencia do homclll", .
NA verdade essa palavra "homem" e urn termo de transis;aoillipo:-i'"
sivel de conservar no sistema a-teoI6gico, 0 que nao e 0 caso de Spi no"
la. Nessa f6rmula spinoziana, temos que substituir simplesmentc O~HH
f6mmla - essa f6rmula cujo desconhecimento conduz a psicanitlisc ::\1'1
abCITayOeS mais grosseiras, a saber: que 0 DESEJO E A ESSENCIAJ)/\ j'{1\.
1\1,·11)/\ 1)1 ':.
guarda - porque essa relayao ele a tern, desde a origem ...
IHU'U que 0 que quer que se possa explicar - uma relayao fundamental
• )111 0 Outro. De fato, 0 sujeito ainda nao apareceu absolutamente com
o llllicocotie por onde essa bolha, que instaura 0 significante no real,
d ix-a cair primeiro esse objeto estrangeiro que e 0 objeto a. E preciso
.'unciente, na estrutura aqui indicada, que nos apercebamos 0 que e
lit cqrte, para nos l:lpercebermos tambem que ele tern a propriedade,
II s duplicar, simplesmente de se juntar - dito de outro modo, que e a
1H '/iOHICoisafazerum s6 corte ou fazer dois. Posso considerar a hiancia
10 queM, aqui, entre minhas duas voltas que nao fazem senao uma,
'('Im{) quc(')equivalente
do primeiro corte, que, de fato, se 0 afasto, e
IiIHI hi~l1cia que s~r~atiza,Mas
se eu. fayo, no tecido onde se trata de
\ ll' '0" eSse oorte, urn duplacotie, desprendo, destituo 0 que foi perdi1'\$SC o~jeto a
MHS, ossa relayao com 0 Outro - sem 0 qual nada pode ser aperccbidll
dt1jogo rehl dessa relayao - e 0 que tentei designar para voces, an rocol'l' ,.
lltlvellw suporte dos circulos de Euler, a relayao como fundamental.
S '.!;Jiuramenteessa representayao e insuficiente, mas se a aCOl11pallhlll'''
Inos com a que ela suporta em 16gica,ela pode servir. 0 que surgedH felu •.
\~(Odtl sl~jeit()como o~jeto a se define como urn primeiro circlIl0,qlll.~1111\
nUI'I'/1 circulo,aquele do Dutro, vem recortar: 0 o~jeto ae sua interscylll I,
i~,~b'
~.~l'rN
""l'4!",,~iJI
j/,I\.
(ilhlqtl\'.IIII)
Iinilipli
d ~N1111i:dH.1.
I~por isso que jamais - nes~a rela~ao de um vel originalmente esll'uturado que e aquele onde tentei articular para voces, ha tres anos,
H aliena~ao - 0 sujeito poderia se instituir senao como uma rela~ao de
falta com esse a que e do Outro, exceto, ao querer se situar nesse Outro,
a 56 te-Io igualmente amputado desse objeto a.
A rela~ao do sujeito com 0 objeto a comporta 0 que a imagem de
Euler tom a como sentido quando ela e levada ao nivel de simples representa~ao das duas opera~oes 16gicas que se chama reuniao e interse~ao.
A reuniao descreve a liga~ao do sujeito com 0 Outro e a intersec;:ao
define 0 objeto a. 0 conjunto dessas duas opera~oes 16gicas sac essas
opera~oes mesmas que estabeleci como originais, dizendo que 0 a e 0
resultado efetuado de operac;:oes16gicas e que devem ser duas.
Que dizer? Que e essencialmente na representa~ao de uma faha, enquanto ela corre, que se institui a estrutura fundamental da bolha que
temos chamado inicialmente 0 teddo do desejo.
Aqui, no plano da relac;:aoimaginaria, instaura-se uma rela~ao exatamente inversa aquela que liga 0 eu a imagem do outro. 0 eu e, nos vere111 os, duplamente ilus6rio. Ilusorio posta que submetido aos avatares da
i magem, quer dizer, igualmente entregue a fun~ao do mei06 ou do falso
sembi ante. Ele e ilusorio igualmente porquanto ele instaura uma ordem
logica pervertida da qual veremos - na teoria psicanalitica - a formula
nl:\ medida em que ela ultrapassa imprudentemente essa fronteira logica,
que supoe que num momenta dado qualquer e que se supoe primordial
da estrutura, 0 que e rejeitado pode se chamar : nao-eu. E precisamente
o que contestamos!
A ordem de que se trata, que implica sem que se 0 saiba e, em todo
caso, sem que se 0 diga, a entrada em jogo da linguagem, nao admite
de nenhumamaneira semelhante complementaridade. E e precisamente
() que nos fara coloear em primeiro plano de nossa articulac;:ao, nesse
ttllO, a discussao da fun~ao da nega~ao. Cada um sabe e podera se
nperceber, nesse apanhado colocado agora ao alcance7 de voces, que 0
pdmeiro ann de
discussito sobre a
'7
'l>lIll'vrll i~ICOI·t'TNota do original.]
descr publiclIdos.
ON 1 ~ ~ 'l'il. VII1.l1lbnll1
V e r l7 e im lllg o n d c
111 SllJllt·All1IC foi dominado pOI' lJIII
M. Jean Hippolyte, cuja in((,ll'v IWI ()
cstlt reprbduzidanoapendice
d~sse volume, escandiu exc:lcnl:clII nl ('
que era para Freud a. Verneinung. A secundariedade da V e r n ~ i 'l 'l I I g \ It
artictilada com for~a para que desde ja nao possaser adtnitido de ('omit)
alguma que ela sobreviria de saida no nivel dessa primeira eisilo qu
chamamos prazer e desprazer.
Eporque nessa falta instaurada pela estrutura da bolha,qucf.'ttl.O
tecido do sujeito, nao esta absolutamente em questaonos limitarnwH no
termo, pelas confusoes que ele implica, de negatividade. 0 signifi 'fllll
nao poderia de modo algum - mesmo si propedeuticamente tenha sido
precisodurante urn tempo cantarolar a func;:aodele nas orelhas quo III,
escutam - 0 significante (e poder-se-a observar que nunca 0 arliclil
propriamente como tal) nao e apenas 0 que suporta 0 que nao est{l aiL 0
/ort~da,enquanto ele se poe em con~ato com a presen~a ou a aU$ul1 'j I
l)1at~rna, nao e, ali, a articula9ao exaustiva da entrada emjogodo}ji~ .•
nificante. 0 QUE NAO ESTA ALl, 0 SIGNIFICANTE NAO 0 DES•.
lGNA, ELE 0 ENGENDRA. 0 QUE NAO ESTA ALl, NA OR IGI ':M i
E 0 PROPRIO SUJEITO. Dito de outro modo: na origem l1~lo hl'\ (
(?asein senao no objeto a. 1sto e, sob uma forma alienada, que resLHlIUll""
ear ate seu termino toda enunciac;:aoconcernente aoD asein ..P r c d H U I I 'lU I i
I 'mbrar aqui minhas formulas de que so hit sujeito por um signill'Hnt
. para urn outro significante. E 0 algoritmo.
_S_
~ S'
$
S. enquanto ele se substitui ao sujeito, nao funciona senao
pam
lU l/
( J llll" ts ig n tfic q n te .
o (Jrverdrangung,ourecalcam ento
originario, eisso:o
qtle
nlficante representa para um outro significante .. 1sso naomordc
JSRO
UI11 !Ii
IHldn,
noo cOl1stituiabsolutamente nada, isso se acomoda pOI' lll'l'H\ tUl!ol Ill•.
'ill d .C J ) CM ,.<..!, ..,.. 'n ,
(I
i11eu
'. . . . • . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . .
. .......•....
J)unmte.· ct>rca de ({~ze~~ei~s~cu) o~illominit)10.9shidr6gli'!'bs
.l\~,i ),j:
flcunrl1l solitArios enquanto incol11prcendidoSllf\
areia do cl N It ~
claro e sempre foi claro para tedo 0 mundo, que isso queria dizer que
cadaum dos significantes gravados na pedra, no minimo, representava
1.!01 sujeiF,o para os outros significantes. Se nao fosse assim ninguem
nUllca teria sequer tornado isso por uma escrita! Nao e absolutamente
necessario que uma escrita queira dizer alguma coisa para quem quer
que seja, para que ela seja uma escrita e para que, como tal, ela manifeste que cada signo representa urn sujeito para aquele que 0 segue.
Se chamamos a isso de Urverdrangung, quer dizer que admitimos
que nos parece conforme it experiencia, pensar 0 que se passa - a saber,
que urn sujeito emerge no estado de sujeito barrado - como algo que
vem de urn lugar onde ele e suposto inscrito, num outro lugar on de ele
vai inscrever-se de novo.
A saber, exatamente da mesma maneira que estruturei outrora a fun9aO da metafora, enquanto ela 0 modelo do que se pass a quanta ao
retorno do recalcado:
S'
$
-/$
s
e
Da mesma forma, e it medida que, a respeito de sse significante
primeiro, vamos ver qual e, 0 sujeito barrado que ele aboliu vem surgir
numlugar onde vamos poder dar hoje uma formula que ainda nao foi
dada: 0 SUJEITO BARRADO, COMO TAL, E ISSO QUE REPRESENTA PARA
UM SIGNIFICANTE
SENTID0
8
- ESSE SIGNIFICANTE
DE ONDE ELE SURGIU - UM
.
Entendo por "sentido" exatamente 0 que lhes fiz entender no
de urn an09 sob a formula: ColoUl'ness green ideas sleep furioslt.
pode se traduzir em frances por isso que retrata admiravelmente
dem ordinaria de suas cogitayoes: idlhas verdemente fuliginosas
mecem com furor!
inicio
0 que
a orador-
l!jso, pl'ecisl:tmclltc, na f~lIt.a de saber qUG clas toda:-l se n J l'l}~nnl
a Qsse si,gnifJcantc cia faltn do sujeit(),queselorna,
UI11C01,'tO
Hignil ,.
C~I~}t~,priln~jrodesde que 0 Sllj~itOartkule, ~eu disClll·S().A~ab r·, II
qucmesmo assill1 tod?s os psicanalistas seaperceberam bem~uJlldaqU(
e'ICR nao pudessem dizer nada que valha -a saber: 0 uN do a que, I) ~HHl\
Il[vel, precnche precisamente a fun9ao que Frege distinguc db S i / l l l ~\lll
o nOme de Bedeutung10• 13 a primeira Bedeutung, 0 o l ~ j e l o c t , \ ) pr'ill\ .jf'(l
referente, a primeira realidade, a Bedeutung que pennanece porqu' hI
afinal, tudo 0 que resta do pensamento no fim de todos os cJiSClII'HI11l,
e,
saber, oque 0 Paeta!1 pode escrever sem saber Q que diz quandpl,.ll
§~~ndereya a sua "mae Inteligencia em casa de quem a dol' cseOUYll,
qual eessa negligencia que deixa deterioraro leite?"
""'A saber, urn olhar apreendido que e aquele que setransmite no nas 'l~
mento da clinica12,
- A saber, 0 que urn de meus alunosJ3, recentemente, no Congrcssn lIu
Universidade John Hopkins, tomou per sujeito chamando-o " 1 \ vo;/,
no mito literario" .
..•A saber, tambem 0 que resta de tantos pensamentos consumid\)s'" Hob
~lfonna de urn amontoado pseudo-cientifico e que podeiglialmullI
9h~mar pOl' seu nome, como tenho feito ha muitotampo q6nceFllcnt H
Gmaparte da literatura analitica, e que se chama de amerdil. Da (:00"
fi.ssao, alias, dos autores! Quero dizer que em uma peqllenina falha tit
raciocinio, concernente ,a funyao do oN eto a,alguem den1're ales pod
muito bem articular que nao ha outro suporte 110 complexo dc tikls!,.n·,
cao senao 0 que se chama pudicamente "0 objeto anal".
Nao
pais, ai uma critica de pura e simples apreciayao, mas IIllt
necessidade de uma articulayao que oenunciado tmico dCVLl rei 1'.
e,
I': Cl6tt1nh:
(It
H
II
Dorgeuille: "0 sujeito barrado, e 0 que representa, para um significante, esse
signiiicnnte de onde ele surgiu, lun senti do".
I\m 2 de dezembro de 1964, ao longo do semil1llrio Problemas crllciais para a
p s h : ( / / I ( I li. l'( ! , LneHn c(llllcntou a frnse tiradu dus Structures SY/lt(lxiqlles de Chomsky,
S~\lIi' 1%'). p. 17. Vcr IzIl!1h~1l1 uorflh)~i dc.lllkobson.
11
(fh e r
1892,
S ( ) IIII,lIlJ d B e d e lilu llf{ ,
VA 1.1,;RYI'llUI, "I)nosi~~" em Churmcs, Oullimlll'd,
do lie 'ur lJoulllit".
li( llIC"
Ntln
"S e //s
pliil(),wphil/lIe,v, Seuil, 1971.
111:1'Micli
,1, I)
, \ , , , , v " ; I ! I I '/ lt ll
do
( 'I illil'll.
]lJ2().
I '),utllllIClll~~:"J.., qui hi
1':<1.':Of\"IHc·1 JIII I'cnJj 1t'Il'ill, I<J
1 1 '1 '1
1
plldllll1WI 1:111\01111'111' II Itll'urcllciu,
Nlllll'l'lilwl:
I
" / illlI , '1 I , . , \ '
d , l l / " I I S l l " , \ ',
1\llIdi!Hlo II 'jhlllilillilkllllQIlIli1n
qllQ
IIpOlll,l1
pl'mHldllrl'.
punl
.
1II1IjOfl,O
<I 1 P1I11IVI'IIfi. 'dl"P
'Ilfl WI'.
vpzquederesto
naoise formulaescritos
osmenos Cjualificadose
qu Hora igllalme~lte,esseano, nosso metodo, formulando a logica do
Ull)!:l;\sma, l1'lostrar onde,nateoria
analitica, ela vem a tropecar. Eu nao
Mn1 ei, afinal, esse autor que muitos conhecem. Que se entenda bem que
(Lj11It'~l de raciocinio, ainda que razoavel, quer dizer arrazoavel, mas isso
1\ .()cobrigat6ri0!E
0 objeto a em questao pode, em tal artigo, mostrarf
I'enlrnente nu e nao se apreciando pOl' ele mesmo. E 0 que teremos
1 ('lportunidade de mostrar em certos textos, dos quais afinal nao vejo
!1orqtle, n titulo de trabalhos praticos, nao Ihes farei logo uma distribuicao
hUl'llulltegeral, seos tenno, suficientemente - 0 que e quase 0 caso - it
millhll disposiCao. Isso vira no momenta em que tivermos que atacar certo
IltlUl
polH.reh\~\,.()dt1lHll signi(lCtlllt'<:.l C()J1lUll'l outr<)onquuntnqU<.1111-nh:.w'
in)
() rC!'l'ndu?: fazcndo surgir disso tIIn signiflc~ldo jdeHI,qul~ OIO.rlllidll n
flll1yt'i() cia nl'ct{rfora. Ao que eu respondi na ocasiao.E unknownto dtJ
uma tal metaJora quepode surgira fonnulaque foLdadu, a sabol': W
sabre 0 pequeno s da significaQao elltronando no alto de UIll primoiw
tegistro de inscricao que 0 U nderdraw", que 6 U nterdriickt, que (j(iUtl'o
regist~o substantificando
inconsciente, seriaconstituidoporessa.
r'ln ..
caoestranha de urn significante com umoutrosignificante,
do qllCtlOn
acrescentam que e dai que a linguagem tomaria seu rumo:
°
Ji glstro.
E desge agora quero, assim mesmo, marcar 0 que impede de admitir
"'lllS interpretacoes que tern sido dadas de minha funcao da metafora
(qllel'o dizer daquelas cujo exemplo 0 menos ambiguo acabo de Ihes dar),
cl confundi-Ia com 0 que quer que seja que faca disso uma especie de
r lo.c,:fi.oproporcional.Quando escrevi que a substituicao - 0 fato de enxr(EU' um significante substituido pOl'urn outro significante na cadeia signUl ~aJ1te.:..era a fonte e a origem de toda significacao, 0 que eu articulei
R ,intcrpreta corretamente da maneira em que, hoje, pelo surgimento do
sujcito barrado como tal, Ihes dei a formula. 0 que exige de nos a tarefa
I, Ihe"dar seu estatuto logico, mas para Ihes mostrar imediatamente 0
mplo da urgencia de semelhante tarefa, ou apenas de sua necessidade,
ob~el'Vemque a confusao foi feita pOl'essa relacao a quatro:
S' . S
-/S
(0 N', os dois Se
s
pequeno s do significado) com essa relacao de proPOl\lt 0 onde urn d~ meus interlocutores, M. Perelman, 0 autor de uma
'li'o/'ta d a argumentar;tio I 5 , promovendo de novo uma retorica aband~)nad~,articula a <rpetafora, venda nela a funcao da analogia e que e
1'I;lI'l;ltlllUI
"'ylclJli.'
0
Chtllm\Traf!t! de l 'a r g l l m e n l q t i o l 1 , em colaboraylio com Mme Olbreehtsvol, JlIJI', 1958. Encontral'-se-{\ a l'efutayiio de Laean em "A metafol'a do
H.t!qj(l·' ( II)t,( 1); urljgt) l"()IClmndouou
pcndicc dos Escritos;
Essa formula, dita "da linguagem reduzida" - pense que vocessentcm
agora - repousa sobre urn erro, que e 0 de induzir, nessa relayao a quatm,
a estrutura de uma proporcionalidade. Da mesma forma, mas se ven qlHl
pode sail' disso,posto que igualmente a relayao S/S se toma entao, snhrl~"
tudo, dificil de interpretar. Mas, nos nao vemos, nessa referencia ,a lI11Hl
Iinguagem reduzida, outro designio (alias confessado), senao 0 c1ereduJ',iI'
nossa formula de que "0 inconsciente e estruturado como uma liIlgllll~
gem" - a qual, mais do que nunca, e para se tomar ao pe daletra.
E uma vez que hoje, confirma-se que eu nao preencherei oscimm
pontos que lhes anunciei, sem embargo eu consigo escandir, para VOL:CS,
o que e aqui a chave de toda a estrutura e 0 que tomaa empreittldH ,
que se achou assim articulada - precisamente no inicio do pequ~l\()
apanhado do qual eu lhes falava hit pouco, que concerne il. vi rada d \
minhas relayoes com minha audiencia, que constituill9 (\()ligl'CSS~1
de Bonneva)l6 - [em sua futilidade17]: e erroneo estruturar assil1l; \}lll
I\lll~ do VI Col6quio de Bonnev!!l, 1960,0 1IIC01lScitllllil,l)[ihliGlI(hld~'111 IIi hi itlill\(lil~l
N()l.lro-Psyuchialriqtll.l dcL!Hlg~lc Jo'rlll1ynis().IksclCc <!clll'ollWl·r,<Yilf'i:1,111(,(I./
I ':ssmllrGs 1»lllIYfllNI1i'iO I<ll'lliri dihl:4l'0r 1,1II:.HI1 cpmklfl :,Cl' i,lI11slituldilii J'!orplllIlllHdl'IIIIIIPI,'lIfillo,
S,
um pretenso mito de linguagem reduzida, alguma dedu9aO do incon~ciente, pela razao seguinte: EDA NATUREZA DE TODO E QUALQUER
SJ(1NlFICANTE NAO PODER EM NENHUM CASO SE SIGNIFICAR A ELE
MliSMO.
A bora esta bastante avan9ada para que eu lhes imponha, na pressa,
(le~crita do ponto inaugural de toda teoria dos conjuntos, que implica
que essa teoria nao pode funcionar senao a partir de urn axioma dito de
'. \ f ) l ! c t f i c a r a o . E, a saber, que nao ha interesse em fazer funcionar urn
'onjunto senao se existe urn outro conjunto, que possa se definir pela
d~finiyao de alguns x no primeiro enquanto satisfazendo livremente a
lima certa proposi9aO. "Livremente" quer dizer independentemente de
~()9aquantifica9ao, pequeno numero ou tudo. Disso resulta (come9arei
"lillhapr6xima liyao por essas f6rmulas), disso resulta que ao colocar
urn.conjunto qualquer, definindo a proporyao que indiquei enquanto especificando uns x dado que simplesmente x nao e m em bra dele m esm o,
o que ... quanta ao que nos interessa, a saber, quanta a isso que se imp5e
desde que se queira introduzir 0 mito de uma linguagem reduzida, que
M uma linguagem que nao 0 e, isto e, que constitui, por exemplo, 0
'onjunto dos significantes. 0 pr6prio do "conjunto dos significantes",
U Ihes mostrarei em detalhe, comporta isso de necessario, se admitimos
4pemasque 0 significante nao poderia se significar a ele mesmo, com'polta isso de necessario: que ha alguma coisa que nao pertence a esse
cOhjunto. Nao e possivel reduzir a linguagem, simplesmente em razao
di/Sso: que a linguagem nao poderia constituir urn conjunto fechado.
Oito de outro modo: que NAO HA UNlVERSO DO DISCURSO.
Para aqueles que teriam tido 0 trabalho de escutar 0 que acabo de
formular, lembrarei apenas isso que eu ja disse certo tempo: que as verd~ldes9~e acabo de enunciar sac simplesmente aquelas que apareceram
d~llmam~neiraconfusa
no periodo primitivo da instaurayaO da teoria
dt1~ccnjuntos,sob a forma do que se chama falsamente de paradoxo
do Rllssel,porque nao e urn paradoxo, e uma imagem. 0 catalogo de
ImJos os catalogos que nao se contem eles mesmos, 0 que quer dizer?
()u bom ele se contem ele mesmo e contradiz sua defini9ao, ou bem
-I· ofin secontem ele mesmo e entao ele falta a sua missao. Isso nao e
~lrS\)ll1lal11cntc un1 paradoxo; pode-seapenas declarar que ao fazer urn
cntalogo scmelhante, nac se pode empurra-Io ate 0 nm,p pOJ' uma
sill)~
pel cs raza()... .,.
.' ..••..
".
.'
. . ....i i /.
. ....
Mas,i ssp d~ que haP9uceeu lhes dei·oenuncia(fosop~§snot~J"lny Iu ~IQ
q~~no lllliverso do di scurso nao. ha nada que cOhtenha tLldo,eis ni oquo
nosincita, para falar propriamente, a ser totalmente prudentes quanto an
manejo do que se chama de "toda" e "parte" e a exigir, ria Oligem, qLlo
distingamos isso severamente (sera 0 objeto de minha pr6xima aula):
o Um d a t o t a l i d a d e , que justamente acabo de refutar, dizendo no nivcl
do discurso que nao ha universo do discurso, 0 que seguramente deixa
aindamais em suspenso que possamos supa-Io em qualquer lugar, ali.aR,
distinguir esse Urn do Um contilvel enquanto que; por sua natureza,elc
s~oculta e desliza, para nao poder ser 0 Urn senao ao se repetirpelc)
menos.uma vez e, fechando-se novamente sobre ele mesmo , instauntr
",,..
.. ,
naorigem, a falta de que se trata; que se trata de instituir 0 sujeito.
..
Vou tentar trayar para uso de voces, algumas relay6es essenciui~ (l
fundamentais, diria, para de inicio, assegurar 0 que fazesteano IlmllW
assunto. Espero que ninguem faya a isso qualquer objeyao deabstrH\\t 0,
pela razao, unicamente, de que este seria urn termo improprio. Como
irao ver,nada de mais concreto que isso que you avanyar, mesmo ((11\'
esse termo nao responda na qualidade de densidade do qual e a conol11~
yaO para muitos.
Trata-se de tomar sensivel a voces tal proposiyao comoaqullu
que ate aqui avancei apenas sob a aparencia de uma especie de aforiN....
mo, cujo papel de axioma teria side decisivo em tal vertente de 1l0S!olO
discurso, tal como esse: nao hit meta-linguagem - formula que tern 0 ,II' d .
ir propriamente ao contnirio de tudo oQue e dado, senao na expeliencin,Ho
menos nos escritos daqueles que tentam estabelecer a funyao da linguag 'Ill.
Pelo menos, em muitos casos eles mostram na linguagem alguma direnlll~
ciayao de onde acham born partir, partindo, por exemplo, de un1alingun~
gem-objeto para sobre essa base edificar certo numero de diferenciayogK.0
proprio ate de tal OperayaOparece implicar que, para falar da linguag'l1l
usa-se alguma coisa que nao e ela ou que, de alguma maneira, a envolv 'rill
em uma outra ordem do que isso que a faz funcionar.
j
Creio que a soluyao dessas contradiy6es aparentes que se Inanif'starn, em suma, nos discursos, nisso que se diz, esta em encol1trur I.'Jll
uma funyao que me parece essencial desenvolver ao menospel() vi II
que yOU tentar inaugurar hoje - de desenvolver e especialmentG(pl~HI
J!f()l'6sito...,-pois a 16gica do fantasm a nao poderia de nenhuma
'l\lIHUl NO articular sem a referenci-a ao de que se trata. A saber, alguma
~jtjll!lJ,quean menos para anuncia-Ia eu destaco sob 0 termo de escrita.
(,) IUIi\cnte, portanto, nao e dizer que isso e 0 que voces conhecem
IIt)I' I, onotacoes ordinarias dessa palavra. Mas, se a escolhi, e exata1ll~1I1' pOl'quc cladeve tel' alguma relayao com 0 que vamos anunciar.
Jnl ponto justamente sobre 0 qual n6s vamos ter que trabalhar hoje
.~m·tI~Srir e: nao e a mesma coisa depois que disse177os,escreve-Io, ou
~I1Ultl , '. \ 'C f 'i! v e r 0 q u e s e diz. Pois a segunda operayao, essencial it funl)~O t I ~sGritaprecisamente sob 0 angulo, sob 0 vies cuja importancia
Vl1U Ilwslrar, hoje, quanta as nossas referencias as mais pr6prias sobre
(I tl~Nulltp desse ano, digo-o imediatamente, desde 0 inicio se apresenta
'0111 'onsequeI1cias paradoxais. Em suma, por que nao para deixa-Ios
-Ill lllcl'ta, voltar ao que ja apresentei a voces por urn vies, (sem que se
1< HHH dizer, creio, que me repito)? E suficiente, na natureza das coisas
Ill' :-Ie tratam a.qui, que elas venham it tona sob algum angulo, sob alvies, sob alguma aresta que perfura a superficie onde, apenas pe10
nlto do falar somos foryados a nos manter - que elas aparecessem em
1\..lgull1 momenta antes que tomassem verdadeiramente sua funyao. Eis
ntt 0, Jembro 0 que urn dia escrevi no quadro e que alguem que esta ai
pod 'ria ann'11fazer 0 favor de escrever em meu lugar para que eu nao
IilJu ' i merso ~u.mesmo no nivel de suas caras cabeyas.
Sl.:l1hora!Pegue esse pedayo de giz, faya urn retangulo, escreva ....
IIno! l:aya:o bem grande, quase do tamanho do quadro! Escreva: 1,2,3,
4 Hll prlmeiralinha. Nao! No interior do quadro ..... 1, 2, 3, 4 e escreva
J\l scguida: 0 menor numero inteiro que nao esta escrito no quadro
ttbnixo de '1,2,3,4 (risos18). Nao! Escreva a frase: "0 menor numero in1~}Jro
quenaoestaescrito
no quadro".
II()HNO
um
1,2,3,4
numero inteiro que nao
esta escrito no quadro
o menor
1Uh1lM\)lll'iII~~
III
•• ,
~,
Nlipr,l\'N\11111~111 P~lSS01ll:.s\'r~V(i1i
lIoquadro
()
nlnl1cro 5. S
Is\o poderia seapresentarsob uma forma diferente, a saber, (nolu 01'
que tne prestam 0 serviyo, como se acabadefazer e como agradeQOtl
pessoa.que teve a bondade de escrever essa frase que voces veem Cl:icri~
ta)que eu poderia, sem escreve-la, pedir ou mesmo, se quiserem ItlZ")!'
urn..pequeno personagem da boca do qual sairia 0 que sechamanoH
quadrinhos uma bolha: "0 menor numero inteiro que nao esta. escl'H~1
no quadro" em cujo caso estariam todos de acordo e nao teria como
contrapor, que e 0 numero cinco. E claro que a partir do momento 0111
que esta frase esta escrita: "0 menor numero inteiro que nao esta escHlo
l1oquadro", 0 numero cinco - estando ai, por esse fato mesmo, escrilo
-esta excluido. Voces s6 tern entao que buscar se 0 menor numcro in.•
teiro que nao esta escrito no quadro nao seria, por acaso, 0 numero sei~<.l
voces cairao na mesma dificuldade, a saber, que a partir do momento em
que colocam a questao, 0 numero seis a titulo do menor numero inlcifo
que nao esta escrito no quadro, ai estara escrito e assim pOI'diante .....
Este, como muitos paradoxos, nao tern interesse, certamente, a l1ao
Her para 0 que vamos fazer dele. Vou mostrar em seguida que nao ""
lulvezinutil introduzir a questao da escrita pOI'esse vies pOI'onde cia
pode apresentar algum enigma. E urn enigma, digamos, propriamentc
ntlando, 16gico, e nao e urn exemplo pior que qualquer outro, mostnll'
II l.~ hit, ai, em todo caso, alguma relayao estreita entre 0 aparelhodacs-t!Ut.e0 que se pode chamar a 16gica. Isso tambem merece de inic.io 5el'
h lubradono momento em que (amaioria dos que estao aqui, pen so, ten ..
IIp Ulna nOyaOsuficiente, mesmo para aqueles que nao teriam nenhum(~.
./;it pode servir de ponto de ligayao) em que lembrar que segurall"jcnlc,
~A algo que caracteriza urn passe novo, seguramente, seguramel~~c
Il\1VO ..... - no sentido em que estao longe e nao tern como se conteI', tiC
Msimilarno quadro do que se chamava a l6gica classica ou tradioiol1al
"os desenvolvimentos novos da l6gica, digo-o, estao inteiramente liga..;
, ,Insaosjogos de escrita.
(;oloqueIl.10s entao uma questao. Desde 0 ternpoem que falo da fun"
~j. od~ IingllCl.geI11.,
d~sde 0 que, para articular 0 que isso tern a vel' COI)l 0
~\Uit{) doi1]con~ciente, construi(devo dizer que ¢nec;essaI'ioquc () raytl
-tnpfl. p(lr et~lp~,diantede umaaudiencia onde 9InellOs (ll.le se p09c di~'f
t~1'C que cia me escutavac()J11restri9oes),construi
() ~raJ~)qllc {<?ifeito
IHll'll ()rdcnal' prCl..,iStll11CnlC \)(lllCIHl fUllyao da p~,lavrl:\ csla d 'finlclo pOl'
~S!e~~~J6,;e;seC~P9 qtlen~cesiii' aestruw. d. lingu.gem~ e proprial11enteoque sechama as vi;;s do discurso ou ainda 0 que chamei os
,te4iladeirosdo significante - em algum lugar neste grafo esta inscrita
a Jetra Amaiuscula, a direita, sobre a linha inferior. (Se alguem puder
apagarisso, todo esse grafo, eu poderia redesenha-Io rapidamente para
os que nao 0 conhecem). Esse pequeno19 A, que em urn sentido pode
se identificar ao lugar do Outro, mas tambem e 0 lugar onde se produz
tudoo que se pode chamaI' de enunciado no sentido 0 mais amplo do
termo, quer dizer, 0 que constitui 0 que chamei incidentemente 0 tesoura do significante - 0 que nao se limita, a principio, as palavras do dicicmario. Quando, precisamente, correlativamente, da construyao desse
grafo comecei a falar do chiste, tomando as coisas pelo vies que talvez
tenha parecido muito surpreendente e muito dificil aos meus ouvintes
de entao, mas que era precisamente indispensavel para evitar qualquer
confusao: 0 tra90 nonsensical - nao "insensato" mais proximo do jogo
que 0 Ingles define muito bern, faz ressoar sob 0 termo nonsense - que
tern no chiste; 0 qual, afinal, para fazer ouvir a dimensao que se tratava
ai de desenvolver, mostrei entao 0 parentesco, pelo menos no nivel da
recep9ao, da vibrayao timpanica, 0 parentesco que ele tern com 0 que
foi para nos, em urn tempo de provas, a "mensagem pessoal"20. A mensagem pessoal, quer dizer tambem, como todo enunciado na medida em
que ele se destaca "nao-sentidam ente", fiz alusao a isso da ultima vez,
lembrando 0 celebre: Colourless green ideas ...., etc. a conjunto,entao
dos enunciados - nao digo: das proposiyoes - tambem faz parte desse
universo do discurso que esta situado no A maiusculo.
A questao que se coloca e que e propriamente uma questao de estrutura, aquela que da seu sentido ao que digo, que 0 inconsciente e estruturacf.ocom o um a linguagem , 0 que e urn pleonasmo em minha enunciayao
poisidentifico estrutura a esse "como uma linguagem", na estrutura precisamente que tentarei fazer hoje funcionar diante de voces:
o que e esse universo do discurso, na medida em que ele implica 0
jogodosignificante? Na medida em que ele define as duas dimensoes da
nl~tafora~enquanto ••
que···a·.·c~deia·pode· ·sernprese IIllir ·(.~;e.ell(~r-c,ll;t,
..<:\,rJ~I~llrna1outracadeia pela via da operayaodesubstituiyaq,?Jl~IU[lJlt(1
pgfoutroJado,por essencia, ela significa essedeslizal11¢ntolqucR~sns"
temanisso: que nenhum significante contem em si prOpri~}al.~Ulll~lNjt!j,
./ni~~a9aO. Tendo lembrado esse movimento do universodoqi~pyrs9qW.l
. penniteesse mar (m er - m, e, r) de variayoes que constituj.as~igtljn"
c~90es -,esta ordem essencialmente movente e transit6ria,0I)d~JJlldtl!i
CoJllO0 disseem seu tempo, assegura que da funyao doqlJ)?h~.nJd,~nh
PJ11aJorma metaforica, os pontos de estojiJ - e isto, hoje, oUl~i\lqr~pd('i
discurso, que se trata de interrogar a partir deste unico aXioma,~()nlJ.ld
setrata de saber 0 que, no interior do universo do discurso,elel)O~lucx,.
pecifi.car.Axioma que e aquele que avancei da ultima vez:queo¥i~,'in~
'~a~te - esse significante cuja fun9ao temos aqui definido, de reprcseptul
..llmsujeito para outro significante - esse significante, 0 que repr9sCII1U
'fIe/em face dele mesmo, de sua repetiyao de unidade signific~lpt~'?;IHtu
~sta'definido pelo axioma de que nenhum significante -meSJ11q~Cl~Jo
esta,e m uiprecisam ente quando ele estit reduzido a sua fon1)umillillHh
~q~ela que chamamos a letra - nao poderia se significar aelt,n~Nnlq,
()~so matemittico que sustenta precisamente que quand()~e?l{)$i~m
,algum Jugal' - e nao unicamente, voces sabem, em urn exersjdpdul\J~
.geb]"a~quando
em algum lugar colocamos a letra maiuscuJaA,{l(llitJ
.retoll1amos. em seguida como se fosse a segunda vez que n9sse''Yin\()~
~ela,s'~TI1prea mesma, nao me fayam objeyao! Nao e hoje9ueV()~ldtu'
urn<;~]"sodematematica! Saibam simplesmente que nenhlJIJ1~21~nWl"
ci~y~?correta do usa qualquer das letras - seja ele precisame9t~l)(19l.liJ~)
qLlee~t~lnaisproximodenos
hoje, pOl'exemplo, nousodeunla9a~chr
.
qeMarkov--' necessitara de todo professor (e e oque?pl'opriq
Mm'"
..~ ()y.fa~;ia).aetap~~<de alguma maneirapropedeuti ca,defaz(w~en!iru
,<ltl9 .•lja ••d~i.m p~sse,.de.arbitrario,deabsoJ u~amente if1justi:~ic*vI;\JI1C~~~
·'~mpl'~po,p~l a ...
segunda yez, do ··Amaiuscul o,bel1lap(ll·~ntq.,ali {l.$,.~llf'~l
•.•
·····r7Pl·8sopta.r
..opritn eiro A J11~i~sculo,~()mose.fosseselnpr~og~~.sln~~,l\
'.•...
tlll1'14j.fic~ldade.q~ee~tan()principio·90.Uso matem atic().q~~Ta:pr~t~ll~U
·i~ientid~lde.Na()temos·a.ver ..·~x;pressamel1t~,
aq~i,· q09li$~.9'Jlpjl'l
nao e de matematica que se trata. Quero simplesmeJ1te lembrar que 0
fundamento de que 0 significante nao esta fundado em sesignificar ele
mesmo e admitido por aqueles mesmos que 11aocasiao puderam fazer
um uso contradit6rio desse principio - pelo menos aparentemente. Seria facil ver por qual truque isso e possivel, mas nao tenhotempo de
me estender nisso. Quero simplesmente, sem fatiga-Ios mais, prosseguir
meu prop6sito que e: QUAL E A CONSEQUENCIA, NO UNIVERSO DO DISCURSO, DESSE PRINCIPIO QUE 0 SIGNIFICANTE NAO PODERIA SE SIGNIFICAR A ELE MESMO?
o que especifica esse
axioma no universo do discursoenquanto coostituido em suma por tudo 0 que se pode dizer? Qual e a especie de especificac;:aoe essa especificac;:ao- que esse axioma determina - faz parte do
universo do discurso? Se nao faz parte, seguramentee para nos um problema. 0 que especifica, repito, 0 anunciado axiomatico, que 0 significante
nao poderia se significar ele mesmo, teria por consequencia especificar
alguma coisa que, como tal, nao estaria no universe do discurso! Entao,
precisamente, temos que admitir em seu seio; dizer que ele engloba tudo
o que se pode dizer. Encontrariamos-nos em alf,lUmadeduC;aoque significaria isso: 0 que nao pode fazer parte do universo do discurso; nao poderia se dizer de a1guma forma? Certamente, e claro que desde que falamos
disso que lhes trago, nao e evidentemente para dizer que e 0 inefavel,
ternatica da qual se sabe que por pura coerencia e sem par isso ser da escola do senhor Wittgenstein22, eu considero como: que e vao falar.
Antes de chegar a tal formula, onde, afinal, verao que nao os leva
pelo relevo nem pelo impasse que isso constitui, pois tambem sera necessario retornar a isso - fac;:overdadeiramente tudo para que as vias
Ihessejam abertas pelo que eu tento que me sigam - tomemos de inicio
o cuidado de colocar a prova isso, e que ... 0 que especifica 0 axioma de
que "0 significante nao poderia se significar a ele mesmo", permanece
parte do universo do discurso.
Oquetemos entao para colocar? Trata-se do que especifica a relac;:ao
queenunciei sob a forma "0 significante nao poderia se significar ele
:1-
·Willfl.l,;IlSI1,1ill,LlI<'hyig,~'cf
P. J<,IONSOWNI,i. Oullill1f1nl,
o.final do Traclatlls 16gico~philosophiclls, In 1. Trat!lIf;aot!c
IWil.
mesmo". Tomemos arbitrariamente 0 usa de urn pequeno signotllW
serve nessa logica que se funda sobre a escrita, esse w do qual. voc:<}s
conhecerao a forma (essesjogos talvez nao sejam puramente acidentais)
de minha punr;ao, da qual, de algum modo se teria revirado 0 chapell,
que se teria aberto como uma pequena lata e que serve, esse w para
designar na logica dos conjuntos, a exc1usao. Dito de outro modo, oque
dcsigna 0
em latim que se exprime por um aut: 0 um ou 0 outro.C)
i:lignificante, em sua apresentac;:ao repetida nao funciona enquanto funciQnando a primeira vez ou funcionando a segunda, entre uma e outra
hil; uma hiancia radical, 0 que quer dizer que 0 significante nao poderia
sc significar ele mesmo.
011
Nos supomos, nos 0 dissemos, que 0 que determina esse axioma
'omo cspecificac;:aono universo do discurso e que vamos designar POI'
lUll :;ignificante B, um significante - essencial: do qual voces observarao
quo t"llc pode se adequar ao que 0 axioma precisa, que ele nao poderia,
m ~ltna certa relac;:ao,e por uma certa relaC;ao,engendrar nenhuma sig ..
IIlllcl:tyao, 8 e muito precisamente esse significante do qual nada f'ai'.
\lbJ('l\~mO que ele seja especificado pelo que ele marca, se posso di7.CI'"
'litn ltsterilidade; 0 significante ele mesmo estando justamente cantOi !'l;t,udo por isso, que nao hit ai nada de obrigatorio, que estaJongc dc
Ii ~Ido primciro jato que se engendra uma significac;ao. Eo que mcda (')
tI HI t() de si.mbolizar pelo significante B, esse trac;o de que a relayao do
14fliJICHIlLcc()nsigo mesmo nao engendra nenhuma significay8o.
Mn.,'4\PW1cUTIos
para comeyar, do que afinalparece seimpor, <.\ qllo
lIJlo\un Il Qoisa que estouenunciando faz parte do universo do dis<.:urs{I
v JI.tllH1S 0 que rcsulta disso.Eporque mesirV()mOmelltalleam(.~nt
" I,Uh,jU • ullnal,isso nao me parece inapwPtiado
de Ininha pcqucnu
IHltI~" opura dizur que H razparte deA,que ele tem, cQln cle, rclayt) H,
t II It I tqU(.\1.t1 el)rt~llllUI1IC QlI dovcrei lIsarQom voces (ll) kmgo <lussc kll)O,
.. !ljn OInpl \Kidadt~otl 111(,~sindiqllci de:n:dtima v 0;.';, deco'l1lpondollHO
l:W(ltWlltl ~IMml '111 Ill(IHR as fonn<is binlirias quo~,\ podc rnzol'.
./
Trata-se entao de saber se nao resulta dai alguma contradivao, a saber, que pelo proprio fato de terrnos escrito que 0 significante nao poderia
se significar ele mesmo, poderemos escrever que esse B nao se signifi.ca
ele mesmo, mas, fazendo parte do universo do discurso, pode ser considerado como alguma coisa que, sob 0 modo que caracteriza 0 que chamamos uma especificavao, pode se escrever: B .!az parte dele m esm o.
E claro que essa questao se coloca: B faz parte dele mesmo? Dito de
outro modo, 0 que enraiza a novao de especifica9aO, a saber, 0 que aprendemos a distinguir em diversas variedades l6gicas, quero dizer que espero que haja aqui muitos que sabem que 0 funcionamento do conjunto
nao e estritamente superponivel aquele da classe, mas que tambem tudo
isso, na origem, deve se enraizar no principio de uma especificavao.
Aqui, nos encontramos diante de alguma coisa cujo parentesco, alias,
deve ressoar suficientemente ao ouvido de voces, do que chamei da
ultima vez: a saber, 0 paradoxa de Russell. Enquanto 0 enuncio, aqui,
nos terrnos que nos interessam, a fun9ao dos conjuntos ... - na medida
em que ela faz alguma coisa que eu nao fiz ainda, pois nao estou aqui
para introduzi-Ia mas para manter voces em urn campo que logicamente
esta aquem - introduzia alguma coisa que e a ocasiao, a esse proposito,
de ten tar entender: a saber, 0 que funda 0 funcionamento do aparelho
dito teoria dos con.Juntos, que hoje se apresenta como totalmente original, certamente, em todo enunciado matemMico e porque a 16gica nao
e nada mais do que isso que 0 simbolismo matemMico pode apreender;
essa funvao dos conjuntos sera tambem 0 principio, e e isso que eu coloco em questao, de todo 0 fundamento da logica.
Se for uma logica do fantasma, e que ela e mais principial ao olhar
de toda logica que se introduz nos desfiladeiros formalizadores onde ela
se revelou, eu 0 disse, na epoca modema, Hlo fecunda.
Tentemos, entao, ver 0 que quer dizer 0 paradoxa de Russel, quando
ele cobre alguma coisa que nao esta longe disso que esta no quadro.
Simplesmente ele promove como realmente envolvente 0 fate de urn
tipo de significante, que ele toma alias por uma classe. Estranho erro ... !
Dizer, por exemplo, que a palavra "obsoleta" representa uma classe
onde ela estaria incluida ela mesma, sob 0 pretexto de que a palavra
"obsqleta"e obsoleta, ecertamente urn pequeno passe de magica, quo
so tern estritamente interesse por fundar como c1asse os significantes
que nao se significam ele's mesmos23. Enquanto que, precisamente, nos
colocamos como axioma, aqui, que em nenhum caso 0 significante
poderia se significar ele mesmo e que e dai que e necessario partir, e
com isso que e preciso se virar, mesmo que seja para se aperceber que e
necessario explicar de outra maneira que a palavra "ob soleta" possa ser
lIualificada de obsoleta. E absolutamente indispensclvel fazer entrar ai 0
que introduz a divisao do sujeito.
Mas, deixemos "obsoleta" e partamos da oposi9aO que coloca urn
Russel, ao marcar alguma coisa que seria contradic;:aona formula que se
~'ll11t1ciaria
assim:
dt~ 11111 sub-conjunto B do qual seria impossive] assegurar
0 estatuto, a
IWI'lirdo que estaria especificado em urn outro conjunto A, pOI'uma car11't ristica tal que urn elemento de A nao se conteria ele mesmo.
lUt algum sub-conjunto, definido por essa proposic;:aoda existencia
tlo. 'Iementos que nao se contem eles mesmos?
SOluramente e facil, nessa condic;:ao,mostrar a contradic;:aoque exIr&l:! Ili.sso,pois nao temos que tomar um elemento y como fazendo parte
tl·· U. como elemento de B, (y € B), para nos apercebermos das conse'l'., 'dl. n 'ius que hit desde entao; ao faze-I 0, ao mesmo tempo, enquanto tal,
''',
I' pur-te, comoelemento de A, e nao sendo elemento dele mesmo.
,!
ttO
tWllln
'I' ijtl9 H
'h,1
n dlli
r6nnula jogacoplisso,
I' 'Sl
dla"
Jl1 nu.aoda
que each vez que fazemos B
interdependencia da formula,
que se B faz part~ de A, ele nM deve fazer parte dele l1l0S11W, f)e por
outro lado - B sendo colocado, substituido no lugar desse y ~ se por
outro lado ele nao faz parte dele mesmo, satisfazendo 0 parentese it direita da f6nnula, ele faz entao parte dele mesmo sendo um desses y que
sac elementos de B.
Esta e a contradic;ao diante da qual nos coloca 0 paradoxa de Russel.
Trata-se de saber se em nosso registro, podemos nos deter nisso,
deixando eventual mente de nos apercebermos do que significa a contradic;ao colocada em relevo na teo.ria dos conjuntos, 0 que pennitinl
talvez dizer pOI-que a teoria dos conjuntos se especifica na 16gica, a saber, que passe ela constitui em relaC;ao aquela que tentamos aqui, radicalmente, instituir,
A contradic;ao de que se trata nesse nivel on de se alticula 0 paradoxo
de Russel, mantem-se precisamente - como 0 uso apenas das palavras
o indica - com isso que eu digo. Pois se nao 0 digo, nada impede a esta
f6rmula, mas precisamente a segunda, de se manter como tal, escrita, e
nada diz que seu uso se detera nisso, 0 que digo aqui nao e nenhum jogo
de palavras, pois a teoria dos conjuntos enquanto tal, nao tem absolutamente outro suporte senao 024 que e s c r e 1 'o , que tudo isso que pode se
dizer de uma diferenya entre os elementos esta excluido do jogo.
Escrever, manipular 0 jogo literal que constitui a teoria dos conjuntos
consiste em escrever, como tal, 0 que digo a esse respeito: a saber, que
o primeiro conjunto pode ser formado ao mesmo tempo pela simpatica
pessoa que esta tentando hoje, pela primeira vez, datilografar meu discurso, pelo vapor que esta sobre este vidro e por uma ideia que, no
momento, me passa pela cabec;a, que isso constitui um conjunto, a nao
ser por isso: pOl' que d i x o expressamente que nenhuma outra diferenc;a
existe a nao ser aquela que e constituida peJo fato de que posso aplicar
sobre esses tres objetos, que acabo de nomear e dos quais voces veem 0
heter6clito, um 1 1 '( / ( ; : 0 l I t l C l r i o sobre cada um e nada mai s.
0 paradoxo de Russcl, a saber,qu'
dckl
illlpassc, 11cnhul11aimpossibilidadc nisso, quG B
do qu II '~ll1n~)sd, mas que comecei a supor que possa l~llcr part.e do
1111 VI,' I, n dn dis0UJ'SO,ccrtamet1te ele - ainda que fcito da cSfJccif1cac,:. (1
1 1 ( 1 1 1 1 1 \ '1 , v ig l! { jh : o lllC !
/ lt io poderitl s e sign{ficar ele lJ I e S / 1 1 O - pode IHI vcz
1'1' COIll 'I~'
III 'SIllO esta especie de relac;ao que escapa ao paradoxo de
I tin Ill, I ~l1h 'I', demonstrar-nos algo que seria talvez sua pr6pria diml~n~
""'II n U PI o pt'lfoiitnde que vamos ver em qual estatuto ere faz ou nao part()
If, UtI t'r 10 dt) di scurso.
fom l~ito.!:ie tomei 0 cuidado delembrar a voces a existencia do
r,111I1'ltu I) d' Russell,e
provavelmente porque eu yOU poder me SGI'Yfl 1I,,1 pnm nlzcr com que voces sintam alguma coisa. Vou f~IZC-los
., nlh' tit· lnk:io,da forma mais simples, e depois, de uma forma mais
I III 11l\'O-nS s~ll(ir da. Fortna mais simples, porque estou pronto, hi! aII mil Ilfl1pO, fI todas as concessoes. (risos) Querem que eu diga coisas
If1JUpi tl,I, linll 0, direi coisas simples! Voces ja estao bastante formado!'l
1.\11111 j'ln, grllym; tWS meus cuidados, de saber que i5S0 nao
uma viiI
{ j\ II I 'Ill 'lUflll{O
a de compreender. Talvez, mesmo se 0 que eu () digo
III 11tIIV~~lll.'ljlllpk:S, festara, de todojeito, uma desconfianc;;a ....
/111,
mitthnqu
II \)
I
d
'slnollllo cncontra
'thlt.,lll\l1hllll1
l
e
I
c
11111i' fido!/,(l dos cata.logos, vejam entao, numa primeira abordagcl11,
Hiqll
~c truln realmente do significante. Vamos ficar surpresos tjll •
.'h ,100 N 1 cO/lt.cnha ole mesmo? Certamente, pois isso para nos, patt:~( lil1f t!J\igido de inicio. Todavia, nada impediria que 0 catalogo d'
ttltll\~ W1 tllltfl!ogO'l que nao se contem eles mesm05, nao se imprima de
HI lflllll,
!lHlClI interior! Na verdade, nada 0 impediria,
nern mCS1110H
qtllhlltli\1 ('l que 1.01'<1 Russell deduziria disso!
Mlilt 'lHlllldcrCllh)$
justamente essa possibilidade que ha, quc, para
fiall1nnl!' Idiz<,1_lo,cle na" so inscreva nele mesmo.
In!1I'ItH1R 0 primciro oatillogo; hi apenas quatro cat'llogos, at~ i1i~
ilH 11~{t ~~ CC>n1 "'m dM
Eis entao 0 que faz com que, uma vez que nao estamos no nivel de
tal especificac;ao, posto que me coloco em jogo, eo universo do discur-
tllCS!TI()S:
o quo 0 que
h{1 de incollqebivel
em penSl:tr qtle hil WII ptll1it'il'()
~:a~
f {dogo que c()nt~l1l i\ B C D;/um segundo que contcm B ( , I) I,:, t' 11[10 nos
vspalliarmos que em cad a um falte esta letra que e propriarncnte aquela
que () dcsignaria a eJe mesmo?
Mas, a partir do momento em que voces engendram essa sucessao,
voces $(') tem que arranja-Ia sobre 0 circuito de um disco e se aperceber
1I'le nao e porque em cada catalogo faltara um, ate urn numero major,
que 0 clrculo desses catalogos nao fara algo que e precisamente isso que
responde ao "ca.taJogo de todos os catalogos que nao se contem eles mesmos", Simplesmente 0 que constituira essa cadeia sera essa propriedade
d . sor 1/111 sign!ficante a mais que se constitui pelo fechamento da cadeia,
(Jm significante incontavel e que justamente pOl' esse fato, podera ser
dcsignado pOl' urn significante. Pois nao estando em nenhuma parte, nao
hil Jlcnhum inconveniente a que um significante sUlja que 0 designe como
sigwf;C:(.lnle a mais: aquele que nao se apreende na cadeia,
(J
'1'01110 outre exemplo. Os catalogos nao sac feitos inicialmente
para
'ntalogar catalogos, eles catalogam objetos que estao ai a qualquer tilulo (a palavra "titulo" tendo aqui toda sua importancia). Seria facil se
c-ngajar nessa via para reabrir a dialetica do catalogo de todos os catalop,ns, l'nas, vou poruma via rnais viva, pois e necessario que deixe alguns
l\xcrdcios para a pr6pria imaginayao de voces,
o livro: entramos com 0 livro, aparentemente, no universo do dist:urso, Entretanto, na medida em que 0 livro tern algumas refen§ncias e
epic elc podc tambem ser um livro que tem que recobrir certa superficie,
\1111 regislro de alguns titulos, 0 livro compreendeni
uma bibliografia, 0
qu~ qucr dizcr alguma coisa que se apresenta propriamente para reprei'lmlar isso, aquilo que resu1ta na medida em que os catalogos vivem ou
llnn vivclll no universe do discurso: se fayo 0 catalogo de todos
os livro~ qlle conlem lima bibliografia, naturalmente nao e das bibliografias
qtlc I~wo 0 Gal/llogo! Todavia, ao catalogar esses livros, enquanto nas
hibljografias eles se reenviam uns aos outros, posso muito bem recobrir
l) l;llnjulllO de todasas bibliografias.
I
, \ pi clltih) que poge se situar 0 fantasm a poetico por exceIencia,
Illllid ' que ohs 'dav~l M~11Iarme: do U vro absoluto, E neste nive], em
cois<lsSU elHHlanl no nive! do uso, nao de puros significantes, mas
d ~Idl,l1ificantes puriflcados, na medida em que digo - e que eu escrevo
lillI' ('/I digo
que 0 stgnificante esta aqui aliiculado como distinto de
jlldll
si, nificado, eu vejo entao se desenhar a possibilidade desse Livro
)h~mltlto, Cl~iacaracteristica seria que ele englobaria toda a cadeia signilknlltc, propriamente nisso: que ela pode nao significar mais nada.
qllC: Oi"
elml isto, entao, ha alguma coisa que se as segura como fundada na
\',istcncia no nivel do universo do discurso, mas que nos temos que suslwnder cssa existencia na pr6pria 16gica que pode constituir aquela do
rnll!aSI1l<:l,
pois tambem e a Lmica que pode nos dizer de qua] maneira esta
Il'gill(l se erige no universo do discurso, Certamente, nao esta excluido
<1"<.' pcrtenya a ele, mas, pOl' outro lado, e celio que ele ai se especifica,
1ll'IO por esta purificayao de que falei ha pouco, pois a purificayao nao e
possivel no que e essencial ao universo do discurso, a saber, a significa,'1\0 I,: eu Ihes falaria ainda quatro horas mais desse U vro absoluto que
~\'fllpn,) ficaria celio que tudo 0 que digo a voces tom um sentido.
( ) que caracteriza a estrutura dessc B· !HI flWdi dn \.~111qllv Sllb\.',nws
situa-Jo no universo do discurso, denlro Oll ('mil C prccisnmclllv
I'SSl' trayo que anunciei
ha pouco fazendo 0 clt\:ulo, L1niqlnl('nte vUIII
(",se i\ BCD E, na medida em que, simplesmente, Icchar a cadciH, dai
I 'slIlta que cada grupo de quatro pode deixar facilrnente fora deleD sigIIlfk\lllte estranho que pode servir para designar 0 grupo, pela simples
Ill/au de que ele nao esta ai representado
e que entretanto a cadei a total
H~l,~IIC()lltraraconstituindo 0 conjunto de todos os significantes, fazendo
"lIl~'il' esse universo a mais, incompativel como tal, que e essencial a
lodil lima seria de estruturas, que sac precisamente aquelas sobre as
((llitis rllndei, desde 0 ana de ] 960, toda minha operat6ria da identifi~'II~:tlO1 \ saber, 0 que voces encontrarao,
pOl' exemplo, na estrutura do
(Ill 0: scndobem
evidente que ao circular sobre 0 toro um certo I1Llmero
dl' vII!tas, aofazer operar uma serie de voltas completas com um corte,
11 111/,I.,\ndu com isso 0 numero que queiram (naturalmente
quanta mais
I \nhll, III ai s e sati sfat6rio, porem mai s e obscuro), basta fazer duas para,
l\(l/111.:SlI)O
tempo, ver aparecer a terceira, necessaria para que essas duas
! (; r~;rh(,'lll {:.,se posso dize-Io, para que a linha morda a cauda. Sera esta
\'01110
1('I1,:~'ira voila que \.JS1{) a;;scgurada pelo fechamolliu VIII fdJlW dn rum
\~'Illlal,puin
qual 6 imposs,i-vel nao passar para que os dols p,illwiros
11lH."is He n: corl em.
Sl~ III () 1l1C;O
hOle 0 desenho no quadro e que, na verdade - ao dize-Io
digo isso 0 bnslante para que voces me entendam, tambem um POllCO
pHru qlll; ell I1wslrc qlle hi ao menos dois caminhos ai na origem, pelos
qUllis isso !Jude se cl'ctuar e que 0 resultado nao e de todo 0 mesmo
qUlIllln uo surgimull10 desse (J111 a m ais do qual estou tentando Ihes fa-.
IHI'
J\sla indicac,:ao simplesmente
sugestiva nao tern nada que esgote a
1iqllc.r.a do que nos fornece 0 menor estudo topol6gico,
IlllicClll1Cntc 0 que se trata hoje de indicar, e que 0 especifico desse
11l1Ill(J<r~'\
do escrita e justamente se distinguir do discurso pelo fato de
ljm' c-Ie pode se fechar. E, se fechando
sobre ele mesmo, justamente, e
d;1I que surge csla possibilid3ode de um "um" que tem um est3otuto bem
Dlllro quo aquele do Um que unifica e que engloba. Mas desse 1 1 1 1 1 que
apl'lllls, pelo simples fechamento - sem que haja necessidade de en1/111'no estatllto d30repetic,:ao, que the esta lig3odo contudo estreit30mente
Iwda (I IlHOser sell fech3omento faz surgir 0 que tem 0 estatuto do U m
f/ / l i l l i s ,
na medida em que de nao se sustenta a nao ser da escrita e que
~''''Il'l,l'\)lltlJdo, aberto em sua possibilidade
300universo do discurso; pois
hllsla, como j(l observei, que eu ESCREVA - mas e necessario que essa
~'~l'ljlatl~l1ha lugar·- isso que OlGO da exc]usao desse U J n basta para en~I,l'lldnlr esse outro plano que e aquele onde se desenrola, propriamente
1'1I111fldo, toda a f'lInc;,aoda 16gica; a coisa nos sendo suficientemente
inlil'Hda pcla eslimulayao que a 16gica recebeu por se submeter unica1l1l'llle.ll)jogn dn cscrita,excetoque
falta-Ihe sempre lembrar que isso
I (,'Ihllisa ap("~lws sobre a fUI1t;aO de uma FALTA, nisso mesmo
que esta
t', nilllu
que c0l1s1itui 0 estatuto, como tal, da func,:ao da escrita.
Ilojedigo a voces coisas simples, e talvez com 0 risco mesmo de faz\" pan: 'cr esse disclirso decepcionante. Nao obstante, estariam errados
~'1l11l:jo
que isso seinsere em um registro de quest5es que dao desde
1'1 fUI1~;ii()tin cscrita algllma coisa que poderia apenas repercutirHit' \I
profundo de qualquer concepc,:ao possivel da estrutura.
I'pih Sll n uscrita da q~lal [alo 56 se suporta no retorno, na volta sobre
III Ilh'MlllO, por UJ11 corte (tal como 0 ilustrei na [un9ao do toro),eis-nos
11'1111 kvudo/; a isso que os estudos precisamente
os mais fundamentais,
It • ld()~, ao progresso da matemil.tica analitica, nos permitiram mesmo
I, Oil!' II lill1~:ao da borda.
()I':I, dcsde que falamos
de borda nao ha nada que possa nos fazer
jIll" 11Intificar esta fU119aO,porquanto
voces deduziriam dai indevidam\ 1111' ljlll.:cssa tl1119aOda escrita esta em Iimitar esse movimento
de que
Illki !lft PUllCO como sendo aquele de !10SS0S pensamentos ou do uni'I NIl do discurso.
Bem longe disso! Se for algo que se estrutura como
IHIlt! 1,0 quc ela mesma limita esti em posic,:ao de entrar por sua vez na
It ItWIIObordej ante. E entao com isso que temos aver.
()\I el1!.;}!)- e esta ai a outr3o face sobre 0 qual espero terminal' - e
II !\'lllllrele do que desde sempre se conheceu
sobre a func,:ao do trcu;o
Ptl1tl1l
man,
II'
1 1 1 / 0 1 '( ( 1 ,
I't'llllillarei invocando 0 versiculo 26 de um livro do qual jei me servi
"PllllllIHllllente, para come9ar a fazer entender 0 que e a funyao do sigll1Jil'allll~: 0 livro de DanieP6 (a prop6sito da hist6ria de uma calya de
1\11\ 0 qlle se designa por uma palavra que pennanece
como 0 que se
\!Jlllllll1
1II11 h a p a x e que e impossiveI
traduzir a menos que sejam socos
lpll' porlnval11 os personagens
em questao),
J)o livro de Daniel, YOCesjatem a teoria, que e aquela que expus do
"'"I~'ilo~, precisamente, surgindo no limite desse universo do discurso,
I, II nlillusa hist6ria do festim dramatico, onde /lao encontramos, alias, 0
'II
V'::~5. J-:sla parle do IiVl"O de Daniel, do capitulo 1I-4 ao rim do capitulo VII. eshi
ar;lInai,o (0 res!o e~la em hebreu). "se eneontra sob essas palavras misteriosHs
11',1111111,''; de II':N Pl;S,)f; ou nJoedas orientais: a mina, 0 siclo e a meia-mina
(pards) e os
Il·IIIIl.I~:'Ie pn'Slilrl:tll1l1 UII'll! scric de jogos de palavHls vos versos 26··28, mime sllgerindo
" \ ,',I,u /1/,11/(/ (lI'Icdir\.ll'ql'i. 0 wrbo s/w qal (pesar) e part/s ao mesmo tempo, 0 verbo
1"/1'11\ (di\'idin " () IHllIl1.' d(IS J>,rs:,s, Niio hit al\ordo sobre 0 sentido da seqUencia: allls1io
IHI \'111,11 ,k\l'l~'SC"lIk' dt\~ tl'~Simp0ri(l~ que:iC :;ul'cdem(BabiI6nios.
Medos e Pel's!!:;)
1111 ,1"1, 11','1' I't.·i,s (Nilbt Icpd(II10SOI',
I ;l'il-Ml.)roduk I.) 13:dlll/,i1r)ou ainda (Nabucodonosor,
Illdlihlll " 11'1 ICIN d.t; Ml'(k,~ l' dos I'llr~;I~)
()1I dOl'lll;il,)
Hiltiga
l~U.i11
P I~t:lse pcnk.u" (I1,hl;;1
Illillici
Il'd1f'.hb ,Ill
ill'
/,1111.111"111
. I(,'),j)
i
menor trayo nos anais. Mas pouco importa!
M ene, M ene, pois e assim que se exprime 0 verso 26, M ane, M elle,
Ihequel, O upharsin que e transcrito habitualmente, no famoso lv/ane,
thequel, phares. Nao me parece inutil observar que Mane, Mane, que
quer dizer "contado" - como 0 faz observar Daniel, interpretando-o
para 0 principe preocupado - se exprime duas vezes como para mostrar
a repetiyao a mais simples do que constitui a contagem: basta contar ate
dois para que tudo 0 que e desse U m a m ais - que e a verdadeira raiz da
funyao de repetiyao em Freud - se exerya e se marque com isso, exceto
que, contrariamente ao que esta na teoria dos conjuntos, nao se DIZ.
Nao se diz 0 que a repeti<;aobusca ao repetir, e precisamente 0 que
escapa pela fun<;ao mesma da marca, porquanto a marca e original na
funyao da repeti<;ao. E pOI'que a repetiyao se exerce disso, que se repete
a marca, mas para que a marca provoque a repeti<;ao buscada, e necessario que sobre 0 que e buscado, do que a marca marca pela primeira
vez, essa marca mesma se apague no nivel do que ela marcou; esta ai
o porque do que na repetiyao e buscado, que pOI'sua natureza escapa,
deixa se perder posta que a marca nao poderia se redobrar a nao ser ao
apagar-se, sobre 0 que esta a repetir, a marca primeira; quer dizer, deixa
deslizar para fora do alcance.
M ane, M ane ... Alguma coisa esta em falta nisso que e encontrado:
Thequel. 0 profeta Daniel 0 interpreta dizendo ao principe que, de fato,
ele foi pesado, mas que algo ai falta, 0 que se diz pharsin. Esta falta
radical, essa falta primeira que decorre da funyao mesma do contar enquanta tal, este um a m ais que nao se pode contar, e isso que constitui
propriamente essa falta da qual se trata de dar sua funyao logica, para
que ela assegure 0 de que se trata no Phares terminal, aquele que faz
precisamente explodir 0 que e do universo do discurso, da bolha, do
imperio em questao, da suficiencia do que se fecha na imagem do Todo
ill1aginario.
Eis exatamente pOl'qual via se porta 0 efeito da entrada do que estrulllra 0 discurso em seu ponto mais radical, que e seguramente - como eu
I)Ull'lpredisse e acentuei, ate ao empregar ai as imagens as mais vulgares
a, tetra de que se trata, mas a letra enquanto excluida, enquanto ela
mila,
ht xulllIHcnte0 que eu tambem - posta que refayo hoje uma irrupyao
lrlldi,:ao judaica sobre a qual, para dizer a verdade, tinha tantas
pll~paradas e ate tenho me debatido com um pequeno exercicio
,(. Ilpl \'Ildizagem de leitura massoreticai'J,todo trabalho que me tem side
11 hi IlIllll l1laneira embainhado pelo fato de que nao tenho podido fazer
h f \llllllicu que tinha a intenyao de desenvolver em tome do Nome do
(I
(. que de tudo isso resta alguma coisa. E principal mente que no
U vd dll Ili:-;loriada Criayao, Berechit Bara Elohim comeya 0 Livro,
IIHl UIl' beth. E e dito que esta letra mesma que empregamos hoje, 0 A
Utll ~I/~'I"0, Oll ~, 0 Aleph, nao estava na origem dentre aquelas de onde
11 " II
j
IIlft1
_JHll j 1(1/1 11 criayao.
I 10
a.i para nos indicar, mas de uma forma de alguma maneira
rl 1Ill11ndo sobre ela mesma, que e enquanto uma das letras esta ausente
III /IIlllil J'llS funcionam, mas que sem duvida e em sua faha mesmo que
II ~Hh·1(\C11l a fecundidade da operayao.
"S!;"
" ~jldlHIIII1 \'IIIIt'u'\'\~'f',<J!/I: iloI1l\' olGX10 hd.1r"lI da bfblj".
IljlIIH~
1'1
I
t'ci(()
pOl'
om grllpo de dnutOl'CH
Li<;aolll
Illlj~'v~)CCSV aG escutar urn trabalho, uma cornunicaQao de Jacques-AI-
Mill~r, Isso·- a respeito de que Ihes adverti da ultima vez, talvez urn
(Hrde, LImaparte da assembleiaja tendo se dispersado no momenta
11qll~\ ell fazia a anuncio - marca que desejo que continue fundado esse
lillill ' l;lIrioso de sem inario, que foi ligado ao meu ensino desde Sainte,\1111(\ lInde, como voces sabem, ele se sustentou durante 10 anos.
Illieialmente eu s6 falei aqui dos dais anos que precederam. Voces
HIIl'1ll (alguns dentre voces discordam veernentemente)
que eu quis que
1 • ,t' sl:ll1inario se sustentasse
de uma maneira efeti va, acreditando que
I N I dl;tividade devia ser ligada a uma celia reduQao dessa audiencia tao
Il\lllll..:msa e tao simpMica que voces me concedem com sua assiduidade e
"1111 nlOllyaO;e, meu Deus, tanta assiduidade, tanta atenQao merecem conldvral,:oes, as quais fizeram-me admitir que a reduQao da audiencia ne\w,:-;ite de triagem bem dificil. De sorte que, no total, 0 numero de voces,
HI' l'lc chegasse a ser mais reduzido, nao sena tanto do ponto de vista da
ljWlntidade - que desempenhasse um papel tao importante na comunica~'lhj que as coisas houvessem, para falar propriamente, mudado de esl'lIla. Esse nao era 0 caso. E isso que me fez, este ano, deixar em suspenso
II soluyao desse dit1cil problema. Quer dizer que ate nova ordem, e sem
l'l1gajar-rne nisso de forma algurna, eu nao fecho nenhuma dessas quartas ...
I't;il'as, quer elas sejam terminais, semiterrninais ou outras,
Apenas esse nome de semi miri 0, eu desejalia pelo menos que elc
l'osse mantido - e sob um modo mais marcado do que ele foi finalment\;J,
l'm Sainte-Anne ou, e claro, ate mesrno em todos as ultimos anos, .houvc
hllll
p(Ul~'\l
reuni5es onde eu~delegava a palavra a tal ou qual daquelcs que entao
me seb'Uiam. Entretanto, permanece exatamente alguma coisa que suspende essa nomea<;ao27 de semimlrio entre 0 uso proprio de uma categoria - um lugar onde algo se troca, onde a transmissao, a disseminayao de uma doutrina deve se manifestar como tal, quer dizer em via
de veicula<;ao - continuava uma ambiguidade entre esse uso proprio da
categoria e nao sei qual outro use, nao para falar propriamente do nome
proprio (porque toda discussao sobre 0 nome proprio poderia concernir
a isso), digamos de uma nomina<;a028 por excelencia, cuja nominayao
por excelencia se tornaria uma nomina<;ao por ironia. Desde entao, creio
que para marcar bem que nao e nesse estado de coisas que entendo que
se estabiljze 0 usa dessa nomeayao, voces verao periodicamente intervir um certo nllmero de ... pessoas que quanto a isso se mostrarao ... se
mostrarao dispostas.
Seguramente Jacques-Allain Miller, para inaugurar a sene, por
qualquer razao, esse ano, posto que ele Ihes forneceu esse indice em
meu livro (indice racional dos conceitos) que, segundo tudo que en tendo, foi muito bem-vindo para muitos que encontram grande vantagem
nesse fio de Ariadne, que Ihes permite passear atraves dessa sucessao,
de fato, de artigos, onde tal no<;ao, onde tal conceito (como 0 termo e
empregado com a mais justa razao), se en contra em diversos estagios.
Todo pequeno detalhe, assinalo, para responder a uma questao que me
foi colocada por alguem, que nesse indice, os numeros italicos marcam
as passagens essenciais e que os numeros retos ou romanos como se diz,
marcam passagens onde a no<;ao ou conceito esta implicado de uma maneira mais "en passant" (acontece que na pagina que e designada, 0 que
e assim referido sllstenta-se simplesmente numa indica<;ao numa linha,
na pagina). Para dizer-lhes 0 cuidado com 0 qual 0 pequeno aparelho
tao utilizavel foi construido.
Eis ai, a esse respeito, anunciam-me que 0 livro esta, como se diz,
nesse/rangles que quanta a mim eu nao repudio - out ( i print, 0 que
quer dizer: "esgotado". Eu acho out (!fprint mais gentil; "esgotado" ...
'27
No original, "pltl/alion. que lelll
0
scnlido de 'designar
rlll](;~()'.
2R
No
o r ig in u l. llo f 1 / illlllio / i.
qllc (cm ()
scntidq (k .
para
0
exen:kio
de cmprego
011
devem sentir quase por vossa experiencia desses ultimos aIlOS, que eu
nao tenho tempo a perder, se eu quero enunciar diante de voces as coisas
no nivel da construyao que voces me viram inaugurar em seu estilo por
meu ultimo semimirio e os pontos em que eu pretendia estabelecer 0 esboyo dessa logica que eu tenho a desenvolver diante de voces este ano.
Desde entao, e como entretanto esse livro existe, com os primeiros
movimentos que ele acarreta, os quais serao seguidos de outros, e que
em suma, os dois ou tres pontos que acabo de fazer surgir assim, como
principais (mas hit outros) se arriscam a permanecer para voces em suspenso. Creio a esse respeito dever advertir-Ihes que voces encontrarao,
acreditem-me, a explicayao (ao menos uma explicayao suficiente tal que
ela lhes permita responder pelo menos a uma parte dessas quest5es que
podem permanecer para voces em suspenso), em dois tipos de entrevistas, como se diz, ou de interviews ainda, que VaGser publicadas, creio,
(se minha informayao e boa, essa semana) em lugares, meu Deus, que
nao tern nada de feira, que se chamam respectivamente 0 Figaro Litteraire e as Lettres Fram ;aises, onde talvez voces venham a saber sobre
esses pontos urn pouquinho mais. Alem disso, como eu nao posso me
impedir, cada vez que eu tenho urn desses modos de rela90es exteriores,
de nelas colocar assim mesmo urn pouquinho do que estit em curso, e
possivel que voces encontrem aqui ou ali alguma coisa que se relacione
com nosso discurso desse ano.
B evidente que eu tenho algum escrupulo, por exemplo, como tenho
feito da ultima vez ao falar-Ihes da repeti9ao do tra90 unario e, como
se situando, se instaurando fundamentalmente nessa repetiyao (da qual
pode-se dizer que ela so acontece uma unica vez, 0 que quer dizer assim mesmo que ela e dupla, sem isso nao haveria repetiyao), 0 que de
saida, em suma, para qualquer urn que queira se deter urn pouquinho
nisso, instaura em seu fundamento mais radical a divisao do sujeito, eu
nao posso nao ter urn pouco de escrupulo ao te-Io enunciado diante de
voces, da ultima vez, quase de passagem, enquanto que nesse congresso
que se passou em John Hopkins (como urn certo numero de voces sabem) no mes de outubro, eu 0 mastiguei durante cerca de tres quartos
de hora. B que talvez eu lhes tenha dado maior credito que aos meus
auditores de entao; alguns ecos recebidos depois tendo-me mostrado .,
que a orelha estruturalista - para retomar 0 termo de ha POllCO- bet'll,
t>
'hlllil
orelha estruturalista, quaisquer que sejam os defensores na
capaz de se mostrar urn pouquinho surda! [risos].
d~)is outros lugares mais inatingiveis ainda, ou voces veri am
LIS! A
I III ll, C
litl
nI
7: .•
"na,o se escuta!"
1Jr. l.m 'o H - "0 que? Quem e que nao escuta? Hfl. quanto tempo voces
tI I( 'ut'HnfW nada?" [risos].
Nu,wll"
n
H( 11\, Olltao, em lugares mais inalcanyitveis ainda, voces podem
'1. Oll"ontrar sobre esses diferentes ternas, neles compreendidas ate
. II!'! IHlictwoezinhas, esboyos, meu Deus! que nao vieram nunca cedo
.f tll~ .1 ,obrc certos ternas que eu terei que desenvolver a seguir e, pOl'
1111110, de passagem, sobre a funyao do pre-co17sciente - coisa cut ~. Iqlll IltlO parece, que depois de urn born tempo, quer dizer depois
ifll
mi~'~uratudo, acreditando mante-Io distinto, a gente se ocupa em
'JtlHH) htI1 Iguall11entedas funyoes que Freud the reservava, Deslizou
ff pi ~lttr'l1l,se minha lembranya e boa, em uma dessas entrevistas,
, Ii tl t'l N i l1Iais qual, a qual convem acrescentar entao as duas outras
« Ill' vUas POl' voces, penso, que sac entrevistas na ORTF. Haver~
t!\Hl!'t 'll-Ccira proxima as 10 horas e 45, e isso que me garantiram,
~lfhtl t 1 oro de grapde escuta" [risos]. Penso, nao para todos aqueles que
llll lilt. loKiulom nessa hora, precisamente, porque pense que nesta hora
jt· I Iud I,.)s~l\ta", eJes estao no hospital, enfim pouco importa! Voces
il il.llll" '0 'OlnOpuderem e eu espero afinal poder comunicar esse
f "U I4t solm) 'i~so a radio quiser me dar a autorizayao. Haverit uma
-ni, l ~p.llllda·fdra (voces veem que eles estao apressados). 0 primei~
lll
In 0 \(lI'M H CIIl:lrbonnicr·
que quis muito, eu nao diria recolhe-Ia, mas
f m · (l h'MIU: C 0 segundo e Senhor Scipriot31,grayas a quem voces
rI
I
-
Hit III it'IUII. I,ti\lllll IlIilil.lI (1 v"d>/!
Him !lII'UIiI Illk'i ',NT,
I. nil. vI ,h'
1111'
I hil',hi,Jijlh'l
,p,
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< 'I I / e l/ llr < '.
"~11.~\lnhl'()
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Si'/t'/II",1,V i'/ '1 1 '1 'lll/h /I1 " " \
HUIll!! f 11111'1'10 S
que !lll\lo (el11 0 ~cl1liJo de '<lllvil',C:;culllf'
'
I'nhl
I (JII("
i~ dllllN
dlll'lIl1(OII cllli~mnn d" (k~OI'f.lCN
11/1 I'
'''hili n.'l"/wl','II,I.v n" :\j.J'Il, I %'7, p.
terao talvez alguma coisa de mais viva que 0 primeiro, posta que sera
um dialogo com a pessoa a mais qualificada para sustenta-Io, explicitamente Fran(j:oisWahl que esta aqui e que quis muito se entregar comigo
a esse exercici032
Entao agora ... [na sala: "a que horas?"] Bern, pelo que parece, que
e a... sobre isso eu nao lhes garantiria nada, parece que e a partir das
6: 15h, apenas nao se fala somente do meu livro e eu nao posso dizerIhes muito bem em que escala ele apareceni entre 6h e urn quarto e 7h,
cada urn tendo seu quarto de hora ... 0 que entao ...? Resta uma questao?
E uma "hora de grande escuta" - [risos] que em geral, e "acompanhada
de.. " E isso ai! Enfim veremos 0 efeito disso tudo.
Eu you assim mesmo fazer-lhes a comunica(j:ao de alguma coisa de
muito divertida, que me foi trazida por urn fiel, e uma comunica(j:aozinha
que e feita pOI'urn tipo de revista especial, ligada, pen so, tanto as maquinas IBM quanta aquilo que se faz no nfvel experimental no M assa(.:hllsetlsInstitute of Techonology (MIT, como se diz comumente) e que
ll()S fala do uso de uma dessas maquinas de uma escala elevada como se
faz agora, a qual se deu - e certamente nao pOl'acaso - 0 nome de Elisa;
cIa sechama pelo menos Ehsa para 0 uso que se faz dela, que eu yOU
Ihesdizer... Elisa e, como voces sabem, a pessoa que numa pe(j:abem
conhecida, Pigm alea0 33 , a pessoa a quem se ensina a falar bem; deve
ser lima pequena vendedora de buque de flores nas mais percorridas
rwis de Londres e que se trata de dirigir para poder se exprimir na meJ~
Ilor.~ociedade; quandose observa que ela nao faz absolutamente parte
l!isS(),.E algwna coisa dessa ordem que surge com a pequena maquina,
Na ve'"dade, para falar propriamente, nao e disso que se trata,que uma .
mflquina sejacapaz de dar respostas articuladas, simplesmenteq~ando
/'icfala com ela- eu nao digo: quando a interrogam - e uma coisaql)e se
1;.1
"HIlt! i,;vi:,judlldllP(jrJ[I¢~ltli,;sl,.:lcmla Franyois Wahl a prop6sito da publicas:ilo do~
!(Hcri\OH'·•.•.;!lldil tlur(ldhl cm.$ de t~w~r~irode) 967 ..Publicada par LeBulletil1
f"'I,\·.~(Jt'ft!lh.lll/i·Clildi"II/I(f
NhIIWfil'lnrVJ'tlll~'IIU1rd.
II"
.1,P'(~·~'
Inaiotk 1983.
/J f.r l,Im lld 'It" l9 I.l.
dl!
agora urn jogo e que poe em questao 0 que pode se produzir,
J11l!~! nbler essas respos!as, naquele que the fala. A coisa, creiam-me,
}'f~ll tllll{l absolutamente articulada de uma maneira que satisfa(j:acomflh,rltlfn~mte aquilo que uma situa(j:aode fate para nos tao utilizavel, que
m~Htlt'lulna referencia tao interessante no discurso prossiga aqui ... Nao
I. Iltlll1 ntJar propriamente, enunciado de uma maneira que nos satisfa(j:a
Hjt\t*llamente, dito de outro modo, que leve em conta 0 quadro onde
t\l'J~tiodcriamosinseri-la. Entretanto e bem interessante porque e sugeriHII. Ill) final das contas, alguma coisa que poderia ser considerada como
.w·i,iv llIHH f'ul1yaoterapeutica da maquina e em suma, nao e nada menos do
'~tHJii tHllliJIOgOa urn tipo de transferencia que poderia se produzir nessa
f~~II1~%)
vuja questao e real(j:ada.
A'oi:-m nao me desagradou. Eu queria simplesmente a esse respeihi l'oSIO que igualmente nao e sem rela(j:ao com tudo 0 que eu deixo
tJHl t1"~rlo concernente a maneira que, em suma, tenho que manejar a
d IW,no do que se chama meu ensino, eu poderia dizer que 0 que voces
.1IKl}11j)'Hrao
como manejo de uma primeira cadeia simb6Iica ... - desIIJthJIl t;1l1 seu tempo, para mim, a dar a nO(j:aoque era preciso que os
Il,tlh~HunHslas concebessem ..., a nO(j:aoa qual convinha que seu espfrito
l'IM tIt',liJlH)dasse,para se central' de uma maneira conveniente sobre 0 que
I t , Hil dUlIna rem em orat;ao, para lhes dar disso uma especie de mod, JAo }Ul~til'tivo na constru(j:ao des sa cadeia simb6lica e uma especie de
111j}ltltlJln deJa, incontestavelmente consistente e ate insistente. Essa ali
~~"l
..III lh.:uladanaquilo que vem agora nesse livro, no segundo, digamos,
J'flplnd( 1011 tenlPo,quer dizer na posi(j:aoinvertida onde a introduyao a
. '\t' I 'W 'f lir o / lb a d a " q u e
precede esta afixada nesse livro, istoe, logo delH)h~t!() 1 ( 'w l a roubada Lembro aqueles que me escutavam enquanto
t!IJr.illCtllll1lruyflt\ como todas as outras, foi feita diante deles e para eles,
f'tl~~11npllHsp, qll~ cU.15artiexatamente, de inicio, de urn exame a partir
.t1emll ji.tl<jo d~Poe, sobre a maneira que 0 espirito trabalha nesse tema:
.p~ltl(hH.t~!mllHrD t) jogo de par ouimpar? E que meu segundo passo
tAt
dt.t imaginal' Ulna l1u1.C]uina,precisamentedessa natureza, e 0 que
,Vll)livllIlWnLc pro~iu7,ido hojenao difereemnadadoqueeu
tinha ar"Jl>~Jiltl\,k) ~11t~\?,~ilnpJ~~m~IT~c,am~quill~~rasuR9stapeJo sUj~iI? estar
mUHlll~(l(~ ulllHP,.()~rOln!~yHotaIHye,~la.sedacon~a do~ gan9{)sedas
t'~JlfHtij,qHQrudi~orqllC cnpartirdi~~()Slu(.~(f~ujeit() i nterrpgaria Cadi t~
lINer
j,
nl{lqtlhIH)j,)gundo comda 0 jl.}gQdc p,lr OUil1lPHI"ltpllr'lh.flp~nllH d~~~s~t
I'ltposi\lilq quc ela tem, ao menos durante um certo III mH.\r~, dl.}Jogad'~~'a
1lH:1ll6riadcsses ganhos e dessas perdas, pode-se constrUl!' ~ssa scquen\,iJU de: I, I ~ 1-- .. os quais englobados, reunidos num parentese de ~m
cWllprinlcnto-tipo e que se desloca de uma casa a cada vez, nos pe:ml:e
estabclccer esse.trajetoque eu construi e sobre 0 qual fundo ess~ pnmet!'<1tipo, ()lnais elementar, de modelo ... (N6s nao t~m?s.necessldade de
cOllsidcrar arllem6ria no registro da impressao fislOloglca, mas apenas
do memorial simb6Iico)...
.
fs a partir de um jogo hipotetico, com isso que nao e~tava alOda ta~v~z
cmestado de funcionar entao nesse nivel, mas que aSSllTImesmo eXlstla
como tal, como maquina eletronica, isto e, igualmente como alguma
cnisaquepodese
escrever sobre 0 papel (e a ~efini<;:aomodem a da
I J / ( ( C / llin a ) ,
e a partir dai - entao bem antes qu~ lSSOvenha realmente
tl (lJ'clcm do dia das preocupa~5es dos engenhelros, que se consagra~
Hesse£>aparelhos, voces sabem, sempre em prog:~sso, P?sto qu~ na~
HGCSperanada menos do que a tradu<;:aoautomatlca - e a ~ar~lr da!
que hit 15anos, eu construi um pri~eiro modelo para usa propno ~os
pskanalista5, com 0 fim de produzlr em suas J 1 1 e n t~ s , 1 1 2 m d , esse tIpO
<Ii.: descolamento necessario da ideia de que 0 funClOnamento do Slgninc~ltlte e foryosamente a flor da consciencia, 0 que era entao para se
introduzir pOl'um pas so absolutamente sem precedente.
M iller - para Kant, 0 que
:-:c I'<;;sume nessa proposi<;:ao:"0
ha de impens3vel no sistema de Spinoza
spinozismo fala de pensamentos que se
p!,)11sameks mesmos" que haja pensamentos que se pensem e1es mesll1C)S, digamos que e para aceitar e escutar que a descoberta de Freud nos
convocou, Quehaja pensamentos que se pensem e1es mesm~s, recebe de
Fiehlc ()nome de "postulado da desrazao". Esta ai sem d~vlda um~ ~xprl..\ssa() quedeve nos deter, naquilo que ela marca, sem eqmvoco, 0 hmlte
Iln lilos()fla da subjetividade, em sua impossibilidade para nada conceber
dylllll pensamento quenao seja 0 ate de urn sujeito.
A(~C{)t1tral-io,~rticularfl.sleisdopensamento que se pensa ele mes1~I()reH uel' de. n65·con still!ifpara n.6s.categori as in compativeis, radi cal-
8r.
j~IHu, ltflHl (leILlcla.sdo jicllSarncnlo "pensado pelo sujeito". E porisso
ittl~~n{mT(1COI'I'l,\rcmos aqui aquilo Cluefoi elaborad() em um dominie da
4 ,1 JH~la tHldc cstivcnull em questao, desde a origem, pensamentos que
. iJ"rpm Hill III cJlc~smesm'(n;: que se articulam na ausencia de urn sujeito
qHu OlllllllrllC; Esse dominio da ciencia e a 16gica matemittica. Digamos
fIWl/H'11i CkWCllH)S
~ustentar a 16gica matematica como 16gica pura, para
II hlW1lC(\rico ondc se refl.etem as leis do pensamento que se pensa ele
)lW~IlIP, POI' fora da subjetividade do sujeito.
0111, d<.\Vc-se notar que a constitui<;:aodo dominio da 16gica matemati11t11fez pcla exclusao progressivamente assegurada da dimensao psiIllh'>M.fl.ju, ondeparecia outrora possivel derivar a genese dos elementos
llm'l1'1I1cgoriasespecificamente 16gicas.
I ,('lnbl'cmos que, a nossos olhos, a excIusao da psicologia nos deixa
/lvwN para. seguir, nesse campo, os tra90s onde se marca aquilo que e
Pli\lilsn lwmear apassagem do sujeito, numa defini<;:aoque nao deve
1Il1lltlllada,\ filosofia do c6gito quanta ao que ela traz do conceito do
RlJjtlllO n~ona sua subjetividade, mas em seu assujeitamento.
nil) que a I6gicamatematica se garantiria pr6pria it nossa leitura? ExillHlllenteporque a autonomia e a suficiencia que ela se esfor<;:apara galfllllireOl seu simbolismo tomam tanto mais manifestas as articula<;:5es
till 1111 do Irope9a a marca de seu funcionamento. E entao, simplesmente,
t111.qtlllnl0 elas articulam sem saber a sugestao da subjetividade do sulImo. que as leis da 16gica matemMica podem nos deter aqui.
t
Vcjalll em queme autorizo a fazer vir, da origem da I6gica matematit~l\. tnl1t\ cxpressao cujo uso ela abandonou ha muito tempo. Para pro-
pnl~lI10Sc~laexpressao como meu assunto, YOUtentar falar, um pouco,
, I tllt.:ntc,CJas
J"
d 0 pensamen t 0" .
PUn,:lll
equac;:oes
.llnra ellcontrar essa expressao n6s devemos levar nossa Ieitura alem
dCl upu rc:lhofol"t11alizadoda 16gica modema. Para encontra-Ia exatamente
liP ptflllcirol\1I1dadorda16gica matemMica - da qual Frege e apenas 0
llt)~lll1do
rCI11()ntcl11oS
a descoberta de George Boole, de que a algebra
pwllt n~nllular relac;:oesJ6gicas. 1\ descoberta e propriamente te6rica.
IIW'(IIlO a r~~nl1al.iZ~l';.ao~lg~prica
.selibera doeaIl1Po dos numeros, que
uno Iell) 11laissena0l.,ma de suas especifica<;:Qes'\:l]alibera.a formaliza-
"',~l\
llHllcll1Mica,para enuncj,ar que a simbolizay5u 1~lOpli 11l11,,1Il1L~
dita
dcpcndente da interpreta<;ao dos simbolos, mas apCllllS d;\s Ic.isde
wlllbinat6ria.
Ilito l\
f'l\H'
!\Iraves disso, Boole se esfor<;apara estabelecer que as leis do pensa'1110sac submissas a uma matematica, pela mesma razao que as conCl:(lvocs quantitativas do espa<;oe do tempo, do numero e da grandeza.
I~ntretanto, se a 16gica reconhece bem 0 primeiro livro de Boole,
/ ll/ lI f F s e
M athem aliqlfe de la Logique 34 , pelo acontecimento inaugural
(It; sua hist6ria, 0 segundo livro de Boole, Investigation des lois de la
!W Il.W >C 35 , nao tern mais nenhum lugar na mem6ria da ciencia 16gica.
Boole, para retornar ao que a 16gica despreza de sua hist6ria, nos fara
(;onhccer 0 que ela desconhece das condi<;oes de seu exercicio, revelando, atraves disso, certas leis da 16gica que operam nesses lugares.
I,l.\g,icaque, voces sabem, se eleva sobre a 16gica logicial. Essa 16gica,
Ibgica do significante, Jean-Claude Milner e eu mesmo tivemos a ocasi~lo de apresentar, a prop6sito do Sofista de Platao e das contas dos
.17
(;/'lIlldlagen 36 , alguns elementos . Se prossigo hoje a apresenta<;ao e,
Hl'l11 dLlvida, porque 0 assunto das li<;oes desse ana do Dr. Lacan se
presta aisso, e tambem porque nossa constru<;ao formal se revelou, para
(,l psicanalista, bastante manejavel para ser interpretada livremente no
("jampofreudiano. Que uma tal interpreta<;ao seja possivel justifica emincntemente a constitui<;ao de nos so simbolismo e a apresenta<;ao que
llbs fizemos disso, como de um calculo do sujeito.
III
Passemos a doutrina de Boole, para dizer imediatamente que ele nao
il1ova, porque ele pensa a linguagem como 0 produto e 0 instrumento
do pcnsamento, e que ele da 0 signa como sendo uma marca arbitraria.
\,1
HO()f ,E
Gcorge, M athem atical m 1i1~vsisof logic, 1848, em parte traduzida em Allalyse
1962.
t:tloK iqlle, Paris, Albert Blanchard,
I.
IH )01
,h Gcorge, An investigatioll into the law s of thought, 011w hich are foullded the
1854, trad. Les lois de la pensee, Vrin
IllrU hell/lltica/lheories of logic alld probabilities,
III
l"{
11)1>:2.
1;I<H<i1( (Jolllob,
M II ,I ,I i,I< JlII.:qll
Mil ,NUl{ ,kllIH
f,,:s
r i ()l/dell/(,lIts dl' l'oritllllletique,
'fj.Ahl!ll,
'1IHIII!,!,""
" j" 1
1884, Seuil, 1970.
-"1it1//'I'
' "Ill ('alliers pour I 'analyse, nO
POIIiI dillii} nilillill"
1, jan.
di/,l.W qlle u signillcaya.o e preduto da liga<;ao de uma palavra e
ill' 1111111 id{:iu, Oll melhor de uma palavra e de uma coisa. Voces sabem
IIIlt \ H HI'; dllHS possibilidades nao sac absolutamente equivalentes. Para
1i1111h'.l'lHS sfin cquivalentes. 0 que quer dizer que a comunica<;ao e
I\/lfln
1I11ieanlenteassegurada pela permanencia de uma associa<;ao.
Nil III I!{t ni de lnuito classico, nada que exceda a doutrina lockiana da
tJllt I
1
voltemos a proposi<;ao que funda a proposta de Boole. To()pl~raVoesda linguagem como instrumento do raciocinio podem
/t>\'1 llwn~judas num sistema de signos. Mas 0 que especifica 0 signa que
1i11llJ ga a [llgebra da 16gica e que ele pode ser apenas uma letra ou uma
_lhPh's nlafca. E isso e autorizado pela teoria do arbitrario do signo.
~dll ~n prinlcira vez que se emprega propriamente um signo.
n j>1'ccisoagora aprender, e pode-se faze-Io rapidamente, de maneira
~h1I1(~llfar,
() simbolismo de Boole. Digamos que hi tres categorias de
ljJ)l\IN a l:stabelecer:
J/LIl)aS,
as letras simb6licas, que tem por fun<;aorepresentar as coisas
1'111110
nbjetos de nossas concep90es, que marcam as coisas como obIdos de representa<;ao;
, i'I '/ 'llI t d o ,
ha os sign os de operayao: 0 m ais 0 m enos, 0 m ultiplicado
II( " que tern por fun<;ao representar as opera<;oes do entendimento
II 11Il{ quais nossas representa<;oes sac combinadas e reform adas em
IIl1VflS rcpresenta<;oes;
'N 'l'lin , c nao e 0 menos importante, 0 signo da identidade.
"/'lillO ,
PJill1ciramente, as letras simb6licas. Digamos que 0 signo X, ou 0
Y, Icplcsente uma classe de coisas it qual um nome particular,
I ill lllllll propriedade, podem ser atribuidos. Entao, representamos n6s
HH1 d culn com Llm certo numere de objetos com um certo nome ou
I nlll IIIlHI c 'rta propriedade. Nomearemos essa classe: X. Diremos que a
I 11mh IlH<;:fio X vczcs y (pode-se escrever XY) represent a a classe de obll~ltn 1'1qllnl os nomes e as propriedades de X e Y sac simultaneamente
ItJiIl(' vd'" n intersev~'i.o,'R de X e de Y
llMIlU
iii
] 966.
I966.
lHlg0111.
hIli IItl
1';'.
ill ('ufJiers pllor l'al1a~\'.~".n .\ll1ui
lit
,~~
It' '''lll/lillli<,lI\O
hilwIl1I11
\Il; 1111\(1
rrns¢ l\111nilcslal11cnte erronea: "a illtera9ao
e de X".
[Nota do
PmkHIC
de lnjcio
obscrvar que a. ordem dOH;1 III II01 mJ t llldi/Crcnte.
lelills Sllllht')licas sao
flodc-No cscrever: XY :::;;YX,' quer dizer que as
wmutalivas.
.
Mas Boole insiste que se trata aqui de uma lei do pensamento, e nao
cia na:tufeza,e nao tambem de uma simples lei da aritmetica.
Segundo, as signos de operaryao.Em seguida pode-se obter de Boole
lIm corto nLlmerode outras leis que alias nao estao tao distantes das leis
da aritmetica, mas que retomam-nas na ordem da 16gica. Pode-se fazer
intervir 0 signa +. Esse sera 0 signo da classe que reune, por exemplo,
CIS, classes X e Y Pode-se fazer intervir 0 signo -, que marcara que supnme-se de uma classe uma parte de seus elementos.
(~acan ilustra no quadro e comenta: "simplesmente para completar,
~I'dlferenya' que nao e inteiramente 0 que voces tern no espirito"].
Entao, poderiamos prestar atenyao agora a essa suposiyao: suponhamos que X e Y tenham a mesma significac;:ao.Como a combinac;:aodos dois
simbolos exprime 0 conjunto da classe de objetos aos quais os nomes ou
as pn~J)riedades representadas por X e Y sac conjuntos aplicaveis, essa
cOlllbmayao nao exprime nada mais do que urn unico dos dois simbolos:
X-' X. Isso parece muito simples. Voces vao ver com que engenhosidade
Hoole tira dai uma lei que ele diz "fundamental para 0 pensamento". Ora,
o logo aparente que dois numeros sac apenas capazes de interpretar essa
mrmula de luna maneira que satisfac;:aa aritmetica; e evidente que os dois
1I1'Il1ICrOS apenas que podem interpretar essa f6rmula sac 0 zero e 0 urn.
Nuo sc d~ve entretanto acreditar que todos os X que se tenha em 16gica,
Ihlssa 16glcado pensamento, devam ser interpretados pelo 0 e pelo 1. Mas
'.pred so dizcr que apenas 00 e 0 I respondem, na numerac;:ao,a lei.boo-
dl\ ptmSHmcnlo, que n6s dissemos lei da significayao.
plIllir de agora, digamos que e a aritmetica que vai guiar a 16gica.
I' \Illlli IIClllOSas propriedades do zero. A mais simples, 0 x Y= 0, 0
'1'11'«11101' que soja que y'represente. Isso quer dizer que a cl,asse mulIlfllkndll pOl' Y e identica a classe representada por zero. Dlto de outro
lIH1do, lIit apenas uma interpretayao possivel do 0. a 0 nao representa
II HI i MilSesse 0 que representa "nada" e uma classe.
I"\llll1incll1osagora a propriedade aritmetica do 1,1 x Y= YO simbuill I I'epresenta e s6 pode representar uma classe tal que todos os
IlldividliOS(nuo importa qual classe Y) sejam tambem seus membros.
It 1llll1do, essa c1asse nao pode ser senao 0 universo, definido como
I I ItltN' 11(1
qual sao compreendidos todos os individuos de qualquer
111f f t' VO(;CS veem aqui aparecer a categoria de "0 universo do discur1:\1 \ • runt () que, da ultima vez, 0 Dr. Lacan vos entretinha. Voces veemlltl lllJlil,
pOl' Boole, deduzida do simbolismo 0 mais elementar.
Plossi '(l1l10S
na elaborayao de Boale. Seja agora X (qualquer classe). Se
I II pi 's~'llta0 universo, e claro que 1 - X e 0 suplemento de X, e a c1asse
\ IItllPllllillldoos objetos que nao estao compreendidos na classe X.
V lI\lllSFazer uma transforma<;ao bem simples dessa f6rmula. Basta
pi' ,'Ill (11lldesses membros dessa equa<;aopara 0 outro lade do signa =.
VIII I" vno tel' duas possibilidades, Boole escolhe apenas uma. Pode-se
jdl'Jlft'lllcnte passar X para 0 lade de X2, ou 0 contrario. Boole escolhe
1 1"'l1IlN Illna dessas duas possibilidades, a outra cai. Ele nao falara nunca
11,111,\ Xc '''' 0, tal e a derivayao e transformayao que Boole escolhe.
I IlN,Hl de deduz uma outra f6rmula, simplesmente: X (1 - X) = O. Nao
11 lid 'I'si,\'iil) entre 1 - X e X, 0 que quer entao dizer tambem, simplestlWlllt
qlli,' c. impossivel para um ser possuir uma qualidade e nao pos1111 III 110 J1l(,~smo
tempo. A partir dessa lei, X = X2, deriva-se, por essa
11I1!'IJl(dll<,:~I(l,
0 enunciado do principio de contradi<;ao, dado por Bo~le
\ I 'HIli IIlIlH conseqiH~nciada equayao fundamental do pensamento. DltO
.,. I IIII'll nlodo, l1essa ordem que ela segue, a constituiyao do pensamifIll 1111/1kriol' a esse principio de contradi<;ao.
I oill' ~. dizcr que esses X e esses Y sao interpretados em classes, mas
Il d ·1111111 SGr inlcrpretados de outro modo. Nessas condiyoes, a mult~pliI JII,/Io qllt\ll11f' dfl X2 (essa 111ultiplica<;ao
de X por ele mesmo), 0 que e ela
III \Jll dll ll!'t'r,H;uo pclaqual lIn1l:1
coi~a ..· tad a coisa ,- vem se significar a
IllIIlIl
°
t
1
dh
OICBmH {;, pela
qual todosigno vemse signif1citl'lt~liJ
Jlh,1tnllh?
'l'crceiro, 0 signo da identidade. Essa formula: X J X
'HlIIlIl forma
mais claborada que uma formular;ao do principia da idcllIidadc. Mas
lima formulayao
tal que ela faz explodir isso, que nao deve gel' indiferente para nos: que a identidade sup5e a dualidade do elemento identico
it si na. operayao de se significar a si mesma. Isso quer dizer, e para
aqueles .que conhecem 0 sistema do Dr. Lacan, nao e uma proposir;ao
:;cm eeo: nao ha identidade a si sem alteridade. Dito de outre modo, qual
0 interesse que pode tel' a equar;ao de Boole? Este que ela revela com
sua formula X = X2: que a signifieayao de um elemento no universo do
discurso impliea sua reduplicayao, e que sua identidade a si nao e nada
mais do que a redur;ao de seu duplo a ele mesmo.
e
Para fixar as ideias digamos, segundo Boole, que essa lei da signifiCllyae) - "lei fundamental
do pensamento", diz Boole - 6 uma equayao
do 2° grau. E evidentemente a formulayao a mais concisa que se pode
dar de urn principio que tern de alguma forma regido uma boa parte da
tilosofia ocidental. Que 0 pensamento nao opera, na significayao, senao
seguindo essa equar;ao do 2° grau, quer dizer, que a dicotomia 6 0 proccsso de toda analise na significar;ao de onde se poderia deduzir - nos
l1ao faremos aqui, mas 6 bem simples - que 0 binarismo nao e urn avatar
contemporaneo da reflexao ou da analise, mas que ele esta inscrito ja
nessa dualidade.
Boole recusa fazer uma suposir;ao dizendo que nao se pode conceber
umpensamento
que seria regido ou exprimido pOl' uma equar;ao do 3°
grau. Nao se pode mesmo conceber 0 que seria isso. POI' que a equayaO '
X =)(3, pOl' exemplo, nao 6 interpretavel na algebra da 16gica? Ela esta
excJuida porque, diz Boole, nao se pode conceber a adir;ao de nada ao
universo.
Ora, em·l + X, 0.1 representa 0 universo, sendo X 0 elemento que
ven1 em acr6scimo sobre esse universo (de fato, na f6rmula: 1 + X, 6
X(lue representauma
unidade, urn elemento unico). Entao 0 que nao
sc pode aceitar na 10gica matematica no ponto em que ela se constitui
vordadeiramente6 0 excesso de urn elemento no universo, 0 excesso do
que scpode chamaI' urn "mais urn", "urn a mais". Digamos entao, simple~lllentc qu~nto falamos antes de "menos 1", que na origem da logica
iHAtl.lll){IIi(,\fI, C0l1~lJmllJ•.st,1 II I.lxc!llSllo do "mais
L", sirnbolo d<.)fora de
.•tfAlliik,t~\~ll(l,q ll del 1'01'(\ :;ignitlcado, c do l1ao representavel na medida
'01qll~ ole (.l~ccdc a tQtalidade do universo. Ora, pode ser evidente que
$ttl'i dUllS cxclusocs f'onl1em apenas uma: 60 mesmo lugarque ocupam
\) 1 IHlI' ~xcc::;so C 0 1 pOI' falta, em relayao igualmente it significar;ao
~tUtlJ\h) l't rcalldade. QueI' dizer tambem em relac;ao tanto ao universo do
dlMcufSo quanto ao universo das coisas que Ihe respondem.
podc~se exprimir a canjunyao dessas duas exclus5es, sua unidade,
l~tll'e"su f6rmula que "na ordem da significayao, 0 a-ma,is ~alta". Sem ir
~"\j'duduinlJncnte muito longe, pode-se desenvolver aqUl, dlgamos, uma
t~l!lllsigno, como e1emento da significayao. Basta dizer que na si~nifiliill\\fl,ll wtsignos datados de significayao sac constituidos de manelfa a
nhud00qr it lei deBaole, mas que 0 significante, como materia de signo,
nu COIlIO clemento fora significado, nao obedece a isso.
Bncontra-se ai urn axioma finalmente varias vezes repetido aqui, que
\'1"14(,1 Nigniflcante naa se significa a ele mesmo", que 6 propriamente
\) l,\lllltrapc da lei de Boale, mas isso nos permite compreender que 0
,.t~llinUHtlte nao e constituido it imagem da significac;ao que ele suporta.
I)luk.»:;c leI' utlla formula inteiramente simples, para se sustentar nisso,
tU1,.to quo a multipliear;ao de menos 1 pOI' ele mesmo naa da novamente
39
WIJ'IIl)S L Mas, se se queI', Boole 0 interpretava assim : -1(-1)=1+ 1. Esta
IHuUlplicac;ao inverte 0 fator - interpretamo-lo assim: institui a ordem
!/q I1llJ,nificadocomo inversa it ordem do significante. Nisso que 0 sigI1lfk'lIlHC so repete, pode-se simplesmente repetir -1, -1. Enquanto que a
,.I~nllkayilo pode-se multi plical', quer dizer se redobrar.
DigllJl)()S para fomecer 0 que nao 6 mais do que uma imagem talvez,
IiUi;' Hcadeia do significante deve ser pensada como constituida pOl'uma
tl1ItH.lll.tona\',ao de -1, de unidades constituidas como "catenay5es", mas
dl~Hn\Osque sac unidades, para generalizar a palavra do Dr. Lacan,
f1uld.tJdcs de tipo umirio.
N(H,produzimos ou fizemos aparecer uma categoria que [6] 0 + OU
, I! t'~r)l'(~bisQagora compreender exatamente pOl' qual via ele se imp5e
\11 dum d~\signif-lcac;ao. Para reuuir essas duas leis, da significayao do
signo e cia signifkayao do signiflcantc,
e preciso
Illt)slt 11'tfll
(I
f Uti ,-
C
produzido por toda signifi9a<;:ao enquanto ela supoe uma OJ' rn<;fiode
redobramento. Pode-se partir, para expo-la, das rela<;:oesdo pensamento
com a consciencia e, digamos, do que 6 a reftexao. Ela nao 6 interpretavel porque, de qualquer maneira que se transforme essa equayao, ela poe
em causa dois termos que nao sao interpretaveis na algebra da 16gica,
Por um lado a expressao (e 6 preciso notar a palavra "expressao"): 1+X.
Por outro lade 0 simbolo -1,
Ora, 0 simbolo -1, pode-se ja fazer aparecer um pouco antes na derivayao que Boole nao fez a partir de sua f6rmula. De fato, ele escolheu
dizer: X-X2=O, Se ele tivesse dito X2_X=O, n6s teriamos: X(X-1)=O, 0
"-1" teria estado ja presente, all. Ele excluiu uma das duas transformayoes possiveis que podiam ser. E apenas no nivel de X=X2 que ele encontra esse -1. Por que 0 simbolo - eu nao entendo aqui a interpretayao
que se the da: de universo - por que 0 simbolo mesmo "-I" deve ser
excluido do campo da 16gica? Simplesrriente porque ele nao segue a lei
de X2=X. Dit6 de outro modo, para tirar a conclusao a mais simples, a
mais imediata, do texto de Boole com a origem da 16gica matematica,
no ponto mesmo onde ela se fund a, esta consumada a exclusao do simbolo" -1", Por que? Segundo a lei, porque 6 0 pr6prio simbolo do nao
identico a si, na medida em que ele nao segue essa lei da identidade, da
nao contradiyao na ordem da significayao.
Por que a expressao 1+X esta ela, tamb6m, excluida? Para compreende-Io, pode-se inicialrriente ir procurar uma defini<;:ao matematica
da reftexao ou reftexilidade, Tomamo-Ia emprestada a Russel, em Introdu9iio it Filosofia M atem atica 40 . 0 que ele diz 6 simples.
"Uma classe (6 precise talvez dizer uma cole<;:ao ou urn conjunto) 6
:eftexivo se 6 uma classe semelhante a uma parte de si mesma, Isso quer
iizer que uma parte des sa coleyao pode fazer espelho ao todo, ou ainda
lue a similitude entre esses dois conjuntos, a parte e 0 todo, consiste
la possibilidade de reunir a todo elemento do todo um elemento de sua
)arte, e coloca-Ios em correspondencia biunivoca."
A reftexividade 6 uma propriedade de uma coleyao infinita. Pode-se
t
IllpIHl\ •.ll•.l~lp da infm
Ultlilt
ll!HlllllUHh
fJud -su rClInir a tod\\
l\lun
ItlV
I dc)s "lock>", dol'
l'l) l1a~ural oS
~llm~:()s.
l1llnl0n~l;l nat-
p~lr~s, I~t()
,
'Rpcmdcr 1 a~, 2 ll4, 3 u 6 t,} aSSlln por dlat1lc 1:10111f tnllo, r 0(\ _I npli 'ur ()oonjullto de todos os I1llmerOspares e impares ao n(u~ero pur
Ii II , Hil, se querem, 0 mesmo numero de nume~Os. par~s, e 1~"parC5
III olltl'uludo, Essa propriedade
caracteriza a coleyao Infil1lta, Dtgatnos
III
I quo caracteriza 0 numero cardinal dessa colCyao - para. d~lr 1I1l1l;\,
IU 'I rlstica simples - e que ele permanece imutavel pela. adlyao ou a
IJhtHl\~ (I dc uma unidade ou de varias, Tomemos un~a ul1ldade: 0 que
II<'L ~llzu digamos 0 numero N de urna tal coleyalO, e que N=N+ 1, as, lit 'tlIHO N:;,N·l. Alias as duas proposiyoes querenn dizer exatamente a
III tlUl (.luisa,Tudo isso e elementar na teoria, Eu 0' lernbro apenas para
lliH III C pontuar esses + 1e -1.
, Ill, om Spinoza, "pensamentos que passam tel.es mes~o~ no. ~n·
,. II flU n10 divino",
precisamente porque 0 enten«hrn~n~o .~lvm~ e.~nhi t) Dc SOlte que ha tantas id6ias de id6ias quanto_ h~ l~,elas e.ld~las
t
HldlLN, Da mesma maneira que os numeros pares sac ldelas de ldelas,
lit 1)\"Il\ 'l'O!) pares e irnpares sac a soma das id6ias e das id6ias qu~ ~os
t II I' 1\1. Deus, se ele tem consciencia de suas id6ia~, nao tern ~?nS?len\ 11 Ii., quer dizer que ele nao 6 urna pessoa. Ele, tern ~ons~lencla de
III dins
pela propriedade de reftexao desse conjlunto mfimto de seu
IIlmld 0\ ntn infinito ...
~tll f
,I
e
se hit. alguma coisa que se chama um ttodo e alguma coisa
III
'hl.lma uma parte e precise pelo menos qu~ haja ~ma peq~e~a
tit. llI;tt ~.mtreun:~ae o~tra, a simples di~erenya que: ma~te~: 0p~sI9ao
1 u1 uol.odo, E preclso que esse conJunto respOlnda a leI. N--:N-1,
lllullOS,
para mais c1areza, que s6 hit. reftexao se algurna cOlsa do
hllilltl 'n pm fora da reftexao. E isso que se ve qua~ndo ,se poe todos (~s
t\llit 'H)K nnturais em correspondencia
com todos os numeros naturalS
1\\ nul'! I: \ preciso necessariarnente suprimir peto rmenos urn el~ment()
It I nl 'io para que haja essa reftexao, para que ela t6mha urn sen~ldo,
N'll) 1\ (l Icvamos em conta aqui isso: que frequ(enternentc, e 0 7,cro
«
I lItudo,
da serie que se poe~m correspondencia com 0 1. N6s nao I(MunOS em
conta ou n6s nao mencionamos aqui isso: assim, 0 zero nao tem mais
reftexao. Basta dizer que urn elemento cai. E 0 que representa esse elemento que cai? Ele representa a diferen<;ado todo e da parte. Quer dizer
de alguma forma, 0 pr6prio todo cai, ou a totalidade do todo.
Dito de outro modo, "ter consciencia de suas ideias" segundo 0 tipo
spinozista implica que nao haja consciencia e que haja urn entendimento infinito. E claro, isso repousa sobre esse tipo de reftexao que Sartre
nomeia: "a exigencia da reftexao como consciencia posicional". Isso
que sup6e esse modele de uma liga<;ao biunivoca de uma ideia e da
consciencia da ideia. 0 que sup6e uma liga<;aobiunivoca entre a ideia,
e a ideia da ideia, segundo 0 modelo de reftexao de Spinoza.
Ora, em 0 ser e 0 nada (p. 18-19), Sartre pede que se evite 0 que ele
chama: "uma regressao ao infinito". Nao ha outra palavra, para condenar essa regressao ao infinito, senao a palavra "absurdo". "E preciso, diz
ele, se queremos evitar a regressao ao infinite, que ela [a consciencia de
si] seja rela<;aoimediata e nao cognitiva de si a si".
Pode-se formuhi-Ios em term os que nao sac inteiramente aqueles de
Sartre e desloca-Ios mesmo nitidamente. Sartre diz: "se n6s queremos
evitar..." se se exclui a possibilidade de urn entendimento infinito, e
se se quer obter a consciencia de si, deve-se produzir, na reftexao, urn
elemento tal que ele se reporte a si, sem se reduplicar. E, dizia Sartre, a
consciencia nao tetica de si, nao posicional sobre 0 tipo ... ao oposto do
tipo spninozista42, que nao sup6e mais urn elemento aqui e urn elemento
alL E ele escreve: "se a consciencia primeira de consciencia ("primeira", 0 que e urn pouco, aqui, misterios043), nao e posicional, e que ela
faz apenas 1 com a consciencia da qual ela e consciente".
1 COlli II !jollsei(illcia da qual cle c conscicntc, so VCl'd,ldcirall1cnlc hll
1I0ltl plll4sibilicl;J(k~ de Wlidadc de um c do outro, esse elemcllto c!ulIlludo
'nda ere con~cjencia" ou "conscicncia nao posicional de si", t~
1 Hlltihlidn (;01110 um eu-urn, que, dizia Sartre "tom a seus disfarccs dt:
ldn dllquilo que {~dtaa scr" (outra f6rmula que eu nao destaquci).
Ao lllcsmo tempo se alguma coisa como uma consciencia de eon~ I '1'111 so manifesta, e precise dizer que, no campo da reflexao, cla
IlW r nCl11leno de aberra9ao, urn impar ou urn elemento a mais vindo
mlHp r n corrcspondencia biunivoea das ideias e das ideias da ideia.
It dtzcl' desse elemento "conscieneia de eonscieneia", senao que ete
I ill u posiyao de urn ponto de reftexao de forma que ele tern que SlIfI thl It diferenya do tooo e da parte, ele sozinho. Ele, totalmente s6,
HUll' a propliedade reflexivel da cole<;aoinfinita. Esse ponto esta de
I 11\1141. forma no pensamento eonsciente, em seu espa<;o,urn ponto no
Itlllnilo. (Zai que vem esbarrar a coleyao infinita colocada por Spinoza.
I JI't /I bcrray6es, e a falta desse ponto sac bastante marcadas por uma
It oria que Sartre emprega aqui e ali, a prop6sito da ma fe, que e a
~I'll 01ja da evanescenci:a. Esse ponto e evanescente ... N6s diremos antill esse ponto, na refllexao, vacila necessariamente do + ao -1. E que
I 1m vacilayao, e precis,o reeonheeer urn ser evidentemente heteroge1I'1!1, 11II1to
oa realidade qlUantona reftexao, urn ser sempre de acrescimo
Ih! l.. H realidade, e a reflexao quando ele vem a se identifiear, sernprc
hi lbltu "ela quando deta ele se separa.
l~ !ifie heterogeneo digamos que e 0 ser do sujeito.
t \ IIHCi
,
tltlillva em minhas inten90es completar urn poueo isso, examinando ()
tllJn 'Ipj{) do cicio vicios'o, onde pode-se apreender, digamos em estado
CllIuscimellto desse "+ 1" produzido, desse I a rnais produzido pcla
1 Hill'lI.:;ao. Para i r rapi do, digamos que esse principio e: "tudo que so
I ItldtlllU com UIll conjulllto de uma coleyao nao deve ser um elemcnt()
dl ,'01 ~t o. 0 que dispiOoum conjunto de uma coleyao 1180 pode ser
ltll -{ Ill' U cssa colcl,:ao" .. () que quer dizer: nao se pode predicar sobnJ
III n "'oluy{ () st.:nao a pall'tir de seu exterior, OU, ainda, s6 se pode pcnsar
I Iloidudtl d~ lima. colc,,~:nof~)1'ildcssa ColCy8(), Apreender uma colcy!"()
llltllllllll
Ctll\illlltU SUI)( Ie que so a ccrquc, () cerne mesmo C a lI11idade
I lkll ~\ n, () l:CI'IIC de loda colcyi'io 6 UIl1 clcmcnto prodlli'.ido a Illais
!tll,
Tomando com brutalidade esse texto ao pe da letra, impondo a Sartre
urn esquema que nao e 0 seu (0 esquema do univoco), se se tenta pensar
o texto de Sartre a partir da liga<;aobiunivoca na reftexao, e precise dizer que se 0 elemento chamado "consciencia de consciencia" faz apenas
42
43
Parece que Sartre, cujo texto Miller retoma, engana-se a respeito da posi~iio de
Spinoza. H.R.
Sartre: "La conscience prem iere de conscience", p.19.
todu prcJica~;aa, toda discurso' sabre a coleyao. A <;olc~~!Iolulo pode
signiflcada cnquanto tal senao a pattiI' de "1 a +". Partindo dessa
f{wll1ula, pOde-se obter tambem esta: que 0 1 a + faha aos elementos da
col '(,~f'inpara que essa cole9ao se feche. Pode-se interpreta-Io como ]
incontAvcl, : fora significado, ao qual a significayao reenvia, na medida
l\Jt) que cia ~upoe um redobramento.
Isso, para indicar de qual maneira
dcvc-se destnentir a equa9ao de Boole, que permanece entretanto fundamcntal. E pOder-se-ia completa-Ia pOl' um exame da teoria dos tipos
de Russel. Mas esse elemento ja foi feito em parte pelo Dr. Lacan, sobre
o ell minto, que ele veria produzido, pela teoria dos tipos de Russel, de
1Il1Hl divisao do sujeito: 0 eu m into pode ser compreendido
na verdade
JlOdcmento da verdade - com a condiyao de redobrar 0 eu.
Essa divisao do sujeito produzida pela verdade, essa divisao do sujoitn que responde em um sentido urn pouco inftexivel it formula de
nachclard: "todo valor divide 0 sujeito valorizante", essa divisao do su.i ci 1n ... crei 0 tel' di to bastante sobre isso para que ela nao sej a confundida
(j~so importa it teoria) com a reduplicayao na significayao.
Dr. Lacan - [...] garantido, enfim, nao e! ... a perfeita facilidade de sua
cxposiyao- e 0 que corresponde, estabelece, funda 0 que da ultima vez
illtl'Oduzi COmo seodo 0 ponto de partida absolutamente necessario a toda
1<\gi<':(1 que ~;eja propriamente aquela que exige 0 terreno psicanalitico.
('onsi clero que esse ... coment<irio nao tern absolutamente, alias, 0 alcance
de t1ll1ltredupli ca~ao e ele lhes mostrou alguma coisa, na confrontayao com
o primeiro, de al!:,YUma
forma, dos grupos, no sentido 16gico matemcitico
do lermo, que foi dado pelo grupo de Boole e a confronta9ao desse grupo
de Boolc, enquanto ele mesmo se encontra aparentemente muito mais
hOl1logeneo, com a 16gica classica. Voces viram que, desse pr6prio grupo,
1j()S C permitido construir essa precedencia
16gica, essa necessidade que
distingue radicalmente 0 estatuto da significayao e sua origem no significunl'e. Acho que voces tiveram ali, ao mesmo tempo, uma demonstrayao
hem c1cgante, e ao mesmo tempo que isso constitui um tempo que era
llCCCSS{trio
para a assimila9ao, de alguma forma, eo complemento, 0 confroIo, a C()llfjgura~ao do que, da ultima vez, eu consegui trazer para voces
<'ilijU continua9ao voces terao da pr6xima vez.
Li~ao IV
pOI'
, 'I'
7 de dezem bro de 1966
(
,'J1tima vez que nos encontramos aqui voces puderam escutar 0
lites propos 1. A. Miller.
PII two pude acrescentar muitas observa~oes devido ao tempo .
P 'IlS\) que voces puderam observar, nessa exposi9aO marcada pOl'urn
I lIflltl,rj l11ento seguro do que foi inaugurado, para falar propriamente,
1lIlIllll\lgica moderna pelo trabalho e a obra de Boole. .. Talvez nao seja
IlJdllc.'f<.'lIle informar-Ihes que 1. A. Miller, que tinha estado ausente em
1It1111111 ldtima "aula", digamos, que tambem nao pode tel' uma comu1Iit'1I,'1I0 de/a uma vez que eu mesmo s6 tive seu texto ha dois dias,
II '!Hlltava-se
entao pela via e pela exposiyao que ele tinha escolhido ...
(lI'l~H lal11bcm puderam sentiI' muito bern, penso, no momenta
em que
Ii I Ililunci ara em minha ultima aula, que eu nao estava muito fixado
lid IISSlIlllo que ele tinha escolhido ... Essas observa~oes
tem sua imjlllllilncia, prccisamente, em razao da extraordinaria convergencia, digaI I \t1'!, llll ainda re-aplica~ao do que ele pode enunciar diante de voces,
1111dl'lviJa,
naturalmente com conhecimento de causa, isto e, sabendo
III lis silo l)S principios e, se posso dizer, os axiomas em tome dos quais
if 1111tH~()ra meu desenvolvimento.
E, entretanto, surpreendente que,
IIIIIl il aj uda de Boole, em quem esta ausente essa articulayao
maior, de
lIiI' Nlo'l\llll 1M S!<:N1FfCANTE PODERIA SE SIGNIFICAR ELE MESMO, que
1'111 Hollo
Ii)gica de Boole - quer dizer, desse momenta de virada onde
Ih~1I1[',IIIIILI l\wma pcrcebe-se, ao tel' Querida formalizar a 16gica classica,
IJlll' ('SSIi fOI'Jllaliza<;ao permite nao apenas the trazer extensoes maiores,
1011,1 wvda-:·H ..~ Hel' a esscncia
escondida sobre a qual essa 16gica tinha
"I
1111
un
podido orientar-s~ e c'onstruir-se, acreditando seguir algul1l<ltlt)isa que
nao era verdadeiramente seu fundamento, acreditando seguir 0 que nos
vamos tentar cernir, hoje, de alguma forma, afasta-la do campo no qual
vamos proceder, na medida em que anunciamos k>gica do fantasm a ...
- a surpreendente facilidade com a qual, campos em branco da logica
de Boole, Miller encontrou a situayao, 0 lugar, onde 0 significante em
sua funyao propria esta ali elidido, de alguma forma, nesse famoso (-1)
do qual ele admiravelmente destacou a exclusao na logica de Boole; a
maneira que, pOl'essa elisao mesma, ele indicava 0 lugar onde 0 que eu
tento articular aqui se situa.
Creio que ha ai alguma coisa que tern sua importancia, nao que eu
lhe faya aqui elogios, mas que lhes permite apreender a coerencia, a
linha reta, na qual se insere essa logica que somos obrigados a fundar
em nome dos fatos do inconsciente e que, como se deve preyer - se
somos 0 que somos, isto e, racionalistas - 0 que e preciso se preyer e
evidentemente nao que a logica anterior seja de alguma forma invertida,
mas que ela nos faya apenas encontrar ai seus proprios fundamentos.
Voces tambem viram marcar, de passagem, nesse ponto44 que necessita para n6s a entrada em jogo de urn determinado simbolo, algo que
corresponde a esse (-1) 0 qual Boole nao usa ou se interdita 0 uso, do
qual ele nao esta seguro que seja esse (-1) que seja 0 melhor uso. Pois
o proprio de uma logica formal, de uma 16gica formal, e que ela opera,
e 0 que n6s temos que resgatar esse ana sao novos operadores cuja
sombra, de alguma forma, ja esta perfilada naquilo que, a medida das
orelhas a quem eu me endereyava, euja tentei articular de uma maneira
manejavel quanta ao que havia a manejar, que nao era outra na ocasiao
senao a praxis analitica. Mas 0 que, neste ano, sustentamos sobre seus
limites, suas bordas, nos impele a dar formulayoes mais rigorosas para
cernir aquilo com que temos a vel' e que merece, sob certas faces, ser
tornado na articulayao a rnais geral que nos tern sido dada pOl'enquanto
em materia de logica, a saber: 0 que se centra na funyao dos conjuntos.
V
I,.
l}ll
HI >lIn~ 'omol\l'ti(.jLlla~ao
l'tlll10 (jonfinnayao,
naquilo
garantia,
dianh:: do
que eu dcscnvo,lvi
enquadramcnlo"
VOClll.
il1di~
E inter'essanle
dcsignando-o em Sartre, sob a apelayao da "cwlsciclldll
t fku d Mid"" a IlHlllcit'fIque ele tem de alg~lIna forma de ocupa.r olugul'
Hit t l'u:iidc cssa Cll'ticula<;:ao
logica, que e nossa tarefa esse ano, trat(H' '
II IHlI' Lit'! que so chama propriamente um lu g a , : - I e lle llle ; a saber, i~sll
\lIlI qUI) Icmos que nos ocupar, nos outros anahstas, de uma manCII'l\
tlilf tlmlcnle cquivalente aquela da qual nos nos ocupamos dos ()ulros
I I I f / f '( 'S " ( I . . 'f I ( 'lI le s , quando nos temos que rnanejar 0 que e efei to do in~
••I 1\1 1'1qlW
t
OIud 'ntc,
it
xulamcnte pOl'isso que se pode dizer que, de nenhuma maneira, {l
lJ1lt~lJ pos~n cnunciar sobre a estrutura nao se situa em r~lavao ~.S.al:II'~.
lllllt() que esse ponto fundamental, em torno do qual gua ? pnvIlcgltl
4111 -Ill tcnta manter, do sujeito, e propriamente essa especle de 1 1 I X ( ~ I '~
I 'I I I 'I / f ( ' que nao pode de maneira alguma me interessar, senao no rcgls~
Ilnd \ sua inlerpreta9ao,
101 ic.a, pmtanto, do fantasrna ... Seria quase ~reciso le~brar ht.*'
iliUM
nbs nao podemos faze-Io senao muito rapldarnente, a
manelnl
tH \ ~:Olllprccndendo claramente, fazerno-la vibrar um in~tant~ - V~)GCS
h mbl'lJr1l a rcspeito da vacilayao nao apagada do que se hga a trad,?ao
u 1 ~rnw de u/1iversitaria criticara aqui, se n6s damos a esse senUdo
quer que seja que designe ou despreze urn ponto geogrMico,
Uhl~ '1'11'10 sClltido de U niversitas litterarum ou urn cursus dassicl/,\"(',
tll IHIHls. Nao 6 inlltil indicar de passagem que - quaisquer que scjam os
t1UlnlH /'lcnlidos, C claro, muito mais historicos, que se possa dar a ess \
{'Wlll de lil/il'ersidade
- ha ai alguma alusao ao que eu charnei 0 I I l1 i • •
H " " tO do d iS C I//'s o , Pclo menos nao e em vao aproxirnar os dois tcrmns,
Oru, ~~dilro que Hessa hesitayao (lembrem-se na val sa) que 0 protcs1J\lll d /ihlsolia
no ano em que voces pOl' ali passaram, quasc tanlos
'. 11lHllltOHt\O,
H ell pen so ..' ,t~tziaem tomo da logica (a sab~r,de ql!C He ~,nl"
In tlllH leis do pcnSHll1cntoou de suas normas? da manell'a que \!;SO lun..
lIlt
H I ()que
~
-
..
Mllrt", ,1~·IIIl.1 '111I1.
()
SI''' <'
1/ Nada.
4" pur'le, (inHlin(ll'd,
1')t13, I':speflll'fl-:H.,l:
t't!llNcl!IIIWill 111\0 1.\li~li", ~.)l'illl\tllfill {) Illc~1l1O
II'IWll que I1I1lil,\itn
H!tlll'(
I. "1'III'c'II/,V
l'ill, \ ', \ '/ I 'I "
1)1\1 iI
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Ull 11111\,',111'1 '/
I h)
IX:
H \,'
IIIIH"',
"n
.
dlillllHI
•.
,
ciona e que vamos extrair cientificamente, digamos, ou a mallcira com
a qual e precise que seja conduzido?), admitam que para que ainda se
esteja nisso de nao ter resolvido 0 debate, talvez uma suspeita nos possa
vir, de que a fun9aO da universidade, no sentido em que eu articulava ha
pouco, e talvez precisamente a de afastar a decisao ...
Tudo 0 que eu quero dizer e que essa decisao, talvez, esteja mais
implicada - falo de 16gica - no que se passa no Vietnam, por exemplo,
que 0 q~e e do pensamento, se e que ele continua ainda assim suspenso,
nesse dtlema entre essas leis ... 0 que desde entao deixa-nos a nos interrogar se ela se aplica ao "mundo", como se diz, digamos antes ao real.
Dito de outro modo: se ela nao sonha (eu nao perco meu fio psicanalitico; eu falo de coisas que nos interessam, a n6s analistas, porque para
n6s, analistas, saber se 0 homem que pensa sonha e uma questao que
tem urn dos sentidos mais concretos; para manter a aten9aO de voces,
para prender-Ihes 0 fOlego, saibam que tenho a inten9aO de colocar a
questao esse ana do que e do despertar) ... norm as do pensamento, no
outro oposto, vejam bem 0 que tambem nos interessa! E em sua dimensac nao reduzida pelo trabalhinho de polimento pelo qual, geralmente,
o professor, quando se trata de l6gica em sua aula de filosofia, terminara
por fazer com que - essas leis e essas normas terminem por se apresentar com a mesma linha que permite passar 0 dedo urn sobre 0 outro, dito
de outro modo, de maneira inteiramente as cegas.
Para n6s, essa dimensao nao perdeu seu relevo (digo nos, analistas),
essa dimensao que se intitula a do verdadeiro. Na medida em que, afinal,
ela nao necessita, nao implica nela mesma 0 suporte do pensamento e
que, ao interrogar47 0 que e 0 verdadeiro do qual se trata, a prop6sito do
qual e suscitado 0 fantasm a de uma norma, certamente aparece - originariamente - que isso nao e imanente ao pensamento.
Se me permiti, para tocar as orelhas que era preciso fazer vibrar, para
escrever urn dia48, desenhando uma figura que nao era dificil de fazer viver,
aquela da verdade - saindo do p090, como se pinta desde sempre - para
faze-Ia dizer: "Eu, a verdade, falo", de fate, e exatamente para indicar 0 re-
!UV\J i IIdtl ~\
Versao datilografada: "et excite a interroger".
Em "A coisa freudiana". 1955, retomada nos Escritos.
l1b:-;de
mant.el' isso a que se agarnt
110SHHcxp 'ri'lwill,
proplilll1H.mtc, C que e absolutamc',ll.ejm~t)ssivelcxcluir dn tlrlj(.~l!"
h.~Frdud. Porquc Freud colocou~se al ImcdHttarnenteno pc do IIHlIll
'" n' tl Homos1\)1'9adosa inlcrvir para.lSS0:ele se colocara de mcsrnol
A qUt.ll'ltao cia maneira que se presume o,campo da jnlCI'J~rClayaO~
(l
Hll d) Hob 0 qual a tccnica de Freud lhe oferece a oporlunldadc, ~lthl
.tb (mtro l110dna associaC(L1o livre, nos traz ao corar;ao dessa orga~ll:,aflo fmmal de onde so esboyam os primeiros passos de uma h)gl'it
II If 1lI11lica
quo, cn.tretanto, tern urn nome cujaimpressao agl'udflYcll1i i\
pUHllivclque nilo tenha vindo a todos, as voss as orelhas, ,que so .c1,UIlHll
t 1 ',,< /(, - sim 0 se explicita, mas nao e minha funyao hOJeexpltcltar 0
III I mbrar que que se chama treillis ou lattice (transposivao inglcHI.l
(tit plllnvra: I r e i/ lis ) . E disso que se trata no que Freud, igua~mentc em
49
t~U primeiros esboyos de uma nova psicologia
e na manelra que cI
t I Illliza dcpois 0 manejo da sessao analitica como t~l, ~ isso qu: ,de
f uu ll'(li antes da letra, se posso dizer. E quando a obJeyao the e IClI~l,
I III ponto preciso da Traundeutung (acontec: que ~~ nao trouxc h0.ll:
H
'mplar onde eu tinha marcado para voces a p.aglOa)ele tem qll'
h ppudcr it objeyao: "natural mente, com sua manel~a de proceder, ~"l,
I II t ncruzilhada, voces terao exatamente a oportumdade de enconlllli
till Hi nificado que fara a ponte entre duas significar;5es e com ossn
tWill 'int de organizar os pontos, voces irao sempre de algum lugar a
I lHn lugar", .. (Nao e por nada que eu tinha colocado uma pCqUCllll
IIqH III, cxtraida do H orus-Apollo como que por acaso, a saber, de llmn
50
hHl'q>rC1Hyaono seculo XVI, sobre os hier6glifos egipcios , numa re,l Ill. Igora bem divulgada, que se chamava A PsicaniJlise
a Orelhfl,
Pt11l1\.) (~disso que se trata em Freud, e cada ponto de convergencla
h Nil rede flU laW s, onde ele nos ensina a fundar a primeira interroguHI de fato uma pequena ponte. E assim que isso funciona e () que HI:
. fh hJ H\ 6 que assim tudo explicara tudo.
pIll' J filllll
I
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51
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pllrn \1111(1r~icologi(\
,III
1'1 J ii, 11);i6.1
p ,v ( C ,II1 1 IIi.I'I"
IlflIlIH
47
48
tlalll pHm
llnhrll
Apollo.
(\(1
Oil
cienlifica", 181\7. [publieaun em ()
I!OI'lIj1011ol\. UU(OI' c;gipeio uo inieio
tI\lIJ()K~l\
hklbl-\lilbil,
11Il'flyduIIIIIIYII
,oito
1II'1I11'llIS,l!ll 11)561\
1')M. PI iF,
llra
N I I , " C ; 1 I / l'I / / I J
quI.: uc;iXOlllIllll1
<\hl'lI
Dito de outro modo, 0 que se'-opoe fundamentalmente it interpreta\,,110 psicanalitica, nao e nenhuma especie de "critica cientifica" (entre
IIspas) como se imagina do que e ordinariamente a bagagem daqueles
que entram no campo da medicina que tem ainda um pouco t~mbem
d' fJ1osofia,a saber, que 0 cientifico se funda na experiencia. E claro,
52
uinda nao se abriu Claude Bernard, mas se conhece seu titul0 ! Nao e
uma obje9ao cientifica, e uma obje9ao que remonta it tradi9ao medieval
quando se sabia 0 que era a 16gica. Era muito mais divulgado que no
IlOSS0tempo, apesar dos nossos meios de difusao.
(Alias, as coisas estao no ponto que, tendo deixado deslizar numa
das interven90es recentes da qual eu ja lhes falei, que meu gosto pelo
'omentario, eu 0 tomara de uma certa pratica dos escolasticos, roguei
que apagassem isso, Deus sabe 0 que as pessoas teriam dai deduzido!)
Irisos].
Enfim, em suma, na idade media sabia-se que exfalsosequitur quod
Dito de outro modo, que e da caracteristica do falso tomar tudo
vcrdadeiro; a caracteristica do falso e que se deduz igualmente, do meslihi plano, 0 falso e 0 verdadeiro. Ele nao exclui 0 verdadeiro. Se e1e
xcluisse 0 verdadeiro, seria muito facil reconhece-Io! Apenas, para nos
llpGrcebermos disso e precisamente necessario ter feito urn numerozillho minimo de exercicios de 16gica, 0 que ate agora, que eu saiba,
IllWlaz parte dos estudos de medicina, e isso e lamentavel. E e claro
qll • 11 maneira que Freud responde leva-nos imediatamente ao terreno
lilt t~Hll'lItura
de rede. Ele nao exprime, e claro, em todos os detalhes, as
pI t·ciH()CS
modernas que poderiamos dar-Ihe. Seria interessante, alias,
,hel como ele pode ou nao lucrar com 0 ensino de Brentano, que ele
, 'Ilamcnte nao ignorava, n6s temos a prova disso em seu curso univ~ll:iiIMio. A fun9ao da estrutura da rede, a maneira que as linhas - de
Ifs ,w ) ( :;a q c 1 o , precisamente - vem se recobrir, se recortar, convergir em
POtlIO~ e1eitos de onde se fazem as novas saidas eletivas, eis 0 que e
indicado por Freud. Sabe-se bastante, por toda a sequencia de sua obra,
on inquietude, do verdadeiro cuidado que ele tinha em ser mais precise
lihel.
~ ;;'
-I I l/ f u lf lll'f llll/ l;
• IHI ~'ssadimensao que e, para falar propriamente, a da verdade. Porque
,10 pOllIo de vista da realidade estamos it vontade!
Il' l11esmoao saber que talvez 0 traumatismo nao seja senao fantas11111 1>C lima certa rnaneira, e mesmo mais seguro, urn fantasm a, como
NIIII' Ihcs 1110strando,e estrutural, mas isso nao deixa Freud - que era
J \1 I.mpazquanta eu de inventa-Io - isso nilo 0 deixa mais tranquilo.
t llidr I..~slil,
indaga ele, 0 criterio de verdade? E ele nao teria escrito
f J l1 o l! l" 1 l/
dos lob os" se nao Fosse por essa pista, por essa exigencia
ItlllPI i I: sera que e verdade ou nao?
"Heni que e verdade?" Ele sustenta isso naquilo que se descobre ao
1111 1.1 19ara figura fundamental que se manifesta no sonho de repeti9ao
1111 Ilnmclll dos lobos? E "sera que e verdade?" nao se reduz a saber se
.1111 Uti nao, e em qual idade ele viveu alguma coisa que esta reconstruiIII "Ollln (~judadessa figura do sonho. 0 essencial, basta ler Freud para
'I" voces se apercebam, e saber como 0 sujeito, 0 Homem dos lobos,
1'1 tI\ " ( 'I'/I;c a r essa cena ... verifica-Ia em todo seu ser. E por seu sintoma.
Ii Illh 'Iller dizer (porque Freud nao duvida da realidade da cena origiHill) \\ que quer dizer como ele pode articula-Ia em termos propriamente
II IJ;l.lIilit:unte.
Voces s6 tern que se lembrar da figura do V romano, por
1lllplo, cnquanto ela esta ali em causa e que ela reaparece por toda
tliiJ Ii t nlre as pernas afastadas de uma mulher ou no batimento das asas
tl! I III III borboleta, para saber, para compreender que 0 de que se trata e
tIp 11Il\Iltl.in
do significante.
I ~ll1y~IO da verdade com 0 significante, 0 desvio por onde a exII IIda Hllaliticareune 0 processo 0 mais moderno da 16gica, consiste
11 11111lite nisso: e que essa relayao do significante com a verdade pode
qujll L~ll'Cllilar
lodo pensamento que a sustenta. E tambem que uma esde p lrspectiva se perfila no horizonte da 16gica modem a - que e
illl III\jUl' rcduz a 16gica a urn rnanejo correto do que e apenas escrita
, HlI ~Ofl1n,para n6s, a questao da verifica9ao concemente ao que
tNtlim (lu . t'H/.erpassa pol' esse fio direto do jogo do significante, na meill 111 !III llltO para cle apenas resta suspensa a questao da verdade.
I
".1
i 0 ( n'l .•I nl1lccipar um termo como aquele do verdadeiro, sem fazI~
It.
11tH
Jm 'diahllllente rodos os ecos de onde vem deslizar "as intu-
.~ • ,I" (tmllu Hflpas),
!'ll'lltll'
,(n/" l/I.llll·'·;'"'
, ', v lll; l'illl! 'u f u / e ,
N.'!'.
as mnis suspeitas e sem logo produzir as objeyoes:
fato de vel has experiencias daqueles que, cngtyalldo H' IImm '14 tcrru~
nos, sabem be~ gue eles podem - gate escaldado - t.~t11
'I' H ~l.gualria.
Mas que lhes dlZ que uma vez que eu Ihes fayo dizer: "Eu, a verdadc,
fale", que com isso eu abro sua entrada ao tema do Ser, por exempJo?
Quanto ao saber, observemo-Io com atenyao. Contentamo-nos com esse
n6 bem expresso que acabo de fazer entre a verdade - e com isso eu
nao indiquei ninguem, senao a quem eu fiz dizer essas palavras: "Eu,
a verdade, fale". Nenhuma pessoa, divina ou humana, esta implicada
exceto aquela ali - a saber: 0 PONTO DE ORIGEM ENTRE 0 SIGNIFICANTE E A VERDADE.
. Qual a relayao entre isso e 0 ponto de onde eu parti ha pouco? QueI'
dizer que ao I~va-Ios ao campo da 16gica a mais formal, eu esqueci
aqu~le onde se Joga, em meu dizer de hit pouco, a sorte da 16gica.
E claro q~e. 0 Sr. Bertrand Russel se interessa mais do que 0 Sr.
Jacques ~a:Itam pelo que se passa no Vietnam53 Isso, por si s6, pode
ser uma mdlCayaOpara n6s. Evocando aqui 0 call7pones da Garonne 54
- e sua ultima vestimenta - eu nao tome por alvo ... (Voces nao sabem
q~e foi pub~ic~do, ~ Call7pones da Garol1ne? Bern, vao procura-Io".)
(nsos]. Eo ultImo lIvro de Jacques Maritain, autor que se ocupou muito
dos autores escolasticos, na medida em que neles se desenvolve a inf1uencia da filosofia de Santo Thomas que, afinal, nao tern razoes de
nao ser evocada aqui, na medida em que uma certa maneira de colocar
o,s~rincipios do ser nao e contudo sem incidencia sobre 0 que se faz da
10glca. Nao se pode dizer que isso impeya 0 manejo da 16gica, mas isso
pode em certos momentos fazer-Ihe obstaculo. Em todo caso eu tinha
que. precisar - peyo desculpas por esse parentese - que se eu evoco
aqUl .Jacques Maritain ese, entao, por consequencia, implicitamente,
co~vldo-os a achar, nao que sua leitura seja desprezivel, mas que ela
esta longe ?e ser sem interesse, se reportar a ele nesse espirito do paradoxo que aJ se demonstra, da manutenyao nesse autor, que chegou a sua
grande era (como ele mesmo 0 sublinha), dessa especie de rigor que
~o inicio dos anos 60, Russel funda com Sartre 0 Tribunal Russel destinado a julgar os
CrImes de guerra cometidos pelos americanos no Vietnam.
Maritain Jacques, Le PayslIn de La G aronne - U //l'ieux laiC S 'interroge a propos du
tem ps pI'esent, Paris, Desclee de Brouwer, 1966.
",null
I
It .•
\' It
Vt1I'
VCl'dnd ,lit HUl11 impussl.ll.:.urkHIUllll. tllllUlI
cxata de todo () relcv\) do dcs~llv()lvlln 'n(o JIllld 'mil
nte), a manutcn,,~o das espcranc;as as l11l:\is impcl1s{\V ,is 'tHl"
mpul'J'Hdo, Ull
11' t) ll1uito
11"/1111
n lilt
que dcveria se desenvolvcr quer em seu lugar, quer '1\1 HUH
puta que possa se manter 0 que e sua adesao central, a sl~b'l~
IjUt I chama: "a intui9ao do Ser". Ele fala a esse respcito de HEruH
tu b/ll',U",Cl na verdade eu nao tenho que repudiar - com 0 que aVlllH;O
Ihlllh d voces sobre 0 desejo - 0 use de tal termo, mas sell lIS0 I1CS~tl
IWit 0, I.l saber, para em nome da filosofia do Ser, esperar 0 rCI1{lSCj~
.'nhl, cOl'I'clativamente ao desenvolvimento da ciencia moderna, de
ItlUI 1Illlf'loflada Natureza, participe de urn Eros, parece-mc, que n~l\
pml HCl situar senao no registro da comedia italiana! [risosJ. IS:ln
, II IlIlp de absolutamente, e claro, que de passagem, para retomar swts
(llh.!1 'htHe para repudia-Ias, que sejam indicadas algumas observC:1C;ocs,
f
duma, e na verdade ao longo de todo 0 livro, algumas obscrva •.
nt Iii -idas, e pertinentes, concernindo 0 que e, pOI'exemplo, da estn,l~
tUl' till ciencia. Que efetivamente nossa ciencia nao comporta nada de
jfl \111\ com a dimensao do Conhecimento, vejam que, de fato, e hell1
JU tn, mus nao comporta em si mesma uma ~speran~a, um~ ~rOmCS$H
t 14 cnascimento do Conhecimento, no sentldo antIgo e reJeItado que
IIU
110
l* II.
H
I"" CIIJnportaem nossa perspectiva.
HttllO, eu retorno entao, depois desse parentese,
0
que se trata
yara
II- i' interrogar. Nenhuma necessidade, para n6s, de recuar dHllliO
In
thl
desses quadros de verdade por onde os 16gicos introduzclIl,
emplo, um certo numero de func;oes fundamentais da 16gica dU!-l
I l)
I" HI \lHic;:oes.
,_
"
,
F crever que a conjunyao de duas prOpOSIyOeS
Imphca - um quadlO
. H tl l. mbro a voces, eu nao YOUfaze-I os todos, esta ao alcance de todo
hltttido - implica que se das duas proposic;oes n6s colocassemos aqui
t V llores, a saber, da proposiyao p, 0 valor verdadeiro e 0 valor falso
Ai{ lUther, que ela pode ser ou verdadeira, ou falsa) e da proposic;ao q,
{t \'1 1m verdadeiro e 0 valor falso, e que, nesse caso, 0 que se chanlll
tt\I,'t1I1c;ao, a saber, 0 que elas sao, reunidas, nao sera ver~ade _que S~\
tt t litS sac verdadeiras, em todos os outros casos sua conJunc;ao dHl'll
HHl I sultado falso. Eis ai 0 tipo de quadro do qual se trata e que ell III \l
tenho que fazer variar diante de voces, porque basta que voces abram 0
inicio de qualquer volume concernente a 16gica moderna para encontrar
como se definini diferentemente, por exemplo, a disjunyao, ou ainda a
implicayao, ou ainda a equivalencia:
qP
V
F
V
V
F
F F F
Isso pode ser para n6s suporte, mas e apenas suporte e apoio daquilo
que ternos a nos indagar, a saber: e licito - 0 que n6s manejamos pela
palavra, se posso dizer, 0 que n6s dizemos ao dizer que hit a verdade - e
licito escrever 0 que n6s dizemos, na medida em que ao escreve-lo vai
ser para n6s 0 fundamento de nossa manipulayao?
De fato, a 16gica, a 16gica moderna - acabo de dize-lo e de repeti-Io
- pretende instituir-se, nao digo por uma convenyao, mas por uma regra
de escrita, cuja regra de escrita, naturalmente, se funda sobre 0 que?
Sobre 0 fato de que no momento de constituir dai 0 alfabeto, n6s colo- ,
camos um determinado numero de regras, chamadas axiomas, concern- '
indo sua manipulayao correta e que isso e de alguma forma uma palavra
que n6s demos para n6s mesmos.
Temos n6s 0 direito de inscrever nos significantes 0 V e 0 F, do verdadeiro e do falso, como alguma coisa de manejavel logicamente? E
certo que qualquer que seja 0 carater introdut6rio, as premissas desses
quadros de verdade, nos minimos tratados de 16gica que podem Ihes
cair nas maos, e certo que todo 0 esforyo de desenvolvimento dessa
l6gica sera tal que ao construir a l6gica proposicional sem partir desses
quadros, deve-se, alias, depois de ter construido de outro modo as rcgras de sua dedutibilidade, voltar a isso. Mas 0 que nos interessa e saber
tambem, digamos, ao menos 0 que queria dizer, digo aqui, que se tenhn
usado muito especialmente na l6gica est6ica. Fiz alusao hit pouco ao ex
falso sequitur quod libet. E claro que e alguma coisa que teve que apll~
recer hit muito tempo, mas e claro que isso nao tern sido articulado COllI
uma tal forya em parte alguma melhor que nos est6icos.
hl# ell, a saber: 0 que e precise para que 0 verdadeiro e 0 falso tenham
U1M tclayaocom
a 16giea no sentido pr6prio que n6s colocamos aqui, a
",.~th(w:onde 0 fundamento da 16gica nao e para se tomar em outro lugar
articulayao da linguagem, na cadeia significante. E por isso
llUflWl
16gicaera uma l6gica de proposiyoes e nao de classes. Para que
1'.1a lima logica das proposi<;:oes,para que isso possa mesmo operar,
• 'Illn c precise que as proposiyoes se eneadeiem a respeito do verda• ,If\) do falso? Ou essa l6gica nao tern nada a ver com 0 verdadeiro e
.~'{ \1 0. Ol1 se ela tern aver, 0 verdadeiro deve engendrar 0 verdadeiro.
HJII I\e chama a rela<;:aode impliea<;:aono sentido em que ela nao faz
'tMI~t\llr nada alem do que dois tempos proposicionais: a pr6tase ... digo
~C" paranao dizer "hip6tese", que vai imediatamente revelar a
II i(h~iade que a gente se poe a acreditar em alguma eoisa, nao se
d ,ncreditar, nem de acreditar que e verdadeiro, trata-se de colocar:
n 'hili> ", e tudo. Quer dizer que 0 que e afirmado e afirmado como vert .dl ro, n a segunda proposi<;:ao:apodose. Nos definimos a implicayao
ljH!~Il\I!4uma coisa onde se pode ter, nada mais, uma pr6tase verdadeira
H~ npudose verdadeira: isso s6 pode dar alguma eoisa que nos eolo!,o u:'Wj t ntrc parenteses e que constitui uma ligayao verdadeira.
n(IUer dizer absolutamente que so possa haver issoi Suponhamos
Illfl protase falsa, e a apodose verdadeira. Bem! Os estoieos lhes
'Ill isso IS verdadeiro, precisamente porque exfalso sequitur quod
: t' dll 1'0[80 pode estar implicado tanto 0 verdadeiro como 0 falso e,
t. ~ l H!llidqOcncia,se e 0 verdadeiro, nao ha objeyao em l6giea. A im, t fa n qucr dizer a causa, a implicayao quer dizer essa ligayao
un '111, de uma determinada maneira eoncernente ao quadro da
It,\ f.I }Jrolasc c a apodose. A unica coisa que nao vale, pelo menos,
hlHtt!tlU do <I 'I\ominado Filons5, que representava ali urn papel emit 1I1J' H prolasc scja verdadeira e a apodose falsa. 0 verdadeim
,10 ltnplic:Hr l) i'aIso: e 0 fundamentoo mais radical de toda
tltHll\ d~ I1Hl1Icjar, Ulima cerIa relayao com a verdade, a cadcia
~lt tl
I1a
111 ~ ll(lllO
Wft1l1fo1
lal,
11110,
uqlli,
iI
possibilidHdc de UIll quadro que, rcpito, sc
constr6i dessa maneira, a saber, quando a proposiyao p sendo verdadeira, a proposiyao q e-falsa, entao, a ligayao de implicayao e conotada
pOl'falsidade.
.
V
F
V
V
V
F
F
V
qP
o que e que isso quer dizer? Natural mente, eu ja Ihes disse, as
condiyoes de existencia as mais radicais de uma 16gica. 0 problema'
e realmente evidente; e 0 que n6s temos que fazer quando temos em
seguida que falar do que esta. escrito. Em outros term os, quando 0 sujeito da enunciayao entra em jogo. Para realya-lo temos apenas que observar 0 que se passa quando dizemos que "e verdade que e falso". Isso
nao muda, a saber, que simplesmente ofalso retoma talvez urn que de·
lustra, de enquadramento, que 0 faz passar a/alsa "radiayao". Contudo,
isso nao e nada. Dizer que "e falso que e verdadeiro", nao tern 0 meSlllO
resultado, quero dizer, que n6s fundamos 0 falso, mas, e real mente a
mesma coisa? Seria para indicar apenas isso que temos que marcar que
melhor diremos: "e falso que seja verdadeiro". 0 emprego do subjun-.
tivo nos indica que se passa alguma coisa.
Dizer que "e verdade que e verdadeiro" tambem vai bem e nos deixa
uma verdade garantida, ainda que tautol6gica, mas dizer que "e falso que
ele seja falso", nao garante sem duvida a mesma ordem de verdade.
Dizer: "isso nao e falso" nao e, entretanto, dizer que e verdadeiro.
Com a dimensao da enunciayao nos vemos enUio colocada nova ..,
mente em suspenso alguma coisa que s6 pedia para funcionar, deuma
maneira inteiramente automatica, no nivel da escrita.
"
E pOl' isso que e real mente chocante notal' qual e 0 lado deslizante
desse ponto onde 0 drama surge, se posso dizer, exatamente dessa duplicidade do sujeito, que e aquela que, devo dizer, nao hesitarei em ilustrat'
com uma historinha, a qual varias vezes ja fiz alusao porque ela nao
{-'oj sem incidencias (digamos ... a carreira de minha historinha), essa
especie de reclamayao, ate de exigencia que urn dia surgia justamente
cia garganta de alguem bem sedutor, pelo que eu trazia comoprimciraR
articulavoes de meu ensino, tocante jaculat6ria lanyada enldireQao(\(),
/I
1 '0 1 ' ( I/le
.
J . \ I l h l '''
()
lttudn
dizia essa personagem - por que ele nao diz 0 ververdadeiro? Esse ripo de urgencia, ate de inquietude,
eu penso, sua resposta com a unica condiyao de passar
·Hit Illl~llO significante escrito.
i \lllIuti ,j 1'0 sobre 0 verdadeiro! 0 V sobre 0 V, 0 significante nao
'I~J n ~o significar a ele mesmo, exceto justamente qu~ nao seja ele
I IMllilica,isto e, que ele usa da metafora. E nada Impede que a
dlum que Hubstitui urn significan~e outro pOl'e~se V ~a ~~rdade, fa~a
· 1110111'nlo ai a verdade ressurglr, com 0 efelto ordtnano da metafl II 11hl\l': a criayao de urn significado falso .
.t•• t It prt)dllZ mesmo todo 0 tempo. E a prop6sito do discurso ,tao
'''till qlle (cnto fazer hoje, isso pode aind~ engendrar, em ~UltOS
~l! do que se chama mais ou menos propnamen~e ~ossos m1010s,
liP! l\ics de confusoes ligadas a produyao do slgm~cado na meh!hi «'l",tmncnte, nao e surpreendente que me retorne as orelhas, da
IltUH l'Dnle portanto onde se produzia essa invocayao nostillgica, que
III lldlldo rccente tenha tornado pOl' perspectiva, concernente ao
UtllHI Freud, isso que, tao elegantemente, essa boca articulou como
,I hhu:!- c;ol1ceitual"!Ha.ai, de fato, certa especie de confissao, onde
lrUlllWlIlo se designa isso: a relayao estreita que tern, com a estrutura
· I }lh)~\) ohjeto parcial. A ideia56 ou mesmo simplesmente 0 fato
tlhlllil *10 C possivel, no que quer que seja, comentar urn texto de
Itl 'iptimlndo com prolixidade seus conceitos, evoca incessanteIII tl ql\(\ uno poderia satisfazer de fonna alguma a funyao do obj:to
Hjlll
\) tlbi~l,oparcial deve poder ser cortado. De nenhuma manelra
t III tit:' 1I1\;stllrda,0 pote de mostarda que eu defini na epoca cOl~O
IAh 111lu11'~QHsariaqlent~ vazio (vazio de mostarda, natural mente) nao
w ", ill I~J I r' 'nchido de maneira satisfatoria com aquilo que a mistura
JI 1lIIff'i01HOlllcnte,
a saber, com a merda mole.
ti, II 1 HlIlHmt.c cssencial vel' a coerencia, precisamente, que tem
\1b blOt' pril110rdiais com todo manejocorreto de umadialetica,
I
itl,
tlh" /'lubj "1tJva.
Para retomar entao esses plimeir6s passos que ~lcabam()s do ~11l1'CO~I~
(:crncntes a implicayao, e necessario vet' surgiraqui - nessa artlCulayClo
untre a verdade e 0 manejo do escrito - ver 0 de que se trata, a saber: ()
l)lll ~PODE SER ESCRITO E 0 QUE NA.O PODE.
o que quer
dizer esse "nao pode" cuja definiyao, no .limite, permanarbitraria? 0 unico limite posto, na 16gIca modema, ao
flll1cionamento de urn alfabeto, num certo sistema, 0 unico limite sendo
lqucle da palavra dada, axiomittica, inicia1.. C! ~ue. quer .dizer 0 "nao
l'flde"? Ele tern seu senti do na palavra dada InICIal, InterdIt~ra ,- mas 0
que e que se pode escrever sobre isso? 0 problema da negaya? e para se
coloear no nivel da escrita, enquanto ela a regula como funcIOllamento
'(~Cinteiramente
16gieo.
11tu t, 'jriHt que dctcrminadas proposiyoes sejam - lanyadas sob
tUillHi d (I \ 'hit iluminante, pois e na verdade colocar-nos na pistl:l
IVf,llvlmcnlOs
(-1\1! Itllinha de 1b:to oficialmente de "princesa", que ela tenha
I' t 1 li"lus(lcrcditando
que ela dizia alguma coisa! Esse e pt'C"
It' (I pm'igo da 16gical Que a 16gica s6 se suporte alionde se
f,hllll ~Ifl••lu IHl usn da e$crita, mas para f'aJar proprjamente, ninguem
~'Uflt1ilr (/11' alguem que fale ?isso diga mesmo alguma coisa. t ~
tftHltt 1i1H! que a faz suspeita! E tambem por isso que nos e tao nc{ '.('WI' I' fin nparelho da escrita. Entretanto, nosso perigo, nosso
iii • nos d 'vel110S nos aperceber do modo sob 0 qual surge, Hum
tllltl que !HI articulaoaoescrita, essa negaoao, De onde vem el('l,
~~l()' ()Ildc vamos poder apl'eende-Ia, onde vamos ser foryados
••ll1dlJ' 'litis com oSlmlcos aparelhos que jft produzi aqu.i diantc
.
Aqui, imediatamente, e claro, aparece-nos ~ necessI?ad~ ~ue fez surgir inicialmente esse use da negayao nessas Imagens mtUltlvas marcadas pelo primeiro desenho do que ainda nao se sabia absolutament,e ~er
borda: asimagens, de alguma forma, de urn limite, aquele e~ que a 10gICa
primeira, aquela introduzida por Arist6teles, l6gica do predlCado, marca
ocampo onde uma classe se caracteriza por urn predicado dado e o-fora((esse-cam po como designado pOI'"nao-articulado-ao-predicado".
E claro, nao e percebido, nao e articulado no nivel de Arist6teles,
que isso comporta a unidade do universo do discurso. Dizer - como e.u
o escrevi em algum lugar a respeito do inconsciente, para fazer sentIr
a absurdidade - "que ha 0 negro, e depois ... tudo 0 que nao 0 e",que
isso tern urn sentido, esta ai 0 fundamento da 16gica das classes ou do
prcdicado. E precisamente pelo que isso comporta desde e~tao de suspci to, senao de impasse, que se tern tentado fundar outra c.o:sa.
Nao hoje, mas certamente nas sess5es que se segUlrao. qu<~VOLI
lent.ar distinguir para voces, de uma maneira completa, quaIs ~ao ~s
!liveis I6gicos,para falar propriamente, 0 que se imp5e - o ,que se I~POO
da pr6pria escrita - a distinguir concemente a negayRo. E no melOdo
JOlrinhns tao claras, e tambem uma vez fixadas no quadro negro, que eu
Illes mostrarei que ha quatro escalas diferentes de negayR?, da qual a
11 'ga\~no c1~lssica- aquela que invoca e parece se fun?a~ ulllc:llnente ~o
))1 inti pi 0 dn Ilt:\o-contradiyao - da qual a negayao cIa SSI t~ll 11/10 ~ scmw
e
l!IIHl dClllrc
clas.
dos mais radicais - tenham permanecido Iles::;c
l'Ht p usn, tl lnl ponto que mesmo uma dama, qualificada por esse
lit
ijl Ill' ssH implicaoao: a proposiOao p implica a proposiyao q.
r t. V 'r (l que c isso, partindo de q , a saber, 0 que n6s podemos
f (It proposj~(l() p, se a coJocamos depois da proposiyao q, Bern,
H,1i
Her
'vel' U
Ilcgayao antes, ou ao lado, ou acima, em algum
dfll1l/.
IIUtl q indicll qLJ(..~ se nan q nao p, Eu repito,e Ul1l exempJo, e lIm
S~HIH V -;1"\ dfll10()C~sid(\'dedo surgimento?na escrit~,d~ algWllH
~lrlumq5{ crt'lldos om acreditar que eo 111esmoque fUlleio..
P~,}HC().U lilulo do (;tl/ll plcmcntar, POl'exemplo, Cl saber, que por
tHl Qnh) 'uva 0 llllivt:ISO do diRcursa comoUm. As duas <.:oi~-:as
110UtlO JUI1IUS que hU~'l::1 dccret{l~l() panl dCSaJ1'icul •.l-];IS uma
,11;1:-1 'om qu<.' llltHI t: oillm tllIlciO/1CIl1 dis/inIClmt:Il(C.
I.,)
como a interrogar antes de tud<Y,aquilo que pode ser escrito, a saber, 0
pOllIOonde se elhnina a dupJicidade do sujeito da enuncia9ao ao sujeito
do cllullciado - 0 ponto em que essa duplicidade se mantem - n6s teri,l11l0Sde inicio afunyao da negayao, na medida em que ela rejeita toda
ordem de discurso, enquanto 0 discurso a articula, aquilo do qualela
fn/a. Seja, peyo-Ihes observar, precisamente, 0 que Freud avanya e 0
que e desconhecido, quando ele articula 0 primeiro passe da experien\;(1, enquanto estruturada pelo principio do prazer, como se ordenando,
<Iiz ele, por um eu e urn nao-eu. Somos tao pouco 16gicos que nao nos
npcl'cebemos que nesse momento, ele nao poderia agir - isso de uma
lmweinl tanto mais falivel que no texto de Freud os dois estagios sao
ttislinguidos, 0 eu e 0 nao-eu, enquanto eles se definem na oposiyao
I,usl-Unlust - e tao pouco considerar como da ordem dessa comple111entaridadeimposta pelo universo do discurso, que Freud a distinguiu
colocando na primeira linha lch-Au~enw elt, que nao e absolutamente
do mesmo registro.
Se eu e nao-eu quer dizer, nesse momento, apreensao do mundo em
um universo do discurso - isso que e 0 que se evoca, para falar propriamente, ao considerar que 0 narcisismo primario pode intervir na sessac> analitica - isso queria dizer que 0 sujeito infantil, no ponto em que
Freud 0 designa, ja no primeiro funcionamento do principio do prazer,
e capaz de fazer 16gica. Entao, 0 de que se trata e propriamente da identilica9aO do eu com 0 que Ihe agrada, com 0 Lust. 0 que quer dizer que
o ell do sujeito aqui se aliena de maneira imagimlria, 0 que quer dizer
que eprecisamente nofbra que 0 que agrada e isolado como eu. Esse
primeiro n G o que e fundador quanta a estrutura narcisica, na medida em
que depois, em Freud, eia nao se desenvolvera em nada menos do que
ncssa especie de negayao do amor, a prop6sito da qual quando a en conll'nmoscomo se fez em meu discurso, nao se dira 0 verdadeiro sobre 0
vcrdadeiro, mas que eu digo 0 verdadeiro sobre 0 que diz Freud!
Que todo amor seja fundado nesse narcisismo primeiro, eis ai um dos
terlllOS de on de Freud, partindo, solicita-nos saber 0 que e essa pretensa
fl.m,:Ho UlliveJ'saJ,na medida em que eia vem dar a mao a famosa "intuii;ilo':, dCl1unciada ha pOllco, do Ser.
YcJanrcssa negayao que chamaremos 0 A 1 8 , de desconhecimento,
qllo
Fi tl()~
'O!Ovll ~WlqU(~stao.
E,(~qIICSCc/i.Slj/H.\lIcdocomp'el1lel1l()OI1,.
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" C'"Id/llH/ 'I 0 () ('{jll~
I
qlll ..' Cpcr(-citamente disf t d"
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1110 ISSO,e nopropno Freud.
It
Ii
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. h em scgllida, 0 que entrarit Olais refund
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" tI l1lns u:wreizar dessa a~ticLlla ao alltaS~l1atlcoque l1elSnlillca
, q ill"
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pr6xil\IO
que C que"quer dizero termo NAO'l Sun\. quo
pOdCIllUK n\<':~l1I() raze-Io surgir enquanto forma complementar, ou cn\)WU'lto l'oflllH do des, do descorihecimento,
ou em termos desse nao
8 ( /1 1 /, qUl\mln ele vier a se aplicar aos term os os mais radicais sobre os
quais (II'. girar para voces a quesHio do fato do inconsciente? A saber,
p de mcsmo nos vir a ideia de que quando falamos do "nao-ser", trataM' de 1I1glll11Cl
coisa que estaria de alguma forma no contorno da bolha do
·1"1Scr~l que 0 nlio ser e todo 0 espayo no exterior? Sera mesmo pos:;ivcl sugcrir que e isso, isso que queremos dizer quando falamos, para
Ji:t.cr a vcrdade, bem confusamente, desse niio-ser? Eu gostaria mais,
nCfl!>C momento, de intitular 0 de que se trata e que 0 inconsciente
pee
~ll1 questao, ~tsaber, 0 LUGAR ONDE EU NAo SOU.
011<.:011(,1'\),
l,)
()uanto ao I1GOpensar, quem ira dizer que esta af alguma coisa que se
pnssa de alguma maneira apreender naquilo em torno de que gira toda
1116gica do predicado, a saber, nessa famosa distinc;ao - que nao e uma
dilltin<;ao - da ex/ensi'io e da compreel1slio! Como se a compreemi'io
l:onstitufsse a menor antinomia ao registro da ex/ensclo, quando e claro
que (lido 0 que se fez de pas so na 16gica no sentido da compreenslio, e
H~mpl'C e unicamente quando tomamos as coisas unicamente sob 0 anJJ,ulo cia extensc1o! Sera uma razao para que a negayao possa aqui continWlI' a sel' posta em uso sem urn questionamento
primordial concernente
1\0 d 'que se trata, se ela deve permanecer ligada a extensao? Porque, s6
Ii l'ora n6s esse nc10 ser, posto que igualmente a especie de ser que nos
mpnrta concernente ao sujeito esta ligada ao pensamento. Entao, 0 que
(lUll' diz:cr esse I1lio pel1sar? Ou seja, 0 que quer dizer no ponto em que
fI II) possamos escreve-lo em nossa 16gica?
FS\{lai a questi'lo em torno da qual - aquela do
r'!l1S0
~col1duzirei nosso pr6ximo encontro.
e lll1 iio
sou
e do
eu nao
,
'.
- va, d eJ11orI";nfi/lU/'fllldo este
. giz que posso precis'll' e espero que ele nao
l[lI11WpNra
VIr, entao
falemos de ... de pequenas n OVI'd ad es. E' umn
.
• •
~ ,
n !'I'lOt'lll c qU,enao creio estranha ao que aqui nos reune de fal ..
it }dn '011111 ~ste IIvro e acolhido emuma certa zona J'ustamente aqal'l~)
t1tf
\
p. I
\
"
ue tl
,l.' ". I, • ~llOrcs rep!esentam, todos e tantos que os senhores sao
lIC
t~tl lit!, 1/, ()uoro dlzer que e curiosa pOl' exelnplo que e
'
'
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I
'
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Ul1lverSJ~
1!.II 1 148Itl{
tiS, nas qUais eu nao tenho razees para pens
, .' 'j'
"
.
ar que 0 que ell
nnlltV(l U ( 17.01' ate aqUl em meus seminarios tivesse t t
, ';1 ....
"
.
an 0 eco,. b ern,
~l J\. pOI qlle, esse IJvro e procurado. Entao como ao qu'e e f'
'I '
"
,
u HQO
t I { .l glca, eu mformo que nesta noite as 22 horas at'
£i .• Jl 1'1'1
I
"
ercelraca',~ •. {,o-)I:lI~e as, mas em freqiiencia modulada (entao so
t,
.J ttlll
ffl. u. ' h 'Ilcflclar aqueJes que moram pr6ximo de Lill
" me~ .~
I'
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e, mas ell SOl
t~ 11\1 IIIJll )1.:111 Ollvmtes de Lille) bem
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I
...
, a's 22 ho'las., sera transmt-,
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r e v ' r 's~)ost'a que ell dei a uma pessoa das J11aissimpc\tiC'I!-l
l.' 01 lJllfl'L'vlsl'al'. Sobre isso celiamente haven~ outras de ) I'~ '.
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If l\ III j lIU1S H (l8ta os , ollde nao e certo qlle l"S'
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visto que eJ)J'ecisofazer'
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, ,l.'('.:"'\
r (O"'VO\l
l/lllll 1 qllCSll),O
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que
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q·ue.·····
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.. ell Cl'1<11110 ( I(1
l1 Illola
nal) C 0 que se poderia crer, querodizcr, algUJ1l11
\1~l~llI 11I,{~d~)
Ill~ dus~wadaria. Ell adoro as ql.lcst:oes idiolns
Lldl1~h, II,' as Idilltas .., alias, ?lIl:l:Illlbem adoro os idioll.ls, () quo
lHlvdlfl;l() do s .~()! RCSllIl1l1ldo, 0 qlle ell dCI101l1inn id i( ) / ( t tl
/t,
II
It, lUl
nlmlhlnldlld~1, ahs()llIluIlH,m(C
1!llIIIf'HI t.\ pl'6pl'if!;lll11
,
com a singulnddlldc, c alguma coisa natural, simples, enfim, freqiientemente Iigada
Ii sihlllyao. Ayes~9aemqueshio,
por exemplo, nao havia aberto meu
llvl'O, cIa me colocou a seguinte questao: "qual eo layo entre seus Es'c I'i/o s '? " Devo dizer que
uma questao que nao me tena ocorrido a mim
Ilozinbo. Certamente! Devo dizer que e uma questao que nao podia me
()corror que elaocorreria a alguem. Mas e uma questao muito interesIwnto na verdade, a qual fayo todos os meus esforyos para responder.
E responder, bem meu Deus! como ela me foi coJocada, quer dizer,
'~11ll0eia me foi colocada a mim mesmo pela pnmeira vez, eJa era para
ll1irn verdadeira fonte de interrogayao e, para ir fClpido, eu a respondi
"c';)SSeS termos: que 0 que me parecia fazer 0 layo - pense a respeito
disso nao tanto no meu ensino mas em meus Escritos, tais como eles pod¢m se apresentar a alguem que justamente vai abri-Ios - bem, e isso ao
qual, na ordem do que se chama "a identidade", cada um esta no direito
de se referir, para aplica-Io a si mesmo.
Quero dizer que desde 0 estagio do e.spelho ate as ultimas notayoes
que eu pude inscrever sobre a rubrica da Subversi'io do s U je i/ o , no final
dflS contas sena isso 0 layo.
E cOmO os senhores sabem, este ana (eu 0 lembro tao somente para
uque1es que vem aqui pela primeira vez), eu acreditei dever, falando
('u digo tambem para aqueles ali) da logica do fantasm a, partir dessa
obsorvayao, que para os familiarizados daqui nao tern nada de novo,
ltIUH C cssencial, que 0 significante nao poderia se significar a si mesmo.
N () C tlbsolutamente a me sma coisa que esta questao incidindo sobre a
'Hp cic de identidade, para 0 sujeito, que poderia the ser, para si mesmo,
tplicaveJ. Mas enfim, para dizer as coisas de modo que elas ressoem,
I partida, e que permanece urn layo ate 0 termo desta coletanea, e pret~j&nl1lentealguma coisa de profundamente discutido, e 0 minimo que se
l)()lisa dizer an longo desses Escritm ; e que se exprime sob esta formula
". que ocorre a todos e que se at mantem, devo dizer, com uma Iastimav1 certeza - e que se exprime assim: "eu [m o il, eu sou eu [m o il" .
hu peJlso que ha poucos'dentre os senhores que nao tenham que lutar
pura dcmoveressaconvicyao,
e ainda assim, alias, teriam-na riseado de
suus pnpcis, grandes e pequenos, e nao restaria menos dela, visto que ela
N '11lprc muito p<,;rigosa. Com efeito, 0 que se introduz imediatamente,
idlol'i!;:I'II(}
C algumfl coisa quc'''se confunde rapidamente
e
I
n VhllW qual sc dcslizCl C aquela, que rc-assinalci
no come\:o dl~HS illl)
VCCIl1que a questao> em seguida, se COIOCH C do l1lodo lIIuiN
llHtUl'ulos
mcsmos em quemestil tao forl~lnentc estabclcddu OSHll
(Jot'! 'za, nfio hesitel1l em diferenciar tambem ligeiramentc do qU~jIII t) \
dclus: "isso, nao e eu [m o i) " , "eu nao agi de tal modo", Niio Q l\ priv,
II ~git)dos bebes dizer que "nao sou eu [m o i]" e rnesmo loda UI11U t 'mill
dugollcsl,'l do mundo para cada urn - que se chama psicol6gicil
lillt'l
Nilllple$ll1cnte essa saida:que os primeiros passos da expcri61'H.:ia senlo
rUn\ aquele que a vive, 0 ser infans, depois em seguida infantil, que fudl
u distin9ao (diz 0 professor de psicologia) entre 0 "ell [m o il" co "Il( ll'1 .1 IJ I/o i]" .
Uma vez introduzido nesta via, e bemclaro que a l/ullsll ()
Il( qpoderia avanyar um pas so, visto que engajar-se nessa P()Sjy~hlcomo
8(\ ola fosse considerada como diferenciavel,entre
0 "eu [m o il" t,,\ ()
"lltlO-Cti [m o i) " , com 0 unico limite de uma nega<;ao (com pmlllndo,
ulcll1 disso, 0 tereeiro excluido, eu suponho), e completamentc ('ont do
campo, completamente fora do jogo que seja ataeado 0 que, no ClIltlllll1,
~ n ~mica quesHioimportante, a saber, se "eu [m o il, eu SOLIeu [m o ll" '
E cetio que ao abrir meu Iivro, todo leitor sera estreitado nl;l~SCIH"~ll.
tl "tlpidall1ente, mas que isso nao seja, no entanto, uma razao pill'll qll •
tlc. prenda nisso, pois 0 que e enodado por esse layo the da freqC!lll1l's
()Gt1.~ioes,frequentes e muitas oC1;lsioespara se oeupar de outrascoislls,
d • cojsas que preeisamente se escIareoem por estarem estreitadas IlQsl
luyo, e, entao, para deslizar ainda fora de seu campo.
o que e concebivel ni5so: que nao e evidentemente no I.crrCI1(ldll
1J1'6pria identifica9ao que a questao pode ser verdadeiramente rcsolyidll,
n justamet1te pOl' remeter, nao apenas a esta questao,mas a ludo 0 qu
In implica - em particular a C]uesHiodo inconsciente, que aprcscllltl,
pi' ds() dize-Io, dificuldades que saltam muito mais imedialanwlllc (IUS
()Jhl,.lS quanto, a saber, ao que convem identificar - e, no entall!o sohI'
cSHaquost~o ciaidel1tifica9aO (mas nao simplesmente Ii 1l1i.tadnan qUI!
/ol ere uprecl1der dosujeitosob
a identificayao do e lf [m o ( l) cuja n.~r1'' '
1I~:ii:l
tl estl'utura nos empregamos e que nos e preciso partir de HI III In
l,:oiHH que ISc:xlorna ao que edado imedia.tamente, intuitiwuncnll\ llllSH
l.lOlllpol'n identifica9al\RSaber,porexemplo,
tlo11sqrva,,~i1o qUt.1 ell nl"
011S 'olwl'p;
j
hil pouco,
n Hi In snw.
'Yo(;OVU
Lll\I'
a
saber,
qtlc ncnhulJ1 ~igllHlcantepodcria S ' ''lignin''
'
Entfi,(), para partir hoje do por que eu pedi este giz, visto quese trata
de estrutura - aindaqueuma das fontes de meu embarayo seja, algumas
vezes, que sejapreciso que eu fa~a desvios muito longos para explicar
nos senhores certos elementos, que nao e certamente por minha culpa
sc des nao estao ao seu alcance, quer dizer em uma circula<;:aomuito
comum, para que, se se pode dizer, verdades primeiras sejam considradas como adquiridas quando eu lhes falo - eu yOUlhes fazer aqui
o esquema do que se chama urn grupo. Eu ja fiz diversas vezes alusao
ao que significa urn grupo, partindo, por exemplo, da teoria dos conjuntos, eu nao you recome~ar hoje, sobretudo considerando 0 caminho
(lue temosque percorrer! Trata-se do grupo de Klein, na medida em que
urn grupodefinido por urn certo numero de opera~5es. Nao ha mais
do que ires. 0 que resulta delas e definido por uma serie de igualdades
multo simples entre duas dentre elas e um resultado que pode ser obtido
do outro modo, quer dizer, por uma das outras, por exemplo, uma pela
0 1 lt / 'C I das duas, por exemplo.
e
Eu oao digo por uma das outras, e os senhores verao por que. Esse
g r u fJ o d e K le in , n6s iremos simboliza-Io pelas operac;5es em questao,
coma condiyao de que elas se organizem em uma rede tal que cada
tn:tQode corresponda por uma dessas operay5es e (a cor rosa, entao,
corresponde a uma e mesma OperayaO, essa cor azul igualmente, urn
trac;o de cor amarelo igualmente) os senhores veem entao que cada uma
dessas operay5es - que eu posso deixar na indetermina<;:ao completa, ate
que eu tenha the dado maiores precis5es - cada uma dessas operac5es se
encontra em dois lugares diferentes na rede. N6s definimos a rela~ao entre essas operac;oes, no que elas sac fundadas como grupo de Klein (e do
mesmo Klein que se trata, que eu ja descrevi a respeito da garrafa, dita
do nl~s~no~orne}uma operac;ao desses tres, que sac a, bee, cada uma,
todns, temessecarater
de ser operac;5es que se chamam invollltiva.~'. A
I11flis 8im,ples, para representaresse
tipo de operac;ao, mas nao aumca,
par cxcmp)o, a n e g a f t io . Os senhores negam a)guma coisa, coloquem
o signo de negac;ao em alguma coisa, quer se trate de um predicado ou
de Lima proposiyao: I1 tio e v l,? l'd a d e ir o q u e ... Os senhores ret~'1zcmuma
n'guyf{o no que acabam de obter. 0 importante e colocar que h{, urn Us()
'hI n(,lga\~H1,Ill) quul podc ~Cr admi
nao COI1\O 111
l\ Inu111,
e,
qll~, pur
lilnos, naQ,p::lrtimostalvez de uma afinna9ao), masdo que quer que S '.in
qu
dlll:lH
Ilcga~:ocs valem LIma ntirll1ayao (n6s nao sablJl1los do
qu~t~nJullllos partido, essa especie de opera9ao, daquaLeu Ille:; dOli
um ex-em plo com a nega9ao, tern por resultado: zero. E como ~c nH() Nll
,I"esse feito nada. 13 0 que isso quer dizer, que a opera9ao e illl'o ! l( lh 'o ,
Hutao. podcmosescrever, (se fazendo se sucederem as lett"as n6s el1lc.,ll1~
d IllOS que a opera9ao de repete) que a a, b b, C c, cada uma c cquivuI tllO n ~cro. Zero em rela9ao ao que tinhamos antes, quer dizer que SC.\
81H ii, pOl' exemplo, tinhamos I, isso quer dizer que ap6s a a, haveri!
M mpre L Isso valea pena ser sublinhado. Mas pode haver outras operay ~:ialom da.nega9ao que tern este resultado. Suponham que setrall;INS•
d ~ U J U f ( " lI 1 ~ '( Jde s ig f lo (nao e igLlal it nega9ao). Tendo I no come,iO, 1lI1
If I ..I, fazcndo funcionar 0 m e n o s sobre 0 m e llO S do -1, eu tord dt,\
, fleWn I tUlsaida. Nao emenos verdade que essas duas opera95es, aindll
. 4.IU ullbr~lltes, terao tido a mesma manifesta9ao pOl'serem involulivas.
. t-IU r dI~ol', de retornar a zero como resultado. Em contrapartida, basta
.' utid I'ur' este diagrama para que os senhores se apercebam que a an
t}lltd II 'l,)de h tem 0 mesmo efeito que c, que b ao qual sucede c tem 0
,m~!UIU . fohn que a. Eis 0 que se chama 0 g l'U p O de Klein.
it
a. a= 0
b. b = 0
c. c = 0
I 'o s a
a. b= C
a, c= b
b. c = a
c:
'tfllvuzcCl'tHS cxigencias intuitivas que pO(ienl$et,.as
lJt, 1udUtll de ICI' sobl'e is~? UJn
tl
dOH S('I1·
mais desubstancia, eu POS~H1
POllCO
porquc ai, cst,} vel'dadeiramente, nesta sel11anU,!lO j;lkUli~l'
'1\11/1100, om Indos os quioSQUCS-lllll
nlll11Cn\ aliils IIlUilllllllll,
jilt',
r
f
in qll~\ .. (os ~~Ilhorcs sabem
rn nu' HI' hn.ic t\ repcli~:fI() de
vi
thbhu
lis)
III f \SUJ1H\ llCSsll
I'
0
que
ell PCIlSO
ccrtos jogosdc
'vi:,.;la
IHI
qllillnat)hil
clas rcvi slus
l
pHIl'lvras qll •
rnuilu
lloi·
hil lInl artigo sobre a estrutura em matemittica", que evidentemente
pndcda ser mais extenso, mas que - na clllia superficie que esc?lheu,
mOil I)ouscom
razao, visto que e precisamente do grupo de Klem que
!ole t1'llta-lhes mastigar as coisas com, devo dizer, urn cuidado extremo.
Em relay~,o ao que acabo de lhes mostrar, que e muito simples, creio que
uli hil, certamente ... vinte e quatro pitginas e onde se procede, pode-se
dizcr, passo-a-passo. Entretanto, isto pode ser um exercicio muito ~t~l,
em lodo caso para aqueles que go starn de coisas longas - urn exerClCIO
1l111itolltil, que pode lhes ajudar no que diz respeito a este grup~ ~e
Klein. Se eu 0 tomo e porque - e se eu Ihes apresento desde 0 'I11CIO
, ole vai nos fornecer, ao menos eu 0 espero, alguns serviyos.
Se partirmos de novo da estrutura, os senhores se lembram de cert~s
passos em tome dos quais eu a fiz girar muito para que pudesse Ihes vir
t\ideia que 0 funcionamento de urn grupo assim estruturado ... que para
l'unc1onar, os senhores veem, pode-se contentar com quatro elementos,
os quais sac representados aqui na rede que 0 supOlta pelos pontos vert.ices, dito de outro modo, onde se encontram as arestas desta pequena
r1gura que os senhores veem aqui inscrita - Observem ( is s o v ~ i d u r e ll'
1 1 1 1 1 1 /0 te m p o ? 6 1 J ), observem que essa figura nao tem nenhuma ?'ferenya
c1aquela que eulhes descrevi com giz aqui rapidamente, com glz bran.co
c qu.e apresenta igualmente quatro vertices, cada um tendo a propnedade de estar ligado com os outros tres.
sn,
1)0 pont.o de vista da est.rutura e exatamenh~ a meSIlUl. Ma~ 11(')sll'I\.\~
que c(jJorir os trayos que reunem os veltices,doisadois,
do scguintL\
Jl1()(Io, para que os senhores percebam que e exatamente amcsmu
l:S~
lI'ulura, Emoutros term os, 0 ponto medio nesta rede, liesta figura, ltI)n
1~111I1cnhum privilegio, A vantagem de representa-Iodiferentcmellt{l
"
1l\l:lrC~lr
que nao M., neste lugar, privilegio. Contudo, a outra f1gura kill
tim/a uma outra vantagem, que e a de lhes fazer perceber que hil it!
\1 lima coisa entre outras, que a nOyao de relayao proporcional Pl)(!l'
l' obrir eventual mente. Eu quero dizer que a/b = cld, pOl' exell1plo, l'
{t1~lIIntl coisa que funciona, mas entre outras, entre outras l1umer(lS(l1'1
, . SlrUllll'aS outras que nao tem nada em comum com a proporC;Ho, sl~"
:·'klLllldl) a lei do grupo de Klein. Trata-se para nos de saber sea ILlllyUq
. que introduzi com os termos, como, por exemplo, aquele da 11.llh,;rto
dn melMora, tal como eu a representei atraves da estrutura: S, lJ111sig.,
. nlflcullte, na medida em que ele se coloca em uma certa posiyao qlll~l:
I)J,{)pl'ial11entea posiyao metaforica ou de substituiyao em relayao a 11111
. OUll'O sigllificante - S vindo entao a se substituir a S' - alguma coisa st
11f(ldu7., na medida que um layo de S' com S e conservado, como P(ls,.
~lv(JJ dcrevelar, resulta nesse efeito de uma nova significayao, dilo do
OUII'O modo, urn e .j'e ifo s ig n ific a d o .
()nis significantes estao em causa, duas posiyoes de um desscs siB"
,ni(ial1lcs,eumelemento
heterogeneo, 0 quarto elemento s, efeitu (k
.li ;11H1cado, aqueJe que e 0 resultado da metitfora eque eu escrevo as"
)llWI
<
~lf1'l;
....s.
(significante)
S' (significante)
.~tit1U()S,
x~
~
S-'I
s (efeito de significado)
11k}
lll.cclidaem 9ue veio substituir S', torn~-se
ft)i tjllO 60 que eu denomino
s
0
fat()l'd{lllill
efeito J11e/l'~t()ricod e s ig llif ic a ~ : t io .
(Jfl Nonhores sabem, ell dOLI uma grande imporhlncian essa cslrlltlllil
fi ~lH'didH onl que da fundamental
para c:o<plicar a estrutura do ill~1lII
it:1 '1 1 1 ,(:, i \ sub '1', 0 que 110 Illomento eOl1sidcrado WIIlO primclro, lid! j,
dnquilo qilC C rcculL'alllcnfo, trnliHil\ ell di!-\() vistl) quI.: C {) 1I1odo
0
c
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111\ RHI
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tlIlll,!fIlJ :-lignili 'tlll!l\ 1111o l'i \~Ill. (.•h IHl1do ull.di~q
UIll ul\~il() <Il'
.1H1priM~~ln,11f.lI:b
e naade outra coisa. 0 que e substituido tern
Ulli c'tcito que as "inclinayoes" da lingua, se se pode dizer, em frances,
podem nos permitirexprimir
imediatamente de urn modo muito vivo:
l substituto tern por efeito de s u b - s U u a r isso ao que ele se substitui. 0
quo a.c()ntece, pelo fato dessa substituiyao, na posiyao que se ere, que
lie imagina, que se doutrina mesmo, muito erroneamente na ocasiao, ser
a,png,ado, e simples sub-situado 0 que e 0 modo como hoje eu traduzirei
porque me parece particularmente prfltico - 0 U ntertdriickt de Freud.
o que e enHio 0 recalcado? Bem, por mais paradoxal que isso pareya,
o l'ecalcado como tal, no nivel dessa teOIia nao se suporta - nao esta
1::.1. ( 'IH'J'O - senao no nive] de seu retorno. E na medida em que 0 significallie extraido da fOrmula da metafora, vem em ligayao, na cadeia, com
n que constituiu 0 substituto, que tocamos 0 recalcado, dito de outro
lI'lodo: 0 representante da representayao primeira, na medida em que ela
CHili Iigada ao fato, M gico, do recalcamento.
Ser4 que alb'U1na coisa, da qual voces percebem imediatamente a
I'cla<;aocom a formula - nao identica a esta, mas paralela - de que ()
!l' dCUl1lH
o r ig e m l6 g ic a
:-lIUNIF]CANTE I~0 QUE REPRESENTA UM SUJEITO PARA UM O(JI'RO SIGNII"/CI\NTE, deve aparecer para voces?
Aqui,a metafora do funcionamento do inconsciente: 0 S na medida
que ele res surge para pennitir 0 retorno de S' recalcado - acontece
do S representar 0 sujeito, 0 sujeito do inconsciente, no nivel de aIguma
oulru coisa, que esta ai isso com que lidamos e que temos que detennio U' l) ~r~ito como efeito de significayao e que se chama: 0 sintoma .
1/:: c()l11isso que temos que lidar e e, igualmente, 0 que era necessario
1('lllbrar, na medida em que essa fonnula de quatro termos - fOrmula de
qualm tennos que e aqui a celula, 0 nudeo onde nos aparece a dificulIndo propria em estabelecer, do sujeito, uma logica primordial, como tal
. 11(1
mbdfda em que isso vem encontrar 0 que, em outros horizontes, por
ollirns disciplinas que chegaram a U111 ponto de rigor muito superior ao
Il()~s(),especialmente a l6gica matematica, se exprime nisso: que nao e
lntlis ~Llstclltavel, agora, considerar que haja um lI J 1 iv e r s o do d is c I I l's o .
I:".chlro que Ilogrupo de Klein nada implica essa falhn do IInivul'SO
III discurso, Mas mlda il1lplicatambem
que essa 11111111 IH1() llllL~jll ail
ConI cl\;iIO, () pn'>nriodc,,1sszl{alhaIH1 lrrliv~rrySld9 di."~'IIlt1,n' tIll ~l, 'It I
'I'll
~c 1l1HIli
l~staemCet10s pontos de paradoxos, que nao sac SCmp1'0 11:1'0
I·HII'Hdoxal'sassim - alias, eu lhes disse, 0 pretenso paradoxo de Russ II
~1.rt()e um para?oxo - 661 expresso diversamente, pelo que e precis() dt.~Io)"
I nil!' que 0 ut1lverso do discurs:> nao se fecha.
NElda.indica entao, de anterr.ao, que uma estrutura tao fUlldamcllIll1
na (),~deJ11
das referencias estru1urantes, que 0 grupo de Klein nan nos
p'fll1tta, com a condi~ao de aprender de urn modo apropriado 1l0$SHI'l
opcracoes, nao ?OS pennita suportar de algum modo 0 que se lrata d '
Hllportar~Quer dtzer na oportunidade - esta ai minha perspectiva de Iw i <:
U I'clay~lO que ~odemos dar, a nossa exigencia de dar seu estatuto CSlt';I~
IlIml ao Jnconsctente ... com 0 que? Com 0 cogito cartesiano.
P'OIS" e'b. em certo que esse cogito cartesiano - nao
e mesmo t1111U
dlzer, que observar que eu nao 0 escolhi ao acaso - e precistl~
III '!lIe porqueele
se apresenta cemo uma aporia, uma contradj~ao radi~
\1 1 1 no estatuto do inconsciente,
que tantos debates jil. giraram em tllmo
dostc pretense estatuto fundamental da consciencia de si.
Mas ocorria, afinal de contas, que esse cogito se apresenta COllHl
f~ %,io cxat.amente 0 melhor avesso que se possa encontrar, de U111
cerlo
I onlo de VIsta, ao estatuto do inconsciente, haveria talvez alcru111acoislI
tluhH, da quaJnos podemos ja p:esumir que nao e inveros~mil
nisSll
qll, au lhes lembrei que nao podia mesmo se conceber, eu naQ dig'o 1II\HI
11l!1U1I1u'.lEtO, .mas mesmo uma descoberta do que diz respeito ao i!lt;OI1~
u, {'/lto,. antes do advento, da pror1o~ao inaugural do sujeito do ( : o g ilo ,
. : IIn 1l1~dlda.emq~Je e.ssa promoyaoe coextensiva do advento da ci13ncill,
Q2
. I' ~ ~()
~ena sabldo ~av,er psicar.alise fora da era, estrutuHlIHe para ()
. t U~llmcnto, qU,econstltUl 0 advento de nossa ciencia; e sabre esscpon ..
In q:,(,J 116s,t~,.mll1amos, nao no ano passado, mas jil. no ano prcccdcl1to.
, 0111 c/'clt?,lell1brem-se
do ponto cujo interesseeu j{l ass;llalci Hos
oho/' 's, dcsse grafo, desse grafo que a maior parte do~ scnhon,':i 'Oil, •
\;;! (t .... (tn lJlIal podem agor~facjlmente serepOt1aremmcu livro~ espc ..
,Jlifl.l~l 1110, ,lal,~()mo esta d~senvo1vido nonivel do artigo , \ ', , ! I " ( , I ', W ( J do
•
lJ~mm pra
) /M I lI u ( ' d w !e ltc q
G!odesc!jo .
observar agora) isso que se acha no
o que quel dlzer (vale ,a pend ' , ,
'afo? que desennivel da cadeia superior e a esquerda desse pequeno ",J
'
,
hado, efeito assim
,
'..
..,
,
r
"J
,
Jl\'IO Naill, l1lcsmo os bebes leem meu livre! - no nive! dos bebes, me
ulna que eu nao passa deixar de Ihes cOl11unicar: discutc-se
I '1:l1:(1i1111
[jIll !lllIICU sobl'e issa, sobre aquilo, e aqueles que nao estao de acordo, hti
I III I qfie dil 0 scguinte (qU(~, resumindo, ell teria invcntado):
"ali, Cumo
lugares, hft os a-Freud" I [risa gentl] Observem que isso I1fw
tltl' \:ai illal"
Justamente antes de Ulna entrevista que me deixei surItl~\r'ndt:l~
Ila IUdia, justo antes de mim, havia alguem, uma voz, devo
dllt'! ~llllJllima (de sorte que nao incamodarei a ninguem citando-a), a
il'II'1l1 Il)i cu!ocada a questao, "e preciso Jer Freud') LeI' Freud? respall\[nl ..:sl..: psicanalista que quaJificariamos de eminente [risos], ler Freud?
(lIlt' Illlda! mas, absolutamcllle
desnecessaria! Nenhuma necessidade,
fi I ;('I1ICa simplesmente,
a tecnica! Mas Freud nilo e l11ais precise se
\'111 l1tJll'<lS
'd' Ice ~S (N),!" (,Jue ell naa tenha - , desde
' , temos a marca ou 0 in
I'
qUi, nos ,
.'
. lando nesse errata _, sabre 0 qua e,u
anos que de eXIste, qu: de esta co 'j 'aso certa~ente nao 0 sullciente
~ fi
' , "om "Iltanos em toc C<,
'I
nao IZ l11UltOS
v
t:
"
,.
'd' 'I "\1' cie abservar qLle aqul 0
'
:-)lenhaaoj)Oltllnl
acc,' ,
, "
I
Para que 10)C eu na( '.,
.d
f"
S (ie U111slgJnth'
t'c no..
'sse lunar
l'raI 0 '.:e., " 'ILl"v'llente
. a
do que se trata preclsamen
''::;' 0 ~,
','
l'd':"s)cttoquceeSCltaOl;:("
cante, na medlda em que e e Ilia ie '~l' 1,'01'" 1flll-dernais que e tambC111
'
J. preselv'a do que eu v 1<11
(
,
alguma COlsa (a
,
.,. ,,\"
'tlC'lI1te na modida prccis<lmcilte
o qlie falta, a que talta n~ ca,\:01:'lSlo11J ,
,
A
°
'0
que nan ha uni:ers{~ do ~IS~UI'~~)cursn quer dizer exatamenle isso, que
Q~le nao f~a)a,ulllverso ~~, ;~rJI-c;e-n/{fis, que e, aa meSll)O tempo, n
n,u t11~,c1do :;lg~Jflca2te~ c~,~,~ ente falando aqlliln de que se trata c que
slgl11f'Jcallle d~ faita, t. p~Opl~a,111 'nuldamcntc
csscnc;iaL conservndn
deve ser mantldo, man\ldo C(}1\110'I~o~
I " cia nos intercssn, cvidellte'r ,;- cia est"utura na mec ICa em que,
na unCiao , ' " .. ' tl"1"O
, , no qua I af'Iha
,'" I (Je c'()ntas
ate 0 J:m;"sente, ell
"
' ,
l1
mente se segllll 0s 0 ,~'
I . ,,' ..' t jll ~os senhol'es estao ai ,- que
concluzi mais nU I11cnnSoS son 10lCS, \-lS ~ l 1::,.,
o inconscientc t~cstruturacIo comO lima Itnguagcm,
, . cc (f-llaral1l-illC dissa, cell nao vejo por que
Em um (·erto lugar..p,ue, ' "
; (II" 11;-JO me desaul'."ldaria se
- ena jllst'i) algul,m ] ~ ,
._
,~us cursos sobre () incol1sciessa infor11layao nao s . .,
llm clia viesse se apresentar nqut, COI11Cy<l
~ i~consciente e estrulurado
cnte dizend~) "Se ha algllen~:;~~r ~lL:1~:1\atamel1te!"lrisasl,
~.- d' assim voulhes con tar como
l,;omo lima ltnguagem, ele po ',.
Nos poden,lOs repoll~ar um PO~l~'(~;1~1b:l~~~_ ~orquc depois que mcu
cstas COlsas sao com entad as no nl've (0
<,
'
"
,
.'
i.,
\11 11 PIli
<lisso" ..,
Illtldo que ell realmenle nao live que fazer muita esfarvO para
fh1lili l!1sln,r que ha lugares em que, "o,Freud" ou naa, nao se acupa mais
fit-
lit-
!'r\'IICl!
I;I!I~I(),ret'omcmos, Trata-se, elHao, desse significame,
0 significante
!llglllna coisa que diz respeita ao "U m -dem o;s" necessario, da
''!Ill'liI sigllincante
como tal; como ESCRrTO - ell sublinh{) ,- da e para
fll'~. II/gar-tenente do universo do discurso, Com efeito, e precisamente
~1p',11 qUl' sc trata, trala-se ai do que e, para a comeya deste ano, nosso
Hil' i Ilidl/{nr: que e na medida em que tratamos da linguagem, e a ordem
• f~IW dn IIns propoe como cstrutura,
POI' meio da escrita, que podemos
.tlilillHI qlle dela resulla a demonstrayao,
no plano ESCRlTO, da naot .l'<li'llcia desse universo do discurso.
u I (lgica (0 que se chama,)
naa tivesse tomado as vias que cla
tlllfhJII Ila l()gica modernn, .. quer dizer, tratar os problemas 16gicos pl.!Wltlld,,·os ate 0 Ltltimo limite do elerncnto intuilivo que pode dunHite
JI/, 'I 1(l1IJ(lf' Wo sati sf'atori a, POl' exemplo, a 16gil~a de Aristotdes que,
Hlilt"il:lv«:!mente, dtsse elemento intuitivo reteve lima grande park,
tor fh! .1 lilt) sedutora qlJe, para 0 proplio Kant, que cerlarncnte llan ,~l:I
,.; hlll'ln, que para 0 proprio Kant nao hilvia nada a acrescentar fj CSS,l
Uil !I" /\risloteles.,
Entao, bastavCl deixar passar alguns Clnos IHlIl1
. i)II" dO Iriltal, unicamente
ao tel' tentado tratar, esses problemas, p()l
"~p,'('i{,' de transforrnayaa
que resultava unicamente do uS\) cia ;,:s.,
III",ll
1
~H'
e
~ivd,,Nan apenas
P?s~i.vel, mas, falando propriamente. 0 que vai 5e
Inilnilesta.r ~omo posslbllldade de uma intervenyao direla sobre a fun~';lo :10 SUJCltO.Na medida em que 0 significante e 0 que representa um
sUJ,rllo !)ara um outro significante, ludo que faremos que se assemelhll
;[ ~tiSl; S (A), e que, os senhores 0 percebem muito bern, nao responde
u 11:,'da mel1o~ do .que a funyao da interpreta9ao, que vai se julgar pdu
quel hm conto.rml.dade com 0 sistema da metafora, pela intervenyao, na
tildela, desse slgm,ficante que the e imanente como um -a-m ais, e como
:~I:I.a-II~C1Is,s~sc~ttvel de pro?uzir ai. es~e efelto de metilfora, que vai
, r <I(l~l~ 0 que? E ~or um efelto de slgl1lficado (como parece indica-Io
I~f IIHJlafora) que a ll1terpretayao
opera? Certamente, de acordo com a
1(~ln~I~I~l:
pOl' .um efeito ,de significayao. Mas, esse efeito de significayao
d<,y~ i:CI precls~do no nlvel de sua estrutura logica, no sentido tecnico do
('I ~lJ(). Q~ero dlzer q~le a seqUencia deste discLlrso, daquele que sustento
Wlla \l~ces, preclsar,a as raz5es pelas quais esse efeito de significac;:ao
H' p~'e~lsa,;e especrnca
e.deve, de algum modo, delimitar a funyao da
Jflt 'qlt ctavao em sell senti do proprio, na anali se, como um EFErro DF
crita, tal que a partir de entao ja era difundida e nos tinha instigado com
suas formulas por meio da algebra, subitamente, vinha girar e l11udar de
senlido na estrutura .. Quer dizer, ao nos pennitir colocar 0 problema da
lbgica de modo diferente, atingindo 0 que, tange de diminuir seu valor,
c precisamente 0 que Ihe da todo 0 seu valor, ao atingir 0 que neJa, como
tal, e !Jura estrutura 0 que quer dizer estrutura, efeito de linguagem.
Entao, e disso que se trata.
E sera que isso quer dizer, esse S maillsculo com esse A balTado, no
parentcse5, S (-?X), se isso nao quer dizer, no nivel em que c5la11105, a
designayao por um significante do que diz respeito ao Um-del1lois?
Mas entiio, os 5cnhores me di610 - all antes, ell espero, os scnhores
irao se conteI' em dizer -- pois, certamente, vislO que sempre estmnos sobre 0 no, sabre 0 cortante da identiflcayao ..· assim como natural mente,
da boca da pcssoa ingenua que os senhores cornec;am a doutrinar
I'II[moi], ell ntio SOli I'll [moi] .. FIlf(1o, diz ela, quem Ii ell rmoi]/
de
igual modo, em torno desse invencivel renascimento da llliragem dOl
identidade do sujeito, podemos dizer: sera que ao fazer rllncionar este
signiflcante do (/m -dem ois, n6s nao operamos como sc 0 obstacuJo, S~
posso dizer, Fosse vencivd e se 11,)$ deixasseJl10s na circllla~ao da cat1ein
o que precisamenle nao poderia nela entrar? E, a saber, 0 catalogo de [0dos os catalogos que nao so contc1l1 a si mesmos, impressa no cat~l1ogo,
e pOl' conseqlicnda, desvalorizando-o
Ora, nao e disso que se trata. Nao e disso que se [rata ..pois na cadeia
significante, (que nos poclcmos consic!erar, por exempl()., como feita de
toda a serie de letms que existem enl frances) e na medida em que a cada
instante, para que uma qualquer dessas letras possa ocup<lr 0 (ugul' de
tadas as llutras., que e pl'eciso que ela S0 bilrrt\ que essa barl'H <.:nU;oS~i~i
girat6ria e, virtualmcn1e. toque cada LIma <las Ictras, que temos, inserida
na cadeia, a tl.ln~ao do U m -dem ais entre os signific<tntes. Mas este significante demais, os senhores 0 evocam como tal, pOl' POliCO que, como
aqui esta indicado, n6s 0 coJoquemos fora do parentese em que funciona
il barra, sempre pronto a suspender 0 uso de cada signif\cante quando S0
trata de que ele se significa a ele mesmo
A indica\:ao significantc da funyao do (/m -dem ais, corno tal, C pos-
VI;JmI\DI~.
.
'
" . M<lS, igualmente, isso certamente e apenas sinalizac;:ao na estrada,
:ilpn~ o,que se abre um parentese, Para poder Ihes dar sabre isso rodos
~:.,. I:Hil.IVOS que me perm!tem precisar assim 0 efeito da interpretaYft.o.
~I' 1111 !Iddl1l bel:1 que ell dlsse efeito de Ferdade, nao poderia
de modo
. ~llf!,tlill ser prt:Ju.lgado da verdade
da interpretayao Eo quero dizer se ()
1jhh~e ':Vcrdadelro" ou "falso", ate nova ordem, pode 5er OU nno afetado
Illl S'!!,IHflc<mte
da propria interpretayao.
F~~I.: :-:igniflcante atc aCjlliera apenas um significante a m ais, e meSHlO
iH:/i1HJS ~OlllO tal,. ate que ele venha,
signiHtante de alguma falta, dt.:
,~tlWlllln falta precisamente
como faltante no universo do discurso. I~u
ji'~t,\::lfh':113S uma co/sa, e que 0 efeito vai ser urn efcito de verdacte. Mas
1Hlll ~ pm nada que, algumas coisas, eu as introcluzo como posso, cada
i1Jf1:l_;~ sell tempo, como se empun-a algumas vezes um rebanho de ovc:.l1m I~qlle"J ell 1hes tenha fei to, na ltltima vez, a observac;ao, a observHy{w
I
de que na ordem da implicayuo, enquanta implicay8.a matetial, (!ucr. di~er,
enquanto que existe 0 que se chama a cotlseqiiencia da cadela slglllficante, 0 que naoquer dizer nada mais do que anfecedente e cOl1seqiienfe,
aposdase e protase - e que eu Ihes fiz observar que naa ha nenh~m ob~taculo, para que seja quota do indice verdade, de que uma premlssa seJa
falsa com a condiyllo de que sua conclusaa seja verdadeira
Entao, suspendam seu pensamento sobre 0 que eu denominei efeifO
de verdade, antes que saibamas um pouco 111aissobre issa, que possamos
dizer um pouco mais sabre 0 que diz respeito it fUl1yaoda interpretayao.
Agora, nos seremos simplesmente levados, hoje, a produl-ir 0 que diz
respeito ao cogilo. 0 cogilo cartesiano, no sentido em que as senhores sabem, nao e simples, vista que entre as pessoas que se consagram a obra de
Descartes - ou que consagraram sua existencia - resta, no que diz respeito
ao modo que convem interpreta-lo e comenta-lo, amplas divergencias.
Eu vou au eu fayo ate 0 momenta presente alguma coisa que consistiria em me imiscuir, eu, especialista ... nao especialista [tisos], OU
especialista de outra coisa, em me imiscuir nestes debates cartesian os?
Certamente, no final das contas, eu tenho tanto direito como todo mundo, eu quero dizer que () DisClfrso sobre 0 M etod(i./ 01.1 as M edilar;Des 65
sao para mim igualmente como para todo mundo, endereyados. E que
me e permitido, sobre qualquer ponto de que se trate, interrogar-me sobre a fUl1yaOdo ergo, por exemplo, no cogito, ergo S/(I11. £1.1 quero dizer
que me e pennitido, tanto como para todo mundo, salientar que:
11atradUy80 latina que Descartes fomece do f)iscurso do M etoprecisarnente em 1644, aparece, como tradw;;ao do "}e pense,
dOllc je SlIis" (Ell pen so, logo eu sou): Ei'go Slim, sive exis{o;
e de ~lltro lado, nas M editariJes, na segunda Meditaya.06 e justamente apos sentir alguf11entusiasmo, ele com para com 0 ponto de
Arquimedes, esse ponto do qual pode-se de tal tnod~ esper~r, nos
diz ele: "Se eu apenas tivesse tocado, se ell apenas tlvesse II1vendo,
(1
64
65
66
Descartes Renc. Disc1Irso do ,m;lodo. 1637.
J)csem1esRene: Jlfedirar6es de prim o.!i{osojia, 164 t.
[....1 sf vel miJ1illlllll qlli eJ1V£'J1ero qllod c('rll/III sil '" iIlCOI/CIISSlinl"SC
feliz pOl' Cl1t'ontrnr apcnas lIl11H coisa que seria t'crla e indubiliIVcl".
ell estoull1uito
iado
este (m inim um ). que comporta alguma coisa de
de inabaJfivel (certum et inconc/(.~slil11)"; que esta no rnesf110lcxto que ele fonnula (esta formula que nao e absolutamcnte
, identica) Ll-go, sum, ego exisfo.
(il1venero)
l:(~rloc
!: que, enfim, nos Pl"il1c1pios da invesliga{:ao
e: dubilo
da verdade pela IlIz
/la/-
que, para 0 psicanaJista, tem uma outra
l\'~son~ncia con~pJetamen~edi!erente - mas uma ressonancia na qual
hr~Jcnao tentarel me engaJar E um terreno muito escorregadio, para
que t:om os <;Qstumesatuais... aqueles que permitem falar do senhor
Robbe-Grillet aplicando-lhe as grades da neurase obsessiva [risos],
apresente, ~a:a os psicanalistas, demasiados perigos de trope<;o, e
nll:smo de nchculo, para que eu va mais longe nesse sentido.
IIml'"
ergo slim; 0
~Ins, em contr~partida, eu sublinha que aquilo de que se trata para
alguma co~sa que, nos ofer~c<,:uma certa escolha. A escolha que
~lj ! ~\,o,na opo~mdade,
e esta: delxar suspenso ~do que 0 16gico pode
l.i1l~l..'j.l;ll de questoes em torno do cog710 el'gO slim. E, a saber, a ordem da
lwpl'l'il\:ao (!ue se trata. Se e apenas da implicavao material, os senhores
if"llI! lInnde IStOnos leva. Se e da implicayao material (segundo a f6rmula
IJ!~' \'11cscrevi na Llltimavez no quadro e que gostaria de reescrever POl'
~i:t!l:t' .que me Ihe deem de novo 0 lugar), e unicamente na medida em que
l'tTI'~a'i;fio, enquanto logo 0 indicaria, a segunda proposiyflO- ell SOIl
c'!i'iI;1 Inlsa: que a ligac;ao da implicac;:aoentre os dais tennos poderia ser
Ilnrln. Dlto de outm modo, somente importa saber se ell SOli e verd<ln. ,"[1() haveria nenhllm inconvcniente em que esse eu penso seja falso
('II t!llll, para que a fcJl'tnu]aseja aceitavel enquanto implicayao
I fIIIL'!J,)o: C eu [moil que 0 digo! Afinal, e possivel que ell creia que
i'pCII!-l.1, mas que ell nilo pen so. .Isso acontece mesmo todos os dias C il
. to', ~jslo que a impJicac;:aoque e - que en Jiles repilo, na implic<lc;ao
I t' SImples, aquela que se chama im plicap!io m aterial _ cxiQc-s'
IiI', lima coisa, e que a condusao seja verdadeira.·
,-.
.
nl
11l111'()$ termos, a logica, comportando referenda as funvoes de
:'51d11ck, ou cstabelecendo um quadro em um certo nLJnlerode matri1.l'S,
•
f
ftiJIl:~ (/<,)
nao ~ode definir - para pennanecer coerente com ela mesma·- nao pode
definlr certas operayoes como a implicayao, senao ao admiti-las como
funyoes que sedam ~inda melhor nomeadas cOllseqiif!Jlcias. COlISeqiienClQS querendo
COm ISS,Oa~en.as dizer 0 seguinte: a amplitude
do campo
no qual, em uma cadela slgmficante, nos pod em os coloear a. conotayao
de verda~e,.1'!0s podemos coloear II conotayao de verdade l1a ligayao de
umja!.m Inlclal, de um l'erdadeil'O em seguida e nao 0 inverso.
- e cerlo -- nos deixa Jonge da ordem do que
, 1880, evi?entemente,
ha para se ?I~er ~o C(:8ito, cartesiano como tal, em sua ordem propria,
que se~ll duv.lda lI,nphcn, It1teressa it eonstituiyao do sujeito como tal,
quer dlzer, ~om?hea 0 que diz respeito a escrita, na medida em que
ao regr~r 0 funclOnamento da operayao logica, e 6R 0 ultrapassa precisamen~e 11ISS0:que essa propria escrita representa apenas, sem duvida, UI11
funclOnamento mais primordial do que qualquer coisa, que a esse titulo
~er~ce ser coJocada para nos em funyao de escrita, na medida em que
e dal que depende 0 verdadeiro estatuto do sujeito e nao de sua intuiQao
de ser aquele-que-p~l1sa, fntuiyao justificada pOl' que? Se nao e pOl' algllma ~olsa que lhe e nesse momento profllndamente escondida, a saber,
o que e ~ue ele qlfe~' ao procurar esta certeza no terreno que e aqude da
evacuaQao progresslva, da IJmpeza, da varredura de tudo que e colocado
a seu alcance relativo it fUl1yao do saber?
E em seguida, em suma,
0
que
e esse
cogiro?
mudo tao decisivo essa cogitayao, 0 cog;lu, nos poderiarnos tracomo se pode lraduzi-lo, afinal, ern qualquer Iugar onde isso
""'Ifa,
poder-se-ia traduzi-Io: "eu desorganizo", .. !
I'(WIlle cogilo e nao pUlu, pOl' exemplo, que tambcm tem seu sentido em
i.111I1l"
Isso quer dizer "descartar", 0 que, para nos analistas, tern suas res\Il,iliclas ... Enflm, plflo, ergo slim teria talvez num outro nervo, um OUlTO
• ~!lI<I, 1i\lvez outras conscqlicncins. Nao se sabe, se ele tivesse comc<;ado
P'1I ,!t'scartar .- verdadeiral1lente no senti do de dcscartar -- de descartaJia
(!I""I Deus no final! Ao passo que C01110 cogilo, e outra toisa,
F, aliii.~, cogiio .. ,cog;(O, e$ta escrito, de saida. So nos apercebemos
qw' digilo podia se escrever, quanto ao que diz respeito ao conjunto da
h ,1111ilia cOj?i1o; "I:!Ij{O slim ", e precisamente
ai que podemos reapretlllt'[
<I Intuiyao e apreender
alguma coisa, , cOl1te(tdo, cste liquido que
I'Ii'ul\,~hc, que deriva de .., propriamcnte
de estrutura, do aparelho de
!.. dt'
d!!!! lu,
l
IIlIL',llagcm,
i'!iiu
1,111
esqueyamos,
relalivo
a certas
fun<;oes, na medida
em que
(eu digo talvez, porque eu C011leyOa traze-Jo e terei que voltar
!'t
na medida em que taIvez sejam aquelas nas quais 0 sujeito nao
11;, simplesmente em posi<;i'i.ode seJ'-agetlle, mas em posiyfto de suo
jltlu
I'n.:cisamcnte na medida ern que 0 sujeito estit mais do que interes ..
,,,t/ii, csti! profundarnente
clcterminado pelo proprio ato d(~que se trata
,I l,'.nl,
'II
,v
antigas tinham urn oulro registro, dhi/ese, como diLem,
eno, aqueJes que tem UJ1l vocabulitrio, is~u se chama a diafcse
fII. '/'il, l' pOl' isso que -- relati vo ao que 5e trata e que se chama a Iinguaiti
Itl! illl:dida em que ela dctermina
cst a outra coisa na qual 0 sujeito
<" ,'1l1:~1 i !ll! como ser fill antediz-se /oquor.
I' "l.'pUiS 1l~1O e de hojc que ell tcnlo explicar todas estas coisas
>Hjllt,·I,·.·; que vcm me ollvir, quaisquer
que sejam as preOCllpa!;Oes que os
iHi IidOI 11l:IiS ou m(~llOSsurdos; que des se lembrern do tempo 6:' em que
f'll Jll( c; v.;pJlritva a diferenya
entre uijllele ijlle Ie seglliJ'ei e ([{fllele !.fue Ie
'if ,'.'Iil/ll
- {,If SOli mllfde qlle Ie seguin!;"
nao lel11 0 IIlcsmo sentido que
, (I '!ill
"'IIIe-it' qlle Ie si!gllircf', Se hil dois, que se reconhecem
apenas
\,:
lillgU<\S
0. ,/,- Il'l!
Ago-- eu empurro, (como ha pouco eu falava disso-- minhas ovelhas'
isso faz parte de meu trabalho quando estou aqui, nao e foryosamente ~
mesmo qlland,o eu estoll completamente
sozinho, nem tambem quando
eu estou na mlllha pol trona de analista).
Cogo: ell empUlTo junto,
Cogito: tudo isso, isso balans:al
Afinal de contas, se nao houvesse este dese.io de Descartes
que orien-
III
:""U";"", j'I)(, 1'157..
1·/ '\;
/s I's!mlllws..!i-,'lIdi'II1<1.1'
d'H
(I.I'ii'OS",I,
li",~o de 13 d~ .i1l,,11l) de
nesta diferenlYa de tempo, ap6s a opacidade do relativo e do (1(Jl~e1equ:
designa 0 sujeito, e porque nao hit voz media em frances, ,que nao, se ve
que "seguir" s6 pade se dizer seqllOl; n3 medida en: que 0 sImples f'310~e
SCf2;uirnao e 0 mcsmo que nao tel' seguido. Sao cOlsas complicadas, Saa
coisas que nos intcl'essam cOl1cernenles ao que se p~)deria dizer de U111
penS3mento que seria uno, Um vercladeiro de verdadelr~, de pen~arnent~;!
Como se diria isso em latim com a voz media') a que sena prefenvel sena
eneontrar uma que estivesse entre 0 que se chama os m edia lalllll~l1: an de
o verba existe apenas no m eio, como as duas que acabo de Ihes cltar.
E lima adivinha~a()1 Ninguem levanta a mao para propor algum8 c?i~a')
Eu 0 lamento. Eu Ihes direi. Mas, enfim, seria lalvez ir um pouco rapldo
dizer-lhes agora Talvez que, justarnente, seja a oportunidade do que f~lZ0
psicanalista: quando ele interpreta, que eu serei levado a lhes dizer ... Mas,
enfltll, e preciso ainda avanlYar, como t~1ZeI1l0S,passe a pas so.
Para Ihes dar ainda assim, sobre essa voz:"', uma illdieacaozinhCl,
remeto-os (os senhores compreendem que tudo isso ell nao 0 inventei,
unicamente) ao artigo de Benveniste, na sua coletanea recente, tambern, ele 0 fez. Ele ;oJhe um artigo. que fcJizll1ellte nbs lodos o.lcmos
dcsdc hf.l muito tempo no Journal de F,\ycolog;e, sobrc "A V O l atlva C a
VOl media7i"
FIe lhes explicara uma coisa que, talvez. eu penso agofi1.
possa Ihes abrir urn poueo as iMias PareC(.~qll~ C~11sanscrito 5C di/' "Eu
sacrifico" de dois mados. Nilo 6 un1 vcrbo media IOIl/IIIJI, nClll f/i.:I/l'«(
lalllum,. ha os dois, como para muilns verbos em latimtv!(ls,
('nJ1l1l,
ernprega-se a voz al'iv(l quando? Para 0 verbo s((aifi('(fI', bem: c quando
o sacerdote faz. 0 sacriflcio ao Brahm<1, OLl it tudo 0 que Ql1l'Jlarn, pam
um cJiente. Elc Jhe diz, "Venha, e preciso f~lzer UIl1 sacriticio n Dl:lIS",
eo cara: "ml.lito bem. muito bem!", ele the devolve SUJ caisa e depc>is
toe! ll111 sacrificio. Isso C atiVCl. Hi! Ulna nU3f1ya: coloc<!-se a voz llle-
s~podc
",creveI'
t~r por ccrto que t1l..'~Hi,.' pOllio J Lac~Htjoga (;(,'l1'l;J 11011Inft.JlllH:
"voic" com Uil1 "c'-' Ot! ';O!1j"'.>;" (,ki.xHlJdo ngJl' 0 OU. (1t! COlli 0
:it.~p"J
'll]HlIl"
•...
! ia
~lqll\
d",
kims)( t; e qwtl1do se sallc que d"s ,imholi':lI11. x (J dC8ljO de :lnlllis!" .: "c":1 ~:lslfl1~;;iol
!'.: () ponlo ol1ck fie ligllll1 0 d"sejo. <.1 1:lll1:1:>ln:l C U obicto a.A qllesWo Jo ato I's;,.III!1"I1"I:<
00 qut; esll'utura II intcl'l'l'cl<t<;i,,,. RdC)!'I1i\ $ kitllra do pamgnl1(',,,S
.
Ikll\'Cllistc f.:mik. '·'.lCl!/el 'JJ(~l't'n danf\ r.e \·erht/',./O llrJhd
de e.\y('IJ()lugi{'~ J~lJl-tc\'
I <)~(). r"toll1ndo ('1l11'rohi::Jllcs de lillgll;s/iqw;
g,;nJrnl. Tl. (i,,11il11llrd, 1')(.(,
dia quando eJe oficia EM SEll NOME. E urn pouco eompJicado que
eu Ihes introduza iSIo agora, porque isso nao faz intervir simplesmente
uma Calha, que sena preciso colocar em alguma Jugal' entre 0 sujeito
f!a ellulldayao e 0 sujeito do enuncfado, 0 que ocone de imediato no
. (tun diz respeito ao !oquor - mas af e urn pouquinho mals complicado,
!lorquc hit 0 Outro, 0 Outre, que com 0 sacnfieio, eai na armadilha,
.. Noli H mesma coisa pegar 0 Outro na armadilha em seu nome Oll se e
-e.t;1mp!csl1lcnte para 0 cliente, que tern necessidade de cumpnr urn dever
. fU\fi:lcom a divindade e que vai procurar um tecnico. Uma adivinhar;;ao
It.;I! pt.;rccbo que vou de adivinhas;ao em adivinhar;;aol), onde esta.o os
tli1Mogos, na,relas;ao dita da "si.tuas;iio analitiea"? Quem e que oficia e
plI.fa quem? E uma questiio que podemos nos calocar.
bl St.a eoloco para fazer-Ihes sentir 0 seguinte: que hit uma funs;ao
1It11illha da fala no interior da tecnica analitiea. Eu quero dizer que e um
I!-Ilifi:io I(~cnico que subrnete essa fala as unieas leis da conseqlieneia,
mtq flUS IIamos em nada mais alern disso: isso cleve se engolir, simplesHhUd!' N~o e nada natural, nos 0 sabemos, pOl' experiencia,
que as pesJ«;il>i lJlI endcm esse ofi ci 0, como dlz alguem, nao de imediato. au entao
~n'I'i1\O que tenham verdadeiramente
a vontade de ofieiar, Porque isso
H54~"rl1dh(1muito a urn ofieio, justal1lente, que the pedimos fazel',
·~l dl'Vl' nll<~-lo 0 bravo
Bramane, quando ele domina um poueo 0
~i!ildt'wiando
suas precezinhas ou repensando em outra coisa,
e
, nesse slim ai? E isso que tern pOl'
I'al.l;~"-nos entender que, de qualquer modo, qualquer que seja
ci;!U lll~'.ilr
de llossas reflexoes no que diz respeito ao passe cartesiano
,~~fliio SG Irata, evidenternente,
em absoluto, de reduzir, os senhores
fJ)1 tI" . ~:ll Ille dou seu suficiente fugal' histeneo
para que aqui... os
lfl'''' Vt' '111, bern, trata-se apenas de uma. utilizayao, mas de uma
h(no, nli<rs, que permanece pertinente! A saber, que e 8 partir dai,
t H:Hl, SI,: 0 que eu digo, e verdadeiro,
e a partir do momento em
.,t'c I'HUf 0 pcnsamento - e alguma coisa 0 pensamento, isso tinha
!!H~~itd\ S('\ltS titulos de nobreza! Eu sei perfeitamente
que antes
. CiJ}ilftl,
jfl'./il
.'Igo
slim ...
0 que
o5'lIm
72
nao se imaginava, nao se sonhava, ninguem jamais havia sonhado em
fazer girar a relayao com 0 muncio em tome de: "ell [moi], e/l SO il ell
[mot] "!. A divi~')aodo eu (moi] e do nao-eu [non-lUoi], eis LImacoisa que
jamais tinba vindo it id6ia de alguem, antes de alguns seculos recentesl
Eo resgate, e 0 preyo que se paga para 0 que? -·0 fato de ter jogado 0
pensamento na lixeira, talvez.
('ogito, a11nal,em Descartes, eo dejeto; visto que ele coloca efetivamente na cesta tudo 0 que ele examinou em seu (.~ogiIO. Penso que
aqueles que me seguem veem um pouquinho ° interesse e a relayao que
tudo isso tem com 0 que estou em vias de introduzir.
hlfrctanlo,
que isso quer dizer, (eis dois conjuntos, A e B), "011
lIlIl, Olt olllm", ou nao-A, ou nao-B? (Ai dentro, esta naturalmente ex([uidn, j)jS(~, a parte sombreada) Quer dizer, 0 que se chama a diferenya
.. ~ilJj 'oJ! ka, F 0 que se chama 0 complementar73, nesse conjunto. Esta aL
"tllklill dada no nivel clos conjuntos, a funyao da negayao. A nega<;ao
' ..modo 0 qlle nilo e esse A e B, sac os dois arcs desses dois conjuntos
't!!J\\ cOlllO os senhores veem, tern um vetor comum, sac os dois outros
tinls IIldif'crcntemente - e indiferentemente, eu digo -, que preenchem
0
~\~IH0"1(.;50.
hi
Illes al1uncio - com a finalidade (visto que sac duas horas) de
n'l1wk-lo para a proxima vez - que nos examinaremos todos os modos
A partir da formulayuo escrita da nova 16gica enunciou-se um certo
I1l1merode coisas que ate entao nao haviam aparecido com evidencia,
e que, no entanto, tem seu justo interesse. Por exemplo, isso se querem
neoar
A _""
e 13, eu coloco a balTa, e, pOl'cOnVeny80,eis °• que constitui
a
;0
.,
negayao: nao (A e B) AnB. A vantagem desse procedlmento escnto e
bem conhecida, e que e preciso que isso funcione como um molinete,
sem necessidade de refletir! Isso consiste em descrever: nGo-A e fli'io-B,
vejam, e tudo.
Os senhores irao procurar, em de Morgan, que encontrou a coisa e ern
Boole que a reencontrou, a que isso corresponde.
Bem! Eu VOLlainda assim -. e lastimo muito --.flgura-las para os
senhores. Pois sei que haveria pessoas que fieariam irritadas se eu nao
o nzessc. Mas ell lamento, porque estas pessoas 'lac provavelmente
ncar satisfeitas e vao aercelitar que elas compreenderarn alguma coisa ..
Alias, e pOI' isso que vou fnQstni--Ia para os senhores, mas, nef)se mo-mento ai, das serao dcfinitivamente mergulhadas no erro!
A
B
!jll'
podell1os procurar, para operaI' nesse Eu penso, logo
elf
SOli,
para
Jwk' ddinir operayoes que nos permitiriam apreender sua relayao:
wieialmente, sua colocayao em falso: "Eu pense e eu entao sou";
('Ill lima outra transformayao, igualmente, que e passive! e da qual
o'{ scnhores verao 0 interesse ardente, quando eu Ihes disser que e a
!1w;i ~:iloaristotelica: "Eu nao penso ou eu sou";
". ~mfil11,a quarta que recobre cxatamente esta e que se inscreve as,
~,ntl:lodo esse circulo simbolizando [?], visto que eu escolhi dar um
IHlpnrlCpara que os senhores retenham hoje alguma coisa de meu
pllltlu dc queda, "Ou eu nao penso au eu nao sou".
" ll:l1tarei introduzir UI11 tal aparelho como sendo a melhor produyao
'1{lli' poderiarnos dar, para 0 nosso llSO, do cogito cartesiano, para servir
fl.· P(lllfude cristalizas;ao ao sujeito do inconsciente.
h;;I(~inverso - e os senhores percebem bem que esse inverso nao c
fu.'Wl(hq sCllaoem relayao ao cOl~unto, no qual n6s 0 fazemos funcionar
" (>;;~(' illv '1'50 que 0011 ell ucio SOli 0[( en/do ell oao petlso realiza em
!l1-,,:iill <10
L 'ogilo, se trataril para n6s de interroga~Jo, de U1l? modo tal que
i-l('!~llll)l HIII os, eo sentido desse vel (ou) que 0 une, eo alcance exato que
ioh!\·'l!,a(,~,'il1 aqui pode tomar, para nos darmos conta do que diz respeilo
i\ ,/(/;'1'('"\'(/ sim etrica C 11I1lCOl1jlllltO c0l1s1illiido pcfos ekl1lcn(os de A quc nJo c~tii('
'·11' I (c os dCl11cntos de 13 que 11110 cstilo em A. THlln-sc nqlli do complell/<!/llar de !II ill
I 1"1l'lc ri~cllda") "I1CSSC cOlljun(o" AUg,
.
ao sujeito do inconsciente.
Eo que farei, entao, em 21 de dezembro, eo que feeha, eu e~~e:o,
finamente - se eu me aglientar ate lit - este ano, 0 que nos permltlra 0
justo ponto de partida, eonsequentemente,
do que convem neste ano que
nos percorramos como 16gica do.fcmtasI11Cl.
Li~ao VI
hI Pl~II.~Oler-Ihes dado, na ultima vez, a prova de que posso suportar
ht'lU
n lampada, assim, que se Hcende e que se apaga,
hist6rias de bicho papao, era explicado para os senlTtlif':'; p(IHfue se levava as pessoas, em certos cantos, a sua "autocritica".
~t'l \ 1;( para isso. Enfim
era l1lenos clesagrad{\vel para mim do que
{}WH \'nc0s, clevo dizer
pois eu, ell a tinlla aeima de mim e voces nos
"f'lid
pequcnas
provas
{)i1IHJra, nas
()'.
. \'tln;s puderam constatar que l1,io sao estes tipos de
incoJ)vcnienles
que sao capazes de inflectir meu discurso. E exatamente pOl'
l,l !J!!l' ~ll cspero que voces nfio tentem se referir (j nenhum
tato de va
q'ptihilidade pessoa!., 0 Cato de que hoje isso nao sera a festa, apesar
jll(' seja a epoca. ELI lhes advilio
disso de imediato haje nao nlrei
.lili'l;I,io ljue eu havia preparado dirigido a voces. Desculpo-rne po!'
IHl!lll()'{
retarclado algo de Sl.:llS projetoi(
ninguem teril sc de;;loc;ado
lh lJ;llllcnlC pOl' nada, porque ell espero que cada um tcnha 0 pequeno
rlll'!'" ' com 0 quallhes presto homenagel1l como presente de finl de ann
{1:11 I lui ate (} ponto de colocar uma dedicat6ria para cada um, ignonttllC
. ,'0111
b
-
Hqueles que, Lalvez, tivessem
lH'l jlara se
benetkiar
elisso. Pela
l11CllOS,
flliI;l,,'; dos sellS nomes, mas enflJ11isso sempre pode ser feito!
I
I
<'
'''.f,
1.:III,,:I/:1C ct l'ille()IlN~kntt:"
"i1lligo
lI.!i ll1odilicado
i Ill, '1l/col1scie}/!. Colloqlll' de l30nnc\;Ii, U.J) IL I "Ii
nos Fsol'ilos. sob 0 tilllio "Posh;iio do i!lfo""ci"'I!,:'
Ie':.
Chegumos ao momento em qu:e,voll fonnular,a I..e~l:~ei,to(~tli.nl:(~I~S,~cnlC formulas que considero c1eclslvas, formulas loglcas ~u.1,al11scn~~o
voces viram aparec~r na itltima vez no quaclro negro, sob a tOl~1a ~icsse
.
~""'a'
(J/{ ('111/(10 penso Oil <:11 1100 V)/!, com esla reserv
. que esse
' , Oil nao c nem
Ul11vel ( 0 Oil da reuniao; 0 lIm, () ou~ro, ou todos as ~iOl~), nem urn aliI
(ao menos um, mas nao mais: e preClSO escolher). Nao e ncm um, ne11l
.
i'
.
i' ma ma
outro.
E sera para mim a oportunidad: ~e mtroe UZlr, esper~, (e u
neira que sera recebida no dlculo loweo, .uma au Ira funv~.o ~qllel~ que~
nos quadros, de verdade, se caractenzana
por esta. opetaGao qUI::pre
cisaria se chamaI' por um novo termo, ainda qu~ haJ_aal um do q~a,l e.u
ja tenha me servido, mas que, para tel' outras aphca~ocs, P?de COj~stltUlr
· ..' I de Nilo iml)ortal Farei a aproxima930 dlSS0: 11<10se tlata de
am b IgUIC a.
t·
~
.
'.
b " , . de
nada atem, eu 0 indico para voces "-.eu. nao. esto~1 aqw pa~a Imeal, _
misterio ... que daquilo que uma vez mdlquel aqUl sob a telJ110 de .a/~(.fI,
a<:cio, mas que impOlia! Cabera a voces fazerem a escolha Ao
chamemos esta operayuo de dmega e, no quadro da verdade, cal act~liz.emo-Ia pOl' isso proposic;oes sabre as qUal S ela opera, se as duas sao
verdadeiras, 0 resultado cla operac;ao e falso.
~ ."
,_.
Voces consultarao os quadros de verclade que voces tem ao alcdnl,,;_c,
e verao que ncnhul1l daqueles que estao ate a~lll~em uso, cla conJunc;ao
it disjullc;;ao, ,\ implicayao, preenche esta condJ(;'~o,
Quando eu di sse que a conjullc;ao do verdadetro corn vu ctaclcll(: Ie
sulta, pOl' csta operayao, 0 falso, quero dizer que qualquer olltr~ c.on~~i.nyao at (: verdadeira: a do falso cOIn 0 falso, do falso com \) \!l,,;ldach:llo,
~~~~l~:,
°
do vcrdadeiro com
0
,>.,
'..
,_
lIporlunidacic ou nao da continuidade disso: que nos estejamos todos
POl' hora e que se chama meu seminario.
Se me coloco esta questao, e que ela merece ser colocada: esse
peqUCIIO volume ao qual eu lhes remeti e que me parece dever ser lemhl'lIdo ar;te~ mesmo que eu traga uma formula 16gica que pennite de
Hlguma forma garantir de uma maneira cansistente e certa 0 que esta ai
df! reayao do sujeito tomado nesta realidade do inconscicnte,
nao e van
· (PIC esse volume testemunhe aos senhores 0 que sac as dificuldades dessa
!\?mporada, para aqueles cuja prMica e afun«;:ao e de estar aqui. Talvez
til:ja nllta de mensurar a 1'elayao que hit desse "ai ser" a um eerto "ai nao
· ~c,"necessaria, Esse volume Ihcs testemunhara a que foi urn encontro
('-111 torno desse tema 0 Jl/col1sciente. Dele participararn e nele tiveral11 um
rmpd cminente dais de meus alunos, daqueles que me cram mais caras,
· ~lkm Ol1tros ainda '" estavam todos, ate os marxistas do CNRS.
Voces verao na primeira pagina, em pequenos caracteres, urna sint~l!Jar manifesta«;:ao". Qualquer um aquique seja analista reconheceni
1'1 quC' ehamamos
tecnicamente, aquilo a que Freud faz alusao em um
ponto de suas cinco grandes psicamllises (eulhes deixo essa tarefa, isso
Ull~Spermitira refolha-Jos um pouco, encontrar esse ponto), 0 que Freud
l'iT polkia, com uma mesma voz, chamam "0 presente" ou "a cartao de
visit •.!", Se urn dia, nos acontecer que nosso apartamento seja visitado
tun lloSSa ausencia, voces poderao constatar, talvez, que 0 rastro que
c lwde
deixar
visitante e Lima merdinha. Nos estamos ai no plano do
. '\Jhjt:to a. Nenhuma surpresa de que tais coisas se produzam nos assuntos
(lilt! voces perseguem
par seu discurso pelas vias do inconsciente.
H
jtllllns
°
falso,
A rela((ao disso com 0 que c da na~ureza do in~on~~i.el1te ~ I) qu~
eu espero poder at1!cular diantt; de voces C,111 I} ~j~,Jat~!VHo, qua:,c\o ~c
qualquer forma ell me encontrar com voces \oces, pensa~n que ~e ,tU
("
..,es~c res')e;"o
ell pense que voces COlllt:ml em 11111\\
naoo
la«;:o h'·
OJt: - ,,';:>
"1''''
__e pOl'que minha formulal;ao 113.0esta pronta, nem naqutlo que eu POll_Cria hoje Jirnita-la Ent1'e1anto., se efetivamen,te e pOl' Lll~ C~J10 tem~r ~~
desenvolver diante de voces com todo seu ngor, em um dJa no ~u~l es
, ..to Il1com
'. ' ado ,...[ ] ,t)elo fato de tel' passado estas ult1J11aS
Iou com um l:el
h~)ras a me inteJ1'ogar sabre alguma coisa que nao e lIada menos do que
<
,
-
•
".,
Nn verdade ha grandes e fortes desculpas para a carencia que os psi!;wliI!istas de hqje dernonstram para se mnnterem a altura te6l'ica exigida
IU1f !'ua pnitica. Para eles, a funvao das resistencias e alguma coisa na
-tJlJi.tl voces poderao vel' que as formulas nas quais ell quero tamb~ll1 estar
rl' ~l'gllro de mim quanto passivel, 0 dia no qual eu tentarei Illes dar em
'I)ei~ando
a cada 1II11a lihcrdad,~ de e~prc,~ilo de ~ell pCJlsal11en(o. cl'id,'nICIJ1l'ilk ell
Oiio '~ll!l:ndi (olerar qut:
sem r<:provu~il() de l11inha parte
aJgun~ acrcdiliir:l1l1 dnel d'"
II ililpressiio
anles" ilusHo que ell teria permitido a C5~e Simp6sio de s"r urn <.Oil"'<>
..
Nol>; dt~ H, Ey em sell prcl'ilcio.
sua essencia e em sua verdadeira insHincia -- voces verao a necessidade
(Iue se liua
~ a resistencia e que de mandra alguma ela podella limitar- .
se ao nao-psicana4isado. Igualmerite, do esquema cuja relay8.o tentarel
Ihes dar, nao do "c/o pellsado e do llllo-ser (nilo me crciam inclinado a
mistica!), mas do ell ndo SOli e do elf "ao pellso, que permitirao, pela
primeira vez, creio eu, e de uma maneira sensivel, ll1arcar nao apenas a
difercns:a, 0 nao-recobrimento do que se chama resistcncia e do que se
chama defesa, mas mesmo marcar de uma rnaneira absolutamente essencial, ainda que seja ate aqui inedita, 0 que se refere a defesa, que e
propriamente 0 que circunda e que preserva exatamente 0 elf ntio SOIl.
E par falta de saber que tudo e deslocado, marginal, na pcrspectiva que
cada fantasma
que pode ser a realidade do inconsciente. Essa alguma
coisa que nos falta c que constitui 0 escabroso daquilo com qual somos confrontados, n3.0 par alguma cOl1ti/lgencia: a saber, esta nova CO/ljuns~ao do sa e do ,)'aber.
Esta aproxima~ao distinta do tenno da verdade faz da descobelta de
Freud alguma coisa que nao e de f0Jl11a nenhuma redutivel e criticavel
pOl' mejo de uma reduC;30 a qualquer ideologia que seja.
°
°
Se 0 tempo me tivesse deixado, eu tomaria aqui ... e se Ihcs anuncio,
/laO e pela vaidade de lhes agitar a1s'Um ouropel destjnado a Ihes atrai:" na
ocasiao, mas antes para lhes indicar aquilo que os senhores nao perdenam
nada em reabrir inicialmente Decartes, pois is'Ualmente esta ai 0 piv6 em
torno do qual eu fa"o girar esse retorno necess,1rio as origens do sujeito,
grayas ao que podemos retoma-Io, retoma-Io em tcrmos de sujeito. POl'
qt!e~ Porque, precisamente, e em tcrmos de sujeito que Freud .arti~llJa
SOli aforisma, set! aforisma essoneial, em torno do qua! eu aprendl a glrar,
nao apenas a mim mesmo, mas aos que me escutam, 0 11'0 I~\ l1'W; soil
Jch H!erden 7h• a leh, nosta f61111Ula,e na data em que cia foj articulada,
nas Novas (;ollferet/(.:ias, voces sabem, nao podeda de forma nenhuma ser
tomado pela f~ns;ao das fell tal como cIa e articulada na segllnda t6pica.
Como eu a traduzi: 1.11W ide era, ((I devo-ell - ell acrescentei como slIje/lo
mas e um pleonasmo: 0 fch alemilo, aqui eo sujeito -- lomal'-se.
I\tlt:smo que eu tenha reavivado frente a voces 0 senti do do cogilfJ,
eolocando em torno do ell SOli as aspas que 0 esclarecem, irei ao aforis1Il0 de Freud, onde encontramos
formula mais digna da pedra com a
qual cl~ havia sonhado: "Aqui, foi dcscoberto 0 segredo do sonho". 0
"N~, f<;'" IVCll; soIl Jeh wett/en", se voces 0 gravam, nilo deixem de saltar
. I . "1'
.4
"
deve tomar-se lch. 0 que quer dizer .- no
it vrrgu a: e fa onue era que
Illgar onde Freud coloca esta formula, a terminal em um de seus al1igos
quer dizer que do que se trata nesta indicayao, nao e a esperans:a que
de il1lediato, em todos os seres humanos, como nos expressamos em lilJgllagem de parasita, "0 eu deve desalojar 0 isso"; mas isso quer dizer que
Freud indica ai, nada menos que esta revolus:ao do pensamento que sua
ohm necessita.
Ora, esta claro que ai se encontra um desafio, e perigoso para qualquer
um que se arrisque, como e meu caso, a ,sustenta-Jo em seu lugaL O diocomo talvez alguns de
S/lfU m U lldo m e/eei! logico - Urn tal Abelardo,
voces ainda 0 ten ham na lembranya, escreveu um dia esses tennos _
11j\ logica me fez odioso ao mundo" e e nesse terreno que ell pretendo
levar uns temlOS decisivos, que l1ao permitem mais confundir 0 que se
lrnla quando se trata do inconsciente. Veremos ou nao se alguem pode
HI !i(:ular que ai eu deslizo para fora, au tento desviar-me.
Para apreender 0 que e ai do inconsciente, quem marcar, para que de
nlgum<l fonna voces possam preparar seu espillto com algum exercicio,
fill': 0 que disso nos e interditado e exatamente
esse tipo de movimento
do !,<.msamento que e propriamente 0 do cogito, 0 qual, assim como a
nMdise, necessita do Outro (com urn A maiusculo), 0 que nao exig(; de
lunna algull1<l a presen9a de aiguill imbedl.
<)(Iando Descartes publica seu co,<zj/o, que ele articula nCSse movido J)isclfrso do m Jtvdo que ele clesenvolv-e pOl' escdto, ele se
('ndercs;a a algucm, ele 0 leva POl' carninhos de uma aliiculayao sempr\.',
jfU\lS premente.
E depois, de repentc, alguma eoisa se passa, que <:on'ii"te em se afastar desse caminho trayado, para fazer surgir al essa Olll!;l
)Jlsa que e
"eu sou".
llien(o
°
7()
f!HElJD.
NOII"elles
coJ(/erellces d'lillrodllCfiol1
Il)~4. Filll da 31 cOIlJerenda
,i
10 PSyc!/(lI/II(I'S",
1915-17. Gullil11ard
JUt ai cste tipo de lllOvimento que eu tentaria qualificar para voces d\>
mancira mais precisa, que e aquele que n6s 56 enc?ntramos al~umas
VC2'.C~ 110curso da Hist6ria, que eu poderia lhes deslgnar, ~ambem, no
Vll Iivro de Eucfides", na demonstra<;ao da qual somos ,all1elaservos,
pais nao encontramos outro, e cia e da mesma ordem: mals exatam~nte
de dcmonstrar (qualquer que seja a f6nnula que voces 'p0ssam, se IS~O
acontecesse, dar cia genese do~ primeiros nom~s) que tosse n~cessa,J~o
(ninguem ainda encontrouesta formula, m~s sera que aencont~anamos),
que se deduz necessariamente, que havena outros que est a f~rmula nac;
pode nomear. E nesse tipo de n6 que se marca 0 ponto essenclal, 0 que e
al de um celia rela<;ao que e a do sujeito com 0 pensamento,
Se eu toquei no ano passado na aposta de Pascal, e del~t:o da mesma
concepvao. Se voces se referem ao que aparece na matematlca modema,
como 0 que se chama a apreensao "diagonal", elito d~ ou~ro modo"o q,ue
permite a Cantor instaurar uma dif~re~va entre os ll1fil1lto~,va~:s tem
sempre 0 mesmo movimento. E, malS slm~lesmente, se voces q~Jse,~em:.
daqui ate a proxima vez obtenham desta forma ou de uma outla, J /d::~
quoerel/s inlellalum, de Santo Anselmo, no capitulo 11 (para, que eu nao
seja fon;:ado a le-Io para voces), voces I,erao, d~v:ssem vo~es se dar a~
trabalho de obter esse pequeno alfarrablo (aqll1, e a traduvao de Koyre,
que foi lans;ada pela Vtin7R, ell nao sei se ainda a encontramos, mas
ceJ1amente nao havera mais) - voces ledio 0 capitulo 11,~ara ~~r~or~er
novamente a titulo de exercicio, a que a imbecilidade Ul1lVersltana tez
cair no des~redito sob 0 nome de "argumento ontoI6gico". Acreditavase que Santo Anselmo nao sabia que nao era porque se pode pensar ,0
mais perfeito, que ele existe. Voces verao ncsse capitulo, que e~e c: salmI
muito bern, mas que 0 argumento e de toda um.a outra relev<lncta, e a
l'elevancia desse encaminhamento que tento deslgn~lr para os senh:,,'cs,
que consiste em conduzir 0 adversario por um canllnho lal que se.la de
seu brusco desprendimento que surge Ulna dimel1sao atc entao desapercebicla,
hlJCLLDE, [,es Lfh'fllell!S, If!. put:, 1.990.
/\nselmo de Cantorvery, Fides 'i'IM r"IIS
K()yr~. .j.l~di~.:l(). Vrin. 1967D.
illlt'llec/I/III.
lo:d"
t· II:ldll~:Ij()
de /\lcsandrc
Tal e () horror da relaS;ao com a dimensao do inconscientc, que ('sse
nlOvimento aparece rapidamente como impossive!: tudo e pemlitido <10ineoll.,
seientc ., salvo articular: "logo eu sou". Eo que necessita outras abordagens ('
propl1alllcnteas abordagens 16gicasque eu tentarei traryardiante dos scnhores.
do que devolve ao scullada e a sua futilidade tudo 0 que foi al1iculado,em iel'mus pOllcaadequaclosde psic6logo, em tomo da "auto-analise".
Mas se seguramente toda a dificuldade que ell tive para reanirnar,
obscure campo cuja fun~ao se afinna e se cristaliza justamente
pelas dificuldades - chamemo-Ios noeticos se isso Illes co~vem - da
abord,agem te6rica do inconsciente, nao compreensivel demais, que nao
exclUl que nesse meio minha juns;ao se far;a no plano da tecnica e de
interrogas;oes precisas, justamente, por exemplo, de poder exigir que ai
se reabram os termos com os quais se justifica a psicam'tlise didatica.
A quesHio, para mim, pode se colocar do que sao conseqOencias de
11111 discurso, que circunstancias
assim como a intenr;ao para mim de
usaI' seus desvios, aquele que me impunha essas circunstancias, de abrir
(l discurso sobre Freud a um plJbtico mais amplo
Hum
o homem gaJante cuja assinatura esta embaixo do que eu chamei "0
prcsente", escreve: "Convem ele, sob 0 pretexto de Jiberdade, em tolerar
!Jue 0 forum se transforme em circa')" Aqui, 0 presente me e precioso: il
vcrdade surge, mesmo da incontinencia ..
Seria eu que, precisamente nesse volume, substituiria () circo an
C<'lrum.Deus me bendiga se eu tivesse verdadeiramente conse(Yuido'
Cerlo! Nesse pequeno artigo sabre (J illcotlscicnle, eu bem ti,,: conI
~·l'l.ito,ao redigi-Io, a sentimento de que eu me exercitava nessa ~ois(j,
:10 n~esmo tempo rigor050 e estourando as limites, senaa aquelas do (C[O
rlu CIrca pelo menos aquelas da acrobacia, e pOl' que nao da palhavada I
Para substituir algul11a coisa que nao tem, com efeito, nenhUl11il rcl~H)i()
('Pill 0 que pude dizer nesse forum de Bonneval, que era como todos (l~i
f,:'lrUI1S,
uma feiral
i\ precisao de um exercicio de circa e tanto menos dada a to<lo IJllIll
{!u quanto aqui!o que eu e.stol! demonstrando para voces qualldo Ih~';
laIn do coglla, e alguma cOlsa que, com efeito, tem a forma de \JIll ril\·(J.
cxceto que 0 circuito nao se fecha, que ha em algul11lugar essa pequena
saliencia que faz pflssar esse "eu penso" a esse "eu sou", que tarnbern
fat: transpar a tal ou tal data - quao raro! - revoluyoes do sujeito, urn
passo essencial.
Aquele que tomei por ll11imocode Cantor .. Saibam que cuspiram
muito nele para que ele tenha acabado sua vida em um asilo. Tranquilizem-se, esse naa seril meu caso (risos) Eu sou um pouco menos sensivel
que ele as articula<;5es dos colegas e de outros. Mas a questao que me
coloco e a de saber, agora que eu aliiculo - em uma dimensao que e veiculada por aquela da venda bem surpreendente desses Escrilos - que eu
articulo entao esse discurso, se sera ou nao precise que eu me ocupe da
feira. Com efeito, bem entendido, nao se pode contar com aqueles cuja
profissao e de se mostrar de passagem, agarrando qualquer negocinho
que se prende, no discurso de Lacan ou no discurso de algum autro, para
fazer um artigazinho onde "ele" demonstra sua originalidade.
Entre 0 Congresso de Bonneval eo momento que passei aqui, eu vivi
no meio de uma feira. LImafeira onde eu era 0 animal era eu que estava
a venda no rnercado. lsso nao me incomodOtI Inicialmente, pOt-queessas opera~5es nao me diziam respeito - eu quero dizer a rneu discursoe que em seguida, isso nao impedia as mesmas pessoas que se ocupavam
desse serviyo de vir a meu seminario e de ciscar tudo que eu dizia - eu
quero dizer de escreve-lo com cuidado, com tanto mais cuidado porque
eles sabiam muito bem que nao haveria isso por muito mais tempo, dado
seus proprios projetos. Entao, nao se trata de qualquer feira,
o que vinl agora na feira, sera todo tipo de coisas, que consistiraocomo isso ja. estit feito e ate antes do lanyamento de meus l.',~~·cl'il()S..- que
consistirao em tomar posse de qualquer uma das minhas formulas para
faze-Ia servir a Deus sabe 0 que! Como para tentar me demonstrar que
eu !laO sei Ier Freud! Ha trinta anos que s6 faQoissoi
°
Entao, ,I que sera preciso que eu responda0 Que eu fa<;aresponder?
Que inquietude! Talvez eu tenha coisas mais tlteis a fazer. Especificamente, de me ocupar com 0 ponto onde essas coisas podem dar frutos, a
saber, naqueles que me seguern em minha pnitica.
o que quer que seja, como voces veem, esta questao nao me deixa
indif"ercnte. l~~exatamente porque ela nilo me deixa indifcrente que ell
1111.: dcparcl a perguntar sobre isso com a maior acuidade. Eu devo dizcr
qllc Ullla Llllicacoisa me retem de corta-Ja da maneira como voces VeCJll
qu aql1i cIa s~ delineia: !laO e sua qualidade, Senhore5 e Senbonls, ail1~
du que ell esteJa longe de nao me sentir honrado, de ter entre meus audilot es, hoje au outros, algumas das pessoas melhor formadas e daquelas
pdas quais nao e para mim em vila me coloear a seu julgamento
!,ntretanto, apenas isso seria suficiente para justificar 0 que tambem
pude ser lransmitido pela via do escrito? Apesar de tudo, ao nivel do
I'S TIIO, acontece aquilo que vale, alguma coisa f1utua, embora, bem el1~
f~fJtlido,em uma universidade como a Universidade francesa onde ha
upn>xi.'~ladam.entecem anos somos kantianos, nao os responsiveis ._
cumo Ja Ihes fiz notar em uma de minhas notas -, no curso dos cern anos
Oll<!e eles eonfinaram e empurraram levas de estudantes, a encontrar
lfu.!(()$ de lan<;aruma ediyao completa de Kant!
(~ que r~lefaz h~sitar, a que talvez faya (talvez, se iS50me tenta) eu
~(lllllnUarel esse dlscurso, nao e entao sua qualidade, mas sua quaniJdndc. Corn efeito, acima de tudo e isso que me toca. E por isso que
lIi.':-ilcano eu renunciei a este fechamento do seminario que teve, nos
UfI\lS ~~recedentes,sell peql~eno tempinho de ensaio, e a oportunidade de
lJ1al1~lcstarsua ineficacia. E por causa dessa quantidade, dessa coisa inaCfl"!l!ilVelque faz com que pessoas, uma boa parte daqueles que estau
(Hflll, pcssoas - ~ue e~ salldo porq~leeJas tambem estao aqui para pravar
qll\.~ no que eu dlgo ha alguma C018aque ressoa, que ressoa muito para
qu(.) das venham me ouvir, antes do que () discurso de tal ou taJ de sellS
l;r\lrt:-i~oresconcernente a coisas que os interessa pOl-queisso faz parte
'w S"lIS program as - veil! me uuvir, eu que nilo fa<;oparte disSQ; isso
lJW elf1 J1le~moassim 0 sinal de que par meio do que eu digo, que cel'liHll'ole nao pade passar como demagogia, cleve bem haver ai alguma
-t!}ISa unde eles se sentem interessados .
. ' I: aU-av6sdisso que segurament'e eu posso mejustificar, se i880 acon" - j:'('t~, d~ prossegui,r 0 discurso publico 0 diseurso, certamente, que ilS"1111 (.;(Hll() nos qumze anos que ele ja dura, e um discurso onde segu.lfnl1\~jd,e nem tudo est~ dad~ de antemao, mas que eu construi e cLJas
- J}lIIll~S Il1lclraSficam al11dadlspersas, em disseriayoes, que al farao, POi'
I }"!IS! () que elas quisere1l1;11(1entretanto, partes que mereceriarn mais
>
c melhor.
Eu fa rei referenda ao Dito e.\piri/lloso nisso que eu lhes di rei cia
f(.'>nnula do que chamei hil pouco de "a OperayaO omega". Durante tres
meses, frente a pessoas que nlio acreditavam no que ouviam, que se perguntavam se eu gracejava, eu falei do Difu f!spirifl/oso. Eu Ihes cOl1vido,
pOl-que voces estarao de ferias, a obterem ..se par aeaso for possi vel (com
efeito, nao se sabe, as obms cle Freud, elas t<lmbem, sao inencontrclveis')
a obterem 0 dito f!.\7)iritlloso, e a penetrar nesse assunto. Se me oconeI'
de tel' que;:tirar ferias, eu tambem, e a pJimeira coisa de meus seminarios
do passado da qual ell tentarei dar pOl' escrito Llm equivalente
Sobre isto, voces estarao providos, par esse tem po intermediario, do
que ell queria dizer: nao e sempre a festa. Em todo caso, nem sempre
para rnim!
A ultima vez que fiz alusao it festa, foi ern um pequeno escJito, que
nao era de fate um escrito, porque eufiquei naquilo que resta 110 estado
do discursoN que eu emiti frente a um publico rnedico bemamplo. A
acolhida do discurso foi uma das experiencias de minha vida. Alias, 1130
e uma eXpeJ1e11Ciaque me surpreendeu. Se eu !laO a renovo mais, e que
eu conhes;o bem de antemao os resultados. Devo dizer que nao pude resistiI' a trazer sobre isso uma modificayuo que verdadeiramente nao tem
nada a fazer com 0 discurso: esta alusao a festa, a festa do Banquete~" ...
se fosse uma alusao. 0 pllblico sem dllvida reconhecera melho!' no boletim de minha pequena Ecole, que naquele do College de Medicine onele,
pOl' outro lado sera publicada, a alusao a resta do Banq/lete. Trata-se
daquela onde vem, como mendigo, como desgarrado, dois personagens,
dais personagens al eg6ri cas que voces conhecem, que se chama noyoe;
e llsvfa.: 0 n6yoe; da psicanalise e a fl3VtCX universitaria. Estou me Interroganclo ate onde posso deixarfluir a obscenidade. Qualquer que seja
o desa·tlo, a coisa merece que se olhe duas vezes, quem dizer, mesmo se
o desafio e 0 que 0 outro chama, bem comicamente, 0 Eros flJos6fico!
Boas festas I
"I')
XU
COl1ferClleia fdtll no (olkg\) des Medeeins des lJOpitnllX de Paris. publieado sob ()
titulo: "Psieanidisc <.) lJ1cdicina"no 11. I dllsLelires de rtco/e/i"eudil!/1I1e dc Paris. I).
I'IH(fto, Le l.Ial1tjuel. 203 bot:.
Li~ao VII
I ~1~,1hcs deixe! na operayao definida pOl'mim de alienarao, se voces se
.h;;J!lhl ,l'~l, sob
a forma de uma escolha foryada onde se representa em um
. nlll:~I,:nllv"lqu~ se solda por um.a falta essenciaL Pelo menos lhes anuncie~
IJlll. ~sta fon~a, eu a retomareJ a respeito da alternativa
onde t· d
,'tll'/to ca t
.'
.
la uzo 0
,. , .
,<' I eSlano e que e a segUlnte: 011 nao penso Olf nao SOli.
I 'S~i1 transformas;ao, um 16gico formado na logica simbolica
Ill.' 'el 'j A.
h
'
~.
a reCOI1I econ eeera pOl' representar
a formula trazida a' 1
.
I·,·"'"
. b'I'
. uznoreglstro
I L,~tl
ogl.ca sun 0 lca, pela primeira vez por Morgan na metade do _,;
~1~lli,pa~s.ado, pOl' isso que a que ela enunciava - que representava LlJ~~;
\ IldddclI.a ~es.c~b~rla que nunca havia sido trazida a luz sob esta for '
~e I,,;xpnmla Jnlclalmente assim:
met
.~
i.
/.\
que, na rela~ao proporcional que eonsiste na conjun~ao de duas
proposj~oes, ( 0 que exprime, a direita e no alto dessas folhas bran cas,
nas quais escrev( em preto para que seja bem visivel, ~.c~njun~ao de~A~
de B) se voces a negam enquanto conjUl1r;ao,se VOC~8(hz~m que ~ao e
verdade, por exernplo, que A e B se sustentem no con.1unto:lS80eqLllvaJe
a rel/llii:1o ... A I'ellJlitio quer dizer outra coisa do que a inlel'sec'/fio'- A
illlersecq{io, e (se voces representam, se voces representam 0 campo do
que e emitido en1 cada uma dessas proposiyoes por urn eireulo cobrindo
uma area), a intersecr;ao e isso. A reuniao e isso aqui.
Conforme voces sabem, nao e a adir;ao, pois pode haver ai, para eada
um dos dois campos, uma parte comum. Bern, 0 enunciado de Morgan
se exprime assim: que, no conjunto formado por ess,:s dois.campos ~qui
cobertos pelas duas proposir;oes em causa, a negayao e a tntersecr;ao isto e, 0 que resulta de que A e B estejam junto - e representado pela
reuniao da negayao de A (escrevamos aqui A: 0 que e sua negar;ao e esta
.
parte de B e a negayao de B (quer dizer esta parte de A).
Voces veem que resta no meio alguma coisa que e excluida, que e 0
complemento da reuniao dessas duas negayoes e propriamente falando
corresponde ao que e negado, quer dizer, ao campo da intersecr;ao do A
e do B.
Ocorreu desta formula tao simples adquirir tal importiincia nos desenvolvimentos da 16gka simbolica, que eta ai e considerada como fun·
damental a titulo do que chamamos 0 prillcipio da duolidade, que se expressa assim sob sua forma mais gera!: quer dizer, ~e ~evamos a: ~oisas
nao a esta tentativa de literalizayao do maneJo da 10glca proposlclOnal,
mas se nos a levamos ao plano do que vem no fundamento da formula9aO do desenvolvimento matemMico, ou seja, a ~eoria dos conjuntos: a
teoria dos conjuntos sob uma forma mascarada mtroduz alguma co~sa
que e justamente 0 que permite constituir ai ofundamento do que ~ 0
desenvolvimento do pensamento matematico. E que, de uma manelra
mascarada pode-se dizer, 0 que Ihes ensinei a distinguir do slIjeilo do
ef1llllciado como sendo 0 sl{jei/o da emmcim;:ao acontece que - nos
enunciados primarios, na definivao do conjunto como tal - 0 sujeito da
enunciayao se encontra ai de alguma fom1a congelado, ele nem mesmo
se desenvolve, ai ele esta implicado, pOl' Isso, celtamente, que a teoria dos conjuntos e 0 que permite, do desenvolvimento do pensamento
uesencad~ar 0 exposto, garantir a coerencia. OutrClcoisa
progresso de invenr;ao, 0 encaminhament:o pr()prio do
111I,jtld lito mat:ematico, que nao e 0 de uma tautologia, 0 que quer qUt:
. 'lc dig';l diss(P, que por sua pr6pria fecundidade, que se prende ao plano
jllllHl1li"nlCdcdutivo e, par essa mola que lhe e essencial, reunet2 0 que
tW dwma () raciocinio por recorrencia, OLlainda, para empregar 0 termo
. dr' POlllcare, "a induyao eompleta".
Iss(), para ser salientado, exige 0 recurso da lemporalidade. 0 procedi- 1l1l.'1I1(l do raciocinio uma vez que escandido pOl'essa coisa que e propriarlll'lJle 0 que e constitutivo do racioclnio pela recorrencia, se desencadeia
nUll\! t'ulluado em um procedimento indennidamente recorrente.
1\11:1" il nivel da teoria dos conjuntos, nos apenas temos de procurar UlJl
iljllllclho que nos pemlita simbolizar 0 que e garantido do desenvolviml~lllplll,tlcmittico e, por isso, 0 que no ato da enLincia~ao Se isola como
,,''It!i~'il() sujeito da enunciac;ao uma v.cz que ele e diferente desta pOllta
lip t'Jlunciado onde nos podemos reconhece-lo - e isso que, na n09ao
ill" \'olljUI1l:0
-- e precisamente pOl'que ela se funda na possibilidade do
t'llOj IJiIIO vazio como tal - e nisso que se garante de uma maneira velada
fl l',isk~l1cia do sujeito da enunciac;ao.
, i\lo nivel da teoria dos conjuntos, a transformar;ao de 1\'1
organ se ex~
l'il'1>:,<l assirn: que em t:oda formula onde temos um conjunto (qualqucr
10juII{O), a conjunto vazio, 0 sinal da reuniao e 0 sinal da intersec~a(\
_ u'ilIldo~os dais por dais, quer dizer substituindo ao conjunto 0 con~JtJJl{o va/.!o, ao conjuJ1to vazio um conjunto, a reuniao a intersecyao, ,t
lHI!'! Hi.:C~aO
uma reuniao, nos consel'vamos 0 valor de verdade que pode
!t':;tabelecido l1aprimeira formula.
1'111 (:, fundamental mente, 0 que eu quero dizer que substituamos a(1
lil'/lSO ,
ellldo elf SO li esse algo, que exige que 0 olhemos mais \.k
.. IP em seu manejo, mas que, brutalmcnte, mac.iyamente, cegamenk
{{.filiI l'11, pede inicialmente se articular como algo onde 0011 da reuniflu
\i'iiHlil scr olhado de mais perto e que une um ell !ldo penso COlllllllJ
{"II
lliHlelllilljco,
Cl.;l [nI1lCII{0
If'no
e0
.,[1/1.
t\ssi Ill, como os dais nao (tie pas) nao foram bem entendidos, a parti r
Willgvnslcin
• )11 "ponfua"
em particular
S.
do momenta em que se introduz est a dimensao de cUl1juntu va"io, pOl"
isso que ela sustenta essa coisa definida pela enunciayao (ao que sem
dllvida e possivel Que nada responda, mas que e estabelecido corno tal).
Esse coni unto vazio como representante do sujeito da enullciayao, nos
for9<l a t~mar, sob urn valor que esti para ser examinado, a funyao cia
negaryao.
Seguramente, desde sempre e ao simples exame do enunciado, a ambigliidade da negayao, tomada simplesmente em seu uso gramatical, e
absolutamente evidente.
Tomemos 0 ell nlio Llese/o. Esta claro que 0 ell !llio dese,jo, sozinho, e
feito para nos fazer perb'1.ll1tar-nossobre 0 que incide a negayao. Se for
urn ell m lo desejo transitivo, implica 0 indesejave1 (0 indesejavel de meu
fato: ha alguma coisa de intencional que eu nao desejo) .. Mas tambem, a
nega.yao pode querer dizer que nao sou elf (moi) que desejo, implicando
que eu me descarregue de um dese.io, que tambem pode ser 0 que me carrega nuo sendo ell (m oi). Mas ainda resta que esta negac;;ao pode querer
dizer que nCio e verdade que ell deseio, que 0 desejo, quer seja do elf (moi)
ou do nao-eu (pas moi), nao tem nada a fazer com a questao.
E Ihes dizer que essa dialetica do sujeito, uma vez que tentall10s ordeml-la, delinea-Ia. entre sujeito do enunciado e sujeito cia enunciac;;ao,
esta al uma obra bem Lltile especia]mente no nivel onele retomamos h~je
a interroga\3ao do cogito de Descartes, lima vez que isso que pode nos
permitir dar senti cia verdadeiro, situ<lyao exata, ao que cia parte de Freud
ai se modificou e para dize-Io de imediato: que se propoe a n6s sob essas duas formas facilll1ente superpostas e confundidas, que se ehamam
respectivamente 0 inco/lsciente e 0 isso e que sao 0 que se trata para
nos de distinguir Ii luz desta interroga<;ao que fazemos sail' do exame
e
do ('ogilo.
Que 0 c:ogi/o seja ainda discutido (esse e urn fato no discurso filos6fico) e exatamente, ao mesrno tempo, 0 que nos permite nele entrar, nos
mesmos, com 0 uso que entendamos faze-Io servir; porque tambem,
uma eerta f1utuayao que pode ai festal' e exatamellte 0 que, nele, testemunha alguma coisa onde ele devia se completar.
Se 0 cogito, na hist6ria da fiJosofia, e uma base - por que? Aeontece
que ..- para no minima dize-lo seguramente - ele substitui a relayao
pHldica, <I rdayao dilicil que teda a tradiyao da interrogayao lilosOfica
lwvlu lcito, que nao era outra senao aquela da re1ayao do pensa,. (to
_-ltt'r
~
j
j\bra'nJ, nao por meio dos comentadores, mas diretamente ... certamil\.:, serA mais ficH para voces se souberem grego, se voces nao n
~'lll h;t boas traduyoes
e comentl:lrios bem satisfatorios em lingu;.l
In/ksa. de A Me1i(jlsi£:(/ de Aristoteles. Ha uma traduyiio francesa que 6
g
.~ d•• Tricot ·l, que a bem da verdade nao se da sem levar 0 veu e a mas:'1,'<P1I de UIll perpetuo comentitrio t0111ista. Mas, nao obstante, por meio
d 'S~lIS dclormar;oes voees poderao tentar reunir 0 movimento original
. d .\ qm~ Aristoteles nos comunica, voces se darao conta 0 quanto, mas
~ pusl<.:riori, tudo 0 que pode se acumular de eriticas ou de exegeses
l'lll Il>rIlO desse texto, do qual tal e tal eseolastico nos diz que tal p~ssab$lc'l)ll,) discutivel, ou que a ordem dos livros foi alterada'- quanto, para
(!lIltl primeira
leitura, todas essas quest5es parecem verdacleiramenle
~l\'l'l!lld<triasjunto ao eu nao sei 0 que de direto e de fresco, que fa.z dessa
ldlllril (com a lmica condiyilo de que voces a tirem da atmosfera da. Es" .liI) lima coisa que Ihes atinge do registro do que eu chamei hit poueo
. ,) "pni0tico"; quando voces virem, a todo instante, se renovar e recair em
- nl}\1l1l1ilcoisa que parece ainda levar 0 rastro do proprio discurso mesmn
~'-!ll/uJltle ele se fonnulou, esta interrogayao do que diz respeito •.I relayfio
fl., )I'nsamento e do Sl;;r.E quando voces virem surgir tal tenno, como
ik1 oq.lVOV, " () que hit de digno", a clignidade, que e para ser preser-vIldn do pensar, a respeito do que cleve coloca-Ia ,I altura do que ai est11
-tll'j que se quer apreender
- isto e: nao e apenas 0 ente au () que e mas
~WI'()I~ ONDE 0 ser al se manifesta. 0 que se traduz diferentemenfe
l 1'['" como ser" dissemos. Traduyao ruim para esses tres termos (que
flliilei 0 euidado de anotar no alto a esquerda deste quadro) e que silo
mopl iamente:
"0,
J'l "()
primeiramente, to ti emf que nao quer dizer outra coisa do qlll.:
e?" Parece-l11e que seja uma tracluyao tao valida quarllo a do
(file
/\ wnlil1l1fl~ilo ,I: el1coulra ap6s 0 parilgmfo
Arislbldes,,-!
i\le/t!lisic:a. lradu«ilo.r.
scguilltc:
Ora 0 cog;IO.
TriuOl, rccdiyi)o Paris. \irill. l'i{;(,
q/lid na qual acredita-se
comumente
1~)r.i l'lv J,;lv(H
que e bem, com efeito, um dos trayos mais pregnantes da vivacidade dessa linguagem que
a de Aristbteles, pais
nao
seguro'- aqui ainda menos - "0 ser com o ser" que convem
para traduzi-Io~('. POI'que, pelo pouco que saibam grego voces poderilo
ler esta coisa .- que
urna forma COlTIum do grego (e nao apenas
literario), que e manifestamente 0 traryo de origem do verbo grego c
que tem precisamente em comum com 0 que 0 imperfeito quer dizer
em franees - no qual freqi.ientemente me detenho no curso do que eu
pude deixar 0 rastro em meus }~~\'critos: 0 "era", que quer dizer "isso
acaba de desaparecer", ao mesmo tempo que isso pode querer dizer
- 0
e
e
um sabe que 0." livre movimento cia tradic;ao filns()reprcsenta nacla mais que 0 progressivo distanciamento dcsla
tl:I~le~k:dcscobertas, desta pJimeira invens;ao, que chega, pOl' meio das
~,,~,t:IIIS (,~ue~e.sucedem cada vez mais, a nao fechar senao em torno dn
41 II 1.1.11w,:ao loglca, 0 gue pode ser retido desta inten-ogavao primeira.
tl!:('~'a:l aoser e cada
dever se limitar";
[If 11 fl((O
e
"um pOuco mais e isso ia ser"; 0 10 l\ {IV dvUl que e a mesm3 coisa
do que 0 que e dito em Hip()lito' de Euripides, quando se diz: Kung
1<; OUX l)V 01.:0<;: "Cypres-Afrodite,
para ti, ntio era uma deusa", 0 que
quer dizer que, para ter se conduzido como ela acaba de f'azer, seguramente 0 que ela era nos foge e nos escapa, e igualmente,
precisn
que recoloquemos em questao tudo 0 que esta ai do que seja uma
e
deusa ou um deus, 0 -r(l ,t l1v pTVCI.I, 0 "0 qlle era ser" - "0 que era
Antes que eu fale elisso, propriamente falando, f: esta
especie de sentimento que hci ai, na propria linguagem de Arist6teles,
ser" quando?
do ser 'linda invioJado e, entretanto, eleja tocava, com 0 \'OEIV com
este pensamento, que tudo 0 que e agitado, e sahel' ate que grau ela
ai pode ser digna, quer dizer ser pwmovida
altura de ser, Bis em
que tra<;ado de origem, cuja raiz voces nao podem deixar de sentir de
alguma forma _. da ordem do sagrado -- eis aonde se iiga a prirneira
articula<;ao do filosofema ,I nivel do que ha ai para introduzjr (pode-so
dizer) 0 primeiro passe de uma ciencia positiva,
a
- Para
0 III I)\'
fl uv com efeita e tambem'"
0
ultimo termo - "
0
ente pOl'
onde, fl, ele e ente", quer dizer ainda essa alguma coisa que indica em
f\5
XC>
Tricol lradllz pOl' "A esscllcia
Tricot: "a qlliddilC", J)
X7
r:lIripcdes, I Iip61ilO, 359,
de lima coisa". D
OJ."~II
(\
!,'.1'/
do
de Des'ca
i eem
t
,I
um senti 'd'0: e que Nessa rapport do
do set; ele S/lhslitlfi pura e simplesmente a installrar,:Lfo
(.Je).
('(wi/v
'!{\III/Ii'lItO
I~/I
i!
,(~ !f:I(~..:LI quero p:?du.zir frente a voces e isso: e que, uma vez que a
a expenenCla que, ela mesma, e sequencia e efeito desse
wllw<lmento do pensamento, que representa, enfim, alguma coisa que
I,ll' "r chamar RECUSA da quesHio do Ser - e precisamente uma vez
, I',II!'HI rccusa engendrou
esta seql~encia, este novo levantamento da
ll;hl". 'Ill dO,l~1Undoque se chama a ciencia - que se alguma coisa, no
l!lll dos .delt.os desse ~ranqueamento, se produziu, que se chama a
bohl,.,tfa Ireudlana, ou all1da seu pensamento,
como seu pensamento
It" ~l pensamento
... a ponto essencial e que esse, em nenhum caso
'1 dll,l:r um. retom?
ao pe~samento do Ser, Nada, naquilo que Freuc!
!/l'''' sc lla~e do Jl1consclente OLl do isso, nao faz retorno a alguma
'./11(.:,
nlveJ do pensamento, nos recoloque no plano da Tnter\ i1n do Ser.
III I 11i~,la,
t1?
f'
s()ll1ente no interior - e restando nas seqlienci.as deste l.imite de
"nl!Ij('i~",~~mt?,d~sta fe~d~ pela qual, para a questao que 0 pensamento
,1'H I "II'~ ,\l Ser: e SUbstl:Uld~, e s?b 0 modo de uma recusa, a unica qfir~
-It,l1,d,) S~I do w (Ie) - e nO,ll1tenor,desse que adquire senti do 0 que nos
IH ud, l,llltO pelo lado do InCOnSCIentecomo peio lade do 1S50. E Ihes
(J'P, Ih(~s~nostra,r ~omo aquilo se articula, que eu me adianto nestc
{II { dllH1II110 da loglca e que tambem nos prosseguiremos
agora,
itlP
H,t PI\'I~)I,iI:cogito, que mer~ce neste lugar ser uma vez mais re.-per ..
tld,Il' lIi,)~t:~lwnt;aremos as ls~as do paradoxo que e aqueJe que ill
h tJ ',<,;C\lISO
a ,formula moganlana tal como eu produzi inicialmclll\.'
'1'111 cs C que e essa: ha um ser do ell fora do discurso? E prcGisn-
mente a questao que corta
ele
0
0
cogito cartesiano;
ainda
e preciso
~~ns a dimensao d~sse Olltro e tao essencial que se pade dizer que eh
110Ill,;rvo do cogiro, e que e I!la que cOllstitui propriamenle I) lil1lite
do qU,el:ode se definir e se garantir, melhor, como 0 conjunto vazia .. que
\;~)n~,tIILll0 ell SOli nesta referencia ande elf -- enguanto ell SOIl-- se eOIl"tl\U1 propriamente disso: dl! lIao COlitel' nellhlll1l elel1lefllo.
Fss~ quadl'o vale tao-somente uma vez que 0 ell petlso, ell 0 penslJ,
qller (~IZi:~!',
que eu argwnento 0 cogifO com 0 Outro Ntto SOli [lie .\/Iis
Iltf,\'1 signthca
que nao ha elemente desse conjunto que -- sob 0 termo
de 01 existe: [o'go SlflJl, sive ego cugito, mas sem que haja ai nada que
Illksloque.
I~SI'C encontro tornfl claro que
ell penso e apenas uma vestimenta
';~·lllelhante. Se nao e do~" lIivel do ell peltso -- que prepara este reconbc"1111'1110 de um co!~unto vazio - que se trata, e do esvaziamento de um
O!lIIU conjullto.
Foi depois que Descal1es fez a prova de todos as aces';os [II.) saber, que ele fundou este pensamento, propriamente faJando do
d~) ser, para nao ser avido senao de celieza, e que resulle
ll:w:11:1i.l111ent;)
IlI\SO, que ~nos.Ja chamamos
de e,wa:::iamelllo, e que se conclui pOl' esta
!nl~1 ro"ayao: e de saber se esta mesma operayao, como tal, nao e suficii~qk pn I'a dar do ego a tll1ica e verdadeira substancia.
ver como
('slit
faz.
E para
colocar ai a questao que nos in,tro?u;i~o~ es~as aspas em torno
do ergo sum, que 0 subvertem em sua II1clde~cla Illgenua (se po?emos
dizer assim), que constitui ai um ergo Slim coglt~do, ~o qual, em stntese,
a unico ser se mantem nesse ergo, que, ele, no mtenor do pensam~nto,
se apresenta para Descarte como a signa, do que ele mesmo ~rtlc~la.
varias vezes e tambem no Discurso do metoda quanta nas M edltac;oe,5
ou nos Principios, quer dizer, como um ergo de necessidade. Mas se,
unicamente, este ergo representa esta necessidade, sera que nao podemas ver 0 que resulta disso: que 0 ergo Slim e apenas a reCIISCl do ,duro
caminho do pensar ao Ser e do saber que deve percorrer esse cammho.
Ele toma, esse ergo sum, 0 caminho mais curto de ser aquele que pensa,
mas para pensar que nao e mesmo preciso interroga~ 0 .~nte sobre 0 [...]
IlclO (pasg~)onde ele sustenta seu ser, porque a questao.Ja se garante, ela
mesma, pOl' sua propria existencia.
Sera nao colocar-se ai, como ego, fora da tomada que 0 ser pode
apagar 0 pensamento? Colocar-se, ego, eu penso como PUfOpe,!so-ser,
como subsistindo de ser 0 ell de um lido .'1011 local; que quer dlzer: ell
nclO SOli sentio nisso 'jue a qllestao do set seja elidida, eu dispense ser,
en (fe) dispenso ser, ell .. nao sou, salvo al,i onde - necessanamente"eu sou, de poder di::e-Io. au para melhor dlzer: ond~ eu sou, por pod~r
Ihes fazer dizer, ou mais exatamente por faze-Io dlzer ao Outre, pOlS
esta bem ai 0 encaminhamento,
quando voces 0 seguem de perto no
texto de Descartes
E nisso de resto, que e um encaminhamento fecul1?o" n!sso que ele
tern, propriamente falanda, 0 mesmo perfil que 0 do raCIOCI11l0por recorrencia, que e de alguma famla esse: de levar longamente 0 outro por um
caminho, por um caminho que e esse, propriam~nte falando 0 caml~ho de
renunciar a tal, e tal, e em seguida a todas as vias do saber e depots, em
urn giro, de surpreende-Io nesse consentimento que ai, pe/~ mr:lIos- por
Ihe tel' feito percorrer 0 carninho - e bem preciso que ell se./ a .
Em outrns notas, tcm-se uqui; "pal'colll's [percurso]. Talvcz seja precise ouvir "par Ol/"
[pOl' onde]. S.
°
a impoli<1ncia, que sotorna pens~vel, como POl'um fio condutor, do que vai se lrawl'
...{rumldo I,reud nos tras '" 0 que) a que') Se nao e 0 que resulta dai, no qll~'
;"1,, c1wma, para empregar seus pr6prios tennos, nao 0 "funcionamcllto
.. 'flll'tll:d" (como se 0 traduz erroneamente quando se traduz. aJemao em
.. jlW I:':; ll.nas de p.\)'chische
(Jeschellhell,
acontecimento psi quico
.l\lil!orme
vamos ve~, ai nao resta nada, nisso sobre 0 qual Freud St'
~j,:!lrog<l,. de alguma COtsa que possa reanimar, reavivar 0 pensamcnlo
tJ-~,'il'l. akll1 do que 0 cOjJi/o doravante the tlxou como limite
. U . film, () sel' esta tao bell1 excluido de tlldo a que ele pode se referi I'
\fl'" 1MI'll.cntl'ar nessa explicay8o, eu poderia dizer que parR retoll\;l!
lllllil ,k l1unhas formulas fam ili ares, a da 1'i!r1I'C!I:fll!1g, e devido a nlgUlllil
"iil dc:-;sa ordem que se trata. Se alguma coisa se articuJa em n;)ssllS
.
(: hem clai, e uma, vez que al nos apreendemos
Ul!'lttc
SC,
dias, que pode se chamar 0 11m de um humanismo - que certamcnl'c
nao data nem de ontem nem de anteontem, nem do momenta em que 0
Scnhor Michel F6ucau!t pode articula-l0, nem eu meSI11O,que e coisa
feila ha longo tempo - e precisamente ai que a dirnensao nos e,~lbeI1a,
que nos pem1ite descobrir como representa, de acor~lo com a formula
que dei, esta VenveJ:!img, esta rejeiykio do ser () que e I'e./ellado do ,wm!u)lico, dissera eu desde 0 inicio de meu ensino, reaparece no real.
Se essa coisa que se chama 0 ser do homem e, com efeito, 0 que, a
partir de uma Cet1a data, e rejeitado, n6s 0 vemos reaparecer no real e
sob uma forma bem clara
.
o ser do homem, uma vez que e fundamental em nossa antropologta,
e!e tem um nome, onde a paJavra sa se encontra em sell meio, onde e
suficiente coloca-Ia entre parenteses, E, para encontrar esse nome, como
tambem 0 que 0 designa, e suficiente sair de casa [chez soi], U~l dia, no
campo, para ir fazer um passeio e, atravessand? a estrada,. voces encontram um Jugar de "camping" e sobre a camping, ou mats exatamen!e
tudo ao redor, marcando-o com 0 circulo de uma espuma, 0 que voces
encontram, e esse ser do homem como _. \'l!l'Il'Of.!(!lI -- ele reaparece no
real ele tcm um nome: isso se chama 0 detritl/s',
e de ontem que sabemos que a ser do homem, enquanto rej,eitado, e a que reaparece sob a fomla desses finos circuJos de ferro ~orcldos,
do qual nunca se sabe porque esta ai, em tomo do luga! habitual dos
campistas, onde n6s encontramos ai uma certa acumulaltao,
Por POllcO que sejamos pre-hist6ricos, ou arque,6Jogos, d~vemos pre··
sumir que esta rejei<,~aodo ser deve ter algum~ COIsa, q,ll,el1.aoapareceu
pela primeira vez com Descartes nem com a origem ?a: ClenCla, ma~ ~ode
esse~clalS que pennl~ll:am
ser que tenha marcado os fhnqueamentos
constituir, sob fonnas escandidas, mas pereeivels e sempre prec:anas,
as eta pas da humanidade E nao tenho necessi~ade de tentar rcm:ttcular
diante de voces, em uma lingua que nilo pratt co e que a t~rnana pa~a
mim impronunciavel,
0 que se designa, 0 que se grampela
como SInai de tal au tal fase desse desenvolvimento
tecno16gico, sob a forma
Nao
1:!i.'SSl'S allllhos de conchas'"
que se encontram em diversas {treas, em
i'~nas zouas do que nos resta dessas civilizayoes pre-hist6ricas.
o ddl'llllS, esta bem ai 0 ponto a ser retido, que representa -- e nat) apenfl:;
"OO!o s~nal: m~s como alguma coisa de essencial - iS80 em tomo do qual.
pilla nos, gll·a~a 0 que sera agora, do que temos de interrogar desta aliena9i'io,
'~'. A afJ(1I1ac;aotem uma face pateJJle, que nilo e que sejamos 0 Outro
'1'01 it que ",os outros", como se diz, ao nos retomarem ~os desfiguren~
. ~ml~nos detormem.
0 fato da aliena9ao nao e que sejamos retomados,
H'!Cllos, represenlados
no Outre, mas ele e essencialmente fundado ao
I'v[~irilrjo, na rejeiyao do Outro, uma vez que este Outro- aquele qu~ eu
UI>:-l1lHlI0, com urn A maiusculo
- e 0 que veio 110 Jugal' deste interrogaJilil dl) Ser, em torno de que fayo hqje girar essencialmente
0 limite e 0
II,11nqucarnento do cOf,;ito
"'. IVl,.tis ao Ceu, enlao, que a alienayiio consistiu nisso que nos nos enavamos, no lugar do Outro, it vontade!
"
Pilla Descal1es, e se.!,'lIramente 0 que lhe permite 0 jubilo de seu en.. ' r;Hll1IUhamen!o, E, nas prirneiras Ref,;,dae 91 (que representam sua obra
"" .. \ltlp.inal, sua obra dejuventude,
aquela cujo manuscrito, mais tarde foi
. Nll'olllrado e continu? hoje sempre perdido nos documentos de Leib;1iz)
. ti:\/IIIJ ergo Deus est e exatamente
0 prolongamento
do cogilo ergo sum.
l t" IUll1cnte! A operar;ao e vantajosa, que deixa porinteiro a cargo de
ll
tll
()lIlro - que nao se garante de nada mais do que da instaurayflO do
. r. ~'()11l0 ~e~do ~ ~er do FII (.Ie) - de um Outro, que 0 Deus da tradiltao
d'-II,n)-~nsta factllta par ser aquele que se apresentou a si meslllo, pOl'
I (.ill/ao
sou aquele que SOI/; mas seguramente,
0 fundamento
fideista
IW 11(; nH~ntem ainda Hio profundamente
ancorado no pensamento no
t¥'cl do seculo XVU, e precisamente aquele que nilo e para n6s tilo SLlSullvd, e e por ser subjetivamente estriado que nos aliena reahnentc,
U qu~~eu jil ilustrei por esta liherJade Oil a mOtte, Maravi1hosa i ntiN'if!). sem dilvida. Quem, nesta intimayao,
nao recusaria, com efcito
t' OUlro por excelencia,
que e a morte? Por meio do q~al, como ji\
hr'"1fll nbservar, resta-fhe a liberdade de morrer.
Jrdtlll
lI,i,'iI •.k <'ll11l0dillg,
'It)
,11"'/'4,)iIIlS: ·'hil
eolo"il-lll
11111nOll1c Clljll
entre parcntcscs".
pal:lvrll s';r sc CllcVOillnl e!l1 S<;lllIlwio, Ol1d,' C ~;llficicnlC
I )!':SC/\RTES:
,!Jr<'cI'IIOIl
Renc,l<egiliae
ad dil'l!-Cliollem
de I espnL V/'Ill. 1970.
iI/genii,
1701. Vrin 1965. Regk;; 1'0<11 I:i
Trata~se do mesmo para 0 que 0 estoico" ja formula no et proper
lIilom lIiuend; perclere causas (mas para nao perde-Ios sera que voces
irao perder a vida?), para que as coisas nao sejam lidas aqui com muita
clareza. Mas, para nos, do que se t[8ta e de saber 0 que sera dentre este
011 eu nc70penso 011 ell ndo SOil, quero dizer: ell, como mJO sou,
Qual sera 0 resultado? 0 resultado onde nao temos escolhal NaG
temos escolha a partir do momento em que 0 ell (je), como instaurayao
do ser, foi escolhido. Nos nao temos a escolha: e 0 eu Ildo pet/so em
direyffo ao qual nos e preciso ir. Com efeito, esta instaurayao do ell
enquanto puro e tmico fundamento do 5er e precisamente 0 que desde
entao coloca um termo - um termo, eu OUyO um ponto final - a toda
interrogayao do \'od\', a todo encaminhamento que faria outra coisa do
pensamento, que 0 que Freud, com seu tempo e com a ciencia, fez disso:
Das Denkefl, escreve ele nas "Fom1Ulayoes sobre 0 duplo principio do
acontecimento psiquico"', nao e nada 111alsque uma formula, uma tor~
mula de ensaio e, de alguma forma, de ultrapassagem, que tern sempre
a ver com 0 menor investimento psiquico, que nos permite interrogar,
mediI', tambem trayar, a via pOl' onde temos de encontrar a satisfa~ao do
que nos pressiona ou nos estimula, pOl' algum encaminhamento motor
a tra~ar no real.
o /ldO-,1
. '::1:~
9s
. :,\:1
.
Lit: linn poderia, de maneira nenhuma, tel' formulado alno de semel~
h, para concebe~lo, e extremamente imporlante da~se conta de
',P,I\: (} I~\·,\(), n~sta estranh~ anomalica positividade que ele adquire pOl'
..•.
~ I (ll/rI(I (fJm) desse e.lI (je) que par essencia oao SOli, e preciso saber 0
'4JlO I:H'l-~p()dequerer dlzer, de que estranho complemento pode-se tratar
~1tlHlll'!
JW~'''('I1tli J-e /I,
o ell nao pel/so essencial, e ali onde nos temos de questionar 0 que
resulta disso, concernente a perda resultante da e5colha: 0 ell ntio SOli,
certamente! Em 5i mesmo, tal como hit poueo nos fUl1c1amos, au seja,
como essencia do proprio eli. Seni que se resume nisso a perda da aliellaya.o? Certamente nao. Prectsamente, alguma coisa aparece que e forma
de negayao, mas de negayao que nao incide sobre 0 ser, mas sobre II
proprio eu enquanto fundado no ntio sou.
Conexa a escolha do l!ullcio penso, alguma coisa surge cuja essencia
e de m'1o sel' eu, no proprio Jugar do ergo, enquanto ele e para se colo~
car na intersecyao do "eu pen so" ao "eu sou", no que se suporta apenas
C01110ser de cogitayao: esse ergo, "portanto", nesse mesmo lugar algu'XI
JUVENAL. Satirl~ VIIL. v.84:
'14
liIH~Un.S. "Fm 'l1l/tialiolls sur le.\' deux pri/lcipes
I l) 11 em in N,'sullals,
cnisiJ aparecc, que sc sustenta por nt10 .'IeI' ell,
'II , tao essencial
a alticular por estar desta maneira em sua
:H'>I'llC";, c () que Freud nos traz no nivel do segundo passo de sell pensafr!l<mlo C ,0 qlle, charnamos "a segunda topica", como sendo 0 ;";80,
, rvlns C P!'CC,lsamente at que estii 0 maior perigo de erro e que tambcl1l
an nprnxll1Hl-l0 eu mesmo na medida em que pude faze-la, quando faIlll do \l'u, i:s.\~!m' -naoyude,
na falta de articulayao logica que Jhe per··
, 1lI:!.1!OJi),ll seu v~r~adelro valor, fazer sentiI' onde repollsa a essencia do
I'll, que constltUl 0 isso e que torna tao ridiculo aquilo no que parece
,11.!l~t1lvc,ll11~n.te
qualquer.utn que esteja seguro, sobre este sujeito nas
\!'I~ .1,1:1pSlcologJcas, quer dlzer, enquanto herdam da tradiyao da filosofia
~l1Ilr~a que d~ alma, ou da '111.lX1l eles fazem alguma coisa que e 0 isso
t1a1a c!l:s,sera ~empre 0 que tal imbeci! me buzinoll nas orelhas durant~
dw, allus de vlZlnhan9a, que "0 isso e um mau ell (moi)".
. lWI
el proper uilCl/ll uiuel/di
idees problhues,
pen/ere
Co/WIS.
dll cours des ,h",uem eH ls p.syclIh/u"s".
1. 1 .U.F.19114.
... liei1l, ~: preciso saber articula-Io e dize-Io, tal que efetivamente toda
.xl,ili('IIi1,;:w clo qual 5e trata no isso 0 articula.
.. n :\\/1 do CJ.ua!:se trata seguramenle nao e, certamente, de nenhuma
tlliHIl'llil,
a
"pnmelra
pessoa",
como
e 11111verdadeiro
er1"O -
a
rt~cha('ar
nu ..
!11i.'··' de "rot's
. d"IZ?~10, qualquer que seja 0 respeito que
lI~
,'::1
~.,co, e' precls~
,it 11.llllOS let, (:;·111 :lOme da hlstana, pOl' seu autor - por tel' sido kvadq
!~ft.I~I~I/.Il:
qUI' a pSlcologin de Freud era uma "psicologia na primcira
~?';\i••1 I I: que llT11 de mellS alunos - no decorrer desse pequeno relat6ri n
t' JM parle do opusculo que Ihes distriblli na ultima vez -. que tlIn dt~
'1;U'. HI~.IIlOS ,te~lh~_seconsiderado
obrigado a I'epassar poria, tendo por
ftl 111'ilolllled Jlusao que era uma vIa pela qua] eu os teria !t~vad() (:1
y
.J, '~'.:
t<,j
formular como foi natural mente foryado, apcs ter me ouvido, a formular
o contdlrio, nao e!) e em si mesmo um tipo de blefe e de trapaya, pois
isso nao tem nada a ver com a questao.
o isso nao e nem a primeira, nem a segunda pessoa, nem rnesmo a
terceira, enquanto que, para seguir a definiya.o que disso da Benveniste,
a terceira sena aquela da qual se fala.
o isso, nos nos aproximamos um pouco mais, a enunciados tais que
o "isso brilha", ou 0 "[isso] chove (9a p/eut) ", ou 0 "isso meche". Mas
e ainda cair em urn erro acreditar que 0 isso, seria 0 isso como aquele
que se enuncia por si mesmo! E ainda alguma coisa que nao da muito
, .
relevo ao de que se trata.
o isso e propriamente falando 0 que, no discurso, como estrutura IOglca e exatamente tudo 0 que na-o sou eu (je), quer dizer todo 0 resto da
es~rutLlra.E quando eu digo "estrutura 16gica", entendam-na gram atical.
Nao e nada, que 0 proprio suporte do que se trata na pulsao, quer
dizer 0 fantasma, possa se exprimir assim: Ein Kind wird gesch/agell,
"uma crianya e batida".
11111campo suficiente a pereOlTer para que precise
:*
illl~lHs\.;d~) 1,.111
~ illd
_~ '.
":
Inn.1 gesch/Of{l!II,
analise de Uma l..:riwl\:1/ ;:
na
sUJcito, () Ich, 0 1~1I(.Je)- que entretanto deve ai tomar
lllgtli ( para I/(Js, n~ r~construerao que fazemos di 5S0, na Bedell/ling, que
VHl110S Ille dar) cUJa lnterpretavao e necessaria, quer dizer, que em till)
(JHilo momenta seja de que sej a 0 batido _. mas, no enunciado do n\l1Nl/lila.
Ii/MIla,
J,IIlH1I5 0
llo~
- lHli;; (lel/
diz Freud, 0 tempo-
(je). como tal,
evidentemente!
e precisamente
.- nunca
e reconhecid!)
excJuido do f1mtasma.
.,
Pisso I1t)S rlaO podernos nos ciaI' con la, senao marcando a linha de
-, t1lvisilo de dais complementares: 0 ell do hate'- esse puro ser que c,
~f'qlilO n:cu::;ado ser - com 0 que resta como alticu[a\:ao do pensamento
~ tpH.; e a estrutura gramatical da II ase. 1550, cCl1amente, !1ao tenl sua
11ludt~1\cia e seu interesse senao ao ser aproxirnado de outro elemento
(11j :t! tl:ll1ativa, quer clizer, 0 que ai vai ser perdido
tl "('ldude da a/ienC/(-'(/o
Nenhllm cOI1l.entario,nenhuma metalinguagem clara conta do que se
introduz no mundo em lima tal formula! Nada poderia redobra-Io oem
explica.-lo! A estrutura da frase lfmCl criam/a e bet/Ida nao se comenta
simplesmente, e/a se mo.ylra. Nao hit nenhuma (j>llcrlS que possa dar
conta que LIma crian~'a seja balida Pode haver aL na (pllCnc;, algullH~
cOlsa que necessite que ela se machuque, mas que ela seja hafida,. e
outra coisa! E que esse fantasm a seja alguma coisa de tac essenclal
no funcionamento da pulsao, e algmna coisa que s6 nos faz lembrar
o que. da pulsao, ell deml1nstrei diante de voces (a respeito da pulsao
escoptofilica au a respeito da pulsao sadomasoq.uista), ~lue.e rast~·(!aJ".
que e motlfagem _.. rastreado, montagem gramatl.c~l. cll.Jas tnverso~s, as
reversoes. as complexizayoes, nao se orden am dlferentemente senao na
aplicClc;;aodiversa de diversas inversoes (Verkehung), de l~egayOespar~i.
ais e escolhidas, que nao heloutra maneira de fazer funclonar a relaya,o
do <'II como ser-no-mundo, senao ao passar pOl'esta estrutura gramatlt:al, que nao e outra coisa que a ess{mcia do isso.
Certamen1e, hoje ell nao vou refazer esta Ji~ao para voces. Eu tenho
que ell ll1(~ 1,;001[(!llk
rlll mar-:ar 0 que e essencia! do isse) enquanto nao e niio ..e u: 6 lUlln ()
i~0t'it() dwestrutura grarnatieal. E nao e pOl' acaso sc Freud obscrva i[;,~
c,iHllra
Ora,
se>
se
!1IOsll'O
llil
parle penlida,
que nao
e
se.\ioces acompanham millha articulac;;ao" que 0 ('!llIllo SO li
~ Jlnportante apreender que CSlil bcm Hi 0 cssencial do que .:e
favela do incotlscicnte s~
discipulo ~- ilm illlico
i1i*'lpuln . de Freud" souGe manter como urn trac;;o esscncial, quer dizer.
~In .\III!'I'I'WL 0 fundamento deSla surpresa, tal como apareel: no nivd
j! 1da Illllll pr(;)ta~ao verdadd fa, nUo C outra SCIl110 eSSfl dimcnsao do 01
::i" S(ill () dB eessencial a pre~'l;;r\',tl como carMer, s(: pod cmos dizcr,
~ dadnl /Jesta Icnomenologia,
!IHla
!Ill
1l1col1scicnte.
~;Ql;l( icriZil
Com efeito,
0 que so
peJo que, sem dl'rvida,
l: pOl' i:,so
que
0
dito espirituosu
somcntc
if:
0 !lwis
urn
revelador e 0 mais cameter.
d~itos do que eu chanwi: "as fOllna(;Gcs do inconscicnte", 0
tlp'IlIal se trata, se produz no nivd do ell IH70 SOli. Tome-HI qualouel
. ",Ilipltl l', para tomar 0 primeiro que so oferecc a abertura do livr~), ()
l<fi,JC/i dUt;
!~J 'I h '\ heodol. I )er i1h t'l'I'(J.\'cltL'
1 ',·lIi\1.·1 1':1111., 1 Inc,.
P.'l.'l'c!lO!ugc.
I tj()5. T1;1dudion:
l ..c Psy.:::hnlogc
~?1iIpri!'i.
e
seril que nao evidente que 0 efeito de ck'sd<':1i1 do que
tlil (Ii llifsch-Hyacinthe (quando de diz que com Salomon d~ Rotschtld,
ch~ l,sta em uma rehivao "completamente nunilionfuia") reSSQ<1 <10 l11csmo
tempo pela inexist6ncia da posir;:ao do tico, uma vez que ela apenas
llc<;iio, e daque1a, dessa coisa onde aquele que rala, onde ~ suieito se en··
cOllint, nesta pr6pria inexistenda, reduz de mesmo a um tlPO de ser para
quem n50 hcllugar em parte alguma? Nao sera evidcnte que e ai que re··
sick 0 efeito de c1esdem desse "familionflrio"?
Mas ai, bem ao contnlrio'- hem ao contrario do Clue se passa quando
nos definiamos 0 isso e onele voces puderarn reconhecer (nesta rerel
encia ,1 estrutura gramatical) que se trata de UI11 efeito de ,"iillli OLl d•.
dn/m llilioil{irio,
e
sentidos - n6s temos rein\.ao com a Redeutllllg.
do \,~lllllSiat:ll11o.
Podi! oj haver deliS. I/O "lsso fala ", pon?IJ1lJ7ais pl'ecisafIImle () (111i! catoe/aiza Cl./;II1(;i1o do iflcoflscielJle, e que al nlio hct.
:-k {}inconsciente, para n6s, deve estar circundado, sit:uado e definidll, 0, Cl!lretanto, que a poesia de nosso secuJo Mio tem mais nada a t~lzer
t1"nl nqucla que foi a poesia, pOl' exemplo, de um Pindaro.
HI,) II inconsciente
desempenhou urn papeJ de referenda tal, em tudo
iJ que Be trayoll de uma nova poesia, e precisarnente
par esta relaylIo de
!.tJi1pt,;l1samento que 118.0e nada mais do que nao ser 0 ell do "eu flao
fH'IlSt)", na medida em que ela vem morder a campo que define 0 ell
%-
',1)10"ell
!laO sou".
F t:nlao'?
QueI' dizcr que at on(k
eu nao sou, 0 que se pass<l, ,b alguma coisa que nos temos de man'ar
com 0 mesmo tipo de inversao que nos guiOll hci pOUco: 01'1/ do ('lIlInO
/JeIiSO se inverte, se <1liena ele tambem em alguma coisa que cum j1cfI\'O(.'oi.\(/s.
ha poueo que 0 cam po pI eno, aqui (1) do isso, eu
podido, 110
"isso
fala" dar 0 sentimento de que ha alouma
coisa
'
I:>
I 0 Il1consciente, e precisamente sabre 0 que hoje, eu quero
\,jut.: J~;co)re
t;;rnllillar: e que, preeisamente, eles nUo Se recobrem.
Se eu I hes elisse
-j,~·tl;1
f~isso que da seu verdadciro sCl1tidn ao que Freud e1i;;: do io(;onscl·
cnte, que de e constitllido pe!flS representa\:oes de ('oisas, SU/.:hel'O/'Sie!
lungell Nilo e absoluiamentC'
um obst;,kulo a que 0 incoTl%icnte :;(:i'j
eSlnJlurado como uma linguagem, pois nilo se trata de 1)11., Oillg, <In
eoj:,,,, indi/ivc1, mas do caso perfeit;:;l)1cnte arficulach1, mas enliet,H1tn
com eleit(), que ela
retOI11i'l 0
passo .
rOIll')
Bee/ell{lllIg
sobrc {}
(jIll'
quer que possa ordeml-lo.
Pam designar 0 que e do inconscientc, qllanlo ao registro da ~~XiSlbl
cia c de sua reltwih1 com 0 ('II (je)., eu diria que' mCSlT\O que tenhmnos
vir:to qllf:J 0 isso, seja WJ1 p(;nsamen1o mordick) pOl' alguma coisa que c'.,
niln () retorno do i,t~r,mas C\JntO 11m de·,.wl . mesmo a incxislencin
no
niV01 do inCOI1:Kiente e alglllJJa coisa que c mordida por UI11ell jJetJ.;,n
que nao ;5 ell. r:: 0 ,'If PCI/SO que I1fio ('> !'u (ie), C ent110 -- para podt'l' um
jnql(lnl~~relll1i~ln com 0 isso -, eu 0 indiquel como Illn I\·,m./olo, 6 entretanto ai (voces vito vel') um curto-circuito cum eno.
o H1odel0 do inconsciente e de urn "isso fala" sem dllvida, mas com
a ~oncliyao que nos apercebamos hem que 08.0 se trata de nenhum see
QueI' dizer, que e 0 inconscient~ nao tem nada a fazer com (\ que Platao
:Iindn e rnais longe depois dele, soubcmos conservar como scndo 0 nivel
(3)
lcs ~I
~un.o
sou
.•.•.....
-..- ..•.•.•
./
Se os dais circu!os, as dois campos que acabamos de opor como representando as dois tennos, do qual apenas UI11 chega ao \:1cessono real
ciaalienayao, se esses dois tennos se opoem como cOl1stituindo rela90t:s
diferente5 do ell no pensamento e na existencia, e pOl'que ao olhar de
mais pelio os circulos onde isso agora vem se circundar, voces veem
que, em um tempo posterior, 0 que se conclui dessa operayao, em Un1
qualio tenno, termo quildrico, que se situara aqui (2) - e que 0 "eu nao
pen so" como cOITelato do ism e chamado a se reunir ao "ell nao sou"
como correlato do inconsciente, mas de alguma fOrl1!al1is50 que e1es
se ec1ipsam, se ocu1tam um ao outro, ao se recobriL E no lugar do "ell
nao sou" que 0 ;sso vira, e claro, positivando-o em um "eu sou isso",
que e pure imperativo, um imperativo que e propriamente 0 que Freud
formulou em fVo es wat; so//lch Iverden.
Se 0 H'(Jes WaJ; sol11ch werden e alguma coisa, ele e 0 que haviamos
dito M pouco, mas se 0 Jch sol!, deve ai werdl!1l (dida eu '" ai verdejar)
e que elt: nao estil ai I E nao e por nada que eu !embrei hil poueo 0 carater
exemplar do sadomasoquismo: estejam certos que 0 ana nao se passanl
sem que tenhamos de interrogar mais de perto 0 que e essa relaC;aodo ell
(ji') como essencial a estrutura do masoquismo, E ell - simplesrnentc
lembro aqui a aproximac;ao que hZ, da ideoJogia sadiana com 0 imperativo de Kant"!. 0 so!/ Jch werdell ta]vez seja tao impraticavel quantu 0
(Ic~\'('r kantiano, justamente por que ell ai nao sou, qlle () ('If seja chamado
- nao como se 0 escrevell ric!ieulamente (que flO mC!'lI11O agll! ,1 ref\~rencia nos sClvel) a "desalojar 0 isso"- mas ao 5e alojar, e, se VOc(~S
me
permitem este equi voeo, ao se alojar em sua !bgica.
lnversamente, () que tambern pode acontecer, e que aqui de passRgem
e de algum<1forma ocu1tadtl, eclipsado
pel0 outro. sc produz em sentido inverso t: que 0 inconsciellte, em sua
essencia poelieil e de Bede/lfill/g, venha ao lugar do "eu l1ao pcnso". 0
que nos revela, cnt50, e justamente 0 que, na Redel/11m,\( do ineol1sciente, e atingido por nao sei qual caduquice no pensmnento,
(3), a passagern onele um circulo
Ihl
maneinl que no primeiro tipo de ocultayao, 0 que n()s tinlugar do CIIl1aO SO/l-- a revela<;:aode alguma coisa que e
L't dlJ\k da eslrlltura (e n6s veremos qual eo t1ltor, nos diremos 0 que
~~~ II IJbje/o 0) -- igualmente, na outra forma de ocultac;ao, esta falha,
(1(·rl1ikl ell)pensamcnto, esse fum na Bedeutllng, esse ,- ao qual nos
'-III tden)(\s aceder scnao ap6s 0 cam i nho, intei ramente tra<;ado por
tJd. do plOCCSSO de aliena<;ao -- seu sentido, sua revela<;a.o,e • a illcalnesnw
U.os CI H
1)(\
illttdi' de loda Bedeutung
de cohr!!'
0
que se refere
GO
sexo.
t\ \:ss0nda da castrac;ao e 0 que nessa outra rela<;:aode ocu! ta<;:aoe de
'\I"l', sc nt3nifesta nisso: que a d{ferel1{:a sexua! nao se sustenta sena.o
j{"/h-UllIlIg
de alguma coisa que falta, sob
° aspecto dofalo.
hi boi<.: Ihes teria dado 0 tra<;:adodo aparelho em tome do qual po~'(t't1iOS nx:olocar
uma certa quantidade de Cjuest6es.
v()ces ter entrevisto aqui a parte privilegiada que 8qui joga,
IW operaclor, 0 o!?jelo a, lmico elemento mantido ainda escondido na
d!t;Il,·tio de h(~ie.
POSSillll
Li~ao VIII
Vlllillrei hoje, para articular mais uma vez e com mais insistencia, a
ilyflOque introduzi na ultima vez sob 0 nome de abellm;ao.
A IIli(}!I({c,:{io e, nisso que exponho, 0 ponto piv6 e, a principio, esse
<t,Jil1O Irallsfonna 0 usa que se tem feito dele ate aqui, E 0 ponto piv6
'i~n~~iI~
no qual pode e deve ser mantido para n6s 0 valor do que se pode
~.httlliarsob 0 iingulo do sujeito a lNSTAURAC;Ao FREUDIANA, 0 passe
rli"dlilVn que 0 pensamento de Freud e, mais ainda, a pnitica que se
n1l:1l1 dcsob seu patrocinio sob 0 nome de psicanalise, trouxeram de
t~hilV\J.
a l10ssa considerayao.
4et'j1lfl
de um pensamento que nao e ell: tal e, numa primeira
isso como que se apresenta 0 inconsciente, A formula e certaJlwtiie insuJ-lciente,Ela tem 0 valor de colocar, como piv6 do que Freud
tUndu/,i" para nos de decisivo, esse tenno do eu. Celtamente nao de"IH(l~
pcrmitir nos contentarmos com uma formula tao vaga, ainda que
tJlJ[ka (que, alias, nao e extraida de seu contexto poetico senao atraves
t!. ~Hli pequeno abuso, sempre)- nao e dizer tudo semao avanc;:arque
S"!l t' 11m outro"98 E pOl' isso que e precise dar disso uma articlllayao
:.1 IHais precisa.
\'!lCt~S sabem, a funyao do Outro (tal como eu a escrevo, com esse
H!tt!l' 1\ colocado no canto, ao alto, a esquerda de 110SS0 quadro hojc) \~
hilal eillos
HH1tiva,
o
l{trVIIVdJl), Arthur. CilftliS ,i l~all1bard
( 'filllpletCis. p,248 e 250,
/I{,I'<I."
el11
J3 de Inaio"
11
DCll1eny
elll
J:'i-II)·IH"II
a func;ao determinante disso.
N1Ioe somente impossivel atiicular justamente a 16gica do pensamante tal como a experiencia freudiana estabelece, e igualment:e il11possive1 compreender 0 que quer que s~ja do que tem sido representado ns
tradi9ao filos6fica, tal como ela chegou a nos, ate Freud, e impassivel
situar justamente a que representou esse passo da colocac;ao no centro
da reflexao, da fUJ19aodo sujeito como tal -- sc 115.0 fizermos entrar em
jogo essa fun9ao do Outro, tal como a defino quando a marco com esse
grande A - se nos nao 110S lembrarmos que eu chama 0 Oll/ro, assim
marcado, aquilo cuja func;ao e ser 0 LU(J/\l{ DA PALi\VR/I.
o que iS80 quer dizer? Jamais voltaremos a iS50 0 bastante, embora
eu acredite ja 0 ter martel ado um pouco:
Freud quando !lOSfala desse pensamento que nao e ell, no nivel, por
excmplo, do que ele chama os pellsamell/os do sonho, os li·c/llnlKedan.ken, parece nos dizer que esse pensamento permanece singulannente independente de toda 16gica"9 Ele sublinha, de saida, que 0 sistema desses
pellsamentos Ilao se cmbara<;:acom a contradic;ao Mais de urn trac;o
o.inda e articulado: aqueles que clizem, numa primeira abordagem, que
a negac;ao como tal nao poderia se representar ai e Cjlle, a unicllku •.'Go
cal/sal, a sllhordina~-{i(), 0 cotJdicionamell/o, parecem subtrair 0 que,
desses pensamentos, em aparencia se encadeia e 11a,opode ser recncuntrado em seu fio a nao ser pelas vias cia mats livre associa<;ao. Existe
ainda alguma coisa que eu nao lembro senao porque para muitos essa ainda 6 a ideia que e recebida disso de que se trata no.ordem do ICS Mas,
de fato, falar clo 10.90 desatado que o.presentariam os pensamentos que
assinalamos no nivel clo ICS, que sao bem os de um sujeito, ou devem
se-lo. dizer que esses pensamentos nao seguem as leis da 16gica nao C
senao uma primeira abordagem, a qual supoe alguma coisa que e antes
uma antinomia com um real preconcebido Oll antes lima pre-concepC;:8o
do que devenam 'leI' as rela~5es de todo pensamento com 0 real.
Oreal - pensamos -- eis ai a justa e boa ordem de toda eficacia do
pensamento - deveria se impor a ele Na verdade. isso ressalta demo.is
no pressuposto de uma 16gica pedag6gica que se funda sobre um es-
cia ad'~ptavao, para nao justificar ao mesmo tempo que Freud
it e~ptntos nao formadas de outro modo como podiam ser <1~
P~S:i()l:1S de Hudit6rio ordinario, fac;:aai referenda, mas que, tanto quanto
111(1'\1locla refl~xao que considera 0 que existe de diferente na relaviio (It;
qua/quer sUJelto com real- pelo fato de que ele, sujeito, nao se funda.
Hao se cstabelece, senao pelo que existe ja nesse real, e se exercitando
CmtlP tal, os poderes da linguagem - nos obriga a levar mais lonae n08!iH III Icrrogayao.
co
pll~nli'l
[lilando
°
o passo que Freud nos faz dar nao pennanece cettamente menos
Iillfpl'ccndente - para dizer a verdade nao toma 0 valor que funda 0 esJlHilt~)que convem que seja 0 nosso ao ollvi-Io -- a que articulemos mais
';I'(Jl,;/samente0 que ele renova das relayoes do pensam ento com 0 Set.
,Sl'guramente, tema vindo a ordem do din pelo discurso dos fiJ6sofos
IOlllcmporaneos, em primeiro plano Heidegger, mas seguramente, no
"'lJ!!lho que 8e faz emlorno do que ele articula, serio.bem a forma mais
HI i('Il~1H de traduzir 0 que ele chama, como eu nlio sei que lembrany(l
Ut'u.:na, nessn vlrada em que nos estamos, vir do proprio Ser ao pensal;ll,"Jlltl
. para q~le de seja renovado, para que ele rampa com 0 que, do
III q~/l~ t:le:Cgl~lllha quas~ 3.000 anos, 0 levou a eu nao sei qual impasse
11\1,k ~,Il.;,.llao se apreendena nH'IIS
eJe mesmo em sua essencia e ollde se
ffUd('1f'~ 1l1terrogar corno 0 faz Heidegger, Hlcl \' hei.\sl D enken? () qlle
'Ilia ill::('/' pellsar')"" nao esperar a renova<;ao do sl;ntido dessa palavra
f1 11';;\1, S('llaO de nao sei qual acidente trans-metaflsico, que relornaria a
l;lll:! lJascula ~otal de tudo 0 qlle 0 pensamento tra90u. Seguramente nao
Ii' \lliSt' (J sCl1tldodo texto de Heidegger e, para aquele5 que ai se deteWIlli, IJoder-sc-ia e,vocar a hUl1loristica e derrisoria metMora dajoveOJ
. fPj(·~ r)<lil sabe se of-erecer de outro modo senao se deitando sobre uma
~.Jjllla,os membros largados, esperando que a iniciativa parta daque/e a
H~HIl'''~ penSA ~e oferecer -- nao e uma aventura tao rara num tempo de
. vJlI/~Ii;a()l11t:dlOcree cada urn sabe que 0 personagem que se encontra
n!o ~sttl ai entre~anto estimulado a intervirf Conviria que
m :'~j{1,I.roll>tado
tl In IIlidl11enlonao tlvesse uma Imagem da mesma ordem, mas que cun1
sinta em lembrar-se que nao e sempre sem um pouquinho
que 5e fazem as verdadeiras
conjugayoes .
./
de sofrimcnlo
E bern, de 1'ato, alguma coisa que contribui para esse problema do
sel', que nos traz 0 caminho trayado pOl' Freud. Mas nao de olltra forma ,- eu volto a jsso - senao a apreciar a junyao, as consequ.encias, do
que resulta, para 0 pensamento, desse passo decisivo, desse passo recortado que 0 que nos temos cham ada, par uma especie de convenyao
histaricamente
fundada, a passo cartesiano, a saber, aqude que Iimita
a instauraryao do sel' como tal ao lado do elf SOli que implica 0 puro
funcionamento
do sujeito do eu pellso como tal, enquanto ele da essa
aparencia -- pOl'que nao e senao uma aparencia - de ser transparente a si
mesmo, de ser 0 que podeliamos chamaI' um sOll-peIlSamen(o. Permitam-me, com esse neologismo, traduzir OLl suportar caticaturalmente
0
que de ha.bito e chamado 0 "consciencia de si", termo que ressoa mal e
insuficiente segundo 0 uso que disso pennite a composiyao germanica
SelbstbewlI/itseill, Mas tambem, ao nivel de Descartes e do wgilo, e
propriamente de urn sOlI-pen"'amento que se trata, desse ell pel/so, que
nilo se situa senao no momento em que nao suporta mais a nao ser articular: "eu penso",
E a continuayao da consequencia elisso, enquanto e de demarche dccisiva que se trata; quero dizer que e nllln pensamento determinado pOl'
esse passo primeiro que se inscreve a descoberta de Freud.
Eu falei do Outro .. E claro que, no nivel clo cogi/o cartesiano, 11a
entrega, a carga do Outro, das conseqi.h~ncias desse passo. Se 0 cogito
ergo slim nao implica 0 que Descarte escreve com todas as letras em sua
Regulae - onde se leem tao bem as concliyoes que detenninaram
todas
como pensamento - se 0 cogito nao 5e completa com urn Slim ergo f)ells
est (0 que seguramente toma as coisas bem mais fa.ceis), nao e sustentave!! E, entretanto, se n5.o e sustentavel C0l110 articulayao - eu quem
dizer, fiJos6fica - nao resta dlhida de que 0 beneficio e adquirido; cia
demarche que recluz a essa estreita margem do ser pensante, enquanto
ele pensa poder fundar-se, pOl' esse unico pensamento, como ell S(~II,
resta que alguma coisa e adquirida, cujas consequencias se teem, mUlto
depressa alias, numa serie de contradic;6es, Porque e exatamente 0 lugal'
IWI exemplo, que 0 fundamento pretendido da si I1Jples iUlllf~'r~il
qlll' di'sn
veria fie distinguir raclicalmente a coisa exfeilsa da co/sa
imlc(:l prilllcira, como sendo fundada
pOl' uma exterioridadt'
de
;'1(I II ra de suas partes, pelo fundamcnto
paNes extra partes, COllin
;Irkl istica da extcnsao),
benl rapidamentc a.niquilado pela clesco-,l~llHI)t'w[olliana, da qual ell crdo que nao se sllblinha 0 baslante que a
f:lHWIt'1 istica que ela dil it extensao e precisarnente
que, em cada llm dos
~~th POUlus, se posso dize-Io, nenhllma massa ignora 0 que 5e pa5sa no
t'1'+llIO i I1slantc em toclos os outros POtHos. Paradoxa
cel1amente eviden'-,ql/e 1\~1lldado aos conternporancos,
e especialmente aos cart~sianos,
Hl[;l dilicllidade
a admiti-lo, uma reticencia que nao se esgotou e onde
fblltlllsfra
alguma coisa _. que para nos se cOl1lpleta cemnnente pOl'
j 'pH" a ('oisapeflsl.fmc
seill1pi')c a 1168, precisamente da experiencia
11[1,111;1, como scndo, ELA, nao mais essa coisa sempre pontuada
lJell
UiJdll::lI;;ilo indefectivel, mas muitQ ao contrflrio, corno rnarca'da,
ll.:; cUl(lcterizada pOl' 'lei fragrnentada, ate lllcsmo fragmentante, pOl"'Jjl "I cssa l11esma marca, que se descnvolve e, de algwllH forma, sc
Il1Il',ilil em todo 0 descnvolvimento
eta 16gica Jl1oderna. A sabel~ que
Ll
£i <' no" chamamos a "I<1(jllil1(/, ern Seu fUIlcionamento essencial 0 (j
'1' lw dt' ll1ais pr6xil11o de lima f0l11binat0ri3 d(.~nota~6es e CjW': 'es';a
l'j.ihmain!i" de nUiGl,;oes e para 11(')-; 0 /I'uto Illais pn;,cioso, li mais ill. th (\ do dcscnvoJ vi nlento elo p~nsamcnt(),
fit' 0Ii11 C~II,
e,
lraz sua contribui930 80 demonstrar 0 que resulta do fllllck~ssa face do peJ18<l111 Cli to. Quem dizcr, de suas
':{ IlEItl com 0 sujcito da demoflslra<;ao
l1latemalica, cuja eSMl,nda
:;ilfl\ll,~lClllbrar
em seguidH, Ill<lS com urn slljdto que e que Kant
fHII!.! .\II/,·'IIO/hl!O!rlgi('o,
lsto ~, ':01110 sujeilo enquanlO, ck'ssa cs ..
Will' !Jt"IlSHI11Cllto, de pock son'cr, 0 sujeiiO surre do pc:nS<lI11l:n!lI,
11!\I, di/ Freud, 0 rccaka
0 cartiter fragmcntado e fragrnCl1lanlC'
f!t'tls~lIJ]tmto rec:alcado C 0 que no::> ensina noss,1 experi\.~llc;C1 (k
f'H~lld llljlli
!lIll~'lllo
1[if~T1V()
a
!I'il, Ill!
psicanalise
'11' )j(lli~' 0 lima mitologia grosseira e dcsonesta que, de presl~lItilj _
\.1tlill
limdo de nossa cxpcriencia, ell nao sei que nosralgia dt, llilld
hk' I!lirnitiva, de uma punt e simples PU1SflyiIo da satjsf~I\:i1() !lllll!;]
) ;10 01111'0, que e aqu!
0 lll1ic;o CJueconsta, e que se imaja, (!Ill' i'-l'
··C.",
reprcsenla como 0 QutrQ de uma relay30 nutridora. 0 passo seguintc,
mais cscandaloso, se posso dizer, (linda que u primeiro, tornando nccessariamente 0 que se-"passa, 0 que se articula na Ie-oria psicanaliti<.:i1 l1loderna de lodos os laclos a confusao dessc Outro nutridor com 0 Oulrn
sexual!
Nao hit verdadeiramente
salv3yao .. se POSS() dize-lo-· do pensam·
cnto, preserva(ao passivel cia verclade introdllL:ida pOl' Freud (mas ta111hem honcslidade
tecnica), que 113.0 possu, qlle nal.) deva fundar-se suo
brc 0 desvio desse engodo grosseiro, desse abuso escandaloso que de
represenla, de Unl3 especie de pedagogia ao <lvesso; um L1S0delibcrado
de uma caplura pOl' uma especie de iJusao especial mente insustentave!
diante de quem quer que lance um olhar teto sobre 0 que e a experi0ncia
psicanal i tica.
RcstabeJecer 0 Outro no Lll1icoeslatllto que valha, que e para ele 0 do
lugar du palal'nt, e 0 ponto de partida necessaria (k olJde cada wisH,
em nossa experiencia analitica, pode retomar seujustolugar.
e
e
Deflnir 0 Outro como lugar do paluvJ'u, dizer que ele nao nada
a16m do lugar onde a assen;ao se coloc<1 como vcridica. E dizer.. ao i11es~
1110 tempo, que ele nao tern NFNlllJM;\ Of JTI~i\ I:SI)I~Cil;f)r LXlST~:NC1!\.
Mas, como 0 diz.cr, c ninda fazer apeJo a efe, para situar essa verdnde, t'
faz(~-Io ressurgir cada vez que cu falo. E t~ porque esse dizcr: <1"(, e/e ilito
lem 1Ii!IIJ/IIJI1U (hill'ele de exi.\f(?ncia", eu nao posso dize-!o, 11l8S poss(J
e.w;n've-Io. E e pOI que ell escrevo S, !>igni [icallte do grande A b<llTi1d("
S(A/), CUn10 Gonstituindo um dos pontos nodai s desse nl!Cleo ern tOI no
do qual ,'C arlicula [odC!a dialclica do dcscjo, cnqunnto eia :it aprofundu
com (\ interval0 cntr~ 0 cnunciado e a enuncia~1io.
,....
ale 0 ponto de ousar designar esses tennos que "nbs niio
de que falamos, oem se 0 que dizemos ai tern a minima ver-.: dfld ,n. I~ com efeito, e pOl' que na07 Simplesmente 0 recurso ao Oulro
.-.. ··lIl1l1i.JIlAll
que num certo campo correspondente
a um uso Jimitado
:.'j.) n.'\I1s signos, e incontestavel
que, tendo falado, eu posso escrever
§':!'rn(lIIll~" 0 que tcnho escrito. Se nao posso, a cada tempo do raciocinio
. . ilWI '1I1i,lico, fazer esse movimento
de vai-e-vem entre 0 que eu articulo
.
<'I~lJI ill\~lIdiscurso
e 0 que inscrevo como sendo estabelecido, nao ha
. ,:ttmhllllla rrogressao possive! do que se chama verdade matematica e
rill :Ii.Ioda a essencia do que se chama, em matematica, demonstra~ao.
-r...J Iq;ISamcnte da mesma ordem isso de que se trata aqui .- 0 recurso ao
;.·O(lll!l (~.~111todo efeito do pensamento,
absolutamente determinante.
•
() ('II SOli do elf penso
cartesiano, nao somente nao 0 evita, mas se
l~Jlldil ai, de se funda ai, antes mesmo que seja fon;:ado, esse Outro,
".,dt' \,'tllot.:n-Io a um nivel de essencia divip.a. Nada ja que para obter do
lllh'docll{Or a sequencia, 0 fJortanto do ell sou, esse Outro e muito dire" {lillll'llt . d~amado.E a ele, e a referencia a esse lugar, como lugar da paJtfVlll. l.!IIC Descartes se remete, para um discurso que chama 0 consentitHo ;, razer 0 que 0 eu estou fazendo diante de voces: a me exortar it
'j>!;l, yoctJs nao negarao que eu sou. Q argumento e ontol6gico desde
. It'lapa C seguramente,
se nao tern a forya do argumento de Santo AnlIiP, sc de nao if: mais s6brio, ele nao tcm no en tanto Sem comportar
l'.l'qll~~tlcias que sao aquelas onde n6s vamos chegar agora e que san
'.'
~t iriHflH;l1tcas que resultam de dever escreverpor
um significante que
·)l~f'.i'I.hltl'u niio e outra coisa.
"
·'1111 1I1111u
la, Wi
",d'.;litll..'HltIS
I\nselrno ... eu tinha Ihes pedido para, durante essas terias, rea urn certo capitulo e para que a coisa nao permanec;:a no aI',
t!H III t'! ilqui de que ordem eo lamosa argumento,
que IS injustamentc
>l 'l'la(/o e qlle~erve
para calocar em releva a fUl1r;3.odesse Outro.
Hl!J(J1111~lltO
llaO repOLISHde nenhurn modo, como se diz nos manuais
It'lll' if rnlo de que a essencia
ma.is perfeita implicaria a existcncia'
iift!fllio II do Fides qllaerells inlellec{um, [ele] articula 0 argul11cnto de
;J!l! 1~1<:J\I\·SI~ ao que ele chama 0 "insensato",
0 insensato que, diz a
.tiUtlIlUI. disse em seu cora(3.o: "nao lla Deus".
,() HrgWllcnto consiste em dizer: "Insensato! Tudo dependc do quI.'
~ ;-:'.
rltllltO
Jilllf('l)1"SC
Nan hi! nenhuma inslificicncia,
nenbullw redlH;ao a nao Sel que ges ..
to l~ratuito, no fatn de afinnar que a escritum S (A./) desempenh~1 aqlll
pal:it nnsso pensfi.mento lIm papei piv() esslJncla1. Porque nuo hkl ilcnhull1
putro t'undamento disso que S0 chama verdmle l11atem{rtica, sonso () 1'0('urso ao Outro, enquanto aqucles a quem J~110silO convocado~ a referi rOo
se a ele (quero dizer, enquanto grande Outro) para ai verse inscreverel1l
os ~;ignos de nossas convcn<;i5es iniciais ao que di::;so eu manipllio em
matenHltica, que e muito exatamente 0 que [VII' BClirand Russell, expet1
voces c1Hunam D eus, e como esta. claro que voces tem chamado "Dells"
o Ser mais perfeito, voces nao sabem 0 que dizem. Porque, diz ~al~~o
Anselmo, ell sei bem, eu, Santo Anselmo, sei que nilo basta que a Idela
do Ser mais peTfeilO exista como ideia, para que este Ser exista, Mas s(~
voces consideram estar certos em tel' essa ideia, que digam, que este Ser
nao existe, com quem voces se parecem, se par acaso Ele existe? POl"que
voces demonstraram entao que, formando aideia do Ser mais perfeito,
voces formam uma ideia inadequada, ja que ela e separada disso que
este Ser pode existir e que, como existente, ele e mais pelfeito que uma
ideia que nao implica a existencia."
E uma demonstrai;ao da impotencia do pensamento de quem 0 arlicula, pOl' urn celio vies de critica concernente a inoperancia, do proprio
pensamento. E demonstrar-Ihe
que, aliic.ul,and? algu,ma cOlsa sobre 0
pensamento, ele mesma nao sabe 0 que dlZ. E por ISSO que 0 que se
deve rever est.i alhures e muito prccisamente, ao nivel do estatuto desse
Outro oode nao somente eu posso, mas onde nao posso fazer outra
coisa ~el1ao estabelecer-me,
cada vez que a]guma se articula que e do
campo da palavra.
Este Outro, como 0 escreveu recentemente um de meus amigos, ninguem ere nisso, Em nossa epoca, dos mais ,devotos aos mais Jib~rtinos
- se e que esse termo tenha ainda um sentldo - to do 0 n1undo e ateu,
FiJosoficamente tudo e instlstentavel, que se fundaria sobre uma formn
de existencia C[ualquer desse Outro,
(~ porque tudo se reduz, na dimensao do ell SOli que segue 0 ell pel/so,
ao fato de que esse ell penso faz sentido, porem exatamente da mesma
forma que nao importa quai nao-scntido faz sentido, TU,do 0 que voc~s
articulam, com a 6nicB condi~.ao, eu jit lhes tcnho cnslllado, que seJa
mantida uma certa forma gramatkal (6 precise voltar as Krl.!t!/I coIO!f/'less ie/eas .. , etc')), tudo 0 que tem simplesmentc
I'orma gramatical faz
s~Jltido, E isso nrro Oller dizer oulm coisa senao que, a panir da!, ell nao
posso ir mais longe,' Oilo de outro modo, que a estl:ita considerava,a da
dimensao logica que comporla tada a operai;ao de hnguagem se af~ma
110 que e 0 efeito fundamental
e seguro di sso que se chama alieI1G1;ao, e
que nao quer dizer, de jeito nenhum, que nbs nos reme~emos ao Outro,
mas, ao contnirio, que nos nos apercebemos da caducldade de tudo 0
SOIlH.'llle sobrc esse recurso ao Oulro, do qual nan P\ltlc
matemMica de UIlI
I ~wi()('llli() po,. rcconcncia; eujo lipo l: qlle se ntSs podemos demO!11ilrar
tjiiC algl;lllH wiSH qU(;~e ve,.dadeira para II, 0 e ICJmb0m para n + I, hasta
(illt' 1l()Ssaihal1los 0 que disso pra n-I para p()der afinnar que a mesilla
(,Oihn .: vcrdadeira
para loda a serie do::; llLlll1CroS ini:ciros. E dcpois'l ..
btolltlo C\)lI1polta em 51outra cOl1scquencia alel1"'1 cia natureza de unHI
\·"rdadv ILle ~ aqucla de que ell, hit poueo, clesta.quei da apreeiar;:ao de
£1i'1111I1Id Russel: para n6s, devetnus
coloear - ja que alguma coisa vem
IlliS t l've/ar (l vcr-clade que sc csconcle alnts dessa conseqi.iencia
- ja que
liilll kill()S. de forma alguma,
possibijidade de recuar diante disla que e
('<'''I,'ll(ial que 0 eslaluto do penSal1Iellto, enquanto ai se realiza a alien"iWil(l Ul1110 queda do Outro, e composto disto: a saber, desse campo
hlWlIXI que est<'t it esquerda
do FS c que con-esponde a esse estatuto
,{Ill el/ .. qL~~c 0 do <'II lal COI1"lO ele reina" c isto sem contestat;:ao, sobrc
'fl Hini(jlia
de 110SS0SCOnl(;~l1lpOraneos e que se arliClda corn UI1l I!If /ltio
. !W tW l. II~() snmente olgulhoso, mas g!orinndo-se
mcsmo por ossa afirt!1r!\ rill' lVlcdianlc 0 que. 0 que 0 cnl11pleta e 0 que al; eu designci
C0l110
~S l' till(' articulei, na l!ltilllH vcz, corno sendo L!111 complemcnlo,
certaJIWllk IHIlS complemento que lhe vem da parte caida dcssa a!icllayfio, a
~fl!jl;l, do \jue Ihc vcm dcssc Jugal' do Outro desaparecidl.), no que rcsta
II" I '-linn sC'ndo 0 IJ(./o-I!/I e que ell chamei, porquc (' assirYl que e pre,ho 1!l-"igll(I-la, Ilada ll1ais que ;Slo: a FST[~\)IlJH;\ C[{/\M/\jl( ';\1,'
. '1!ll: ~I:rlillda
. :,uhstililir sl'n'iu 0 que n.ll1da 0 curso (18dcmollstrayao
,\ cllisil,
ccrtal1lcllle,
~\ltn kiilill
~,hIJlJ
0
11~1()
e0
Dr. Wittgcnstein
privilegio de urn ti'cudiano
II'tXf(lfifs
conceber-se
Nlhl
!ogicul>lli!osophiclIs
tJilt:., porquc tudn lIma escola, que se chnrna !()gico-positivista,
COIl1 I.II1lB scric de collsidel'<-IlfOCS afltiil1ost'i(Jca~;
e da: mais mediocres .. que 0 passo do Sf.Wittgenil' lI;l\l s~jn nl:lda. Esta lcnl~11i\,a de iH1iculnr 0 QU0 result;\ de llma
''''Hlu:H,'{11l da 16gic<J fal COIllO ~Ia possa dispensar toda (;\istcnci;l do
'lltJ filL'1 ~(;C hem s(:r scguida em lodos os seus detalhes e ell Ihes n:-
".\.'lidl,'
~ Itl,ilo;
os ollvido::.
illsipidns
trfrwlll fl sua lchura,
"""Ii"
llu"'"
('
<" it
l"mbc'111 P<lf:l 11-1"
'-,s\JlI,'rdu ,bl lig.ur:l VlJl-~. Sil:ln:1 <;1l1,~Jl(k'·S·' 110IUgHl' ,k·
rs
Para n6s, freudianos, ao contnirio, 0 que essa estrulura gl'amalical da
linu;uaucm representa e exatamente a lnesma cvisa que faz que, quan~o
Fr;ud :luer articu1<li' a pulsao, ele nao pode fazer de outro rnodo senao
passar pela estrutura gramatical que, sozinha, d~l s~u <..:ampo c(:l11pleto
e ordenado ao que, de faw.; quando Freud tem que talar da pulsao, vem
a dominaI" quero dizer a constituir os dois lmicos exemplos HJNC!()..
~1\~I)()1
d~ puIsoes COI1"O tais, a saber, a puls30 escopolllica
e a PUIS3()
saclo-nlasoquista.
, _
Nan e senao nUl11munclo de linguagem que passn tomar sua funyao
domil1anle 0 elf (/1/<'1'0 ver, deixando aberto 0 saber de allele e por que
eu sou olhado.
Nan e senao nUIl1 mundo de Linb'1Iagem, como eu disse da ultima vez,
para aponta-Io somcnte de passagt~m, que lflJ10 cri(//I(,:a e hath/a tem sell
valor piv6.
Nao
e senao
. .
_,
que 0 sUJeJ10 da a(,:11ofaz sursuporta, a saber, para quem ele age'?
num munclo de linguagem
gir a questao que
°
Sem duvida, nada se pocle I )]/1;1\ sabre 0 que sao essas est~lluras
Nossa c:<periencia, entretanto, noS afirma que san clas ql~C c1omJ~am (e
nao 0 Cjue gira em nao se sa be que corredor da Assemble/(( una/If/cu, a
saber. uma pulsao Renita/ que, quem quer que fosse, sena Ir1c~paz de
clennir como tal), que san elas que ciao sua lei it fUllyao do dcscJo .Mi~S
isto nao pode ser dito, senao para reputir as articulayoes gr<~matJcaJs
onele elas se constituem:. istn e. para exibir nas Crases que as tundam 0
que pndera ser cleduzido das diversas maneiras que 0 sujeilo teril de af
se alojar. Nada, c1igo, pode ser clito. scnao 0 que )1\)$ OUVlnlOS de Cat(), a
saber, 0 sujeito em sua <j1leixil.
.
A saber, na medida em que ele nan concorda, que 0 desc.Jo que de
experirnenta tem para ele esse valor ambiguo de ser Ulll des~jo que de
nao assume. que cle n5.o CI/iCJ' senao apesur de Si lIIesf}/o. ~~ b~ni p<H;a
voltar a c~~e ponto que n6s alikulamos tlldo () que temos aqlll, dwnte Oe
voces, para desenrolar. E bern porque e assim e porque s,e tem ()~lsa~/{)
di::2-/o, que e preciso exaillinar DI~ UN!)]: esse dlscurso pode pm11r. tic
e
que um ponio de experiencia de onde n6s plldcmo~
que UXIslc de verdade no que eu chamard como voces queiralll
i)b~\l:IJIGl:lmelllo,
estrnngulamenlo,
impasse da situayao sub;eliva, sob
Plotit' partir d.islo:
V~I
!Jbln
I)
1I1(;~dcllCia
dn Ii n~liagcm
estranha
cuja mala I:tltima deve ser fllndada ;10 estalllio
I,:k ,:slil no nivel onde 0 pensamcnto existe como:
lllio
.~O l/l:U
(1/1('/11 jJetl'i<.l.
.
hIe pensamento - tal como esta lit supoliado pOl' essa pequena lan(cmbaixo, it direita do esquema) que porta 0 grande (I) -. esse
n
{It'IlSill cn!o,
que tcm 0 estaluta dos pensamentos do inconsciente, il11~
pllc;1 lslo: que ele Ni\o P()I)I~ I)I/I':R e esta ai 0 estatuto que the e pr6prio
. Ill'lt! /ogo, SOli, nem mesmo 0 /ogo .. elll/Do
SOli, que cntretanto
0 compkln t' (juc e seu estatuto virtual ao nivel do ()utro.
l\,rque e 'Ii que esse OUlTO, e sOl11el1te.ai, que ele mantem sua instanI'f·iJ [.; ai onde 0 ell, como tal, nao vem inscrever-se
efetivamente senao
pnl 11111('II ni'f() SO li .- pOl' lIm ell lido SO li que e suportado pelo fato de
tl'W ~lIporta tantos oulros que hel deles para constituir urn sonho, que ()
plJllo, nos diz Freud, c essencialmenle
egoista" -- que em tudo 0 que
fro,;. IIpl esenta 0 50n110, n6s devcmos reconhecer
a il1stanci a do fcl7 sob
iiTl'" mascara; mas tambcm que e cnqw1l1to de nan se articula ai cam0
Ii. IPI~ de se mascara - que ele ai se presentiflca
E ptlrquc 0 Iug~r de todos os pensnmentos do sonho e marcado aqui,
!l ~,lIa partc dln~lta, POl' cssa superficie hranca on de sc cJesigna que 0
It ('(lIIlO till, nos e certa11lente inclicado em cada Ul11 dos pensamenlos
'j I<IHIl!ll 0 podcl' reenconl:ra-lo.
mas () que vai constituir 0 que Freud
,llli;1 /~'(/I/millhtllt,
i510 e, a saber .. muito precisamcnte,
esse conjunto
~ll,j)dlcantes dos quais um sonho C c0l15tituldo pclos diversos mcl1~.nh)Sque sao os chincotlsciente:
condensayao, desJoc;amellto. lb'.
fU!!II,!!., I (Jl'schil!!nlllg. Se 0 ell. 0 leh, 0 ego, ai est~l prescnte em tndo:-:
fWII!{' pr1JCiSklmentc de ai estfi jirvl 'J'(mos., isto (~, que J:II' /\II'S!!\
\'Hrlt'lru
1 V ,!II i Il!\
rvlLN'I'}: UISP1-:I<S().
i j ql/e cli7:er equal
C 0 cstatuto
que resta aos pensamentos
que COI1$-
tiluem esse inCOllsciente, se nao code ser 0 que nos diz Freud, a saber,
csses signos par onde cad a lima das coisas ..- no sClltido em que ell disse
cia ultima vez Saehe, "neg6cios", coisas de encontro". - desempcnham
lima em rela9,ao as outras essa fun9ao de reenvio que nos faz, na opera<;:aopsicanalitica, perder um tempo em sua protusao, como num mundo
desordenado?
r; para nos ll10strar como se exprime a rela<;ao de llllli! \UhllJtlillatl,j o!
lIlna principal (leiam lodo esse enormc capitulo VI da Ihlllil/d"lllill/l'i
como lima rela<;:ao causal pode expril11ir-se. como tanlbem tal :,1I:l :'0
trada sob a forma de nega~ao, E muito precisamCllle. voces cnColllr,lIi1\!
tl! coisa: cu:io parcntesco
C01~ os esqucl113S que t~Udei, emreguci
<llJllI
parecel~a eVldellte, como da t'un~ilo do Oil .. , oll .. diz ele, que SCl"\'l' Pill;1
e\pntnJr - porqlle nao sc pode faze-Io de outro modo -lima coniun~'(i(l
t quando :'oce,s olharem de perto, voces encontrarao exatamente a que
\.'1I t~nh:) cI~to: Islo e, que no Oil"
Oil"
suspenso entre duas nega~6<:s .
\'oc~s tem Justamenle (,)lllesmo valor que na negayao dessa conjun<;:ch)
S<;:guramente esses.,. lruques, se posso dizer, parecerao a voces lJlll
puuquinho mais adiante em seus resultados diante daqueles que Freud
",ntrcga, mas Freud entrega suficientemente
para incitar voce.s a ircill
lW ll1esma via. lsto e., quando
voces tOlllarem 0 sonho Sezerno (au 0
~;ollhooncle.e p,reciso fechar ou L1I11olho. ou os dais), voces perceberao
(i qlle ISSO slgnJf1ca, para ver 0 que isso quer dizer
que nao se pode tel'.
Illl lIleSIllO tempo, L1ll1olho aberto ou dois olhos abertos, 0 que nilo e a
1\1as 0 que vai ser a opera<;:ao que Freud realiza, e especialrnente
Ilessa parte cia li-clllmde/l11lflg que Se chama 0 lrahalho du .\'Ofl!lO, die
Senao para mostrar 0 que ele articula, 0 qlle ele articula
/i'uIIJ1larhei(J
no COmc9'o desse capitulo da maneira a mais clara e COt\1lUJ)/\S I\Sj,J~TRAS (apesar do que dizem as pessoas que me leem nesses tempos pela
primeira vez e que se surpreendem), que he\ talltos anos eu al1iculo, que
o inconsciente e estruturado como uma linguagem! "Del' 'lhwm illholl,
o conteudo do sOl1ho e dado, gieishsalll, tudo como nUl1la escritura feit.a
de imagens (0 que designa os hier6gJifos) cujos signos devcm somcnte
ZlI iiheriragell,ser traduzidos, in die ,)tHach, na LiNCilJA dos pensamen ..
tos do 50nho"; e toda a continua<;:ao sobre os Zeichenbeziehung,
sobre a
compara<;:ao com um rebus, sobre 0 fato de que nao se compreencle urn
rebus senao com a condiyao de le-Io e de i1r1iCllla-fo, purque de outro
modo e absurdo vel' Un1Rimagem, nos diz ele, composta de uma casa 50bre a qual h<\ um navio ou uma pessoa que esti1 correndo tendo 110Jugal'
da CabeyCl uma virgula - que tudo iS50 nao tem sentido scnao llUHl,\
LiN(TLJA e ap6s nos tel' dito que a rnundo clos pensamcntos
do sonho c
Fill sintese, a legitimidade cia logiea do fantasma e pJ:ccisal1lente essa
~d lima coisa a que todo capitulo de Freud, para Ilao fa!ar senao disto
llos prepara, Prepara-nos
mostrando que isso de que Freud tra<;:a a via:
(' \lc lima I()gica desses pensamenlOS, a saber, iSla que quer dizer
~~;';jg(~
i.'Ssc.suporte do Jugar do OUITO,. que nao pock muito precisamellte
de natureza i16gica ..
'Hllll St'
Ell pet;o que voces st: reportem ao texto de Freud; 0 que nao 0 SII11plesmen1e para testemunhar 0 que e verdadelramentu
paten[(:~ C gross~; ..
ral1111nt.eiillstrado a c<lda pagina, a saber. que nao se falajamais scnao de
linguagcl1l, mas para vel' que 0 que Freud arliClda, elOr);\S AS rUj(ivli\~
que Illl para que nesse mundo -- das coisas, sem duvida, mas 0 que i $Sll
quer dizer? lsso quer dizer Hedelllillgen
Daquilo a que isso se rel'ere,
0sse scntido do rebus, e ao que isso se refere, isto e com efeito, asimagl:ns (]1.le0 constituem, 0 que e que Freud faz? Senao para tlOS mostmr
l.'(lIl1U, l1uma certa maneira justarnente de altenl-1as., essas imagens, pur
f.''i.l'lllplo. pudc-se designar 0 indice gmt;as ao qual, ern Slla seqOclILciil,
1I(IS rcenC()lltnmlOS todas as fun<;oes grarnaticai
s a princi pio d inl; nuda~
lil('SIl1<1 COlsa,
de;
senao de
artIcular
A:-,si m, cis-nos
Unl
sllspensos,
logo.
<'II IIclO SO l!.
no ni vel dessa fun~.ao, a llm
Seni que isso niio lisonjeia, de
ill
lli10
(;S
C(:'J1aforma, os OU~
".1do', (it' voces'] Sera que nilo e a Ii nguagell1, eu eliria, 0 r:Jais i mpoliuno.
till (llllUr J11t>SrllO')
_ !O ,l;o, ell //(fO SO li.
o que
lima
se deve dizer? E preciso empurrar para mais !onge 0 senti do')
dit sua verdade: III f!t7o es ,I ('fI(JO () qllt' ell SO/l, C:ada um sabe
:,wpudi: J,;collhccer que, se 0 senticlo do all10r e bem, COI1) efoito, essa 1'<\1'
..
.f.,}lll:'lil
(dj~\s
Il!tf;'rIWi.'/l{~
t';n du\' ,(>!II,o .•..
, p ..273.
l/n{IT/Wt'/a,
do dr.!.\ \01l1t,,\. p.~7J-27'4
J)
mula que the da, 0 amor tambem, em sua emor;ao, em seu elan ingenuo,
como em muitos de sellS cliscursos, nao se recomenda como fun~ao do
pensamento...
./
Quero dizer que, se de uma tal formula, III ntlO es, 101;0, ellllCto SOli,
sai 0 monstro cujos efeitos nos conhecemos mllito bem na vida cotidiana, e precisamente por isso que essa verdade _. a do IlIlItio es, /Of;O, ell
1Il10 SO l!
e, no amor, rejeitada, Fen I'w:!ell. As manifesta~5es do amor,
no real, sao precisamente a caracteristica que e aquela que ell enuncio
de toda 1J!lwelfim g, a saber, os efeitos mais incomodos e mais deprimentes. Eis al mais uma ilustra~ao - onde as vias do amor nao podem,
em nenhuma parte, designar-se como facilmente tra~adasl
Seguramente, na epoca de Descartes, essas v~as n1\o eram, e claro,
ignor;das par njnt,'l.H~m. Estavamos na epoca de ~ngelll.s Sil.esius " :1~le
ousava dizer a Deus: "Se eu n1\o estivesse la, sena mUlto simples: lu,
Deus, enquanto Deus existente, Tu nao estarias Ia tambem", Em uma lal
epoca, pode-se falar dos prohlemas da nossa: mais exatamelltc pode-se
colocar-se Iii parajulgar 0 que nos causa impasse.
o que nos diz Freud, a levar mais adiante 0 exame de sua I()gica?
Se voces ainda ti vessem a menor dllvida concernente a natureza des a
subversao, que faz da ReJel/IlIJlg - enquanto n6s a aprecndemos no momenta de sua alterar;ao, de sua tor~ao como tal, de sua Cll11putar;ilo,ate
mesmo de sua abla<;ao .- a mala que pode nos permitir reconheccr ai
a funQao restabelecida da 16gica .. Se voces tivessem ainda a menor
dl1Vida, voces veriam as dLlvidas se esvanecerern ao vel' como Freud, no
sonho,rt)jntegra tudo 0 que aparece ai corn 0 juJgamentos, quer cssesj ulg,l1nentos sejam internos ao vivido desse 5011ho, por~m mais ainda: quer
eles se apresentcm como julgamentos -- em aparencta no despertar,
Quando, nos diz ele a proposito do sonl10, al6'l.llna coisa no relato do
sonhador, sc indica como scodo U111momento de fiutuayao, de interrup«flO, uma lacuna (como outrora ell dizia. no tempo em que eu valorizava
a~ lacunas), U icke!l, uma (IJlterhred71l/lg, uma ruptura, no relato que
sonh<ld'lI·., possa dar dele, isso Illesmo deve ser restabelecidn, nllS
Freud, como fazendo parte do texto do sonl1o. E 0 que e que isso
. dcsigna'J Basta repOltar-me fI algum lugar, no que Freud nos d,) c.omu
l'\l'mp!o disso: "Eu VOll, diz l.illl de sellS sonhadores, com Franlein K.
III Jas I (Jlkwmleol't'stollront, para () restaurHl1te do J()lksgal'/clI ... '· c ai'
i'il dlJlIJ..!e Stelle, e a passagem
da qualnao ha mais !lada a dizer, ele m l(~
Mille mais, c depois ;sso continua
"Entao, ell me encontro no salao de
Hill b~)f'del, i/l Jem ich ~lI'ei oder Jrei I'i'ollen sehe, no qual ell vejo duas
Oil ill'S l11ulheres, lima de blusa e de calcinha".
Ail~l1ise: a FraUlein 1<.. e a nlha de seu ex-patrao, eo que e caracterIf-Ii :(l C a circunstancia em que ele teve de Ihe falar e que designa liesses
tel"il}().i': "Nos nos reconhecemos,
m an sich erkamlle, gleischswl7, numa
"SP~'ClC de 19ualdade, io seiner U esch/edllig
Keil, em sua qualif]caya\)
i/(' ~,exo, como se se quisesse dizer: eu sou um homem .- Ich bill eilJ
IH i.til/l, /l1ll1 duein W ei/! .- e I'Uul11a mulher".
His, ~nuito precisamente, porque rd escolhida a Fraulein K.: para
Clli)~IJt.Ulra entrada do sonho, tllas taillbem sem dllvida para determinar
II SIIIGOpe. Porque 0 que vai seguir no sonho demOllstra ser precisal11ente
\l qtle vern
perturbar essa bela reac;ao cheia de certeza entre 0 homem
if <J /l1l/lher. A saber " que as tres 111L11heres
que estilo ligadas, para ele,
m\ km brallQa dessc restaurante e que representam tambem as que ele
~IH':()l1frano salan do bordel, sao respectivamentc
sua irma, a mulher de
f.\~fl nlilhado
e um<l arniga desta (OLIdeste, que Imporla!), em todo caso
i ft's Il11Jlheres com as quai s nao se pode dizer que suas reJayoes sej am
IIIHi cndas pOl' uma abordagem
sexual fi'anca e direta,
Dito de outro modo, 0 que Freud nos demol1stra como sendo SFivIJ'B F 1..: ~~strital11('nte correl ati vo dessa sf ncopc do ll'iw m iohalt, da
olll'!Icia dos signif'icantcs, e desde, precisamcnte,
que e abordado ()
t]Hi.: qll<;r qlle seja, N/\ I.INen ft\(il-:I\if (e nAo sil11plesmente as lllirnl!;Clls
ni,
t1J/,
\)Ihar olhos no::; olhos), colocaria em causa 0 que
como tal.
(k
'iI'
d'i
'il"'-ll
n senrido
e das re!H~iks
!()gico original da castra\:ao, enquanto a an<1Jisc descPhril1
dilllCI1Si'iO,repousa nisto que ao nivel das Hede!lflfllgell., das signifi)~iH,;t1\..S, a linguagem
-, enquanto e cia que estrutura 0 suieit() COIIlO lal
IH!li to III atemati camcnte faz falta. quem di zcr, tedli:: 0 q~IC<? da n.:lil~':ll\
\' os Sc:xos, ao que nos designalllos como podemos, pOl CSSil :d.Pl);II:J
'<Hill
coisu, a que a linguagem reduz a polaridade sexual, isto e, a saber, Ut1'1
II!/' 011 ncro IeI' a conotac;ao fall ca.
E lTluito precisamcnte 0 que represcJ1ta .- e somente representa - 0
efcito da anillise.
N~nhllma abordagem da castrayao como tal e possivel para Ull1 sujeito humano, seni:io l111ma renovay3.o - em um OU1TO andar (separado
·de toda a altura desse retanguio que ell desenhei) - dessa funr;iio que ell
chamei hi! pouco alienar;tio, isto e, onde intervem, como tal, a funr;ao do
Outro enquanto devemos marci!-la como barrada.
E justamente nessa medida que a analise, par seu lrabalho, vem
INV!~I{ru<essa relar;ao, que fazia de tudo 0 que era da ordem do egtututo do sujeito em seu ellllao
SOli, um campo
vazio -- sujeito nao
idenlificavel
-. e enquanto isso que esse campo vai se encher (aqui,
no canto embaixo, it esqucrda), que vai apareccr inversamente
aqui
a -y do fracasso da articula<;ao cia 8edl!l11litlg sexual
j)il! lJedl!/Ifling des Phallus eu intituJei (porque
eu a pronuneiei em aleman).
cssa eonferencia
que eu fiz sobre a ".A significa<;ao do falo·'l;/:' .
e a partir dai que cleve ser eo1ocacla a quesHlo do que DISTl\NCIJ'.
essas dllas operayoes igualmenle
alienantes:
a cia aliena<;ao rum
e simple~, hSgica, e a da J(]·:U·1TIJRA
cia meSI1'13 nccessidade
alienante na Hed<!I1I/1/Ig clos pcnsamelllos
inconscientes.
Nos dais casos,
voces veem 1I1llrcsultado diferente (pois que eles parecem mcsmo,
01hando-se tai s como SEW, som breados., opor-se estri tam ente 11111au
outro ).
l~ que loda a disHlllcia entre uma e outra dessas operac;cies cOl1sis1l'
em sell campo de pallida, um aquele·· recollstruido··
a partir do qual
eu designo 0 fundamento de toda operac;ao logica, a saber, a escollHi
oferecida do 011 1:'11 lllio pel/so ON ell lido SOli, como sendo 0 sentido
veridico do cogil() caliesiano; aquele culmina num eu 1/(10pellSo, e Iln
fundall1ento de tudo 0 que, do sujeito humano, faz um sujeito submetido
cspeeialmente as duas pulsoes que ell designci como escopotilica C S1l
domasoquista.
e
<JUl' se alguma coisa de Outro, que tem relac;ao com a sexualidacle,
milllir~~sta a partir dos pensamentos do ineonsciente, e precisamente 0
da 'descobelia de Freud, mas tambem IS'!'O pelo qual se designa
A f\i\! i!C·I\!. INi\DEQU;\C;li.O[)O
PENS/\Mf':NTO A REAl ,f]),.\J)!: DO SI ::XO
§t'
J;tI'Jl!ldo
nao e UI.TRI\PI\SSAR 0 que existe ai de impensirvel - de
e, entretanto, de salutar - porque ai reside todo 0 nervo disso
pt IqU(: Freud 5e ligava tao essencialmente
it teoria sexual da libido.
Ii preciso leI', sob a pluma verdadeiramente ... shamanica, inspirada
Lkus sabel eu nao sei como qualifica-Ia - de Jung, seu estupor, sua
j,l.~dj '!lavoo a reeolher da boea de Freud alguma coisa que Ihe parece
~UHlslilllir nao sei que precollceito estritamente anti cientifi co, quando
. Fn~1tl1Ihe diz "E depois sobretudo, heinl voce, Jung, nao esquer;a, e
~lr{:~'isuprcndeHe ai, a essa teoria _. mas pOl' que? the diz Jung-- Para
lWliodir, djz Freud, Schlal11l11jllll, essa onda de lama! -Qual? Do ocullf.~iIlO "
the diz Freud, sabendo muito bem tudo 0 que comporta 0 fato de
!1tlti leI' (()cado esse limite precisamcnte
designado; porque eie constitui,
'fNrl utlvida, a essenc.ia da lil1g11agem, pelo fato de que a linguagem
-fi~tl i!pl\lillH - esse fundamento
do sexo enquanto ele esta talvez 0 mais
FJI! illdflll1Cl1te reI igado a essencia da mOllc -- nao domina 0 que e da
~'{iltdnd\) sexual.
I'iill,,~() ensinamento de sobriedade que Freud nos da.
i\ qucstao
1111pensilvel
°
tdas (~/ltao,
pOI'
que existem
assim duas viase
dois acessos~) Sem
Jh:J\'idn hi, algl.lma coisa que l11erece um nome na opera~.ao cia qual te}'~ll!,l1J1ado.. a que nos faz passar do nivel do pensamento
inconscientc a
_""!iI;' [";iHtlll~\ logica, tcarico, Inversal1lente, aquela que pode nos trazer
!li'lI,'nr dcssc cslatuto do sujeito, enquanta sujeito das pulsoes escopoll't~li £' Smh\Jllasoquista,
ao eslatuto do sujeito analisado ~ na rnedidil
rr '1m'. para de, tem um sentido a fUlli;ao de caSlrayaO Is10, que 116::;
'! llHllHlll'llltlS ()fJo'a~'l7o verdade - porque,
como a propria verdade, cia
if1PIH t' '>\,' realin onde quer, quando cia fala _.-isto, que tern sido ligado
~ rlt11'l'i\hcrla, it ilTUpyaO do incol1sciente, ao retorno do recalcado: isto
~ 'i\ !'i'l!nilc
conceber porquc podemos reencontrar a instancia da castI.'tln 110 objclo-riLlcleo, no objeto-cure (c - 0 - r - e) para dize-lo em
M)l'!';'nO uhjdO 0m lorno do qual gira 0 estatuto do sujeito gralllatical,
iSlO pllde ser designado e traduzido a partir desse ponto obtido pelo J:'1tu
de que a linguagem e, par seu pn,>prio estatuto., "anfipatica" (se PO,';S()
dizc-lo) Ii realidade sexual
Isto nao e nada trlais que 0 lugar da opera<;ao em torno da qual J1(\s
vamos poder dctlnir, em sell estatllto j()gico. a fU119ao do ohje/o a.
Li~aoIX
Ikixei-os, na llltima vez, em urn prill1eiro percurso do retangllio que
. ~ ~lqlli rcpetido como um suporte evocativo para voces da indica<;ao que
!l-l' II Iin sempre de se reportar a ele, quanto ao fllndamento do que tenta11l11'1
(,(\flslruir, este ana, de uma J6gica do fantasma
{)1Il' a escolha,
colocada no principia do desenvolvimento
dessas
~!Jl\'III(/)CS 16gicas, seja essa especie de alternativa
muito especial, que
LltI!! ;lflicular sab 0 nome de alienavaa,
entre llm je lie pense pas (eu
ftill! P~'IIS(» e ull1je lie SlIi.\' pas (eu nao sou), com 0 que .ele comporta
It' illt'viti1vel na escolha que impoe, que vai de si mesmo aoje fie pellse
'h. dui que 1'etolllamos,
NIlS pcrcorremos,
seguramente, um relativo caminho para saber ag'1\ \ nnlU:;0 silua a 1'eferencia analitica it descoberta do incansciente,
na
tot!ltl;J elll que essa descobelta aponta a verdade dessa alienay30
. AI,l',lIIl1a(,;oisa foi suflcientementc indicada do que se trata, disso que
:lPtll f~l,'sstl verdade, sob 0 termo varias vezes repetido diante de voces,
l'
" .jjfd() Iw/{//el/O
a.
Ludo isso e passive!, na medida em que falo disso k\
j1il!! I !l'lliPO, desse obj eta peq/lello (t, e que, ele ja pade representar
para
l\ 1.':; "lgUlll suporte. Entretanto,
a articulavao especial que ele tem com
II lilgica nao foi ainda desenvolvida
···fange dissol - ate 0 flm. Silllllll'llle eu quig indicar-lhes, 110 fim do nasso ll!timo encolltro, qlle
hMirl\'''(O
n,10 C segura mente sem relayao com esse objeto, qlle cla
'it'r'.Ullll11Cnle
p:J;,'!j('llfil
isso:
_ '.jue esse llbjeto, como causa do desejo, domina tudo que
e possive!
an
sujeito de cercartomo campo, como tOI11Hda,como penbora ..do que se
chama, propriamente falando. na essencia do homem, 0 desejo. (Inlltil
dizer que aqui, a essencia do homem e uma referencia spino:z.iana, e
que nao concedo a esse termo !Jomem mai s destaquc do que dOll habitllalmente)~
_ que 0 dcsejo, pOl' mais que de se limite a essa causac;ao pelo objeto
pec/llel/O
a, e exatamente
0 mesmo ponto que necessita que, no nive]
da sexualidade, 0 desejo se represente pela marca de uma falta~
- que ludo se ordena e se origina na relac;ao sexual, tal qual se produz no
ser falante em razao disso. em torno do signo da castrac;iio, a saber, no
inicio, em tom a do falo, no que ele representa a possibilidadc de uma
falta de objeto.
A castrar;ao entao e alguma coisa como 0 despeliar para isso que
a scxllalidade - quem dizer: tudo 0 que se realiza no acontecimento
pSiqllico - seia isso: alguma coisa que se marca pelo signo de uma falta
Dai que 0 Outro, 0 Outro do vivido inaugural da vida da crianc;a, deve,
nUI11dado momento, aparecer como castrado e, sem dllvida, esse horror
que e [igada a primeira apreensao da castrac;ao, como sendo suportada
pelo que designamos na lingua analitica como a M iie - ou seja, 0 que
nao e pura e simplesmente tomado como 0 personagem encarregaclo de
diversas funyoes, nUl11arela<;ao tipificada na origem cia vida do pequeno
humano, mas tambem como algo que tem uma relayao, a mais profunda, com esse Outro que e posta em questao na origem dessa opera~.a()
16gica, Que esse Outro seja castrado, 0 horror correlativo e regular, SI'
assim podernos dizer, que se produz nessa descobena, e algo que n(\~
leva ao cerne do que se trata quanto a relayao do sujeito ao Outro n'l
meclida que cia ai se funda.
A sexualidade, tal como ela e vivida, tal como ela opera, e nesse Jugar.
algo de fundamental - em tudo 0 que localizamos em nossa experiencin
analitica _. algo que representa um se de.fi!lIder de dar segllimellfo a esWi
verdade <.101:() OUTIW
E
eLl
NAn I-~XJSTE
que eu tenho a com ental' com voces hoje. Porque, seguramentv,
lomei de inicio a tradic;ao filos6fica para pronunciar: "Esse Outro n,lo
0
proposito, evocar a correlayao atelsta que essa declara~ft()
fvl.tSe daro que e algo que nao podemos parar por ai Dcvemos
)\1)," pClgl~nlnr, ir mais alt~m, no sentido de coloear a questao: essa qucda
1~\1 grlll\ck! A, esse S ('«), que co!ocamos
como sendo () tenno Jogicamente
'~'qui\-ah;IIIG cia escolha inaugllraJ cia aJienac;ao, 0 que isso quer dizer'?
Ni!da pode sucumbir senao ao 0 que C, e se A nao eL. Colocamos
liuF tlil0 IIi! lugar algum onde se as segura a verdade constituida pela paItwl:l Sc Ilao sao as palavras que sao vazias, mas se sac sobretudo ... se e
-", j!1i,t'i"o talvez dizer que as palavras nao tern Jugal' quejustifique
0 quest_:J~mllll(,l1lo" sempre pela consciencia comum - desse "nao sao mais que
Wdavrns", que quer dizer, que acrescenta essa f6rmulac;ao S maillsculo
~1I!t;'nles~ de A barrado, que Ihes proponho como sendo a chave que nos
JIll! . partir de um passe preciso e que p05samos
sustentar pOl' tango
npo, cOllcernente a 16gica do fantasma?
I'h: (. tllll algoritmo do lipo matem<itico; do qual me sirvo para suport!:l.I t'''i:;\' S(.~.). e sem dllvida para melhor dizer que ha UI11outro senti do,
tfii1". prufllndo, a ser descoberto.
Serf\ que ..· real mente, como ja 0 di sse,
L ~tim;ciencia rnoderna, s~ja cIa dos religiosos ou daqueles que 11aO0
I, ~' Ill") sell conjunto
ateu, - nao serra algo como lan~ar uma sombra,
Ilph"';I1lCnle, do que afinnar essa nile existcncia do grande A? Sera
,~ llll() [('Ill pOl' tras di 550 U ma outru cl)i sa .. ')
nl!,il:"
(' a SS('
- :,,'lllliKlIla
H"I,.I('I\) divcrsas formas de pcrcebcr que sc tratit efetivamcnte,
th!
h
de
L\ ilsa.
q\lcr dizer grande A marcado pOl' uma barra" Bern, eu acabo de
pl'l:c.iso ir busc;i\-Io muito longe: ele e barrado
fJ "~'lIlf(ln (k) que Pascal chamavCl 0 Deus cIa fllosofia -, dessa rd~r ..
ifl ;1'1 ()ulro lao cssencial em Descartes e que nos penniriu partir dai
I i1'i""!'.lll(iI'
IlOSSO primeiro passo .- Ilao e jLlstamente que 0 Olltrn.
Utili
que Pascal chamava 0 "Deus dosfih)sofos", 0 Outro cnnIl; \'f(:iloli!n necessario a ediflcar;i\o de tocla fiJosofia, sera que 0 qtle
t,> I Ulil\.:!t:ri7il_.. ou melhor, e mCSl1Jo..iriamos nos mais adiantc, nos
t. I· ...•"\)]Jlcl11ponlneos da l11esma etapa da ref1exao sobre esse lema
)[1/1<1
u qU0 lH10 () caracteriza, e cssencialmente haO ser barradu'l
~JjJlll iWgill i va
_
111I~'
litll)
I)
F c. efetivamente,
do que 5e trata, desde 0 inicio dessa castra<;ao
pri mitiva que minge 0 ~er maternaj: 0 Outro c barraclo Nos nos damos
contadisso l1luilO nipido, aos I1lcnores si.nais"
Le:c; que me prupuseram
a traduyao,
~"as is~o, em si mesmo, e bastante significativo daquilo que so Irata,
pre;Clsamenle, da repugnancia que existe em introduzir" n<l cillego"
111<11:>
rill do Outro,
a fUllyao da
marc<l.
'
Se Fosse necessaria,
antes que eu 0 proflra aqui, diante de voces,
de Carma magistral (0 que e sernpre abusar 11111 POUCOda crel1<;a que e
dada a palavra daquele que cnsina), tentar ver as pequenos sinais, como
aqlleles que se vecm do que fazemos quando traduzimos, se eu t~'llasse
em alemao, voces podelialll colocar a questao de sahel' como eu 0 traduziria, esse Outro, que voces empregam depois de tantos c\1108(porque
eu Ihes repeti sem cessar!): clas Andere,." au del' Am len:?
Voces vcem a dificuldade que encontramos
do fato, nao como
dizemos, que existam linguas onde 0 neutro constituiria 0 nao barradu
qualllu ao genero,., Isso e completal11ente abSlIrdo! A nOyao de genero
0 neutro C
nao se confllnde com a bipolaridade masculino-feminino,
tambem UI1lgenero e jllstamente barrado. 0 proprio das linguas onde ell.:
nao e barrado, e que pode tel' ai urn nao barrado que vai habi tuall11entc
se abrigar sob a masculino, IS50 me perm ire falar do Outro, semler que
Ihes interrol1;ar se devemos traduzir pot" dl;,'r Alldere au LIas /1I1deres,
o que te;n conscqliencias, voces podcm notal', si temos uma e~colhn
a Fazer., Eu devo ralar, naa tive tempo antes para edificar essas reflexocs
que fayo hoje, devo faJar com algul11 anglofone, e nao faltarn no mcu
auditc1rio, mas eu gostaria de te-l0 felto ontem ,1 noile, mas me faltou
tempe).. POl' que ern ingles exisle alguma dillculdade·- eu pude percebci
isso quando do ll1ell Llltimo discurso em Baltimorc- como traduli-Io pOI
{hI! (Jllil!f'? Au que me parece isso niIo funciona em ingles ... (Imagino que
em razao do valor tolallJ1cnte diferente que tem o/lie, 0 artigo def1nidn
em Ingles) e que me levou a passar _. para falar desse Outro e de 111,'1/
Outro • para "fhe ()/Iu!/'I/('ss"
Tratava-se scmpre de ir na dire<;ao do noo barrado Tomamos fl vi:!
que lei possiveJ em ingles. Passamos por. uma qualidade, LIma qualidade incerta,
(),hemess, alguma coisa que se sublrai essencialrncnte,
ja que .- onde quer que a atinjamos - ela sera sempre Otltra, Nao pOSS(l
dizcr que esteja muito a vontade para encontrar ai um representante du
senti 10 que quero dar ao Outro e, segura mente, tambb11 nao estao aelll,'
°
r: IItao,
quando voces ('em a vel' com 0 Deus de Abraiio, de Isaac e
dC,.lac6,_entao ~i,voc~s nao estao privaclos cia marca! E par isso que as
i'i~ISaS I1<lOC~ITI1n~am lsoladamente,
e que lambem, os que estao ai il11pli.,:ac!os, mUlto dJretamente, pessoalmente, coletivamente, ainda a essa
li'lijH':cicde Outro, tem um destino, eles tambem bem rnarcado.
. J ~u havia sonhado, com alguns' pequenos dessa tribo que me cercam
l;jTI Ihes prestaI' um servir;o, de eJucidar um poueo a questao, referent~
ll~,-:<it/as relal';oes COI110 Nome de DeLIsiO\>() Deus de nome impronunt'llIve]. !iquele que se exprimiu no registro do .Ie, e preciso que se cliga,
. NflU ","'-ll sou aq~ele que sou", piJIida transposiyao de um pensamento
plO(lnJ<1110,mas sJnlplesmente "Eu sou 0 que Eu SOU"IIrJ5im, eu havia
llj"IlSi~do- eu 0 disse .- ~ voltarei sempre a isso -- a pres tar esse servi\"o,
IIIIlS Itcaremos
por aqui enquanto eu nao tenha retol11ado essa questao
14) Nome do Pai ...
hu falei dos "pequenos"
~·glill1des"..Os gl'3ndes Judcus
,}Ill sell Deus,
Segllramente,
!laO
existem tambelll os
pr(;'cisall1 de mim para se confronta~'
IVIns ('cmos que nos ater aqui ao Outro enquanto
calnpo cia verclade.
esse Out!"o seja bar"ado, que 0 queirarnos ou nao como filbsofos
I\' ck seja barra(~o J1l1ma primeira
aproxima<;ao, e pe1a c.astras:ao, est,;
tjt,lt'
o qllf.~ h(~Jenos lOter-essa, e
contra
0 que,
desde
que
a analise exisle,
:tln f!{lckria prevalecer.
pnrqlle (,;ol1sidero que e preciso ultrapassar ccrtas dificuldades, que
pe!as quais nilo devemos nos deixar levar 1'01' cssa
l"knl~spt'i:ulay5es
.f!tilll\'HU, nemmes.nlO julgar, como me imputaram,
mas simplesmente
ndlilnle c busc.ar IS50 que cle8 testcl11UnhalTl involuntariamentc\
da
!"
·MlllI',IiI-di':II"'1·'o<.iit'u"'!
I
\Illill
.;-1;1
(odio,;o) ,( Lc Nom " (, 1111Hl
11191Wil1l
de
1l0l1lcUf
I)clI.' Cill Iwlll"11
verdade que Ihes ralta. Pda razao de fazer ai observar (no pensamellIn, pOl' exempl0,
tal fllosofo cOlllcrnporfineo, que em algllm pUIlIO,
lel11 algumil coisa que loma 0 tugar de uma falta, jusramente, C LJIIC
sc exprime de forma mais ou menos embara~.ada, pOl' (lxemplo, COIlIO
"consciencia r6tica de silll", ondc nao hil realmcnte nada a dizer, ~cnllp
que nao 0, um (Ins;',,,., porquc um l JnsiJllI rdio e nada em relcwfio no S/II/l
nos 0 sabcmos, mas que propriamcnte falando- eu dissc: "consciem.:i:l
nao-tetica de si", nao e') .- que c propriamenre falando silln/os), que lIa
mUlto a dizer, porque e consentir que esse POlltO poderia ser a rnarca do
lugar mesmo qlle faria essa coisa indicada como fallante
Ora, nao esta em parte alguma, nao 11<1
nacla de semeJhanl.C, nan e I1CSSd
impensavel anterioridadc do que se instaura como ponto de Se/hslht'Il'liS!
.Will, que, c1evemos buscar esse ponto nodal, se elc e nccessario
a ddilli I
- e de e necess,1.rio para se deflni r, porque ele pode ser enc.ontrado, voces
o verao - esse ponto nodal, que seria para nl)S, na posic;:ao onde SOnlO~'
colocaclos,o ponto rota1ivo onde recncontramos 0 lugar do COgil.l)
ae
Isso nao quer dizcr nada no enlanto, que 0 Outro rcaparec,;a, pOl' ex
emplo em tal especulac;:ao. pOl' isso ell 0 invoco aqui. Ese falo assim, •..
para Illoslrar qlle ate nos dctalhes perseguidos, SOl1lcnte a rupl.ura j10L!l'
responder it plOcura anteriormente trac,:ada.
('OIllO, pOl' exempJo. nao se apercebcr que esse pcnsamento que ev('
co, - sem querer lhe dar seu rotlllo, precisClmcntc para delimital belli
do que sc trata. quanto ao que tel110s que recortar, ncsse camlnho lit)
pcnsamcnto-· nao scria de modo alg11n1 51.: aulorizar U1Tl r6tulo, e mcnm
do l1leu que qualqucr ou(ro!
Veja oode esse penS<lIilCl1to 0 condl1zJI~, quando se tra1a do des\.i\l
do vi<~ial1te. pOl' cxcmplo: essa enUJlla980 colocad,1, \c.unbem esse "I
hal', esse pCnS<lmf;;nto
que se dirige, para justlfid-In, Clll dire\~fio a '>11:\
smpresa -- aquda do viajante-· pelo olhar de llIn outro, justamcnt(' d,'
LUll que ac~aboll de chegar, de LiJ11
sobrevivente, enquanto dirige 0 0111:11
para a porta. De 50J1e que esse olhar .ill e sllficientemente evo<.:ado p,:I()
pequeno barulho anunciador dessa vinda, quando prccisamentc do quI,)'.,\'
e,
com efetto, qualL/lIcr coisn
it/tin. qndl1lo no estatuto do ato do viajante,
i;' dI:Vl'tl1l)S, flOS tambem,
nomear 0 olhar, se trata disso; mas que dl'V('
pW\.;l)l'ado alhures, a saber, naquilo que 0 viajante quer vcr, mas amI\.,
que se trata daquilo que 0 olha mais intimamcntc, da~
~luh) quu (l imobiliza na sua fascinayao de viajante, a ponto de deixil-Io
{fl~Jilll'l fi;' quanta um quadro.
. " Fp Ilao rctomarei aqui 0 trayado do que desenvolvi amplamente. Mas
-~1'I1Iltia radical que e a mesma que se exprime a ... partas fechadas
\\'!i;}/l fprJllUla: que 0 inferno,
e nossa imagem jamais fixada no Outro ...
i11W \.' ralso! Se 0 inferno esta em algum lugar e no)e.
F 'II! lod~l cssa errancia, flaO bel nenhuma "ma fe" a invocar, tao jusIH·.1i~Jl~Il\()
I!lUll das contas quanta 0 artificio cristao apologetico da boa
, rhln pam domesticar 0 narcisismo do pecador. Existe a via correta
p:\isk a via tldsa, nao existe tral1si<;:ao, os tropeyos da via falsa nao
1 11l'J1hulll valor, tanto que eles nao sa'o analisados
senao a partir de
f~mil<:\~llradicalmente
diferente na ocasiao. Na ocasiao, a aclmissao
hi IJllSV
• 110 principlo
- do inconscicntc e a procura do que constitui
j!{l 1111 sell estatuto.
n \jIlt' supre a faha da ,Selhstbew/lsfsein nao poderia ser de modo
ill! slt!llldo como sua propria impossibilidade.
E alhures que deverIt; hllSGlr a "funyao",
se posso assim dizer, porque Hem se trata da
Irl Ii!j I(;:'io,
lfi.IfJ
~~\lf'
L/(JS\.;ollhcce
\I que e, nesse rastro que deixo agora, e sobre 0 qual me foi
~1fi1t1ll10,
eln nome de algumas confus5es ... onde parece que e quase
.11I'l't:~<Nilrio5e encontrar implicado, ja. que pude escutar da boca de
Ih,t.II': que havia a~guma coisa para ser retida, na aproxima9ao
que
~';'\tUI\!r lenlal110s 1l1staurar, da sobrevivencia de um eerie pensam~
par eJa atacada Oll
.~ fill> q sLJpnSlo ;fundo de uma pretensafiJosofia,
.. 1,' ~'lthV~'llida. E surpreendente que a possibilidade de tal referenda
"1'1 1I1~'SltlO - CPOI' qualquer um, POI' exemplo,
que seja <1nalista
/lida l~OlliOLIlli de seus simples
efeitos possiveis do que chama-
"lnht(~
III-'!i1rll:,ifjo,
o/ieJlm;tio.
flh"WI\:,:lll oat>
J
II
tv!0Slno
IllpSll'
J
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Si/Hl'ct:
"111<:
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()ondu/"
dC';SH vCl
quc
11:1li~iI()
IV
tem nada absolutamcnte
a vel' com
0
que resllita cIa
Htit<,'rln, dll pcrda, em tudo que e c0l1111nica9ao meSl11O, eu did,\,
mil
n
1I1~lis tradicional,
e dado que agora esta suficientemente
cs-
tabelecido, de um pensamento que chamamos "marxista". :E claro que
a alicnayao, no senti do marxista, nada tem a vel' com 0 que e propriamente falando uma confusao. A alienayao marxista, pOl'sinal, nao supoc
absolutamente em si a existencia do Outro, ela consiste simplesmenle
nisto, que nao reconheyo, pOl' exempJo, meu trabalho nessa coisa (0
que nao tem nada a vel' com a opiniao e que nenhuma ... persuasao SOCI"
ol6gica modificara em nenhum caso), a saber, que meu trabalho, 0 meu,
para mim mesmo, ele l11eretorna e eu tenho que pagar u~n ~~110p:·ec,·o.
Esta ai alguma coisa que nao se resolve pOl' nenhuma dlaletlca d~rel?,
que sup5e 0 jogo de toda sOlie de elos bem reais, se queremos modlfi~ala - nao a corrente, nem 0 mecanismo, que e impossivel de ser rompldo
- mas as conseqLlencias mais nocivas.
Eo meSl110para 0 de que se trata concernente a aJienayao e e porquc
o importante do que anuncio aqui, referente it aliena<;ao, lom~ se~ releva, nao que tal Oll tal continue mais ou menos surdo, na dlreyao dt)
que articulo, mas precisamente par seus efeitos sobre aqL~eles ~lue ()
compreendem perfeitamente; na condi\-ao unica de que esteJam ,u con··
cernidos de fOrtna primordial.
E e porque e no nivel clos analistas que al.gLl~nasvezes, sob,re !sso que
anuncio de mais aVClf\l;:aclo,
ell percebo os SlnUISde uma angustIa, dlgamos que pode chegar ate a impaciencia, e que simp}esmente, a llltir~w
vez par exemplo, onele eu pude anunciar de lima forma lateral (fclla
para dar sua verdadeira iluminayao ao que eu definia como Clposjy~O
doje lie ,m;s pas, carno correlativa da fUllyaOdo inconsciente) e que ell
articulava sabre esse ponto da f6nnula como a verdacle do que 0 alllnl
ClqLlise permite fannular - a saber: "se tu nao es eu mOlTo1" diz 0 amOI
E conhecemos esse grito que eu traduzo: Ilf 1/ 'ilS rien, quc ce qlleje 811l.\
(tu nao es nada, senao 0 que eu sou) - parece estranho uma f6rllluin
assim. que vai certamente bem aJem do que eta traya de abertura iH'
amor, simplesmente pOl'isso que ela at indica, que a rlerwiel:!img que clil
constitui nao 1110st1'asenao, precisamente, que 0 amor nao pensa, mil',
que ela nao articula - como Freud 0 fazia, pura e simp.lesmente _.que.( I
fundamento da Verliebhe;t, do amo1', e 0 Lust-ielt e que nao e nada 111;11
..
(porque aqui e afirmado em Freud) que,o efeito do narci.s.isl~~; C0!110
entao, numa fomlUla .... ande aparece de lmedtato que cIa e mnnltanwll
f, tt1ais aberla, para nao ir mais longe que essa observayaO (implicada
cerlo mandamento, que, penso eu, nao Ihes e desconhecido), qUt~
II nlais secreto de si mesmo que deve ser buscado 0 recurso do amor
prbxil11o. Como entao tal formula pode, e ell insisto, num. ouvido
!illGO, cvocar nao sei que alanne, como se 0 que eu havia aOLlnciado
\.~dcpreciativo, se (como eu 0 havia entendido) eu cometia alguma
t/ill1dcflcia dessa ordem: "que aos ouvintes de vinte e cinco anos eu
iii fwrmi ria avan<;ar Hum prop6sito que reduzia 0 amor a nada"'?
('rJlXJ singular: ao longo dos vintc e cinco anas, eu nao estive nessa
lh"i!O
<toque me consta, claro, mas tern alguns que me vieram fazer
rtlJdl.:l1ciasessa semana- com reac;oes singuJannente t6nicas, eu diria.
I 11wis<lllstera que seja a f6nnula, para l11uitoseia pareceu salubre.
qilC C entao que cond.leiona possivelmente
a inquieta<;ao de um
fJ:,:(;I'J Se nao e precisamente 0 que marquei aqui com essa formula,
't\ pequeno parentese que desloca 0 !lada de um nada: Tu n{io es
-ill ('sse floda que elf SOli; que nao e menos verdade, com efeito, que
\, nllJ!H precedente, tanto quanto ela nos remete a funyao-chave, que
111
no estatuto desseje do "je suis" - a essepequeno a, que faz, com
!'-\ Inda a questao (e e sobre i8S0 que quero me ater ainda urn poue(
1(' <:l1fiioconcebemos que efetivamente ela interessa ao ana/ista.
J (lp~racao de analise .- como sornente ela nos pennite ir bastante
! i!t'SS<1 felavao do pensamento
ao ser no nivel do eu. para que seja
! It' iillroduza a funyao da castr,H;ao -- ()pequeno a, nessa operac;ao,
qll~~l(wrninar corn uma cauda signifkante: 0 peq/f(;!lI() a, no caminho
HI
o
tlllt;n
fl ill1ill
i se
J'.: () /\ i'Ii\L1 ST/\..
tem que O(~llp(lr essa posiyuo dopeqllel!O a que
it? pPlqUC 0 alHllista
a formula - e muito legitimamente - Jevanta n
""Ii" lIlJ ' cnnvem, se lCI1Ibrarmos do que formulei cia angustia: que
If\n \~ S~"1l objeto. E isso indica que ela seja tanto mais t1mdada, que
.,H; t SSe objeto, que e convocado pelf! operayao significante que e (I
H"t', Sl' Cllcontra nesse Iugar mCSInO., suscitado pOl' se imp!icar pdt)
'Vi111IVtlll',
I'/\R/\ 1':1.1:,
fll\' ell I I udo.
Ii'
l't!
:';lhcr como ele
assume, cstao ai coisas que estao ainda dislVlas como nilo
ai nada que deva !lOS desviar senao isso 'Ill •
0
ria l'Ollsid(~ra9iio que poderiamos trazer aqni..
Hl1hn'cl
qll~'
nt'm ha
desde longo tempo foi formulado pelas vias do curto-circuito aforistico,
de lima sabedoria 'ccr1amente perdida, mas nao sem eco, sob a forma
do 1(71 fvam as;'''; reconhece-te, "tll es isto". 0 que, evidentemente, nan
poderia ficar opaco a partir de certo vies ciatradir;:aofilosofica. Se 0 isto,
de alguma forma, pocle ser efetivamente identificado ao corr'elato dl)
representar;:ao ande se instaura d~~mais a mais, nessa tradic;ao, 0 sujeito,
nada e mais vazio que essa formula. Que eu seja minha representayao
nao e senao essa alguma coisa, que e mais facil dizer que corrompc
todo 0 desenvolvimento modemo de urn pensamento sob 0 nome de
idealisrno -- e 0 estatuto ciarepresentar;:ao como tal, esta para ser pOl'nos
retomado.
Seguramente se essas paJavras tern urn senti do, que se charnem estruturalismo .. (eu nao quero dar outros, vel' Nouvelle Critiq/le), eles
devern certamente comeyar por articular alguma coisa concemente it
representar;:ao.
Naofica claro ao abrir sornente urn volume, como 0 ultimo publicado
dasll·1ythologiqlles'" de Claude Levi-Strauss, que, se a analise dos mitos, tal como ela nos e apresentuda, tem um sentido, e que ela desaloja
completamente a fun9uo da representa<;ao Seguramente, temos a VCI
com a materia marta, no Jugal" da qual nao temos mais nenhuma rela..
<;ao deje. E essa analise e UIn jogo, e um jogo fascinante pelo que ek
l10s lernbra e do qual voces podem encontrar 0 testemunho -- para nao
tomar somente esse t:lllinlo volume _. desde as primeiras paginas. /)/1
mie/ ((/IX cendres''', e 0 seu titulo e nos vemos se articular em um certo
nLlmero de mitos, as relayoes do me! - concebido como substancia llll·..
tritiva preparada POI' (Jutros alem do hOlnenl e, de ql.lalqncr S011e, antes
cia distil1yaoda natureza e da cultura -- com 0 que se opera para alem do
cru e do cozido da cozinha, it saber, 0 que se reduz em fumaya: 0 tabaco
Enos encontramos sob a pena de seu autor, alga de singular, ligado a al
guma pequena observa'rao que de 'tcresce a certos textos medicvais !'()r
exemplo, sobre 0 fato de que antes do tabaco nos tel' chegado, sell Ill·
J,(11\(,~st(lva
pronto,
Uplllli~had, lrud. Emik Senar\,
l.IiVI-S1:!{!lUSS, Clnmk Mythologi'lll';:;_
I Wi(,.
115
No original:
I J."\
CllUlldog\'u
lJlI m ie! aux cmdl"(,s.
L,'s Belles Ld1r.;,_ Paris .. 1930.
LiT: ". J)u
111;.;1 aLix
,''-'I1<lr<"
»,1-'1011 ,'dill.'111
esse oposto de cinzas, que estava ja indicado em
Oue voces prossigam ou nao nessa via a analise de Claude Levi. $!!HIl~S,scr£\ que ela nao foi feita para nos sugerir 0 que conhecemos
\H\ pn'llit:f] do inconsciente e que permite levar mais adiante a critica do
quI,' Freud aJ1icula sob 0 termo de S'achcvorste!hmgen? Na perspectiva
Jd1,: dis!a pensamos (e aflnal de cant as pOl'que Freud nao teria escrito
·li ft;Se senti do?) representayao de coisas, no sentido de que sac as coisas
(tlH' Kijo representadas.
!VJ;,s POl' que nos repugnaria pensar as re1a<;6esdas coisas, como suoWl] lando algumas representar;:6es que peliencem as coisas elas mesmas?
II Wlf(jUC as coisas se fazem signa (com tocla a ambigi.iidade que voces
CIlI colocar nesse termo), se fazem signo entre elas, que elas podem
*t\,ct'haillar e se escutar, e se ordenar como ordem das coisas; que, sem
tI!4vida alguma, e dessa forma que jogamos cada vez que interpretamos
~~vnlOrmalistas, fazemos funcionar alguma coisa como Bedeutung
~ '~).l,ramentee uma armadilha. E nao e tambem trabalho an311tico,
11111is
divertido que seja ()jogo, encontrar no inconsciente a rede e a
nUl dos mitos ancestrais
Estaremos ai sempre hern servidos! Desde
. 1;\' trata da Bedel/till/d,
nos enCOl1traremostudo 0 que quisermos
llilll <;s!ruturada era mil"ica.
j, pnrisso que ao final de urn certo tempo 0 jogo deixou os analistas.
IpW des perceberam foi que eramuito facil. 0 jogo naoe f<1cilquando
II nlll de Icxtos recolhidos, atestados, de mitos existentes. Eles nao
, !llstamcnle algo sem importancia. Mas no ambito do inconscientc
wieiln na analise, 0 jogo e muito mais Hexivel. E por que? Precisatill: porqLleele e ai desatado, que ele vem se unir a um je ne suis pas,
k ~~.1l1unitestabastante.-- eu 0 c1isseda llltima vez - nessa fonnas
;,tivel1l, no sonho, onipresente e jamais completamente identificavel,
I
. WH;i'to
i 14
pOl'
. rdtl~·"()<to mel, que de alguma forma, a coisa-mel, desdelongo tempo
lktode s,cmpre - esperava a coisa-tabaco!
do
ell.
Mnl'; c!cvcmos nos deter em outra coisa! Sao precisamente os bum·,
ciaBedeufung Como nilo examinamos isso, que e tocl,,preseny<lofuse ante, a saber, 0 lado de Bedell/Illig "ohstnri-
. , nt'~;se .logo
<II: Illllil
da", se posso assim.-dizer, sobre
0
qual se manifesta tudo
0
que toea
0
objeta a,
Claro que os analistas fazem tudo para liga-Io a alguma funQao primordial que eles imaginam ter-se fundado no organisl11o, como, por exemplo, quando se trata do objeto da pulsao oral. E por isso tambem que
eles irao incorretamente faJar do "bam" e do "mau leite", quando nao S~
tra;ta nada disso, ja que se trata do seiol
E impossivel'fazer a ligaQao do leite a um objeto erotico - 0 que C
essencial ao estatuto como tal do objeto a - ao passe que e bem evidente
que, quanta ao seio, a objeQao nao e a mesma.
Mas quem nao ve que um seio e alguma coisa - meus amigos, voces
nunca pensaram nisso? - que ele nao e representavell Eu nao pense ter
aqui uma grande minoria de pessoas para quem 0 seio possa constituir
um objeto erotico, mas sac voces capazes, em termos de representaQao.,
de definir em nome de que? 0 que e um belo seio por exempJo? Ainda
que 0 termo seja comumente pronunciado, eu desafio quem quer que
seja para dar um supol1e quatquer a esse termo "belo seio"!
Se ha alguma coisa que a seio constitui, seria preciso para isso, como
um dia um aprendiz-poeta (que nao esta muito longe) 0 articulou ao fllll
de urna de suas quadras que ele fez, com essas palavras"" : "a nUVClll
ofuSc8ntc dos seios"; nao Iu\ outro modo, me parece, senao jogar COIll \1
registro do obscuro, adicionando ai alguma coisa a mais, da ordem dl)
reflexo, a saber do menos apreensivel, pete que ele pode ser possivel
de suportar, na Vhrslellung, 0 que e desse objeto que, bem antes, nao hil
outro estatuto do que podemos chamaI', com tocia a opacidade dos s{'us
termos, um ponto de gozo. Mas 0 que iS50 quer dizer?
Eu diria que .., tentei dize~10, leiam um pouco (ell nao sei como t)
demonstro, mas que importa! Talvez tenha escrito com outros termos)
mas enquanto eu me esforQava em focal', para faze-Ios sentir, 0 que Cli
denomino na ocasiao essa "sincope da Bedel/tllng" pois que era para
Ihes mostrar que e ai 0 ponto que vem preencher 0 ,5'il1l1- de repente HW
ocorreu: mas, 0 que havia de mais proximo para sustentar esse papd
do objcto-seio no fantasm a, enquanto ele e, verdadeiramente, 0 supollc
.' . _~~!HI,H:"ificodo j(:go,
do jogo da pulsao oral, mas nao era outra coisa senJo
1,uullula.. (p01S que temos aqu! mais ou menos iniciantes, praticantcs,
,utlt us I.r!/(;/()flado.", de meu discurso) mas a f6rmula que me servi cell1
W:£'\iS pum dar bnlho ao carater puramente estruturaJ do Silln: C%/lrlfl,~,~
gree/! Ideas, essas idtSias sem cor - e verdes tambem, porque nao?
NI"p.I"no/ls!y'
Ai esHio os seios!
Nuda, me parece, pode melhor exprimir 0 privilegio desse objeto
,jJfiU;: 0 expnmc de uma forma mais adequada, quer dizer em te~mo~
f'IIJC!lC',os: que eles dormem, furiosan;ente na ocasiao, e que nao sej a para
.jl!~Wda..los, ,um pequeno negocio ... E bem disso que se trata, quando se
.~.
r1
lwl/I
dos
SCIOS.
E para saber, 0 que vai nos
1.1PUJ\lll1dlcia questao delxada em suspenso, 0 que nos permite suprir
~l,','//lsfbeH'lISfSel!l.
Por que, evidentemente, nao e nada mais 'e ;0I'·
S
"
'
. s nao 0
\1*"1\1" , omente e preciso saber encontni-Io nnde de esta. E nao e
/IH:lIIW ,~<lben:os~eu.nome de ante~ao que 0 encontramos e, por sinal,
. ~l[Ull1I111-lo
na? slgmfica nada, senao uma ocasiao para se divertir.
: ,Mm. oque e que Freud - se tomamos as coisas no ambito do sonho
-_".i,Willarticular para nos?
h~~n.;l,n~~
esp,antados, s~gL~ramente,com 0 qt;e ele deixa escapar,
p.\::,so :lss~m dlzer, para ,lOdlcar 1I11lcerto lado vigilante do sujeito,
.'~,I(>!lIl1UltC no sono. Se ha alga que caracteriza bem essa falta, ou essa
t~t1do Olltro", que eL~designo como fundamental da alienas;ao, se 0
Iflu \~ cxatamente: mms que a opacidade da estrutura louica se a n-a
" . cI
. '" "
< 0
,PlllCIlWI a verdade e 0 que da 0 estilo da descoberta freudiana
1.'~slrHnh.o. ve-Io dizer que tal sonho que contradiz sua teoria do de~
lI1\U :,tglllf1canada mais que 0 des~jo de equivoca-lo"?
~!nl .:.I~~l~
.r:~o e suficien~e, <10 mesmo tempo, para mostrar a preJ (k,:-;c1 rOl mula que artIculo, que 0 desejo e 0 desejo do Outro, e
f!u"li ar elll que suspense 0 estatuto do des~io e deixado 5e 0 Outro,
H/lI,'rHc, pode ser dlto nao existir?
Milt; IIno C ainda mais not{wel ver Freud, ao fim de Limadas sess("les
~i"JI VI ('"pllulo, sobre 0 qual eu ins.isti na liitima vez, precisar que 0
. .. ba~J C.I~ito para ~os c~locar num rastro.
de Unl(l forma muito segura que 0 sonhador se arma e se defende disso
que 0 que ele sonha nao e s6 urn s0l1h07 A prop6sito do que ele vai
lambtm1 longe para insistir sabre isso: que tem uma instancia que sabc
S0ll1pr<.\(eJe diz; "que sabe") que 0 sujeito donne, e que essa instancia
(Inesmo que isso possa Ihes surpreender) nao e 0 inconsciel11e, que i.!
precisamente
pre-collsciente, que representa, nos diz de na ocasiao, ()
dcsejo de dormir.
l~so nos leva a refletir 0 que se passa no despel1ar. POI'que se 0 desejo
de dOrInir se encontra, por intennedio do sonho, tao cumplice com II
fUI1c;aodo desejo como tal - na medida que ele se opoe a realidade ··0
que nos garante que, saindo do sono, 0 sujeito seja mais defendido contra 0 desejo, na medida que ele enquadra 0 que ele chama "realidade"'.'
o momento do despertar nilo pode ser jamais que urn CUlio instantc
aquele ollde l11udal11osde cortina.
Mas cleixcmos essa primeira coloeayao em suspenso, sobre a qual eu
voltarei, mas eu quis hoje aborda-la ja que voces tinham visto que ell
escrevi a palavra: 0 des palm:
°
Sigamos Freud. Sonhar que sonhamos deve ser 0 objcto de uma fUll
yflO bem segura, para que possamos dizer que isso sempre designa 11
aproximacao iminente cia realidadel Que alguma coisa possa ser per·
eebida, que cia se defenda de UI1WtiHlyao de erro para !lao dcseobrir
a realidacle, sera que nao \femos que existe ai - embora pOI' uma via
cx.atamente eontralia cia asseryuo de que uma id6ia 6 transparente a cl:1
mesma - 0 rastro de qualquer (;Oisa que merece ser seguida') E para
Illes fazer sentir como percebe-Io., me parece que nao posso fazer me/hor, senao segui 1', gra\~as ao cam inho que me oferece uma filbula, bCIll
conhecida e tirada de um velho texto chines. de lln1 Tchou3ng Tsct!
(Deus sabe 0 que the fazemos dizer, 0 pobrel) e nomeadamente
qtlC 1\
proposito desse sonho bem conhecido, do qllal teria dito. a prop6sito (k'
ler sonhado ser ele LIma borboleta: ele teria interrogado seus discipulus
i\obre 0 fato de saber como distinguir Tchouang Tseu se sonhando bor
bol eta, de lima borboleta que - por se ere bem acordada -- nao fani senii!)
II X
Tel I01JANG TSEU. L'OUHC complete de 'Ichollang
TSCll. GalJinHlrd,
lriclIl. p .. -l(). Escrevcl1los hojt' com a llola~iio pill viII: £I/1/(lIIgzl. S.
1'(
COllll11is,tllll;('
que c Tchouang Tseu. E inlltlJ dizer que isso nao tem () senti do
'TIN dUll10Shabilualmente ao tcxto de Tchouang Tsell, e as frases que sc
,'JH~t:HjL'm rnO,,!THI'1'1 do que so trata e onde isso nos leva, Nao se trata ~enao
;;: :rl'l IOHlla,:ii"o dos seres. A saber, de coisas l;1 de vias que nos escapam
Jl?~d,' lllui to tempo em grande medida, quem dizer, qllanto a i SSG que foi
t'XiHf1lll 'lIle pensado, por aqueles que nos deixaram os ra5tros escritos.
MiPi esse sonho, permito-me
super que foi inexatamente relatado.
I (hOllilll.!!. Tscu, quando se sonhou borboleta, se disse: "6 so um sonho"
1.i qUl' Illes asseguro
esta totalmente de acordo com sua mentalidade.
t;llg 11tH) duvida um instante em transpor esse problema de sua identif!ih!C '!uunlo a 5er Tchouang Tseu. Ele se disse "e 56 um sonho" e e pre.,hlill"IlIC nisso que falta a realidade. Porque na medida em que alguma
.. i'UHlIl quu C oje de Tchouang Tseu repousa nisso que e essencial a toda
. t~HI~IJ(.:nll
de sujeito, a saber, que 0 objeto e vis/o, nao hi! NADA que per~tJJlft.i j)),,~lhorsuperar isso senao lra/ar esse mundo da vi8ao, na medida
{'In que de suportaria essa especie de ajuntamento
(de qualquer forma
'Wt' n c!Jnmemos, mundo au extensao) do qual 0 sujeito seria 0 unico
.$llfitJj ft.' e 0 tlOico modo de existenda.
0 que faz a consistencia desse
'>~flr,;!t,\ 11<1
medida em que ele ve, quer dizer, l1a medida que ele DaO tern
ltiM~lllictria de sua visao (fla medida que ao outro ele pode dizer: "isto
~}t till vi I.t e "i 8to e a csquerda" e "iSlo e denlro" e "i sto e fora "), e que
j>lWnnile siluil-fo comoje, senao isto - que oportunamenteji\
sllblinhei'"
. 1'1i\I' d~' llleSI110 eqlladro nesse mundo invisivel, que a borboleta nao
i1nd" ;';~'Il[i()isso que a designa como mancha, e como isso que tem de
¥t1nal a rIl<ll1chano seu surgimento. no ambito do organismo, de alHULl cuisn que se fani visao.
il'OJ1111f
"T
e
"I· hCth na I11cclida em que 0 eu em 5i maneha sabre fundo c que
.It' l'k vni interrogar 0 que ele ve precisamente isso que de nao
e
rk ftTJICOl1(rar e que se esconde; essa origem do alhar"- quanto mais
lhivd e lllanifcl>(o a ser articulado porn6s que a luz do sol, para inau'lJ I~.S(> CjllCl\ da ordem do ell na relay ao escoptofllica.
.1"nJ {jUt,' wIn e ai que 0 elf sOllho somel1le nao e prccisamente
0 que
111t! n lcalidade
do olhar, enquanto ela esta para ser descoberta?
d,
ll'"
. (9,k
i.Jlml,,: ('OIW.:pls dc 1:1 psy<.:llilllaly~~.
Ic:r.-rt'il" <; -I dc lllan;o dc 1964.
scmim\rio 1963-1064. wbrciuJo
D'.' Ji9')<;~;.1<'
E bem nesse ponto que eu quelia leva-Ios hoje, no que conccrnc
(I
chamado cia funCao do objeto a e sua correl ayao estreita ao elf,
Contudo nao e -verdade que, qualquer que seja 0 layo que suporta.
que indica ..- como 0 enquadrando -·0 ell de todos os fantasmas, 110S nun
podemos ainda apreender, em LIma l11ultiplicidade no resto desses objetos a, 0 que Ihes da 0 priviJegio no estatuto do eu, enquanto se coloca
como clesejo?
E somente 0 que nos peonitira desenhar, inscrever de lima fomw
mais precisa a evocayao da repetiyao
Se 0 sujeito pode se inscrever numa certa relayao, que e relayao de
perda no que se refere a esse campo onele se desenha 0 trayo, que ele
assegura na repetiyao, e que esse campo tem uma estrutura, digamos, a
qual nos haviamos ja avanyado sob 0 teono de topologia.
Assegurar de uma fomla rigorosa 0 que quer dizer 0 objeto pequeno
Q, em reJayao a uma superficie - nos ja 0 aproximamos nessa imagern
desse algo, que se recorta em algumas dessas superficies privilegiadas,
de forma a deixar algo cair, esse objeto de queda, que nos reteve e que
acreditamos mesmo poder dar brilho a um pequeno fragmento de superficie. Seguramente e ainda uma representayao grosseira, evidentemente,
e inadequada Nem a nOyaOde superficie cleve sel' repelida, nern a nOyao
de efeito do tra90 e do corte. iv'1as,claro, nao e da forma de tal ou tal
pedayo, pOl' propicio que nos parc9a essa imagcl11 a ser aproximadil,
disso que esta em uso no discurso anaHtico sob 0 termo de objeto parcial, que devemos nos contentar.
Em relayao as superficies que definimos, nao como algo que deva sel'
considerado sob 0 angulo espacial, mas algo no qual precisamente cada
ponto testemunha uma estlutura que nao pode ser ai excluida - quem
dizer em cada ponto - na medida em que nbs chegamos a articular ai
certosefeitos de corte que conheceremos alguma coisa desses pontos
esvaecidos que podemos descrever como objeto pequeno a
eSSe
(( mei o-dia e trinta e eu agradec;o aos senhores pOl'terem vi ndo em
1[10g.rand.enumero hoje, ainda que, como ninguem ignora, estejarnos
("ill Will efla de greve. Agradeyo-Ihes, tanto mais que, com alguns, eu
lImho tam?em que me desculpar, posto que e sobre 0 anuncio que fiz
at,,:!1m eifae uma hora recente - de que farei hoje 0 que se chama meu
C~t'rn!ll(lrio,que c~~1amenteuma pane das pessoas que estao aqui vieram
~JH}1 ISSO. Com efeHo, eu tinha a intenyao de faze-Io e de faze-Io sobre 0
.. :11'11111. humorfstico que eu ti nha ja escrito _.no alto das paginas em branco
cl;v> ;JLIais eu !lle sirvo para suplantar a ma ilumina~ao do quadro - que
t.~J.llll1ha escnto esse cogilo ergo Ey, que, como as senhores suspeitam
. Iii,)/;j illudanyH da tinta, e um jogo de palavras e joga sobre a homonimia,
It )1 ll'l1Ofoniaaproximativa do es latino e do Ey alemao, que designa 0
'ftm' os scnhores sabem em Freud, a saber, 0 que se traduziu em tJ-;nces
Jit.'la
Illflyao
do ;sso.
, ;I{\Jhr~uma 16gica... uma "16gica" que nCia e uma 16gica, que e uma
Rll~lIlolall11el1teinedita, uma logica, afinal de contas, a qual eu ainda
) de; ell nao quis dar, antes que ela seja instaurada - sua denomina" t} Fu [cllho uma que me parece valida, segundo 0 meu ponto de vista;
Ulpd" Ille pareceu conveniente esperar tel' dado um desenvolvimcnto
?lHkk'ntc para entao lhe dar sua designayilo .
. Sollie uma 16gica, cujo inicio, curioso, se faz pOl'esta escolha aliell.1!;
ell sublinho -- que Ihes e oferecida de um ell 1/(10 pel/so a UI11 ('II
/}t(;, SOi(, podc-se assim mesmo perguntar qual e 0 lugar, pelo nuo de que
cSlcjmnos aCjLlipara alga, que paderia chamar-se urn tl()S pensal!losl [:
isso nos levaria long~, vista que esse flrJ,';, certamente, os senhores per-,
cebem ...nos caminhcls pelos quais ell meintrodulo, que silo aqueles du
Outto barrado - coloca uma questao.
o que quer que seja, nao e certamente sem ser molivo para uma t[10
grande audiencia, que eu fa9a alga que pare;;:a f011emente arrasta-los
nas vias do pensamento. Entao, esse estatuto do pensamento mereceria
ser, de alguma maneira, ao menos indicado como questionando, a parlir
de tais premissas.
[Viashoje, me lirnitarei a isso: e que, como todo homem que se dispoe
- se imagina, em todo caso, dispor-se - a esta operayao do pensamento,
ell sou muito amigo da ordem e que um dos fundamentos mais essenciais de nossa ordem _. da ordem existente, e sernpre 0 lll1ico ao qual
caberia remeter-se-· e a grevel Ora, essa greve sendo continua, eulhes
ensinei, infelizmente um pouco tarde, pelo conjunto da func;:aopublica,
que nao tenho a inten<;ao de f'azer excevao a ela.
E pOl' isso que hoje naa darei a aula que os senhores poderiam esperar, e especialmente nao _.salvo ao 3nunci<'t-loassim - sobre esse cog;1O,
ergo Fs.
Nao me arrependo, noentanto, de estar aqui, e pOl'uma causa _.aquela
que talvez me tenha deixado cego um pouco mais tarde do que seria
preciso, pel0 fato de que era melhor que eu HaOdesse ll1inha aula -. que
e, a saber, a presenya entre n6s, hoje, do professor Roman Jacobson,
a quem os senhores todos sabem qual e a nossa divida, a respeito do
que aqui se segue como ensino. Ele devia chegar a Paris ontem a liCite,
Paris onde ele me da a honra de ser mell h6spede, e, certamente, eu teria lima grande alegria de proferir diante dele minha aula habitual. Ele
esta completamente de acordo eomigo, e mesmo totalmente de acordo,
sobre isso, que emelhor que eu nao a fa<;a.Ao menos, ele veio aqui e
se alguem aqui guiser lhe colocar uma questao, ele esta pronto para responde-Ia -- ato de cortesia que nao tem nada a vel' com a manuten9ao,
hoje, de nossa reuniao
Entao, eu vou ainda dizer algumas palavras ..para deixar-lhes 0 tempo
para se situarem; se alguem teve a bondade de preparar uma questao
fHlfilcnlocar, l':umeadamente e como a ele mesmo, ao professor Roman
tnlwbson (qtHJ esta aqui na primeirafila) ele tem 0 tempo .- enquanto
~Ii ainda vou dizer algumas palavras para preparar 0 campopara es·
tjlWlllar it milquina e prepani-Ia, prepara~la para tel' ncssa oportunidade
l.l1gl1lna Goisa que, se de fato a questao for uma verdadeira questao, que
jlodc 101 um grande interesse para todo mundo. E isso ai!
Sobre isso, para manter 0 folego dos senhores, eu indicarei que
Ctlminho- os senhores certarnente, eu penso, ja 0 perceberam-· por
\lUc estariam aqui, tao assiduos, se os senhores nao previssem a qual
lf10mcnto mais ou menos ardente a sequencia de n08SOdiscurso nos
· leva! (Como euja tinha previsto que qualia-feira proxima, pOl' raz6es de
· ~~onvel1ienciapessoal, e ligado ao que se chama 0 tempo de parada, eu
tinha transformado esse ano em bastantelongas ferias, da Terya-Feira
f41)rda, eu nao farei mais meu seminario, saibam os senhores, e desta
vo!.. saibam de antemao, eu nao 0 farei 11aquarta-feira proxima. Sera
t'nmo em IS de fevereiro que nos encontraremos; eu espero que 0 fio
· (Jlle nos llne nao fique mUlto frouxo, neste ano, em uma mesma linha de
,l!L\IlQao ).
19,ualmente, para assinalar aguilo de que se trata, nesse cogilo, 1!!;f.Jo
os senhores vecrn perfeitamente em que sentido de nos leva. E que
,,\ ,1m Inodo de recolocar a questao do que t;.; esse t~nnoso E\ que absolll~
1H1i1cntc,
nao e evidente, vista que, igualmente, ell me permiti qualificar
~h.'imbcds aqucles que apenas <lehammUlto facHmente como se situar
l!t'!c ever ai uma especie de outro sujeito e, resumindo, de elf (mol) eonA,jlluido de outra foruM, de qualidade suspeita, do outlaw do eu ou como
.j;rl~!,tlns ncrcditaram dizer, de "lnau Eu"
. (\~11all1ente,nao em.dl clar seu estatuto a uma tal entidadel E pensar
J+w~ convem substalltitkil~la simp!esmente pelo que nos veln de \1111<1
utl;~cura incitaQiio internH, isto absolutamente nao afasta 0 problema do
Joj~H1lUlO
desse E'i. Com efeito, na verdade, se Fosse i550, nao scria l1adii
llIuis do que aguilo que, desde sempre e legitirnamente, constitui L;StH
~"jJcde de sujeito que se chama 0 Eu (A1oi).
Os senhores pereebem petfeitamente que e a partir do Oulro barrndo
se trata, que nos vamos tel', nao gue repensa-!o, mas si Il1pk~Hllenk
penss-lo, E que este Outro barrado, na medida em que partimns l'tH1Hl
Jugal' em que se sitlla a afirmao;ao da fala, e perfeitaiJ1elllt.~algul1!:!
.*10
1;l(lI1\r,C01110scndo, pOl' sua propria existencia, a presa dos fantasmas d",~
colcguinhas, antes de procurar se aperceber em que etapa, em que
C''lugio, seria capaz de considerar que a ell COlli sao reciprocos.
Fig cvidentemente do que se trata no que n6s introduzimos este ano
Gtim 0 nome de //)gica dofanlasm a, trata-5e de alguma taisa que COfllp1ll1a em 5i interesses de imporHlncia. Certamente, iS50de modo nenhum
vni no :;entido de um solipsismo, mas justamente no sentido de saber do
llue se trala relativo a esse grande Outro. Este grande Outro, cujo lugar
rill ,'uslentado, na tradiyao filosofica, pela imagem desse Outro divino,
valio, que Pascal designa com nome de "Deus dos filosofos" e com 0
fjllal absolutamente nao poderiamos mais nos contentar - isso nao por
Itll:(les de pensamento, au de livre pensamento (0 livre pensamento e
corno a livre-associayao: nao falamos dissol). Se nos estamos aqui para
!%cguirofio e 0 rastro do pensamento de Freud, eu aproveito a ocasiao
·.lwia Jize-lo, a saber, para acabar com nao sei qual forma de mutuca, da
'lflWI eu poderia, nesta oportunidade, me achar a vitima designada; isso
. ·mlo C 0 pensamcnto de Freud no senlido ern que 0 historiador da filoso1111 pode - seja com a ajuda da critica de textos a mais atenta - "defini'It.", no 'cntido, annal de contas, de minimiza-Io. Quer dizer, de fazer
i1h"l'fv(lr que em tal e tal ponto, Freud nuo foi ah.Sm,que arenas lhe
mk.'rlall1osimputar alguma coisa diCen)ntc. eu nao sei qual taIha, furo,
li;]t\lIlHH.lamal feita em tal mudanya do que ele enuncioll ..
Se Freud nos pn~nde, naa e em razao daquilo que eie pensou como
jndivicluo em tal ou qual desvio de sua vida eflciente. 0 que nos inter" t;!i~jH nao e 0 pensamento de Freud; eo oBJETO que Freud descobriu.
(} I)f.;nsamento de Freud lem para nos sua importancia, no que con~
c\{.lfli'1I110S que nao ha melhor via para encontrar as arestas desse objeto
do 'lilt.' seguir 0 rastro, as pegadas desse pensamento de Freud. ~las
to rIlle Iegitima esse lugar que n6s Ihe damos e justamente que a todo
)WH:HIIC esses rastros nao fazem mais do que marcar - e de modo, de
*tI~(iilHI forma, tanto mais dilacerante, que esses tra(,:osestao dilacerados
f' (It; lIllal objeto se trata e de nos remeter isso, a iSBoque e aquilo de que
~i1 Ii uw, a saber que se trata de nao reconhece-lo. 0 que e certarnenlc a
±1\jiiL!l3JJcia irrcsistivel e natural, no estado atual das coisas, de toda subf:t."tlvidadc conslituida.
. 'k:Us
p~sde sempre, uma especie de ambigiiidade seinstaurou,
peJa
propr~a necessldade do procedimento que me fez introduzir, pela via de
j'lIIu/ao e campo Jet/ala e da /inguagem, aquilo que se trata relativo ao
inconsciente.
termo illlel'suhjelividade ccrtamente ronda ainda, e rondan'\ por
mUlto tempo, VIStOque ele at esta escrito com todas as Ietras 110que foi 0
percurso de meu ensino. Nao e jamais sem acompanha-Io com algumas
rese.rvas -:-l1la~~01~1reservas que nao cram cntao, para () auditorio que
eu tmha, II1tellglvels - que ell me servi desse termo intersubjetividade
Todos sabem que ele nao e senao em demasia facilmentel:ecebido, c
que, certamcnte, perman~cenJ a t~)rtaleza de tudo a que, preciS3mente,
eu combato do modo mals preciso.
o termo inlerslfhjeliviJade - com as equivocos que mantem na 01'clem psicoI6gi~a, c. precisamente, em primeiro plano, aquela que desdc
sempre eu deslgncl como uma das mais perigosas a assinalar, a saber,
o estatuto da reciprocidade, bastiao de tudo que, na psicologia, C feito
?
do melhor modo para assentar todos os desconhecimcntos rcilltivos
no desenvolvimento psi<luico. Para simbolizar para voces, marca-Io de
algu~l1a.forma com uma imagem grhante Cgrosscira [10 mesmo tempo,
~u ?lrCI que (: ~statuto da reciprocidade, na medida em que marca unl
lll111teestatutano em que a maturidade do sujeito se instauraria em al··
guma parie do desenvolvimcnto, e representado, se assim 0 querem.
para (odos aqueles que terao visto essa coisa (e penso que na asscmblein
!1a,muitos deles para que minha fala tcnha alcance; que os outros st'
I nforl11em!)para aqueles que lcram ou virum no cinema J,es f)esarrois Ji.
I·~tel'e I'dr/e,\~\·111i - eu direi que 0 estatuto claredprocidade e 0 que cOl1sli·
tlll a boa posiyuo desse colegio de professorcs que supervisionam., e que
em rCSLlmo nada quer saber, nao tel' nada que toear nessa atro:.!:historia. 0
que apenas torna mais manifesto no que diz respeito a formayao, a forma·
vao de um individuo e especialmente uma cliany'l, os educadores tari<1111
melhor em interrogar quais sao as melhores vias que lhes pennitam Sf..:
120
1\11JSIL [{obert, Les ])csllrrois de I'Cleve Tilrkss. Paris. Ed. dll Scuil. 1%0. dc onuc lill
kilo () Iill11c de Vokcr SchloudorfC 1966.
°
f~exatarnente 0 que redobra 0 drama do que se chama investiga<;iio, e
que seguramente os senhores sabem tarnbem que 0 estatuto, para mil11,
nao e sem ser sUSJYeito. N6s estamos pr6ximos de retornar a isso e de
recolocar a questao (ell penso faze-Io na proxima vez) do estatuto que
n6s podernos dar a esta palavra "investigayao", atds da qual S0 abriga
em n6s, cornumente, a maior ma fe.
que investiga<;ao? Nada mais, cerlamente, do que podemos fundar como a origem radical do procedimento de Freud relativo a seu objeto, nada rnais pode nos da-Io do que isso que aparece como ponto de
partida ilTedutivel da 110vidade freudiana - a saber, a repetiyao. Ou entao
essa investigayao e de algum modo ela mesma repetida pela queswo qLll~
provoca 0 que eu chamarei nossas relayoes. A saber, aqui 10 que diz rcspeito a um en sino que sup5e que hit sujeitos para quem 0 novo estatuto
do sujeito que implica 0 objeto freudiano
realizado. Dito de outro
modo, que supoe que hit analistas. Quer dizer, sujeitos que sustentariam
neles mesmos alguma coisa que se aproxima a maximo possivel dess~)
novo estatuto do sujeito, aquele que comanda a existencia e a descobelia do objeto freudiano. Sujeitos que seriam aqueles que estivessem ii
altura disso: que 0 Outro, 0 grande Outro tradicional nao existe e que,
no entanto, hit precisamente uma Redeufung.
Esta Hedf/lIflfng - para todos aqueles que ate aqui me seguiram sullcientemente, para aqueIes, as palavras que eu emprego (eu digo: que ell
emprego) tenham um senti do - essa Bedell/illig, que basta que eu a situc
aqui com alguma coisa que nao tem outro nome senao este, a saber: a
ESTRUTlJRA, enquanto eia H.EAL.
o
e
e
e
Se eu exponho essas pequenas imagens sobre as quais devia hojc
discorrer minha aula, e os senhores reconhecem uma vez mais a faixa
de Moebius, a faixa de Moebius cortada em duas, na medida em que
isto nao a divide, a faixa de Moebius lima vez cortada ern duas, que
se desliza de alguma forma sobre si mesma, para se redobrar do modo
rnais fadl (como os senhores podem constatar se sabem copiar bem 0
que eu me dei 0 trabalho de desenhar)"
e
... e entiio, no fim das contas, para obter alguma coisa que perfeitamente fechada, que tern urn dentro e urn fora e que e a quartahgura.,
,; llljueia
l(hJ\1
1-:\1 0<10
de um toro.
digo que
1\ hSTRI1Tl JH;\ (:
e isso,
J\I.nuMA COISI\. QIIE 17 l\SSIM
por si s6, a estrutura. Eu Ihes digo que
e
0
que
h;'nl sob () nome de estrutura
exatamente da natureza do que est:!.
'It;;l1t);ldo"' hit, de algun1 modo, Lima substancia cstnltural -- que i sso
fl t' !IIn<l I11ctafora e que
na medida em que, atraves disso,
passivel
.wnn co;sa que podemos reHllir como Llin c.:onjullto cia palavra corte"',
e
'it.!:I'.' lSS0
com que lidamos
e
e cxistcnte.
0 um ensino que supoe, de tambem, a existencia do que, so-·
nao existe? Pois ainda ni10 hil, segundo todas as apardncias,
hWiI tllwiisla. que passa diz~r sUj)ortar nele meSilla essa POSivZlO de
,'~i{, Iss!) naa fHZ mais do que coloear a ijl.lcsWO, 0 que e que me all"
,'I " tOlnar a fala COlllO me endCl'l:<;andu a esses sl~jeitos 'linda nno
. 1) qile
,\I1lt'lif0,
lJ'i1t'lIll'S':'
I.J..; ~~wnlHl!\:S\teem que as coisas nao sao sem serem supoliadns., COllh)
\Jh·;l'i'V'1 <10zombar, em. algunHls sllposii(oes, das quais 0 menos quI'
/i'llk- di/cr e que eJas sao dramalicils; no cntanto, nao e para fazer <Ii s~1I11psicoul'arna! Pais n<.1steriamos que oblurar com uma ohlurnyao
!t1gica. E isso que e nosso objeto esse ano.,
.
Seguramente, qualquer que seja 0 que me autortza - e talvez nos
podercmos, sobre i5S0, dizer um POUeo 111ai5 - e claro que eu nao sou
o unico. Se eu meSl1lO ti vesse que colocar uma questao, eu meSilla, au
professor Roman Jakobson, mas eu Ihes dou ll1inha palavra qLl: eu l1e:l1
mesmo deixei, ao vir para c,l de carro, que ele pudesse entreve-la (11t1\1
6 que da me tenha vindo agora, mas e agora que me ocorreu coloca-I<I
para eJe), eu Ihe pergul1taria 5C ele, cujo cnsino sobre a linguagel11 ;ern
para nos tais cOl1seqi.iencias, se ele tambem pensa que esse enSInO e de
natureza a exigir uma l11udan'(a de POSiy30 radical no nive1 do que COtlstitlli, djgamos, 0 sujeito naqueles que 0 segucm. Eu lhe colocarei tambem a qucstao de saber .. mas e uma ljuestao demasiadamente ad ho·
mine/11 ... 5e, pel0 proprio fato do que camporta inflexoes . Eu IlaO YOll
empregar palavras grandiloquentcs,
C ell me abstenho das palavras que
podem sugerir a ambigUidade que se liga a palavra "a seese", e mesmo a
palavra que perdura nos romances de f}cvao cientifica, "muta?~o" .. ,C.er
tatnt:nte, nao somos dados a cssas fl.ltilidades! Trata··sc do SLlJCltt) loglc\
I
e do que ele com1'orta, do que ele comporta de disciplinu de pensalTlen1:O, naqueles que, l1essa posit;50, sac introduzidos pOl' Sell pensRmcn{()
,. Sera que se as c\.lisas, para de, nas conseqliencias do que ensil1a, vnn
tao 101111;e,sera que, para de, 1em um sentido a palavra "discipuJo"')
Com et~ito, ell diria, para l11i111,que cIa nao tern; que em direito, cia est;·1
literalmcnte dissoJvicla, cVil]Jorada. pelu modo de rela,:ao que inaugul<I
um lal pensarnento.
Eu quero dile!' que "discipulo"
deve ser distinguidn
da palavl'a "disciplina".
S0 instauramos
ulna disciplina, que clmnb('llI
UI1IH nova era 110 pCl1surncl1[o, algum<t coisa nos distingue daqucles <:Jm'
nos precederam,
nisso que nossa fala nao cXlgc disdpulos.
5e Roman qucr
que ele
0
(;omet,:al'
pOl'
me responder
a mim,
5C
isso 1he agradll,
Ca\al
Roma/1 .llllwb.wm ....0 senhor pensa que, talvez, seria melhor :-,eros-
sem colocaclas v[trias queS10t;s') E
ell
respondo ao mesmo tempo, entau'·l
Of: l.llcan .- De acol'do. Quem tem uma questao
man Jakobson?
para colocar a
I{o
Aubry Eu gostaria de perguntar, considerando-se que cu 1111'
rarlicularmente pel os problemas de ditlculdades ck ieill.lra l..: (Ii"
~l>rTiln, de aces so it Iinguagem escTita, de seLl valor simb61lco, sc m:ssa.~
dlJiculdadcs, e fora dos erros que pod em ser situados como lapsos, sv
J)f: .J.
.1 11h:n:ssn
(,It' pellsa que LIma estrutura
cle linguagem
5e re1aciolla
a pr6pria
cstrll-
sujeito, oLll11ais precisamente, ,\ sua posiyuo em face do Oulro
hI me explico com exemplos de ordem clinica; eu nao 1cio em
ilkifI~()c nao pude leI [.,.J Eu retive i5tO a partir do que me foj eli to, que,
POl' excmplo,
as confus5es dos fonemas I3-P, D- T,M-N sao confusoes
'}Ii!' cxistern quando, par ocasiao da aprendizagem
da f:l1a pela crianya
. !inn do
~111~nprende os foneroas em Lima determinada
ordem, a comeyar
peJas
.('nnsoantcs vocalicas minimal', COITIUill a tadas as linguas, e depois amIf!iHtldo 0 seu registro em uma ordem constantc., segundo as caracter1sti ..
~'fIN eJa lingua materna. Eu pensava que a1'ersistencia
de tais confusoes
Hi! !dude da aprendizagem
cia leitura poderia assinalar
desejo da criant,'li de se manter nessa posiyao infantil,
que isso se reladona tambem em
\1111,' cerIa medida ao nao aces so ao cstagio
do espelho cOl11precndido
,h1illl) identific8yao
pril11eira, narci<;ica, e (lntes que aparc'(Cl 0 i!lI Uej.
I ),a, all carencias
maternas, quer dizer, em uma certa medida a ausen_,fill du discurso do Outro, entre 6 e 18 mcses, detcrminam
a incapacidade
~fl~{teGeler, pOl' ocasiao do cstadio do csrclho. il in1agCl11 do G(lqX) prhpr in
~, nnluralll1cnte
as idenlifica<;;oes
Elns ten) pOl' cnrol'lrio conslante Lima
Mt'(kkncia da linguagem e cerfas particuiaddades
de estrutura dn Jin·.
.
lllJ,t'lll quando a unidade do 50111. da palavra, dn frase, naG e respeitada
°
;, lingllagcm
oral como
na linguagem
escrita,
Sc esta ruptura
nun
ea
!apso, sera que ela nilo evocaria a i rnagem despeda(,:ada do corvo
ik"Sl' cSliigio pre-narcisico?
J\ssim como os erros incidindo sobn.:: n
'i•• tillS p1 o[1omes pessoais
dcpenderiam da i ncapacidade em distingui 1
''If fie] co outrn. a incapaejdade
em distinguir os vcrbos de cstado ('
'li, w:all, () ser e 0 agir, responderia
a este eslatuto 11£10 de sujeilo, 1'11<1:-;
!h< l!hi~to ngido pelo Outro l~ a prt1pria dcfini\ao cia alien,wao Fu illC
~"\.ilpl~(llnd<ls estas quest6es
nao apcllHS a rcspeito dos dis!exicos, mas a
fl?ripci!o de olltros problemas, em particular a respeito das psicoscs cl;)
t'lllllh;:t antes do esti.lgio cla jinguagem
1 Iii 111 {dUma cl.)isa; a inversao nas silaba:; de dlIas Oll Ires ielra::; ,1\
;,,llll
sinala cfctivamente uma dificuldade de organizac;ao telllporo-espacial,
Illas qualquer crianya que nan reCOnhey3 a direita e a esquerda de Sl:U
pr6prio corpo daqLICle do outro, tenl chance de ter dificuldades em escrever. E l11ais evidente ainda para aqucles que escrevel11 em espelho.
Pode-se supor que a crian93 canhota .. que sempre encontTa 0 outro em
espelho, ten~ mais dit1culdades em ultrapassar esta dificuldade e que
no nivel cia escrita a sinistralidade favorece a inversao. 0 momenta de
aces so a linguagem escrita e em principio contemporaneo
cia resolu9ao
do complexo de Edipo, no qual a clianya, na situa9ao triangular, aceitoll
e reconheceu a lei do pai simb6lico ao mesmo tempo que lei social:,
quando essa evolw;:ao nao e realizada, sera que nao ocorreria a recusa
pOl' uma incapacidade de acesso ao saber e tl represemac;:ao simb61ica?
L. lrigllrtly _.. Eu gostaria de perguntar ao senhor Jakohson como ele
faz a articula930 entre 0 sujeito cia enuncia<;:ao e 0 sujeito do enunciado;
nao ere ele que se poderia estabelecer uma diferencia9ao nos shifte!'s em
funy30 dessa articula<;:ao cia enuncia9ao ao enunciado?
~ \Cnl\lC81l1em jogo entre 0 plano semantico e 0 plano sint;ltico. Dito de
(lufro modo, os reruanejamentos
sint:iticos, e uma imagem, estruturas
£Iv Ull) grupo, mudanJ a mensagem e dao um certo senti do ao que 5e fa./:
IHI. instill1i9aO
Pcnnanecendo
nesta perspectiva, e possivel precisar rnelhor a nOQ~lo
de slIjeito da enunciaQao? Essa nOQao de sujeito cla enunciaQuo pode 50
alllClilar claramente com aquela nOQao de contexto de um lado, e de
tlll'llsagclll sintatica?
,e
;\1. Meleze - Minha questao
situaria em tome da musica concreta,
"{lIt'r L1izer, a possibilidade de ouvir algul11a coisa que nao havia sido
~ plI.:vista, 0 suporte vocal fora do que pode ser a ordem de um rebus, S0
1) fillporte vocal., de algum
modo, t:sta em alguma parte como representlti1fc de uma posit;ao do sujeito em relac;ao ao corvo do outro represen1mJo na sua VOL.
5e
I),: Stoiafl(dl- I-Iistoricamente
a dependencia prolongada de um gruclllico em relaQao a outro poderia inffuir na linguagem do primeiro
Ik :1111dotal que se obtenha um discurso muito particular, como na lingila billgara? Existem fatores histc'll;COS de dependencia
que poderiam
~xplicilr esta introduyao na lingua de urn modo de vel' mediatizado
Pll
Dr. .I. Oury - Eu gostalia de solicitar uma precisao ao senhor Jakobson. Desde algurn tempo, nos problemas de analise de grupos no interior das instituiyoes nao se tem muitos instrumentos, conceitos te6ricos,
e se faz) a.lglll113s vezcs, uso de um modo tal vez tcmcn'trio de 11090(;::lingOisticas; desde algull1 tempo, eu tento introduzir a nOyaO de contexto para tentar vcr ai urn poueo rnais claro no que se poderia chamaI'
o efeito de senti do no interior de um grupo. Essa nOyaO de contexto, ell
gostaria que se pudcsse precisil··ia melhor.
Eu quero simpJcsmente dar alguns ponto:> de referenda; eu fi.quei
surpreso C01110 uso bastantc prfltico de sell artigo sobre a poet ica, que
poderia ser multo lltil na compreensao do que 5e passa nos grupos. POI
outro Jado, pareec que 0 que esta em jogo em lima institui<;ao san 111CI1sagens poeticas, quer dizel', uma especie de cri1ica do fonologismo,
t
da eSl'ruturac;ao de 1.1111 a mensagem que leva em conta a sintaxe, elita de
outro modo, a nOyao de men5agem sintatica. 0 que Is50 coloca como
problema, as relayoes entre 0 plano semamico e 0 plano sintiltico, serA
que havcria ai lIm verdadeiro problema ou uma serie de falsos prob~
kt1l<ls? Ern particular, com todas as no(,',oes atuais de operadores que se
f
)
rf(~f.R om an
.Il1lwbsOfl-· Eu me sinto em uma posi<;:ao rnuiw diticiJ,
ell nilo esperava falar, visto que ocone a greve e que sou eu que
d('\"t~rei falar. Fora do contexto, ell nilo sei 0 que e uma strike.
l~u responderei antes em bloco) que a qucstao que me parece, sohWludo, aproximar a questao da Jingftlstica e da psicanalise e Vt~rda..
dp;Lilnente aqueJa do desenvolvimento
da linguagem oa cdan<;:a. Ai,
p"j~t(,;m problemas sabre os quais seria preciso trabalhar cad a um dos
·tk).l;; Jmninios.
Essas quest6es tern uma relayil0 de complementaridadc
I~precisQ apreender os dois aspectos.
NI.')S chegamos
agora no dominio da lingua infanii! 0 que VCllWS
eLFla ve/. mais e a grande percentagem de fenomenos universais. A uni.
~;alidade domina. Isto l1mda mesmo 0 problema do ensino da lill~!IHgt:~Il1,
porqll(~ vemos agora que para apreender qualquer lingtJ(l, eada
tiJ-lilJH;a esta preparada pOl' urn certo modelo inato, pois 0 J im; I~ enl'~' H
lJIHCJUC
natureza e a cultura muda de lugar. Pensou-se que na comunicavao dos
animais fosse unicamente 0 fenomeno dos instintos, os fenomenos ch,
natureza, ao passe que 110homem seria a questao do ensino, da cultunl.
Evidencia-se que a coisa e bem mais complicada; que se tcm nos ani·
mais um grande pape! da aprendizagem, e, de outra parte, nas crianyas
humanas se tern urn papel desse modele inato, dessas predisposi\iocs,
dessa possibilidade de aprender a linb'Ua que existe em uma certa id<ldt~
da infancia, que existe alguns meses ap6s seu nascimento, a possibili.
dade de adquirir um c6digo, e, por outra parte, - e um fenomeno mais
curioso - e que em lima certa idade, a crianya perde a capacidade de
aprender sua primeira lingua. Se a crianya estava em uma situar;;aoartificial nos primeiros anos de sua vida, nos quais eia nao teria conhecido
uma lingua humana, ela pode recuperil-Ia inteirarnente, colocada em
uma situat;ao normal, ate mais ou menos aos sete anos, Apcs sete anos
nao sera mais possivel aprender a primeira lingua.
Todos esses fenomenos saoimportantes e nos mostram que devemos
analisar cada ctapa da aquisiyao cialingua do ponto de vista dos fenomcnos biol6gicos, psico16gicos e intrinsecamente linguisticos,
Permitam~me deter-me em dois ou tres problemas tocados aqui.
Quando a criany3 comeya a faJar, ha dais fenomenos completarnentc
revolucionc1rios do ponto de vista cia mentalidade da crianva. Uma dessas etapas e a aquisiyao dos pronomes pessoais. E Llmagrande generalizayao, e a possibilidade de ser ell [moil em um iI18t<\11te,
e de ouvir 0
outro tornar-5e elf [moi]. Os senhores conhecem esta discus5ao entre as
crianyas que, quando aprendem os pronomes, dizem: "Nao es tLlque &
eu, sou eu que e eu e tll es apenas tll, etc". Por outro lado, a incapacidade
de certas crianyas, quando aprenderam 0 pronome da primeira pessoa,
de falar de si mesmas e de dizer seu pr6prio nome, pois a crianya para
ela mesma e apenas ell [moi]; essas caisas n1udarn complelal11ente it
crianYR.
Eu me lembro quando alguns professores e a senhora Kast, que vieram no inicio da Segunda Guerra a Estocolmo, me mostraram uma
crian9a que era egocentrica de um modo surpreendente, ela queria dominar tudo, ter toda5 as casas, os brinquedos, etc. Eu a estudei do ponto
de vista lingUistico e me dei conta que ela nao tinha nenhum tra90 dc
fUfJl1(l111C
pessoal. Eu (hes disse: "Ensinem-lhe 0 pronome pessoal e cia
lItiheni Sl.:llSlimites e saberli que ela nao e a unica, que 11<1
as trocas, 0 ell
~ "IMliiS C) autor da mensagem em questao"; isto fbncionOll,
lillla
oul1'a quesHio, aquela que e a questao cia mudanya na vida
'!ingOistiea de uma criany(l, Ha 1lI11 caso conhecido, que se conheee em
Jltl!SeS llluito diferentes, de uma crianya de tJ'es atlos que carre em di-U\'ito a seu pai e diz: "0 gato late", "0 gato, Cllf au". Se 0 pai e pedante,
.q".~ di;:: "'Nfio, e 0 cachorro que late C 0 gato que faz m iau, m im i'. A
.t'.riHlwa chora, e foi destruido 0 seu jogo. Se 0 pai, ao contrario, diz:
"':llm, () gato late, mamae diz l1Iiall, miall" etc. A crianya fica feliz. Eu
L~\Jjltl,:i csta historia a Claude Levi-Strauss, pOlleo tempo depois, ele tern
:ljt~i111ICnino
que tinha tres anos na epoca e que acabou fazendo a mesma
il1iit.Levi-Strauss quis bancar 0 pai liberal, e nao deu certo, pois set!
[UlIl;) ~onsidcrou este jogo como um p11vilegio de eriallya e 0 pai tcve
i!i!(: fi1Jar de urn outro modo.
.
1)0 que se trata? Da descobel1a que a crianya faz em lima certa idade,
Ii dlc~toberta da predicayao. Pode-se atribuir a UI11 sujeito um predicado
l'l1 l'oisa essencial e que se pode atribuir a um meSIllOsujeito diversos
plcdicaclos, eo mesmo predicado pode ser empregado em relayao a diVt:1 :->oS sujeitos: 0 gato COITe,dorme, come e ele tambemlate.
A questiio
~ ([11\' a crianya compreencle que a predicayao nao e mais a dependencia
de LIlliconto, a predicayao e ja uma Iiberdadc individual; cntao, a crimu;n clllprega de um modo exagerado essa Iiberdade. A crianya naa COtlhr;\'c ;1 definiyao da Iiberdade dacla pela imperatriz russa Catarina, que
ft lil!l.,rdade e 0 direito de fazer a que as leis permitcl11.. Entao, 0 gato
~Q. Nos encontramos as mesnw problemas na afasia, na antropologia,
, r-(j1lt;, em certos povos, 0 fate de atribuir as ayoes aos animais, Oll
1!llibuir as 390es de alguns tipos de animais a outros, e considcracla
'i.H10 llll1I~ecado, como pOl' exemplo nos Dayaks, e que e punido eOIl1\1
!1Jrcslo, E justamente ai que a liberdade quer rornper a lei.
~c queremos discutir a questao do desenvolvimcnto fonologico, n\'1:-;
itfJN \:I1(.:ont1'amos
diante dos mesmos problemas desses diferentes cst~1
¥!OS, 1..'eu poderia, em uma discussao mais detalhada, Illes moslrar as
tmi:n.'l\les etapas, as regras universais, a possibiIidade de desenvlllv(,1
JHlIl.1 ((:rta liberdade, porque nilo existem regras universais, hatanJh\~iil
a qucst~o impOItante da orclem temporal, nao dus aquisiyoes, mas a ordem temporal de Ulna sequencia, de LIma serie, de UI11grupo, de leis,
e
Para a leitura, encontramo-nos
em urn novo dominio, Nao preciso
esqueccr que a IGitura e a escrita sao sempre llnla superestrutura,
unlit
estrutura secundftria, Se Ilao se rala, e a patologia, se nao se Ie, eo anal,
fabetismo, se nao se escreve, tamb6m e, Segundo as ultimas estatistic(l~;
da Unesco, em sessenta pOl' cento da populayao do munclo esse fen<'\,
meno existe,
Mio podemos esqueeer que sao fenomenos completamente
diferelltes, quer dizer que a escrita, a leitura remetem ja a base que e a lingua·
gem falada, mas 0 que nao quer dizer que a escrita e simplesmente LlIll
espelho da Iinguagem falada Hi novos problemas que apareeem, C UJIl
desses problemas
a questao do espayo. A eselita nao unicamente tenlporal, mas talTlbem espacial, eo que aparece e a questao direita-esquelda, esquerda-di rei ta, 18so introduz uma quantidade de principios novos,
que do ponto de vista, pOl' exemplo, da estrutura da eserita, mostrarn que
o que e mais interessante e a analise de dlterenles formas de dislexias v.
agrafias que 11105tram os mecanismo;;; e os desvios individuais e pessoais
e os desYios mentais; esses desvios 08tao relacionados.
e
c
Para a questao da relaC;ao entre 0 problema semantieo e a probknw
sintatico, ell cada vez mais creio que vemos que a oposiyao desses duis
problemas corre 0 risco de se tornar muito rigida: no dominio sintfltico
trata-se de ardem, de combina<;c)cs, de agrupamentos, mas cada corllhi
nfiyaO se opi5e a ulna outra combinayao possivel e a relayao entre e~;s('
dnis fen<1menos sintaticos e nect;ssariamenW lun fen('llllcno semfliltico
N6s llec,essariamente
tambem estamos ao me$1110 tempo 110 dominio d\\
semantico, I,) do sint:atico, e do gramatical. E impassive! separar C&U1S
colr;us. Para um lingi.iistu, em gera!, nao h{l fen6meno em uma Iingu:I
que nao posslla um aspecto sernantico. A signilka'(ao
LlI11 tellcnnCIH
que diz respeito a qualquer nivel de linguagem, as senhores sabcl11 \Plt'
existe eSse problema que foi colocado de um modo muito bel 0, talve/, \)
mais belo, na antiga doutrina dos grumilticos e (11680fos da linguagclll
hindu, R que ai a lingua tcm varias articu!ac;oes, e partieulannente
Uln;)
articulac;ao, segundo essa velha tenninoJogia hindu, a dupla aniculaya( I
de ekl11entos que nao sao significativos, mas que sac necessarios paw
e
I
- (;jlllstruir L111idades signifieativas. Esses elementos que nao sao signif ...
o kntivos,
des sao, C0l110 disseram mUlto bew os Hindus, e assim l'oi
!~pelido !HI ldade Media e na lingL:tlstica moderna cksde os anos :::10, C
·~qn~ Cbtcs dcrnentos sac distintivos e participam na significClya.o. Se nao
,,\.1 Ic!>pcitam esses elementos
obtclJl-SC 0 efeito de uma homonimia. A
r;lgnifica<.:ao corncya desde 0 inicio, e 0 fonema ou 0 tra90 distintivo sao
Igllutmente signas, de urn outro nivel, signos auxiliares, mas ainda as«1m signos,
°
s ...~ me perguntarem gual e 0 problema mals atual da iingi.ilstica,
j1Jobl<:I1Jainterdisciplinar
em re!ayao a psicologia, <1psicani\lise, a el,,- Ij;)logia, e 0 problema do contexto, 0 contexto tem dOls aspectos, 0
Hlltte'\lo verbalizado
que e dado pelo discurso, eo contexto nlio verbal ..
[.i\\dl), a situa'(ao, 0 contcxto nao verbaJizado,
mas sempre verbaJizuveL
"('11:-;0 que e essa qucstao de verbalizayao, 'nao digo que a psieamllise so
l<ldllt-a ao problema
da verbaJizayao, mas 0 que a psicamilise tern em
l'I'Hlllfll com a linguistica e que 0 problema cia verbali;:ayao desempenha
{HII pHpcl esseneial,
principal nestes dois dominios,
t\gora, a respcito cia cnunciayao e a respeilo do cl1uncjaclo, para que
,!;~;;~m
distiilyao seja alcan<;ada a crianya tem necc~sidadc de ehlborar 0S
'.iH\ij{ 'Illes pessoa.is, Mas e um prohkma
nwi s complicado, E UIll probh'WH <:111 gcral cla enuncia<;ao, aqude que illiplica cita~oes. Quando falamOb, 00 dizemos:
"Joao clisse isso' on "como 0 disse .108.0", "pretende-se
H\J~''', ol! nflo citamos, mus dizell10s coisas quc nilo \limos e que em uilla
):0 t,1 ordem dcvern ter slIfixos e5pecia is, quando
a oLlvimos dizer: nc,s
¥!'il!' \ llllOS como J(lIio Cesar t'oi tr!,)rto, mils 5C falamo5 disso 0 porqut:
H~)J\rit:lIllOS. So ,111alisnrnlOs rnelhor nossas CJ1111H.:ia<.;oes, I1I)S nus darerjtl"lh .'ollia que a questao
das c.:itayocs cles(~mpcnha Ulll papei pri i11ario,
l'lldal ;\ ora/to dlreta, a ora/IO obliqua, silo problemas mais <Jl11plos
t\ qllc () lugar que Ihes 6 indicado
pela gralll(ttic,~ dilssica E um do::.
f'i-nd)il'IW1S quc ainda )Jao foi clucidado
ale 0 fim E uma queslao que 0
flf~kiil;lli~tae {) lingOista devem trabalhar em conjunto
Um fl'n(\lllCnO muito curiosa e que em bttlgaro temos diferentes fur(1'\ >/.:rhais pflrn indicar 0 fen6meno que 5e esta certo de tt:r vist\), C
·1t:lli\illCt1tls que sc SllpOC, que 5C ouviu dizer A qucstao :'Ie colo\.:a de;
saber pOl'que em bl1lgaro isso foi desenvolvido Existem raz5es hist()ril:as para esse surgiinento, e e justamente a influencia de uma lingua
sabre outra, do tureo sabre 0 bll1garo e sabre algumas outras JingllHs
Questao interessante nao apenas do ponto de vista historico, mas du
ponto de vista estrutural Cada canto'" verbal, cada lingua nao (\ Ullla
lingua l11ooo!itica Cada lingua sup6e varios sub-contos, e nos bilingUc:-,
e a possibilidade de t~llar em duas linguas diferentes, e nao hi cOliina cie
Ferro entre as duas Iinguas que se emprega, ha a interayao, llm jogo ell'
duas linguas, ha um fenomeno importante que desempenha um pape!, l'
como uma lingua do bilin~De muda para a outra lingua. Hi! LImaquantidade de possibilidades. E 0 problema de nossa atitude em relayao as
linguas que falamos.
Se, pOl' exemplo. eu falo da minIm gerayao de illtelectuais russos.
eu devo dizer que para nossa gerayaO, nos pudemos ser bilingi.ies, ou
ter va.rias 1inguas, russo e alemao, russo e ingles, mas era uma impossibilidade do c6digo do russo empregar na rnesma mensagem 0 russu
e 0 ingles, 0 russo e 0 alemao. lntroduzir palavras, express6es alcmDs
em uma frase russa era considerado como urn fenomeno comico. Au
passo que se podia introduzir tantas [rases, tantas palavras francesas I1U
russo, como voces 0 sabem por Gllerra e Paz de Tols{oi, era possive!
[S50 choen ,'Is vezes na Franya, quando eu digo: do ponto de vista ell'
mil1ha geray30 de intelectuais russos, 0 fral~ces nao era uma lingua, rna'.
simplesmente um estilo de russo falado. E irnportanle, essas relayoes
entre as IInguas, 15S0 ll10stra que a atitllde 6 diferente, que uma palavl'il
desempenha um grande pape1 em toda a atitude nao apelJas em relnr,:fl()
as Iinguas e a sua estrutura. em reJayao a cultura, etc.
Essa questao cia complexidade do c6digo descmpenha um papell'"
senciaJ POl' exemplo, esse fenomcno bulgaro, por que e que iS80 mucin"
Nos fen6menos gramaticais que empregamos, os fen6menos gramall
ais que aparecem em uma lingua, cada Ull1 tcm sua funyao, mas sc lit"
fala a outra lingua, pode·-se muita bem exprimir 0 que esta ausentc.:Ill!
gramittica da primeira lingua. Traduzindo 0 bltlgaro, eu posso muilu
bem dizer, em Frances au em russo: "eu vi 0 navio chegar", Oll entll')
l
Greta que 0 navio chegou". Hi! uma grande diferenc;a segundo () qlle
mlll~ dudo na gramatica [como em bulgaro] ou a.penas a possibilidadc
d(~c,xplicm:pelos meios lexicais [como em franees ou em fUSSO). Para
llw;tra!' csta diferenya, eu emprego sempre um exemplo muito simples:
\.it! relato em Ingles que ,eu passei a ultima noite com a Ileighholll',
tom UJI1vizinho, e se me perguntam era /1m hom em OIl mila m ulher? ell
. HIt; pennito responder:
if Is not your husslness' Ao passo que se eu 0
di~n em (j'ances, eu devo dizer que era "um vizinho" ou "uma vizinha".
1.1 !fIleJ1('>s
devemos dizer e 0 que nos podemos omitir, nao e aqui neste
. fttJdil(lrioque eu devo explicar a enonne diferenya.
. "ell
tjllt:stao de meu amigo, que eu admiro sobremaneira e cujos trabsao scmpre para mim lima Fonte de instruyao. Ell me sinto, para
~f.\1pregara palavra do Dr. Lacan. ell me sinto seu disciplilo. Devo dizer
illlt It.mhograndes dificuldades em responder a sua questao. Ell gostaria
WI('. ell..:ma formulasse de modo mais breve, senao eu pec;o, para reltpnlldcr, 11111 livro, tao voJumoso como sell liltimo livro, e eu Ihe prometlJ Icsponder esta questao em minha pr6xima viagcm a Paris ..
1\
- alboB
jJr, f.acan - Sera qLlea senhor pensa que
11111 lingliista formado na
lingi.iistica, isto produz nelc uma tal marca que seu modo de
. Hdar lodos os problemas e aIguma coisa que leva Ul11selo absoluta~}~(:Oll;
ol'iginal? 0 senhor e aquele que transmite essa especie de diseiptin!! qlle \ a mais proxima da nossa. Sera que 0 modo de relayoes que faz
rgll p; ra () senhor 0 t~It:0de que () senhor e aquele que transmite essa
#("l'lil1a, serit que para 0 st~nhor alguma coisa que e cia dimensao do
We :·It,'f U111 disc/pl/fo .. (~alguma (~oisaessencial, exigivel e que COOla
dL>l;iplina
j U !l
scnhor?
'
Jh;
.lalwh.wm
!};\lj!tllllli
aCjuela
Eu rcsponderei a essa quesUio do mesmo modo que
cia difereny3 entre as estruturas gral11aticais de diversas
Ifl1Hl'l~
t£}-~":
f""
IWSs\vd, para UIl1 linguista, tentar cessar, em celtos momcntos,
JingOista, e de vel' os problemas de 1.1111 outro indo soh ()
Ji,c!n d(: UI1l psic61ogo, de um antrop6[ago, etc. Tudo isto e possiv~:I.,
,~H prCt;si'io da clisdplina 6 enorme Qual eo tipa menIal do lillgilis
., f'
1)>:1ilpemlS
fa') (,; curiosa que UI11 lingliista .. [que] quase naa ocarre que alguel1l se
tome Iingi.iista. Os psic61ogos mostraram que a matematica, a mLlsica,
SilO prcocupa\:(h~s, capacidades que aparecem na idade infantil Se os
senhores leem as biografias dos lingliistas, os senhores verno que os
vi;mlOS j it predi spostos a se tornarem lingui stas aos seis, sete, oito anos.
(~a opiniao de Saussure e de uma grande quantidade de lingi.iistas
o que e que ista quer dizer? Eu me pennito dizer que a grande maiaria das crian~as sabe muito bem pintar e desenhar, mas em uma certa
idade a maioria percle essa capacidade e aqueles que S0 tornam pintores canservam uma certa aquisi\:ao infantil, um celio trac;:o int~1111il
o !ingi.ii:;ta e llm 11l1111emque conserva uma atitude infantil em relayuo
a lingua. A pr6pria lingua interessa a !inguista como ela inleres~a a crian~a, cia se tam a para ele 0 fenomeno mais essencial em sua comp.lexidade, isto pennite (lO jingiiista ver as relac;:oes internas, as lei ostruturais
da lingua, Mas ha tambem urn pt;rigo, que as rela~5es entre 0 que e a
linouagern
e os outros fenornenos podem scr deformados facilmente
b
~.
por callsa da enCase Ull1 pOLleo demasiadamente
unilateral colocada na
Jinguagel11. Est,l al a grande necessidade do trabalho que se chama, com
esse terr1l0 bem ambiguo, bem vago, mas importante ao mesrno tempo,
o do ililerdisGipliflal'
Minhas experiencias em N. York, meus encontros
corn psicanalistas, um an1fopologo como Levi-Strauss, ell e alguns outros lingiiislas, quando nos discutirnos n0550S problemas, eu vi que era
importante sc tamar pOl' um instante 0 di5cipulo dessas outras discip-
linas para ver a lingua de fora, como se
ve
a 'Terra de Cora ao subir em
Li~ao XI
Preciso avanc;:ar e demonstrar, no movimento, de qual natureza e 0
::!flber analitico; mais exatamente como se faz para que cSle saber passe,
qlH:) ele passe no real.
Nilo e que ele passe 110 real, colocamos que isso se produz sempre
IIlHis na medida da pretensao sempre creseente do ell (je) ao se afirmar
cumo/i.)/1s e origo do Ser. E isso que eolocamos; mas obviamente nao
I'\ucida
I~Ft\L
nada do que venho chamando A PMiSAOEl\·'! DESSE SI\BER NO
Nfio fayo aqui aiusao a outra coisa senao A f6nnuia que dei da Verwque e: tudo que e rejeitado no simb6lico reaparecc
('rnlilg ou foraelusao,
ll{\ real.
um .'!J(JII!tlik
l:ssa prevaleneia do ell (je) no pica de algo que e dWeil de asseguffll
se preslar a mal-entendidos." .. (dizer '\~poea", dizer, mesmo COIl1l,l
!i dissemos "a era da ciencin" e abrir sempre algutll vies a uma nota qlli.~
'il; poderia !TIuito bem pin9ar
do tenno "spenglerismo"'" pOl' excrnplu; u
ideia de "fases humanas" nao eSla lA, certamente, 0 que pode nos CO!llcptar e se prestar a muitos mal-entendidos).
Pattamos unicUiIlUllc ill.'
IlllC t: vcrdade que 0 di scurso tem sell imperio
e que creio ter dernOf1:~tlil
do 1sso para voces: que a psieamllise s6 e pensftveJ ao calocar em Sl'W~
>~l!ll
prCl,;cacntcs 0 discurso da ciencia.
Trata-se de saber onde ela 5e caloca 110Sefeitos desse discurso. DenIm'! Fora? ESla ar .. voces sabem que tentamos assegunHa
como OI1l;!
l~gpecie de fraT'\ia que treme, de alga ani;llogo a estas formas as 11l11is
sensiveis onde se revela 0 organismo: falo do que e uma franja.
H'l, pOl'tanto ai urn passo a ultrapassar antes de reconhecer aqui {I
travo do animado, pois 0 pensamento tal como 0 entendemos nao t;
animado. Ele e efeito do significante, quer dizer, em tlltil110 caso do
TRA(:O.
o que se chama estrutura eisto: seguimos 0 pensamento atraves do
tra<;o e nada mais. Porque 0 tra<;:otem sempre causado 0 pensamento.
A relayao desse procedimento na psicanMise se sente em seguida.
tao pauGO quanta se possa imagina-la, mesmo que se tenha algllma ex ..
periencia disso.
Que Freud, inventando a psicanalise, ou seja, a introduvao de Uin
metodo para detectar um tra\~a do pensamento, Ia onde a pensamento
ele mesmo 0 mascara para se reconhecer de autra rnaneira --. de Olltro
modo que 0 travo nao 0 designa -- eis 0 que proll1ovi Eis ista contra ()
do freudisl110 como ideoqual niio prevalecera nenbum desdobramento
logia. ldeologia naturalista, POl' exemplo. Q U t esse ponto de vista, que e
um ponto de vista da hist6ria cia filosofia, seja colocado em re/evo n(~s.'('
tempo aqui pOl' pessoas que se Rutorizarn cia qualiclade de psicanalislas
o que manifesta iSBa que wi ciaI' mais precisao a resposta que a questao
que coJoqllei iniciaJmente necessita, a saber, como se nu pam que 0
saber Hnalitico venha a passar no real.
A via pur onele 0 que ensinQ passe no rt'al l1ao e nenhUI1Hl otltra, bi/.arral11ente, que a Vcrwerfung, que a for lusan efetiva - que vemos 'w
produzir em um nivel de gerayoes - da posiviio do psi"analista, enquanto
cia nao qucr saber nada do que e contudo ::;eu;,;o e unico saber,
o qU(~ (\ rejeitado no simb6lico cleve ser fDc •.tJizado ern um campo subleIiVO, em algulll lugar, para reapare.cer em um nive! correlativo no real. Onde'J
Aqui, sern dLlvida. 0 que isso quer dizer? Que este AQUI toca voces, quer
dizer; este ponto que e onde testemunha 0 que os jornalistas jil observaram
sob II etiqueta de "estrllturalismo" e que nao e nada mais que 0 interesse ck
voces; interesse que tomam naquilo que aqui se diz, interesse que 6 real
ha
Ha -
Naturalmente, entre voces
psieanalistas.
ela estil ai ~ 11I1l,lgi.:'
!J1.yiio de psicanaJistas na qual se encarnarcl ajusta posiyao de sujcito, Ila
ll1cdida em que cIa necessitada pdo ate analitico Quando 0 tempo de
e
1I1aturi<la'Cledessa gerayao chegar, se mediril a distiincia percorrida
'10
l~r H~, coisas impensaveis, felizmcnte imprcssas para que testenHmhc.:~m
- 1m ru quem sabe ler·- os preconceitos de onde sera necessfllio extrair 0
!rIWO que necessita esta realizac;ao da analise.
Entre os preconceitos e as coisas impens8veis. havera .... havera 0
j~'!;tlllluraJismo, quero dizer 0 que se intitula agora sob este titulo de UI11
{'('Ilu valor, cotado na bolsa da cogitavao.
Sc aqueles dentre voces que viveram a que foi caracterizado como 0
iiH.:10 do seculo, (Oll digarnos sua primeira parte), as provas que atraves1t(llilOSde manifestac;oes estranhas da eiviliza<;:aa- se aqueles naa tivestWill sido adonnecidos
em suas suites, pOl' uma filosofia que continuol!
llimpiesmente sell rllido de matraea, eu teda agora menos lazer para ten ..
tHr Ilwrcar os tra~:os necess<irios para que voces nao fiquem totaJrnente
lwrdidos pela fase desse seeulo que vai se seguir imcdiatamente.
()uClndo Freud introduz pela primeira vez, em sell .Ien,,·eits .... oA!c'm
do proz!!r, 0 conceito de repetivao ... como de fon;a ..'b~;ang;
fL'lJ(·tiyih H/ieJerho/lf/l)f; esta repetic;ao e for<;:ada, IFiederhultmgS'ZlflGng
qllillldo ele illtroduz para dar sell estado definitivo ao estatuto do suj eito
1/;) ill~onsciente,
mede-se bem a dimensao dessa intrusao coneeitua]/
s(~cia 5e chama A/em do principio do pra::er; e precisamente porquc
da fOmpe com 0 que atc at Ihe dava 0 modulo de fun<;:ao psiquiea. a
'mht'r, essa homeostase, que t:1Z eeo c\queJa que necessita a substdncia
do olganisl1lo, que a redobra e a repete c que e aquehl que no aparelho
Ill'l V0:40 isolado como La.l,ele define pela lei da menor tensao.
o que introduz a Wieder!IO!lIl1gszw£lflg estit nitidamente em (;011l/adi,,'[io com esta lei primitiva: a que est,lva ammciada no principio do
PHI/.Cr. E e como tal que Freud no-Ja apresenta .
.Em seguida, nos que - snponho - lemos 0 texto, podernos ir a Sl.:lJ
f-<xlrcmo. que Freud formula como 0 que se chama "pulsao de !11mll.'·
(iluduvao de Todes/rieb). A saber, que eIa nao pode se deter an eslClld 'I
t~i1:,n /W 011g, essa sujeivao da repetir;ao a um campo que nat) envol\'~'
till
jlr;lIcipio
unicamente aquele da manifestaya.o vivente, mas que 0 transborda au
indui-Io no parentelic de um retorno ao inanimado. Ele nos solicila
entao fazer subsistir com o "l'ivente" - e e necessaria colocar aqui esse
lermo entre aspas - uma tendencia que estende sua lei a16m da dura\~ao
do vi vente.
Olhemos bem de pelto, pOlS esta at 0 que faz objeyao e obstaculo
diante do qual se rebela - tanto que, certamente, a coisa nao e reaJizada
~ se rehela numa primeira abordagem, um pensamento habituado a dar
celio suporte ao ttmno lenderlcia; suporte, justamente que e aquele que
evoco co!ocando a palavra "vi vente" entre aspas. A vida entao, nesse
pensamento, !laO e mais "0 conjunto de foryas que resistem a marte",
para citar Bichat; ela e 0 conjunto de [oryas que significa que a morte
seria, para a vida, sua DIRJ;~:Ao
Na verdade, isso nao iria muito longe 5e nao se tratasse de outra coisa
que do sendo da vida, do que podern05, em uma primeira abordagem,
chamar seu SENTIDU QueI' dizer, de algo que podernos IeI' nos signos
que sac de uma espontaneidade
vital aparente, pois 0 sl~jeito nao 5e
reconhece ncles; mas onele e necessario que haja urn sujeito, pois 0 de
que se trata nao poderia ser urn simples efeito da ... recaida" se pode-se
dizer, da bolha vital que estoura deixando 0 Iugar no est ado como era
antes "- mas algurna coisa que pOl onele quer que a sigamos se formula,.
oao como esse sirnples retorno, mas como um PENSAMENTO de retorno,
como urn pensamento de repeti<;ao.
°
Tudo 0 que Freud compreende com
trayo em sua experiencia c1inica e -- 1ftoude ele val procura-la, l{t ondc p()Il!ua par" elc 0 problema, ,I
saber, 0 que de chama "a reayao terapeutica negativa"" ou ainda 0 que
de aborda neste nivel como U111 fato (ponto de interrogayRo) de maso
qUiSrll(i "primordial" como () que na \lid,t insiste ClTI perrnanecer ell1
Un1 cer1a meio, co!oquemos os pontns sobre os i, faJemos de doe119a au
de fracassos - e isso que devemos (;ompreender eot)1o 11111pensamelHo
de repetiyao. Um pcnsamento ch) repeti,;ao e de outro dominio do que
aquele da memoria.
A lnemolia sem dllvida evoca 0 tratyo tambem, mas 0 trai(o cia
mcmbria ern que a reconhecemos? Ela tern justamente pOl' efeito aNAl.)
RIT1'TIc;Ao.
(Se buscannos determi I12U~ na experiencia, em que lll11 mic!"cl-organi:;lllO c dujado de memoria,
veremos que ele nao reagini a segunda vel
;1 11m cslirnulo, como cia primeira vez. E depois, i550 de alguma maneim
r\liS !'anl nIJar de memoria C0111pmclencia, com interesse, com s\Jspensilo, no nivel de certas organizayoes inanimadas)
Mas, a repetic;ao e outra coisal Se fizemos cia repetir;ao 0 principiu
direlor de urn campo, enquanto propriamente subjetivo, nao podemos
deixar de formular 0 que une em materia-- modo de copula - 0 identico
corn 0 dilerellle.
lsso nos impoe () emprego, com este fim, do tFarO /lJlclrio, clo qual
l'\.)cunhecemos a func;aa e1etiva a respeito cia identificar;ao
Lcmbrarei dissa, 0 essencia! e em tennos simples, tendo podido prOV;11' que uma fUlly30 tao simples parecia surpreenclente ern um contexto
dc fll6sofos, ou de pretensos a tal, como me aconteceu recentemente
kr a experiencia disso, e que [inha111 achado obscuro, mesmo opaco,
\.'"In sin1p!es observatyao de que 0 trac;o unaxio joga 0 papel de marca
1'1lnh6lica, precisamente ao exclulr que sejam nem a semelhanya, NFfVl
.. Tilf\ml';fVl A D1FERI:Nc;A, PORTANTU, que 5e eolocarn no principia
da
<Ii fcrcnciayao.
,1<1 sublinhei bastante aqui, que 0 usa do UI\I- que eo UM que distindo i. 1M uniflcante, pOl' ser 0 UM cont<lvel-- estft em pocler funcionar,
tHIl designar como sendo 0 (JM dos objetos tambem heter6c!itos que urn
p¢lIsamento, um veu ou qualquer objeto que esteja aqui a 110S80uso -- e
do,; quais ja enumerei tres, contar isso: tres Quer dizer, sustcntar por
flllia ate a sua mais extrema
difereny<l de natureza para instaurar sua
dllbrcnc.iayao de outra coisa.
r ~iS 0 que nos da a f1.ln<;30do l1ltl11erOe de tudo 0 que se instaura so,.be it operar;:ao da recorrencia, de que voces sabem que a demonstra;:i1o
.. api')lil sobre este modulo lmico que tudo 0 que senda clemonstrado
{'('Ino vcrdadeiro .. por II. que isto que, .. Sendo derTIonstrado cornu
y~;nllldeiro que 0 que 6 verdadeiro de II + I, e de fl, basta saber 0 que
. J'~;,o6 para 11 "" I, para que a verdade de um teorema esteja assegurada
hH\} runcla um ser de verdade, que e absoilltarnente escorregaclio. Esla
t',"iptJrie deverdade
e, se posso dize-lo, a sombra clo f1IlmerO, de PCIrt.W!i~;C'C scm apreensao
sobre nenhull1 real. Mas, se descemos se pnssu
l'l(~r assirn, no tem po, 0 que e.. 0 que e demandado hoje a VOC()s pnlii
rcillmar 0 esquema identificat6rio da alienayao ever como ele fUllciona,
observaremos que 0 UM basal cia operavao de recorrencia nao est;:l Iii,
que de s6 se instaura da repetiyao mesma.
Retomemos Nao tcmos que observar aqlli que a rcpetiyao nao poderia dinamicamente se deduzir do principio do prazer. Fazemo-Io para
que voces sintam 0 relevo do que trata11105, a saber, que a mal1utcl1yaO da menor tensao, como principio do prazer, Ilao implica em nada a
repetiyao. Ao contrario, 0 reencontro de uma situayao de prazer identica
e apenas a fonte de operayoes sempre mais custosas que seguir simplcsmente 0 vies cia menor tensao. Ao seguir por uma Iinha isotermica, sc
posso me exprimir assi111,ele terminara por levar, de situar,;ao de prazer
em situac;ao de prazer, a manutenc;ao desejada da men or tensao. Se cia
implica alguma volta ou algum retorno sobre si, s6 pode ser pela via, sc
pocle se dizer, de uma estrutura externa, que nao e de forma nenhuma
impensavel, jil que evocava a poueo a existencia de llma linha isotermIca.
Nao e absolutamente assim e de fora que se implica a existencia do
Zwal/l-( na W ieder!Jo!llil7
freudiana, na repeti(,:ao.
Uma situayao que se repete como situac;ao de fracasso, par exemplo,
implica coordenadas nao de maior e de menor tensao, mas de identidadc
signil1cante, de mais ou menos C0l110sigl/o do que DEVE ger rep<..~tido.
Mas este signo nao estava colocado como tal pela situayao primeira.
Entendam que isso nao estava mareado pelo signo cia repetiyao -- assim,
nao seria primeirol Mas, e necessario dizer que cia torna··se - que ela
TORNA-SE _. a situa9iio repetida e que par isso se perdell como situa··
yaO original/u.l a!p,lIma coisa qlle se perde l1ofato da repetic,:c(o. E jsso
nao somente esta perfeitamente articulado em Freud, mas ele 0 articuIou 8EM ANTES do enunciado em A!em do prillcipio do prazl!r.
Desde os 1I'i!s el1saios sohre a sexualidcrde, vemos surgir, surgir
como impossivel, 0 principio do reencolltro. Que havia no metabolis1110das pulsoes, esta fUlW30 de objeto perdido como tal, ja a simples
abordagem da experiencia clinica tinha sugerido a Freud sua descobert(l
e sua funvao Ela da 0 sentido mesma do que surge sob a rubrica da
I In'erdmflgung.E: porque e necessario reconhecer que, longe de haver
110 pensamento de Freud saito ou ruptura, hil talvez prepara9ao para lima
:;ignificaya.o entrevista, preparac;ao de alguma coisa que encoJl1ra entinl
16gico ultimo sob a forma de uma lei constituinte - ainda
qUt: cia nao seja reflexiva - constituinte do proprio sujeito e que e a
IGpd.ivikl.
t-~'lt cslaluto
o gran) - se podernos dizer - dessa fUllVao, pense que toclos voces
viram passar sua forma tal como a dei enqual1to suporte intuitivo,
lllJaginativo dessa topologia de retorno para que ela solidarize a parte"
que e tao importante quanta sell efeito diretivo, com esse efeito ele
1l1CSmOfigurado - a saber seu efeito retroativo: 0 que chamei hi! pouco,
(I quc se passa quando,
pelo efetto do repetente, 0 que estava a se repetir
101 na-se 0 repetido.
() tra<;o onde se sustenta 0 que e repetido, enqual1to repetente, deve
I'll; fcehar, deve reencontrar
a origem: aquele (esse travo) que, par este
fUIo marca desde el1tao 0 repetido como .tal.
(I
•
Este trac;o nao
e outro
senao aquele da dupla volta, ou ainda do que
vez que 0 introduzi, 0 "oito invertido" e que es~'.l'iN0remos assim: 0 que retoma sabre 0 que se repete e isto que, na
Q.pl;)ra~aoprimeira, fundamental, iniciadora como tal da repeti~:ao, d{1
¢!i!'iU efeito retroativo que nao se pode destacar, que nos fOf\08 a pensar
~!1 dllvao terceira que do tlJl1 ao dois que cOl1stitui 0 retorno, reterlla Si.:
'·ilfolando sobre 0 11/11 para dar esse elemento nao numerave! que chall10
iJ IIIl1-a-rnais e que justamente
- pOl' l1ao ser reduti vel a sene de nUll1cros
fllliurais, nem adicionavel nem subtraivel a este urn e a este dois qUi:. se
. ">lli<,:odcm
- merecem ainda este titulo de lIm-del11ais, que designci (UfIlll
cllllmei da primeira
csscncial a tada determinac;aa significante e sernpre pronta ali£\5. niio
unicnmente a apar~cer, mas a se fazer apreender, evasivo, detectc'tvd no
tenha que se conlar
vivido, desde que a sujeito cantante (cant.a.nt.e.)
entre outros.
Observemos que estil ai a forma topologica a rnais radical e que cl<l
e necessaria para introduzir 0 que em {'reud se destaca sob essas formas
polimorfas que se conhece sob 0 terma de tef;ressao, quer elas sejam topicas, temporais au formais. A regressao nao e homogenea, sua raiz Canltlill
esta em encontrar no retorno, esse efeito de retorno da repetic;ao.
Cer(o, nao e sem razaa que pude retardar pOl' tanto tempo a examc
dessas 11111c;5esde regressao Basta se repoliar a um alii go" rccellle publicado em algum lugar sabre um terreno neutro, medico -- um artigo
sobre a regressao .- para ver a verdadeira hiancia que pennanece aberta
quando urn pellsamento habituado a ll111ita (UZ, tenta conjugal' a teoria
cornisso que lhe sugere a priltiea psicanalitica
A especie de cUliosa
valorizayflO que a regressao reccbc em alguns estudos teoricos mais recentes, responde sem di.lvida a alguma coisa cla experiencia de analise,
par onde, com efeito, merece ser intcrragado 0 que pode comportar de
efeito progressivo cia regressao, que como cacla um sabe e essencial ao
processo mesmo do tra(amento como tal
Mas basta vcr, toear () dedo, a distancia que de qualquer maneira
deixa verdadei ramente aberto tuda a que e re-evocaclo clas fcmnulas de
Freud a esse respeito, com a que se dedllz quanta ao usa da pra.tica
(que se reportcm a esse artigo que e5ta no itltimo nLunero cia l~l'olllli()11
P,sychialriqlle), para que se sinta a que ponto a regressao de que se trala
aqui e de natureza a nos sugerir a questilo de saber se nao se trata de
outra coisa do qlle de uma regressao te6rical
Na verdade, esta bem ai 0 modo maior dessa rejeiyao que designo
como essencial a tal posic;ao presente do psicanalista.
Ao retomar tais au tais questoes, novamente. ern sua origem, como
se elas nuo tivessem ja sido resolvidas em alguma patte, se faz estender
o prazer! Isto nao esta certamente na a<,:aodaqueles que estao sob nossa
I ~5
NODET Ch. I I.
"il
propos
de
III regl't'ssilm".
pp. 5 t 5-535. Toulouse, Privni. 19()(i. i)
in I;
J"'l'o/l/{ioll
p.~vql/iarriqlle.
t. XXl. .~.
lI:~'i)()ns~llJilidade. Retornarei a isso mais adiante, em seu tempo, p()is ~l'
!;1'II,lllll'ntc, h,l em todos esses efeitos. alguma coisa da orden! da illljJcllcia, nilO e 0 case de levar toda referencia possivel a algo da ordcl1J
lIll dCSOf,lcs1idade, se por tais forlllulas se aeha conjugal' e legiti!1HlrlIl1l<l
!I11alidade de lratamento que cobra as ilLlSOCSdo ego as mais grosseira~,
1.!\Ji.\1' dizl'r 0 que eo mais OpOS10 it renOVi1y80 C1naJitica.
o que quer dizer isso que temos (razido sob 0 tel11l0 de uiieflw,x/o
'IlIill1do comCyamos a esclarece-Ia por esse aparelho de involuc;ao siglliflc31ltc (sc posso chamar assim) cia rcpetic;ao')
TlI1halllos avanyado inicialmente que a alienaC;iIo e 0 significante ell)
i )ulro, l1a Illedida que faz do Olltro (COI11A maiLlsculo) lllTl campo mart"Hdu pcla mesma finitude que 0 proprio sujci/o, () S(A), S, parentese ab('110, A barrado
De que finitude se trala') Daquela que dellne, no sltjeito,
II lhln de c1epender dos efeitos
do signillt~ante.
.
o Outro como tf11_. digo 0 lugar do OtJ!ro, na rnedida em que cvoca a
1I~Il;essidade de certeza de uma verdade ._-() OUlro como tal esta, se pOSso
(Ii/.er, se permitctrl essa palavra de rninha improvisac;ao, I·RA'I'( 'I~I\I)()
l1il l1lcsma forma em que 11650 apreendemos no proprio sujeito - mas
pi l'cisarnente, cia maneira on de a marca cia dupln volta topol6gica cia
Icpeli<;ao - 0 O\ltro tamlx\m sc cncontra sob 0 golpe de5safi/filmll.!
'\SSi111 se aeha colocado <1 divisao no centro das condi<;oes da vert!;1,!t:. Complica<;1io, dizCl11os, trazida com tOd3 cxigblcia do tipo leibIii I.cano da f'('SI!J'\'U da supracitadfl.
quem Jizer, da verJade. A sail'" I'('!f'ilalf'. essencial a toda ordem do pcnsarnentofilos(\.llco
e para nos·- e ni10
lIlli,',lmente do fato da psicanaJise: manifesta em todos os pontos dessli
1~labo/ayao que se faz. em nfvel d<1 16gica matemMicae para n6s illil
!JO\lCO mais complicada
Ela exdui em todo caso, completamentc. lolln
!tlllWl de absoluto intllitiv/\ a atribuiyao, pOl' exemplo, ao campo do
cia dimensao _.qualificada tambem spinozianamentc
se qUiSl~l'Clll
de Elerno, pOl' exemplo ..
I·.slc declinio permanente do Outro e inseparavcl do dado lla l'\
. p.:ricncia subjetiva. f.-: ela que coloca no centro dessa expeli(~IJI:iil (J
i'l'/\()ll1eno da crenya em sua 3mbigllidade, COl1stitllida disso: qll(' 1I:IP
e pOI' acjdt.~nte, ignorilneia, que a verdadc se apresenla na dinH;lls,lO do
,,'fll1lcst{\vel -- fen6meno que nao cleve ser considerado como Uill l';IIl1
Oiltl'O,
de falha, mas como fato de estrutul'a -- e que esta ai para nos 0 l'0nln
de prudencia, 0 ponto onde somos solicitados a avanyar em pas~o(olos
mais discretos, quei-o dizel' os mais discernentes, para designar 0 ponto
subslancial dessa eslrutura; pOl' nao se pl'estar it confusao na qual se prccipitam, nao inocelltemente sem duvida, sugerindo para iS50 lima fortn;1
renovada de positivismo.
Bem antes deveriamos encontrar nossos l110delos no que resta de tan
ilTealizado e, portanto lao vivo do que a tradi<;:ao nos legcm de fragmcn
Lario dos exercicios de ccticismo, na medida em que nao sao simplesmente esses malabal'isl11os cintilantes entre doutrinas opostas, mas au
contn'lrio, verdadeiros exercicios espirituais que correspondem certamente a uma praxis etica, que da sua verdadeira densidade ao que nos
resta de tearieo sobre esse assunto e sobl'e essa rubrica.
Digamos que se trata para nos agora, de dar cOTHa em termos de
nossa logica, do surgimento necessario do lugar do Outro enquanto elc
esta assim dividido. Pois para nos e ai que nos e demandado situar nih)
simplesmente esse Jugal' do Outro, 0 respondente pelfeito disso, que
a verdade nao e enganadora, porell1 mais precisamente, nos c1iferentc~s
niveis da experiencia subjetiva que nos imp6e a dinica, como e possiwl
que Se insiram ai, ncssa experiencia, instancias que nao sac articuUtvcis
de outro modo a nao ser como demaodas do Outro ... e a new"ose.
E aqui, O£IO podemos deixar de denunciar a que ponto e abusivo 0 USP
de tais ten110S que introduzimos .. colacado em destague, como aqudc
da dem cm da, par exemplo, quando n6s a vemos retomada sob a pen a de
tal noviyo a se exercer sabre 0 plano cia teoria da analise e para marcar
como e essencial (0 pixote mostra aqui sua perspicacia) calocar no cen·
tro e no inlcio da aventura uma "demanda - clita - de exigencia atual"
E isso que desde scmprc se avam;a fazendo girar a am\lise em torna cia
"flUstra<;:ao" e da "grati11 ca9ao" " 0 usa aqui do ten110 "demancla" que
me e emprestado, esta ai apenas para embal'alhar os trayos do que ck
rato e esscncial, que e que 0 sujcito vem a anali.se nao para demandtll
o que quer que seja de uma exigencia atual, mas para saber 0 que ek:
c1cmanda. 0 que 0 leva muito precisamente a esta via de demandar 'IIIi.'
() (Jllff'() /he demallde qlla/quet coisa.
o problema da demanda se situa no nivel do Outro. 0 desejo do
Ileur<'ltico gira em t01110da demanda do Outro eo problema 16gico e de
'lolWI «)1110 jloc!emos situar essa funyuo da demanda
do Olilro, SOlJll'
t~W,('slIpnrk que 0 Outro puro e simples como tal,. e /1.., A banado
(}utros tcrmos tambem estao a cvocar como achar no Outro sell
. 1l1}1,!1t [I illig/isfia
do Outro - verdadeira raiz da posiyao do sujeilo (:01110
-lJ\l~it;f!(l Il1tlsoquista. Digamos
ainda como devemos COl1ceber i8(0 que:
U/v1 i'()HT( ) 1)1: (107:0
(~FSSJ
~NC[AIJvlENTE
OB:srmv
A VEl.
COj\l!O U();'O
I)l)
0 qual e impassivel
compreender 0 de que se trata na
contudo, que e 0 lmica referente estruturaJ que pode
~~t! la/HO ao que na tradiyaa se apl'eende como SelhstbewlI~fsl!ill. Nada
···~!ilIl1S no sujcito se atravessa
real mente em si mcsmo, nem se perfura,
,;(' !l0SS\) dizer como tal - tentarei desenhar Ul11dia para voces, algum
nHllld () infantil "- nada mais, senao este ponto que, do gozo, faz 0 gazo
do Olilro.
'II!
j
Ili()·
ponto sem
l l;lVl'rs~lO Ponto,
j
N,h> e de Ul11passo imediato que avanyaremos
nesses problemas
Pf'cJsi,11ll0S h~je trayar a consequencia a ·tirar da rela<;:ao desse grafico
IIn I \.:peLiyao, com 0 que escandimos como a escolha fundamental da
nJ 1 ('Il,ll,:ao_
E li'teil vel' nessa dupla volta que, quanto mais ela adere a ela mesma,
da tendeni a se dividir. Ao supaI' que aqui se reduz a distfincia de
.'" un1H borda a outra, e filcil vel' que serao dais aneis que virao a se isola!.
Que relai;ao h{l entre essa passagem ao ato da alienay30 e a repeti~~a.o
dil nwsma? Entao precisamente
iS80 que se pode e 0 que se deve chamaI':
Itlllis
11 t\l()
,j-;
(i hoje, de uma situayao 16gica do ato enquanto tal que quero aval1yar
premissas.
lissa dupla volta do trayado da repetiyao: se ela nos impoe LIlna !\)-
. ~·I)pl()giH, "00 e qlle !IOU im porte sohr/! qual slIpeJ:flcic qut! do j!od!' la
!Ul/r(fO de borda. Tentem tr~wa-Ia sobre a 8uper'{kie de uma esfenl, jil
lllostrci hit algum tempo - voces me dirao novidades! - t~wal1l-na r<::[(\Inaf aqui c tentem dar a volta de maneira que ela seja Lima borda, qllCi
dizer que cia nao se recolte cia mesma, isto e impossive!.
Sao (coisas possiveis) ....ha. muito tempo fayo observar- a n£io
em certo tipo de superficies, aqueJas que estfio aqui desenhadas, 1)(11
exemplo, como oloro, isso que chamei em seu tempo 0 cross-cap Oll
o plano projetivo, ou ainda a terceira, a garrafa de Klein da qual voc0s
sabem, penso, se lembram ainda do pequeno desenho de ondc se pOlk
imaginar 0 que e, bem entendido, que a garrafa de Klein nao tem nada
que a ligue especialmente a essa representayao pmiicular. 0 importantc
e saber 0 que em cada uma dessas superficies rcsulta do cOlic consti·
tuido pcla clupla volta.
Sobre 0 toro esse corte dani uma supeti1cie de dois bordos. Sobre 0
cross-cap, dant um corte com uma {mica borda. 0 que e importante l;
qual c a estnttura das superficies assim instauradas.
As imagens que esHio esquerda - e que introduzi na Llitima vez para
que possam apreender 0 desenho - representam 0 que constitui a supcrficie a ~nais caracteristica para imag,inarmos a funyao que damos it dupla
volta. E a taixa de Moebius, (no alto e it esquerda) onele a borda -- quer
sel'
a
@
Podemos tomar essa superficie par simb61ica do sujeito, COI11a
~~nlldiy;l()que voces cansiderassem certamente que samentc u borda
constilui essa superAcie. como faeil de demonstrar com isso: 5e voces
riV~:1\l um ~ol1e pelo meio dessa superficie, esse corte ele m e S !1 1 O conn;:J1l1a nclc a essencia da c1upla volta. Sendo un1 corte que, 5e pass(l
iH/,G~lo, gira sobre ele mesmo, ele
ele m esm o, esse corte (mica, ell'
Ilnmellte, toda a superf1cie da faixa de Moebius. E a prova e que iguall\lclde, quando tiverem fcito esse corte l11ediano, nao hil mais supert'icie
t1v Moebius, absolutamente! 0 corte, se posso dize-lo, "mediano" a retilOu disso que voces acreditam ver ai sob a forma de uma superficie. E
() quI.: lllostra a figura que esta it direita, que mostra que, ul11avez cortada
pdo Illcio, essa supertlcie, que anteriormente nao tinha nem direito nem
tlVl~SS(l,tinha apenas lima face, nao tioha mais que uma borda, tem agora
(1m dircito e um avesso, que voces vem aqui marcados
por duas cores
\.lifcn.:ntes; basta imaginarem certo, que cada uma dessas cores passa
110 verso da outra, la onde pelo fato do corte elas se continuam
Dito de
()l!l1O modo, apcs 0 corte, naa hit mais superl1cie de Moebius, mas ao
,'nntnirio, qualquer coisa que e aplicavel sobre um toro.
I;; isso que demonstram as duas outras figuras: a saber, que se voces
JiV;CIllde algum modo deslizar esta superl1cie -- essa que e obtida ap6s
'i C\111e - no aves so dela mesma,
se posso me exprimir assim, ista que
," hem imaginaclo na presente figura -- podem costurando de um outro
f.llndo as bordas de que se trata aqui, constituir assim lima nova supern"ic que e a superficie de um taro, sobre a qual esta marcado sempre 0
tHt;:;rno corte, constituido pela dupJa volta fundamental
da repetiyao.
e
e
Fig.XI-]
dizer tudo isso que esta no desenho (salvo isso, que e urn pernl. que nao
est{l la, de alguma maneira, inscrito apenas para fazer surgir na imagi.
na9ao de voces a imagem do suporte da propria supeIilcie, a saber, qlW
<lqui a superficie gira do outro Iado., mas isso nao faz parte ce11amente,
de nenhuma borda) - resta entao apenas a dupla volta que a borda, a
borda LlJ1icada superficie em questaa.
e
!'sIcS
'llHlgillar
fatos topol6gicos sao para nos extremamente favon\vcis p;lIa
qualquer coisa do que tratamos. A saber, que do mCSl1lO modo
que a /\I,lI;Ni\<;AO e imaginada em dais sentidos de opewvtles difcl'cnks
onde um representa a escolha necessaria do "au peliso escavado Lln
1 '.\ da cstruturalogica
_. 0 outro elemento que n lio p o d e escolher alternativa, que opoe que relHl.e 6 n6 do inconsciente como sendo esse algI)
onde nao 50 trata de urn pensamento de nenhuma forma atribuivel ao eu
instituido da unidade subjetiva e que a reune a um fltiO S O li bem marcado, que na estrutura do sonho del1ni como a ;fl/ro m is s C lo dos s l~ je il()S , a
saber, como 0 carater nao fixavel, indetermilUlvel do sujeito assumindo
o pensamento do inconsciente; a REPETI<;:Ao permite calacar em correla<;:ao, em correspondencia,
dois modos sobre os quais 0 sujeito podc
aparecer diferente, pode se manifestar em seu condicionamento
temporal de foona que corresponde aos dois estados definidos como aque]e do
e ll da aliena((ao e como
aqucle que revela a posi<;:ao do inconsciente ern
condi<;:5es especificas, que nao sao outras que aquelas cia analise.
Temos correspondente
ao nivel do esquema temporal, isto: que a
p a s s C lK e m a o a lo eo que e permitido na openwao de aliena((ao; que cor··
respondente ao outro termo _. termo em principio impossivel de escolher na alternati va aJienante - que cor-responde ao a C fil1 K -O /f1 .
que isto que1' dize1'? () o io , entendo ( I a lo e nao alguma manifest<:\vao de movimento. 0 movimellto, a desca1'ga motora (como se exprime
no lllVe! cia teoria) nao b<lsta de forma llenhuma para constituir um atl!
Se me pennitem lima imagem grosseira, U111 refJexo mlo e um ato.
Mas enfim, e ..· e claro! .- e necessario prolongar mtlito aJ6m esta area
do n tio a lo , 0 que se solicita no estudo cia intcligencia de um animal
superior, a conduta de desvio, par exempJo, (0 fato de que um maca eo
se apercebe do que e necessario fazer para pegar uma banana quando
um vidro 0 separa dela) nao tem absolutamente nada a vcr com Ul11 alo.
E na verdade, um grande llLlnJerOde movimento de voces, nao duvidem.,
esses que executarao aqui ao final dajornada, nao tem nada a vel', eeltamente, corn um ato.
o
Mas, como definir 0 que e 1I111 ato?
E impossivel defini-Io de outra maneira, a nao ser sob1'e 0 fundamen ..
to da dupJa volta, dito de outra manei1'a: da repeti((ao. E e precisamcntc
nisso que 0 ato e fundador do sujeito.
ate precisamente 0 equivalente cla repetivao por cia mesma, ek
o
e
em
(.' CSltl rcpCliyao
U111 unico
travo que designei hil
qlle C jlossivel fazer no centro da faixa de Moebius,
r1up];1 volta do significante.
POllCO
Ele
pOl' esle corle
mcsllJo.
e nele
Poder"I'ie-ia dizer, mas seria se enganar, que nesse casa 0 signitkant0
signiflca ele mesmo. Pois sabemos que isso impassive!. Nao metins verdade que e tao pr6ximo quanto possivel dessa opera((ao.
() sujcito, digamos, no ato e equivalente a sell significante. Ele nao
('st;~ nisso menos dividido.
Tratemos de esclarecer um pouco isso e coloquemos no nivel dessa
nliena<;iio on de a e ll (eu) se funda em urn e lf lid o p e t/s o tanto mais fa\ OJ:IVe! a deixar todo 0 campo ao E ~ 'da estrutura logica.
e
'tt!
e
tanto mais que e ll n i'to pet/so (quero dizer se
nil\) sou mais que 0 e ll que instaura a estrutura 16gica, 0 meio, 0 travo
Dllck: podem se conjugal' esses dois tcrmos), e 0 e ll a jo esse e ll ajo que
wlo (~como ja disse, efetua<;:ao motora. Para que "eu caminho" torne-se
\I!\\ alo, basta que 0 fato de que "eu caminho" signifique que eu caminho
de 1~IlO e que 0 diga como tal.
llil repeti((ao intrinseca a todo ato, que nao e permitida a nao ser pelo
('lei to de retroa((ao _. que se exerce peta fato da incidencia do significante
qlle 0 colocada em seu centro - e ret1'oa~ao dessa incidencia significante
:liJhn~0 que se chama "0 cas a " de que se t1'ata, qualquer que seja ele.
Ct'flHlllente, nao basta que eu proclame que eu caminho! E contudo, um
!IJkio de avao, f~ uma ar,:ao de ope1'eta: "Marchemos, marchemos! ... ."
!i ()que se chama em uma certa ideoJogia tambem, 0 "engajamento"; e
Hmo !llie the
a caracteristica comica bem conhecida,
o importante a detectar nisso que do ato esta em procurar lit ande
_ it !'slll/jura 16gica nos apresenta
.- e nos ap1'esenta enquanto estnltura
h1g;~:a - a possibilidade de transfonnar em ato iS50 que nUtl1a primei.
I'il i1lwrdagem,
nao poderia ser outra coisa que uma pura e simpkN
. l:if\1'\HU"". "Caio no chao"'" Oll "trope90", por exemplo: reflitam que esse
{;lio ck redobramento
significante, a saber, que em meu "caio no chih)"
!w H afirma9ao de que caio 110 chao; "caio no chao" transform a minha
H it l1 i'io p e n s ... s e e ll S O I/
da
e
J lorgcui lie: "a<;ao".
l\j" original:
',/e lom !> e
flU I'
lerre "
dondc surge
0 . arern
'
'
alcrrado.
qu<:da el11 qualquer coisa de signiflcantc_ Caio llO chao e fa(,:u com iS~io
o alo onde demonstro que eu estou, como se diz "alerrado". Da llleSllla
forma, " tropec;o" .:: mesmo "trope<;o" que porta em si Ufo manifest;1
menle a passividade do fracasso - talvez, se ele retomado e redobradn
da atlrmayao "tropeyo", a indicar,;ao de um ato na medida em que assumo eu mesmo 0 sentido como tal desse tropeyo.
Nilo hi! nada I'llque va contra a inspira<.~aode Freud, se lernbrarern qll~'
em uma pagina da 7 /'C Illln d e /lflm g e mais precisamente naquela onde elL'
designa os primciros lineamcntos de sua pesquisa sabre a identificuyilo,
ele mesma sublinha bem - legitimando por antecipac;ao as intrusocs
que fiz da formula cartesiana na teoria do inconsciente ... a observa<;'Ro
que lch tem dois sentidos diferentes na mesma frase, quando se diz lelt
denke w as ges1I//(jl!s K ind lch Iv o r, "eu penso", ou lch hedenke.
como
ole eliz ~xatamente, "ell l11edito, reflito, gargarejo com 0 pensamento lit'
qual crial1c;a suportaJch h ill .. .Ich w ar, eu era!"
e
A caracteristica cssencialmente signitlcante como tal e redobrada do
ato, a incidencia repetitiva e intrinseca da repetiyao 110 alo, eis 0 que
nos pennite conjugar de uma forma original - e de forma tal que possa
ern seguida satisfazer a analise de todas suas varicdades - a def111iyiio
do ato.
Posso aqui apenas indicar ligeiramente - pais teremos que retornar a
isso - que 0 importante nilo esti1 na definiyao do ato, mas no seu seguimento. Quero djzer: DO QUH RESULT/\ D() A.Tl) COMO MU[),\N<,I\ J)I~ Sll.
1'1.~RFiclI~.
Pois se Hllei hil pOlleo da incidencia do corte na superllcie topo16gica
- que descnho como aquela cla faixa de Moebius -- se, apcs 0 ato, a Sllperficie
de um3 outra estrutura em tal casa, se ela (~de uma estrutUl;1
ainda diferente em outro caso, ou se mesmo em alguns casos ela pade
nao mudar, eis 0 que vai para nos propor m ode/os (se quiserem) pari'!
distinguir 0 que e da incidencia do ato, nao tanto na d e le rm ilf((t.,:{io , mas
nas fn llta r(}e s do sujeito.
e
e
Ora, um tel1110que faz algum tempo deixei para tentativas e gostos
daqueles que me eeream, sem jamais simplesmente responder a objeyao
que me feita - e que feita hit muho tempo- que a V erleugl1lm g, pois
e
e
.p(ll~'nno de que se tratH, eo tenno ao qual necessitaria rcrerir uS d'l,,;ilos
\llll: rc.;scrvl:i com a J 'e rw e rfilll~ . Falei bastante
destc Liltimo no disrurs(l
J~~
!It.lje para /laD tel' que ai retornar. Pontuo simplesmente aqui quc () que
t' (hi tirdcm da V e r/e llg tlltJ lg
SEMPRE 0 que diz respeito a ambigil ..
HJadc que resulta dos efeitos do ate como tal.
Ullrapasso 0 Rubidio'·. Pode sc fazer isso ... SOZillho basta tamar 0
l/\,'fll para Saraceno em uma boa clirey8.o e uma vez que est~jam no trem,
VOC0S nao podem mais nada, ultrapassarao
0 Rubicao. Mas isso nao e
inn alo. Tambem nao e um ato quando ultrapassarem 0 Rubicao pensan- dli t.~lll Cesar;
a iJ J 1 ilU yao do ato de Cesar Mas vejam que a im i/([(,;tio
tOfllil, na di mensao do ato, uma estrutura outra que aquela que se SupGe
(?nll1wnente. Isto nao e UIlI ato, mas pode ser LIln! E nao ha mesmo neIlhuma outra definiyao possivel com sugest6es tao exorbitantes quanto
ill/uo!as que se intitulam a /il1i10~:iiodt-' Jesus ('risto", pOl' exemplo.
!':Ill torno
desse a10, qUt: de sej a imi tayao ou nao, que seja 0 ato
meSIllO, original, aquelc onde as historiadores
de Cesar nos dizem bem
t) Sl,;l1tidoindicado
pelo sonho que precede a ultrapassagem do Rubicao
IlIC nao e outra coisa sena-o 0 senticlo do incesto _.trata-se de saber, em
cuda um desses niveis, qual eo efeito do a10.
L 0 labirinto proprio ao reconhecimento
desses efcitos para urn suwitl) que nao pode reconhecc-Io, pois de e intciramcnte - como sujeito
lransformado pelo ato, sao esses cfeitos al que designam em taclo
lugar onele 0 termo justamente ernpregado, a rubrica da t-'e r/e u g n llllg .
e
e
e
o ato entao e 0 unico Jugal' onde 0 signifkante tem a aparencia· il
ItllJ\:uo em todo caso - de se significar ele mesmo. QueI' elizer de funcio11:11' fora de suas possibilidades.
o sujeito estil, no ato, representado com o divisao pura: a divisao,
lIit fio, e sell R e p rlis e illo llz . 0 verdadeiro sentido do termo R e p n J s l!II{((//;'
~~pati! ser tomado nesse nivel, pois
a panir dessa re p re S e n rG t1 C i' do
~llil.:ito enquanto essencialmente
divid.ido que se pode sentiI' como ess:1
(1llWao de R e p n 'iS I!//fa flz pode afetar 0 que se chama representa~i)(); 0
que faz depender a J .h rs te l/lfn g de Ul11 efeito de R e p rd s e lltu llz .
e
I;;X
SlJFTONE,
lie
d es d U llz e C h a rs.
1::"1 I\n6nilllo do XVB6eulo.
XXXI·XXXIl
r.
A !lara nos detem ... A pr6xima vez sera para nos a questao de sabermas como
possiveL que seja presentificado 0 elemento impossivel ell'
escolher da alienayao. A co~sa vale a pena ser relanyada em urn discurso
que Ibe seja reservado, pois nao se trata ai de nada mais que do estaltltu
do Outro, 1<'1
onde ele e evocado par nos cia forma a mais urgente, pOl'
nao se prestar a precipitayao e ao erro -- a saber, a situayao analitica
Mas esse modelo que nos da 0 ato como divisao e ultimo suporte do
sujeito ponto de verdade que, digamos antes de terminarmos, entre
parentesis, e aquele que motiva a subida ao topo da fi Iosofi a, da fUl1y31l
da existencia, que nao 6 certamente nada mais que a forma velada sob
a qual, para 0 pensamento, se apresenta a caracteristica oliginal do ato
oa funyao do sujeito.
Por que esse ato, em sua instancia, permanece velado, e isso naque]es
que souberam marcar bem a autonomia .- contra Aristoteles que nan
tin~a disso, evidentemente, a menor id6ia - quero dizer Sao Tomas?
E sem duvida porque a outra possibilidade de corte nos e dada na
parte impossive! a escolber da alienayao (portanto colocada em nosso
alcance pelo vies da analise), 0 mesmo corte intervindo em outra apice,
aquele aq,ui designado que cOJTesponde it conjunyao il1 C O fls c ie n te 'I!li
fla o s o u . E isso que se chama acting-out e e e dele que na pr6xima vel,
tentaremos definir 0 estatuto.
e
R~sllmamos., para aqueles que ja nos escutaram e sobretudo para os
outros. A alienayao - enquanto nos a tomamos por ponto de partida
~kssc caminho 16gico que tentamos trayar este ana - e a eliminayao,
pilI'a t0111arno sentido proprio,
"rechayo fora do Iimiar", a eliminayao
tlldin{lria do Outra. Fora de quallimiar? 0 limiar de que se trata aqueJe
qlle dctermina 0 c o rtI! no qual consiste a essencia da linguagem.
Quanto a i5S0, a linguistica nos serve essencialrnente, posto que ela
lJ)sforneceu 0 modelo desse corte.
l\ por isso que n6s nos encontramos colocados do Jado -- aproximallvarnente qllalificado de estruturalista ....da lingliistica. E que todos os
des~l1volvjrnentos da JingLiistica, principalmente, cllliosamente a que $(;
podcria chamar scmiologia, 0 que se chama assirn, 0 que se designa, U
I.JIIl:' se ostenta como tal recentemente,
nao nos interessa em grau semclflanle 0 que pade parecer, a primeira vista, surpreendcl1te.
e
e
A elirninayao, entao, do OUfm. Do OutfO, 0 que que isso quer dizl'l,
Outro, com urn A maiusculo, enquanto aqui ele 6 eJiminado'i f ~k t;
dill1inado enquanto campo fechado c unificado. Isso quer c1izer que I\(·)~'
Hllnnamos, com as melhores raz6es para faze-1o, que nao hi, UlliVL"~U
do discUfSO, que nao hit nada que passa ser assumido sob esse knl10
A linguagem e, entre tanto, solid{tria, em sua pnltica radical, qll\' ,. .\
II
psican{llise .. (noten}/que eu poderia dizer tambem sua pn'ttica medica, ,
Alguem que ell tive a surpresa de nilo ver al hoje, em seu lugar habItual,
pedhHne esse signa que ell deixei para adivinhayaa do termo que puck
dar em latim, mais estrito, do "eu penso"; se ningucm 0 encontrou, eo
o dou hoje - eu havia indicado que nao se podia concebe-lo senao por
um verbo lla voz mediana - e m edeor, de onde vern ao mesmo tempo
a m edicina. que no momento eu evoco, e a m edirm ;:lio"'} , , a linguagem,
em sua pnhica radical, c solidaria de alguma coisa que nos vai ser preciso agora reintegrar, conceber de alguma maneira sob 0 modo de uma
emanayao desse campo do Outro, a partir do momenta em que nos tivennos que consideni-lo como disjunto, Mas essa coisa nao e diflcil dl'
nomear t~disso que se autoriza precariamente esse campo do Outro c
isso se chama, dirnensao propria cia Jinguagem, a verdode,
Para situ'll' a psicanalise, poder-se-ia clizer que ela vem a ser consti·
tuida por toda a parte onele a verdade se faz reconhecer, meramente pdo
que ela nos surpreende e que ela se imp6e, Exemplo, para ilustrar 0 que
acabo de dizer: nao me e dado, nem do3.veJ ", outro gozo senao aquek'
do meu corpo Is50 n3.o se impoe imediatamente,
mas duvida-se disso
e instaura-se em torno c1esse gozo, que
exatamente desde cntao meu
ullico bern, essa grade protetora de uma lei dita universal e que se chama
"as leis do h0111el11" Nlngucm poderia me impeclir de dispor ao mcu
grado de men corpo, .. 0 resultado, no limite, nos estamos chegando 1~1,
a passos lentos, nos outros psicanalistas
e que 0 gozo esgotou-se parH
e
toc!o munclol
ls50
0 avesso de um altigozinho que ell produzi sob 0 titulo de
K ant com ,,,'ade';, Evidentemcnte, i5so nao e dito ali pelo direito ,_.e i111
avesso NiIo era pOl' i5S0 mcnos perigoso dize-lo como disse Sade Smk
e exatamente a prova. Mas como ali eu s<S fazia explicar Sack, e monos
e
perigoso para mim!
A verdade se manifesta
de maneira
enigmatica
110 sintoma
Que ('
que? Uma opacidade su~jetiva, Deixemos de lado (\ que estil daro, ,;
enigma jkl torn i550 de rosolvido, que de e apenas um rebus t: n,',s
nos apoia,rno5 por enquanto nisso, que ao ir rapitio demais poder.se··ia
lk~ixal' de lado, e entao que 0 sujeito pode ser in tfY m s p a re flle , i~~tamb0m
que a cviddncia pode ser oca, e que vale mais "em duvida doravalltc
fljllstar a palavra ao participio passado e,vaziado,
o sujeito e perfeitamcnte coisico E cia pior especie de cOIsa' A coisa
11\'\I\.1lalla.,precisamente
Quanlo a evidencia, sabemos que eia e bollia e que eia pode ser esvazinda Nos ja tivemos por varias vezes a experiencia disso. Tal eo plano
fiN onde so encarninha 0 pensamento
l11oderno, tal como fVlar;.;,inkialWll'nlC, deu 0 tOlll, depois Freud, Se 0 estatuh) do que Freud tr(\uxe e
l\l 'nos evidentemente
triunfallte, talvcz seja, justarnente. porque ele foi
. Inuis longe, Isso 5e paga.
II
(llj(~
()
bso 5e raga, pOl' exemplo, na tematica que voces enconlrarao desen'\'\!lvida nos dais artigos que eu proponho a aten.:;:ao de voces - ao esluc!o
~l, voces, sc voces dispuscrcm
de bastante lazer para isso- porquc des
tl!;;,;vul1l formal' aqui 0 fundo sabre 0 qual val encontrar
lugar 0 que eu
,ijV1HICl:J, ao reto.l11.aras coisas no ponto em que as deixei da idtima vez a
..efllnplct<lr nesse quadrangulo que eu comecei a tracar como para articu~
-~lf t'lll1damentalmente sobre a repetiyao.
t\q)l.~tiyao: TUnAl{ TFr,IPOIV,L, onde vem 5e tratar 0 que eu deixc:i de
Jnldo suspenso em torno dos term os putam enre /6gh:os da alicnayilo,
. }.\ns quatro p610s que pontuei da eSt:olha a /ie l/a n le pOl' tlrn3 lado, dalns ..
If;I\:i'iO pOl' outro, em dol5 desses pi:,los, do E " do is s o , do in c o n s c ie l/(I\
. Otltro lado, para Golocar no quarto desses p61os, a c a s tra (,'(J u . Esses
tIn knnos, que puderam deixar-lhes em suspenso, tern seus corn;.,
udell!es Ilngulares'
naquiJo que eu cOlnceei a articular, da \'dtiirlii
, muslrando··lhes a estrlltura Cundamc;ntal da repeii<;ao, POl' LillI Indo
siluA-la direita do quadriinguJo da !unyao, pOl' OUlIO, no p{>io du
't'lta'~, desse modo priviiegiado
e exemplar deinstatlr(ll;~50 do sujeitu
a
11 ('
1.10
a /)((s s a g w l1
a o a lo ,
ERNOUI e l MTlLLE'L "/\ nliz "med'" cnconlrH-SC de uma ponla a ontra do domini"
indo-emopeu.
no seniido de "PCI1Stlf rctletir"', t1'eqOcl1iCmcnlc com valorcs ttc,nicos:
pcsar. .iulgar" Oll "cliidar (dc \1In docntc)",",
No original: "d o llll< lb fe "
A .'rlill C O II/ Sade. 1963, rctoll1Hdo nos E',critos,
"w<:;dil'.
~l.nH-~~J.:·-tlllglnj~~~
}\ {llll/;Ho
~ln jl,~pci'i,.rrO(;st{t
~\ dircitH
dn qundn1ngulrL.l dircitn dn
pn~:':~iag(~l\l
;10
:t!{l
Passagem
a
.'
da pnssagcll1 ao ato tal como ele pode, nos enquanto psiquialras, nos
i'olnear prohlemas e se instituir como categoria aut6noma- distingllir II
l1 t'/lJ IJ ,.{-m l!.
Ell so avancei entao Ul11 correlato, aquele que 0 aparenla
au
ao
alo
',JIlIOJl1(1
enquanto manifesteu;:ao cia verdade, Nao
/' lililalll
ai outras condi~5es,
e, CFRTA/vWN'j
I;
(I
(INII. \)
'
l::spern entao que ao mcnos alguns dentre voces saibam - paralda!ll(~Il,tea csses enunciados que VOll ser levado a colocar a disposi~,ao de
pcrcorrer pel 0 menos
VIWCS
'w
Quais sao os outros polos dos quais ell tcnho que tratar agora') .Ii, dil
t:tltima vez, Un! lhes foi indicado:
o a c tilJ g -o llt, que VOll tel' que articular uma ve?: que de se situa IWSSL'
lugar, elidido, ondc alguma coisa so manifesta eliminada do campo do
Outra -- que acabo de lel11brar ,. sob sua forma de manifestayao vcridi
ca, Tal e fundamentalmenlc
0 scn(ido do a c tin g -o il I. Pc\:o-Ihcs <l\j!li
simplcsmente, que tcnham a paciencia de me seguir. posto que tamhl~J1l
ni'lo posso trazer esses tcrnws
i"so a que des so rcfercm a eslrUlll,;\
- se posso dizer, senan
dil CI!1nH~nte
Ao quercr
cami nhar
por
progrcs';{jI
I
ate critic-a do que ja Se csbo(;ou ck n:rta l'or111ula(:;10 sohrc as tCIHi",
ji) Cxplcssas
na anillisc, n{lS ';(,',)poderiHI11\)S litcrnlmentc
1l0S perd('! l\(l
mCSlllO labirinto que essa !eolia cnr1stitw,
lssn fino quer dizel, (\ rlaro. qu') nhs rej('it(1vamo:~ nem ~)S dadn:> !lCHl
[!
experi0ncia,
PHIS (]liC
q,":,
sLlhmet,·n'(1S 0
f~'Jflnulrts a C%D pr\)V,L.
(!t' V('I
{!,IC perrnitili'in. naqui!o
qlii'
fun dtl do,.
lllas 0
"t'
j{\ t(li
nno
(/\1\'
nos
cs!Jo\;:ac!o, ddlnir
de
p,,, 'I
nOSS;1S fOI
milk
trnuv'nnn
'.' pn:ci:;ameI\1c
n[IO apenfls l'
1',''11
scntidn
o o c liJ lg -O III, cn!iio, que avan\o, voce;s jn 5ClltC111 proVaVellJ1Clllr' ;,
pertincncia que hi! elll avanva-Io nessa situar;ao do campo do Outro 'iii"
se trata para rH'>sde reeslmturar, se posso dizer Mesl110 que fosse apl'n:,.
ISso que a h!sloria, tal como a cxperiencia prossegue, nos indic1i !wl,}
,nenns numa ccrta c(lrre:,po!ld(~ncia global dess{~lermo com 0 que iil.,1 1
!lIi a c:\pcriencia
allalit;c::,. 1::.1.\ nao digo que 86 haja a c tin g -O il I no ,'l\I'"
da <lI1Mise Digo que 6 das an,ilises e do que ali se prochll: que :,lllu,IU "
probkm<l, que surgiu a distirwao fundamental
que fez isolar
do ;!I",
0
que, numa certa data, que
e uma
data em
1947 o~ de 1948 - 0 Y earhook of P .\y c h o a l/(I~ v s is comeyou
jlllhll<;ar depois da segunda guerra ....e a f6nnula que Otto Fenichel
IllJ 110
Iht
J,c
"a U '
h,
a
i l'
IW llrO lic a C lin g -o llt".
Qual eo termo que voces van ver inscrever-se no quarde aflw3ncia dessas fun~oes operatorias que determinam 0 que
:llllCtilamos
sobre a base da repcti~ao? A coisa cleve surpreende.1.' penso poder sustenta-Ia
tao amplamente quanta possivel para a
prossigo,,,
Iii fHlIll~)
tip"
1{~1'i
e alguma coisa que, singuJarmente, pennaneceu
anahtlca em um cel10 suspense, que e seguramente 0 ponto
lIP! 'Tla~'~l() de ,\~oces.1)11 Il'Pl1i1
t-{IIII'f'llual
em torno
do qual se acumularam
de ralsos semblantes. Para nomea-la,
Hi/POlliO
e
0 maximo
de nuvens
eo
e tambem j~t esta escrilo
HO 'JllHdr(l (uma vez que a essa nota de Heinz .Hartmann U,i que eLl Ihes
n\\ II •\' l'eportarem para apreender UI11fruto ti pi co cia situayao analitiea
.'lhlll11I)l () tal)
a sliblim c{{;lio.
e
" ,,;\
~lJhlimayao
e
0
Lermo -- que nao chamarei
mediador,
porque
ole
lllermo que nos permite inscrever 0 acento e a conjullyklo do
'11ft I' d"posiyRO subjetiva, na medida em que a repeticao e sua estnltllra
J~j\lliliJwlJ!aJ, l~ que eJa comporta essa dimensao essencial sobrc a qual
~ '~lrl. un (lido () que se formulou ate 0 presente da analise, II maior uh>j\iJ41 d'Hk, c que se chama a sati Snlyao,
"itf!'ll
(J "
{'
*
I I 1
c
I'"
'1Ii'l. OTTO,
Ill' 1"7· 20(,.
11.1\11IMANN
I')".
{i,,',!rl/,f
J killl,
vol.
"The
neurotic acting-ou1",
"Nolos Oil Ih~ tlwory
10, I'p,lO-29
Or
ill f'.\T c lIO O /la !l'Iic
.
.
sulll
R e v ie ,l'.
1')--15,\ "I l!
ill}{1 Ii 011". io!'.,t'diU'"lal,'ll>
.
\!It,Ii'
i'l
I? c ji'ie d if.';/ltlf!"
diz Freud. Si1l1am ai a presenya do termo !'I'ie d e , cujo
<;CI11i~iocor~un~ e: a P~L Penso que vivcmos numa epoca onele essa pa-·
lavrn, pelo mel10S, nao Illes parccera tmzer com eta a evidencia
que
que a sati sfayfio, Cjue Freud cOl1juga para n6s enquanto ~~S
~cncial [l repeti<;ao sob sua forma a mals radicaP Posio que tamb<bm, (,
sob esse modo Cjue de plOc1uz diante de nt'll' a func;ao do H /ic d e rh o lllllg S ::lI'C ltlg ,
cnquanto ele engloba n50 apenas tal funcionamcnlo - ele, bClil
10caliz,iveL da vida sob 0 termo do principie do prazer - mas que clc
sustcnta essa propria vida, que agora pademos hem admit!r c, ate niss\1
tornoll-se uma verdade palpavel, que nao e nada do material de que ela
trata, que no final das contas 1180 estcja moria, digo, em sua naturcnl,
o
.
St'ria di /l'r que tudo seja taa simples, quero dizer, que tantas allrl11;Jpara fazer uma articulayao aceitavel? E a quesHio que tcnto
{Jv<lJll,'ar hqjc <.Iial1te de voces e que me faz empurrar pra frente a subli.1)lHl",ltl como 0 lugar que, porter sido ate 0 presc;nte deixaclo inculto Ull
,!~f!lwlin com garatujas vulgares, e contudo aqueJe que vai nos peonitir
rOlliJ r<.:cnder de que se trata nessa satisfalYao fundamental, que aquela
i't!lt' 1'1 cud arlicula com o uma opaeidade subjetiva, corno a satisfayao da
~I"cr; baslt:!d
e
e
r~·Ji(~lliia\J.
. "'ssa conjunyao
de urn ponto basal para a J6giea inteira, pois 0 que
nesse Jugal' marginal do pensamento, que e
J~qlldl' fugal' de penumbra, fugar de /It'ilig h t . onde se dcsenvo!ve a
-,;;no HlIlll itica, se nos arrastamos cOllaseo as exigencias da J6gica, somos
l~vnd(ls 11 nos satisfazermos, enfi11l, que n6s ressaltamas pelo que pensa
llntll scr sell melhar nome. ,)'lIb M g i< .:o , e assim 0 que, aqui mesma este
fHjll, I 'nlamos inaugurar
.
mJH :11l'Dstamos
inanjmada; mas que t~ contudo claro que esse material com que e1n "l'
pareee, cln nao 0 entregar~l elll seu dominio do inanimado "senao a SUti
maneira", nos diz Freud. Quer dizer, estando tuda nessa satisf,wao qlie
comporta
que cia rcpasse e retrace, pelos mesmos caminhos que cia edi
cla nos testemunhe que sua essellcia
e de percorre-los novamenle lIa, se;iamos bem modesto:,;, um ivl\INJ)O dC'
relAmpago tcorico para sua verific<waol
Freud l1ao 0 um biologo C llma flas coisas mais surprecndenles,
(Pll'
poderia ser decepciollante sc 11(\8 acredititssen10S
que basta .. f1lcr (;l!!
sell oensamento 0 Jugal' de dorniniu
das pot\}ncias da vida, hasta p,II:1
faze;· algo que pare~a~··col11a t~dificav(10 de uma d~ncia que se Chamil!,[
biologia.
Nos, analistas, n6s tl~O tCliltalllos eontribuido FM NI\I);\ ((J11i
qualc~ler coisa que pare<;:a c.om a biologia. Assitn 111(:51110 e SUlpre('1l
denle1
Mas pOl' que. cOlltudo. Imll1\(,~Jl10-nos (ao f1rmes na g;:lrantia de qll(
porI rhs da sati sfac,:i)o COni ;:lqU;il[(,ltws a ver quando se trata la repc!iVIl'
C alguma t;oisa que dcsignamns
com todo desajeitamenl0,
com tnda ,I
jrnprudt~ncia que pode comp0l1ar, no ponto em que cstarnos cia pesqlli"iI
bio16gica
esse [enno, que 1}()Sdcsignamos .. (esta ai 0 senti do. 0 ponl"
de 8ncoragem, que eu irei Hie dlilm arfiJeisti! de Freud), que nos clwl1l:i
1110S, a S a lid iJ ~ ,ti(} sexual? E isso pela razao que Freud avan.;;ou dianli.: (Ii'
JUl1g medusado. para af'astar 0 "rio de lama", tal como Freud 0 apn.'l'I,1
a rcspeito do pensamento que de clesigna com 0 termo ao qual nflo ~,.
pudc deixar de chegar se nos seguramos firmes nis5o, que ele desi.!'ILI
ncou,-, como? _.-e que seguramentc
(;0111(\ 0
recurso ao ocultismo.
conoseo
1·11 pronuncio a
41ltlfl:ar nisso que
tenno no momento meSl110 em que vai se tratar de se
sublima<;iio.
e da
II !lId, J1lcsmo que de nao tenha desenvolvido d{~maneira nenhuma
. pd:11; JIlesmas razoes que tomulll as desenvolvimentos
que acrescento
.1 t'l1l/lIlIlItO necessario::> .- Freud aflnllou, segundo 0 modo de processo
{flit' \" dt' sell pensarnento,
que cOllsiste (como dizia urn Olltro, Bossuet,
jlollll:ado Jacqucs-.f3enignc),
que consiste em sustentar tlunemente
41ffdila,~ pontas da cadcia: primeiramente,
a sublimac;ao
e = ie l.r;c h e m m f,
~ llHlIlIHlmente,
ele nao nos expJica 0 que isso quer dizer! Ell ja (entci
tjij~1Pili para voces a distj 11,;50 j inerentc a esse termo de zielJ!.ehem m l,
JtHvt'j 1l1inhas refen§ncias em ingles, enCjuanto mais ul.:csslveis, a difcrtll\'iI <Jlf{~ hit entre 0 aim ~ (I goa!. Digam c;m frances, e 1l1Qll0S claro,
'1m ' K01l10S foryados a tOn1ar palavras ja em uSO na filosofia, N<)s
... l(ki l;lIflOS, contudo, tentar dizcl' "0 tim",
a palavra mais fragil, porque
'i.,llJi\'i~() rciotcgrar ai todo 0 encaminhamento
que 0 de que 5e trata
,It!) " illi,
"'0 alvo". Assim
a mesma distibcia que M. entre aim e goal e,
fffli n1r111t10, entre b le d e Z ie/. A Z lfJ (!,:l(fllii,~ ;~ ig k e it, finalidade
sexual,
~y flao nos disse que ela fosse de forma alguma gehen/m l, inibida, na
~{J1)lijll;)(.:[lo: 7ielgehem m /, E e precisamente ai que a palavra e feifa cx~jflli'IIIC
pai'a 1l0S deter .. j5so que n6s gargarejamos
com 0 pretcnso
I.
a
e
e
.
e
objclO da santa pulsao genital, isto e, precisamente 0 que pode sem IlCnhum inconvenie,nte ser extraido, totalmente inibido, AU SENT!':. no qlle l~
entretantQ ela pulsa,a sexufll, sem que ela perca em nada sua capacicladc
de B (friedigullg, de satisfayaa
Assim
desde a apariyao do tenno de S 'lIh 1 im ie t'lfllg , como Freud (\
definiu em termos sem equivoco, Z ie Ig e h e l1 1 l1 1 I, par Um lado, mas, por
outro lado, satisfayao encontrada sem nenhuma transformay3,o, eleslocamento, alibi, repressao, reayaa au defesa, E assim que Freud introcllli"
caloca diante de n6s, a fun<;ao cia sublima<;ao.
Voces vedo, no segundo desses artigos - (ha tres deles escritos ali,
mas a que eu chama de segundo, e 0 segundo que eu nomeei hi! POllC!>,
o de Heinz Hartmann; 0 primeiro que eu nomeei sendo 0 de Feniclll'l
eo AlexanderlH sendo apenas urna referenda de Fenichel, quero dizcr
o ponto designado por Fenichel como ponto maior de introclu<;ao ao
termo a c tin g -o llt na articula<;ao psicanalitica) voces se repoltarao ent1\\)
ao artigo de Heinz Hartmann sobre a 5ublirnac;ao; ele exemplar. Ele
exemplar naquilo que nao e, a 110ss0s 01h05, absolutamente
caduco n<l
posic;aa do psicanalista: e que a abordagem disso com que ele tem a vcr,
enquanto responsabilidade
do pensarnento, 0 encllrrala, sempre para algum lada, em lIm desses dois tennos que designarei da maneira a mais
suave: a banalidade, que cada lIm sabe que hit muito tempo. eu designci,
C0l110 0 representante
mais eminente, Monsieur Fenichel ... (a paz e~tej;t
com sua mem()rial, , seus esclitos tern para nos Uln valor hem grande Ill)r
Ser 0 ajuntamento, seguramente bem escrupuloso, de tudo 0 que pode
surgir como buracos na expetiencia; ali falta simplesmente,
no lugar
desses huracos, 0 ponto de interroga<;ao necessario), Quanto ao que (~
de Heinz I:-Iartmann e da maneira que elc slistenta - ao longo de LIma:,
quatorzc ou Cjuinze paginas, 5e minha lernbranc;a e boa, com os pontos
de interrogayao, ali - 0 problema da sublimayao, pense que nao pOLk
escapar a quem quer que venha ai COll1Ufl1 cspirito /lOVO, que um tal dis
curso, que e aquele ao qual pec;o-lhes para ~e reportar. aos docllmento~
e,
e
137 l\LEX!\NDER F,R" "The N"urolic Character" in !/tle m o lio llirl
1 ),\\'C "O lll/(I~ )'s i,\',1
1.,'iIS('!7l'iJifiir
(Ho, vol,' I,
P .\y c h o 'l/lI1 ~ l"\\"
11"
J O llm o l
3,1'1',:292-31.1 l'rill1"ira publi"w;iio no
XIV PI'· 26-4·4, IS):?8,
c
n(
1 I1 1 < '1 'II0 z I0 /I1 1 1 < '
d,v.;r~I,IIUf1(lo
!',iHl VOC~S al i onde ek est{l, onde VOCeS podem faei IDlentc
!i'IH'(ln(r<'l.!l1
C UI11 disclll'so de ll1enlira, para falar propriamentcl
1\)\10 () apardho
de um prelt:l)So "energetismo",
em torno do qlll:.
" ~ 11l,'posIO algurna coisa que -:onsiste precisamente
enl itll'e l'ft'1 ' 11
11rt!:lgclll do problema, em interrogar a sublima<;:fto cnquanto cia 11O~;
Illil;lldllltmlc proposta como SCl1do idcntiea e nao deslodwel (~l11 rda-
"tin
fI
alguma coisa que
e propriarnente
Ile~sc nivel, do tenno
(com as aspas que irnpCjem
0
entretanto, a "pulsao sexual"!
11l'lit'Jlr:r isso c, ao interrogar
da maneira mais escandida 0 que 6 det subIilu;I~';l() \.:I\quanto senclo religada ao que n6s afirmamos, a saber, que as
-1'i1t1<;(\cs OU e ll (que da maneira a mais indevida, colocou-se
como sendo
;1>1\,
"i1uI6Iluma",
de "pulsao"),
como sendo mesrno de Lima fonte
outra que daquilo
que se
nessa linguagem confusional., uma "fonte instintual". como se
111IlH,:il. cm Freud, .issu tivesse sido colocado em questao l)
de saber entia
.i;n!l)(l cssas fUllyOeS tao puras do ell ,- relatadas na mcdida da realidade
i"0,tlidn ..a como tal de Ul\ltl maneit<l cssencial, restabe!ecendo entao, ali,
ljP ,'m:I<,~aodo pensamcnw
anallti co , 0 que todo 0 pensamento analitico
H.~l'ila que hf1 essa rda~50 iso!ada, dirda, autollOl11a, identillcflVel, dl;;
[>'Ia,;;'10 do puro pel1sall1t~nlo com Ul11l11ul1do ql e ele scria capaz de aboldw, scm set' ele 111051110inlciranWIltc
atruvcssado pela f'un<;ao do desejo
';01110aCOlllecc que p0~,sa ViI, daquilo que t~entao alias a mOJadia insli~hltll,lIau sci qual refkxo, nao sei qual pintura, nao sei qual i.:olom<;:ao, que
tit' challHl, lextunlJlIcnlc,
"sexualiz<l<;:ao das fun<;oes do e g o "1
I JIIHl vez introduzi da ,1s::;irn,a quesUlo se toll1a Jiteralmente i nsolllvcl;
Jill indo 0 caso nunca exdui ludo 0 que se propoe
pnlxis da analise,
e!Hul1;l,
a
Para abordar
lUt!iVj
I'
esse
HICllhlrlllOS
0
que diz respt,~jto 11sublinllt<;uo, nos
101'1110primeiro,
no
problema,
mediante
qlJt~
e aqucle
0
qual nos
e [)ccess{ulo
c impossivd
i3 :~
inno::;
de onde parti da Llltil11a vel.,
fJltllllindo 0 n c !o :
() alo e significante.
LIe t~ um signiflcante
que se repete, ainda que se passe apenas em
Naluralmente, tudo isso mereccria ser apoiado. rVlinha segun.tlll,:tl \.~
que mpd tCll!lo auditores que tem a experiencia 3nalitica e que, se ell dis
;leI ,1I!!uma coisa por demais excessiva,
pen so, poderia provocar algll!1S
burros. Mas, creiam~l11e, eles nao dirilo 0 contritrio, porque des sahelJI
laillo quanto eu. Simplesmente,
nao quer dizer que se saiba tir'1r SIJa$
\;Ollscqllcncias, par nao saber artieulil-las.
que quer que seja, isso leva~nos a tentar talvez introduzir al UI1l
pouco de rigor 16gico.
Lln1gesto, par razoes topol6gicas que tornam possive! a existcl1cia do
duplo fecho 6iado por um so corte
E a instaurac;ao do SlUeilOcnqucrnto tal. Quer dizer que, par um. ato verdadeiro, a sujeito surge diferente, em razao do cMe, sua estmtura e modili""
cada,
_ E, quarto, seu con-e1ata de desconhecimento,
OU, mais exatamentc,
()
110sujeito, ou 5e voces queren1
limite imposto ao seu reconhecimento
ainda, seu R e p rd s u n la n z na V o rs le lb m g , nesse ato, e a V e rle //g lllfl/g
A saber, que 0 sujeito nao se reconhece nunca em seu verdadeiro alcanee inaugural, mesmo quando 0 sujeito
capaz, se posso dizer. de
ter cometido esse ato.
o
o '1to esta fundado na repetiliao -. 0 que, na primeira abordagem,
lk mais acolhedoL
para 0 que diz respeito ao que e. 0 ato sexual!
c10s ensinamentos de nossa santa Madre Igreja, hein!
l.\imbremo-nos
Plimeiro, nao se faz isso junto, oao se trepa - hein! - senao para fazer
vir itO munclo ... LIma alminha nova' Deve haver ai pessoas que pensarn
uil;so! E filzem! [risos] Enfim,
llma suposi(,:iIo ... e]a nao esta estabdl,'cida. Poderia ser que, por mais adeqllado que seja esse pensamento
do dogma _. catotico, eu digo - lIaO soja, ali onde se produz, senao urn
e
e
e
at que convem que !1{)snos apercebamos disso - que
esBem,
sencial em loda compreensao do papcl que Freud da it sexlialidade, 1H1
inconsciente - que nos nos lembremos do que a linguaja nos da, a saber,
que 5e FflLA de " 0 a id ' sexual.
ate sexual poderia ao menos nos sugerir - a que, alias,
evidenlc,
porque, desde que se pensa ... enRm! lsso se toea imediatamente ... - 6 que:1
eoplllaliao pum e simples nao e evidente. 0 ato tem todas as caracteristic:l:-;
do ata, tal como aeabo de lembrar-lhes, tal como nos a manipulamos, mum
foml<t tal como ele acaba de se apresentar, a nos, com sellS sedimentos Sill
tomoticos e com tudo 0 que 0 faz mais au menos dar certo e trope9ar
o ate sexual apresenta-se exatamente como um signincante -"prinwi
o
e
e
'ii IltOl1la.
ramcntc.
E como um signif1cante que repele a lg llm a coisa. Porque a pril1wiril
caisa que em psican{\lisl,~ so introduziu. Ele repete 0 que? Claro, a eellil
edipiana! 1ft curioso que ek falhe en) lembrar essas coisas que {:w:1ll II
alma mesmo do que Ihes propus perceber na experiencia analitica.
Que possa s e t instaunwao de alguma coisa que 6 s ~ 'm f'e lo ff!() para
sujeito, 6 iS50 que aJguns 11tossexuais pdvilegiados, que sao precisanw l1t.
aqueles que chamamos incestos, nos fazem Iiteralmente sentiI' 0 probklll;1
Eu tenho bastante expericncia analitica para afinuar a voces que Uill 1l1l'
nino oue deitou com sua mae nao
absolutameote, na analise, um SUjVlt
como'os outros! E mesmo se e1e nada sabe a esse respeito, i8S0 nao 1111l<!.i
em nada 0 fato de que seja analiticamente tao paJpavel quanto l;ssa Il\(";:l
que estil ai I Sua V erlellgm m g pessoal, 0 desmentido que ele pode traz('1 ;1"
OltOque isso tenha urn valor de ultrapassagem decisivo, nada mllda
e
(1
e,
lsso evidentemente e Ccito para nos sugerir que ha taJvez Jugar pam
apreender mais de perto - de vel' por qual lado confessol:(~'
a
(1l!H,:ao de reproduyao que estlt ali por lr{ISdo alo sexuaL Porque, quando
tralHillOS do sujeito cia repetili30, Lemos a ver com os significantes., na
llH'dida em que eles sao p r(;-c o lld ic ,:i7 o de /1 m p e n .,a m e n l< J
Da maneira que vai essa biologia (que nos deixamos tao bem aos
'oit'\tS pr6prios rccursos ..),
curioso ver que 0 signitJcante mostra a pOlJ111 do tiel! nariz, ab, realmente na raiz: no nivd dos eromossomos,
por
~nqllanto, isso Cormiga de signif1cantes veieuladores de caracleres b~m
!.'hlil:cillcos. Aftrma-sc que as cadcias (que se trate do DN.'\, do Im;\) s;'io
n 111:"1 i luidas como pequcnas 1lll.lnsag0ns bem seriadas, que vem, e c"luw,
!kplilS de screm preparadas de ulna certa manei t'a, nao e, na grande llr!Jil,
pHI ~I L1I.er sair. .. nao se sabe pOl' que .. 0 novo gencw de maluquinho
que'
"ild:1 1111l t:~.ipera, na familia, para fazer um circulo de aclam'H;ot~s.
Sl'I,\ que e nesse nivel que se propoe 0 problema'!
h..
'lllar
l
'
e
Hem, e ai que ell queria introduzir alguma coisa- naturalmclltc que
nun a invenlci para \laCeS h(~jc: hft em algulll lugar, num volume fjtll;.~
;c chama meus l"'~ \'c:ri/(}s, um arligo que 5e chama: A si;.1 ,1 li/ica < :t1 o do
'it/O'IiI; na pagina ()93 .. na decima linha (ell tive algum trabalho, h(lj~~
Ie manha, de cncontra-Ia), ell escrevo: "0 folo C O IIIO s ig l/{/ic (/lIle
eM II
'II
do
·« Z (/O
'razae"
d c s e jo
-
com o
(I/O
acepr;tio em 'Ill!'
e extrem a
"f/Ifld ia IlO
Isso para lhes indicar que
0
que
YOU
I.' i!l1 Ip re g a d o
0 le U I/o
m z (/()
,.
da
d iv is tiu
,-
eu digo
h a m u )lIic a r
!hes dizer hoje (ab ... evidentcrnente,
I'oj precise que 0 tempo passasse para que ell pudesse inlroduzi-lo), ell
~irnplesmente marquei ali a "pequena pedrinha branca" destinada a ihcs
diz.er que a significac;.ao do falo jit era com isso que marcada
De fato, tentemas calocar Ulna ordem, uma medida, no de que se lrat"
no ato sexual enquanto ele tem rclac;.ao com a futwao da repctiyiio.
Bem, salta aos olhos, l1aO que se desconhec;a, uma vez que se conhccl'
u Edipo desde a inieio, mas que n~lo<;e sabe reconhecer 0 que isso qUlf
dizer, a saber, que 0 produto da repctic;:i:'io,no ato sexual enquanto ato-- iSh,
C, na medida em que parlicipal110s dek cnquanto subme1idos aquilo qllt~
de ten; de signiflcante
. tOI11slias ineidencias ditas de OLltra forma_. no faIn
de que 0 sui~ito que n6s SOIllOS (~ ()pnco, que de tem 1I111inCOllscienlc.
13em COl1vem observnr que () fnllo da repelic;ilo b io /ri:,:,J c a dn ll"
produc;fio -mas ekja cst':l alii nesse espayo bem dcfinido pan\ a 1<;,-11
izac;ao do ato e que se chama 0 leilo.
o
e
311cnte do ala sexual sahc multo hem que ele umf]lho, E e pOi
isso qu~, sobrc 0 ato sexual, enquantu ele nos conccrne a n<'ls psicanuli:;
las.
0 rdacionamo~ com 0 I~JipoEntllo tcnlC11l0S Vt~r, nes',e~ tt'rmos ~iglljfical1tes que define 0 que ,'U
c11Hmci pOl' l:nquunto "mcdiunll c extrema razao", 0 que dai resulta.
Suponhamos que vamos Sl.IportM' essa rela<;ao significHJ1tc pdo Slf
pOlte mais simples, aquclc que n6sja demos na dupla volta da rcpeti\~[i(1
11m simples t1'3«;:o. E, para maior fRci!fdade ainda, estcndame ..lo simple;,
mente desse rt1odo'-Ij:
I 10
III
• I ih'
N e d I'll/lin g
(h d"i~ csqll,'m:ls
<b fJ h llllll.'.
'Ill"
I (J:;i( ";\ ,igl1iliea~'ii() do lillo" em
'c segu(Om sao rcprod\lI'ido;>
:H1L1icom
j','.Ia l/u s .
(O():"
n~ rc~"f\''''. S
\.1';1-;<1
trayo ao qual n6s pod em os dar duas pontas: nos podemas cortar
dupla volta em qualquer lug'll' e, uma vez que nos a cOl1amos, va-
IllOS
Iralar
1)1\1
de
fazer uso
deja.
f'oloquemos ai as quatro pontos (pontos de origem), dos dois outros
i'IIlII,'S que definem a mediana
e extrema raziio:
amavel produto de umu copulayao precedente, que,
como ela, acontccia ser um ato sexual, criaram l42 0 sujeito, quo
" IJi!tll/< !/1O
a: 0
osl~1ai reproduzindo-o ..- 0 ato sexual;
A . 0 que ~ que
0 p J 'a n d e ,.1'1 So
e
0 alo sexual eo que nos
l'l1sinam, c o m o s ig n (/ia U lfe , e a mae. Nc>s vamos dar·lhe ... pOl'tJuc
m)s encontramos
sell IrayO pOl' toda parle, no pr6prio pensamcnlo analitico ....ludo a que esse fenno sigllifkante d~ "H mil "
;\CMTr;;lacorn ole de pcnsamcnlos de fusao, de falsifka9i~(l da unidade (enquanto cIa nos interessa apcnas, a saber, tin Lll1idadc \:011tilvel), de passagem dessa unidade contavel
unidade uni (Jealile
nos vamos ciaI' a ela a valor U m . 0 que que quer dizer () valol
" g l'ilild e
e
a
!1 m , como unidade uniflcante?
N6s estamos no significante c
suas consequencias sabre 0 pensamento. A mae cmno sujeito, 6
o pensam ento do U m do par. "Sertln todos as dais uma (mica
carne", e um pensamento cia ordem do g ra n d e A materna
Tal
e a mediaml
e extrema razao do que re1iga a agente ao que
e
e receptaculo
e pacien1e
no ata sexual Quem dizer: enquanto de
um ato, dito de
outro modo, enquanto ele tern uma relayao com a existencia do sujeito.
o
e
rim cia unidade do casal
um pensamento deteJ111inado no Divel do
dos term os do casal real. Que quer dizer" E que prt;ciso que alguma
coisa soria, subjetivamente, dessa repetiyao, que restabeleya a l'a z i1 o a
razao m~diana tal como acabo de definir para voces - no nivel desse casal
real. Dito de outro modo, que alguma coisa apareya que-· como nessa/IIJI·
dam etltalluanipulac;uo signif1cante que e a re1ay 3o harmonica .. se maniteste assim: essa grandeza (chamemo-Ia pequeno c), em rela~:ao ,1 SOllla
das duas outras, tem 0 meS1J1O valor que a menor em re1ac;ao a maior.
e
!1 m
c
a
a+A
f'vlas issa HaD e tudol Ela tem esse akance, enquanto esse valor
tin
menor em relay30 ,1 maior
e () mC'SIno valor que aque!e que tem :;
maior em relayao a soma das duns pri mciras Dito de outro modc) que
Quer dize"
a re!ac;ao s lg llijic a til'o da fUl1c;ao falica enqui.lllio l'i\Li,\
jUI1<;ao da rela«ao sexual com sua realiza<;ao subi\:~tiva, a
t/(:"igrHW;in nos pr6prios significantes, fi.mdamentais do ato sexual, dis-till qUt\ <linda que chamado POl' toda a parte, mas SI:. f1Jrtando, a sombra
tla ullidade plana sobre 0 casal; ai aparece contudo, i1ccessariarnente" a
IIHlrC(I' isso em razao de sua propria introduc;ao na fun<;.ao subjetiva·- a
I1WI (<I de alguma coisa que cleve representar
ai uma falta fundam(:ntal.
Isso se chama a fUriy£lO da castr<wao enquanto signiHcante
Enquanto que 0 homem llao se introduz na f\.llwao do casal, seni\o
',pda via de uma rclayao que nao 8E INSCIU·:VE lM[;J)l!'\!J\MENTE na conjunjg"FNCI;\1
1'i1
.~il(lsexual, e que nao se acha representada senao nesse mesmo t'x te rh )J {)[H!c voces veem se desenhar 0 que so chama., por isso mesmo, "ex!H'l1la razf[o".
A relayao qU(:~ tem a predomin~1ncia el() slmbol0 faJico, em rela<.;ao <.'1
t'\)IJjul1y?io, enquanto at(\ sexual, aquela que
ao meSI110 tempo, a
1l'!h!ldu da reJa<.;ao do agente com 0 paciente e a mcdida, que 6 a mesma,
1 0 /1 ('i!s a m e n {o do casal., wi como de esta no paciente, aqui!o que e 0
l1nl real.
1'1 precisamente
poder reprodu7.ir cxatmnente
0 mcsmo
tipo dl;;
It:Ir,;}\O., que 1udo () que 0 da onkn't da ~ubli masao .. (e eu preleri ria
e
da,
,
j
, I
'f'
.!l see Ion,.:aco,
aqw,. a evoc,'hO,
especucarnente
dlllma a "cria;;8o" da artc, mas, uma vel: que
sob a forma do que
e prcciso,
eu 0 trago),
em que alguma coisa, E:!l1que algwl1 objet'..),
·ltJ vir 10mar 0 Jugar que lama 0 -' <.pno ato sexual como taL que a
llllln,,'ao pode sl1bsistir. dando a i'>so exalamente a !lH;Sma orckm d<,;J
'h 'd ig lt!!fI quo
dada no ato sexual e cia qual VClC('.S veenl i:;$(1: que
r:\f"clSHl110me suspenso ao fato de que 0 que
punt (. simplesrnente
1(11 au (~asal 11£10 1,;; .,;·a(i.~ f(lldrjo
0 tau verdadeiro que essa t;sptide de homilia grosseira, que sc
-lill.iu nil ieoria sob 0 nome de "rnatUfay80 genital'''' ntio se prop6c
1/
como () que? _. que evidentemente, ern seu proprio texto (quero
'I \;':111 qualqlJcr urn que tente enUl1Ch1-JO), como uma esp('cie sa co de
IJV ! t;\.;l:-;alllcnte na medida
A
a+A
igua! a que? Es::;e outlO valor que f\z surgir ai (;:;que tem urn nc~me, que n;'ii'
5e chmna nada mai~l do que 0'· <.r onde se designa a castrayao., (;~nqlia1il()
cle desil.!,na 0 valor fundmnenlal H" ell 0 recrio urn pouco mais ndial1ll'
igual m ;flo s p e q u c n o phi soble (a m a ts A maiLisculo m e t/o s phi)
e
e
'~)i\
'. d" l!l.;p()sito, onde nada verdadeiramente indica 0 que
1~~-
r kl:-;
sh nodc~;iOf;conjectural',
adi"nli:.'
19ual.
~:a:'lO(: n
rt:i~:tt;-u<)
Tal Vt.~/. ~·;I;..;jn prl.:clso el)kndc-r:
(p:. ·11,a~i\ll tnl11ina d" "~Cll,\'"r
n"}\
0\.1
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110
(p!>
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(.[1
Wfl
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POU((·
lil.'ll"
. (p. >k;'·\·
l'·~ij() IS Inuito tnai::. ~wtjsl~l\(!l'io
e que
pndc
pam reun!r 0 rato, primeiramente, de uma copula;;:ao C'exitosa"
~Mit'nHc,se, mas (\ que
que isso quer dizer? .) e desses elementos
t!l
e
que SiC Cjualifica: "ternura", "reconhecimento
do objeto" De qual objeto? Eu pergunto.a YOCes. Sera que e tao claro que 0 objeto esteja ali,
quando jei nos foi dito que pOl' tn15 de qualqucr objeto que s<:;ja,se pet'fila
o Outro, que 0 objeto que abrigou seus nove meses de inten1alo elllrl.'
a conjun~~ao dos cromossomos e a vinda ,'tILlZdo mundo!
Eu sei bem que e ai que se refugia todo 0 obscurantismo que Sl.'
debate desvairadamente
ao redor da demonstrayao analitica; mas nao (~
tambem Lima razao para que n6s nao 0 denunciemos, se 0 fato de de··
nuncia-l0 nos perrnite avanyar mais estritamente numa 16gica, da qual
voces v e rB a , da proxima vez, como eia se can centra no nivel do proprio
ato analitico,
Pois se h,l alguma coisa de interessante nessa representayao em
quadrangul0, e que ela nos permite estabeJecer tambem certas proporyOcs. Se a p C ls s a g e m ( I f ) C lto preenche celia fUl1yao em rela\(l:lo it {'e p e li~ '''(1
nos e ao menos sugerido par essa disposiyao, que isso deve ser 0 rnesmo
que sepam a s u b lill7 a ~ :a o do a c lin g -o llt E, no outro senti do, que a s llb lim a~'tio, em relavao it passagem C /o a lo , deve tel' alguma coisa de com.UIlI
no que separa a r('p e fi~ :[i() do a C fin r;-o lll.
Seguramente, hil ai um g a p l~ -I mUlto maior .- aquele que, segllramente faz do ato analitico, tal como n6s tcntarernos apreende-lo no
que diremos da proxima vez, alg~lma coisa que merece, tambel11, Sl'l
definida como a /o .
Li-;ao XIII
e
.l
l
+=-;)5
a
I
a\ -: a
;.1: , ;.]', "'"
ac'-": I -,(j
i ,j, ontem it llOit~,.em alguJrI !ugal~ uncle ta!vez tambem alguns de
'\'nv('" pU(krnDl encorHrar, eslc singular titulo: C on!lcc'er F reud C ln te s dc
fw lw l-!O ,. I,IS Enol'lnc' Cumo dizia Unt <lcnhof com quem DaO prttendu
ilouH'l:"r,
p~lis nao anJo como ele
uma bcngala, se ht'lYl que algu!1las
CUIlI
''''P/t''; cum UI11chapell: "Henaurnlc1W'!
..
\>ja como for, ~~cl oro que parece
: T lHlll'l1lc UIll
caminho
que sc impoc
que, procurar
como previa
traduzi.lo,
il [(Ida
eel"
t;
prt;tens{1O
~k
f..tHlhccl~·lo.
(I·I})
1/1-1
lilll
inl:\lcs; '"Bunwo. a bCJILII It, "Illio; /)rccha, diNtilncia, illtervalo .. altlstall1"Jlto~
corte". S
1..A ,!'l,f.NC1:,
I",dlll' (;". n;(o!1wdo
1;IClI/I:l
( I Ii) /\ 01!ogrnti8
.lcllli. <;
l1i1
r"visla
jocos!I
I'ON'J,\J JS. J<:(jn..Bcrtrnlld, "Colloailn;
MeIH,
V"IlIl.ll<:
rCJl)ollln n !'Iaubeli.
:27. No. 1. 19R:~
Freud
:tliil:l
d•. I.-
Que um psicanalista diga conhecer a psicanitlise, passa (linda! Mas
conhecer Freud antes de traduzi-Io, sugere invencivelmente esta bcskil:l
de conhece-Io ant~s de tel' lido, 13tO, cettamente, supondo todo 0 ai:uga
mento necessario
noy8.o de .1raduyao, POls, seguflHl1Cnte, 0 que adllllJ H
que nao sei se jarnais podcl11os avan9ar alguma coisa que parc.r;a a (,Sid
pre.1ensao de conhecer Freud, Voces caJculam bem 0 que quer dlzcr
11:1
perspectiva do pensamento, uma vez chegado ao fim do seu desenvo!vl
mento, de Frelld, nos oferece - ca1cuJam bem 0 que significa nos ter PH)
posto 0 modelo da satisf,wao subjetiva na conjuny30 sexual?
Sent que a experiencia - a experiencia de onde 0 pn'Jprio Freud pHi 1\:/
- nao seria precisamente que era 0 lu g a r cia insatisfac;ao subjetiva'l "
sera que a situayuo melhoraLl para n6s?
Francamentc. no contexto social que domi na a fi.lI1c;a.odo em prego tIu
individuo -- 0 cmprego que se regula pura e simpIesmente peIa medida
da subsistencia, ou da produtividade - que margem, neste contexto, (.
deixada ao que seria 0 tempo pr6pria de uma cultma do amor? E tudll
nao testemunha para nos que e exatamenie esta a realidade mais ~\
cluida de nossa comunidade subjetiva')
e
a
Scm dllvida ai csta nilo 0 que decidiu Freud a ~lIticLllar esta fUtll;.;H)
de sa1isfac;ao, como uma verclade, mas () que 8cm dllvida lhe parcei;!
ao abrigo deste risco, que e1e conf,:ssava a .lUllg, de ver uma teoria Uill
poueo profunda do psiquisl11o, reencontrar os descaminhos do que d,'
mesmo chamava: "0 rio de lama do ocultismo".
[~ exatamentc porque com a sexllalidad(~ - que preGisamente no CUlW
dos seculos pres/dim ao que nos parece estas IouCLlras, estes de1iri()~ d.1
unose, cia copula<;ao do sabi0 e da Go(pta (pela via de qual caminlw l)
~ e exatamente
porqU0 em nos5O scculo e
~ob t)
rei no
do
slljeito,
nao hi
via NENIRIM RISCO que a scxllalidade pode sc preva!cccr de SCllllll
0 conhecimento,
quo, se1ll dl'rvida, de comO,'( .•11
esta canc;ao de condutor de .logo tao bem ilustrada por este con!o Ii,(Trimm do qual cle gostava, 0 toeado/' depaula, arrastando a.11"<1.5
de '.1
esta audiencia da qual se pode dizer que, quanto os call1inhos de Uilla
sabedoria qualqucr, ela representava a bona da Terra.,
Pois certarnente, no que chamei hil POllCO a 1inha quo ole nos tra';:I,
c cli;:. unde se deve partir do que e seu tim, a saber, a formula da rcpt'li
tllodel0 qualqucr para.
e preciso
calcular 0 que separa 0 nav.a, pet do pensador c1assico
quando nos diz que nada jamais retorna em seu proprio
Hlstn) que nao se toma banho no mesmo rio - e 0 que isto signitlc(J
..
~kInsgalltento profundo, de um pensamento que nao pode apreencler 0
tM1PO senao neste algo que s6 vai para 0 il1determimivel ao prec;o de
_!110ft ruptura constante com a ausencia,
-fill.
(lliff/q /le )I'1 7 ,
e
IOll'Oduzir ai a funyao da repetiyao, 0 que ai acrescentar?
POlS bem, certamente nacla de muito satisfatorio, a nao ser que se
J\'frtc de renovar sempre, incessantemente,
alguns rodeios.
: ( ) principio do prazer nao guia certamente para nada, e menos que
hull), para a retomada de urn objeto qualquer.
A no\~ao pura e simples de descarga, enquanto ela tomava seu modI,§l!l 80bre 0 circuito
estabelecido do sensorium tern algo, alias, bastante
Vjl~\l;Ul1cntedefinido como sendo 0 m otor: 0 circuito estim u!o-resposta,
f\ltl10 se diz. De que ele pode dar conta? Quem nao ve que se rnantendo
1ft, \) sensorium nao pode ser 0 guia do que faz, de fato, no nivel mais
\ltlllples, a pata cia ra irritada: ela se retira, ela nao vai apreender nada no
111\!Ildo, mas fugir ao que lhe fere.
o que assegura a constante definida no aparelho nervoso pelo
Jilin 'Ipia do prazer, 0 que e? A igualdade de estimulayao, 0 ;sostim e
~_fllI'd . para imitar 0 isobare ou 0 isotherm e de que eu falava em outro
dltl
Oll 0 isorespe, 0 isorepol1se. E dificil fundar seja 0 que for sobre
n I.'fls tim e , pais 0 is o s tirn e nao mais de forma a1h'Uma uma slim e, 0
{V )f'I',\I)e ,
o "tatage" da igualdade de resistencia, eis 0 que no mundo
podl.' definir esta isobare que 0 principio do prazer conduzini 0 organt'J!lltl a fjar. Nada em tudo isto, em nenhum caso, que leve
pesquisa,
!t ltpl'censao, a constituiyao de um objeto, 0 problema do objeto como
:llJ! c dcixa.do intacto par toda esta concepvao, organica, de urn aparelho
1(ncostatico,E
de muito admiral' que l1aO se tenha ate aqui marcado a
fblll:!,
Flcud aqui certamente tern 0 merito de marcar que a busca do objeto
7
e
a
..
c
II(,IV\CLITE,
Fragmcnto
Stla Hlribui«ao
l'ilosMico.
C discutlvelno
136 na ediqilo de M, COllche ( Fragmcnts, PUr. 19R(j ).
plano filol6gico_
dc forma alguma
dc 11m
pOllIO
de
Vlst"
e alga
e
que s6 concebivel introduzindo a dimensao da S/\lISI,!\t,:A\),
Aqui retornamos sobre a estranheza disto: quando ha taotos model os
organicos da satisfayao, a comCyar pela repetiyao digestiva e tambcm
pOl' algumas neeessidades
que ele evoca, mas num registro diferentc,
pois
notavel que seja precisamente enquanto estes esquemas onde :,
satisfayao se define como NAo TRANSFORMADA pela instancia subjeli"
va, (a satisfayao oral algo que pode adormecer 0 sujeito, no limite, tn.as
seguramente
inconcebivel que este sono seja 0 signa subjetivo da satis·
fayao) - quanta infinitamente mais problernMico
pantuar que a ordc1li
verdadeira da satisfayao subjetiva deve ser procurada no ate sexual, que
precisamente 0 ponto em que ela se apresenta mais destroyada!
E isto ao ponto em que todas as outras ordens de satisfavao (as que
acabarnos de enumerar como presentes de 1'ato na evocuvao 1'reudianH)
s6 venham tomar seu senti do postas numa certa dependencia - que desnfio a qualquer um de defini-Ia, de torna-la coneebivel, em outros termos,
formula-l a em term os de estrutura"- numa dependencia, digo, digamos,
grosseiramente
s im b ()!ic a , em relayao it satisfayao sexual.
e
I1J(iRl'ntt nos rnodos habituais dos simbolos gamicos. Tuda nos indica
j:Hlr,~CCque s6 precise levar em conta a 1'un9ao fundamental dcsle
(~i~:~ll'o
0kmento que gira em tom a do phallus e da castra<;ao Ludo nos
hldica que <) modo da medida e da proporyao impJicada no ato sexual, c
\.mtnl estrulura e, para dizer a palavra: mais "complexo".
e
e
e
e
Eis os termos nos quais Ihes proponho 0 problema que retoma hojc
e que consiste ern tentar lhes dar a articulayao significante do que e da
repetiy30 implicada no ato sexual, se ele e real mente 0 que digo - 0 que
a lingua promove para nos e 0 que certamente nossa experiencia nao
infirma -. a saber, um "ato"; apcs ter insistido sobre 0 que 0 ate comporta nele mesmo, de condieionado,
primeiro, pela repetiyi'io que Ihe
intema,
e
Sabre 0 ato sexual irei mais longe, pelo menos penso que e preciso
ir mais longe para apreender sua dimensao: a repetiv30 que ele implica
comporta
se seguirnos pelo menos a indicayao de Freud - um elemento
de medida e de harmonia que e, seguramente, 0 que evoca a 1'unyao din.:tora que Ihe da Freud, mas que, seguramente,
que devemos pr~cjsar.
Pois se hit algo que produz, que promove, qualquer uma das £'ormulayoes analiticas,
que em nenhum caso esta harmonia poderia ser coneebida como sendo da ordem do com plem ental', a saber, da conjunr;:fjo
do maeho e da 1'emea, pOl' mais simples que 0 povo a figure, sob 0 modu
cia conjunyao da chave e da fechadura, ou de qualquer que seja que 5e
-<
eo
e
,,~(}que na t'lltima vez comecei a articular ao deixa-Ios, evocando
·-jii
~1ue~c trala
fill;
de harmonia - a proporyao (rapport) dita anarmonica: 0 que
que sabre uma simples linha tra<;ada, um segmento pode ser
GUlli
d)yldido de duas formas:
p
~
e
um ponto que Ihe
interno -- um ponto C entre A e B ~ dando
LIma razao (rapport) qualquer, por exemplo,
1/2;
Llll'l outro ponto D, exterior, para realizar nos segmentos determinados entre ele, este ponto D, pOl' exemplo, com os pontos A e B do
segmento inicial, a mesma propon;:ao: 1/2
pOl'
H aqui nos pare cera mais proprio para assegurar 0 de que se trata
~Il<I!,Jllldo
toda nossa experiencia, a saber, a razao (rapport) de um termo
~>CHJj outro termo que se apresenta para nos como Jugal' da L1nidade -- da
lmjdade entendo do par. E em relayao it ideia do par, ondo ela se onCOI1tel[
quero dizer efetivamente, 110 registro subjetivo -- que 0 sujeito tem
'i;(lH' se situar, numa propory30 qlW ele pode encontrar, ao estabelecer
tllllnduzindo Lima mediayao externa ao afrontamento
que ele constitui
f~(lI\JO sujeito, ,\ IDI'~lADO PAR.
Isto
e apenas
uma primeira aproxima<;ao e, de alguma forma, o8il11que nos pen-nite designar 0 de que so [rata de assegurar,
tl flnbct", a funyao deste elem ento le rc e im que vemos aparecer em todo
tJfH110 do que se pode chamar 0 cam po su!Jjetivo na rela9ao sexual, qUt~r
tnlle (observamos na itltima vez) do que, subjetivamente,
~cgunl"
.l£lt:ntc, ai aparece do modo mais distante, a saber, seu produto -- org~lnit:ll . sempre possivel, que seja ou nao cOllsiderado como desej,1vel, que
!lt'ill este elemento,
primeira vista tao di1'erente, Hio oposto e, contud(l,
d~ imediato junto a ele pela experiencia analitica, a saber, ('!:ita C,il!,l~lItilt! do p h a llw :> , que pareee tao interna, em nos sa experienda,
;.\ rda\';i()
tlll~;esquema
a
e
sex.ual, enquanto ela vivida subjetivamente. A equivalencia c ria ll~ x ,e algo de que podemos talvez ten tar designar a pertincncia
em alguma sincronia que deveriamos ai descobrir e que, seguramente,
nao quer dizer sim ultaneidade?
phallus, nao
Muito mais, este elemento terceiro nao tem alguma relayao com n
que designamos como a divisao do proprio Outro: 0 SeA)?
E para conduzi-Ios neste caminho, que hoje trago a relayao que e de
uma ordem bem diferentemente estruturada que a simples abordagem
harmonica que designava 0 fim do meu ultimo discurso. A saber, 0 que
constitui a m edh7 e extrem a radio (raison), que nao e simplesmente a
razao (rappOlt) de um segmento ao outro, enquanto que ele pode ser
duas vezes definido (de um modo interno it sua conjunyaO, ou extemo),
mas a razao (rapport) que coloca, de saida, a igualdade da razao (rapport) do menor para 0 maior, igualdade, digo, desta razao (rapport), cl
razao (rappOt1) do maior it soma dos dais. Contrariamente
indeterminayao, a pelieita liberdade desta proporyao (rappo11) anarmonica - que
nao e nada quanto ao estabelecirnento de uma estrutura, pois, lembrn
que esta proporyao (rapport) anamlonica, evocamos ja no ll!timo ann
como fundamental a toda estrutura dita projetiva -- mas deixernos is!o
agora para nos atermos ao que faz da razao (rapport) de m edia e ex/rem er
ra d io , nao uma razao (rapPOIi) qualquer (pOl' mais dirigente, repito, que
esta possa ser, eventualmente,
na manifestavao das constantes projctivas), mas uma razao (rapport) perfeitamente determinada e UNIt A,
digo faJando numericamente.
a
CoJoquei no quadro llma flgura que permite dar um suporte ao que
assim enuncio:
"
'y '"
(D1 r' •••.••
(/
~
--
t':is cl direita, os segmentos
de que se trata: 0 primeiro que ChUI1H;j
que vai, para nos, ser 0 unico elemento com 0 qual podcmus
nos conte.ntar para edificar tudo que vai ser desta razao (rapport) de
tnedida ou de proporyao (proportion), com a unica condiyao de clar ao
"l~lI
correspondente, que voces veem aqui deste ponto a este ponto (nao
~lllcro dar names de letras a estes pontos, para nao arisear confusao, para
nfto Ihes fazer torcer as orelhas em seu enunciado), designo, daqui (I)
pura aqui (2): temos 0 valor 1.
Com a condiyao de dar este valor 1 a este segmento, podemos nos
I,;O/llcntar, no que se trata, em saber a relavao dita de m edia e extrem a
/'a :;< io (ra is o l/), de the dar pura e simplesmente
0 valor a , 0 que quer
Jjzcr. na ocasiao, all. Colocamos que a razao all eo mesmo que a razao
/'N /I/('I/O
c r,
elt'l/l+a.
'nll e esta razao (rapport) perfeitamente fixa, que tem propriedades
11lHtemitticas extremamente impoltantes, que nao tenho nem 0 tempo
lli,;nl a intenyiio
de desenvolver hoje. Saibam simplesmente que sua
flpari<;:ao na matemittica grega coincide com 0 passo decisivo a por orclem no que e comensunivel e incomensuravel.
De fato, esta relayao e incomensunivel.
E na busca do modo sob 0
qual pode ser definido, do modo como se recobre a sucessao dos pontos
dados !)ela serie esca.1onada de duas unidades de medida incomensu,(IVGis uma com a outra, a saber, 0 que e 0 mais dificil a imaginar: 0
modo como elas se imbricam, se sao incomensuniveis.
proprio do
!:OIllCf1Sl.lnlveJ,e que ele tem sempre um ponto onde as duas medidas
fl~cl\i raD juntas, com urn s6 pe.
Dois valores comensuniveis tenninarao sempre l1UI11 certo t11 lllti pI 0,
di f(;rel1te para um e para outro, a constituir a mesma grandeza. Doi s va-·
!or,,:s incomensuniveis - jamais. Mas como eles intett''erem? E na Jinha
des!a pesquisa, que deflniu este procedimento que consiste em rebater
tl plCIJOrno campo do maior e se perguntar
a que acontece, do ponto de
viSI:l cia medida, do resto.
1 - a , procederell1os
Para 0 resto que esta ai, que manifestamente
rill JllCsmO modo: 0 rebateremos
no interior do maior. E assim Sl.lces~IV!lI\lellte ale 0 infinito, quero dizer: sem que se possa chegar jall1ais it
a
e
que este processo termine. E nisto que consiste precisamente
mensuraveI de uma relayao, contudo, tao simples.
0
inco-
/
_
-_ ---------
................•..
••...
".""'.:..----•.•......
...•..•.
...••. ..•••
I~ '"
L,
•..• ~.........
..........
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I - II
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em vermelho
,)
4-::;:.",
r
-~ -·
_ - j\ ..- ·_ _
_
_..
-.
.,..
1
_--------
De todos os incomensuraveis este e aquele que, se posso dizer, nos
intervalos que define 0 racional do comensuravel, deixa sempre a maior
distancia. Simples indicayao que nao posso aqui mais comelltar
Seja como for, voces veem que se trata, de qualquer forma, de algo
que, nesta ordem do incomensunivel, se especifica por uma acentuayao.
ao mesmo tempo de uma pureza de relayao tada especiaL
Corn grande pena _. pois penso que tadas as tripas do acultismo van
tremer nesta oeasiao - sou obrigado, pOl'honestidade, a dizer que esta
relayao (rapport) pequeno a 0 que Se chama 0 lll/m ero de ouro. Em
seguida a isto, seguramente, vao vibrar, no mais profundo de vossa
aquisiyao cultural - sobretudo quanto it esletica - a evoca<;ao de tudo
o que quiserdes: catedrais ... d'Albrecht DOrer... de ... des .. des ... almo·
farizes alquimicos e todas as outras bagunyas analogasl
Espero, contudo, pelal4~seriedade com a qual introduzi 0 canlter estritamente matematico disto - e muito prcdsamente 0 que hit de uma
problemittica que nao da de fonua alguma a ideia de uma medida fadl
de conceber- ter feito sentiI' que se trata de outra coisa.
Vejamos agora quais sac certas propriedade notaveis deste pequeno
a. Escrevi it esquerda, em preto. Podem ver que ja 0 fato de que 1+ a seja
e
ja
fundamental: a= 1/1+ a.
...
\
):,
_""
a
"
,
(/
...••
•....
igual aoinverso de a, isto e, a 1/a, era ja suficientemente as::;cgurado
nas prcl11issas cladas pela definiyao desta razao (ra p p o rt); pois a 1109110
que consiste na relayao (rapport) do pequeno ao maior enquanto qUt~
iglial ~ldp maior soma, nos da esta f6nnula, que a mesma que esla
2+a=a
1
+ 1 ='-0
(("
1
a + a2
I-a
== 1
a2 + a3 == a
a3 + a4 == a2 = I-a
1
a
l+a=-
e
extremamente tacil perceber as outras igualdades,
A partir daj
cujo canher caduco, e na verdade para n6s, sem grande importancia
(momentaneamente), e marcado pelo fato que escrevi em venneIho as
19ualdades que seguem.
A unica coisa importante a observar sendo que de ] (( que est ai,
pode ser igualado a a 2 , 0 que e muito faciJ demonstrar
E pOl' outra Jado, que 0 2+ a que esta ai que voces vecm - a (mica
condiy3.o de 1 1 m m e llo r a sobre u m m e flO S a [1 + a/l-a]
como pode Set
deduzido fadlmente, este 2+ a que representa isto: a saber, 0 que aCOilIeee quando em lugar de involuir sobre ele meS!i1O,0 rebatimento dns
Si:lgmentos,sao desenvolvidos ao contntrio, para 0 extenorl49.
-f:, a saber, que 0 um sobre duts m ats pequeno a [1/2+ a] ..- a saber
o que correspondia a pouco a nosso segmento externo na pnlpmynO
(ta p p o r/) anarmonica (e igual a urn, sendo obtido por desenvolvill1~:lIj()
a
.1'19
Ncnhum l11isterioncsta frase, se transcrcvcmos como fizemos:
Umll1CllOS
a" como
1 + ail-a
as vcrs5c~ cm circlIta<;ao.
que
e igual
a
"UI11ll1i\lS
/",,'/I/"/ii>
2+ a, e n1l0 1 ;'a/l-a, 1'6nnllia rdnrlli\'la
"
<,,,j,'v
Pili \thil",
exterior do U I1 l que representa 0 maior comprimento) - a ifn i s o !> re d O I,\
m ais a, tem 0 mesmo valor inicial de onde partimos, isto e, peque/lo (/
islo eISO, a sabre um -fl1ais-a [a ll + a].
Tais sac as propriedades da media e extrema razao (raison), enqu<ln!n
que elas vilo talvez nos permitir compreender alguma coisa ao de que S\'
trata na satisfac;:aogenital.
D isse-Ihes,pe£jut'llo a um dos termos, qualquer, desta relac;:aogenital, Disse de um dos termos, qua/quer: QUALQUER QUE SEJA SLU SI;),( I
A menina como 0 menino na relayao (ra p p o rt) sexual _. a experien':liI
da relayao subjetiva, enquanto que a analise a define como edipiana il
menina como 0 menino ai entram primeiro como crianya, Em outros telnos, desde entao representando 0 PRODUTO -- e nilo emprego este tennl)
par acaso, vamos retomar em seguida - enquanto permite situar, COI1l\l
diferente do que se chama a c ria r,:fio , 0 que nos 110SS0S dias circulil,
como sabem, em todo canto e mesmo a torto e a diteito, sob 0 nome (k
e
p rO d l((,:fio ,
E bem 0 problema mais iminente, 0 mais atual que seja proposta ao pensamento, que esta relac;:ao(rapport) - que deve ser defini(b
- do sujeito como tal ao que e da produyao do que quer que seja. Di!1,(l.
numa diaJetica do sujeito, que possa ser avanc;:ada,onde nao se ve COlvJ( I
o PR()J'HIO SUJElTO l'ODL~ SER TOMADO COMO 1'1WDlJ(Ao, tudo isto "
para n6s sem valor. 0 que nao quer dizer que seja tilo facil assegurar, :I
partir desta raiz, 0 que e produ~ao,
I so
crros: de limn park a fonnulac;50 ·'tun :;""11'
sobr,; d()i~ mais 0", pOl' olilra parlc 11111l'11I,
Corrigil1'los 0 plimciro "eO'\)" '10 qllal 1,a":111
soll1yao C passivel sobre 0 segundo pOlli"
Sobre 0 qlladro esta figuradll olltra formula que so a 0Onheecmo~ mal transcrita,:
1.:2' d
'0 "l/l+o,
Parcee-nos
possivel reeonstitui-Ia
como: 112'1 (e o il fa, e de e·nlender esl:l
passagell1 supondo que "a " foi comprcendido
como "u m " nll irltimll formula, l~a solu\'.:'<1
que cscolhemos
no texto,
\lllde
e
Sil.al'ct: "0 //1 1 1sob"e dois N it/is p e q u e l/o a 1. .. ,].0 1 1 1 1 / soh,." dois 0'", lem () l11CS1110 \'i1li>l
que cslc vulol' inicial lie oude pmtimos, j~(o ~. p e q lle l/o a , i~lo C, 11m so/w e lilt! /1 /'"',
p e q u "If()
0 " , M, Sitllrel
ltmlou, numa glosa, csclareccr tJ~te par{lgraf() obscuro: 1,IICilli
Indo COI11 muila pressa. tcrin <lomctido dois
dois a" C provavcJmcnlc
Illlllupso punl "llm
de uitlculo Ihe tel. eneonh'8r 0 em vel. de ( I'.
parece tozer all1~ao na liyiio seguinte, Ollira
pudesse se admiral', e 0 notavel silencio - 0 silencio dus ( '(1I1se mantem a psicamllise, no que concerne esia dclicad,l
qUJ,;slflO qlle c, contudo ... Devo dizer que e um poueo a poliq em !'Iossa
V1flu j\lfllalistica, politica, domestica, cotidianamente, e tudo 0 que quiscr\~f\'i,tileSl110 111ercanti 1, e que se chama 0 birth control. Nunca se vi 1I 11m
lllhlli:,llldizer 0 que ele pensa dislo .. De qualquer forma e curiosa, l1um(l
h'i11 ill que pretende tel' algo a dizer sobre a satisfac;:aosexual!
Pode tambem, pode muito bem haver algo deste lado que tem a
nt-IIi" cslrcita relayao ..- devo dizer de l'0 011a c6moda .-.com 0 que se pode
dW llfll
a religiao do Verb 0, pois, certamente, depois das esperanyas
f!Juilo surpreendentes referentes a liberayi'io da Lei (que corresponde a
. ~Qi (11«10 pauliniana na Igreja), parece que, em seguida, muitas enuncia~{ks dogll1~iticasdec1inaram. Em nome de que? Mas da PRODUC.:AO - da
pn1dllC,:i\o de "almas"! Em nome da produ~ao das almas, este, anunciado
,~~H110!lluito proximo, passagem da Humanidade a beatitude, sofreu, paH'CtHllC, lima celta atenuayao".
Mas nao se deve erer que 0 problema se limita a esfera religli>sa. Urn outro anuncio sendo trazido, da liberayao do Homem, parece
tjth\ a liberayi'i.odos "prol etari os" tenha desempenhado algul1lpapel nas
hll'lllH~ precisas que se encontraram tamar as sociedacles socialistas, a
litH Iii de uma certa ideia da aboJiyao cia explora9aO do homem pelo
11qJJH.;llt
Do lado desta produyiio, niio parece que se tenha chegado a
tWIt mcdida l11uitomais clara, quanta ao que se produz - cia mesma
i; qna que 0 campo cristao, em nome cia produc;:aode almas, continuou
a d~'lxill'aparecer ao mundo dos seres, sobre os quais 0 menos que se
jiLlr.~l\ dizcr e que a qualidade animica e bem misturacla - 0 mesrilO em
1~}ll1t: cia produyao dos proletarios, nilo parece que apareya outra coisa
1l~1.'IO uste algo de respeitavel
certo, mas que tem sellS limites e que se
lj(l(!t'rla chamar a "produyao de executivos"",
rJortanto, esta questao da produc;:ao e do status do sujeito em
Hth'H1l0 que produzido, eis 0 que se toma presente CiO l1ive!.d e aJgurna
~'>I)!f;t, que e exatamente a presenya do Outro, enquanto que e A MAE.
Sabe-se 0 valor da fun~ao unificante desta presen93 da l1la~.
pl eV~llidll
j)jll"d
,
III )11.1':1\U·DESPREAU Nicolas, Epilres, 1, v. 40: "1I11ilo de COJ\fHri n silcn~il1
Pi J1d~nl<~·'. blc acadcmico
n1\o tinha publicado nsda,
Sabe-se tao bem que toda a teoria (e a pn'itica) analitica literalll1cl1k:
ai roi revirada e sucumbiu compietamente ao seu valor fascinante. 0
plindpio, desde a 06gem, e assim, voces devem ter podido entender, pOl'
tel' visto ser sustentada aqui num debate que tenninou no ana passado,
toda a situa"ao analitica foi cOl1cebidacomo reproduzindo, idealmcnte,
quere dizer como se fundando sobre 0 ideal desta fusao unificadom
(all desta unificas;ao fundadora, como quiserem), que e cOl1siderada tel'
unido durante nove meses, lembrei na ultima vez, a crianya e a mae
Seguramente ...
- Umll .'ozfemininll:
N iJ o se esta 01lvin£1o, senhor.
- D t: Lacan: C om o?
- A mesma voz: A genie Ihe o liv e m llilo m al.
- Dr. Lacan: !'vie O llvem m uito m al ... 5'inlo m uito
fim cione
m uito m al, m as Ihe agra£1e~;om uito
Jalar m aisjbrle. O brigado l
- A
.'oz:
P; 0 m icrq!one
- Dr. Lacan:
p O l'
que tlldo isto
m e dizet: V C J1/
procurar
...
l~ '1 o nc{ofunciona
dejeito
nenhm n, hem l H o je . B u m ...
". que une entao a crianya a mae. E precisamente par "nao fazer" desta
uniao da crianya e da mae" (de qualquer modo que a qualifiquemos, que
fa9amos ou nao a funyao do "narcisismo primario" au simplesmente 0
tugar eleito da "frustra9ao" e da "gratificayao"), e precisamente disto
que se trata, isto e, nao de repudiar este registro, mas de remete-Ia ao
seu justo lugar, que vao aqui nossas e5for90s te6ricos. E enquanto que
ele esta em alguma parte, e digo em nome da confrontayao sexual, esta
primeira afirmayao da unidade do casal, como constituido pelo que a
enunciaya.o religiosa formulou como a "uma s6 carne"". Que derrisao!
Quem pode afirmar, seja como for, que no acoplamel1to dito genital, 0
homem e a mulher fa9am uma s6 came? Se nao e porque a enunciayao
rdigiosa aqui recone '10 que e posto peta investigayao analitica, ao que
11<1
conjuny1io sexual e "representado" pelo polo materno. Repito-o, este
1'610 materno -- pOl',no mito edipiano, parecer se confundir, dar pura e
sirnplesmente 0 parceiro do machinho - nao tern em realidade nada a
t'nzer com a oposiyao macho-temea.
Pois, tanto a mOya como 0 rapaz, tern a ver com este lugar 1lJ<llcrno da unidade, como Ihe representando aquilo a que e confi'ontado no
nwmento da abordagem do que resulta da conjunyao sexual.
Para o'rapaz como para a maya, 0 que ele e como produto, como
"pUCjuonoa", tem que se confi'ontar com a unidade instaurada pela idela
dn IInii'ioda crianya it mae e e nesta confrontayao que surge este I-a, que
vlIi nos trazer este elemento terceiro, enquanto que ele funciona igualmente como signo de uma faHa, ou, se quiserem ainda, para empregar
II Icrmo hllmoristico da "pequena
diferenya" - da pequena diferenya
que vem desempenhar 0 papel capital daquilo que reslllta da conju119aO
s~:-(llalenqllanto que ela interessa a sujeito.
('elto, 0 humor comum - au 0 senso comum, como quiserem -- faz
ciesla pequena di1'erenya 0 fato que, como se diz, alguns tem uma, e as
dutroS nao! Nao se trata de forma nenhuma disto, de "fato". Pais o1'ato
dt.) nao 0 tel' desempenha para a mulher, c;omo sabem, urn papel tao es~encial, urn papel tao mediador e constitutivo, no amor, como para 0
homem. Muito mais, como Freud sllbJinhou, parece que sua falta efeliva lhe confere al certas vantagens. E e isto que vou procurar articular
agora.
De 1'ato, 0 que vemos senao, como dissemos a pOLlCO,a extrema
razao do "rapport", isto e, a que a reproduz no seu exterior, vai aqui nos
servir sob a fonna do 1, que da, que reproduz, ajllsta proporyilo, aquela
definida pOl'"pequeno a", 110exterior do "rapport" assim definido C0l110
o "rapport" sexual.
Para que urn dos parceiros se eoloque diante do outro como 1I11l I it
igualdade, em outros termos: para que (nota 149: Seminario dt~ I IJ';X·1959,0 Desejo e sua interpretayao, li9ao de 13 de maio de 195'>' Ill'
senvolvimentos no A Angustia) se institua a diade do casal, le\1lol':aqlli,
!leste "rapport" assim inscrito - na medida da media e extrema nV110 !'
suporte, a saber, este segundo 1 que esta inscrito a direitn (: qUl' f~'~jllilli
por "rapport" ao conjunto, com a condiyao que ai seja manlido cslc
tcrmo terceiro do "pequeno a", a proporc;ao.
E ai, certamente, que reside isto, que podemos dizer que na. reia~iio
sexual, e enquanto 0 sujeito chega a se fazer a igual do Outro, au a in~
troduzir, no proprio Outro, a repetic;ao (a repetic;ao do 1) que ocorre , de
fato, reproduzir 0 "rappOli" inidal aquele que mantem sempre instantc
este elemento terceiro, que aqui e formulado pelo proprio "pequeno a".
De outra forma, reencontramos aqui 0 mesmo processo que e aquele
que eu havi a inscJ1to outrora, (nota 150) sob a forma de uma ban-a de
divisao, como fazendo parte 0 "rappOit" do sujeito ao grande A. Enquanta que - sob 0 modo onde uma di vi sao se produz - 0 A barrado [If,.
] e dado, que por "rapport" a este grande /I... barrado,
urn $ barrado [$]
que vem se instituir e que 0 resto ai e dado por urn "pequeno a" que e
seu elemento irredutivel.
A S
e
no que resulta das tens5es pulsionais, e na realidade suportado por c:;l<:
esquema onde se ve, sobre a base da funyao da detumescencia, sc imp\ll
t~ste limite ao gozo.
Segummente,
mesmo ai a face mais decepcionante que se pO$sa
supor a uma satisfayao, se, de fato, 0 de que se trata fosse pura e $[111p1esmente de UI11 goza. Mas cada um sabe que se ha. algo que esta pres
elite na relayao sexual,
0 "ideal do gozo do outro" e tambem, 0 que
um fato que, a nos Iimitar
constitui sua originalidade subjetiva. Pois
.Is func;oes organicas, nada e mais preeario do que este entreclUzamento
dos gozos. Se hci alguma eoisa que nos revela a experiencia, e a heterogen~idade radical do gozo do macho e do gozo da femea.
E por isso que ha tantas boas almas ocupadas, mais ou menos esclUpulosamente, em verificar a estrita simultaneidade de seu gozo com a do
parceiro. Nao
seguramente hoje que irei, aqui, expor 0 mOStlUariO de
quantos fracassos, engodos e enganos isto se presta. Mas e que tambem se
Irata de outra coisa e nao deste pequeno exercicio de acrobacia erotica.
e
e
e
e
/1...$
a
o que dizer? 0 que dizer? E que comeyamos a conceber como pode
acontecer que um orgao tao "local", si posso dizer, e em aparencia puramente funcional, como 0 penis, possa aqui vir a desempenharum
papeL
onde podemos entrever 0 que resulta da verdadeira natureza da satisfayaO na relaC;ao sexual.
Algo, de :fato, em algum lugar, na relayao sexual, pode simbolizar,
si pode-se dizer, a eliminayao deste resto. E enquanto orgao sede da
detumescencia que, em algum lugar 0 sujeito pode ter a ilusao - seguramente enganosa, mas para ser enganosa ela nao rnenos satisfat:oria
~- que nao ha resto, OU, pelo menos, que so ha um reslo pelfeitamente
evanescente.
Isto, em verdade, seria simplesmente da ordem do comico, e certa~
mente Ihe pertence, pois e ai, ao mesmo tempo, 0 que da 0 seu "limite"
ao que se pode chamar 0 "gozo", enquanto que 0 gozo estaria no centro
do que resulta na satisfayao sexual.
Todo 0 esquema que suporta, "fantasticamente",
a ideia da descarga,
e
Se alguma coisa - sabe-se bastante, sabe-se tambem que lugar isto
leve numa certa verbosidade psicanalitica - se alguma coisa vem se
fundar em tome do gozo do Dutro, e pOl' isso que a estlUtura que hoje
cl1unciamos faz surgir 0 "fantasma do dom".
E porque ela "nao tern" 0 phalills que 0 dom da mulher tom a Ul11
valor privilegiado quanta ao "ser" e que se chama 0 arnor, que
como
\) defini, "0 dom do que nao se tern"
Na relac;ao amorosa, a mulher en contra urn gozo que
si se pode
dizer, da ordem precisamente "causa sui", pelo que, de fato, 0 que ela d{l
sob a forma do que ela nao tern, e tambem a causa de seu desejo.
Ela se toma 0 que ela cria, de modo puramente imaginario, e juslamente 0 que a faz objeto, enquanto que 113 miragem erotica ela pode scr
~)pha/lus, se~lo ao mesmo tempo e nao 0 ser. 0 que ela da, par nUo 0 It:1
lorna-se, acabo de dizer, a causa de seu desejo; 5Dzinha, pode-so di/.l:i,
POl' causa disso, a mulher completa de modo satisfat6rio, a conjull<;.lo
genital.
Mas, seguramente, na medida em que, por ter fornecido 0 (lbidu
que ela nao tem, ela nao desaparece neste objeto - quem dil.l:r qllC csl\,
objeto nao desaparece - entregando-a it satisfayao de sell gO:l,o •..:;srll~j ,d
e,
e,
npcnas POl' intermedio cia castrayao masculina. De forma que, em SI ntese, ela ai nao perde nada, pois ela ai s6 poe 0 que ela nao tern, e que,
literalmente ela 0 cria.
E e bem pOl'isso que j'~SEMI'RE POR IDENTLFICA<; Ao A MULHER Q Ii!
I\. SUIJUMA<;Ao PRODUZ A I\.PARJ';NC1A DE UMACRIA('AoE
sempre sob
o modo de uma genese, certamente obscura, antes que eu nao exponha
os Iineamentos, mas muito estdtamente ligada ao dom do amor feminino, enquanto que ele cria 0 objeto evanescente - e mais, enquanto
que ele the falta - que e 0 phallus onipotente, e nisso que ele pode ter
alguma parte em certas atividades humanas - que deve ser examinado,
se sao ou nao miragens - 0 que se chama "criayao", ou "poiesis", por
exemplo.
o
e entao bem, se quiserem, pOl' um lado, 0 penis, mas e
que e sua carencia em relayao ao gozo, que faz a definiyao da
phallus
enquanto
satisfayao subjetiva it qual se encontra cnviada a reproduyao cia vida.
i\ imagina<;ao do "sujeito do conhecimento" quer seja de antes Olldc1J\)isda era cientifica, 6 uma fab.r:icayaode macho·- de macho cnqU(llllp
ck partic~pa da impotencia, que ele negue a "menos alguma coisa" elll
torno de que se faz 0 efeito de CallSayaOdo desejo, "que de tome csh.:.
tlli,;IIOS pOl'zero". ,la dissemos, "tomar urn menos pOl'zero", eo pr6prio
do sujeito e 0 "nome pr6pJio" aqui e feito para marcar 0 trayo.
A rejeiyao da castrac;:aomarca 0 delirio do pensamento, quero dizer a
'Illrada do pensamento do "je", como tal, no real, que e propriamente II
[jIIC constitui, en) nosso primeiro quadril.ngulo, 0 status do "eu (ie) DaO
pen so" enquanto que - s6 - 0 sustenta a sintaxe.
Eis 0 que resulta, para a estrutllra, do que permite edificar
Fn,:ucldesigna em tomo da satisfa~ao sexual em sua relayao com
tus do sujeito.
hcamos hoje por aqlli, design ando para a pr6xima vez
qlle avanyar agora sobre a fun9ao do acting-out.
De fato, no acasalamcnto, 0 sujeito nao pode realmente possuir ()
corpo que ele abraya. Ele nao sabe os (imites do gozo possivel, quero
dizer aquele que ele poderia tcr do corpo do Outre, como tal .- poh
estes limites sao INCER1'OS. E e tudo 0 que constitui este alem que def1nem "escoptofilia" e "sadismo". Que 0 desfalecimento fillico toma valor
sempre renovado de evanescencia do ser do sujeito, eis 0 que e 0 essencial da experiencia masclllina, e 0 que faz comparar este gOlO ao que sc
chama 0 retorno da "pequena morte".
Esta fllnyaO "evanescente" - muito mais direta, diretamente experimentada, nQ gozo masculino - 0 que da ao macho 0 privilegio de onck
saiu a i1usao da pura subjetividade.
Se ha um instante, em alguma patte em que 0 homem pode perclel
de vista a presenya do objeto tercelro, e precisamente neste momen10
cvanescente em que ele percle, porque desfalece, 0 que nao e apenas Sell
instrumento, mas, para ele como para a mulher, 0 elemento terceiro cia
relayao casal.
e
E a partir dai, que se edificaram,antes mesmo do advento do que Chamalllo.~
aqui 0 status da pura subjetividade,todas as ilusOesdo "con',imento"
0
0
0
que
sta-
que tern os
Li~ao XIV
{} que instauro, em resumo, e urn metoda sem 0 qual, pode-se dizer,
_'tjIlllluc!O que, num certo campo, permanece implicito em relacao ao que
-ft~-,(jne este campo, a saber, a presell<;a como tal do sujeito, pois bern,
!ili'l/(' metodo que instauro, consiste, pennite ornar, se se pode dizer, tudo
HlfP 0sta jmplicacao
do sujeito, neste campo, ai introcluz, l1a base, de
fir!ti('/(I, de ./c T lsid a d e . E algo que, em Burna, percebe-se, tomando um
puuro de recuo, se este metodo tem de fato toda esta generalidade, (e
'':'HO, se nao e de llma perspectiva tao geral qUE' parti, direi mesmo mais
f{r~i) que e() mesmo
percebo, s6 depois) que algum dia acontece que este
tilt'llic/o, a gente se serve dele para repensar as coisas onde elas sac mais
l1Jf,:tcssantes -- no plano politico, par exernplo - POl' que nao?
I~\:crto que
com as acomodacoes su1'kientes, ccrtos esquemas que
sua aplicacao. E ta!vez ai mesmo que eJes terao 0
filill()r slices SO, pois, no terreno para 0 qual os 101:jei, nao e utilizado
lJtJl 1l11lecipa9ao, Sendo que talvez, C a.i neste terren<.>, neste terreno que
_:~:_p do psicanalista, que urn certo J5J .impasse, que e precisamente 0 que
t.tOil
ni encontrarao
iljtlJlilcstam 0 que chamo - e elas nao sao univocas
i~Jln. rcsistem
Fnfim, nao
-- H sfa k iC iC ts do su-
melhor.
e sem
razao que
e ai
que estes conceitos
serao for:iadns
e que se pode dizer mesmo mai s: e que tocia a contingencia da aventura,
a saber, 0 proprio modo como estes conceitos tiveram que afrontar, it
saber, pOl' exemplo; a teoria analitica tal como ela ja se forjou, tal COlJ]1 ~
eles tern que introduzir correyao, esta teoria analitica e a propria di
aletica de que a sua introduc;:ao na teoria analitica teni comportado de
dificuldade, e mesmo de resistencia - mesmo de resistencia aparenl(,>
mente inteiramente acidental, exterior - tudo isto vem de certa fonn:1
contribuir aos modos sob os quais eu os terei cemido. Quero dizer qllt'
o que se pode chamaI' a resistencia dos pr6prios psicanalistas ao qUI'
e seu proprio campo, e talvez 0 que traz 0 testemunho mais brilhanll'
das dificuldades que devem ser resolvidas. Quero dizer, de sua propJi:1
estrlltura.
Bis porque, hoje, chegamos a urn terreno ainda UI11 pouco mais
vivo, quando se trata de que Ihes fale do que situei no qualio vertice do
quadrangulo, que qualificarernos (supo!lho que meus auditores de !wjt'
estavam todos la, nas minhas duas li90es precedentes), quadrangulo qllv
quaJificare11l0s como aquele que canota 0 MuMENTU IiA REI'Erl~',\() ;\
repeti9ao, disse - que corresponde a passagel11 do a/o como fundadoril
do slljeito. Mestrei, insisti (voltarei hoje porque e precise voltar) soble
a importancia que tem
ato sexual neste status do ato, Sem denni-In
como m o , e absolutamente
impossive! situar, conceber, a fun<;ao Cjlh:
Freud dell a sexualidadc, referente it estrutura do que se deve chamar,
com ele, a satisfac;:ao -. satisfayao subjetiva, B e /tie d /g lln g que nao pockria ser concebida de outro lugar a !laO ser daque!e onde se institui n
sujeito como tal.
E a (mica nOyao que funciona de modo que possa dar um sentido a
esta Be.fhedigullg.
°
Para dar a este ato sexual as referencias estnHurais .- fora das quais l'
impassivel conceber sculugar no que se trata, a saber, a TEORlA freud
iana - 1"omos levados a fazer funcionar um dos recursos mais exel11
plares do pensamento matematico. Seguramente quando uso tais meiON.
entende~se de fato, que se refere sempre a algo de parcial -- de parcial
para qualquer UJ11 que nao ten't que conhecer da teoria matemMica 8em)o
o de que eu mesmo me servirei como instrumento, Mas celtamente, ,I
)
-242-
pode ser difen~nte para qualqucr um que conhcr;a 0 lugar de
nil I \'('urso, que sem duvida com minha parte de inexperiencia, extraio,
i~t'lCdi tem at'si m mesmo" nao sem saber quais sac as ram ificacoes de que:
, fill' sirvo no conjunto da teoria matematica
e naa Bern me tel' assegurado
tIll 1:' para qualquer
urn que quisesse fazer um uso mais aprofundado,
1'!l(,'()Illraria .- no conjunto da teoria, nos pontos precisos que escolhi
!Jilin tlll1dar tal estrutura - encontraria todos os prolongarnentos
que Ihe
f}I'r1I1Hiriam dar umajusta extensao.
~ltllll\;aO
Algull1 eeo me veio que alguem, me ouvindo falar do ato sexual, a
sl:rvir para estruturar suas tens5es, do que me fornecia de terlHlrio a
[llOpon;ao do numero de ouro, deixou passar entre seus dentes esta obil~IY,\l,;Ho "A pr6xima vez que eu for transar, nao devo esquecer minha
IL'!JtJ[l de ca!cular l"
Certamente esta observac;ao tem todo 0 caritterjocoso
;11;;' ~c atribui ao chiste, ela fica, contudo, para mim a tomar meio-figo,
l~\ ·in-llva (mi-figue,
mi-raisin), a partir do momento em que 0 respon,,'wt'l pOl' esta diveriida tirada um psicanalista. Pois na verdade, pen so
llJlli precisamente que 0 exilo do gozo na cama e fcito essencialmente,
!'nll)O puderam vel' - colocarei os pontos nos i-do esqllecim en/o do que
I)odcria ser encontrada na regua de calcular. Porque 6 tao fileil esquecer?
E fwbre isto que insistirei uma vez mais daqui a pouco, e mesmo ai que
""!:,, loda a mola do que ha, em sum a, de satisfat6rio naquiJo que, pOl'
se traduz pela castraC;3o, Mas e muito claro
fllltJ<1parte (subjetivamcnte)
'lllI' 11m psicanalista
HaO podeJia esquecer que e na medida em que outro
<tIn Ihe interessa -- que chamaremos,
para introduzir seu tenno hoje 0
,\ I (J "SICA NALiTICO - que algum recurso it regua de calcular pade evjtl(,'lIt~illlente ser exigi vel.
!lIC
e
A regua de calcular, et claro, para evitar todo mal entendido nan Gon,i}jlil a nesta ocasiao, em se servir dela para ai leI' (nao estamos ainda iti)
n title se Ie no encontro dos dois tracinhos; mas 0 que ela tem em si ilH:";·
- 1111;
lit; l11edida l1aO e outra senao a do logaritmo,
ela nos fOl11ccc, ck ralp.
Hlgo que nao e inteiramente sem relayao com a estrutura que evoco
() ate psicanalitico tern isto de notavel -- a nomea-lo assim em rdcl
tin :i" ao conjunto cia teoria _. tem isto de not:ivel que vai nos pVllllill1
[ilI,I'r lima observavao,
que talvez pareceu a alguns nas margcll;, do ql i<'
anul1ciei ate aqui, e que e esta. Insisti sobre 0 carMer de ((to do que c do
ato sexual. Poder~se~a observar a este respeito, que tudo que se enuncia
na leona analitica, pan~ce destinado a e tp a g a r .- ao uso destes seres a
diversos titulos sofredores au insatisfeitos dos quais nos encarregarnos
-- 0 caniter de ato que ha no fato do encontro sexuall
Toda a teona analitica poe a enj~1se no modo da r e k t(x lo sexual, dec1arada- a torto au a direito, em todo caso a diversos titulos e a titu!()~
sobre os quais me permiti a levantar varias vezes algumas objeyoes _.-a
qualificar como mals ou menos satisfat6ria tal ou tal forma do que se
chama a r e la ~ 'iio s e x u a l. Pode-se perguntar se nao e uma forma de elidif'
- mesmo de afogar 0 que hi de vivo, de cortante propriamente falando,
pois, trata~se ai de algo que tcm a mesma estrutura de c o r te daquela qUi.:
pertence a todo ato- 0 que e propnamente do ato sexual.
Como e um corte que, como toda nossa cxperiencia 0 demonstra
superabundantemente,
nao val sozinho e nao cia, falando propriamentc,
um resultado de simples equidade, como tadas as especies de an0111alias estmturais (alias perfcitamente articuladas e identificadas, e mesmo
concebidas em sua verdadeira dimensao na teoria analitica) sao seu rt;·
sultado, e bem claro que 0 fa to de eJidir 0 que e do relevo como t.d
do ato, e scguramente alga ligado ao que chamaria 0 temperarnento. ()
modo temperado sob a qual a tcoria avanya no designio manifesto de
nao arrastar com ela esciindalos dClnais.
o pior sendo, e claro, aquele (que ni'1o parece par isso reduzido POI
esta prudencia) que 0 ala sexual, desde entao - qualquer que seja nossil
aspirayao 3.liberdade de pensarnento -- que 0 ato sexual, contrariamcnk
ao que se p6de afirmar em tal ou tal zonal\~ e 0 exame objetivo que s(~
refere a eticfI., pois bern., e preciso dizer-- que a teoria 0 reconhcya ou nib,
ai coloca a enfase au nao, P0tlCO impomd -- a expeliencia, pareee-nit:.
prova sliperabundantemente
que depois do tempo que nao dahl de 011
tem, onele entre as l1umerosas tentativas que foram feltas, mais ou m el1(\~,
herdaclas das experiencias cliferentemente complexas que foram aquelaf,
que se chama 0 tempo do "homem do prazer", que aquilo a que se pode
chegar. em eertas formulas exageradas dos meios libert<irios do COI1H;t;ti
do seculo, pOl' exemplo, (do qual havia ainda alguns e.xemplan:s /lulu- ando, bot,ando, em meios, sobre outros terrenos diferentenwntc scrkni ..
t'ntcnclo sabre terrenos revolucionarios)
p6de~se vel' £linda manter-s.,:; a
rill1llula que, depois de tudo, enfim, 0 ato sexual nao devia ser tomado
como tei1do mals importancia do que tamar urn capo d'agua.lsto
so
dizia, por exemplo, em certas zonas, certos gropos, ccrtos setores, em
lorno de Lenino. Lembro-me de tor lido outrora em alemao UIl1pequeno
volume mUlto bonito, que se chamava W e g e del" L ie b e 15-:, so ainda me '
!crnbro bem do titulo -- era, contudo, 0 comeyo, antes da guerra, de alga
que parecia muito ao livro de bolsa e, na capa, 0 arrebatador rosto de
!VIniC Kollonta"i (era a primeira equipe) e cIa Coi, se minha lembran y 3
c boa, embaixadora a Stockolm ._-eram encantadores contos sobre este
lema. 0 tempo tendo passado e as sociedades socialistas tendo a estruIura que voces sabem, aparece bem que 0 ato sexual nao pas sou ainda ao
grau do que se satisfaz no snack-bar e, para dizer tudo, que 0 ato sexual
lIrrasta ainda com de - e deve arrastar por muito tempo - esta especie
de bizarro efeita de nao sei 0 que ... de discordancia, de deficit, enA.m
dc: algo que nao se arranja e que se chama a culpabilidade. Nao creio
quu loelos os escritos dos espiritos elevados que nos circundam e que se
intitulam .. coisas como 0 Ulliver.'i'o lJ u lr h id o d e t c u lp a w , pOl exernplo,
como se Fosse desdeja conjurado! ( e UlTI de meus amigos que escreveu,
pref-iro sempre char pessoas de quem gOSlO mUlto); isto nao arranja de
j,,\ito l1enhum a questao e s6 faz que contudo nao tenhamos de fato que
nn;:; ocupar, provavehnente
ainda por mUlto tempo, do que pennanecc
ligarrado desle universo, em torno de l'racassos, d1gamos, mas fracassos
dol' quais se tr<1tajustalnente de consi.derar () status ( estes fracassos 1he
;;ill} lnlvez essenciais)-lhcassos, digo, ou nao fracassos, cl<1 (;:sln.Hura
do ato
sexual.
Cum isto, devo voltar, rapidal11ente e claro, mas \foltar ainda sobre
tem de insuficiente a definiy 80 que pode nos ser dada lwm eerl\)
D que
1'1
1(01 J.ON'1All\lcxandra
tVliharJovna_ Ht'ge d e r U e b ~ , d r d F:rziiIUlIgeli.
M"rgtmb!l<:h V<:rlag, reedit. 01-1992.1).
I i\~
I fl':Si'·MHD Angelo. L '[h,i" ••r" /IIorl'id" d e /0;;111"1 PU]!, P"ri,. !'),!9
d
registro de h u m ilia b e n d ito s a , referente ao que se chama 0 e s lc ld io g U lli-·
sobre 0 que farra a estrutura ideal de seu objeto, Na.o e inteiramente
vaa referir-se a esta literatura. Em verdade a dimensao de temura que (II
se evoca seja alga seguramente respeit<lvel, nao e contestavel, mas que
5e considere como uma dimensao de certa forma estrutural, eis alga qlll':
nao considero vao contestar. Digo antes de tudo que tambem que nao l'
muito menos absolutamente ...
fal,
- 0 que aco/1fec.:e?'50 0 qlle? le ja m , () l11omenfo me pC/reee h e m ('s co/hM o!
Retomemos. E5te incidente vai me dar a ocasHlo de resolver e (k'
abreviar mesmo 0 que penso tel' a dizer a respeito desta famosa telHura... (risos) pOder-se-ia pensar um pouco nissol'7
Ha lima face da temma, e talvez toda temura, que se poderia pontUlIl
com alguma formula que seria bastante proxima desta: 0 q u e n o s C O Il·
" e m fer de ph'dade pela im l'0 /e n c ia de C7mor, EstlUturar isso ao nivel cia
pulsao como tal, nao e faci!. Mas, tambem, para ilustrar 0 que convirill
al1icular, em relac,:aoao que e do ato e da satisfayaa sexual, seria talvcl
bom lembrar 0 que a experiencia impoe ao psicanalista da a m b i, .. giil.
d a d e - chamaI' ista "a ambivalencia", e depois entao se tem usado tunl(l
esta palavra "ambivaJencia", qlle ela nao quer dizcr mais nada! - dil
a m b ig iiid a d e
do
amOf.
Sera que um ato sexual e menos um ato s e x u a l, e urn ato imatulll,
sera enviar para n6s no campo de urn sujeito inacabaclo, que ficol! ugH!·
rado ao retardamento de algum estAdio arcaico, se - este ato sexual,'
cometido simplesmente 1106dio'!
o casa parece nao interessar it teoria psicanaJitica, Ii curiosa,. N[1P
vi este caso serlevantado em Jugal' nenhuJ11,
O N e p r e c is o 1!1I1'
N oilllldo, ta e m b a ix o ? FUllciona s e m p r e ? A h ! IS ,\'(I "
gelltif!, .. () que? Hein? N e w ollvcm i En/ao islo naoftm ciona!
- O u w -s e a in d a ? liJ d a e s ta a p a r e /h a g e m fu flc io n a ,
ell
deve
C l voz?
151,
Olio
1:')7
J)orgu.:illc:
d<l llll1l11icrofol1ll
"Ull
comella
p.:u cvcnit\.:".
a quei01ar.
I',\I<.A INTRODU7,lH a considerac,:ao desta dimcnsa.o, tive que, IlUIll
;{l:min{II'ioj<l untigol58 (enflm , no tempo em que 0 seminilr!O era lIItl
sun! I1<lri6!)tive que me servir cia pe~a de Claudel, bem conhecida, nlHis
(:xiI[amente da trilogia que comeya com I 'Oh7J,;e.
Os amores de Tulerure e de Sygne de coorontaine sao ou nan uma
('unjuf1yao imatura')
o que hci de admiraveI, e que creio tel' amplamente feito valer as
nj(~:ritose as incidencias desta trilagia tragica, deva dizer igualmente ,
;;\;'m que ningucm que eu conhec,:a, de meus ouvintes, tenha percebido
it illlportancia,
Nao e de admirar, pais nao live 0 cuidado de colocar
cxpl'essamente a enrase sabre esta questao precisa e que em gera] os
LJuvinles- de acorclo com todas os ecos que tenha - evital11facilmente
c!'{le ponto. Hit dais tipos, aqueles que seguem 0 Senhor Claudel ern
~illn ressonancia religiosa do plano em que ele situa uma tragedia que e
seguramente lima c1asmais radicalmente anti-cristas (entre aspas) que
j;ll~lai$tenham side fOI:iadas - pelo menos em relayao a um cristianismo
tit' bom tom e de emoc,:aoterna. Aqueles que 0 seguem nesta atmosfera
J1l'nsam que Sygne de Coufontaine ..bem entendido, permanece intacta
!~1l1 ludo isto
Nao e 0 que, no drama, ela pareyi:l articular Mas que i111p,'rla! Ouve-se atraves de algumas telas .. Coisa curiosa, os oLivintes
qlle pareceriam nao dever ser incomodados pOl' et'ta tela .,. a saber, os
oilvintes nao ,.e /i;:io s a d o s par antecipayao- parecem do mCSl110 jeito,
1\IIda qucrer ouvir do que se trata mui precisamente.
Scia como for, ja que nao temos outra referencia a nosso alcance
il!Ul'ro dizei' ao alcance da mao, aqui, do alto de Limatribul1fl) deixo,
(:,)!\Iudo, suscitada a questao de sahel' so lll11 ato sexual consumado no
(!din C ll1enos um ala sexual _. "de plena irnportal1cia", direi.
I ,~~vara questao a oste nivel conduziria a mUltos desvioi>., que nan scn.lIll int'ecundos, mas onde nao posso entrar hoje, Que me baste marcar,
WI 1011ria rcinante referente ao estlldio genital, outro trayel.,que pnrccc
t\lill ajustado aqueles de que se faz lisa, a saber, 0 caniter sc sc podc
dl/'(',Iimilado, moderado, temperado de todo jeito, que tomaria a rci\~ao
t·H
S I 't I l H H l r i o
I'
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'IIr.w)~'s
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?i·H".Y/~'h~/H'i(1,
fh.'nic(1s.
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ent sua dh1h'lIs/io
a s q u r llf o ii,,:jic~,l d c
I1 1 n J O
s l" ? ii.~ /jv l'.
de
i\)()
1
r'iIW
pre/{'!J.\o
.\ill(it~
an,
.'iU,n
sinal da maturidade genital sendo que estc objet<), reali/.ud\l
no parceiro (pais se trata, depois de tudo, de uma f6rnlllia que tcode a
:oleadaptar a costll111eStao conformes quanta se possa desejar .. ).. c~l\.'
objeto, ele seria normal e sinal cia mesma maturidade, que se pude::;sl'
fazer 0 luto dele -~num prazo que chamaremos decente.
(-Ia al algo, primeiro, que faz pensar que estaria n norma do que Sl'
chama uma maturidade afetiva, que seja 0 outro que parta prirneiro. .. \:;10
faz pensar na boa hist6ria, que era sem duvida aquela de alguem psicanalisado, de quem Freud fala em algum lugar, 0 senhor que ... viencl1sc,
e claro! E uma hist6ria vienense .. que diz a sua mulher: "Quando um dl'
n6s dois mOJTel~eu irei a Paris". E curiosa (nao fayo ai senao observayoes por esta via grosseira de oposiyao contrastada) que nao seja jamais
evocado, nao mais na teoria, mesmo que seja concernente ~ concernenlc
ao sujeito maduro - concernente ao luto que ele deixani atr{ls de si; isso
poderia l11uitobem ser uma caracteristica que se poderia mui seIiamenk
considerar, concernente ao status do sujeito! E~provavel que isto interes··
saria menos a c1ientelal, De forma que, sobre isto 0 mesmo branco.
dn
11110,0
Ha
outras observayoes alem deste pequeno incidente'5'" pelo tempo
que ele nos fez perder, SOli forvado a abreviar
Gostaria simplesmente de dizer isto, e qiWainsistencia que e colo··
cada jgualmente, a quantidade de desenvolvimentos que concernem all
que 5e chama a '"si(lla~ao", ou (linda a "relavao analitica", sera que iSl\!
nao e feito, tambem, para nos permitir elidir a questao concernente au
e do ato clIlalitic:o?
ato analitico, e claro, dir~se-it, e a interpretaya,o. Mas como a
terpreta<;ao e, seguramente de um modo sempre crescente no sentido
que
o
inJt)
declinio, 0 que parece l11aisdificilna teoria de articular algo, nao faremo:,
pOl'enquanto senao tomar ate (& 0 caso de dizer) desta deficlencia.
Observaremos que - de um modo que nao e sem comportar, devo
dizer, alguma promessa ..- temos, contudo, alguma coisa presente na tcoria, que conjuga a fUl1C;aodo analista (nao digo a "rela~ao analitica", 50bre a quaJ acabo muito exatamente de dirigir meu indicador, para dizcl
que cia lem, nesta ocasiao, uma flln~ao de tela), que a tbny30 analilicn,
pnrtanto, c aproximada de algo que e do registro do ato
Islo nao c sem promessas, vamos vel', por esta razao: e que sc 0 alO
,lIIalitico deve ser precisado neste ponto, e claro, para n6s, 0 mais vivo
eo l11aisinteressante a determinar (que e 0 ponto abaixo, it esquerda, do
C]uadnlngu!o e que concerne ao nivel em que se trata do inconscientc e
tkl sintoma), 0 ato analitico tern. diria de urn modo bastante conl'orme a
cstrUlura do recalque, uma especie de posi9ii.o C t C(lte marginal Um rep~
rcscntante (se posso me exprimir assim) de sua representa<;ao deficiente
nlls e dado sob 0 nome precisamente do a c tin g -o n t, que e 0 que tenho a introduzir hoje.
Todas aqueles que sao aqui analistas tem pelo menos uma vaga
IlOyaOque este tenno, seu eixo, seu centro, e dado por isto: que alguns
illns, tendo uma estrutura sobre a qual todos nilo sao fOfyOSamente a se
cntender, mas sobre os quais pode-se, contudo, se reconhecer, sao SLlSrepliveis de se produzir, na analise e numa celta rela~ao de dependencia
IIHlis ou menos grande, em relayao nao it situayao ou it relavao analitica,
Illas a um momenta preciso da illtervenyao do analista ._.de algo, por~
(Hnlo,que deve tel' alguma relavao com 0 que considero como de forma
ncnhuma definido, a saber, 0 alo psicL/nalftico,
Como 11aO temos, num campo !fio dificil, a avan9ar como um finoce~
rtlllle na porcelana, como temos que ir ai devagarinho, temos com 0 aclIIIg-o//1 alguma coisa, alguma coisa sabre a qual parece posslvel atrair a
alCl19aode todos aqlleles que tern a experiencia de analise, de um modo
que prometa acordo. Sabemos que ha coisas que se chamam 0 actiflf;1 /1 1 1 e que isso tem relayao com a interven9ao do analista.
Designei a pagin<t dos meus t:crifs, esta no meu dialogo com Jean
llippolyte, concemente ,\ V el'l1eilllltlg, onde pus em relevo um belissinH1
examplo, extraido do testemunho - no qual se pode acreditar, poiI' C U!Ji
tcstcmunho verdadeiramente inocente (e a caso de dizer!)·- aquck (k
Ernst Kris, no artigo que elefez sob 0 titulo E g o P sy c h o lo g )-' al/J fllla ·
pre/afion
ill hychoanalyfic
Y71eral~J!
(PSYChOCllW I;)ltic
Qualerf), Vol. 20
de Janeiro de 1951). Marquei, exaustivamente, neste mC11 ll'xlo
iYldl de encontrac, (repito, e mesmo digo a pagilla, um destcs t'tltilllUS
Ii 'nljmiriOS e e em meu difllogo com Jean Hippolyte, aqllele que Sl'gllt'
!1o,
I,
isto e, 0 disClltso
pllS em relevo 0 que compOita 0 fato para Kris, de ter, - seguindo
um )~rinci~io de-metoda que e aquele que prOl11ove0 e g o p .~ ) d ! O lu g \'
- de lI1tervll'no campo do que ele chama "a superficie" e que chamal C
mos, quanto a 116s,0 c a m p o d e lim a a p re c ic /(,;i'lod e re a lit-Itld e .
Esta apreeiayao de realidade desempenha um pape' nas intervenyi')(.;s
analiticas, Em todas as casos nos terrnos de referencia da analise. cia
.
desempenha um papel eonsideni.vell
Nao e uma das menores diston;:oes da teoria, daquela, pOl' exemplo,
que vai dizer que e possivel interpretal' 0 que se chama as manifestaycks
de transferencia, lazcndo 0 sujeito sentir 0 que as repeli<;oes, que COil
stituiriam a essencia, tem de impr6prio, de dcsloeado, de inadequadl)
em rela<;aoa iS10que foi eserito imprimido preto no braneo: 0 campo,
nao da situ8yaO analitica - do confinamento no consult6rio do analisla
considerado constituindo (isso foi escrito) lima realidade tilo sirnplesl
a fato de dizer: "voce nao ve a que ponto e deslocado que tal eoisa s('
repita aqui, nesle campo, onde nos encontramos tres vezes pOl' semana!"
- como se 0 fato de se eneonlrar tres vezes por semana fosse uma rcaJidade illo simples - tem algo, seguramente, que deixa I11l1itoa pensilr
sobre a definiyao que temos que dar do que e a realidade em analise
Seja como for.. e numa perspectiva analoga que 0 Senhor Kris se coloca, quando tendo a ver com al,6'uem que .-.aos olhos de Kris·- osienta
em se acusar de plagiario, tendo posto a mao sabre um documento, quI.:
- aos olhos de Kris - prova manifestamente que sujeito nao e realmentl~
um pJagiario, ere dever, como inlerveny ao "de superficie", articular que
decisivamente, ele, Kris, Ihe assegura que ele nao e um plagiario; pois
que ()volume no qllal ele, 0 sujeito, aereditou encontrar a prova, Kris fni
procurar eo encontrar! E que eJe nao viu nada de especialmente original
de que 0 sujeito, sell paciente, teria feito seu proveito.
Pe90 para se reportarem a meu texto, como tambem ao texto de Kris.
como tambem ( se podcm chegar a par a mao sobre), ao texto de Melitta Schmidebergl(i(i, que teve 0 sujeito num primciro periodo ou peda90
de analise.
}/o!lclhm e l c h a m p de fa p a r o le e t d u la n g a g e ,
( /1 '
Rom a),
°
I hll
SC1IMlDRBERO Mcli Ita. "flllelfcC /llelf"
lI'i/)lIIlll1/g
/(lld
P;.ls-s/6rllllg··.lcilschrill
l'''l. P;!(L,VIll, '.;, • !(H4. p. 109· 116 (Em illgl0s. in IJ.P. 1938. XIX. p. i 7-22)
f
Voces veem
que comporta de absolutamente exorbitante pas~ar pOl'
para abordar um caso ern que bem evidentel'nentc ()
\file C 0 esscncial, nao e que 0 sujeito seja realrnente ou nao plagiArio,
mal' Cque lotio .'leu desejo seja de plagiar; pela simples razao que parecc
. tple nao e possivel formular algo que tenha urn valor, a nao ser que de
. nfH"! 0 tenha emprestado de outro. E esta a mola essenciaI. Posso esqucllw(izal', tao finne, porque e esta a mola.
Seja como for, ap6s esta intervenc;ao, e 0 pr6prio Kris que nos eotnllllica que ap6s um pequeno tempo de sileneio de urn sujeito que, par~
r< !'is, manifesta 0 impaeto, anuncia simplesmente este pequeno fato que,
ujl(')S urn bom pequeno pedac;o de tempo, vai, cada vez que sai do cont>tdt6riode Kris, absorver urn born pratinho de miolos frescos.
0
t.~sln mcndieilncia,
.
a que e isto? Nao tenho que dizer, pais, ja, bem no inieio de meu
'Ilsino, valorizei 0 fato de que isto e um a c tin g -o u t Em que? -_.E m que
que nao e absolutamente mticulilvel a este momenta como posso fazeII) agora - em que senao nisto: que 0 objeto p e q u e n o a , oral, esta at de
lJJgum modo presentificado, trazido num prato - e bem 0 caso de dizer
pclo paciente, em rela~.ao, em razao (en rapport), com e5ta interveny.~n.E depois?
Depois? Isto certamente nao tem interesse para n6s agora ..- ainda
\111(', Cclaro, disso tenha sempre utn, perrnanente. para todos os analistas
que ls50 56 tem interesse agora se nos permite avanc;ar um poueo nn
I!iitfulura.
Entao, isso se chama acting-ollt. Que iremos fazer com este tenno?
Primeiro nao pararemos, penso, a isto, e tronchisse usar 0 que sc
chama 0 "franglais" Para mim 0 usa do "franglais", devo dizer ".penso
leI' algum gosto peJa lingua francesa - nao me incomoda de jeilo Ile·
nltul1'l. Nao vejo vcrdadeiramente pOI-quenao adornanamos nO$~O US\!
dn Iingua com 0 emprego eventual de palavras que nao farte del!l Paw
nlim ist50 nao e nem quente nem frio! Isto, tanto mais que nao eonsil,q
de forma nenhuma a traduzi-lo, e que e um termo, em ingles, de llm a ex
Iranrdi naria pertinencia. Assinalo de passagem, pela raziIo, que a lll~'lis
ollms e, de alguma forma, se se pode dizer, uma confinnac;i'io de ali~()
l~ 1I saber, que sc os autores - e nao vou faze I' a hist6ria <Ins (Il1tOfl'S
lJill'
oinlroduziram, porque 0 tempo urge - se as autores se serviram de ii('/.'
illg-O lll, do termo acting-out em ingles - pais bem, eles sabiam nlllilo
bcm 0 que queriam dlzer e vou Ihes dar a prova. Nfio me servindo do
que eu teTia pensado poder encontrar num excelente dicionario filoh'll,.!,i
co, fundamental, (enfi m! Que tenho, bem entendido, em minha casa ..em
treze volumes) 0 N el'" E n g lis h O x fo r d D ict;O IlC ll}': nenhum sinal de w t
o u t, mas me bastou abrir 0 W e b s te r s (que e tarnbem urn admirilVel ill"
strumento, se bem que num s6 volume, e que aparece l1aAmerica) pam
encontrar a to a c t O ilt, a definiyao seguintc, que espero reencontrar.
eis: to (me desculpo do meu.,. do meu ingles .., de minha alticulay3o.
meu spel/illg l61 (insuficiente em ingles) to represefl1, entre parentescs
a s a p lc ~ y , stOlT a n d s o o n , in a c tio n - portanto: "representar como ll111
jogo sobre a cena, uma hist6ria em ayao, a s o p p o s e d , como oposta, to
r e a d in g , a leitura, como por exemplo, a s 10 a c t olll s c e n e o o e h a s r e a d
protanto "como act O llt (nao digo: "jogar", pois e ad ollt, nao e') Nao ('.
10 p la y , hein l) uma cena que se leu".
POlianto hi! DOTS tempos: leram algwl1acoisa, voces teem Racine, lecl11
mal (e c1arol Aposto que leem em voz alta de modo detestave!), aJguem qUl'
esta ai quer Ihes 11105trar
0 que e: ele recita, Eis 0 que e 10 a c t 0111,
Suponho que as pessoas que escolheram este tcnno na literatuia
inglesa, para designar 0 a c tin g -o u t, sabiam 0 que queriam dizer [:lll
tedo ('.aso, isto cola perfeitamente: eu act olll alguma coisa, porque is!(l
me foi lido, traduzido, articulado, significado insuncientementc, - ou an
lado,
Acrescentarei qlle se Ihes acontece a aventura que imaginei a POLKO, 11
saber, que alguem queira Ihes dar uma melhor presenc;ade Racine, naa e llll1
6timo ponto de partida., isto sera talvez tao mal como sell modo de ler FI1I
todo caso, isto partira ja de urn certo equivoco: hi!alga ja marginal (a c611.~).
mesmo amortecido, no a c tin g -·o u t introduzido por uma tal seqiH~ncia.
E esta a observac;ttO em torna da qual procure apraximar 0 que enloco somente em questao hoje.
Para falar da J6gica do fantasma, e indispensavel tel' pelo menos al
guma ideia de ande se situa a ato psicanalitico Eis 0 que vai nos fon;al
a Illn pequeno retorno,
.
Podc-se de fato observar, nao e preciso dizer, mas e Illc11101 cli:1.1'1,
que () ato psicanalitico nao e um ato sexual. Nao e mesmo de ronna 11l.>
nhulllH possiveJ de faze-Ios intelferir. E exatamente 0 contnirio
Mas, dizer 0 contrdrio, nao quer dizer 0 cOi1traditol'io, pois fazclllOs
l(\glca l E, para faze-Io sentiI', tenho apenas que evocar a c a m a analitica,
Fla CS!(l, cOlltudo ai para alguma coisa!
Na ordem topol6gica, hit algo de que me apercebi, mas e verdadei·l'illl1cnteum problema, que os mitos tratarn pouco disto. E, contudo, 0
1·ito, e algo que tem a vel' com 0 ato sexual.
o leito naa e simplesmente isto de que fala Arist6teles para, lembro,
dl.'sigllar a este prop6sito a diferen9,a da q>u(ji~ com a !£XV1l E de nos
!Hcsentificar um leito em madeira como se, de um instante a outro, ele
/ludcsse come9ar a brotar! Procurei muito em Arist6teles: nao hft sinal
do Icito cOllsiderada como, .. nao sei 0 que chamaria, na minha lingua~1..:1ll
pr6pria - e que nao e muito distante da de Arist6teles - 0 lugar 0
01111'0. Ele tinha UOl certo sentido do ,6 1 to ~ tambem quando se tratava da
Iln:iCf1lcia natureza, E muito curioso! Tendo falado, no livro H (se minha
I 'lllbranc;a e boa) da M e ta jls ic a l(,~ (mas olio jura), deste leito, tao beJo e
!'l\)IrI, ele nao 0 considera jamais como 'r61to~do ato sexual.
Diz~sefi/ho d o p r im e ir o le ito . Deve~se tomar tambem ao pe cia letra,
i \ S palavras, na,o se dizel1l, nao se juntam ao acaso,
1':111
celias condiyoes, 0 fato de entrar na area do leito pode, talvez.,
qunliflcar um ato como tendo lima certa relayao com 0 ato sexual (cf as
!llc:las das Preciosas) Entao., 0 leito analitico significa alguma coisa:
unln Mea que nao e sem uma celia relayao com 0 ato sexual, que e uma
fda~iio falando propriamente de contnirio, a saber, que nao poderi.a de
!I)!I11il ncnhuma dispensar, De qualquer j~mna e umleito e isto intl"odu7.
'1 suxual sob a fOJ1l1a de urn campo vazio ou de um "conjullto vazio",
('UIIHl se diz em alguma parte.,
1\ entao, se voces se reportam ao mou pequeno esquema estrutllral.
pllis l~ai que temos ja colocado 0 Outro sexual, IS ai tambem que 0 a!ll
lHi/dilico, em nenhum caso, nao tem nada a fazer (foutre) Fica is!lI v
l;Hu. 0 grande A e 0 p e q u e n o a e sua relayao ... quero dizer 0 oulro grand\'
.i\ d(~que, depots de tudo, eu gostaria muito de tempos em tempos poder e1idil' as coisas pesadas, mas enfim, para aqueles que sao surdos, que
I1Urlca me ouviram, tr'1lta-se bem deste campo do Outro, em quanto niio
tanto que ele duplique, mas que ele se desdobra de modo tal que, justa"
men t e, e Ie a1' esta,1~1' , ern seu Intenor,
quesUio do Outro, enquanto campo
do ato sexual e depois que este Outro, ai, que parece muito nao poder if
sem e que eo campo do Outro da alienayao --,este campo do Outro que nos
introduz 0 Outre do A barrado, (AI), que e tamb6m 0 campo do Outro ondt:
a verdade para nos se apresenta, mas desta forma rompida, estilhac;ada,fragmentfu1a,que a constitui falando propIiamente como intrusao no "saber",
Antes de. ousar mesmo colocar as questoes concementes a isto:
ONDE ESTA 0 PSICANALlSTA') E preciso lembrar de que se trata,
concernente ao status do que designa aqui 0 segmento p e q u e n o C T ,
Voces ja senti ram, pen so, que e muito claro que ha uma relac;ao entre
este p e q u e n o a que esta aqui (2) e este grande A que esta ali (1), que eles
I'em mesmo a mesma funvao em relavao a duas coisas diferentes,
o pe'fl,eno
forma fechada, forma dada.no inicio da expel1enciaanalitica,
sob a qual se apresenta 0 slyeito, prodw;a.ode sua histeria e diremos mesmo
mais Jixo desta historia, fonna que e aquela que designo sob 0 nome de objeto p e q u e n o a , tem a mesma rela<;aocom 0 A do Outro sexual..
A
a+A
Todo corte feito neste campo - e nao
e dizer que 0 analista
pOl' poueo que seja tentado de 0 fazer ( as grosseiras analogias entre 0
Hnalista eo pai, pOl'exemplo) pais tambem poderia ser ai que funciona
l'lHa medida destinada a determinar todas as relac;6es do conjunto e no~
f1lt;adamente aqueles do p e q u e n o (I com campo do A sexual, Nao nos
,Ipressemos, peyO, para f6nnulas tao precipitadas, tanto mais que elas
~l~i(l falsas l Isto nao impede que haja a mats estreita relayao entre 0 camJJO do grande Ada intervenc;aa veridica e 0 modo como 0 sujeito vern a
presentificar 0 p e q u e n o a , mesmo que fosse (como acabam de vel' em
lparencia, no exemplo tirado de Emst Kris) que llUI11 modo de protesto
U lUll cOl1eantecipado, S6 ha um mal, e que justamente que isto nao esta
ai senao para carregar a intervenc;ao de Kris; ela carregou neste campo,
l'ontanto que na analise, digo, n o a m .ili.s·,!, e urn campo dessexualizado
°
I
...-------......
(I,
Fig, XIV-4
C 4 - - - - - - k -"!~
a
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' _
(I
lJ
llllc r v c /l\: ih i
d¢
Kri~
I
!
Quero dizer que nn economia subjetiva, e da dessexualizityao do
proprio 80 ato sexual que depende a economia, as repercussoes,
fWI':anto,que vaa ter um sobre 0 outro os Qutros setores do campo.
,.: pOI' isso que isto vale bem (antes que eu va mais longe, a que s6
'~\) flm:l ap6s as fCI1asde Pascoa, pela razao que nossa proxima sessao,
qll . serfl a liitima antes, reservarei a alguem que me pediu para intervir
',ohle 0 que avancei pelo menos depois do comec;o do mes de janeiro,
concrnindo esta topologia, aquela que compreende tambem os quatHJ
Olinpo
" que esteA da verdade -. do campo de illtrusao desse algo que c1audica, que peea no sujeito sob 0 nome de sintoma - a mesma relac;ao que
l:S!e campo p e q u e n o a , com que? Com 0 conjunto
que ai pro-
..:cdc seja a identificar a este campo do Outro, como seria evidentemente
tCl'mos da alie/la~;clo como os da repetiqfio) e pl'eci so, nestas condiyl)(')s,
relal'dar a que 0 e .deste campo, enquanto que, na analise, e al que Sl'
encontra reservado 0 lugar do ato sexual,
Retorno sabre 0 fundamento da satisfayao do ato sexual, enqual1(o
que ele e tambem 0 que da 0 status da SUBLlMA<;:Jl.O. Retorno para, nesh'
ana, d e v e r nilo levar muito longe 0 que introduzi neste ponto.
o que e da satisfayao do ato sexual? Transparece isto que conheeemos pela experiencia analitica, que hit, nao de um pal'ceiro ao outro,
mas de qualquer um dos parceiros a ideia do par como Vm, esta falla
- que podemos definir diferentemente: falta a ser, falta ao gozo do Oulr\)
- esta faHa, esta nao coincidencia do sujeito como produto, enquanto
que ele avenya neste campo do ata sexual. Pais nao e autra coisa senau
um produto, neste momenta. Nao hit necessidade nem de ser nem de
pensar nem de tel' sua regua de ca1cular .. Ele entra neste campo e ele ere
ser igual ao papel que deve ter. Ista, quer seja hamem au mulher. Nos
dois casas, a fala falica _. que se chama cas/rac;fio num casO ou PeJlJ.,··
n e id no oulro - esta at 0 que simboliza a [alta essencial.
Edisto que se trata. E pOl"que e 0 p e n is que a simboliza? Precisamentv
por ser 0 que, sob a forma da deflill1escenda, materializa esta falta, (~s'a
"falta ao gozo" - materializa a falta que deriva, ou mais exatamente, 'lIlt'
p a r e c e derivar da le i d o p r a z e r .
E de fato na rnedida em que 0 prazer e urn limite onde 0 p r a z e t iI,' .
m a is e um desprazer, e que para al 0 que parece que nao falta nada. Pois
bem, e um eno de calculo, exatamente a mesmo que fiuiamos ....e ell
posso lhes fazer passar isto como 5e pode fazer passar a noz-moscadn
asseguro que se me entrego a urn certo I1tmlero de pequenas equa,>Cws
concernentes a oste c t, este 1- a que e igual a (l'-, e tudo 0 que se segue
farei, a urn momenta passar como nada, que este 2+a que voces veem :\1
e daqueles que valem cada urn: ] ..
,.--
;,*,,~---....
/""
•.....
'''a:\~/
/.....
----
-'
~
a
l- ( /: o ~ a "
...•.
transformaria, par um errou,"" e claro, em um 2 a ; 1, scm 111<:Sn:\() qLle s6 tenbam visto fogo! Nao tel1ho tempo hoje. 5e qUlscrel1l que
o ra~a na pr()xima vez quando teremos juntos um pequeno debate .. serel
r;'I~il f~l/.ere nJesmo muito divertido! Mio ha nada de mais divertido que
iJsta linda runcao que se chama 0 m ;l11C!J"o d e Ollro,
() I-a que esta aqui e que e facil de demonstrar que ele e igual a a:" e
o que lem de satisfat6rio 0 ato sexual A saber, que no ato sexual, a gente
, .. ~
0
que falta.
que hei com a s u h lim a v c to . Nao que 11asublimayao
S~ saiba 0 tempo todo, mas que se obtem como tal, ao fim~ se e ha um
flln na sublimac;:ao.
I',: 0 que vou proeurar m<tterializar peJo uso desla dita relayaa: m e/a
01\0
percebe
0
I~toda a diferenya
l'
('x/rema raz(./o,
o que
acontece na sublill1a<;ao? Longe que a falta que esta aqui sob a
a 2 , em relayuo a este p e q lle n o a que acaba de ser levado aqui
.;{obrc 0 1, de modo que veiam mais ern cil:na .. 0 interesse desta relar;ao,
('!I c1isse da ultima vez, eo
poder de proceder par LIma reduyao sucesnivn, que se produz assirn: rebate-se aqui 0 0 2 , e se obtem, concernente
:111 que rest a, a saber, 0 a aqui, outra subtral(ao do a , ista e a - a '- que 5e
I'lll.:onlra., e facil a demonstrar, (da mesma fOllna que li era igual a 1-a)
jgllfll a n \ que se coloca aqui.
tl.lnc,;ao de
his 0 que sc obtem, tomando sempre 0 "1'esto" .- e n[j,o,e claro a que
se reproduz do 0 " , se se rebate assirn 0 a 3 , obtem-se um sewr que tern 0
valor oj; depois se rebate, e temos aqui a 5 Temos entao todas as potCilcias pares de urn Jado, todas as potencias impares do outro.
E f~lcilvel' que elas irao .. se posso dizer, ao encontro uma da outra.
alC: S0 totalizarem em ], mas 0 ponto em que se produzira a corte, entre
as potencias impares, e as patencias pares, e facil a calcular: este e precisamente UIll ponto que e determimlvel pelo fato que ele e igual ao a
que se produz agui antes
Basta manipular um pouco estas proporyoes, sobre uma rolha branca, para que se possa fazer 0 contrale.
o que isto da como estmtura da funyao sublimat6ria?
Primeiro, que ao contnirio do puro e simples ato sexual, e da falta
que ela palte e e com a ajuda desta falta que eia constr6i 0 que e sua
obra e que e sempre a reproduyao da falta.
QuaIquer que seja cIa, de qualquer forma que ela seja tomada - e
a obra da sublimayao nao e de forma alguma fon;osamente a obra de
arte, ela pode ser !lJuitas outras coisas ainda, inclusive 0 que estou fazendo aqui com voces que nao tem nada a ver com a obra de arte -' esta
reprodw;ao da 1'alta, que vai ate apertar 0 ponto onde seu ultimo corte
equivale estritamente a falta de partida a 2 , ds de que se trata ern toda
ohm de sublima9ao realizada.
Isto, e claro, implica no interior clo ato, uma re p e tir;tio : E somente
trabalhando de novo a falta de modo infinitamente repetido, que 0 limite
e atingido que da a obra inteira sua medida
E claro, para que i5to luncione, convem que a medida s~ia justa, no
come90. Pols observem aIgo, com a medida p e q u e n o {f, que demos panl
ser uma medida espacia]mente hal1l1<'Jnica,lemos a formula seguinte: J +
it + a 2 -. (etc, ate 0 infinito quanto as potencias invocadas) e iguai a Ii].,
a.
Is1:onao e somente vercladeiro para "a" cia medidajusta, a do numen)
de ouro, contanto que ela nos sirva de imagem, it medida do sujeito
ern rela930 aD sexo num caso ideaL 18to funciona para qualquer x, de
qualquer valor, corn uma unica condiyao que este x esteja compreendi··
do entre 0 e I. ISla e, que de compolie tambem, em relayao ao 1, algum
defcito ou alguma falta.
)
1\tias 6 claro, a rnanipula~ao nao sera (ao f~icilconccmcnte it flHlyaO
rc:pctitiva cia sub!imayao E bem da questa.o do que e, no inicio, cste
";i"
que se trala; 0 "a" s6 tern a vel', no sujeito .. com a ft.tn<;no sexual.
quI.) de Ihe.e mesmo anterior, que ele e ligado pur a e simple8mentc il
pr6pria repetil;ao. ,t:.., rclayao de "a" <10 $, cnquanto que 0 $ se esfOl~:a
pilla estar situado justamente em reluyao a satisfayao sexual, esta ai u
que se chama, falando propriamente, 0 fantasma, e e isto que, neste uno.
desejamos nos oeupar. Mas antes de vel' como chegar ai, a saber, no
alo analitico, e necessario que eu articule de um modo que, certo, pock
parecer afastado dos fatos .- ela nao 0 C, verno, como podem ereI', para
brincar sobre a presen9a ou nilo, no bolso de voces, da n§gua de calcular. Verao, ao contrilrio, que e introduzindo estas !1ovidades na ordem
cstrutural, que muitas das confus5es, "colapsos", embrulhos da teoria,
poclem se arejar cle modo que tenha sua san~ao na ordem eficaz.
Li~ao x v
dar todo 0 tempo, habitualmente reservado para nossa conDr. Green, que voces podem ver a minha direita. Comeyo
l!Htnp 11Il! pouquinho rnais cedo para Ihes dizer rapidamente algumas
{1 !nvras de introdUi;;ao, das que tinha pensado para esta ocasiao, sem,
<JIH'IHIlIO, saber de antemao, mesmo, que ele tinha, como acaba de me
dt?:pl, lllUitas coisas a nos dizer, ou seja, que muito provavelmente ele
. Ipmu uma hora e rneia. E: isso ...
/)(lSq;O
'vt1ml\~il(), ao
l
Frn vi rtude das tram as secretas e, como sempre, muito seguSupereu, como hoje, em suma, implicitamente, eu tinha me
tl( luna folga, encontrei urn meio de tel' de falar ontem a tarde, <lscinlldnls da tarde, para a jovem gera<;ao psiquiittrica, em Sainte-Anne.
) !JlJl.'1' dizer -- meu Deus! - it gera<;ao dos candidatos anaJistas.
fim ll
.'tjrlllleu
0 que e que ell tinha de fazer J{t? Na verdade, nao grande coisa,
dndo que aqueles que me haviam precedido, e especialmentc, do!>
nIWK)S, os melhor talhados para apreender () que pode Ihes ser
[wJt) il esclarecer sobre meu ensino: Madame Aulagnier, pOl' exem-
Jill II
'I
PICHt (0 que l1ao fundarel110s
no
('I wries
tlmd
Melman, para
sobre esta p ie r a ? .. ), Serge LecJaire,
nomea-Ios
em ordem alfabetica, e mesrno
iio hem, deixando de lado a parte de distrayao que me leva ,d..
.~ Vt'/.~~S <ldizer
10,
sim quando me pedem alguma coi sa, eu ti I1ha, ell ..
nlguns motivos para ali estar. .E que tudo isto se passava ou
quadro de urn ensino que e aquele do meu velho amigo, do meu will\)
camarada, Henri Ey. Ai esteL.
Nossa gerayao, ja que e a mesma, a gerayaO de Henri Ey.e a minha:
tera tido, pois, algum pape!. Este \lelho camarada, em particular, ter;1
siclo aquele a quem, pOl' mim eu dou a palma, quanto a uma fUI1<;aoque
nao e senao aquela que chamarei do c iv i/iz a d o /'.
Voces mal se dao conta do que era a sala de plantao do Sainte-Anlll'
quando n6s chegamos 1<1,os dois, com autros tamMm que tinhar.11urn
pouquinho da mesma vocayao, mas. enfim, que ficaram no mew till
caminho!
o subdesenvolvimento, se passo dizer assim, quanta as disposi<;()cs
16gicas, ja que de 16gica se trata aqui, er~ verdadeira.m~~te nes~e llivtd,
em 1925, hein! Isto nao e ontem .. uma COlsaextraordtnana. MUlto benl.
desde esse tempo, Henri Ey introduziu sua grande maquina, O O lgaillldiIlCTmisl11o .... E uma doutrina .... e llma doutrina tal sa.,mas incontestavelmente civiJizadora A este respeito, ela desempenhou seu pape!. Pode-st.'
dizer que nao ha, no campo dos hospitais psiquiatricos, ~m so espiritll
que nao tcnha sido tocada pel as quest6es que essa ~ou~nna c~loc.a em
primeiro plano. E essas quest6es sac quest6es da malOr Jl11portancla.
Que a doutrina seja falsa e qllase secundario., tendo em conta CSS('
efeito Inicialmente, porqllc ista nao pode ser de outm f?rma. Isla nao
pode ser de outra forma porque eo Limadoutrina medica. E nccessillio, l'
essencial ao estatuto medico, que de seja dominado pOl'uma doulnna
Isto se ve sempre. 0 dia em que nao tiver mais dautrina, nao ha:~nl
mais rnedicina de modo algum. Por outro Jado, e nao menos necessan<\
a expericncia 0 prova, que esta doutrina seja falsa; sem isso, cIa nlto
poderia dar apoio ao estatuto medico.
Quando as ciencias -- de que a medicina agora se cerca e se socorn.\
se deixa" se abre a elas pOI'todas as partes - forem reunidas no centro, muito bem, nao haveni mais medicina; havera talvez, ainda, a pSteancllise, que constituira nesse momento ai, a medicina. Mas isso Senl
bem embarac;oso, porque sera um obstaculo definiti vo a que a psi canali Sl'
so tome uma ciencia. E pOl'isso que eu nao 0 aImejo
Muito bem, ontem it noite fui levado, diante desse audit6rio tao sele10, a falar da operayao da alienac;ao, de que eu penso, pela maior parte.
Si,;lldodado qlle l1ao se descola tao facilmente de Sainte-Anne all' 11 1,::-;
cllLi NOI'IJ~al( 1/ is a IO /1 K W (~ F ... ), eLl aeredi tei dever, POl'eks
pOl' dc,~
que C<~IlStltllel11,
em suma, a zona de apelo as responsabilicladcs psi,
r"nall(Jca~,. el,n outros termos, aqueles que vao fonnar os pSiC<lllaJis(i1s
eu acredllel de vel' destacar., porque era verdadeiramente ai 0 fliPill'
~Ielilac'lr como se poe, se se pode dizer, 0 que se chama essa esc~II1(;
J!lilugural que e, voces sabem, lima talsa escolha, porque e lima escolha
L()J'~~ada.
.
Quais sac os nomes que cOl1vem a essa escolha nesta zona central a
d(\s futuros responsaveis? Entao, hist6ria de Ihes levantar as orelhas ~u
l2uloqllei para voces, ali em cima, os names que convem, os nomes 'apj'opnados - sou foryado a, ai, fazer allls£lO,porque e ram que as converstl(:0es, mesmo limitadas, como aquelas, pennaneyam secretas, sobretudo
quando se trata de uma sala de plantao, e desses nomes, talvez, Ihes virao
tW ::; Ollvid?s a~IgUI11.
eca, sob a (~)J'made goz3y £lo Nao sao nomes foryosaflJente~amavets, eVldentemente' Mas, entre 0 ellm lO pellS O e 0 ell n c1 0 S O li,
ISSO nao tern de modo algum, pela que e de uma zona mais vasta ... avan~:lldo:omo sendo os constituilltes fl.lndamentais desta aliena<;-aoprimeira,
ls10 nao e de modo algum muito gentil para 0 conjunto desta zona que
dcstaco no carpo humano, sob a forma do campo do sujeito: ou ele nao
pcnsa, olf ele nao e. AJcm disso, isto mucIa se voces 0 puserem na terceira
pessoa. E
do elf " C io penso ou do ell n lio S O li que 5e trata. Entao,.isto
H10nuamUlto 0 valor dos terrnos de que me servi ontem it noite, sobreludo
s' se pensa que, em virtude da operac;ao de alienac;ao, 11(1
um desses dais
WnlJOSque e sempre excJuido.
Depois, mostrei que aquele que resta toma um valor completamellic
uiltro, de algul11modo positivo, se propondo, se impondo mesmo COll1o
tonno d~ escalal6\ - que se propoe, justamcnte, it critic.a daqudes que
. llivoq.uel, no momenta em que invoquei, pOI'considerar que a posi,',lo
pro.rm a do candidato e a cri tica. Era mui to urgente. Porque, se 1151tlltH,::ll)
lll\llga era aquela dos subdesenvolvidos da 16gica, a sitLla~aoafual Ill'SlI.l
M,1,.:rar;ao,
pOl' uma especie de paradoxo e pOl' L1mefeilo que e justallH'lllC
aqude da ~mlJjse.... A incidencia, "casus", do melhorI6 ""opti;nus", podl'
:'Ul'em mUltos casos "pessimus", a pior Os outros eram subd<;;scJlvn!\I
?cm
Ii')
l'1l!(Ivra inccrtil
Ii>(,
Si!.aret:·'l'ilwidclle~.
caS /lS ,
dlllncilklir
oplimisll1c, !'Cllt '-'iT..: •.
I,aean, no curso de seus seminarios, disse: "0 que nos inlercssa, n;io
pCllsamento de Freud, e () objeto que ele deseobriu". Com efci 10, eslU
Ipmada de posiyiio e muito importante Bla previne contra uma pscudo.
or(odoxi',l fl'eudiana, entretanto, hft problemas que se colocam quanln
!\ cOl1lparay ao do espitito com a letra, e nilo se trata aqui que ell Ihes
Ol1i'illareique Laean considera mais a letra que 0 espirito, Mas, trata-se,
prl'(~jsarncnte, de eonstituir a tetra de Freud e de tentar sua fonnalizayan
HI ralei, no ano passado, durante um semin<irio referente it qllestao do
obJl;:lU a, falei. diria, diante do pequeno seminario ....:.
hoje, e diante do .Jandc seminario que ell falo e acredito que isto nao acontece sem me
colocar um problema particular, pois, diante da assistencia, selecionada
]Jclo proprio Lacan, do pequeno seminario, eu sabia ao menos a quem
ralava, enquanto que, hoje, devo Ihes dizer que nao sei a quem falo c
que iSlo me causa problemas na medida em que me dirijo sobretudo aos
dos da logica, mas aqueles ali tem uma tendencia a ser, dela, os mongt,;s.
Quem dizer que, da Jl1aneira como os monges se retiram do mundo, cles
sC retiram tambem da logica, eles esperam, para pensar nela, que SU<I
amllise termine!
Eu os tenho incitado vivamente a abandonar este ponto de vista, MIO
sou 0 (mico, alias, acontece que 11ft, 0utros, que ha urn ao meu lado, Illif
exempl0, que <:\ daqueles que, nesta ordem, tentam despertar quando
ainda e tempo - quero dizer, de modo algum, foryosamente, nofim d<l
psicanalise didatica, mas tambem no seu discurso, e talvez isto seja md
hor -- a vigilancia critica daqueles que ele pode ter, no momento, de
doutrinar.
Entretanto, devo dizer que <:\ como psicanalista, como representanlC
deste campo que e aquele, problematico, onde no momenta se joga ninda todo 0 futuro da psicanalise, que 0 Senhor Green recebe de milll,
hoje, a palavra, em razao do fato! - meu Deus! -- absolutamente impor.
tante, que ele se propos, ele mesmo, quero dizer, que nao e, de modo
algum, como um dos meus alunos ou dos mells seguidores, que ele vai
Ihes dizer, hoje, as reflex5es que Ihe inspiram as ultimos termos que ell
aportei, concernentes a logiea do fantasma. Eu Ihe cedo agora a palavra.
exatamente pOl'todo 0 tempo que ele queira, me reservando 0 direito de
tirar proveito, para 0 usa de voces como para 0 meu, do que ele, h(~ie,
poden'l dizer.
A voce a palavra, Green I
l:.O
unalistas
You relacionar os problemas que tratarei diante de voces e que se
po(kril agrupar em cinco capitulos:
,
.'
Dr. Green - Lacan, em seguida a UIl1 seminario que muito me Il~1
refletir, e que tinha me feito Ihe dizer do desgosto que tive porque u:;
seminarios fechados foram suspensos, me deu outra vez a ocasiao de 11le
dirigir a voces, hoje, 0 que agradeyo,
Entretanto, e necessalio que as coisas fiquem bem claras desdl,; (\
come<;:o,As eleiyoes legislativas tenninaram e nf10 e a uma confrontil
y50, como aquelas que voces pod em tel' escutado no radio, que vou 111\:
dedi car hoje.
Vou, sobretudo, tentar, em seguida a leitura dos semi l1arlOSque Lacan
me transmitiu na semana passada, tentar demarcar um certo nl1111erO
tk
ponl05 a prop6sito dos quais vou me dedicar a um exame da teoria lac'l
Iiian" l~mrelayao it teoria freudiana e aos problemas que isto poe.
l1ilareiinicialmente do isso e de sua verdade gramatical em suas relacom olnconsciente;
aburdarei, em seguida, a questao da repetiyao em sua relayao com 11
diacronia;
nbordarei, em seguida, a pulsao em relayao it linguagem;
prnsscguirei com 0 exame do que chamarei as classes pulsionais,
IS[O e, as quest5es das pulsoes ditas inibic\as quanto a sell alvo, em
rdnyao as pulsoes nao inibidas, na medida em que eJas poderiam nos
tllzer alguma coisa das rela<;oesentre 0 grande Outro e () pequeno 0;
" cnflm, concluirei com algumas observayoes concernentes Ii unidade subjetiva, isto e, a rela<;aodo Um unificRnte com 0 lJrn cont{lbil
OilS reJayoes da estrutllra com 0 sujeito.
'
\:iics
l
decon'er do Seminario de lOde fevereiro de 1967 dizi:!
o Is 8 0 " , E, sobretudo, no seminario dell de jane! I 0
Lacan dA as formllJa<;oes mais perfeitas concernentes (10 I.~ s o " ()
0 qu<::e este Isso? Isso acaba de desaparecer, um pouco Illais. i:,'{{)
tli,~an, 110
ou <smeil pensar
tW
lit'
in'l ser", alguma coisa que aponte para 0 Ser, diz Lacan Nos 1',:W .fitIJs,
Lacan precisa: de UITIJugal' de ser que se trata Esta posi<;ao se liga it
proposi<;ao que Lacan meSI110qualiticou de pr6-socnitica; wo j,;.\ \1101:
s o llfe h w e r d e n . Lacan dell, dela, varias tradLH;6es. Em A ('oisaji'(!lId-
e
"Ali onde-is8o era, e meu dever que venha a ser". Em seguida, na
"La onde isso foi, ali devo advir". E, enfim, Ul11<1
omissao que assinalo em seu in d e x , que e assinado par ele meS11lO,a
ultima definiyao nao e assinalada. Como e a ultima, me parece importante da-Ia: "la, onde isso estava, como sujeito, devo advir".
Relac;:ao, pois, a prop6sito do isso, do pensamento ao Ser, "este nao
e de modo alaum um Ser, mas um d e s s e r (desetre) (semimlrio de II de
jf111eirode 1967) Entim, 0 ponto, a defini<;ao, po~e-se dizer, gir~t6ri~,
para empregar uma palavra muito usada nestes ultlmos anos: "0 lS80 e.
faJando propriamente, aquilo que, no discurso, enquanto qu~ estrutura
16gica, e muito exa:tamente tudo 0 que nao e ell Ue), ou seJa, tudo 0
que sobra da estrutura. E quando eu digo "estrutura 16gica", entendam:
"gram alicaf', seminario de II de janeiro. Aqui se en,contra ~centra~io0
problema que temos de contornar no que concerne a questao do ISSO
o inconsciente e estnlturado como lima linguagem. 0 isso, entao, elll
relac;:ao80 inconsciente, e tudo 0 que nao e ell Ue), todo 0 resto daestrutura 16gica, enquanto gramatical, que e a essencia do 15S0(seminario
de 11 de janeiro). A esse respeito, assistimos em p~rte, se nl:k~ a LIma
renlta<;ao, peto menos a lIl11estabelecimento das poslc;:clesantenores de
Lacan, concernentes ao isso, ls s o fa la e urn curto-circuito da relac;:ao
isso-incollsciente, mas, com a condic;:ao,precisa Lacan, que se aperceba
bem que nao se trata de nenhum ser Gis, entao, a posi<;ao lacanianll
relativa ao i8S0.
You a<yorame voltar para Freud, para considerar tres textos maiNe:;
Acredito~ue nao nos encontramos ai diante de problemas muito diliccis
e que imlJliquem certamente uma ref1exao suplementar para examinar a
compatibilidade ou incompatibilidade da teoria lacaniana com a posi<;i'in
freudiana, em todo caso, em sua letra.
Em 0 ell e () isso, FreudlG7 da a definiyao do isso. Para tanto, ele vai,
ial1a:
fnstcincia da Lelra
illicialmente, propor um raciocinio que eo seguinte: ele vai dizer que h~
rl~prc$entay6es verbais auditivas e representa96es ViSUi;lis,as representa\:Q€S verbalS sendo 8uditivas, as representaryoes visuais sendo evidente~
n~ellte nao a~ditivas, E e/e vai dizer que a passagem dessas representavoe;s ~nconscl,entes p.ara () conscieme vai, obrigatoriarnente passar pelo
cst~d1(~do pre-COI1SClente.E nquanto que vai existir lima outra categoria
delen~me~os que nao passarao)amais pelo estado pre-consciente e,que
passarao dlretamente do estado IIlcol1sciente ao estado consciente: tratase ai ~os afetos. Qual. e 0 interesse deste apelo? E justamente precisar
que 0 111consClenteval compreender dois setores, peJo menos, 0 da r e p resell~a~~ti~
.e 0 dos «fetas; e que as representac;:5es vaG ser 0 suporte da
comblnatona reprl!sl!llla~'tjes-dl!-palavras
ou represell/(u;;{jes-de-c;(Jisas ..
cnquallto que 0 afeto nilo pode entrar em nenhuma combinat6ria, Se,
~Illretallto, ,manti vennos a posi<;aoque tenho defendido aqui, no que
tnnge ao afeto enquanto que ele e um significante, vemos que ai nos
dlOcamos com problemas de estrutura 110 que se refere aos afetos. Que e
~Ia, entao, a Iuz da linguagem? A luz cia linguagem, no discurso do analI sado,. tem,o~ elementos que entrarao em jogo e que nao serao aqueles cia
l:(lmbll1atona, que serao aqueles cia pontua<;ao do discurso, de suas pauHas, de seus cOl1es. da pros6dia, da 3centu3<;ao, E isto nao e cert.amente
a llleSma coisa, para um analista, dizer duas coisas que sao prmicamente
as l11esmas, quando ele relata uma sessao: ele me diz, entao, com LIma
voz cstrangulada: "mas, enLi'i.o,seria a melt pai morto a quem eu falava
110 sOl1hol" 0 mesmo, no obsessivo, "mas, entao, seria meu pai mort<\
a quem ell falava no StlllIJO?"
F ' I (\~'1
., . 1< x . ~
•
,Ill 7.' ••, na -'~ I" (',on f'erenCl3
", f'reud cia, a defilil~:ao
mais extensiva
do isso e que e, certamente, aqucla que aporta mais c1areza e e, crein eu.
sohrctudo no que cOl1cerne a csta definiyao, ou a esta descri\-3o, qUll ()
problema da quesU'io cia verdade gramaticaJ do isso vai se colnear: "{':
II nbscura, ~ inacessivel parte de nossa personalidade.[,]
Nos aprpxiilHlIllOSdo ISS0por analogi as: n6s 0 chamal110s um caldeiruo chc;o de
~)xc;tay6es efervescentes. N6s 0 tlguramos aberto em uma de SlIilt' l'\(I emiclades as inftuencias somMicas e encOlltrando ai, nelc, 11eccs,~idil(k':
pulsionais que encontram sua expressao psiquica neJe, mas nao podclllos dizer sob que su b .5 t1 'a tu n J ,-E le e cheio de energia, n6s 0 tocamos a
partir das pulsoes, mas ele nao tem organizac;ao, nao produz qualqm~1
querer comum, apenas uma tentativa para levar a satisfas;ao das necessi
dades pulsionais it observancia do principio do prazer, As leis 16gicas du
pensamento nao se aplicam ao isso, isto 6 verdadeiro, sobretudo qUHnlo
it lei da nao contradi9ao." Ai Freud vai retomar exatamente nos mesnH\S
termos com que descreveu 0 processo primario e 0 inconsciente, istl1
e, as diferentes caracteristicas que voces conhecem, a coexistencia dlls
contr<:lrios,a ausencia de nega<;ao,a inexistencia de referencias espacio
temporais, e Freud insiste muitissimo sobre esta intemporalidade. l~k
termina mais ou menos com isto: "0 fator econ6mico ou, se prefel\~lJl.
quantitativo, e intimamente ligado ao principio do prazer, domina 1(1
dos esses processos. Os investimentos pulsionais buscando a desclIIp.:1
e, em nossa opinilio, tudo 0 que hit no isso". Freud insiste mesnw 110
fato de que essas caracteristicas de descarga ignoram completamcllil'
a qualidade do que e investido, 0 que no eu (moi) nos cham.ar~allJ(l~,
LImaid6ia. Muito bern, eu os reenvio a essas paginas, mas quena Igu;lI
mente lembrar que concernente a esta 3j C o n fe r e n c ia , Freud diz: "No·;
olio utilizaremos mais 0 temlO "ioconsciente" no sentido sistemilti('() l
daremos ao que temos deserito ate aqui um nome melhor que nrio S('I:I
mais sujeito a maIentendidos. Seguindo um uso verbal de Nietzsche "
adotando uma sugestao de Groddeck, nos 0 chamaremos, de agora ptII
diante, 0 is:m " .
Eis entao qual e a posil(uO freudiana Tudo 0 que se pode dill'l l
que, quando, aJguns an os antes de sua morte, Freud escreveu 0 }I •.\'I",\"
d e Psicalldlise l69 , ret0Jl10Uas mesmas fonnula90es no que eu challl:u 1,1
uma dire9ao ainda mais radicalizada. Freud mesmo torna preciso n tpl'
contem 0 isso. GIe diz: a hereditaIiedade, "0 presente durante 0 1);1'" I
meoto, fixado na constituit;ao e, antes de tudo, as pulsoes que fll..' 1111',1
nam n~ organizayao somatica e encontram sua expressao psiqui~'a :.,,I.
lima forma que nos e desconhecida"
G
c enlao 0 sentido desta opera<;aoproduzida pOl'Freud':) U1l1<l v(,:z
reencontramos tennos completamente identicos aos que Freud
~lt1prcga para 0 processo primario e para 0 inconsciente, pode.se dizer
'(fliC :) ISS~) ~ompreende tres polaridades: a que eu chamarei "coIlstituinle
,~lp slmboJl~o':: ~ condensayao e 0 deslocamento; uma polaridade que
nu ~:I'wll1areJ,a falta de melhor paJavra: "categorial", isto 6, a defini<;ao
.11 i1I:lS0 em rclavao com 0 conceito de nega<;ao, em rela<;aoao tempo ou
Ill.l ~$I~ac;O; :l1fim, llma terc~ira polaridade que chamarei "energetica",
. "Jbr~ 1$::;0 nao tenho necesSldade de me explicar, isto e, a tendencia es. !tr'l\clnlmente a descarga e ao processo quantitativo.
(1 que nao se tem destacado bastante e a solidariedade, eu diria a
t.(IJf\'W ~()nsubstancialiclad:' deste remanejamento
da segunda topi~a,
yUl a .lntrodu9ao da puJsao de morte. De fato, se queremos falar da
.ilJmhollzaylio somos obrigados a falar da estrutura e e 0 ponto central
tjut' ell dcsenvolverei ao longo clesta exposiyao, no que a estrutura nasce
(fo ~illia ayilo ligada ao antagonismo entre Eros e a pulsao de morte.
A vl:rdade gramatical, a concatenayao, a sutura, e 0 resultado de urn
. rt.lnd~)O ~ue inclui 0 contra-trabalho da pulsao de morte Sutura, ca_.A~lll ~lgI11fi~ante)0 u m contavel se identifica ao z e r o enquanto que ele
,~[> I~Hl!::;pensavel
ao processo. Mas, e e sobretudo sobre isso que eu oosItHI{\ d.c poder chamar sua atenyao, 0 z e r o pode dissolver a opera~ao,
j1{::-".la.deseproduzir e tudo pode ficar neste zero, sem clarurn passe
\}IIHlltl, Nao sera celiamente pOl'brincadeira que voltarei it metafora do
.~1t1f1~11
i:1~)
c .vou associar a ela, vou associar lhes propondo duas outras
~:Ullsl,iJlClaS
oude se trata do caldeirao em Freud,
A IllltllCira sent aquela do Chi,"·fe I71i• "A, e Freud quem 0 diz, tomou
f'!C!ila(/o a B U111 caJdeirao de cobre; quando ele 0 devolve, B se d'l
Hl.C k que? caldeirao tinha agora um grande fUfO que 0 pee fora de
hli a deJesa de A: 1°: nunca tomei emprestado urn caldeirao a B.
1 ··I~ldeirao~inha.urn buraco quando 0 tomei emprestado a B. 3°: eu
ulvl (J caldell'ao IOtacto". Penso que esta explanayao da defesa de A
t)ual
tl'W
Of
hI) ingles.
tin
original,
rnuntidu
ussim
porCjll<.' !Hi
llill
jogo
de palavras
que as dun;; .Ii'ns,."
"l:!WIlJlc:; ''>,<:!ilrc';CIJ1 _. N.T.
. r·m,t II). U: m ol
ilf>llvdk
<i'esprit at .•,'" rappol'lS
II:\dllcliol1.
avec /'illC 'I)IISciellt,
1905..Oullill1ard.
I'm"
ea
mais apropriacla para nos fazer refletir, com efcito, sobre a quesl,in
da 16gica, a l6gica do inconsciente e, justamente, sobre a s/(M6~/(;((qll,;
Lacan defende. Sera que este exemplo llaO vale as g r e e n id e a s ? " . Ni10
tanto as icteias do Green, mas as "verdes ideias", ou as ideias verdes ..
Segundo exemplo: Macbeth. Freud, em Alld/ise te r m in d v e /, (/f/(111s:<
in te rm iI/C tv e / J7 !,
fala da "bJUxa metapsicologia" sem a qual llaO e POSSI\'
el dar um passo a mais quando se procura compreender. lnterroguenws
justamente essas bruxas de Macbeth, tal como Freud as analisou em sell
'at1igo sobre as excec;:oes!7::, As bruxas estao debruc;adas sobre um cnl
deirao e fazem um vaticinio que e exatamente 0 inverso da situac;ao (k'
Edipo. Ai nao e Edipo, nao e Macbeth quem responde a um enigma I,
uma resposta que lhe e dada enquanto que resposta falaciosa, iremos vel'
como, Pois elas dizem:.fiJr /1 o n e (!fw o m a tl h o r n s h a w h a r m A !/m ;b e t!J l,'
"pois ninguem, nasciclo de uma mulher, causara dano a Macbeth". t·
ai, voces sabem, que Macbeth vai se basear. Se nos apercebemos dissn,
este discurso de bruxa, 0 vemos farmado precisamente de duas categn
rias, ou de dois estilos, diferentes: urn primeiro estilo de enigma e dc
prediyao, um segundo estilo que e um estilo puramente encantat()rio
o primeiro estilo me parece aquele do lugar cia verdade gramatical. ()
segundo parece algo que eu chamaria precisamente como um eslil()
proprio ao isso. Um nao e sem 0 outro.
(1Jtirno exemplo, Vejamos Freud diante de 0 M o is t!s de Michelangc
10lH Duas partes ai tambem: urn enigma, U11lafeto. Urn afeto que e qlll'
Freud se sente oihado pela estatua de Moises, ele nao pocle despreg;!I
deJa seu olhar. EJe penetra na igreja de Sao Pedro, "como um dessl'~,
judeuzinhos que formavam a tribo de Israel, como esta rale, diz Frl'lId,
sofrendo 0 olhar de Moises". 0 judeu olba 0 jucleu e a elucidayao S\'I:I
justamente a elucidar;ao cia combinatoria, isto e, da significayao do <Je(\(,
do indice na barba, Mas ai ainda, eu insisto, Freud nao teria podido r,).II'1
\71
FREUD,"Analyse avec lin e analyse sails fin". If)]7 in R e S lIlr a ts .
II, PUE 1985,
id ,ie s ,
itld e s ,
p r o b le m a
173
types de earaetcre degagcs par Ie travail psvehallalyliquc" i"
<'ssois, Gallim!\l'd, 1985. L' allusion a Macheill S',
(wuvc dans Ie chapilr.:. n cl non dans Ie 1.
SIIAKJo:SPEARE, Macbeth, IV, 1. SO,
17!j
H<
172
FREUD, "Quelques
L 'iuquietallle
mm,
elr<1I1R<iIJ, el illitres
"I ,e MoYse de Miehcl·i\nge",
in L 'lllqllierallle
Jlrangele.
estivesse inicialmcnte se sentido concernido pelo arC!o.
lli.'I:I .'Yldcllcia do. afeta, posso dizer, ou mais exatamente,
a cocry:'in
do al '10. /) que e que ell sou? pergunta Freud. Exatamente como ...
\,l]f',,:eccbe Wl1(l resposta como Moises recebeu uma: "Eu sou 0 que ell
II Hllidisc
'l0(1
se nao
,
N:lo defend?,O afeto contra a cornbinatoria. Defendo simplesmente
u t.:sl:1lulo slg11l1lcant~ do afeto, de que a combinatoria nao me parece
l'~l(lcr ciaI' cont~, AqUl tem?s uma outra perspectiva, a da intemporali,lIlHk, C () concelto
de repetlvao.
f\IIICS depassar
fl1l11lin autona:
a I'epetiyao,
lere.i para voces um pequeno diMogo de
~"0 que e que isso e'J
- Isso e nada. E tudo.
~ Onde e isso que e'7
- (,;'1ollde era.
• Como isso?
- Como isso.
·0 que isso quer dizer?
- Isso deseja
~ ('01110 isso?
lsso se repete.
" Rcpete?
- Repete,
- Ate quando?
- Ale isso".
enta~) de que se trata na quesHio da repetiyao A repetiyao
lima qualtficayao essencial da pulsao. "Ela e 0 principia dirctor
d~ nlll campo enquanto que e propriamente subjetiva", diz Lacan/7", e
JJ~JI tllltecipar aqui a relayao do Um contilVel com () UI11 unificantc.
()
Pm da recorrencia "nao se instaura senao pela repetivao", "0 que sc
(!N,:~aquando, pelo efeito de repetente, 0 que era para repetir, lorna-so
'[1 H'!Wlido"
Qual e a reJayi:'io da repeti<;:ao com 0 A? A aliena<;:ao como
,"'
Vt~jHlllOS
, ~fnlaO
~ni(jcante do A, enquanto que ele faz do A um campo rnal'c(ldo pcla
nnitude que
sujeito", e 0 algoritmo bem conhecido de V()C~!;
cW Ja
°
( IX ).
Lacan C0115tata que 0 deus dos flI6sofos nao estil presente na Ico
analitica como teoria do sujeito submctido
leis da lingu<lgclll., 11(1
gar do A como lugar da palavra. Esta a1teridade radical pres(~n{e t~111
-cud, nos e preciso procuni-la na castraya.o, que e justamente
0 sigllo
t f1nitude. Mas, segundo Freud, os fantasmas
originarios sao inatos.
;150, como diz Lacan, em posiyao de significantes-ehaves,
sedw':<ln,
Istray30, eena primiltia, organizadores do desejo humane.
as
I
Mas, aqui, e preciso que ell aponte um outro dado que me parcel'
cgligenciado
no conjllnto do movimento
psicanalitico
frances, (I\'
ualquer lado que seja. E L1111
nome 1101Tivel, e a filogenese. Pen so ljW
filogenese, a pulsao de morte e a segunda t6pica sao dados absoluul
1ente insepanlveis para compreender tudo 0 que e da teoria freudiall;\
epois de 1920. Esta filogenese nao tem lima fUIH;;ao seriological)'"
iil
ue ela ordena 0 desejo, mas, na verdade, tem par fun<;:ao <lar conta do
,ue se poderia chamar
hiato entre a experiencia individual e as caUS,h
• consequencias,
a saber, que para U1n certo 11l:lInero de experiencias, 0
ninimo de fatos, de causas, provoca 0 maximo de efeitos.
Em que, jU5tamente, uma eOllccp<;:ao, dita genetica, do desenvolvilll
:nto, nao pode de modo algum responder, ainda que quantitativamente
) que sera iSla? Isto sera, como dizia a paciente que deixei ha pOllW
empo, me falando de sua curiosidade sexual infantil, dos jogos em qlle
~Ia colocava LIma almofada sobre 0 ventre para parecer gravida: "e belli
){)Uca coisa". Seria bem pouca coisa, com cfeito, se nao estivesscrn <II
)5 significantes.chaves
para dar todo () peso organizador a estrutura.
Mas isto nao resolve 0 problema de que tcmos de pen5ar a t11ogencs\'
isto poderia entao dizer, segundo Freud, que atguma coisa outra exisfr'
no tempo do sujeito que nao e 0 tempo do individuo. A repetiyao, COllI0
cssencia do funcionamento
pulsional, e a retomacla, no nivel do sujeit(.
de um tempo que chamarei impessoal, aque1e que pertence ao genitol
°
Tlldo St: !)assaria enta? ~omo se, no momenta sincronico,
reenconlr{ls.
:1l'nIOS, (11, a mcsma ~1~IS30 que para a sujeito, isto e, que Freud inlrodill.,
110 ~Cll1Plldo sUJelto, urn outro
tempo que nao e 0 mesmo. Eu 0
'hall1o, It,gando-~ ~o vocabulario lacaniano, "0 tempo do A".
Pa~a lazer 0 edlpo, c?mo diz meu amigo Rosolato, e precise tres
f.~cr~yocs de homens, ,POlS 0 edipo e a dupla diferenya, diferen<;a dos
gl'wlores entre eles, dlferen<;a dos genitores e dos engendrados. Donde
dll
an mesmo tempo, estnltura e hist6ria.
'
f
l"
I· .jlllarcam
as coisas desde a pulsao de morte ate a filogenese. Nos
L~ preciso aqui, na teoria
"'elldla~a, mtrodUZlr lima mudan<;a Nao sou ell que a introduzo
e
,I,,~\.t~~,
~sta,ml~dallY~,~era preci,sament: aquela que distinguiu, segundo
.I,' lIt,S Instanclas,
tIes categonas de tendmenos que serao diferentes
P;II~t ca(:a uma das tre_s instan~ias
Eis 0 que ele dir{l: "0 que a pulsao e
Jldl<l ) ISSO, a percep<;ao 0 sera para 0 eu"l77 Mas chegamos
ai ao ponto
\'111 que ,nos perguntamos
so alga nao fUl1ciona de maneira equi valente
(:(~1l1 o,Super~ll,
em "correspondencia"
Com efeito, eneontramos isto,
especifica e
( ISlll C desen,to pOl' Freud de uma maneira extremamente
(k,ul11~,m~nel~a qu~, em,.meu entender, tem sido negligenciada,
de 0
(hdllla, a tunpo do Ideal '. De que se trata na funyao do ideal? Trata-se
{'~.s~llclalmente ~a fUl,l~:ao do pai morto, que se constitui em torno do
rOI.cl~l. 0 ntual Junerano
res~abelece as Iiguyoes Com 0 desaparecido,
1:,vOS (~ue a mo~e,tlJ1ha abolJdo e que a memoria venera. A morte e a
I ().n(~~y~one~essana_ para que os signos procedarn
eficazll1ente pOl' sua
PIl~)IJ,(.I'lde Econol11Jc~mente, a opera<;ila tem efeitos companiveis ao
IjlJe h ~ud cO~lfere ao funclO11amento
do pensamento que tem. em relat,"l.ll ao In.vest~mento
sensorial, ou libidinal, a vantagem de Lll~a econo~
11)1<1 c0l1s1deravel
[h r(;'ve illcidem e: eco IIC l .S O ll()I"I''''fl{'a'~)l
"Ass' 1 m a f:'
. •
.
- " ,. y . (
ra~."'dn~le dos layos que 11llem 0 sujeito ao desaparccido, pela me~l1(lria,
\. 0 P:Olollg~l11~nto ~c SUH c,ons~rvavao
atraves do ritual ex:igcm, des
Il!ltlbl;;.m, uma el~va9ao conSlderavel
do nivel de investimento a fim de
~:(lrl1~ater a perpetllu ameaya de sua dissoluC;;ilo",
(/ ,WII1:os v~r na reJ~vao repeti<;:ao-mem6ria
.1'
Dlto de outra mancira,
e a questao
das pequenas
•
quantidades
de
e>nergia
. ....
que caracterizam 0 funcionamcnto do pensamenlo . C01110
,_ (,Henn
tem cham ada, mas estas pequenas quantidades de energla so san /iLlSlCllt[lVCisna medida em que 0 nivel geral de investimento do sistellla I:
(Ilobalmente falsificado 0 totem deixa de ser c(lisa, nao se contenta en,
~r t.estemunha, e ausencia consagracla pelo processo subentendidt\pcl()
poder de i1usao, islo e do desejo. 0 crt~scimento do desaparecido _. t/h " r
s c h c ilz u n g , "0 crescimento" e um termo freudiano _.preenche loda a Cel1:l,
talvez 0 pai de Hamlet ou 0 pai de Orestes, mas, pelo mesm~ golpc, <..'1:-'
tambem Iigad 0, pOl' seu lugar, 0 pai marto, pela alian<;:Cl
que f?l sela~a \.:.11tre 0 prolongamento infinito de sua presenr;a e a proter;ao, a mdulgencl<'
ou melhor, a neulralidade indu!gente que ele deve conceder. _ , .
Esta ftll1<;:aodo ideal COlllOfornecedora do campo da 1.lusao e pOlS n
que poderia se referir justamente ao. grande Outre lacat1l~no, bem ell
tendido, pela morte, a morie do pal e a castrar;ao cia mae. 0 que. ,.,c
repete na pulsao e, ao mesl1lo tempo, a compul~~o ~~ pulsao de~vl(bl
e.sta relat;.au da
e a compulsao da pulsao de morte Lacan especlfica
lino:uagem com a mOlte em um dos sellS serninarios: "A hnguagem, ell/
eleo nio domina esse fundamento do sexo enquanto que ele e, talv<..'I.
mais profundamente ligaclo a essencia cia marte, ~lquilo que e da reali
dade sexual".
Concluindo este capitulo, a repeti9ao e, pois, fundadora cia distinyi\l) ell
tre 0 Urn uniJicante eo Um contilVel. Coloca este Um unificante na conia
dessa expericncia individual e do Urn c?nttivel, que s~ identilica C()l~0 ZlW
do sujeito, com este tra<;oda ftll1t;.3.0
do Ideal que rodela ca~a.operav~o iVla"
o zero e de duplo emprego.E!c e 0 z.ero da estrulura do sUJelto, ele e. 0,1'.('1. ()
a que {)sqjeito arrisca ser efetivamente reduzido, isla e, aquel~ do slIem 1\
que nao abre mais sobre qualquer opera9a~. Os lan~;adores de foguetcs (,'.UII
t8m de tras para a frente 5,4,3,2,1 ,0 ~- partlu,- acahau'
II
I
[ lm :id e n te .. 1111isica d e olgao]
Quando Freud pode articular a pulsao, ele na.o 0 pode.t~:z~r de Ot:11
modo senao passar pela estrutura gramatica! [Vel' 0] semlnano de 1R dt;
jfu)ei ro de 1967, no qual Lacan se refere
as p u L ~ l;e s e sell d e s tin o ,
e ao exelll-
pin d~ /<.in kind winl g e s c h la ~ e ll,-.o que leva a reflexao: "l1ao e senao em urn
111l." l(.ln de Ii lIguagem que pod~~tomar sua tlmS'-iio
domi nante 0 "eu quero vel"',
dCI'"ando,aberta a questao de saber de onde e porquc eu sou olhado. Nuo e
scml0 ~111 um mundo de linguagell1, que b a te -st! llilm a cl'ian(YI tem seu valor
du piv6 Nao e senao em UnJ ll1undo de linguagem que 0 sujeito da ayilo faz
slllgir it questao que 0 sustenta: "pOl' quem ele age?"
pril11eira obs~rvar;ao e que, quando se e tentado a retomar a fUl1yao
da ilnguagem, se e sempre levado a restringi-Ja a trabalhos anteriores a
!1111 sao de morte, .] 915-1919 para os textos de que se trata aqui.
o Illundo da !Jnguagern e )igado it combinatoria das representu<;.oes.
{)~'a,em A s plIlsi'jes e sells deslino.~·179, 0 representante da representa<;ilo
(J orslellutlgrepriisefl/anz)
jamais e mencionado pOl' Freud. Ele s6 apall;ce. com 0 rec(flq/{el~O. Toclo A s jJlI/'w )es I! sell d e s /in o repousa sobre a
aliallse das pulsoes parciais, escopofilia e sadomasoquismo. Os destinos
<IllS pulsoes silo quatm: voltar-se contra si mesm<1, transformar-se em
Sl:ll cnmrado .. recalque, sUblimar;ao (capitulo que Freud jamais pode
t'scJ'0ver)....
.
i:
que deixa de laclo a questao do:; representantes Se voces se entregaa esse pequeno exercicio divertido que consiste -- como Lacan l:ez
\:i1rius vez;es diante ~e voces ._.em tomar uma tira de papel, dirigi-Ja para
torn, volta-Ia para SI, e voltil-la para 0 sell contra rio, ista e, scntido de
, (:im(J.para baixo, voces obterao a faixa de Moebius de que Illes falam
Ireqw':J1ternente, A dupln torvae e pois a condivao cia estrutura, a cstru ..
.ijlnt t: a prc-concli<;.aocia combinatoria dos I'cpresentantes. A questao sc
.', [ullia, entao, de saber 0 que 6 conjuntamente posta em drcuito.
,11l,tt~~rogu~~lOs
ago,ra aquilo que esta do lado da linguagem Ell me
. h.-I ~lt"CI aqUl a l.fII~iilSlicC l gerafl~' de Charles Bally para ler ai as pro!\'Irt
II
I i'J
IWI
I'I<EUD. "I'ubions 01,kslins dGs pulsiollS" 1915, in;\ telop.\ycJlU/ogil!, O:ilJi Illani. 1"'.'
I·RElJD. "Lo !<.C!()lIJcIl10n," ]')/ 5. in A !,:/o p sy c llO lo ,r.,4 e .
Gallillli1rd.
1951
ft·\ I
H/\LJ.Y CJ1l1rlos.U IIgIIL\'iiljue
\le'rlIIg.. Paris, Leroux. l~m 3
[<';lIeral".:1
lillgllisliqut<ji-lIllpn:\·e.
lierll,'- Fnllld.r
posi~~()es seguintes ao panigraf021": "0 pensamento 11aO comunicadu, <lit.
cle, e 5int0tico, isto e.>/global e nao articulado. A sintese e 0 conjul1to do;;
l~ltos lingliisticos coagindo, no discurso, a liaearidade e, na melTi()ria,
~l cena (mica". Retenham
bem, entao, este fato, que linearidade e cena
unica vao juntos.Umu
forma e tanto mais analitica quanta mais cIa
satisfaz as exigencias da linearidade e da cena Linica Bally diz: "espe··
ramos mostrar que na realidade a distaxia
isto e, a nao linearidade
C
o estado habitual e que e1a eo cOlTelativo da cena 111
L iltipIa e que, COnh'l
consequencia, a discordancia entre significado e significante e a regra"
lnfelizmente, ell acredito que a leitura de Bally mostra que ele nao
estil a altura de sustentar seu projeto Entretanto, destaquemos aqui a
relac;ao entre lincaridade e cadeia signj:ficante e nao-linearidade,
con-
denS3<;aO
Se nos voltamos para COlTentes 111aisrecentes, como acletir 3 L1llla
concepc;ao generativa da grarn<hica, quando esta pretende querer elimi·
nar a ambigiiidade ou 0 maJ-entendido com a rejeiyao, em nome da
an0111alia semantica, do que leva a fatos e situa<;oes que sao, ao contrarlo, para nos, 0 solo maisfirme sobre 0 qual rcpousa, nao a analise:,
mas a psicanttlise? 0 objetivo desta lingiiistica e a absoluta transparcllcia do discurso, isto e, da estrutura do sujeito.
Quando Freud da a de11niyao da pul sao, em 1915, a demanda de tra .
balho e imposta 30 psiquico em seguida a sua Iiga9ao com 0 corporai
Podemos pOlS jsolar at tres tcrmos "corporal", "psiquico", "trabalhu
psiquico", ou seja, "fonte", "objeto", "objetivo". Posteriormente,
1:111
/'v ia le s ta r n a C iv iliz (t(;:i1 o '~ 2 , Freud clani uma outra proposic;ao lnnnita·
mente mais importante, tal vel., nao mais importante, mas a levar ClIl
cOl1sideray ao, OLlseja, que entre 0 trajeto da fonte ao objetivo, a pulsiio
se toma operante psiquicamente. QueI' se qtwira, Oll n80, assistirnos ,Ii
,1 sutura fonte-objeto que parte do cmpo e que retorna ao corpo p('b
satisfat;:3.o: Be/i'iediglff1g. Neste intervalo se cOflstitui psiquicament(
il
pul sac pela operac;:ao da sutura
como incoerencia do pensamento freudiano, faha, para seu autor, (!L:
ulirapassagem
do precol1ceito do medico, cIa e para mim, para IItlS.
urn.il necessidade. Nao e suficiente denul1ci<l-la, Freud ai volta conslantemente ate 0 Eybo~'ol~J, a grande perdu daqueles que queriam ~~c
desembarayar desse testemLinho embarayoso. Ell leio: "mas ern troc<L
a considerar a biologia como 0 modelo de cienti.fiddade inacessivel a
IUlia teoria analitjca essencialmente provisoria, Freud cai em uma punt
cspeculayiio. [Is so] e suficiente para indicar que esta biologia e um mito,
Ulna ideologia, a escatologia da psicanalise". Freud dizia: "lsso nao impede de existir", depois de Charcot. 0 filofoso nao ama seu corpo, ele
devota seu amor a sabedoria e, se ele 0 l11altrata, e preciso que s~ia pOl'
tlma boa causa. Aquilo de que e preciso dar conta, ao cont1<1rio, e da
obstinayao de uma tendencia filos6fica a excluir esse bio16gico. Assistimos ainda a uma forclusao , a uma rejeic;uo ao Outro, e por que nao se
trataria aquj de uma forclusao cujas conseqi.iencias seriarn pelo menos
Iflo desastrosas?
Como eu lamento que esse autor nao tenha compartilhado minha
experiencia quando, ha quinze anos, sendo residente num hospital
.. no
psiquiiltriCO da peri feria, eu me ocupava de hebefreno-catat6nicos
tempo em que as drogas milagrosas nao existiam Lembro~me de urn
rapaz cuja vi.oa tinha sido normal ate a idade de 17 anos, 0 qual, lit onele
i,;f;lavu, no hospital psiquiitrico, era obrigado a tical' completamente l1U
sobre uma titbua, comendo com as maos, grunhindo algumas palavras
ininteligiveis, porque e1e destruia tudo 0 que se encontrasse em suas
ndlos e porque tinha chegado a uma condic;ao que evoca para n68 muitas
colsas.
i'vlas, em todo caso, quando Freud fala da psicose, do muro da bio~
jpgia, ele sabe do que fala, de 0 sabe ta~ melhor que eu penso que cs~c
indor nile me contestarir se eu Ihe disser que a exegese dOt> tcxtos tenl
vfdor, mas que a pratica confrontada com as exigencias dos textos [em
l:crlamente uma virtude escIarecedora.E
0 que dizia Lacan., conCcrnenl('
tlO retiro monastico.
Penso que, se, como Lacan nos lembra, nos nao temos contribuido
em nada para 0 progresso do biologico enquanto anaJista5, snmos, ll1CS-
assim, obrigados a pensa-Io. E talvez nada possamos dizer dele, mas
Icmos de articular as]elac;oes do corpo com 0 peosa111ellto air-aves do:"
efeitos de linguagem Esta linguagem que Freud chama "0 progresso na
intelectualidade",
este progresso na intelectualidade
existe ao plWO de
llma i Illsao que e instaurada e e precise lembra-Ia. Citac,:ao de A-foi.w!s "
() m o n o te is m o : "A onipotencia do pensamento foi, n6s 0 supomos, uma
expressao de orgulho da humanidade, no desenvolvimento
da linguagem, que tern como resultado urn extraordininio
progresso nas ativiclades intelectuais".
Como 0 biol6gico se faz lembrar a n6s? Pe10 mito da origem? N~11
apenas, mas em todas as etapas, e sobretudo a essencial, aquela do Gill
da latencia que institui urn corte no sujeito, ruptura da fase de latencia,
renovar,:ao e aparic;ao da adolescencia. Basta ter visto uma tmica vcz <l
transformac;ao somatica sexual de um menino ou de uma menina nessa
idade para se dar conta de que, se des coram, nao e apenas porqut'
tern pensamentos que as estorvam, mas que esses pensamentos est<l11
encarnados em urn corpo, logo, LHna estnltura, uma estrutl.lra do corp!)
que e fortemente estruturada e uma estmtura do pensamento - entre ll~ ,
dais, 0 1SSa. De que corpo se trata? Trata-se do corpo repensadol~.j pC'll!
significante? Sim, sem dtlVicla, mas nao inteiramente
Nao corpo suh
metido a estrutura do significante. Trata-se do carpo da. biologia'l Si 111
sem duvida, mas nao inteiramente, nilo corpo submetido a estrutUrH cia
organizayao vital,
Entao? Meio carne, meio peixe? Aqui eu empregaria uma analo
gia que Lacan utilizou, que concernia a entre-duas mortes. Ell podell:!
Nao e completamente no um, ni111 ("
chamaI' isto "0 entre-dois-corpos".
ainda completamente
no outro, e atravessado pelo significante em sell
circuito, mas enquanto que seu circuito est<1para 5e constituir e sua ('Oll
stituiyao e ameayada 8em cessar. Sutura, concatenac;ao, metonimia, lill
earidade, sao as cadeias nas quais 0 sujeito se prende, mas sao tambl'lll
aquelas que ele quebra periodicamente se cfetua 0 sem sentido (pal> Ii!
sens) - ele e tambem constantcmenfe amea~ado pel0 nao senti do (tH)1I
sens)
Concluamos. E precise unir a fon;a eo senti do. Nao os opor emus
1110
lrar sua consubstancialidade,
eles sao conjun1os on lei, a fon;a deve pel
lllHril:cer l1a lei, Vma lei que nao se apaia em algum executivo nao 6 Ullla
lei, des sao unidos no poder, () pai tem poder real de castrar, e todo pai
e j nfallti~ida . .Basta reler 0 p r o b le m a e c o n o m ic o d o m a s o q u is m d Ii' pm a
\~ompreender a interpcnetra.;ao
da fO"y<l e do sentido que e, ao mcsmu
tempo, a interpenetrayao cia natureza e cIa cultura
°
r~
0 que torna necessario
0 conceito
de trabalho, e a condic;ao cIa
transformayao em senti do e do retorno do sentido como sentido forte
"l'"abalho", a palavra esta em Freud: "trabalho do sono", "trabalho do
luto", "trabalho da cura", E quem diz trabalho, diz valor, 0 valor de que
Saussure fala. Ele observa que ele nao esta presente em todo 0 campo
lias ciencias, algumas ciencias apenas tern 0 privilegio, a economia, a
JingOistica - acrescentemos a psicanalise. Enquanto que se trata de aplicar a definic;ao saussiriana, todos os val ores sac constituidos:
par uma coisa dessemelhante,
susceptivel de ser trocada por
aquela cujo vaJor e indeterminado.
2°) por coisas similares que se pode comparar com aquela cujo
valor esta em causa.
]0)
fie voces tiverem tempo de refletir sobre essas defini<;oes, verao que
elas COl1cernem muito di retamente ao ()l~jelo a_e sua relac;ao ao A.
o trabalho e 0 que? E iSSO".1~6Voces nao compreendem nacla disso?
i.,)50 tem importanda,
eu meSn10 nao compreendi nada dai! Poi uma
(lnenle, que eSlcl em seu setimo ano de analise, que teve de mostra-Io
a mim porque era seu trabalho, ela teve que me mostrar e, no senti do
Hlflrx.ista, 5e diria que ela esta alienac1a, como ela l11esma 0 diz -- acontecc
\Jue 0 llma caldeira, um caldeirao a mais! - eta me dizja sempre: "como
c irisle, ell 11[\0 serei jamais essa caldeira, eu nao fa90 senao dcsenhll-IH,
11,10 saberei jamais
com que eIa realmente se parece", Mas, enquanl()
qne se frata de lima alienayao psicanalitica, ell diria que ela nao sabl.~
!x,
1'I<!'l fD. "LIJ Prob"),1rI1JCC0l101l1iquc du rnnRochismc"
!,"I'I'crsiol1,
1924, in N e l'ro s e , psyc/;o,,<'
,T
PUF,
() I) •. (Jrmm dcscnrola
Ullla grllllde
folha de popel sobre
0
qual se
~l1conlfil nil' "~'!''':I'',I
que e sell corpo que ela me mostra, que e seu se '0 que ela me mos(ra na
mcdida em que ela nao tern nem homem, nem filho, nem peni~~e que l'
LIma das doentes. Se "eu disse que ela estA ern sell setima ano, C qU(~ dH
tem ern si esta forc1usao do corpo que a tomava quase esttlpida e que s\~
m311ifestava neJa por uma inihi<;ao ao trabalho ... que 5e deve remetvL
como sempre nos ensinou Freud, como resultado cia inibi<;ao, :1 ma~lur
bayao infantil
A hora eSla muito aval1<;ada, eu chego ao quinto capitulo, 0 das classes
puisionais em sua rela<;:ao ao A e ao aJ~ 0 ponto mais perigoso de minlw
exposi<;ao, e eu temo nao receber adesao de Lacan . Eu 0 supol1arei, mas
me pergunto 5e de podera me seguir ate JiLconcordando.
Por "c!aSSt'S
pulsionais" distingo, com Freud, as pulsoes parciais de um lado, e as
pulsocs inibidas quanto ao alvo. Nilo ponho em questao 0 estatuto dl!
pulsao parcial que tem sido perfeitamente articulado e com que estou
complctal11ente de acordo. Gostaria sobretudo de abordar 0 problern;l
da plllsao dita "inibida quanta ao aJvo", nao podcrei faze-Io senao dl'
maneira cursiva, e os reenvio ao textoJ~7 publicado em L 'ln c o n s c ie ll/,
onde eu dedico UtH paragrafo a cIa.
Amaria mostrar que as puls6es inibidas quanto ao alvo .. ionge de sel"
urn simples destino de pulsao, como outro qualquer, sao de fato umn
classc pulsional que dcve ser op05ta, desde a origem., as pulsoes 1130 i/lI
bidas quanta ao alvo. Poderla Ihcs dar, elisso, 1.I111a demonstrayao J1'lujl.o
precisa. Lhes direi simplesmcntc que, de 1912 a 1932, Freud deLi, a eta,
urn Jugal'. Qual e a defitJi<;ao das pulsocs ditas inibidas quanta ao aJvil
em 1932? "Par outro Jado, temos razoes para distingllir pulsoes que slin
inibidas quanta a seu alva, movimentos pulsionais vindos de fontes bCl11
conhecidas de n65, tendo um alvo nilo arnbiguo, mas que sofrem uma
parada em seu caminho para a satisfa<;ao" de fonua que resulta dissn
investimcntos de objetos duraveis, e uma inclin8vao pcrmanente. T'll!'
sao, por exemplo, as relavocs de temura que nascem indubitavelmenk
de fontes de necessidades sexuais e, invariavelrnente,
renunciam a sua
satisfayao"I~~.
1K7
(; RI ':EN Andre. "Lc Narcissisl1lc prima ire, stl1lCtllreOlletal". In: L ·!lIco/l.ycielll, 1967,
I xx
1:1<]-;1 Jl), "i\ngoisse
1\l32, Cinllimard
ct vie plllsiollnclk".
1989.
In
;Vol/pel/ids
n"
.1 cl ~
C VlljiJrell(:es SII!' la jM }'clta/lalvsc
IClll,lmos articular as coisas quanto a essas duas categorias pul~
·,iollais, u que podemos dizer? Podemos nos lernbrar de uma outra diU.
'Ian de Frcud, segundo a qual, e no momento em que a criall<;a p~nk
1I s~;jo q~lc se toma
capaz de Ycr, em seu conjunto, a pcssoa a quem
0 6cgao que lhe traz satisfa9ao,
e Freud, a dizerl:;~""neste mo.
Jll,;rll~n(';t~
nH:~nlo,a pulsno se torna auto-cr6tica", isto e, que nos temos ai, no qlll~
nmccrne ao o h je to Ct, 0 objeto parcial.. esta perda como definitiva e e no
lllOll1ento em que esta p~~rda.se produz que a crianya e capaz de vel' a
8eio ou a mae, nunca os dois ao
rn:ic em sua inteireza. Em suma, au
11lCSll10tempo.
Sc
°
(Io$taria de mostrar que, no que concerne a mae, do !l'lesmo modo
0 objeto
perdido, esta na fonte do reenconlro a partir das puJsoes
flfuciais, e a partir da troea que vai poder se j~1Zer entre os objetos, a
!,i.:f'lnUlayao dos objetos e dos alvos, possibifidade de substituiyao do
Hdu por qualquer antra coisa, uma outra parte, um lenyo, nao importa 0
lItlc .
No olltro setal', aqueJe com que temos de nos haver no momento da
'{\'parayao da mae e do bebe, e prccisamente a colocayao em jogo, neste
n1tllnento ai, da pulsao inibida quanta ao alvo que permite, eu 9 iria,
t\'lwtimento do sujeito sabre ele meSl11o. Mas, esta operar;ao e subcnten. ,lit/a pelo que tentei articular no obje/o a, 0 conce.ito de alucinaya.o ncga!iVH da mae.
Em suma, ao que corresponde
ao reencontro Oll it busca
dc. f'~~el1contro no corpo do sujeito. 0 seio perdido, teriamos, na esfern
do grande Outro (A), a alucinayao negativa da mile. Esta alucina980 0
liiffllllenl.e encolltrada 110 material cIinico, nos nos encontramos ~qlli nil
pWSt'l1<;ado hiato clinico·te6rico
absolutall1ente irredutivel. Gostaria de
poder desenvolvcr isto de maneira mats precisa.
r;1lJ SlIl11a,0 que e interlorizado no momento da perdu do objelO-Scil)
<JJwltamente 0 soio como perdido, llmH perda interiol'izada, eo que (' in.
h'! iuri7.ado no 1110mento ern que aparece a possibilidade de vcr a lll;k Clli
!~qililllcir(:~za, eo que precedia
milicameme este momento, () cnqwldla
~ IlH'ntn silcnc1OSO da atividade de prazcr ligada it puls1io, na ll1cdidil ~'1I1
fc 1>1(11(' nao
se tratava deste prazer ele meSIllO, isto e, 0 enqU<ldl'ilnl~'1l11l
. . :;;iI{~llcioso da Inae como estrutura do sujeito vindo criar a llHltri/ idcll
ijue
°
tifkatoria da identificayao primaria e tendo por suporte a ailicinayll!l
llegati va
da m ae.
15to e imp0l1ante porque Freud cpee a relayao it mae como s C l l d o
uma rclayao ({OS senti dos, <IreJayao ao pai como sendo uma relay(lo (/0
scntido: scnsol'ialidade, significayfi,o.Tudo se passa como se a ctapa diak
tica, a alucinayao negativa da mae, fosse () que e constitutivo do simb()Jico
na medida em que esta etapa se intercala entre os sentimentos e 0 scniid,)
e na rnedida em que e1a constitui a matriz identificat6ria do sujeito.
Se ljgamos a ista a operayao de revinunento que preside a i'orma\=.l()
da banda de M oebius como estrut'Llra do sujeito, vemos que e a mesrna
coisa falar da alucinac;ao negativa da mae e do efeito desse duplo rcvira·
mento, alguma coisa que corresponde, talvez, no pensamento de Lacan,
ao que eJe chama a duplo aneJ. I\'!as esta clausura do sujeito, esta sutlll a,
s6 e possive! enquamo que a pulsao inibida quanto an alvo operou, ()ll
seja, que a corrente de investimento, mals do que ir procurar seu 011jeto fora dele, retoroa ao sujeito, pelo reviramento contra de e pelt'
rcviramento em seu contntrio, de atividade em passividacle. 0 sujeit\l
e passividade e 0 sera sempre a partir deste momenta aL E , pois, W I
ul1iao dessas duas categorias pulsionais que teremos a rela\:ao do grande
Outro (A) 80 ~L 0 £ como senelo 0 suporte das pulsoes parciais e 0 A
como resultado das puls6es inibidas quanto ao alvo.
R importante porque opomas duas categorias, a categoria da perda
e a categoria cia falta. A categolia da perda, enquanto que ela ~~re1ativa
ao objelo cr, a categoria da falta enquanto que ela e relativa < 1 0 grande A,
na I11cdidaem que er-;seA e sernpre dividido clesta manejra- ele e, pois,
scmpre barrado.
M as, aqui, tambel11, a que ell pensei que Lacan talvez objet<u;si:',(~
que nbs nos encontramos diante de uma situayao que atraiu suas criiicas m) 111f1.is
rigarosas: a famosa '"pulsao genita!", POl' que? 0 que sou
levado a defender no que concerne ao grande A, nao e talvez a PUISUl)
genital, mas e enquanto que, na medida em que 0 resultado da operav3.o
eo auto-erotismo, a forma<;ao de investimentos duraveis e permanentcs,
hit uma ligac;ao entre 0 auto-erotismo e a temura, nao e it toa que Freud
da como essencia do auto-erotismo Itlbios que se beijam a si mesrnos
c manifesta\:oes que conhecemos bern, a crianya que torce a mecha de
cabclos, acaricia 0 lobulo da orelha, e a ligac;:aodesses fenomenos C O l l l
Icrnllra U absolutamente impo11ante,
Fla me convida entao a postular, se nao a defesa da farn,)sa pulsa )
pdo menos uma voca9ao genital do objeto desde 0 con1l:l(o
!J.t;;llitClI,
Ellia ".'oCHyaO genital do objeto sera uma corrente de investimento t j U l '
respondent a corrente de investimento ao alva, dito inibido, e que vlli
f i c a l ' adormccido ai ate a puberdade, Vai near ai, 0 campo fiead livre
para as puls5es parciais e teremos duas conentes, corrente terna e corrente sensuaL A corrente sensual sendo 0 suporte da combinat6ria do
, " l I j c i t o com a possibiJidade de uma permutac;ao dos aivos e das objetos,
~nquanto que, 0 que especifica a pulsao inibida quanta ao alvo e que ela
n u o lllllda seu objeto, ela nao tem necessidade de perde-lo, basta que cia
S~~ampute dele. Amputar-se dele e perde-Io sac duas coisas diferentes,
n,l que .. duas categorias se originam aqui, a da faha e a da perda, na
llwdida em que elas chegam a resultados diferentes e que, no momento
dll adolescencia, invel1em suas relac;5es, isto e, as puls6es parciais que
ol,;upavam a frente da cena sac levadas a uma posiCao introdut6ria ao
prazer. Ai, evidentemente, a ex peri encia de cad a um e gritante, enquanto
que 0 termo final e neste momento 0 campo ligado a pulsao genital, que
l;vidcntemente, nao inibe mais, neste mom en to, sell alva, cIa 0 descobrc
litcralmente como se se tratasse da primeira vez.
Lis 0 ' que tentei articular sobre a relac;ao do grande A com ° objcl0
!/. Isto demandaria informayocs rnais amplas ConcJuirei, entao, com 0
problema da unidade subjetiva enquanto que ela interessa it questao do
nOlrt;isismo primario. Lacan criticou a posiyao dos autores contempodO em ; sobre a fusao, ell compartilho com ele esta critica, e pense que a
dJslancia que ele aporta entre 0 Um unificante eo Um cont,lvel e essen·
~ l i n l ,0 fechamento do cif(~1I10
n os mostra, como suporte de uma cadeia
p l l c ! e !:levai poder con tar todos os sentidos do termo.
o zero da crianya do narcisiSl110 primario e ligado ao {1m da 1 1 I U ~
" I'.slc ( 1m da mite e marcado enquanto que e amputndo do £! quo a cri'"l,"l
~ para ela. 0 bebe e, ao mesmo tempo, zero e !:! para a mae, na tn~dida
, 1 1 1 quc e caido dela por U J n efeito de corte, que tem um belo nome e l l !
!-(lIwcologia, 0 pUlio*' A mae nilo sabe mais do que a crianya que a q l l l 'l "
1;1 C O.1! do seu desejo de tel' um filho de seu pai, a met:ifora patel'llu S e l l
tln. pois, bem origimlria, passagem ao ato impoliante, aguelc do W i k
do sujeito que passa de zero a lJi71. A partir do 1110mentoem q l l e . ! l O
il
I.:ncontro maternal, se fecha 0 circuito pdo duplo reviramento, estc t i l l pia reviral1lento lev« pelo fechamento desse circuito, ao reclobramcnlo
das polaridades pulsionais cia mae e do bebe, e a U I 1 1 fenomeno que ell
chamo "a decLlssavao** primaria", que eo cOITelato deste duplo reviramento, deste cruzamento das polaIidades pllisionais entre mue e filho ()
que se instaura deste modo e a diferenya origim\ria do slIjeito, diferen\:a
entre 0 genitor e 0 engendrado
"Sou eu quem conta", diz a crian<;a, {)
resultado e aquele do ((/1/ unificante, como engano, c'v'identemente, ju
que 0 objeto e perdido, mas, se 0 objeto e perdido, restara 0 des~io c (]
desejo torna-se objeto, se faz objeto.
Aqui me interessei em ler, em Benveniste, a reJa<;ao do ser ao ter
oncle Benveniste mostra que, de fato, nao ha dois auxiliares, nao hll
senao um que e 0 verba ser, 0 auxiliar fer sendo sel' para algI/elm, ls(n
me fez Jembrar essa leitura de Freud, fer e sa na crianya, a crialwa
como que substituindo uma relayao de objeto por uma identifica<;ao F l i
SOI/..O objeto, 'lb' eo mais tardio dos dois depois da perda do objeto, ek
recai no ser. Exemplo: 0 seio c parte de 111il11.,
eu sou 0 seio. Somcnle
m ai s tarde eu 0 tenl1o, i sto e, eu n3:o 0 sou
o que e 0 Um unificante? Eu proporei uma defllliyao cujos ternlll~
serao tomados de ernprestimo ao vocabuhi.rio lacaniano. Direi que (/11/
uniftcante, enquanto que ele e 0 do narcisistno prima.rio d o sujeito,
quanta que ele se constitui como unidade do (Jill unificante, eo apag;!
mento do trayo do Outro CA) no desejo do UIIl, 0 desejo do {1m tom'Hin,
eyidentelllente,
em seu sentido mais amplo. Sabcmos que se trata ( I v
um proces::;o votado ao fracasso, il aJienayao psic6tica, M as 0 qut> (~(/;1
relay~io, da relac;ao cia estrulura ao sujeito? Direi que 0 sujeito C O ! 1 1 0
estrutura e constantcmente
tOll1ado entre 0 7ero e 0 Um, 0 (1m C O ! 1 l o
unificante, como impos(ura, 0 zero como 1lm contavel, rVlas tam[x'lll
que esse ::ero cleve ter 0 duplo estatlito, isto e, que ele pode ser, O il n
passagem do zt?/'O ao lIm, produc;ao dn cadeia, necessidade do zero par,1
a combinat6ria, O U , entao, 0 Zl!1'O como dessubjetivac;ao radical. h d l ' l
l
'''',
l'f I -
~
DGlivrance, em frances, quc rCl11clca libcrta<;flo, alivio
n
1 ': J n Hnal0l1lia,
1'JO
IlI'NVENISTL
Emile, "(,Ire cl : I l 'o i r dans leurs fondiolls linglliotiqucf>", 1% 0.
dan~ ks Probkmes de lingllis!isquc gCl1cmL Gallill1nrd. 196(,
disposiyflo
em
c n l;- ;,
inlcrSet;fio
em J(HllW
N, T.
d e c n lZ ·-
(ksse t.:squizofrenico: eu disse que esse jovem nao tinha nada a aprcndcr
:;l\)brc () plano do masoquismo primario das heroinas do Senhor Sadc.
('sta,dcs~ubjetiva<;ao radical que faz com que 0 zero em quesHto I c v c 0
SlfJClto ao zero do corpo ou ao zero da mor1,e.
, t\ cOllcepC;ao do slljeito como estrutura s6 6 compativel com uma
v,sao conflituosa, que e tomar 0 zero ao pe da letra, 0 que Freud chamou
dc antagonismo de Eros e da pulsao de morte. Se lodo barulho da vida
Vto!1l de Eros, a pulsao de !norte tern a llitima palavra.
., J~ara ag,radar a todo mundo, terminarei
1c 1 1 1 N u a n , m o r to
.
" '1 " 1 .
com llma cita'(ao japonesa
de
1740.
, ,. Antes de estudar 0 zen durante trinta anos, as l110ntanhas me apareU I 1 1 saber
lliais profundo, cheguei a nao ver mais as montanhas como 1110ntailhas
i!t:1llas aguas como aguas M as agora, que penetrei a verdadeira substanria, encontrci a soluc;ao, pois e justo que eu veja as lllontanhas de novo
(~(l1ll0 lllontanhas e as aguas, de novo, como aguas",
cwm como 1110ntanhas e as aguas como aguas, Quando alcancei
1>1'. Lilc:.n ,- Agracle<;o imensamenle a Green pela contribui<;'ao que
. I1l)Slrouxe hOle Nao tenho necessidade, pen so, em vista dos ouvidos
b l l,1llnformados, de subllnhar tudo 0 que, em sua exposiyao, pode me
Se ela trOllxe nllmerosas Cjuestoes em divel'silllsl,lzer profundamente
"_I1S pianos, concernentes
a meu acordo OU a 1l1inha distancia quanta a
helld, ou.concernentes
it elucida<;:ao, ao questionamento,
de tal ou qual
pO lllI)
- dlsso que e aqui work ill pl'Ogress, de algo que se c0l1str6i e ~e
dC:;~~llvolve diante de voces e na inten<;ao de voces .- e urn agradeciHIClllo a mais que lhe deva. Pois que. grac;as .\ etapa que conslitui sua
lilll'lvcn y ao, 0 nivel dessas questoes c posta de tal forma que deve llO:;
pt..'rillitir, em seguida, nao apenas, iSla que seguramente furci ( s c m p n . :
iksl,lwando oponto ao qua! me ref1ro), lhe responder, mas mesmo pHla
"Jlcr:; 'W lir a edifica<;:ao, ell cliria, tornando como referencia esstl n i v d q U l, . '
_',1 111 1 ' ( \ ~~stlld~) v~rcladeiramente tao profundo, tao substanciaJ, que de
. prlldl!l.llI llO]C dlante de voces, em referencia - posso dize-lo, e pcnso
tl!Jl~dt: scntira a homenagem
- em referencia a meu discurso,
posso senao acrescentar meus cumprimentos
pela indulgenci:1
: ,jl)('
de leve no decorrer desta pequena pro va, a qual todos n6s COII1W ;
"Hhllletidos e que devo, de qualquer maneira, me desculpar COl11 ~'k
l
N ~[)
N .T
em
porque seguramen!~,
Li~ao XVI
nao era sua pessoa que, na ocasiao, fot visada
entao, na pr6xima reuniao,. na qu~rta-feil'a . :4
Encontrar-nos-ernos,
mais 7, Isto soma, II de abri1. Nao haven't seminano no dla 4 de abnl
como alguns poderiam
esperar.
Nasata-12!
12'
01'. Lacan -- 12' 12 de abril
adire:>' .. Porque ninguem completa: ('o rim h illm ]'1 !.,
Disse a latina a primeira palavra para Illes sugerir esta traduyfw que ..
"cste nao e 0 6nibus para ir a Corinto!" () adagio que nos foi transmitido
L~illlalim, de uma t,<')tmula grega, signiflca mais, {'ll penso, que a observa,',10 de que, em Corinto, as prostitutas eram caras! Elas eram caras pOl'quc
oS iniciavam em alguma coisa. A5s1111,ditia eu, que nao c sufkicnte pagnr
preQo. I~sobretudo 0 que queria dizer a formula. grega.
N o m lic e
I 0 1 1 1 l1 il)/(.\'
I)
Nao
e ,acessiveJ
a
todos, de modo algul11 , (aspas):
"tornur-se
psil'a-
old/sla", E assim, l1a seculos, para ser ge()melra: S r i e n /fa o C /lli ... voces
,;oht:1l1 a scqilencia: a q /(e /e q u e (; ~ e rlm l.!fra . Fsla exigencia estava in-·
~,nit<l no frontao da escola fllosMlca mais eE;ldm~ da antigLddade e ela
indica bell do que sc ITata: a introdlll;:ao a um ccrto modo de pCl1S,Hn
('1110 que podemos
prcdsnr com urn pagso a mais, OLi seja" que se traia
tlv ('u /l',g o l'ia s (no plural).
( '(//c g o ria s
qucr dizer (eo01o 'i(leeS sab,,'n1), em grego, (} equi vn~
1('IIlL: <.\ p a l a v r a p r a e d i c a m e n l a ,
em latjnl"~: 0 que C 0 mal::; radi':almcntc
j!lwlid\vcl
para definir UD1 campo
I'll
'Ir'f11:<posj';i!o p<)r lTorilcio
"\~ Il1"lo. elll Strnbon.
( F p i s l o l " , l ',
1. 17, 36) da r6rl1lula grcg~. que S~ Gllcontr".I"'1
G "u g I'a /),r, 3. (i. 10:
1(" n<1.n~'; «\'Or!1\06\'
()1t')"vtl';.
i')'
{;Iet"':
t'C1n,lupkl:
lutim: pracdi~aIl1CniU1l1, pl:-
tI.
e~K<'lI.1l\()\JI·'oO
Cis 0 que leva consigo urn registro especificado de demonstrayao
~':
por isso que se entendeu, na continU3y30 da exigencia platonica, m?ni ..
l:estar~se de maneira reiterada a pretensao de demonstrar m o re g e o m i!1 1 '/
c o . 0 que testemunha
como 0 dito modo de demonstrayi'io representava
um ideal.
Sabe-se-deseja-se
que voces saibarn, eu Ihes indicotanto quantopossu,
isto e, nos limites do campo que me e re$ervado - que a metall1atemalic;1
vem auora,
sobre 0 leque dos refazimentos categoriais que tem escondidl)
o
..
historicamente as conquistas do geometrico, que esta metamatemall
dino vcm radica!izar mais ainda 0 estatuto do d e m o l1 s fra v e l.
oComo voces sabem, mais e mais, a geometria se afasta das intujy(}C~,
que a tundam (espaciat por exemplo) para se J-jxar em nao ser mais do
que uma forma especif1cavel e, alem disso, diversamente escalonac]a.
de demonstrayao. A tal ponto que, no final, a metamatematica
nuo sv
ocupa senao da ordem desse escalonamento,
oa esperanc;.a de chegill,
pela demonstrayao, as exigencias mais radicais.
\> (1
,
Suponharno$ uma cienciaque nao pode comeyar senao pdo que e- llU"
refazimentos, assi 111 evocados, de um certo campo - seu ponto final. Inultl
paTa uma tal ciencia balbuciar um levantamento topognlfico, in!ciall!1~nll
onde se ordenasse uma primeira familiaridade com 0 mensuravel.. tal V ,')
a transmissao das f6rmulas mais grosseiras de futuro, emergindo singll
larmente sob 0 aspecto de citlculos secretos. Quem dizer inlltil para da
pelo menos enganador e vao, se deter na etapa babilonic.a cia geomctl i,l
15tO, porque todo padrao de medida, encontrado na pal11da, leva a llodna
de uma miragcm impossivel de dissipar.
E 0 que temos aputltado desde 0 comcyo ern nosso en~ino, dClHl11
ciando - sem {) nomear ainda com seu tcrmo, tal como 0 temos dll!'l
ctado, com0 "0 imaginario" . os enganos do narcisismo, quando chi:t
bel ecemos a funyfio do e s t t i d i o d o e , \ p e l h o . Encontrar um tal obst,ku III
com efeito, foi 0 que tocou a muitas ciencias E mesmo ai que se silll:1
privilegio da geometria.
'.
.
Aql.l), certamente, se oferece a n6s, quase de saJda, a pureza da 1\0\';1(1
de grandeza. Que ela nao seja 0 que urn povo in6til pensa, nao telll d\
aqui nos reter Para a ciencia que supomos, e de uma tablatura cOHlpk
t)
tmncnte oulra: nao e somente que 0 padrao de medida ai seja illopcrantl:,
(~que a concepyao mesma da unidade claudica tanto ai, que nf!O se lelll
I'ealizada it especie de igualdade el11 que se institui seu elelnento, i5tO 6,
H hctcrogeneidade
que ai se esconde
Que se lembre a equayao do valorl9", nos primeiros passos do C a p ifa l
(de Marx, para aqueles que 0 ignorarem ... nunca se sabe, talvez haja dis·
liaidos!). Em seu escrito, contribuiyao a esta equayao, e a propoTyao que
rcslIlta dos preyOS de duas mcrcadotias: tanto de tanto igual a tanto de
1<11110, relayao inversa do prevo a quantidade de mercadoria obtida. Ora,
l1il0 sc trata de modo algum da contribuiQao, mas do que eIa enceJTa disso
!II Ie a cquac;.ilo retem nela, que e a d tfe re n ra de natureza dos val ores assil11
\.~lln.iulltose a Il< !c e s s id a d e clesta diferens;a. Nao pode ser, com efeito, a
proporvao, 0 grau de urgencia, pOl' exemplo, de dais valores de uso, que
fi.lI1da 0 prevo, nao mais do que aquela - e por motivos evidentesl - de
<lllis valores de troca. Na equayao dos val ores, um intervem como valor
de uso e 0 outro como valor de traca. Sabe-se que se ve reproduzir-se uma
HIIlladilha semelhante, quando se trata do valor do trabalho.
o importante e que seja demonstrado, nesta obra "critica" (como se
intitula ela mesma) em que se constitui 0 C a p i t a l . que, ao desconhecer
~;:isas annadilhas, totia demonstra9ao rica esteri1 Oll se pervel1e. A coniJibllic;.ao do marxismo it ciencia (nao sou eu ceI1amente quem tem feito
css' lrabalho) e revelar cste latente como necessario de saida, na partida
ill 'smo, eu pen so, da econornia
politi ca.
1\ a mesma coisa para a psicalui!ise, e esta especie de 1atente e 0
qllv ell chama -, 0 que, quanta a mim, eu chama -- e 0 que ell chama a
W :l'l'RUTURA. Consideradas minhas reselvas, ao lade de todo esforyo
~ W I <t diluir esta noc;.ao - para encerrar
partidas necessarias l1lJnl celio
ti\lO pO que nao se pode definir de outro modo senao como 0 campo
r;Jilico- para diluir isto em alguma coisa que mal identitico sob 0 nome
V.l .() de "estruturalismo".
N{IO C preciso acreditar que este latente falte na geornettia, evidentc··
nWllle I Mas a hi st6tia prova que esta no seu fim, agora que se pode con ten tar
nn se aperceber elisso, porque os precol1ceitos sobre a nOyaOde grande?";I,
que provem de sua Q).anipular;aono real, i1flotem feito mal p u r t/c a S () (l SVII
progresso logieo, Ainda mais., nao e senao agora que se pode sabc-lo, con
slatando que a gcometlia que se tern feito nao tern mais nenhuma ncccssidade da medida, da metrlca, nem mesmo do espac;o d i t o real.
Nao aeontece aS8im, eu Ihes tcnho dito, com outras dencias, l' !l
questao: "POI' que nao saberi am dar a paltida sem tel' elaborado csks
fatos?" - eu disse e s t e s f a t o s , que se pode dizer ultimos, como SCl1do
de estrutura - talvez a possamos colocar, desde ja, como pertinenlc, Sl'
soubermos toma-Ia hom61oga a estes fatos,
Na verdade, estamos preparados para Isso, pois, essa estrutura, nos a Ie
mos registrado enquanto que praticado, ao cllcontra-la em nossa expcrit)Il'
cia psicallalitica, e porque nossas observac;oes - se as illtroduzimos conlU
prelimillares, alem de tJiviais (penetro, ai, pOttas abeltas), sobre a ordl'lll
das ciencias - nossas observayoes visam a resultados tais que e bem pll'
eiso, enfim, que esta ordem, digo, a ordem das ciencias, ai se acomodc,
A estrutura, eu ensinava, desde que eu ensino -- nao desde que L '/I
desde que e ll e /ls in o - a estrutura e que 0 sujeito s~ja urn ralo
Seja um fato DAlinguagem,
o sujeito assim designado e aquele a quem e geralmente atribuid:1 a
fun<:ao da palavra, Ele se distingue pOl' introduzir um modo de ser qU l'~ '
sua cnergia propria (entendida no sentido aristoteJico do tcnTIOe liu lg llI)
Este modo e 0 a t o em que ele se cala, T a c e r e nao e s i l e r e * , e, no elJl<lIlI,'
se recobrem em uma fronteira obscuraIC13
Escrever, como se tem feito, que e vao procurar em meus J ',\C /lh
qualquer alusao ao silencio, e lima bobagem, Quando inserevi a j\'lrtllll!:,
da pulsao, no alto, a direita do grafo, como :'J' b a rra d o p lln l:(c io 1 ) (:1 dl'
manda), $ 0 0, e quando a demanda s e c e rIa que a pulsao cOl11e<;:(l
Mas so eu nada tenho falado do silencio, e que, justamente, s ik r) n;h)
e t a c e o . 0 ato de calar~se nao libera 0 sujeito dalinguagem, M<':Slihl
se a essencia do sujeito, neste ato, alcanya seu apice - se ele agiul"'; ,J
sombra de, sua Iiberdade - este c a l a r - s e permaneee prenhe de um ClliV
e s c re v o ,
1 ',
oj calar-se, Parar de fillHI',
*
'f'o c e rIJ
1')3
J)org~uil1c:
I'H
No original: "agil",
que "lIgil"
·'e.
S s i!IJ }'IJ
oj silenciar
no ~nlant(), este rCCID'SO11lll1la fronleira
e nH nota \Una intcrrogac;1\o:
nihl IIII , sentido,
:eito pesada, ha tanto tempo, a presenya do munclo animal
so temo,s 0 rastra na fabia, mas lembrcmo-nos que, hit l11uito
ktl1po atras, nos, al pudemos alojar os deuses,
o "silencio
etemo" do que quer que s~ja (de tudo isso que voces sa1
hVI11. .. ')') nao nos amedranta
senao pela metade, em razao da aparencia
!jue a ciencia da a co~lsciencia C0111um,
de se colocar como um saber que
I :nls;~ deJ.:en~er da 11l1guagem,sem que par isso esta pretensa cOl1scien~'Ins~Ja at'll1gld~ pOl'esta corrcla9ao: que ela recusa, a o m e s m o l e m p u ,
dcpcnder do SUJelto
o que acontece, na verdade, nao e que a cicncia nao leve em conta 0
'lIkit~\ e que e,la 0 esvazia cia linguagcl11 (quero dizer, 0 expulsa) E que
1'1:1 cna ,suas ~ormulas C0111uma linguagem v a z i a d e s l I j e i l O Ela pmte
tI,· lUna lnterdlc;a.o do efeito de sujeito cia linguagem, Isto nao tem senao
tllli I~sultado, 0 d~ demonstrar, efctivamente,
que 0 sujeito nao e senao
/1111 delto - e da Jmguagem - mas e um efeito de vazio.
Logo, 0 vazio 0 cerca, no mais estrito de sua essencia, isto e, 0 faz
lIpanx:er como pura estrlltura da Jinguagem, e ai esta 0 sentido da deseoIHTla do illconsciente.
() inconsciente e 0 momenta em que fala - no fugar do sujeito - a
PI II{ I\.J! NOUil..GEM .. u m a Frase da qual a questao e saber quem a diz ..
() tl1c~lI~seiente,seu estatuto, que se pode bem dizer c ie illf{tc (), j(l que
; dl' se (,lllglna em conseq('lt~ncia da ciencia, eo sujeito que, r~jejtado do
}'IJI1',OIICO, r~apa~'ece no real, ai presentificando 0 que agora e Huo na
-lll'ilnna da clencl.a - quero cJizer, c~nsumado ,- ai presentificando seu
P ille,) Sllr~orte:aJll1guagem mesma. Eo sentido da aparic;ao, na ciencia,
Ilia que t~m
DISSO, lJO~
C"
~j"
lInva IlllgilIstlca,
•..,~ .. Dif
que faJa a Jinguagem, eJu mesma, quando e assim desarrimada do
mas, POl'isto, 0 representando em seu vazio estmtural, radical
~~~~Jj'I'IIO .
M
~~.f/JltlU'J
bIn,
IH \S 0
sabemos. Grosso modo, eIa fala ... ela raja do scxo, De
sobre algul1l>l ,'oisa. N,T,
Ob:;Cllril.
cscrcwr
·'agitcT'I-.lr.
CO!110
Opl31110H
sc
it
Ji'/ ..
pel" ··"!,,I,'
I"
1'i\S( '1 \ I .. n h l j ~ ': . l ) " / l . w , , " e l l l o s :
nlll~.:dlnllla"
"0 silcildo elerno desses ~Sl'ft,.os illl!Jlilos
"'I.:
uma paJ<lvra da qual, 0 que eu vou abordar, 0 ato sexual, para intenog{lia, d a q u a i () a t o s e x u a l r e p r e s e n t a 0 s fie n d o . Quer dizer, voces irill';
vel', quantI), necessariamente,
de uma palnvra tenaz, obstinada
cste
silencio,
e pOl'
isso
meS!11O, vem 1'01'<,;<1-10.
Tomarei 0 tempo, mesmo assim. l p a s s e - m e m e lt re /()g lo .
U 1 < 5 r ittl/, tomarei 0 tempo .. [o l)l'ig a d o J
de dissipar aqui, de uma ilW ·
neira que nao creio seja inutiJ, 0 primeiro precol1ceito a se apresenlar
Ele nao e novo, certamente, mas, esclarece-lo cOIn uma luz nova. km
sempre sell alcance, 0 primeiro preconceito a se aprescntar no context\)
psi col ogi sante. A d i f e r e m ; a - · para constitui-Ia pOl' referenda a enuncia9ao, como acabamos de fazel', a linica verdadeira - do inconscientc,
podelia se fonnular pela queda, em n05SO enunciaclo, de um indice es·
sencial a estrutura.
Logo, d o sexo como eu ten110 dito, falaria este inconsciente.
Aqui a caber;a frivola - e Deus 5abe que ela abunda!- engole csk
d o : "0 inconsciente
fala sexo", ele brame, ele ruge, eJe armlha, ele mia,
ele e da ordem de todos as ruidos vocais cIa palavm, e uma "aspira,:;io
sexual t". Tal eo sentido, de fato, que supGe, no melhor dog casos, 0 liSt)
que e feito do temlO in < ;lfn to d e F id a . na rurninar;ao psicanalitica
Todo uso erroneo do discurso sobre 0 sujeito tern pOl' efeito baix:a
estc discurso mesmo ao nivel do que ele fantasia I/O l u g a r do sujci
to. Este discurso psicanalitico de que eu fala e, ele mesnlO, rouco. fill
grunhe ao chamaI' a figura de um Eros que selia potencia unificadof iI
e, ainda, num impacto universal! Tel' como sendo da mesma ess(SlIci"
o que COl1servajuntas as celulas de um organismo e, pen so, da IIU 'S /l!U
essencia, a forya que 50 supoe empurrar a individuo, assim conlJ)()>:h;
a copulaI' com urn (Jutro, e propriamente do dominio do delirio, em liil1
tempo para 0 qual a meiose, pen so, se distingue suficientemente da illi
tose, pelo menos no microscopio, quem dizer, pO l' tudo 0 que supi'lCH1:I'.
rases anatomicas do metabolismo que elas representam.
Aid6ia de Eros como uma alma com fins contrarios aos de Thana!"'>.
e agindo atraves do sexo, e um discurso de "jovenzinha prinHlVL'jiI'
( m i d i l l e t l e a ll p rfn te m p s )1 9 7 , como se exprimia antigamente
0 saudn"l!
r .
. Julien Benda, bem esquecido em noss\) dias, mas, enfim, quem rcprt~"
i:NIIIOU, I1tUl1 certo tempo, est a esp(§cie de espadachim
que resulta de
1I111ainteligencia
tomada inllti! .
,...
Se e preciso alguma coisa para recolocar os desgarrados no eixo do
inconsciente e s l r u t u r a d o c o m o lim a l i n g l l a g e m . l1a~ e suficiente a evidellcia fornecida por esses objetos que nao se apreciou jamais como n6s
n podemos fazer: 0 falo, os diferentes objetos pal'ciais?
'v~')l{aremos ao que resulta de sua intro111issao em nosso pensamento,
" no cuntorno que tem tom ado as fuma9as de tal ou qual vaga f1Iosofia
¢OtHcmporanea, mais ou menos qualificada de existencialismo.
Para
ni.\s, esses objetos testemunham que 0 inconsciente I l t i o j h l a a s e x u a l i . . .
d u d e , (nao mais do que ele ni:lo a canta), mas que, ao produzir esses ob, '.'"ws, ele se en contra, justamente 0 que eu tel1ho elito, e m / a l a I : Porque,
. ,. por estar a sexualidade ern lima relagao de rnetafora e de metonimia
que esses objetos se constituem.
Tilo tortes, tao simples que sejal11 essas verdades, e preciso acreditar
que e~as engendram uma aversao bern grande. J<i que e para evitar que
l'las fJquem no centro, que elas nao POSSi:u:n ser, de agora em diante
lI1ais que 0 piv6 de toda articula.;:ao do sujeito ..que se engendra esta es~
[H.~dcde "liberdade" palida, it qual. jri th alusllo mais de 1l~1I:1
vez nessas
.:(!liitnas fuscs, e que caracteriza a falta de seliedade.
Que dizer disso que d i z - , do ato sexual -- 0 inconsciente
Eu poderia dizer, se quisesse fazer aqui de Barbey d'Aurevilly "Qual
urn ~ia, in:agin~ f'azer dizer, a urn desses padres demonia~os, que
;di.' ~;xcedla, ao Imagl~a.r ._-"Qual e 0 segredo da Jgreja')" 0 segredo da
19J"JH, voces sabem, felto na rnedJda para aterrorizar vel has dmmw provllH.:ianas, e que nao hA Purgat6rio.
A~1Sil1'l me divertirei em Ihes dizer 0 que, talvez, thes fa~a, Tm~Srn()
lIHslm, uilt certo efeito, e depois de tudo, nao e pOl' nada que escando 0
}!u<' 0U vou dizer desta clapa: 0 segredo da psicanrili se, e que NAo J L\
f
,MnSEXUAL
lsto soria sustentavel,
'U fO ,
J cO " Mi<lilleli~ "1I prilliCI11j1~:que ,c conlcnt<l com lima rdei<;aozinha
Otl I'endt'dora
parisiense
da indllslrifl
un l1loda:
ao lI1eio-din:jol'cl1l
jovel11 da <\idade. N.T.
"1'<'1;11 HI
)
isto
Hlldo",
e,
e ilustravel, ao lhes lembrar 0 que chamei 0
este redobramento de um efeito motor tao simples COIlW
que faz, simplesmente, com que, ao se d i z e r apenas COil}
urn cene) accllto, se ache repelido e, com CSlc redobramcnto,
flll1~tlo signif1cantc
inscrcver
aSSll1l1;1
que 0 faz poder se inserir nUl1la certa cadcia, panl
II
;1I
e 0 pecado, no lugar em que, talveL., a inconsciente, seja
que!!) raz da sexualidade um pecado, I-Ia uma pequena diferenya."
II pn;al!o
('Ii,
a sujeito . .-'
Ha, no ato sexual, esta alguma coisa em que - .'> !!K lm c /o a 1 J 1 i'.\fl/d
jiJ r m a
0 sujeito sc inscreveJia como sexuado, instaurando 110 lllCSIll(l
ato sua conjunc;:ao com 0 sujcito do sexo que se chama 0P0510',)
E bem claro que tudo, na experiencia psicanalitica, fala contra I;;~ ll
Que naa ha nada deste ato que nilo testemunhe que nilo poderia sc ill'ili
tuir ai senao urn discurso onde c o n /a este terceiro, que anunciei SUn('1
entemente ha POLICO tempo pela presenc;:a do falo e dos obje10s parcial'"
e do qual nos e preciso agora articular a funvao, de LIma maneira tal <111\
ela nos demonstre qual papel desempenha, est a funvao, neste ato. FU ll
ya.o sempre escorregadia, fUI1~ao de substituiyao, que equivale qua:,.: II
uma especie de malabarisrno e que, em nenhum caso, nos permite 11"1
em ato, digo, no ato sexual, 0 homem e a mulher opostos em algulll;j
essencia eternal
E, entretanto ... apagarei 0 que tenho dito do K r a " d e s e g r e d o culilo
sendo que nao hit ate sexual, justamente
naquilo que este nao e 11Il!
grande segredo, que e patente, que 0 inconsciente nao cessa de griLl
10 a plenos pulm5es e que e bem pOl' isso que os psicanalistas dizClll
fi!c h e m o s -ih e
a b o c a . q u a n d o e l e £ I i ; i s / o : p o rq lle ,
c le o " d o v i l l i m a i s
110S
e n c o n tr a r ! P a r a
q u e serve
s e 0 r e p e t i m o s c o l!!
s e n [ i o h / I a t o ...,('X li
a l?
Entilo, poe-se 0 acento no fato de que ha a sexualidade ...
Com efeito, e bern porque h8. sexualidade que nao hit ato sexual'
Mas, 0 i n c o n s c i e n / e quer talvez dizer que se sente sua falta. Em {w ill
caso, iS50 parece! ...
Apenas, para que i5to ganhe seu valor, e preciso acentuar bem, ill!
cialmente ..que
, 0 inconsciente () d i z .
Voces se lembram cia anedota do padre que preg~t, nao? Ele pregav:1
sobre a pecado. 0 que eJe disse? Ele era contra ... (risos). Muito bem, 0
inconsciente que prega, ele tambem, a sua rnaneira, sobre 0 assunto do
ato sexual, muito bem, ele e n a .o P H )!"
Ii da!, inicialmente, para conceber 0 de que se trata no inconscicnk,
que convem partir. A diferenvt'l do inconsciente
em relavao ao padl"
11Icrecc, assim mesl1'\O, ser relevada neste nivel: e que 0 padre eliz qlll'
Suhre isto, a questao vai ser saber como se propae, a nos, 0 fato de
tlllt~() :'1 IJeito km de se ater com a dificuldade de 5er urn sujeito sexuado.
1': por isso que introduzi, em meus ultimos prop6sitos.
loglsticos, esta
r {cr0ncia cia qual, penso, ja tenho sublinhado suf1cientemente 0 que da
ViSlI, cstabelecer
0 estatuto do objeto a , aquele que se chama a Ill/m e /'( )
dr lil/r o , cnqLlanto que ele da, propriamente, sob uma forma facilmentc
tlHuH:j{lvcI, sell estatuto ao que esta em questao, OLlseja,
incomensu-
°
iilvd
Par-timos da ideia, para 0 introduzir, que no ato sexual nao e questao,
de l1111doalgum, que este p e q u e n o 0 , em que indicamos esta alguma
tl}i~a que e, de algwn modo, a s u h s t c l m : i a do sujeito .. (5e entenderelll
~'sta sllbstancia, no sentido em que Arist6teles a designa na ullaia. (ou... :;in), j sto e, a que se esquece[~
que isto que a especiti ca e j ustamente 0
qll • cia nao podelia,
de modo alguJl1, alribuir a algum sujeito, 0 sujeito
;Wrld() entendido
como
1)nl)xci~lcvo\' Esle objeto a , enquanto que
llilS serve de padrao para interrogar aqueJe que e suportada por ele, nao
ll.'l11 dc procurar
seu complell1ento I1n dhlde (0 que Ihe falta para faze]'
. lh1is), 0 que seria bem desejllvel. [~ que H soluyao desta relayflO, grayas
iI qual pode se estabelecer
0 dais, se sllstenta inteirarnente
no que val
"'" passar, da referencia do a , 0 nllll1erO de oura, ao 1 1 m enquanto que
. -lJIv cngendra cssa falta que se insereve aqui com Unl simples efeito c1()
J Vpt lrtamento
e, ao mesmo tempo, de c1iferen<;a, sob lima forma: 11111 m e ;!U s a que, na citlculo
(um citlculo muito simples, 1'-<1 "" (1", que ja tenho
ifl~Vrito 0 bastante, neste quadro, para Ihes rogar que encontrem V()C~i..
rlll'SnlOs) se formula pOl' a a o q 1 l a J r a d o ,
Nno 0 lembro aqui senaa para colocar na borda do que quem inlro
11uI,ir sobre () que e essenciaJ articular para voces, como disse h6 pnuco,
·mkinllllente, no inicio de nos sa ciel1\.~ia... a saber, 0 que introdu;r l1l'C(':;
~: pal i;lI11ente, ainda que paradoxahnente,
este ncJ_sexlIal, on de se eS('OIIli<'
'"" I!og cscapa a ate que causa, no momento,
nossa interrogayil0
(lla\'11
d c s lc /lf'C jlfe n o a ,
enqLlantoqueaqlli, voces veem, ele represcnta, d l/I's /< '//t,
..' ,{j,!Iporla e presentifica inicialmente
sujeito ele mesrno, qUl' ('., ;11. ()
'tI1 C S /l1 O que vai aparecer
na troca, de que iremos agora lllOg!rar a 1")111111
°
la, C0l110podendo sefvir de o !? ie IO , este objeto que tocamos 1111 diaJetica
eta cura sob 0 nome de objeto parcial. A relat;:uo,pois, dessas duas fac0:'
cia fUll<;aop e q u e llo (1, com este indice, esta forma do objeto que estii IlU
principio da castra(;ao,
Nilo fecharei este cido hoje, pOl'que quem introduzir 0 fechamelltn
com duas f6rmulas que correspondem a uma especie de problema que
colocamos a p rio ri. Que valor e preciso dar a este objcto p e q l/(m o a , ~l'
ele est;:;'bem ai como devendo representar, na d i a d e sexual, a diferenyll,
para que ela produza dois resultados, entre os quais esta suspensa hojl'
llossa questao? Questao que nao poderia ser abordada senao pela via PO!
onde os levo, enquanto que cia e a via 16gica. Digo, a via cia logiG(I,A
d i a d e e seus suspenses, e isto que desde a origem, se sabe-se seguir sell
tra<;os, elabora a 16gica ela mesma.
Nao estou apto a Ihes tra<;ara hist6ria da 16gica, mas que me bastt',
aqui, evocar, na aurora do Organonl9S aristoteIico, que e bem outra coisa
que um simples formalismo, se sabem sonda-lo: no primeiro ponto d,l
16gica do predicado, se edif1ca a oposiyao entre os c o m t d r i o s e os C O li
Ira d i/()rio s . Fizemos, voces sabem, bastante progresso desde entao, mas
isto nao c uma razao para nao nos interessar pelo que fez 0 interesse e 1I
estatuto de sua entrada nn Hist6ria.
Nao e, entretanto ... eu 0 digo tambem, entre parenteses, para aqu(;k~
que abrem algumas vezes os alfaJTabios cia 16gica para nos proihil,
quando retomamos ao pe cia letra a que Arist6teles enunciou-·· ao mes·
mo tempo, mesmo, nao no limite! - ao introduzir 0 que, por exel11plo
Lukasiewic!!f) completou depois. Digo isto porQne no livro, alias, e.x
celente, dos dois Kneale""" (KN,E.AL.E,), fui tocado por uma con
testac;a.o,como essa que se destacou na virada de uma pa.gina, porqul'
para dizer 0 que diz Arist6teJes, 0 senhor Lukasievv'icz, par exemplo, V;\1
distinguir 0 que diz respeito ao principio de contracliyao, do principio lh'
identidade e do principia de bivalencia! Eis ail
o principio de identidade e que A e A , Voces sabem que nao C obvin
qu(,~A scja A . Fclizmente, Arist6teles nao 0 disse, mas, que N\: () ruo,:a
legistrar, II1CSl1l0
assim, LlI11interesse!
Segundo: que uma cQisa passa ser, ao mesmo tempo, no mesmo telllpo, ser A e J llio A , e ainda uma coisa compJetamente OLitra!
()ljanJo ao principiu de bivalencia, isto e, que uma coisa deva ser
v 'rdadcira ou ser falsa, e ainda uma terceira coisa!
Acho que, destaca,-Io, esclarece sobretudo Arist6teles, e que, pOI'deillacar que Arist6teles, seguramente,jamais pensou em todas essas amelIidadcs, nao tem nada a vel' com a questaol
Puis e, precisamente, 0 que permite despertar 0 interesse poristo
ell repOlto agora, por este bruto afazer dos contnirios, inicialmente,
lmqllanto que, para nos - quero dizer, pelo que nao esta em Arist6teles,
lllas que ja esta indicado em meu ensino passado - 0 designarernos por
tll/II- S I:I1 1 (pas-sans). (lsto nos servira mais tarde, Niio se inquietem l DeI1WI1l-llleconduzi-los um pouquinho 56!)
Os c O !1 lra rio s , e e i5to que levanta toda a questao 16gica de saber
'il\ sim ou nao, a proposiyao particular impliea a existencia. ]sto tern,
IH'lllpre, ehocado enormemente. Ern Arist6teles, ela 0 implica incon-!t':lnvelmente, e rneSl110sobre isto que sustenta sua logiea. E curioso
!j1ll'i\ proposiyao universal nao 0 irnplique.
Pm;so dizer: "todo centauro tem seis membros". E absolutarnente
'\;..:rdadeiro!Simptesmente, nao hit centauros. E uma proposic;;aouniver,1m! Mas se eu digo (em Arist6telesl): "ha centauros que perderam um
rll'ks", Isso implica que os centauros existern para Arist6teles, Tento
- It'fUIISlruir lima logiea que seja um pouco menos c1audicantc ... do lado
. Lip Ct:ntauro! 'Mas i8to nao nos interessa, no momento.
Simplesl11ente, nao hit IIc lO de macho, S f!m remea (pas-sal1S). Isto e da
. \n~kll1do real. Isto nao tem nada a vel' com a 16gic1l
.. Pelo menos,. em
ljlll\
'11\
\Qso:1
<lias,
h:i 0 c o n t r a d i t 6 r i o , que quer dizer isto: se alguma coisa e m a c l t o
isto Ilao e n c T o - m a c h o , Entao, isto nao e tla u - m a c h o , nada mais
I'ntla,·sc de encontrar nosso carninho nessas cluas formulas distinlns
~t',t,/:tllldli c da ordem sirnb6lica, e uma c o n v e n t;:Q o simb6lica, que !eill
t lq)()is.
t1J1I;ltl
IlJ}\
t\
1'i'.J LI
~()II
R 1~'1T(HEIJ~S. O l'g a !lo l/,J rn d . Trico\. Vrinll1 rc.:ditiol1 PMis. 1970
JKAS11~WrCL .ian, L a .~ l'lfo g is liq ll~ d A l'is lO le , O .. iiml .I951. Paris. Cvlin. I <)7~,
I(NI·:ALL W i.llialll c.t Martha, fk "e t0 p l1 l< ,}1 1 f!fL o g ic , Clarendon Press. OXllll'l1. 19h: I)
1l11t lIPllle . .i lIst~llnente:
0
te r c e ito e x d llid o ,
Isle cleve nos fazer sentir, suficientemente, que nao e desse laoo tl1h'
ircmos poder nos arranjar. Porque, de saida, temos acentuado SUtlCI
cntemente a flll1y aO de' uma diferenya, como sendo essencial ao estalull
cia diade sexual. Se ela pode ser fundada - penso: subjetivamente lef
cmos necessidade desse terceiro.
Tentemos nao tentemos .. nao cometeremos a grosseira hipocrisia d"
pretender te~tar 0 que ja introduzimos antes, ou seja, 0 estatuto 16gi('()
do contniuio. Do contnirio enquanto que, aqui, 0 1 1 1 1 1e 0 O lilm se opo\: a ll
o 1 1 m e 0 0 1 llro de lei. 0 1 1 1 1 1 e 0 o u lro e a intersecs:ao _. digo, inlerScl.\·;l(1
logica - macho e femea. Se queremos inscrever, como convel:1, esh: I'
/1 m e 0 o u lro sob a forma da intersecc;ao da algebra de Boole, ISto qll~'J
dizer esta pequena meia-Iua de recobrimento espacial. .. cia qual tlw
absolutamente consternado pOl' dever, uma vez mais, lhes apresentm a
tlgura!
pois e disso que se trata _.. podemos supaI' ao eklllCllfo
para que 0 resultado seja, c1aramente, a diade'! Ma5, ":l'llcHncllte, csta verdadeiramente 30 alcance de todo 0 mundo do sabel
VOCI.>'slodltlS tem pelo menos guardado algo das tintas das matcmiHicus
11U~:l!lCSl,-:raoens~nado tao estupidamente, por POllCO que tenham mais
lJC tnota anos, pOlS, se voces tem vintc anos, tiveram ta!vez chances
de {):Ivirf~\Jardisso de uma maneira um pouco diferente, que importal
VOces e::~aoto.~os no me~mo patamar, concernente a formula (a + b) (
~t
b). 1:,1sa dlterenya: ha urn que tem a mais, outro que tem a menos.
s~'Vl~C~S.
os multiplicar~m, isto re~ulta: a2 - b2 . .o que e preciso para que
:' - b- seJa, claramente, 19ual a dOlS,a diade? E muito tacil, e suficiente
igllillar 0 que esta escrito aqui, b, a r a i z d e m e llo s 1 1 m . Quer dizer a
IHDa fun~ao numerica que se chama m im e ro ill1 a g illc T rio e que interv~m
ngora em todos os calculos, da maneira a mais corrente, para, fundar 0
que se chama - extensao dos numeros reais .- 0 Illim e ro c o m p l e x o .
a , se se. trata de especifici\-lo de duas maneiras opostas, com mais
j:l~llm a ~olsa ,e com m~nos .alguma coisa, c que dai resulte dois, e sui!clcnte 19uala-Io a T . E aSSlt11que, habitualmente, se escreve de lima
IlHltlt;ir~~breviada, e, alem disso, muito mais c6moda, esta funvao dita
'magfnana do -../-1.
(~~e
1
Pois, bem entenclido, voces veem bem que eta llao os satisfaz ern IlL'
nhutn grall! 0 que voces queriarn e que houvesse urn que fosse () mach".
c, a outra, a femea. E que, de tempos em tempos, eles andassem sobr\.~u"
pes! Nao c disso que se trata Trata-se de uma multipJicayao lagiea ...
A importiincia de Jhes lembrar esta figura buJeana"'i1,e pa.ra Ihes kJ II
brar, it difcrenya daqui, que e este lugar rnuito impoltante do .logo de Cill J1
Oll coroa (enl que tentei formal' aqueles que me scguiam nos prinwill'"
anos, ao menos durante um trimestre, histaria do que foi faze-IOSenteflc lei
(,)que era a significante), ao contrario do jogo de cara 01.1 coroa que <;t:: ill
screve regularmente em uma sllcessao de m a i s ou de m e n o s , a relayHo (h1 1 m e de o u l1 'O se inscreve sob a forma de llma multiplicayao, quero dill'l.
de uma multiplicayao logica, de lima multiplicayao buleana.
valor
de dltcrCIl\;a,
acreditem que isso deva nos servir para absolutamente nilda 0
!;JIlt;; Illes expJ!co a seguir. ,Eu 0 introduzi aqui, no limite do que tenho
" ~1!l1J Ihes explJC~r, pO!'qlleIsto nos servini, em seguida, e porque esclaf~!."\' uma a~roxmJac;ao: 0 que se oferece a n6s como a outra possibiJidntlQ Ou seJa, se nos perguntamos de antemilo 0 que convem obter ... - 0
11111;; !em, talvez tambem, para nos, seu interesse, pois 6 muito interestliUJft~ tambem saber pOl'que, pOl' que no inconseiente, concernente ao
1110:i'xual, muito bem, j ustamente 0 que fecha, 0 que marca a diferenc;:a
: ,f(,' pn m el ro patamar do que e {) sujeito, ele mesmo. mllito hem! 1110
:;"illClllC .somo~ fOfyados a dizer que isso resta no ti~1, mas e exigidu
~';lrlJ 1.1110Islo seJ3 llm ato sexual, que isso reste no tim! Dizendo de oull ()
Tlll1do, que (a+b) l11ultiplicado por (a-b) s~ja igual a ...0 1
C
c
Ndo
Para que isto sejajgual aa '" - quanto aa, certament,e, natu~aII11C~ltc,
cste nao e este A daquFO~ de que eu falo - 0 ~ d.aqUl' lr~ m o s , 19l1ala-lo
(como ha pouco, quando se tratava de obter dOts), lremos tguala-Io a Ull1
Bem entendido, e ( [,+, 1) (1-1) que e i gual a dois. .
'
(I + a ) (1 -a ) igual a a , com a condivao que ~ seja Igua:1 a este '!IIJ J 1 e rO
d e o u r o _ . e 0 caso de repetir - de que me Slrvo para mtroduZlr, pata
voces, a funyao do objeto p e q u e l l o a , Verifiquem, q~~~ndo ~ f e q n e t l o a I:
inual ao numero de ouro, 0 produto de (I +a) (I-,a) e 19ual a
::::> E aqui que suspendo
por urn t~mpo, 0 tempo da a:l1a qu~. te~lhO/l,~W
terminar, isto de que eu tenho quendo propor para voces, a w a d e 10g1C,l
(I,
Vamos a"ora considerar 0 de que se trata, concernente ao ato sexual
o que v~ nos servir nos ocupar disto e 0 que justi tica 0 fato de qUl',
ainda agora eu tenha introduzido a formula de Marx,
,_
'O-!
, ,.
Marx nos diz, em algum lugar dos Manifestos Fllosoflcos'
qU\;, \l
objeto do homem nao e outro senao ~~a essenc!a ~e~ma :o~acia c.r)l~l\l
obj etol " Que "0 objeto ao qual um sU.lerto tambe~ se ~ep.Olt~, por ess~1I
ci~ e necessari-amente, nao e outro senao a eSSenCla propna desse SUJr.:I~(l
mas, objetivado". Pessoas entre as quais alguma~ que_me eSc~ltam:,t(;11I
mostrado 0 lado, ell e1iria, primario, clesta aproX1l118caO l11arxlsta ~ l'II,1
curioso que estivessemos muito avan<;ados quanto a: esta fonm.J~a~aq,
Este objeto de que se trata.. esta essencia propria do slyeltl:, mas ob.:etlv'~:!;I.
sera que n~o seremos nos que podemos Ihe dar sua verdadclra substancla'
Partamos disto ... onde, desde muito tempo, nos apoiam?s :':, qU l' 11:.1
llma relayao entre 0 que enuncia a psicanidise sobre ~ SUJCltO· e :1 kl
fundamental do sexo: interdivao do incesto, na medlda em CJUG. prill!
n6s, cIa e um outro ret1exo, e ja bem suticiente, cia ~resenya do el CI,11 ('I 1\(\
/e rc e iru em todo 0 ate sexual, enquanto que de eXlge presenya e j und,l
I
,'
Passagem incerta.
Vamos agora assinalar que a origem do desmascaramento,
da desIllisliflca<;ao eeonomiea, tem a vel' com a conjuny 8.o de dois valores de
IIHlureza diferente. Esta bem aqui 0 que nos interessa, E tocla a questao
t' ('sta, para a psi can.ali se: se aperceber
daquilo que, do ato sexual causa
III\Jhletna, nao e s o c i a l , pois que e ai que se eonstitui 0 p,lincipio do sol i;il, isl() 6, na lei de uma troea.
Tlllca de mulheres ou nao, isto 118.0nos ocupa ainda, Pois se nao per\,'(,I1('II\Osque 0 problema e da ordem do valor, diria que tudo ja comeya a
',' n :lllrar suficientemente, ao lhe ciaI'nome, No principio do que redobra
-Ill qllO desdobra em sua estrutura - 0 valor no nivel do incol1sciente, h,i
," Iii qllal~lller .cois~ que sustenta 0 Jugal' do valor de troea, enquanto que,
pP[ ,;[1<1 tulsa ldentlficayEto ao valor de uso, resulta a fundayao do objeto
- Ilit'l~~adoria. E ainda pode-se dizer mais: que e necessario 0 capitalisll10
!1,1I;1 qt!l.: ~'sla coisa, que a antececle de multo, seja revel ada,
!ill 1l1(:smo modo, e preciso 0 estatuto do sujeito, tal como 0 fOlja a
\"l1'!I\.1 I, dusse slljeito reduzido
a sua funy8.o de intervalo, para que nos
iwr~(1hamos disto de que se trata, da iguaJayao de dois valores difereHft''\, clIlllpri..:enda-se aqui, entre v a l o r d e u s o e - par que nao') Veremos
'
o
l1lll1WrOde ouro de J. Lacan c pois 0 illvl::rso do nllllll::l0 ~c ouro ~~ do~ InnIC~l1allt< '"
I ,apso. ou erro de transcri9iio.
Ess<l" leses sao devidas de lato:
l'l~l)LRBi\U L
n:t illtJ:ndu'!Ho a L '!':s s e llc e d l! c h rls lla llfS lIIe . Notar l\ pubh<:ay<lo do~ Il/a ll? !e s /e .,
/iliilu s rlp lliq lle s
de :FEUTIHBACB
Si/.<lrd:
17 s llje ilo
"s o h re
sujcito.
<)ualqucr alo sexual - ai esta a entrada no mundo da psicamilisc
que p0rte 0 traero do que se chama, impropriamente,
a "cen'1 trmmlfl!j·
~~H ",J)iw de outro modo, de uma relavilo referencial
fundamental COlli
\l casal parental.
('om o se apresentam as coisas na outra ponta, voces sabem: LeviStrOllSs, !~ :\'fm t/lra s d e m e llta re s d o l)(ll'e llte s c o ~ (H "na ordem das trocas
subre a qual se institui a ordem do parentesco, e a mulher quem area com
PS <.:uslos, sao as mulheres que sao trocadas. Qualquer que seja a ordern,
ilatriar~al, m~triarcal, pouco i.mportal 0 que a 16gica da inscriv8.o impoe
lill ~ll1ologo ever como transltam as mulheres entre as linhagens.
I'arece que, de uma a outra, ha ai alguma brecha. Muito bern, e 0 que
lllllOS tentar indicar hqje, como essa brecha, para n6s, se articula, dito
ill) oiliro modo, como, em 110SS0campo, ela se preenche,
~'110 do
d a le i ",
por Allhu$s<:r el11 1%0,
I, II
I
!ill"
';IIlIlI:)S ,
M U II!IIII
('Illude. ks sinlcHtres e ckJnC1110~de parent':, I" ,,,.lieD(, ,'Ill i'l,17
:tlld ('P .. 10(,7.1),
1'1111';
! "
isso wdo em seu tempo - e p a lo I' d e g o : : o .
Sublinho v a l o r d e g o z o desempenha ai 0 papel do
.
p a lO I'
d e /m c a
./
Voces deverao imediatamente perceber que isso tern verdadeiral11clli('
a!guma coisa que conceme 0 COR/WAO MESMO do ensino analitico, ossa
tU~1YaOde valor de gozo. f: que, talvez, esteja ai 0, que vai ,nos per1ll~11l
fonnuJar, de uma maneira completamente diferente, 1550 que e a ca~trayn{l
Pais, enfim, se alguma coisa e acentuada na no<;ao mesm~, tao cOl:fusa c!,1
seja ainda na teoria, de "maturac;ao pulsional", e bem, amda as,s1tn. IS[I).
que nao ha ato sexual-· entendido no sentido em que acab~ de artIcular Sll:t
necessidade - que nao comporte, COlsa estranha, a castrac;ao.
Como se chama a castrac;ao')
sU',Nao e de modo aloum. como nas formulas tao agradavelmente
tentactas pelo pequen~ Hans, que se "desatarrache a peq~ena tomei ra I'Pois e bem preciso que ela t1que em seulugar 0 que est a em causa C (I
que se tixa par todo canto, alias, na teoria analitica, e que ele nao po(kria apreender seu gozo ern si mesmo:
,_,
Chego ao final de minha aula de hQ)e. Oe modo que, ai, nao duvl:lem, l:ll
abrevio. Voltarei a este ponto na proxima vez. Mas e para acentuar sImple:;
mente isto, de allde eu poderia partir: e, a saber, a que esta equac;ao, ~os dIll:,
valores ..- clitos de IIS O e de tl'O c a - tem de essencial em nossa matena.
Suponham 0 homem reduzido ao que e preciso dizer bem (nao Sl'
reduziu ainda a isso, institucionalmente):
a func;ao que lem 0 garanh'lu
nos animais domesticos. Oito de outro modo, servinclo-nos do II1gl\'"
em que, como voces sa.bem, diz-se uma s h e -g o a l para dizer uma cabl ,I
o que quer dizer uma ela-bode. Muito bem, chamen;os 0 homem CUlll<1
cO!1vem: Ull1h e - m a n . E completamente concebi vel-lI1strumentall1lcl1l1'
De fato, se hit alguma coisa que de LIma ideia clara do valor de u~(). \
o que se faz ao se fazer vir um touro para UI11certo numero de cnJ/~I!,
E e bem singular que ninguem tenha imaginado inscrever as ~slrlllllr:I"
elementares de parentesco nesta circulayao do todo poder(~s? h'll,o!
Coisacuriosa, somos nos que descobrimos queeste valorfahco, e a 11llil
her que Q representaF!01 Se 0 gozo - digo, 0 gozo peni.ano - porta a l11atla
dita da castrac;ao, pareee que seja porque, de uma manelra que chamarcllh h
I)
cOllllklllhal1l, "tkticia", seja a mulher que se toma 0 de que se gO Zil.
I'relC:II:-;,lOsingularl Que nos abre todas as alllbiguidades pr6prills 1t
p!llilvra g o : ; o , porquanto, nos term os do desenvolvimento
juriclico (jIlt.::
<'In romporta a partir deste momento, implica possessao.
Dilo de outro modo, cis alguma coisa de revirado: isso nao e mais
I) S0XO do nosso touro _. valor de uso - que vai servir a esta especie
de
l'iwdac,;ao em que se instaura a ordem sexual. E a mulher, enquanto que
'Ia SI; torna ncsta ocasiao, ela mesma, 0 lugar de transferencia deste val~
PI' s,t1blraido no ni ve! d? valor de uso, sob a fonna de o b j e / o d e ! S o = o .
E muito curioso!. ..E muito clllioso porque isso nos arrasta~ Se in1Iol!lIZO agora, para voces, 0 h e - m a n , eis-me ... - e, atem disso, de uma
rllHIlCira muito conforme ao genio da lingua inglesa, qLle chama a mulher II'O Il1 a 1 7 e sabe DellS se a literatura tem feito gozac;ao com esse w o e " ,
'lilt' nao indica nada de bom! [risos J - eu a chamarei
s h e - m a n , OLlainda,
- \'II) lingua francesa, com essa palavra que vai se prestar, a paliir do motlll.'lllo em que ell a introduza, a algumas goza90es e, suponho a enormes
Illlll-t.mtendidos: J, ap6strofo, h o m e l q (homme-eJle).
Inlroduzo aqui a h o m e la ! ... [ris o s ] Eu a apresento a voces, eu a leva
pvlo dedo mindinho. Ela nos servirit ll1uito,
Toda a literatura analftica esta ai para testemunhar que tudo 0 que se
.,,11'111 lIrticulado
do lugar da mulher no ato sexual s6 e, na medida em que
.II lllulher desempenha
a func;ao de h o m e / a .
()uc as mulheres aqui presentes nao recJamem, pais, na verdade, c
p'l~cisnmente para reservar, onde eJa estit, 0 Jugar dessa Mulher(M maillsi'l1lo) de que nos falamos desde 0 come90, que eu fa~o esta observac;ao.
Talvez tudo isto que nos e indicado, concemente a sexualidade fel1li ..
j~.\IHl onde, por outro lado, confonne a experiencia eterna, desempcnha
·p m papd tao eminente a mascarnda, isto e, a maneira como ela usa LIlli
j.'lrilivfllente do objeto falico, 0 que a fez desde sernpre usuaria dcj()las
:, ,h' ,M ia s illd is c re ta s ::
diz Diderot - em toda parte. Iremos, Hdw/,
1tiltJI~1 nlze-la enfim, falar.
,,~ muito singular que. da subtrac;ao em alguma palie de urn gmo
{1i(" I1jio e eseolhido
senao pOl' seu carMer bem manejavelso ell (lllS;1I
IIR
,
I )II)!':HOT Denis, "LGS Bijoux
indiscrcts" in (Em'fes GOl1lpll!ks, IO llle I
d" !{op.Gr Lcwilltcr, Paris, Club Fral1yais dll LiwG. 1969, D.
iJlIIOdll"11<11I
designar assim 0 gozo peniano - veremos se introduzir aqui, com 0 que:
Marx e nos mesl110s chamamos ° fe t; c h e : 2 1 1 9 ou seja., este valor de uso..
extraido, fhado -ilm buraco em qualquer Jugar -- 0 llOico ponto de insen;ao necessaria em toda ideologia sexual.
Esta subtracao de gOlO em qualquer parte, eis 0 pivo,
Mas, nao creimil que a mulher -- ai onde cia e a a l i e n a r t i o da teoriO l
analitica e a de Freud, ele mesmo, que, clesta tcoria, e 0 pai bastallle
grande para se ter apercebido dessa alienayao na questao que ele repclj(l
- q u e q l/ i! / ' a J 1 lu /h e r ? _ ., nao creiam que a mulher, sabre este assunto, S~
porte muito mall .. Quero dizer, que seu g a z o , d e / a , resta, ao dispol" de
uma maneira que escapa totalmente a esta tomada ideologica.
Para fazer h o m e / a , nao Ihe faltam, jamais, recursos, e e nisto qu~"
mesmo a !·eivil1dicayaofeminista nao compolia nada de especialmentt
original. E sempre a mesma mascarada que continua 80 gosto do dia,
muito simplesmente. La onde ela resta inexpugniveJ, inexpugnavel
como m111her,e fora do sistema dilo do ato sexual.
f<: a partir dai que devemos avaliar a dificuldade do que se trala C O il
cernente ao ato, quanta ao estatuto respectivo dos sexos originais ()
homem e a muther, no que institui 0 ato sexual - na medida em que e
um sujeito que poderia ai se fundar - ei-Ios levados 80 maximo de SII:1
disjunvao pelo ponto a que os conduzi hoje.
Pois se tenho Illes falado, de h o m e / a . . . ( ) h o m e / e , ele? Desapareceu! I-It;in'
Nao ba maisl Pois ele e precisamente, como tal, extraido do valor de uso
Cerlamente, isso nao 0 impede de c ir c u J a r r e a / n w l1 f e , 0 homem, COItHI
valor peniano, isso circl1la muito bem. Mas e clandestino! Qualquer <i1H'
seja o val 01", certamente essencial, que isto tenha na ascensao social
Pela mno esquerda, geralmente, ..
Direi mais. Nilo devemos omitir que, se 0 h o m e / e (homme-il) nan l'
reconhecido no estatuto do ato sexual, no sentido em que ele e, na sncil'
dade, fl.lndador, existe uma Sociedade Protetora". do h o m e / e . E m cst\lo
a ql;lese chama a homossexualidade masculina.,.
E sabre este ponto, de algum modo marginal e humoristicanWllit'
etiquetado, que me detenho hoje, simplesmente porque a hora POl' lIlll
fim ao que eu tinha preparado para voces.
Li~ao XVII
. Na vez passada, trouxe-lhes algullsenunciados. Entre eles formue~emplo, n i i o h d a t o s : x l I a l . Penso que a novidade c~rre peJa
('~dade...[r:sos]. Mas, en-11m!N ao a apresentei como verdade absoluta
~Isse que. ISSOestava articulado no discurso do inconsciente, para fal~~
lrancamente.
I,~ I"par
..
Isso posta, enquadrei essa formula e algumas outras em uma especie
chamamento - bastante denso, devo dizer - do que lhes da 0 selltido
{l 'R .l~ n como as premissas, Esse curso era uma especie de etapa marcada
1,:(~T,lIens de agrupamento que, talvez,. possa servir como introdw;;ao esc~'::1 a,algo a que quero dar pros~e.gUJmento;que quere continuar hojc,
dllld, sob uma fo~a talvez malS acessivel, concebida em todo caso
F :';OJ,I~O un: .., encamm,hamento f<'lcil,urn plimeiro modo de elucidar as
. :Ht:~:ulay~e~snas .quals .~ou avanyar, que sac se,rnpre aquelas que lhcs
-'TJ~'Se~1tel
~m dOlsau ties de meus cursos; Ou seJa, essa articuhl!(aO l11eltm d.ord entle 0 p e q u e n o c t , um valor U m (que esta ai apenas para dar sell
wnttdo ao valor p e q u e n o a , uma vez que esse e um nt'llnero para hhl
. l'lar:lIl1ente, 0 IJlln1ero.de oure) e urn segundo valor (1/11
'
< ,
" (crtamente: podena, uma vez mais, rearticuhi-Ios de urn modo qUl'
dl1lmana apodltlco, mostrando a necessidade disso. Procederci ck o u lr.,
T It!lIIcm l. P~nsanclo antes comevar por exemplificar 0 usa que dj~su nl'
l(}I, com 0 riSCOde retomar depois as coisas da maneira cxig id il, cia ljl/:!1
{Ii.:
vou, portanto, afastar-m~, vou t~lze-Jo sob um modo que se pode Ch;lll1ill
heutistico2i".
.-
1550, pois, pensando naque1es que nao sabcm de que se tra1a: trat(H;I:
de psicanalise. Nao 6 neces5ario saber aquilo de que se tratn ern psi
canalise para tirar proveito de meu discurso Esse discurso, e prccisn
ainda te-Io praticado um ce!to tempo. Devo supor que nao e esse 0 CilSIl
para todo mundo, especialmente para os que nao sao psicanalistas,
Se tenho esse cuidado eom aqueles que convem introduzir ao till('
chamei meu discurso, nao e, bem entendido, sem pensar nos psicanails
tas; mas e que tambem, ate certo ponto, me e necessaria dirigir-mc <tus
que acabo de definir e que um dia aeusei como sendo "0 mlmero", nw ('
necessArio dirigir-me a e1es para que meu discurso volte a tornar-sc. tk'
algurn modo, um ponto de reflexao aos ouvidos dos psicanalistas
E impressionante -- e in f e r n o aquila de que se trata - que 0 pSiCH
nalista nao mergulhe de cabeya nesse discurso; precisamente na medida
em que esse discurso interessa it sua pnitica e e demonstniveL A propria
continuayao de meu discurso, e de meu discurso de hoje, colocar(l \l
acento sobre esse motivo pelo qual e concebiveJ que 0 psicanalista e ll'
contre em seu proprio e s la f llf o , quero dizer, naquilo que 0 institui com p
psicUllalista, algo que resista ao item que introduzi, que inaugurei CllJ
meu tlltimo discurso,
Para falar corn clareza, a introdus;uo do v a l o r d e g o z o colaca UIII
problema na propria raiz de Ul11discurso -- de todo discurso - que passu
intitular-se d iS C lir s o d a v e r d a d e , A menos que, compreendam-me,
Cs:",
discurso entrasse em competiyao com 0 discurso do inconsciente, :x
esse discurso do inconsciente e mesmo, col110 lhes disse na ultima V l ' / ,
real mente articulado por esse valor de gozo.
E bastante singulm' vct' como () psicanalista sempre tem urIl p C q U \'lI1 1
retoque a fazer n~sse discurso competitivo,E
bem ai onde sell enundd
do eventual esta exatamente no verdadeiro, que ele aeha sempre COill\1
retoma-lo. E basta tel' urn pouco de experiencia para saber que essn c u ll
testayao e sempre estritmllente correlativa·· quando se pode medi-la
::
essa especie de glutoneria que esta ligada, de certa forma, it institukilP
ptileanaillica, e que e aquela constituida
hcccr no plano do saber.
pela idera de fazer~se recon"
o varor do gozo, eu clisse, estil no principio da economia do inconselentc. 0 incol1sclente, eu disse ainda - sublinhando 0 aI1igo d o - fala
d t ! sexo. Naofrtla s e x o , m a s f e t l a d o s e x o ,
o que 0 inconseiente nos designa san as vias de um saber. Nilo e prel,:i:>o, para segui-las, Cjuerer saber antes de tel' caminhado,
o inconsciente fala do sexo. Podemos dizer que ele d i z 0 sexo? oito
d~~otltro modo, diz a verda de? Dizer que e l e f a l a e algo que deixa em
guspenso 0 que ele d i z . Podemos falar para nao dizer nada; e mesmo
cNriqueiro, Esse nao Ii; 0 caso do ineonsciente
Podemos dizer coisas sem faJar. Esse nao e, de modo algum, 0 easo
do inconsciente E: mesmo relevante, embora despercebido, como mUItos outros tra90s que dependem do que ;3.rticulei nesse ponto de partida,
que 0 inconsciente, "isso fala", Se tivessemos UI11pouquinho de escuta,
deduziriarnos dai que e obrigat6rio faJar para dizer algol Eu ainda nao vi
l1inguem que haja destacado isso, embora, em meu d i s c u r s o d e R o m a ,
lal coisa s~ja dita ao menos em uma dezena de form as; uma dessas me
foi recentemente reapresentada ao longo de entrevistas com jovens mUlto
:;illlpMicos, muito agarrados ao menos a uma parte de meu discurso, a
plop6sito da famosa fOrmula que, quanto mais sucesso houver tido, eel'·
lIliDente e par ser uma formula - desconflanya, sempre" , ern querer juntar
fttdo em lima t't.1n1mla- na qua! eu disse que "0 analisante fala a voce,
floulista, depois fala dele, e quando falar dele a voce ... tudo in'! bem""11
As formulas que tem, como essa, a felicidade de ser aeolhidas, deem seu contexto, para nao engendrar confusoes ...
\1(\111 50r recolocadas
Sera, pois, que 0 inconsciente d i z a verdade sobl'c 0 sexo? Eu 11,\n
,ii~;scisso. Arespeito do assunto, voces se lembram, Freudja levantou a
'llI0SI~lo, 0 que, certamente, conve111 que seja esc1 areci do. Era a prop()si"
In de urn 50nho, do sonho de uma de suas pacientes:'u, evidcntcl1lcn!('
rcHo para logn't-Io, para fazer com que eJe, Freud, acreditasse em pulm·
"11
N,;!tI que faz alusilo
p, 373.
a
l1le,l1Ia
!<Jr1nula na
"]n(roduyao
1 ': s { 'r j I O , 'f ~
,'.1,'
F I{I'IJ D ./]
I lI f e r p r e l< l\ ', 'o d o s $ o llllO s ,
p. 137.
ao
COJ1]cJ!till!O
Ill'
k 'lII
1 1v!'I',,11
I<
nhas. Agera<;ao dos discipulos de entao era bastante nova para qU I: Cossc
ncccsStlrio explicar-ihe issa como um escandalo. Naverdade,
s a illlllS
cia! c.ol11odamente: 0 sonho e a via real do inconscicnte - mas nao e, e lll
51 m eS l11o, 0 inconsciente l
Coloear a questao em termos do inconsciente e olltra coi5a ... quc jil
cxaminei- quero dizer, essa diia coisa - como 0 fac;:o.scmpre muito dcpressa, e n50 ciando lugar ,\ ambigLiidade ..quando, em meu texto quI,; Sl'
chama A c o r m f h : : li( J io lia 2 1 ' , escrito ern 19S(1 para 0 centenitrio de Freud ..
hZ vir a tona c~ta entidade que diz: "Eu, a verdade, eu 1'810"
/\ verdade faJa. Uma vez que ela e a verdade, nao necessita di/,cl
a verdack Enlendemos a verdade e 0 que eJa diz se entendc "penns p R la
quem sahe articular (.)que ela diz. () que ela diz ondc') No sintoma, isto
e, em algo que tropeya. Tal c a relat;ao do inconsciente, na condi<;ao dl'
fala, com a vcrdade.
E obvio que hi uma questlio que levantei 110ano passado, em 1\ll'll
primciro curso, dado .. quando digo "no ano passad~", nao di,g? (lU lll
bro, novcmbro passado ...o outubro, 0 novel1lbro anlenor. ]sso fO I puhll
cado nos ( 'a d t 'u 1 O s d e j's in o / ( l! i, \ 'I . ! " , 4 , sob tItulo A l ' a d a d e l'U C ! < ; / J C lil
A questao que ai pC fllum ecc abcrta e a de saber 0 ll1otivo pdu qll,d
__enunGindo de L(~njnc q l1 t introduz 0 eademo - 0 motivo pelo qllal . ;1
tcoria VCl1C,craporquc 0 vcrdadeira" ...
o que eu disse hi pouco do psicanalista, pOl'exel11plo. naO!OrJla illl\'
diatal11cnle esse enunciado algo convincente ..
Sabre ir-:so,0 prllprio Marx -- como talltOS outros _. expri me alg\l q L Il
nao deixa de sel enigmatico. De fato, C0l110muitos outro~ anles dd,
a COlYH"yar pOl' Descartes. de procedia, em rela<;iio a verdnde, segundo
LIm a l~strM cgja singular que enun<:ia, ern alguma parte, nestas pahll, I d '
picantcs: "A vanta gem de l11inha diah~tica e que digo as c\.)isas pOUt tl.t
POlICO, 0, como des creem (no plural, eJes) que eslou esgotado. ,qm'
°
213
'Aloisa
110:-{
21.1 "/\
I'rt'l.Id iill1 i1 O il'
Sc;ulido do
r,ll'rn o
1 1Frc;ud
um l'si,!lll!IJise",
1955.
'iulwia
I~ lo tll;lt.ln
<'
nos
a Vcnh!du".
h . " jc r ilf J s .
~ Ill (
'if " , T lI l) S
d " P s h '( /I /,ili.\·"
tH O
liv r u
°
195<'>.1('\"'11,1.1.,
/{ ,\( ·" iJ o .~ .
t
sandO-5e em me refutal', nao fazem senao exibir sua asneira".'I". Pod"
parcccr singular que assitn se explima a pessoa de quem csta idoia ""
leoria vel1ceni porque e verdadeira" procede.
Politica da verdade e, para falar francamente, seu complemento, IlU
id6ia que, em suma, somente 0 que chamei h<i P O U C O "0 nLlmero" .- 011
seia, 0 que e reduzido a ser apenas 0 numero, isto e, aquilo que se chama
1 )0 contexto
marxista "a consciencia de c1asse", na condic;ao da elassc
do lILlnlero .- ni:lo poderia enganar-se! ... Singular principio, entretanto,
sobre 0 qual todos aqueles, que merecem tel' perseguido em sua fe2l" a
verdade marxista,jamais
divergiram.
P O I' que a consciencia
de classe estaria Hio segura em sua orientac;:ao
- entendo mesrno que ela nao sabe nada, ou sabe muito POliCO da teoria,
que a consciencia de c1asse funciona, segundo os te6ricos, mesmo na
nusencia de educac;:ao - se, de fato, ela esta reduzida aos que pertencem
ao nivel definido, neste caso, pelo termo "a c1asse excluida dos lucros
t:api tal istas"?
Talvez a questao concemente a forc;:a da verdade deva ser procurada neste campo no qual somos illtroduzidos, que e aquele, metaf6rico,
qlle podemos, pOl' metMora, eu 0 repito, chamaI' 0 m e r c a d o d a l ' e r d a d e .
C0l110 da vez passada, voces podem entrev&-Io, 0 motor desse mercado
l~( l valor do gozo.
Algo se troca, de fato,que nao e a verdade em si mesma. Dito de
lac;;ode q u e m . ! i l l a it verdade nao e mesmo confonne 0
out 1'0 modo,
ponlo em que sustenta seu gozo.
I":essa exatamente toda a difJculdade da posic;;ao do psicanalista. 0
que c que ele faz? De que goza no Jugal' que ocupa? Esse eo horizonte
da qucstilo, que fiz apenas introduzir, marcando-a em seu ponto de fenela
:,011 0 termo d e s e j o d o p s ic a n a ! is / C I .
A vcrdade, portanto, nessa troca que se transmite par uma palavra
q lJ O horizonte
nos e dado pela experiencia analitica, l1ao e em si mesilla
(lbjcto de tmea.
('orno se ve na pnhica: aqueles psicanalistas que aqui estao testemu-
,; o lliitis ,,! ,
1 \"
I
1'11,1
.i'
MARX. Karl. Corrcspol1dcl1cia'l
till
'J'alvt'l.: "via". S.
°
nham isso em sua experiencia; com certeza nilo estao aqui para nada, cs·
Lao aqui para aqlltro que ciaverdade pode cair desta mesa, ate meS!l1naqui 10que, falsificando um pouCjuinho,poderao fazer deJa ... Tal e a 1H;t.;(;Ssidade a que as obriga 0 efeitoC I7 de um estatuto entravado, concerncnl('
ao valor de gozo ligado a sua posiyao de psicanaJistas. Di3S0 .- POSS\l
dizer - tenho tido confirma<;ao Eu a terei, seguramente, renovada ...
Vou ciaI'U I11 exemplo. Alguem que nao e psicanaJista, 0 Senhor l)c ..
leuze, para dizer seu nome, apresenta um 1ivrode Sacher-Masoch: A I m '
s e n f a ~ : t i( } d e S a c h e r
M a s o c l p i s lncontestavelmente, ele escreve sobrc
o masoquismo 0 melhor texto que jamais fora escrito! Quem dizcr, ()
melhor texto comparado a tudo 0 que foi escrito sobre esse tema lla
psicana1ise. Certamente, ele leu esses textos. Ele nao inventa seu tema
Ele parte, de iniclo, de Sacher-Masoch ... que tem mesmo sua palavlinha a dizer quando se trata do masoquismol Eu bem sei que 5e telll
cortado UlTIpouquinho 0 nome dele, que agora se diz: " m a s o " [risos I
Mas, enfim, depende de nos marc'll' a diferenya que ha entre "maso" ('
"masoquista", m e s m a "masoquiano" ou "Masoch" somente. 0 que q U t'l
que seja, esse texto sobre 0 qual pOl' certo voltaremos, porque, literal·
mente, posse dizer .. sobre cujo tema nao permaneci mudo, LImavez qu('
escrevi K a n t c o m S a d e ! ', mas sob1'e 0 quai nilo ha JiteraJmente, C O lli
certeza, senao um olhar nlpido; sobre iS50, e precise dizer que 0 sadistrlll
eo masoquismo sao dtlas vias estritamente d1stlntas, mesmo so, e cer!u.
em sua estrutum se cleva assinalar que todo sadista nao e automatic,,·
mente "maso", nem todo "maso" um sadista que se ignore; nao 5e lrata
de uma luva que se revira. Em resumo, pode ser que 0 Senhor Delcuzl'
- ell juraria isso, ate porque ele me cita demasiadamente - tenha se Sl:1'
vido desses textos ...Mas nao e surpreendente que esse texto antecipe., fin
verdade, tudo () que agora vou tel' efetivamente que dizer sabre issn 111\
via que abrimos e5te ano? Entao, nao e 0 unico dos textos anaHticos qut
esta inteiramente para ser relomado e refeito nessa nova pe1'spectiva.
21
:2J 7
Sizurct:
~lH
DELEUZE, Gilles -
,~I ()
"0
Tivc cLlidadoem confirmar, com 0 proprio auto I'que cito, que de nau
IClllncnhuma experiencia com a psicamllise.
Tais saa os itens _.. que desejo assinalar aqui, '110 momenta devido,
porque, ahnat, com 0 tempo, eles podem mudar - os itens que [(~ tn rdcvanda e merecem ser retidos. 1380 seria apenas para exigir de mim que
de conta deles pOl' completo, quero dizer, em detalhe.
Sobre isso, resta-me entrar na articulayao desta estrutura, cujo trayO
l11uitosimples, que esta no quadro, da a base e 0 fundamento, e a cujo
rospeito voces ja nao estao sem tel' de minha boea alguns esclarecimentos sobre 0 modo a que isso vai servir.
Entretanto, repito, 0 p e q u e n o a , aqui, e aqlJ.ilo que, a prop6sito do
objeto assim designado, ja pude faze-l os sentir como sendo de algum
1lI0do() que se podelia chamaI' "a montagem", a montagem do sujeito:
mclMora que implica que 0 sujeito e a j6ia e G , a montagem)2U Eu 0
~:hamo, entretanto, 0 objeto p e q u e n o a . N6s 0 definimos e metaf()[jzaInos como 0 que cal na estrulura, no nivel do ato mais fundamental da
I.:xisteneia do sujeito, uma vez que e a ato de unde 0 sujeito, como tal, se
t:ngendra, a saber, a repetiya.o. 0 e j e i t o do signiflcante, significando 0
que e1e repete, eis 0 que engendra 0 sujeito e, dele, algo l o m h a .
Lembrem-se de como 0 corte da dupla argola nesse delicado objeto
Illental, que se ch.ama 0 p l a n o p I '( ! ! e lil'o . recorta esses dois elementos
que sao respectival11ente: a banda de Mcebius que, para nos, parec0 u
sliporte do sujeito, e a vii'Olaque dai resta disso obrigatoriamente, que
e ineliminavel ciatopologia do plano projetivo.
t\.qui, esse objeto p e q u e n o a e suportado pOl' uma referenda nllllH.Jri·
\:(1 para representar 0 que ele tem de incomensuravel,
de iI1 C O m (~ n M Irilvel em rela9ao aquilo de que se trata em seu funcionamento de sujl:ilu,
2C1
fato".
A p r e S l'lI ll1 r ( / O
Paris, Minuit
c o tlla
p e l" .
"K nnl
COIl1S uc1e".
J 962.
d lJ
S a d w ,.< )\ fa s o c h .
com 0 texlo integral de;1
1 ; '/ 1 1 1 \
.~ 2 ()
J 967
'Rcloll1ado nos
Si7.arel: "0 sujcilo':
1l10Id\lfR".
B s c r i/ I J S .
.'.: I
Si"arct: ,. () futo".
a j6ia, e a 1ll0nlagelll, 0 que 0 suporta, 0 que () S lIs IC llt".
'I
quando esse funcjpnamento se opera no nlvel do inconscienlc c qU t:
111\0e olltra coisa senao 0 sexo, mui simplesmente. Com certeza, e:-;sc:
nL1I11ero
de oura estcl at apenas como um suporte, escolhido por lei
esse priviIegio (que ja Ihes indiquei como pude, l1aimpossibilidadc de
poder oferecer-Ihes, 0 que seria verdadeiramente nos levar.. a tcod:1
matematica mais moderna e mais estrita) de ser, ~e posso dizer, 0 ill
comensuravel que estreita, menos rapidamente, os interval os nos quais
ele pode localizar-se. Em outras palavfas, aquele que, para chegar a Uill
celio limite de aproximayao, demanda - de todas as form as (elas silo
multiplas, e pen so, quase infinitas) do incomensunlvel - ser aquele que
demallda mais operac;oes.
Nesse ponto, lembro-Ihes do que se trata; ou seja, e que se 0 p e q / ( c / / ( }
e aqui referido aol, pennitindo que a marque sua diferenya (1 - (/ )
'com 0 I, isso referindo-se a sua propriedade legitima de p e q u e n o a : que
iS80 seja tal que I + a seja igual a 1/a, de onde e facil deduzir que I
- a
(fac;am uma pequena multiplicayao e vedio isso imediatamenl<.:)
o a sera em segllida referido a esse a que estit aqui no .- 1 (aqui, p O I
exemplo ...) e engendranl um a a que sera referido ao a para ljlll"
su~ia, quanta a diferenl(a, um c r , que sera assim referido para que il\j1Jl
apare(,:3um a
Voces veem que, de cada lado, se estendem, uma apcs outra, lodn~;
as potencias pares de a de urn lado, e as potencias impares do oull<I
As coisas sendo tais que ao continua-las ate 0 infinito, porque jaJIlili1i
havenl interrupyaa au TIm para tais operayoes, seu limite sera de fal(\' II,
para a soma das potencias pares; a au seja, a primeira diferenya . p ;II,1
a soma das potencias impares.
E, portanto, aqui, que vira inscrever-se, 110fim da operayaa, aqllilp
que, na primeira opera<;ao, era marcado como a diferen<;a, Aqui, \1<.\
a a vinl juntar-se no finl, realizando em sua soma 0 1, constituido pd,1
complementayao do a pOl'esse a
J
a
(I
2
J
.1
.1
J
,
5
,
J
....
it.
J
J
•
,.....
I
I
:
..,~ :
1
'----r
"' .•.•.
c t~ ···(j
I .•.•.•
a:
: L; :
~
'+--".-.-~+---.--~---.
: pntCIlOf\i:
p o t~ 1 1 (.'la ~
: iUJpal\:~
I
-t,:
:
I
pm ~~
I
:
n
I
Aqui, isso e constituido pela adiyao de todos os restos, sendo igual ao
primeiro, de onde partimos.
Penso que 0 carater sugestivo dessa operayao nao Ihes escapa; tanto
assim que ha um born tempo -- hit pelo menos urn mes ou um mes e meio
ell Ihes referi como ele podia suportar, representar a operac;ao daquilo
que se realiza na via da pulsao sexual, sob 0 nome de sublimayao.
Nao voltarei a isso hoje porque e precise que eu avance. SimplesIlIcnte, para assim demonstra-I0, dar-lhes a meta do que teremos de
tilzer servindo-nos desse suporte. Como voces vedio e como ja podem
pn:ssenti-Io, isso l1ao poderia bastar-nos. Tudo nos leva ao exito bastH ole sublime (6 0 caso de dize-Io) do que de nos apresenta, para pressetH iI' que se as coisas fossem assirn, a sublimayao nos faria atingir esse
I f i l l perfeito, ele proprio colocado no horizol1te do sexo, parece-me que
(ksl!e 0 tempo em que se fala desse ( 1 m , isso devena saber-se ... Deve
pCflnanecer entre as duas series -- aquelas das potencias pares e impares
do magico p e q u e n o a _ . algo como uma abertura, urn intervalo. Em tado
~'.a~m,
tudo na experiellcia 0 indica.
if
Toclavia, nao e nocivo COllstatarque, com 0 suporte m3is favonivel
p ill i1tais articulavoes tradicionais, ji verificamos, no entanto, ser ne~
'I's:;;lI'ia uma complexidade que e aquela da quaL em lodo caso, deWillos parti f,
Ni:lo esqueyamos que, se 0 primeiro I - aquele sabre 0 qual acabo de
Jli i~iclara sucessao das operayoes - esta ai, nao esta at senao para repre;4,:lIlar0 problema a que precisamente, enquanto tal, 0 sujeito tem dc ser
c(\tlt'rontado, se esse sujeito e 0 sujeito que se articula no incol1scil~lllc:
PlI ~w ja, 0 scxo, Esse 1 do meio - dos tres elementos de mCll l11clritl!Jo
rclayao ao qual nao haveria NENHU'N1A NECESSIDADI'; dL~ q ll,'
0 menor sujeito i A reciproca e verdadeira l
. Ace~1t~0que se inten-ogamos 0 sexo quanto it sua subjetivatyul.lPOSSl.Vel,at nao fazemos prova de nenhuma exigencia, manifestamentc cX O J'bltante, de subjetividade Seria possive! que isso fosse assim ... lsso selia
~nesmo nao apenas 0 desejit.vel,mas aquilo que, evidentemente - se voces
JI1ten"ogam0 que chamei ha pOllco a consciencia de classe, a classc de
lodos aqueles que creem que "0 homem" e "a mulher" existal11-" nao
i~so e, assim, estaria rnuito bem, s e f o s s e "
podena ser ?lItra coisa Sel,laO,
' ..Quero d~zer 9u~ 0 1~~ncI~l~do que se chama comicamente (devo
(~Ize~que al a comlc~ e lrreslstlve!!) O'arelayao sexual", se eu pudesse
tazel.~, em uma reUlllao como esta, que comeya a ser-me familiar, uma
reul1l~o na qual pudesse fazer com que entendessem, exatamente como
convem, que nao hit.ato sexual, 0 que quer dizer: nao ha ato em um certo
ni~eI e e exatamente por isso que temos de indagar como ele se constilut; se eu pudesse fazer com que 0 termo "relayao sexual" adqllirisse em
cada uma de suas mentes exatamente a conotac;ao bufa que essa locuc;ao
merece, ell ganharia algo!
.. Se a relac;ao sexual existisse, e isto que ela quereria dizer: que 0 suJelto de ca?a sexo pode tocar algo no outro, no nivel do significante. En~
~endoq~e 18S0nao comportaria, no outra, nem consciencia, nem mesmo
I~Co~lsclentel SimpJesmente, a acordo. Essa relayao do significante ao
slgmficante, quando ocon-e, e seguramente 0 que nos fascina, em um
certo numero ~e pontinhos surpreendentes.. tropismos, no animaL Eslamos longe dlSSOquanto aD que concerne ao homem, e alias, assim
c~)m~,talvez, ao a11lmal"onde as coisas se passam apenas pela intermedl<u;aode algumas marcas de tanows que, certamentc, devem prestar-sc
a alguns malogros!
o que quer que seja, a qualidade do que assim articulei nao e tot31m(.~nttldecepcionante. Quero dizer que esses significantes tornados para
que L 1 n ~ apresente, e represente ao outro no estado puro 0 sexo oposto ..,
oles,e~lstem no mvel celular! Isso se chama 0 cromossomo sexual.
Sena surpreendente que pudessemos um dia, com algumas chances
de celteza, estabelecer que a origem da linguagem - ou seja, 0 que se
passa . a llt e s que ela engendre 0 sujeito - tivesse alguma rela<;ao CIlll!
0 s s e S Jogos da materia que nos oferecern os aspectos que C llc o n llH lllo ;;
(~ In
de bolso - esse 1 dg meio e 0 lugar da sexualidade.
Pcrmaneyamos ai! Estamos na pOlia!
A "sexualidade", hein! e um genera, um charco222, uma pOya, uma
"mare negra", como se diz ha alguffi tempo. Coloquem 0 dedo dentro,
levem-no a ponta do nariz - ai voces sentem do que se trata! Quando se
diz "sexualidade", isso se liga ao sexo? Para que fosse sexo, seria preciso que pudesse ser articulado com algo um pouquinho maisfirme.
N1iosei, ai, onde me engajar, a qual ponto de uma bifurcayao. Porque
esse e um ponto de extremo litigio. Sera que e precise que, aqui, eu Ihes
de em seguida, a ideia de que isso poderia ser - se isso avanyasse! - a
subjetivayao do sexo? Evidentemente, voces podem sonhar com isso,
voces nao fazem senao isso, pOl"quee isso que constitui 0 texto de seus
sonhos. Mas llaO e disso que se trata. 0 que isso poderia ser se isso
fosse? ...Se isso fosse, e se dessemos um senti do ao que estou desenvolvendo diante de voces, 0 que se chama, no momento, um significante (e
voces vao ver imediatamente como vamos ficar embarayados porque,
se digo "macho" ou "femea", apesar de tudo, hein! .. isso e mesmo animal) Entao, quero exatamente: "masculine" 01.1 "feminino" ..
Constata-se, a seguir, que Freud, 0 primeiro a avanyar nessa via do
inconsciente, sobre isso e absolutamente sem rodeios: nao ha 0 menor
meio ... Digo (nao e que indague a voces que estao diante de mim: "em
que dose voces sac masculinos e em que dose femininos"? Nao se trata
disso; tambem nao se trata da biologia, oem do orgao de WoltT e de
Muller), digo ser i m p a s s l v e l dar urn sentido, eu entenclo um sentid(J
analitico, aos termos m a s c u l i n o e f e m i n i t / o .
Se urn significante. no cntanto, e 0 que representa um sujeito para
um outra significante,' deveria tratar-se ai do terrene escolhido. Porque
voc,es veem como as coisas seriam exatamente, seriam puras, se pudegsemos colocar alguma subjetivayao - eu entendo pura e valida - sob 0
termo m a c h o . Teriamos 0 que convem. 01.1 seja, que um sujeito se manifestando come macho seria representado como tal, eu entendo como
sujeito. Junto de que? De um significante designando 0 t e n n o f e m e a c
de determinasse
ria conjuDvao das c.elulas sexuais. Nao estamos ai e temos oLltra coisa
a fazer! Simplesmente, nao nos espantamos senao corn a distancia em
que estamos desse nlvel no qual se manifestaria, em 8uma, alga que n30
e inteiramente felto para nos seduzir - nesse nivel em que se poderia
designar algo que eu charnaria "transcendencia
da materia" (acreditem·
me, nao fui eu que inventei isso, que ja apareceu em algumas outras
pessoas) ... Apenas, se eu designo esse ponto extremo, acentuando com
precisao que ele esta inteirarnente nao resolvido, que a ponte nao est a
feita, e simplesmente para mostrar-Ihes que, em compensa<;ao, na ordem
do que se chama mais ou menos propriamente 0 pensamento durante 0
transcorrer dos seculos - ao menos daqueJes que nos sao conbecidos
_., se tern feito apenas falar como se esse ponto estivesse resolvidol
Durante seculos, 0 c o n h e c im e n t o , sob uma fonna mais ou menos mascarada, mms ou menos figurada, mais ou menos contrabandeada,
nio
fez senao parodiar 0 que seria dele se 0 ato sexual existisse ate 0 ponto
que DOSpermite de11nir 0 que ele e, como clizem OShindus, a respeito de
P u ru s h a
e de P r d lo · if i, de a n im u s e de a n im a , e de toda a Iira ... !
o
que e exigido de nos e fazer urn trabalho mais serio. Trabalho ne·
cessario sirnplesmente pOl' isso.E: que entre esse jogo das signiflcac;oes
primordiais, tais como seriam inscritiveis em tennos _. eu 0 acentuo
- impJicanclo algurn sujeito, pois bern, disso estamos separados pOl' toda
a espessura de algo que voces chamarao como quiserem: a c a r n e , ou ()
c o r p o . com a condi<;ao de ai incluir 0 que trago aqui de especifico, nossa
condiyao de mamlferos, ou seja, uma condiyao i nteiramente especifka e
de modo algum necessaria, como a abundancia de todo um reino no-I,)
prova (falo do [eino animal). Nada irnplica a forma que toma para n6s
a subjetiva<;ao da funyao sexual, nada implica que 0 que V t~ m al representar, a titulo simb6lico, esteja a isso necessariamente
Jigado, Bash
refletir no que isso pade 5er no caso de um inseta, aS5im como, alias, nm,
imagens que dai podem depender _. nao nos privamos de usa-Jas? .- para
faze I' aparecer, no fantasma, tal ou tal tra«o singular de nossas relayi'ks
com 0 sexo.
Entao, tomei uma das duas vias que Se me ofereciam ha poueo. N fio
cs(ou segura de que tenha tido razZio. Agora, e preciso que retome a
outra; a outra, e para designar-lbes pOl' que 0 U m vem aqui ,1 dirdu
do (( nesse pont(22) que designei como representando aqui, !H,~S!C .11111':11,
atrave::; de um signilkante, 0 fato do sexo,
Existe ai uma surpreendentc convergencia entre aquilo de qw: verda,·
deiramente se (rata isto e, 0 que es(ou lhes di.%:enc!o... e squilo que l~ lI
chamaria, P O l' outrolado, 0 ponto [\laior da abje.;ao psicanalltica.
Devo informal' que voces devem unicamente a Jacques-A lain IV liller,
que fez de IllC U S / ', : \ 'C r ilo s um indice raeionaL nao te l' tido, visto, 0 indice
alfabetico., com 0 qual, devo dizer, ell me pus um pouquinho a regozijarme., imaginando que ek: corrle9asse pela paiavra a N e ( : i l o 0 fato de que
i850 nao tenha sido feita nao e nenhuma razao para que essa palavra nao
tome seu lugar
o Urn que coJoco al p O l' punl referenda matematica ....quero dizcr
que representa 8implesmente 1s80, que, pam falar de incornensuraveL
c preciso que ell [cnha uma unidade de medida, e nao hit unidade de
mcdida que seja mais bem sil11bolizada do que pdo U m . 0 suj(~ito, s o h
a /im n a
de seu 8 U p lH 'tt::, 0 p e q u e o o a , 5 e mede, se MEDE PELO SEXO
(untendam isso como 5e dissesse que ele 5e mede peIo alqueire ou pela
pinta*), e iSBa 0 Um, a i m i d a d e s e x o , nada mais!
PoiI' bem, e alguma coisa esse Urn (trata-se de saber ate qllt: pon·
(0 ). E ll: converge .. como eu disst~ hit pouco,
para esse Urn que reina j),)
proprio alicerce mental ..· ate hoje- dOB psienna!istas, sob a fonna dn
virtude unitiva, que estari"l na base de illdo ( l que des desenvolvcill
\~(HnO discllrso sobre a scxualiJade N ao basta a vli.idade da fClnnula
que 0 sexo "una". E preciso ainda que a imagem prirnol'dial dai Ill('s
seja dada pela .. fus~10que beneficiaria aquelc que goza da "goz,lda"' d
behezinho no seio da mae, (onde ningucm ate hoje pede nos testemull!J(lr que t~steja em uma posic;ao mais c6nJoda que a da pr6pria mih; ,It 1
carrega-Io) ... e onde se exemplificalia 0 que voces entcnderam ainda
aqui, no ano passado( no discurso do Senhor Comado Stein (larncnlo
nao nos termos revisto desde entao), como necessario ao pensamento d ll
psicanalista, como representando esse P a r a / s o P e r d i d o da fusao do ell ~~
do nao-eu que, eu 0 repito, para que os psicanalistas entendam, seria 0
com er
S f o n e , a pedra angular sem a qual nada poderia ser pensado
sobre
a econornia da libido; porque e disso que trata!
Penso que ai existe uma verdadeira pedra de toque, que me perrnilo
assinalar a quem quer que seja que queira seguir-rne. E que, toda pessoa
que pennanece de algum modo apegada a esse esquema do n a r c ; s is lI 1 o
p r i m c i r i o , pode ate colocar na cas,\ de botao da lapela todos os cravos
lacanianos que quiser, essa dita pessoa nao tem absolutamente
llada <l
fazer, de perto ou de longe, com 0 que eu ensino.
Nao digo que essa questao do n a l'c is t s m o p r i m c 1 r i o . , 118economia cia
tearia, nao seja alga questionilVel que urn dia mereya ser acentuado.
Comeyo, precisamente hoje, a observar que se a v a l o r d o g o z o tern
origem na falta assinalada pelo complexo de castrayao - dito de outro
modo, 0 interdito do allto-erotismo concernindo a um 6rgao preciso, qu~'
nao desempenha ai papel e fU l1 yao a nao ser introduzir esse elemento de
unidade a inaugurayao de um estatuta de troca, do qual depende tudtl 0
que, a. seguir, vai ser economia no ser falante do qual se trata no sexo ,
esta claro que 0 importante ever a reversao que disso resulta Ou s~ia,
e por aquilo que 0 ralo designa, desde algllma coisa que toma seu valol
por esse m e t / o s que constitui 0 complexo de castrayao: esse algo q U l'
marca precisamente a distiincia do p e q u e n o a it unidade do sexo.
E a partir dai, como toda experiencia nos ensina, que 0 ser que viw
a ser levado it funyao de parceiro - nessa prova do ato sexual em que (l
sujeita e cofocado _., a mulher, para metaforizar mell discurso, vai ad
quidr seu valor de o b je f o d e g o z o .
Mas, ao mesmo tempo, e l:arnbem , Qlhem 0 que se paSSOll
-
nao se lfill;1
mais de "ele goza". "Ele goza d e " : a g a la passou do sllbjetivo ao objdi
vo, a ponto de deslizar para 0 senti do de posse, na fl.!l1yao tipica, de mnd"
que temos de considera-Io como dedutivel da incidencia do complexlJ (it'
castra<;ao. E - isso ell ja trouxe na vez passada ... ele e eonstituido por C SS<I
virada que faz do pareeiro sexual urn objeto faJico.
Item que nao ponho aqui em relevo 110senti do do "l1ol11el11"it "11111
Iller" (os dois entre aspas), lima vez que e ai que a opera((ao e, se posso
dizer, mais escandalosa, Porque, com certeza, ela e igualmente articuhivel noutro sentic10 - naquilo que a mulher nao tem que fazer 0 mesmo
sacrifkio: pois ele ja esta presente desde 0 inicio.
Em outras palavras, acentuo a posiyao do que chamarei a f i c f a o v i r i ! ,
que podelia mais ou menos exprimir-se
assim: " a g e n i e e a q u i l o q u e
I t ! m " . Nao ha nada de mais satisfat6rio
que um tipo que jamais enxergou
alem cia ponta do nariz assim Illes expresse a formula provocante: " I e r
0 1 1 / lc lO . . . " , " a g e n ie e a q u i l o q u e I c m " , aguilo que tem, voces sabem ...
E depois " a g e n ie f e m a q llt / o q u e e " . As duas coisas se ligam. " A q u i l o
q u e ;!" e 0 objeto de desejo, e a mulher.
Essa fieyao, simpl6ria, dev'o dizer, esta seliamente em via de revisao.
Oesde algum tempo se percebeu que isso e urn pouquinho mais cornplicado. Mas, (linda que em urn artigo denominaclo D ir e ( , : i. 1 o d a c u m e
(is p r in c /p io s
d e s e u p o d e r 2 2 .+ , eu tenha acreditado
dever rearticula-Io
com cuidado, nao parece que tenha observaclo muito bem aqullo que
comporta, aquilo que oporei a essa ficyao viril como sendo - para retomar lima de minhas palavras na vez passada - 0 valor h o m e m - e l a : " ( 1
g e n ie 1 1 a O e a q llilo q u e a g e n i e l e m " , Essa nao e exatamente
a mesma
ilase, prestem atel1~ao, hein! "A gentc e aquilo que tern", mas "a gentc
nuo e aquilo qlle a gente tem". Em outms palavras, e pelo fato de que 0
!Jornem tern 0 6rgao f[dico, que ele nao 0 e 0 que il11plica que, por outro
fado, agente pode e rnesmo a gente(' aquilo que agent~nao ..aquilo que
it g,ente nao tem 2.;).
Isto e: e preeisamente na condiyao de que ela ! l C / O
f ( 'f / I
( ) falo que a rnulher
pode dele tamar 0 valor.
Tais sac os itens extremamcnte necessilIios de articular no inicio de
loch induc;ao do que diz 0 inconsciente sobre 0 sexo, porque isso e ex··
Htamente 0 que aprendemos a ler em seu discurso. Apen8s, ai oncle falo
dc cnmpJexo de castr~9ao - seguramel1te, com tudo 0 que de comporta
dt: lil.igioso, pOt'que 0 minimo que se pode dizer e que ele pade indU/.ir
Wll pouquinho
a erro sobre a pessoa, e especialmente do lado m<ll~ho,
n ,1 '";\ dircyiio d " cur" e 08 principios
};!)
de B eu poder", 1958. rdollludo
no~ ( , , · r i f o . ,
SiI,llrd: "n gCll(C e aquilo que a gcnte tem - a(Juilo que s gClltl' WI.., k Ill"
I)orgueilte: "u gente e aquilo que u gentc tem. uquilo qw a gent" 1 1 :\"k ill,
eoncernente ao-que nos descreve tao bem a Genese, ou seja, a n1ulhcl
concebida como alga do qual 0 corpo do homem foi privado. (PO l' pU dor, a gente chama isso, nesse capitulo que voces conhecem tao bem,
uma "costela"I. ..) 0 gue cOl1vemobservar e que, em todo caso, at ondc
falo do complexo de castrayao como original na funvao econ6mica d~)
gaze, a psicallalista se deleita com 0 termo "libido objetal". 0 importante e observar que, se hit algo que mereya esse nome, e precisamenle
a traslado dessa funyao negativada, que e fundada no complexo de castra<;ao.
o valor do gozo, interdito no ponto preciso, no ponto de orgao constituido pelo falo, e e l e que e referido como "libido objetal"; contrariamente ao que se diz, ou seja, que a libido chamada narcisica seria 0
reservat6rio de onde se tem que extrair 0 que sera libido objetal
Isso pode parecer-lhes uma sutileza. Porgue, afinal de contas, voces
me dirao, se, quanta ao narcisismo, existe ai a libido que se coloca sabre
o proprio corpo, entao, ainda que voces determinassem as coisas, e de
uma parte dessa libido que setrata ... me diriarn. Naquilo que enuncio
oeste momenta, nao e nada dissOl Precisamente ai, e que para dizcr
que uma coisa e extrajda da outra, seria necessario supor que e pura e
simplesmente separada dela pela via do que se chama urn c o r le , mas
N A o SOMENTE por um corte: por alga que desempenha, a segllil~ <J
fun9ao de uma b o r d c l.
Ora, isso e precisamente 0 que e discutivel e nao apenas 0 que \'
discutivel, mas 0 que e desde jit passivel de corte. Nao existe hoO!omorfismo, nao existe estrutura tal que 0 fragmento falico (se podelllos
dizS-Jo) possa ser tomado como uma parte do investimento narcisico
Ele nao constitui essa borda: 0 que e preciso e que nos mantenhatnos
contra226 0 que permite ao narcisismo construir essa falsa assimila~;lo
do um ao outro, que e doutrinada nas teorias tradicionais do am or, A~,
teorias tradicionais do aroor deixam, com efeito, 0 objeto do ben] IlUh
lirnites do narcisismo.
Mas a rela9ao da qual verdadeiramente se trata -- a economia do go/.(!
--e distinta. A libido objetal, enquanto introduz algo que, se posso dizCI,
nos deixa a desejar a nota exata do ate que se pretende sexual, to de Willi
natureza (6 0 caso de dize-Io ), para falar claramente, bem mill enda.
dislinta. E a q u i em que consiste 0 ponto vivo, em tomo do qual e ('~_
scndal nao recuar. POl'que, como v o c e s 0 verao a seguir. e apC1HlS\:1\1
torno desse ponto que pode tomar seu justo lugar tudo aquilo que, espu-·
cinlmente, se passa no campo do ato analitico, quer se trate da relayao
ill\alisante-analista ou dos efeitos da regressao.
Ell me desculpo por deixar em suspenso. A lei de meu discurso Iii'io
me permite corta-Io no ponto de queda que sempre me conviria; a hora
nos interrompe aqui, hoje. Continuarei na proxima vez.
Li~ao XVIII
a=
a'
x " " .I
o Um
I
oOutro
Fig. XVIIl-I
o tempo de apagar isso que esta no quadro, fiz esse desenho que esta
ltllP~rrejto. Mas enfim! Nilo percamos tempo. E imperfeito no sentido
Ilil' nilo esta terminado, que a mesma distancia .1 que define 0 campo
II 1l1inliScuiodeveria ser reproduzida aqui, mas comecei muito distante.
Jndiqllci ja suficientemente que estes dois segmentos, notadarnente este
illllli c aquele que 0 ponto nao esta terrninado, sao se quiserem, qualihr-(wcis de (1 m e do O llt1 'o - Outro no sentido oode entendo ordinaria1I,,'ute 0 lugar do Outro, A maillsculo, lugar on de se articula a cadeia
li!Hlliflcanteeo que ela suporta de verdade.
b'lcs sac os term os da diade essencial onde tem que se fotjar 0 drama
lln "l,bjctiva9ao do sexo Quer dizer isso de que estamos falando ha urn
. \ll~~ ~l meio. E 'ise l1 c ia l, para aqueles que tem os ouvidos form ados nos
fuilnw; heidegeriaoos que como verao, oao sao minha referenda privii·, ·i;Jdn. Todavia, para des, quero dizer diade essencial nlIo no sentido
fJi' qlll' ';, mas no sentido do que - e neceSSlirio dize-Io em alemao -- do
. ~plr IP(' •••.
t22'1, como se exprime Heidegger, alias, de fonTIaja forvada di-lIulr dn lingua alema. Digamos disso que opera enquanto S p r a c h e , seja
.' hllwt<lyaO deixada por Heidegger, do termo "Iinguagem".
Trata-se nada mais que cia economia do inconsciente,
se chama comumente p r o c e s s o p r im £ 1 l'io ,
mesmo do
Cjlll.;
Nao esqueyamos que pOl' esses tennos - aqueles que venho avail"
yanda como sendo as cia diade, da diade de on de paltimos, do Urn e
do Outro' 0 Urn tal como 0 articulei precisamente a liitima vez e qut'
vou alias'retomar, a Outro, no usa que TIZ dele desde sempre - nao csqucyarnos, digo, que temos a partir de seu eEcito. Seu.efeito tell: isso (k
derris6rio que se cancebe a metafora grasSelfa que sCJa ele, a cnalwa i\
subjetivac;ao do sexo nao engendra nada, se ista nan e infortimia
Mas 0 que cia jit praduziu que nos e dado de forma univoca na experi8ncia psicanalitica e a desse dejeto de onde partimos como do POl:to
de apoio necesstlrio para reconstruir tocla a 16gica dessa diade. Delxando-nos guiar pOl' isso onele esse objeto e a causa, 0 sabem, falandn
propriamente e a causa, a saber, 0 fantasma.
A 16gica .- se e venlade que posso colocar como sua tese inicial isso
que fac;o, q u e Ila o h d m e /a lin [!;'lIo g e m - e isto, a 16gica; que podemos
extrair da linguagem notadamente os lugares e os pontos onde, se pock
dizer a linouagem fala dela mesma. E e bern assim que ela desabrocha
0._
.
""
em BaSSOS dias. Quando digo "desabrocha
em nossos (has e porque ~~
evidenle, basta abrirem LlI11livro de J{)gica para perceberem que isso nao
tem a prelensao de ser outra coisa; nada de ontico, ~1~1todo caso, ap~"lli'
o 0l1tol6gico. Adiante, rcportem-se de todo modo, Ja que vou de':'«l-Io,\
quinze dias de pausa com a lejtu~'a do 5 > 'q fis/a "~ ~ ", - ent.en~i~ dO,dtalogo
de Platao '- para sab(;r como esta lbrmula conccrnente a 1Oglca e exati! ,
que sell inicio nao data entao de hoje nem de onlem.
Compreenderao
que e de fato, desse dialogo, 0 S (!/is ta que park
Martin)':" - digo Martin Heidegger - par sua restaurac;ao da qucsliio ill)
Ser. E, depots de tudo nao senl lima disciplina insalubre para VOCE;S,' qUl'
ler, pois minba falta de infonna9a~ tem 1:~ito que, n~o tendo rece~)ld(l it
l1ao ser recentemente pOl' um serVlC;0 de Imprensa, e somente hOJe que
'I
posso
acol1selbar-los a ler fn tm d llq a o a i\;fe fq jis ic a .'H i nn c:'<Cdt'llll'
trnduc;uo feita pOl' Gilbert Kahn. Digo "excelel11e" porque IW v~~rdad('
.. ole nao buscou 0 impassivel e para todas as palavras ondc t: il11po:>-sivel dar um equivalente, senao um equivoco, tranquilamclllc f"t)rjOli,
tltl reinvcntou
palavras francesas como pode, mesmo num It'xico tl11e
no final nos da sua exata reterencia em alemao. Mas, isso e apenas LIlli
parentese
Esta leitura ...t'acil- que talvez, talvez contestacla por outros tex{os
de Heidegger, mas asseguro, essa ai, extraordinariamente
faci!, meSl110
ern uma nota muito nitidamente viva de facilidade -- e impossivellornal'
mais transparente a fonna onele entende que se repousH em nosso clesvio
historico a questao do See
Nao e certo que penso que se tratasse ai de outra coisa que de ulna
Icitura de exercicio e como dizia a um instante, de salubridade
Isso
limpa bem as coisas, mas desvia do caminho ao ciaI' a linico cOl1selho
de 1I111retorno a Parmenides e a Her{lclito -- tao genial mente que ele os
silua - precisamente no nivel desse meta-discurso de que 1~1-10 C01110
0 meta-disimanente a linguagel1l, Isso nao e uma meta-linguagem.
curso imanente Ii linguagem e que chamo a logica, cis certamcnte 0 que
tncrece ser refrescado com talleitura.
Certo, nao fayo use, podem observa-Io, de l1enhuma forma, do procedi menta etimol6gico onde Heidegger faz reviver admiravelmente as
l\)rmulas ditas pre-socrAticas. E que l:amb~')m a direl(ao que entendo indicar clifere, difere da sua precisamente nisto que e irreversivel e que
indica () S fiis /a - leitura tambem extraordinariamente
facil c que niin
deixa tambem de fazer sua referenda a Parmel1ic1es _. precisamcflte para
marc·ar quanto esteve tange e vivo contra csta defesa que Parmonidcs,11
expril11c nesses dois versos"':
0\.1 y(x. jlllltote
ooPll (lval fJll t< > vteX
a fOl'\:a os nac-seres a see
6;;;0\) olslicnC1s e ipye vew'to:
,0\)'tO
Nilo, iamais curvaras
a .'A ),a . 0\)
t11(l'()'
cX (P '
Desta rota de pesquisa afasta de preferencia
teu pensamento.
',\ '.0 I kiJcggcr Mar(1rLilllrodllriio ,i l7 u !la jis ic iJ . I[)52, Iradw;iio: G. Kahn. Pllri~,(~llllill"I1.1l'lI{1 I)
Y !R
1'11I!ft().O Solislfl.
:J.2')
1.IIC<111prollullcia
cdiyiio de!\. Dic~,1A~31Idlcs LdHe",
em
akll1uo. S.
1·31.1(\15.
1963.
·"0 P:.mncnidc" mils. dei\:!
>' 'II
Sif11lcl;
.' i.'
I'nnllcilidc.
l.'ICllll
que
() I'II'''I/a . VlJ cdi,iiodc
I! ad i l l . .
COI1J"lIsuo,'om 0 diirJpgo dc J'iafiin.
jcnn IkHllflrc1.l':n;,;.
PIJF. 1·)S~. 1')1-;(,. '\"<11;:
E
precisamente
a rota aberta, aberta desde 0 c )'(-? /is to , ql.le propriamente faJando se impos a nos o~ analistas, para que unicamente saitamos com a que temos haver
Caso tivesse conseguido fazer urn "psicGlnalista-letrado", teria ganhado a partida. Quer dizer que a partir desse momento, a pessoa que
nao fosse psicanalista se tornaria, par isso mesmo, um iletrado. Que os
numerosos letrados que povoam essa sal.a se acalmem tern ainda seus
pequenos restos!
E necessario que 0 psicanalista chegue a conceber a naturez.a do que
ele rnaneja como esta escoria do Ser, esta pedra rejeitada, que se toma
~ pedra angular.e que e 0 que designo propriamente par o ~ je /o a . E que
e 1..1111
produto, dlgO p r o d ll!o , da operar;ao da linguagem no sentido onde
o ten110 p r o d lf lo esta necessitado em n08SO discurso pela l1o<;ao desde
Arist6teJes, da dimensao do trryol', exatamente do trabalho.
Trata-se de repensar a 16gica a paI1ir desse a minusculo. 18 que esse {(
minusculo,-' se 0 denominei, nao 0 inventei - e propriamente 0 que caiu
lla mila dos analistas, a partir da experiencia que eles tem ultrapassado
nisso que e a coisa sexual. Todos sabem 0 quero dizer e ademais, nao
faJam a nao ser disso. Esse a minLI.l>culo, desde a am'disc e voces mcsmas! Digo cada um dcntre voces, no Sl;;L! I1Llcleo essencial, isso lanc;a
voces aos pn'Jprios pes, como se diz issu os remere aos proprios pes, do
des ... do delirio da esfera celeste, do sujeito do cOnht~C1mento.
Tendo dito 1550, sc explica, e e a illlica explicar;;ao valida, pdo qual,
como cada lln1 pode vel'.. de parte nn. analise, da c /'ia n r a f: pOl' raz('ies
metaf()ricas propriame111e falando. Porque 0 a minllsculo e a crian<;3
mClafbrica do Um e do Olltro, na rnedida que nasccu comu dejeto da
repetiyso inaugural, a qllal "- pOl' ser repeti(;ao - exige essa rel~vao do
Urn ao Outro, repetii«ln de un de nasct:. (J sllicito
A vtlrdadcira razao cia referencia it I,ltial1~a na psican81ise nao e entan
e m nenhul11 caso 0 grao de CU., a flor prometida a tornar 0 feliz. safaclo
que parece a Eric Eriksson 0 motivo suficientemente de suas cogita~(ics
e de suas qllcixas, mas unicamente essa esscncia. probfermltica, o o b je { o
':' no qual os e. ercicios nos espantam, certamente nao importa onele:' nos
lantasmas -- e rl1uito suficientemente colocado a execw;ao -- da crianyu!
Que s~ja ncsse nivel que 5e veem os jogos e as vias melhores tra~adas,
basta para isso recolher as conndencias que nao estao ao akancc tillS
psic61ogos de crianyas ....
En-tao e isso que faz com que a palavra alma tenha, no menor daii
brincadeiras sexuais da crianya - em sua "perversao" como se diz ap··
cnas, a unica e a unica digna presenr;a que basta acordar a essa palavra,
a palavra alma.
Entao, disse a ultima vez, 0 U m e simplesmente, nessa 16gica, a elltrada em jogo da operayao da medida, do valor a dar a este a minusculo nessa operayao de linguagem que vai ser, em suma - qual outra sc
prop6e para n6s? - te llia th 'a de reintegrar esse a minusculo, em que?
Nesse universo da linguagem, onde ja no inicio desse ana coJoquei ()
que? Que ele n3.o existel Nao existe por que? Precisamente por causa de
sua existencia para ele, 0 objeto C t, como e fe ito
Entao, a OperayaO contradit6ria e desesperada, oude felizmente a
unica existencia da aritmetica .- seja ela elemenlar - nos assegura que
o empreendimento
e fecundo. Pois mesmo no nivel da aritmetica, se
percebeu recentemente e necessario dize-Io, que 0 universo do discurso
nao existe.
Ent.ao, como as caisas se apresentam no inicio des sa tentativa? Que
que I' dizer escrever, pois nos basta esse Um e que nos contentaremos
peJa medida do objeto c t, nisso: U m m a is ' a ig lla l ( 1 m s o !w e a ?
1+ a"'"
J
-'
a
Suponham entao que desde que comer;ar minha teoria a ser objeto de
uma seria interrogayao da p81te dos 16gicos, haven't muito a dizer so\)rc
a introduyao aqui dos tres signos, que se nguram como m a is , ig /la l, ~
tambem a b a r r a entre 0 I eo a minusculo.
Estao ai as provas as quais e necessario provisoriarnente
- para que
met! curso nao se estenda indefinidflmente ...que voces se fiel11llisso qll('
Ihes nz pOl' minha conta, deixando aparecer aqui apenas a:; POlllaS IHl
niveI onde elas podem lhes ser uteis.
E necess<lrio observar, entretanto que 5e (porque isso vem 56 e pnrqllt:
verdadeiramente
e mais comodo, temos ainda bastante caminho a Pt~l'
correr) inscrevo aqui muito simplesmente a f6rmula que sc. recoIl! L" \1
que chamei 0 maior incomensunlvel
ou ainda 0 numem de OllW
<.(11\'
dl:9igna, falando propriamenic, isto que de duas grandezas a rc;layflo da
maim a menor, do U m ao a , aqui, e a mesma que a de sua soma com a
maior; que se Ol:>eroassil11, isso nao e certo para fazer passar, muito ril
pido, alias, as hipoteses do qual seria totalmente falso que as tomaSSCl11
pOl' decisivas,
quero dizer que acreditam muito nesse paradigma que
simplesmcnte espero fazer funcionar num tempo para voces, 0 objcto a ,
como incomensunivelnaquilo
de que tratamos: sua referencia ao sexo,
E a este titulo que 0 U m - esse sexo e seu enigma - esta incumbido de
recobli-Io,
I + a =: J la , que poderia~
Mas nuda 0 indica de resto na formula
mos em seguida, fazer cntrar ai a n09ao matematica da p r o p o r r iio , Na
medida em que nao a e s < :re 1 'l.:/J Io s expressamente, 0 que implica csta
escritura tat como esta la, para qualquer urn que a leia no nivel de sua
matematica usual, a saber, que e: l+ a /1 = 1 1 0 , tanto que esse 1 nao estci
inscrito"]" a formula pode ser considerada como muito menos fechada,
Ela nao indica nada mais que isso que e da aproxima<;ao do U m ao a ,
que esperamos vel' surgir aiguma coisa, 0 que? Porque nao, nessa oca~
siilo, que 0 U m r e p r e s e n la v a minusculo?
Nilo uso pouco minhas simbolizavoes ao acaso, Ese, estes que aqui,
podern lembrar delas (sirnbolizayoes), que dei da metafora, se lernbrarao
que, aflnal, quando escrevi 0 segmento dos significantes, com a indicac;.aoque abaixo esta cadeia comporta um significallte substituido e que
e dessa substilui<;ao que resulta que 0 novo signiflcante que substitui 0
S, chamemos 0 S' que ele recebe do signi!'icante ao qual substitui, toma
valor de algo que conotei jil assim S'( lis ")
toma valor da origem de
uma nova dimensao significada que nilo pertcnce nem a urn nem a outre
dos significantes em causa,
S'"
,S' ,."..
. \" ('
-----"'D
,S'
I )'
-'.
.)'""
E no que ele nao aparece que algo de amllogo - que nao seria pro~
priamente aqui senao 0 surgimento da dimensao da medida ou da pro-
2,{' 0
j
no dCllol11inndol' de 1.+ a
I
s,
poryfio, como significante original - esta implicado ncssc 1110111('11(0 do
0 completH com 0 { 1 m que
inlcrvalo que apos ter escrito 1+ a =: lla
'slava allsente embora imanente e que pelo fato de ser distinguido I1csse
:::cgundo tempo, toma forma cia fun9ao aqui do significante scxo ell(fllHnto reca1cado?
. t na medida onde a rcla<;ao ao ( 1 m enigmatico toma em sua pum
conjunyao] + C t, pode- em oosso simbolismo - implicar uma funyao ch.
( 1 m como representanclo 0 enigma do sexo enquanto recalcado, que llm .,
que este enigma do sexo va se apresentar a nos como podendo realizal'
a substitui9ao, a metafora recobrindo em sua proporyao 0 aminusculo
de mesmo, 0 que isso quer dizer?
o (1 m , voces irao me opor, nao esta nada recalcado, Como aqui,
onde, me sustentando em uma fonnula aproximativa, fiz uma cadeia de
significantes e onde conviria que efetivamente ninguem reproduzisse
esse significante recalcado, (e entao porque precisa que 0 recalcado, 0
distingo), aqui esse U m cia primeiraIinha va ai contra a articutavao que
ten to dar a voces? Certamente nao, nisso: e que, como 0 sabem, (sevoces
fizeram
esforyo de se exercitar urn poueo no que ja mostrei daquilo
que e uso que convem fazer do a minllsculo em relavao ao U m , l)Utl'
dizer, tendo marcado sua diferenya e operado sua subtravao com 0 P m ),
de observar, como tenho dito, que 1 - a =: , I ', (1 m m e n o s a nao e .igual a
nada mais que a urn (1" ou a a o tj/la d m d o , ao qual sucede, pOl' POliCO que
voces repliquem esse c f1 sabre a aqui colocado na pnmeira operay~(), do
qual sucede um dl , 0 qual se reproduz aqui sobre a a 2 pdo mesma lllOdp
de opera9ao, para obter urn a 4 ; tadas as potencias pares se enfileirallt!o,
lhes disse, l1um lado, no encontro das potencias impares do outro, ((/ ", (/
7) que se escalonarao aqui e todos realizando a soma que se eIlUIlIt',it
1 1 n 2 :l4 . 0 que temos
entao no alto dessa proporyao nao nada mais qUi'
a + (£ 1 2 + a 3 + cr ",,) e assim sucessivamente,
0 que comcy 3 it pad!l di'
a L ate 0 infinito seodo estritamente igual ao U m maillsculo,
Disso resulta que tenham ai uma figura bastante boa do qllt~ dillilwi
na cadeia significante 0 efeito metonimico e que tenho h~lllllli((1li'IIIP'1
°
°
e
134 Lae'1I1di7. cfetivnmente "pequeno \1m", 0\1 scja, a soma (toda) da~ 1'<>I';lIl'''''' 1'111"', \ ,III,
potcl1ci'IS imparcs de (/, Com efeito, a ' + a ,~ I unde a C 11so,,,,, ria;; 1'.\1<"11''''1, ""i'"','
al a soma das potGncias pares, S,
c desde ent~io ilustrado
culo.
0 d e s liz a m e llto nessa cadeia da figura a minllS"
./
Isso nao e tudo. Se a medida que e dada assim nesse jogo de e s c r ipois nao se trata de outra coisa - e exata, disso deduz~se muil\l
imediatamente,
que basta fazer passar esse bloco total do U m m a is «(
minusculo com a funyao do U m ao qual se impos como subSlituiyao,
para obter isso:
1 + (1 + a )
1+ a
1
a
( lir a
----
I +a
== --
1
== -
== --
== a
a ]-o
... que posso muito bem me d a r ao luxe de continuar a divertir voces,
quero dizer, a ultimo 1 par oao a escrever, reproduzindo em seu nive! (I
manobra de hit pouco, 0 que me permite escrever a seguir: Ila , 0 qual,
se continuarn a preceder na mesma via se prossegue na formula a 1 1·- a ,
a qual (I - a sendo igual a a 2 ) nao e nada mais que a m : a identifica~f\o
final que de alguma maneira sanciona, apenas atraves de desvios, (;S
ses desvios que nao sao nada pois e ai que podemos aprender a fazt'l
jogar exatamente as relayoes do a minusculo ao sexo, nos levam pura ('
simplesmente a esta identidade do a minusculo.
Para aqueles a quem isso permanece ainda um pouco dif1cil, nao omi
tam que esse C I minusculo e alguma coisa de completamcnte existenh;!
Nao 0 fiz ate 0 presente, mas posso escrever 0 valor dele, todo mundu
o conhece nao e? ... E: r a iz d e c in c o m e n o s if n i s a b r e d o is v5~l/2. E Sl'
quiserem escrever em algarismos, se minha Jembranc;a e boa, e algo do
genero "3(,: 2,236068 ... Nilo lembro muito bem; aqui e exatamentc (17
e nao 68, mas em seguida hi!.9,. etc. 1S80 lem urn ceJ10 tempo, En/ill!,
nao respondo isso; e uma lembranya do tempo ... enfim, no meu tempo
se aprendia assim as matem:hicas, se sabia um celto ntnnero de alga!
ismos de cor. Quando tinha quinze anos, sabia de cor as seis primeiras
pa.ginas de minha tilbua de logaritmos. Explicarei de outra vez para qllr
isso serve mas e certo que nao seria um metoda wim de seleyao P~li:i
:U5
I~ ccrtamentclla
;D r,
l,aean rctilican\
S~ dl,llllS
. Laean fara a correy1io no inicio da aula seguintc.
IlO
inicio cia llliia seguintc. 0 valor de
proprimm:ntc {}nltl11cro de ouro
<1m iHlui " 0 valor de
V5. s.
V5~1/2 e 0.618 .. A
e V5-1 1 2 ~
(lbS0r\'ar
,)
'1''''
1.618, 0 que ole <.;011"'1;:\:,
os c<lndidatos ,1 fUI1<;aode psicanalistas. Nao chegamos ainda IiI Tcnhu
muito pesar em trazer a minima coisa sobre esse assunto delicado, qUI:
nao lcnho,mesmo sugerido, ate a presente, de tomar esse criterio (I isos)
Valeria l1luito para todos aqueles que fazem usa no prescntel
Rctornemos entao, nessa formula, esse tempo para designar, proprialllenle falando, aqui ern 1 + c t, 0 ponto dessas formulayoes que desiglla
i) melhar
do que podemos chamaI' 0 s lIje ifo s e x u a l.
Sc 0 (1 m designa em seu primeiro tempo de enigma, a func;a.o significarlle do sexo, e a partir do momenta onde 0 1 + a chega ao denominador
all igualdade
tal que vemas aqui se desenvolver, sempre a mesma, que
surge, como podem vcr, em bora nao a tenha escrito imprudentemente,
IlO nivel superior, esse famoso d o l.\' da diade que nilo se podelia escrever
sob a t~)fma de um 2 sem ter advertido que 15S0 necessita algumas obs~rva90es suplementares concernente nessa ocasiao a isso que se chama
associativo de adiyao.
1 + (1 + 0 )
---_.::::
(I + -a )
( l+ l) + a
--_._-
(I + u )
Dilo de outlO modo, que destaco 0 segundo I aqui em quanta que
cle est~1entre parenteses, para agmpa-Jo em um mesmo parenteses com
uU!TO I que 0 precede, mas que tem uma funyao diferente
Ora, nao e
dilicil obscrvar nesses tres termos: esse L esse] eo 0 mintlSCtdo, os tn~~
l!llCrvalos que estao aqui em causa, a saber que metem 0 a em problema
diarllc dos dois olltros 1.
o que
ludo i550 pode querer dizer? (risos)
Para confrontar 0 a minllsculo com a unidade .-. 0 que e unicamenlc
lnsliluir a flln9ao cia medida-e
entao, ~~ssaunidade 6 necessirio come~:at
pOl I'SClU·:V(;·IA E esta funylio que ht\ muito tempo introduzi sob l)
llt1J1ICde trayo llnario~ IIlIt/r io , disse, pois acontece que minha VOl bai~a
Pois bom, onde sc escreve esse trayo lInario, essencial para operaI' p<ll<l
a IllCdida do objeto a ao olhar do sexo') Entao, nao celtamente solm.: ;IS
cos1as do objeto a , pois nenhum objeto 0 tem costasl E preciSamCfll('
ii,lI(l iSSll qlll~ serve, pen so que sabem h'l, muito, 0 que chamel 0 Iltg<ll' dp
{)utr\l, cntjuunto que estil precisamente
aqui representado como 'hatll:l
do pOl' todo esse caminho 16gico, QueI' dizer, 0 Jugar do Ol1tlOde lnkip,
enquanto que como tal, introduz 0 desdobramento do campo do !/1 1 1 .
quer dizer ainda qLie nao temos ai outra coisa, propriamente falaodn.
que a figurayao do que articulei como a repetiyao original, como 0 qll\'
faz que 0 U m primeiro·- esse U m tilo caw aos filesofos e que todavi",
em suas manipula<;oes opoe alguma dificuldade - que esse (/1 1 1 surge apenas retroativo a partir do momenta a n d e se introduz, c o m o s ig n ific a n ll',
uma repeti<;ao.
Esse trayo unario .. me lembra dos gritos desesperados de um dl'
meus ouvintes os mais sutis, quando simplesmente recolhi num tcxto d .
Freud 0 e in z ig e l' Z lIg , que tinha passado desapercebido pOl'esse charI1lOso interlocutor que teria amado muito fazer a descoberta ele mesmo
nao creiam no eotanto que ele s6 existe Iii. Freud nao descobriu 0 tra,~(\
unario E se quiserem., simplesmente, entre outros _.. ceriamente, nafuralmente, vou falar daqui a poueo dos Oregos - mas simplesmente para
pennanecer na atualidade, abrir 0 (I1timo l1lUnero da excelente revista
que sc chama A r ls A s ia tiq llE !s , voces verao ai a traduyao de um pequcnll
tratado ciapintura217 muito bonito, POl' urn pintoI' - dande felizmente tive
a felicidade de tel' pequenos ... enfim, k a k e m o l/o s , se chama assim- que
se chama 8hitao e que esse trayo unario, de fata, de Yerdade, grandt'
figura, de s6 rala disso, sim! S6 fala disso durante um pequeno m'nnelu
de paginas e excelentes. fsso se chama em chines _. e nao uniCarnenll.'
pelos pintores, pais os 1116sofosfalam muito disso - y i, que quer dil\~l
U m , e lw e i que quer dizer IlY l( .:o .E 0 trayo umlrio. Ele tern ttlncionad! \
muHo Ihes asseguro, antes que aqui eu I1H1l1eJesellS ouvidos.
Mas, 0 importante entao, tambem e reconbecei~18 ...
~
(S e i h e m .... e s ta e s c r ito c o m o s e
l.'llr a c /e r e
c h in e s ,
m as
tu .l0
0 !e u h o
e s td m U lto m a lfc ilo ,
n ilo
fin h a
h e ill!
Queria simplesmente aqui fazer uma observa9ao Ao mesmo tempo,
jllsto apes aquele do S q jis la , onde Aristeteles intervem, ontic cle funda
de LImaforma que ejusto dizer que -- Cjualquer que seja II dissoluyao qu(,~
temos sabido, no seguimento, operar das opera<;oes da J6gica .- onde t;
josto dizer que suas C a te g o r ia s 2 4 il guardam uma caracteristica inaln
lavel. In os incitei vivamente a retomar esse pequenQ tratada. [:3pllra ..
ment.e admin-lyel para tudo isso que concerne a este exerdcio que puck
t:El
huc1
'1X
SJ IITI\O. " Ii'a illl d e III p e in /u r e " , Irndu~iio
publicados
pdH Es..:o!:t frtlllCCSH do Extremo
titulo "I.""
P l'O l'flS s ltr
1.;lI!Hn v;Ji
;1<)
ljuadro
Iii
p e il/llIl'e
I1l!gro.
C c()l11clJ[ilJi()~
Orient~
,.aclerno,
retornado >:oil
.:.1'.i "Obscl'vayoes sobre a cOl1tl'ibui<;aodel Daniel J ,agn,lh0, J958, 1%0. iu
em ,.Ir Is A S illlifj1 le s .
pOl' Pierre. Ryr;,kmulls.
till m o ille ( ';Im ille - 'Iil/h e ,
dl:
rL~Gllnheceragui - nesta funyao essencial que necessita como se opondo,
coniC) Clll espelho, ao campo do Outro a esse campo do U m enigmAtii,;o
propriamente fatando, isso que esta figurado a muito tempo em meu
graTo peJa conotayao s ig n tjic a n te d o A m a itis c u lo b a r r a d o , S (A), ()
que permite tambem nesse artiga23'J que intitulei O b s e r v a ~ 'i:.J e s ... e que
dft it formula do que se chama na psicamlJise e nos textos freudianos,
UIlIU das formas de identificayao, identificayao ao Ideal do ego onde
(;oJoquei 0 trayo precisamente no Outro, como indicando em nive! do
Outro esta referencia em espelho, de ande patte precisamente para 0
sujeito a veia de tudo isso que e identificac;ao. QueI' dizer, isso que c especialmentc, no campo de onde falamos hoje, da diade, para distinguir
Para distinguir como se situando e se situando como distinto das duas
outras func;oes que saa respectivamente aqm~Ia da repetiyao, a idcntiflCayaOa colocamos no meio e enfim a relayao ... disse a ultima vez isso
que era necessaria pensar concernente ao que quer isso seja que possa se
alltorizar da diade sexual. Qualifiquei de bufona, esta "relaC;8o" de que
:.c fala como de alguma coisa que teria a menor consistencia quando se
trata de sexo,
pel'l11itir dar um senti do ao tem10 "sl~jeito·'. A enumeruyHo <las t:,atcgl1
rias". nao VOLI refaze-las, essa do lu g a t', do fe m p o , de q u a n l/r lm lL ', de
! " iI 1 I 0 ,
de p O I''ll/e , etc. Nao e espantoso que apes lima nLlJncnl<;'~o lfll~'
pennanece tao exaustiya, se observa que, precisamente Aris{<\tdcs Hap
~
xn
/\I/('II
.... s lm , b O /i1 l S im .') ...
Paris. IJcnnuJlIJ.
198·.i, n
,\
2/10
1'\<:11
i",.
A1~JST()TELES, O r g 'lI I u li. livro r '· ( 'a le g O I · iil. ~ "E. TricoL Vrin lln!, On ",1,\,\ •.
bilingilc, F. r JlLOEFONSE c.l. LALLOT, SClIil. 2002.
introduziu em suas eategorias essa especie de relayao que se poderin
escrever ..- mas tentem urn poueo, voces me dirao novidades _.. a rClay90
sexual?
/'
Todos os 16gicos tern 0 habito de exemplificar os diferentes tipos de
relayoes que eles distinguem como transitivas, intransitiv8s, reflexivas,
etc. e ilustra-Ias pelo exemplo dos termos de parentesco: "se Urn tal, st;~
Ae pai de B, Be filho de A", e assim par diante, E bastante curiosa, pelo
menos Hio curioso que a ausencia, nas categorias aristotelicas da relayfil)
sexual, que ninguem jamais se aniscou a dizer que "se A eo homem de
B, B e a mulher de A",
Esta relayao, no entanto, certamente faz parte de nossa questao concernente a isso do que se trata, a saber, a questao do estatuto que possa
fundar esses teonos, que sao propriamente falando aqueles nos quais
venho avanyando sob a forma do h o m e m e da m u lh e r .
Para fazer isso, e total mente vao projetar - para empregar um terllll1
que a psicanalise usa a torto e direito - de projetar 0 U m que vem marcal'
o campo do Outro, no que yOU agora chamar x , para marcar bem que
esse U m nao era nada mais, ate 0 presente que uma d e l1 o m illa 9 a o . Qut'
falhe designar de U m 0 trayo unario, isso que estli ai entre a a m im ls c /I!o
e 0 Outro e 0 que nao se pode, a nao ser par abuso considerar com\,
- esse campo x - unificante, 0 tomando unitivo, de forma nenhuma!
Certamente, nao e de ontem que esse deslizamento se operou, e l1ao l'
privilegio dos psicanalistas; a confusao de um Ser - qual Ser? Supremol
- com 0 Urn como tal e isso que se encama de uma fOlma eminente, pOI
exemplo, sob a pena de um Plotin, Cada um sabe disso.
A prevalencia dessa func,;ao mediana que nao e nada,ja que ela OpCliI
~ chamei essa fundamental, de Ideal do ego ._.enquanto que dependcnli'
de toda uma cascata de identificayoes secundal'ias notadamente aqudil
do e g o id e a l, 0 qual e nueleo do ego; tudo isso foi exposto e pemlanCCt;
inscrito em seu Jugal' e em seu tempo, e s6 unicllmente tez surgir bl,;llI
a questao de qual motive a multiplicidade dessas identificayoes e Ill'
cessaria. Esta claro que basta se reportar ao pequeno esquema <'>ptieu:ii
que dei que, ele, nao e mais do que uma metat"ora, enHio que isso JI,i\.
1 -111 nada de metaf6rico, ja que sac as metaforas que precisamcntc
siio
Iclpcrantcs na estrutural
1\1111111,
que a ligayao do UI11ao Outro pela identiflcayao e, sobretudo
se 01e !<ll1HIessa fonna reversivel que faz do Um 0 Ser supremo, e pnlpi iarnente falando tipico do erro filos<'>fico. Certamente, se disse para
Icrcl1l 0 S 4 is ta de PlaH'io e que se esta longe de cair ai nesse Urn, e que
fJlntino e aqui a melhor referenda para fazer a prova disso,
Nao queria opor ai a nao ser aos misticos .. na medida que sao eles
qlll,; poclemos definir como tendo avanyado, a suas custas, do a minLls!.iulo sobre esse Scr que, ele, nao tem feito nada a nao ser se anunciar
'nl1lO improl1unciavel
- impronunciavel quanta a seu nome par nada
1ll'lis que essas letras enigmaticas
que reproduzem (0 sabem?) a forma
gcntl do } ~ 'u S O li, nao A q /fe le q u e s o u nem A q u e le q u e e, mas E \'/e q u e
1 ~ ·1 f s o u , Quer dizer, procurem
sempre! ....
Veern ai, nada que especifique como tal - ainda que mereya ser espccincado em outro nivel pela reterenda que se faz ao pai - 0 Deus dos
Judcus; pois na verdade () th o se enuncia, como sabem, em 1105S0tempo
\\f)Jl: 0 Z e n se tomou comum,
voces devessem recalher l1um canto que
''1) '1",.\0 que se poele nom ear 113:0
e 0 verdadeiro Tao", Enfim, nao estamos
Hi para gargalhar com essas vel has piadas ,.
Quando falo dos misticos falo simplesmente dos fUfOS que eles ent~lliltram. Falo dall N ( J ite ()h .w .:lIra ~ * :' pOl' exemplo, que prova que, quanto
a i:>fjoque pode tel' de unitivo nas rela<;:5es da criatura com 0 que quer
que seja, pode sempre, mesmo com as metodos os mais sutis e as mais
I ig\ll'oSOS .. , se encontrar
a1 urn osso. Os misticos, para dizer tudo, e,
[kvn dizer tumbem, 0 unico ponto por onele eles me interessam; nao
I'stlll! fazendo do ato sexual, penso que se apercebem
sul1cJentementc
di~s\), uma "teOIia" (entre aspas) 1l11stica- os misticos falam disso Pill':1
lJSsillUlar que sao menos bUlTOS que os nlGsafos; do rneSIl10 modo que
"I),'{ docnf'CS sac menos bunos
que os psicanalistas", 15S0 tem unicamenlc
'.'(1111 is:-;o, e que ... e .... e uma das alternativas,
recorrente, do que tt.:l1ho
Iii,
muitas vezes, dado como formula da alienayao: a h o b 'a O il a \1 1 £ 1 ((, I f
}·I'
s. .10'\0
\·),I'ri,n
IlrlllJlc\"Cr,
DA CHUZ. "/\ nolle ohscura". in Ocuvrc~ spirilllciles. lrjduzjd,,~
1'01
J{ I'
de In Nnlivitc de In Vier!'c, rc·visl<tPOf R.I'. Lucien Mari". Pal is, I ks"k.' de
1949. D.
exemplo. E entan,
nao ha escolhal Quando a questao, a burrice ou a canalhice se coloca,
pelo menos no nivel dos nl6sofos ou .. ou dos psicanalistas, e Se~lprl' a
burrice que prevalece, nao ha nenhum rneio de escolher a canallllce
Enfim, para tamar esse campo que esta ENTRE a a minusculo t'
A majusculo, vejam que desenhei duas linhas: uma feita de um pontil
~1ado, depois um trac;:o cheio, feito para marcar simplesmente que \l (I
minusculo se iguala em sua primeira parte a isso que e 0 a mi11lJscuiu
externo e que tem ai esse resto do a2 Mas, nz uma segunda linha, lI11W
se(Junda linha que poderia ser bem a (mica, para nos marcar que (;Ss('
po~to, esse campo e considerado - digo para nos analistas - como SE'IHhl
em seu conjunto alguma coisa menos suspeito de palticipar da fUlly,\n
do fura.
E l1ao posso fazer - selia isto apenas por reconhecimento pela COIIIII
buiC;:30que Green quis bem trazer ha, creio duas sessoes para meu li ail
alho.- de introduzir aqui, porque nao, a referenda que ele quis acresct'll
tar ai. E aqueJa que introduz, devo dize-lo, nao se deixem levar- HlIlito
admiravelmente,
sob a forma de sse caldeirao, desse caldeirao do h,
que extraiu lit ande, alias, entre n6s 0 conhecemos sufkientemclllr,
IliI
3111 au cia 32" N o v a s c O lfle r fm c ia s , de Freud243. 0 caldeirao, em ll"rl.l
imagem que se pode fazer dissa, exprime alga como: "is 50 ferve (kll
trol" Na verdade, no texto de Freud, e bem disso que se trata. COin (Pllt!
ironia, Freud podia deixar passar tais imagens e algo, certamen(c, qll'
e necessario estudar. Lsso nao esta em nosso caminho a seguir. N t'l'l .
sitaria antes, se entregar. .. ennm ... a um3 s6lida Operay30 proful!dil h'
Jimpeza, como tenho frequenternente
observado, disso que H.Jl;(,hl
texto " ennm, nao e? ... a mare negra!
Mia dissemos muito disso lil em cima, se i5S0 nao e, depolt' tit' twin
apenas uma das coisas as mais essenciais a di stinguir-- queria qut' VI H , "
retivessem a formula - e a diferenc;:a que hi! entre a p o d r id tio c a I!le l.!"
Na faIta de fazer uma distin\",ao exata, nao se percebe, pOl' exemplI! 'Ill!
o que Freud designa e alguma coisa que tem de p o d r e no go/.n I 1l.1"
sou eu que invento 0 termo: a 'Ie I'm C a s ta passeiaja na litcratl.ll~\ (\llii \
lib e r d a d e
01/
a m "1 J rte , a b u r r ic e
WI
sao OS term os poeticos que usam os R O IlIa n c :e s d o '/( il'O !1 I N I'L ltJ llr } n i', <,
os vemos retomados - encontramos bem onde esta .. sob n pellH (k:i'i('
velho reacionario T. S Eliot, no titulo: th e v V a s fe L u m P '" Eli: Snbl' IIlII! '
to bem do que fala! Leiam W a s te L a n d , e uma boa leitura aillda, t'devn
tiller mui to engrayada, embora menos clara que a de HeideggcrI Nil\ i St'
trata nada mais, de um canto a outro, que da relaC;:30sexual'
Uma das caisas das mais uteis seria evidentemente
decantar l:S:;('
campo da podridao, em um coItal' de merda - digo, propriamenlc I~llando, vista a funyao privilegiada quejoga nessa opera<;ao 0 objet\) (lllal
onde a teoria psicanalitica atual a recobre.
Entao, no Jugar disso que denni como 0 Ii's da gramatica, verao depois de qual gramatica se trata, Green tem me lembrado que nao basin
qli~ esque<;a a existencia do caJdeirao, caldeirao que faz " blou, blou,
hloll, psiiiiiiit" A questao e essencial e na verdade Ihe rendo tatalmentc
('sla homenagem, que eJe tern tomado llma via muito minha, para filler
I'llllcionar em seguida 0 que modt\stamente chamou associa<;ao de ideia,
\' que era a referencia fiO W itz , para nos lembrarmos de outro uso que
Jirt'ud faz do caldeirao, a saber, que a proposito desse famosa caldeirao
qlll: nos reprovam par te-Ia torn(1clo furado, 0 sujeito exemplar respunde
IUlllumcnte que primeiro nao () enlprestou, segundo, que furado ele ja
('~laYa c terceiro que a devolveu intacto. Formula que seguramentc,
tCIll
IHIII) seu valor de ironia e de l+ 'iIZ , mas que e aqui particulannente
(;\\(,'PlplH!, quando se trata cia func;ao dos analistas, porque 0 usa que fazem
os nl1aiislas, desse Jugar onde concordo de bom grado que e necessc\rio
1"{llCsI:ntar par alguma coisa como urn caldeirao, na condir;ao precisatli\'llt~ d,; saber que t~urn crJdeirao
furacio, que e POl' conseqt\cncia, 10"
Illll\wl1(l' inlltil empresta-Io para fazer geleias, e que tambern nao 0 C'11l"
i1H",(JIIJ(n:l Tolla a tecnica analitica'
esta errado nao observar - cOllsisk
a c C llIa lh ic e , par
(I
I'
l!
.
ph"
1'iill111'11
\Iji<l
'i\'
tl/piJl
te em
d e /x C II'
\'a z io
faz arnor 110 consult6rio analitico! ,12 precisamente porquc esse
que se lem de mediI' ai opera disso que esta la, a din:ila
t· iSSIl
, I !I~I I'II,N I W 'I R()YI':~, PC'l'ceval,
,h'"'''II!!'
I'n()
Nova;; con{cl'cnda;;
de introdll\:Ho:'1
psicHnillisc,
31" c,ollli:ICllc.I"
hi
In'ii')''
i
I le.l
I'" "
i/l" \'
ou 11 ( 'O I J / ~
d ll
(;',.",,1,
La J',,/Tc' <I,/,.;le ,;,1 k
,k\':tNlc dn l'oi Mc!laiglle. Ocltvre~ t;ornplctl'~. nihliolh0'1liC (k III l"iclil,k
,,,i111l111l1d.I'i1il'
'~I{I':LJ]):
este lugar do caldeirao. Que eu sniba,
I hOllla:-:
ifJ llI
If)Ih!
Sl.t·:lIi1J-j~
.. iV ,i( ) ,
'lite JJ'(1S((·!'IUld.
Ir:((lurtip
/',11'1,', I,'J J o .'i,·o if, f'N 7
II,
dj~{'/I'rn'
I,(".,.is,
.
", f !l'rrfl
1111/111 . :11
c a esquercla do a minliSCHl0 e do A maillsc!.lio, que poclemos tal vel
dizCf disso alguma coiss
Eniao, dirla que ess"s tres refcrencias engra~adas ao cll1bara\:o ~Io
dcvedor do caldcirs(\ nao fazcm mals que rccobrir, da parte dos illH1ltSt,v" uma tripla rec\.ls~. de rcconheccr issn que estil justarnente em jogo.
Prime-im: que oste caldciJ~ao eles HaO 0 emprestaral1l, negam lSW, esse
lid o e imaginam qne efetivamente
cmprcstaram. Segundo: pa~ece qilC
querem csquecer. tanto que podcm fazc~lo, que como sabem f;1Ull?bC~l
110 ental1to, esse caldeiran esta fmado e que prometer devolve-Io
IntaclO
6 algo de completamente
arriscadn,
F: unicamente a partir da! que se podera se dar conta do que se trat~
no nivel dos fenomenos
que sao os fenomenos
de verdade que tentel
4
destacar na f6rmula: L '1 I , ( l v e r d a d e e u (je ) fa /o : ( '.
Isto e verdadeiro, a que quer que os psicana1istas pensem e mesmo
se qucrem pensar alguDla coisa que nao as force111 a entupir as ouvidos
°
com palavras
Aqui, que
da verdadc
toma11105
.
1.1e~emento mesl110
.
da teon.a
. .
.
pSI canalItl,C,H,
,
S,~;I':,
que aeeder ao ato sexual e ncedcr a um gozo .. '- 'II/p a tio , l'vtE.SI'vtC.
:',()l\j~I·:TlIIX).:-:1':1'1F (: IN(J('FNll':~ 0 gozo plena aquele do reJ de ll'"
hilS e do sal vador do povo, claquele que revel a 0 espectro lOl1loado
nIt;'
[,w sabe como c sua dcsccndcncia
.. Porque? Esqueceram, Enfim, lies",'
g07.0, quem recohrC; qU(ll? A podridi'io aquc1a que e~plode el~i-i11l CI,Hll
,1 ne:,te,
8im,
0
rei Edipo" realizou
0
ato sexual,
(J
reI
rewa, 1 ranquJl:
n:m-se, alias, C um mito f~um mito como mesmo todns os outlW; d,1
mitologia grega; h{1 ou1ras f'll'mas de r('alizar,o ato s~xual: des 1:111'011
tram em !l,era! sua saw;:no nut, infernos. A do Edipo c a n1<118"'llllnlilllil
,~()mo di7~~mo" !1ojc, qLK~rdi?:cr, urn tcrmo que n210 ha de forma ncn!lIll1' I
cquivalcntc em gJ:ce.o, 01lck, ! y ' fll1(11110, Si; encontro. n a 'l11{ujo dE.' lllll!'"h
do humanisl1JO.
Ounl o~eano de gOZ() fC11iinino. pcrgunto., nao
c nccess{\lio
pUla \I'"
o n~vio de Edipo fi~jue Sem afundar, ate que a peste mostrc ('niHil ,i,
qual esp!rito e fcito .0 mar de sua fc!icidac1e0 Esta ~lltima frast I' .;1 ,
p<1fcccr cnigmiltic,i F que tern, com elcito, que reSpcltar aqlll fJ (,11 ;1;1
~1~-~/\
COI~U frGudiHIHt
Il{l"'j
1'.St..·'lto~.
Ol! S~plltJo
dn
r;,~lorl1Oa Fr:..'llJ Il;l P~iitJt'lJll'JljSC"
!':)~;5.1\):'(1,
ldl'pl
,.1-.
de enigma
que cleve guard'll' propriamcnte
C('lIlCerne ()
palmo
que
possivel nesse campo
marquei
sem a
certo saber, qLI(' v aqll<:.'it- ill. '
8CJui pelo Cum Tal11bcllJ It,lll h,1 IW ~ " ,';\'
ultrapassagem desse
enigma.
I,
\;ail'II1.
~
isso que designa 0 mito de Edipo. Sem a nOl(ao que esse sab.,;t
qlit' ll~',
ura apenas C01110 enigma, e que seja au nao deduz.ido" que C:-;Sl: sabrI
disse e intoleravel com a verdade; pais a Esfinge e 0 que sc aplb 'Illit
cael'l v e z CJue a vcrdade estil em C,<1usa, A verdade se lanya no "hi:,ltlll
quando Edipo destrincha 0 enigma, 0 que quer dizer que ele ll10stm ai,
propriamente,
a especie de superioridade,
(;OlnO dizia, que a verclade nao pode supol1ar
de superioridade,
de
\);;l1lt,
o que iS80 quer djzer') QueI' dizer 0 gozo na medida em que de cst:',
no principio cia verdade. Isso quer dizer isso que se atiicula no Jugal dn
Outro, para que 0 gozo· donde se trata de saber Ia onde el e est{, Sl'
coloca como questionando
em nome cia verdade,
E basta entao que ele estcju ncsse Jugal' para questionar Queru
di;1,er,no Jugal' do Outro. Pois 1S50 nao se questiona, aJibs, E isto indka
que esse lugar que introdu.zi como 0 lugar anele se insl:rcve 0 clisclil'sO
da verdade, nao e certamentc, quem quer que tenha poclido entendel tal
Uti qual, esta espe<:ie de Jugal' que os estolcos chamavarn "incorponil"
T"ria ,I clizer elissa, que e, a saber, precisamcnte, 0 C O /1 m Nao 1~'SUlui ()
qUI' lcnho ainda que avanc;ar hoje, qualquer que issn seja,
l\lipo sabia um pouco sabre isso que the tinha sido colocado COlllO
qlll:',ltlO, e onde a fhrma devcria cntao, par nossa vez.. reter nossa [WI"'
"plcucia
;\ flgura simplincada
da respoSia desde os s\~cul()s niio Cllg;lIl:l
\ 011\ :;lI:lS qualro paulS, suas duas perna:> e depois
com sua bengaln de
'. \'(,1 Ito qut' se acre~ecnta
no final? Nao h<l n.:sses sigllos., algurna cui 1'0;1
.Hllla o!lde enconlraremos
melhor a f\'H1llula a scguil' do que viii illlS
indh~ar a l'UI1Q30 do objeto (7'1
() ,::l!)C:I, 0 cnlao neccssitrio
a in::;titui<;ao do alo fiesual E C i:;s(\ (jUt'
dl" \l m;!(l de Edipo Julguem urn pOllCO, desde entao, do que foi 11('-/'(",-:;11 i(\ que rcvele como patencia
de dissimula<;ao Jocasta! .Iii que sohli'
os '.::Im;nhos do encontro, da ,-(IX1). que e aqueJe que nao se 1<'111
HI,lis qu' lJl11avez na vida, do tmico que pode levar A ItJicidadt\ ia 'lIlt'
I dipo puck nao saber mais cedo a verdade! Pois cnf]l11 todos CSS\'S UIHh
\Ill! ,hll';\li' loda sua felicidadc,
que ele faya amor, no leitn ond,' dlll'\lIk
o dia ,., jamai$, jamais Edipo esteve, jamais, para evocar esta bizarra
confusi:'ioque se produziu na encruzilhada l;.om 0 vetha que morreu em
conseqiiencia dela? E de mais, 0 servo que sobreviveu e que quando
viu Edipo subir ao trono safou-se! Vejamos, vejamos, 0 que toda essa
hist6ria, essa fuga de tadas as lembranc;as, enfim! Essa impossibilidade
de encontra-Ias nao esta feita mesma para nos evocar alguma <:oisa" E,
alias, se S6focles nos caloca bem entendido, toda a hist6ria do servo,
para evitar que pens{tssemos 0 fato que Jocasta pelo menos, nfio podia
nao saber, ele nao pode evitar mesmo (0 trouxe para voces), impedir
de fazer Jocasta gritar no momenta que Ihe tiiz para suspender: p a r a
{ t ill
b e m , te d o tl
0
m a is s a b io c O lls e lh o - c o m e t:;0 a
te l'
m u ito , r e s p o n d e
e st Ele 0 sabia,
o sabia certamente, ja! E e por isso que e1a se mata, por ter causado a
perda de seu filho.
Mas, quem e Jocasta? Entao, pOl'que nao 0 mensageiro encarnado
no que e do ato sexuaJ'l Mesmo se ninguem ate aqui nao soube vcr ncm
dizer, c um lugar onde nao se acede a men os que tenha separado a veldade do g07..0,
A verdade nao pode al 5e fazer ouvir, pois se eJa se faz ollvil, ludu
desmorona e 0 deserto se instala, Fe: 0 lugar povoado, no enlanlo, dt'
habitos, 0 deserto! A saber, este C,UTlpO
x onde apenas penetram 110Ssas mensura.yoes, Hit normalmentc urn mundo loueo, os masoquislw,
os erernitas, os diabos, as t~lntasJ1las,os vampiros, as larvas"
Bas!;l
simplesmente que se comece a pregar, l1Qtadamente a lengalenga 11';1
canaUtica para que todo esse mundo va. embora!
r~disso que se trata, Dc onde faJar disso? .E entao, de onde lodos, II;!
verdade, fazem entrar ai 0 gazo, Pois 0 gozo, disse ele nao estn illI hid
o v a /o f' do £W.20, Mas isto em Freud estil multo bem dito preciSHlllt'lll\'
pelo mito, quando revet a 0 sentido U!tllllO do mito de Edipo: go/,() (\II
pado, gozo podre, sem dllvida, mas ainda nao e nada dizer is~m,M' 11;111
se introduz a fiJftyao do v a lo r d o g o ;;o , 'Iller dizer 0 que 0 tram;{-()nll;1
, III
algo de outra ordem,
j;;d ip o ,
ln fo l'tl/fla c /o , jJ o s s a s ja m a is
conhecer
quem
o mestre do mita que Freud forja, qual e sell gozo') Gte goza, <li,f ',1'.
de todas as mulheres Eo que isso quer dizer? Nao hil al lint clliglll;I" I
cssas duas vertentes do sentido da palavra "gozar", que diss;,:: a l'i1lilliil
vez, vertente subjetiva e objetiva? E aquilo que goza ptll \.~ssl:ll\ii!'i~ hl',
eniao todos os objetos estao la, de aIguma maneira, l'ugindCI 1'01.1dn
campo. Ou nisso do que eIe goza 0 que importa eo gOZ() do objcl\l, H
saber, da mulhet? Is80 nao e dizer, se esquiva, peIa simples r\lZ(IO<jU\'
o mito que eJe trata de designar nesse ponto, nesse campo, OU a f'ulJ\'1I(
original de UI11 gozo absoluto que 0 mito diz bastante, nao rune/olla a
nao ser quando e gozo mortifero, ou se quisercm gozo asseptico O il
<linda, para tamar por minha conta llma palavra que ao ler Dauzilt ou J ,C
Bidois, aprend/ que os canadenses empregam, eIes se servem da palavra
('O Il (que como sabem e u l1 1 je n :v c a n por exemplo), e empregam it palavra C a m ll!, B is urn bom fi'angles, mais umfl vez!
Urn g O la C C l/ lllt ; , eis 0 que Freud, no mito, no mito do pai original
f,~ de seu assassinato,
nos designa como sendo a func;a.o original SCIll
Il qual nao podelllos mesmo avanc;ar em conceber 0 que vai agora ser
1l0SS0 problema, A saber, 0 jogo nas operayoes, gray as a qual troeam,
Sl: cconomizam
e se invertem 247 as fi.myoes de gozo tais como tenws
\'I1i'rentado na experiencia psicanalitica.
t'
I
Depois disso entao que avancei hoje, penso, de fechar - ainda de
IOrilla preparatoria - 0 que avan9aremos a partir de 10 de maio.
Li~ao X1X
1h,~ln .,. Quem illicialmE:ute
al1unciar que para meu pesar, flilo dUit:i
~,,;(l" cursoou estc sClllim'lrio, como Cjuciram chamA-la, na pn'r<ima
qll'" ta··rl.;i ra. Pela razao de que llii utnu greve e aIem de tudo entendo
. d. ll1itll1" parte respeita-Ia, alell1 tillS incoll1odos que tcnamos
(lmmd"
.llllilicia que tada a ektrkidade
~;en\cOl1ada, 0 qUi;;: tl8Z diflcukb<\'\,
ti~'rhJlS d~ 1111llleJosa~ seyoes P<llkt fazer fl.lllcionar aquL para beJlclklO d t
VPU''', (' tt lilCU, seria intltil. Enllio e n(~cessiirio re-inscn.:vcr aqui, ,I;) llill
,II! "'''';''ao, para que as P(~SSOi:1:'; que dJegarem atrasado mio u ig,m 1 1\'111
0'1 1" lli\l. i1avr:ra "seminariv" ja qU0 {) chamam assim, a nuo ser dHqlli .1
qUI,llll din:, !':stamos creio em I\) de maio, etHan diet 24. Nos let~ilC\l1l
"j~
.·Hi'llt'ljll)~'dLt
\11
24.
lit III 1"111,t1gUIIHt
\'lhS~'JV,l<;i1(;a me fazeL
~obre
0 CJ1J~:
c.(ltntHiiqlwl
rclh:xi!o especialmemt.: a pi :.lpU"1
ill 'jll'll,} l",(.:ldll'l,.,er . 0 que escl eVl nu quad, u'l
.; ,j h! p.!H'l'" C IWO sei Sl' devo uu nao n~spirar " ! Qual,) eaw;a dit
11)< illllldjl dl~.1J a~'d(i !Jonl a qLlal tie I ~Cd)f 0 que pOS50 inSCli..~Ver'! ;\-,1.1:,
~\f!lnd ..,.llaudo para ca~a, II. qu <-:j b,,:-.tante preocupado pOI tel 1'~;\.Ii({\
,iH'!'lillhu.i
1(llnlilla do (/ minllscltlo" Oll sejCl,raiz de:; meno~ I :.ohl\
"elll seguida, logo a sl:gui"
() valor devS "" 2,236 .. i:: alglllilil
,I",} II' I1tgll!llUS brim.adeiJas soble a tabua de Jogaritmm;, !iWS h.l Iii
V l1wlhw (I(, prc.:cIsm, cNtaJl1ente, que isso qUI;: escrcvia Mill t'l.l ••
Ullllll'l
•
:'l'S<'O')
Algllt\m
I
It!! dl\.1 llllIHISCllk"
\!>.l!
f(~l,
a]gu11l1:l
\ 1!",liI:l algulll<l
lllas dl;:
COiS:l'
V5,
Que
nat) imagincm que 0
,lO nmtr;u'!o, ( I ,
JuslHI:lcntl:
a millll,;clIl'l
(~
inkll')!
:1
unidade.E um lllimero Ul11pOll CO mais elevado que seis dezcnas, 0 que
otto inlltil conhecer para quando quisercm il1screver essas dimens5es
Oll essas linhas de que me sirvo e colocar em l.l111a proporyUO um pOll co
ll1ais exata a dimensao do a minllsculo ao lado da dimensao clefinida
para equivaler a unidade.
segundo erro que fiz foi que no seguimento de uma longa serie de
pOl' exemplo, tenniigualdades, notadamente a que se inscreve por
uei no um, pOl' escrever: = a, quando era -!;- que deveria tel' escrito.
Enfim, para aqueles que copiaram essas f6rmulas, que as corrijam I
Continuaremos a avan~·ar em nosso objeto de estudo deste ana. E certamente, ossa 16giea que elaboro diantc de voces sob 0 nome de !1 )K im
d o f o n l a s m a , tem um fim que muitas vezes defini e do qual
necessario
entao que enfim cia venha a se aplicar; a se aplicar a alguma coisa que
nao poderia ser, certamente, apenas uma obra de tl1tragem ou meS1110
propriamente falando de critica contra isso que foi afirmado em certo
nivel de experiencia e sobre lima forma te6rica que
vezes so presta it
falhas.
e
o
¥
mesma razao se escula do superficial ao profundo on inVt.'rStIi Ill'l lit', d'l
protlHldo ao superficial - aqueles de onde l1omeadam()nt~; P"I It' I.l illl
tor; a saber que, nos casos que ele visa, e necessArio ainda uCI('SCI.'II/;1I
que os considera principalmente
como os mail' numemsos nil nUlfOS\'
os casos definidos em seu senti do pelo que chama "a regrcssilo Pia'"
se definem par alguma coisa que afinal nao tenho razao, ja que t:sla ill
o resumo de a1h'llmas linhas, nao diretamente emprestadas it sell tC\lo
(isso seria mais certo!):
"A s neuroses
Irip lo
e
as
Nesse desenho, abri, ou melhor, reabri para uso de voces, Lima obra
que nao deixou de me parecer importante no momento que ela surgiu
e que esl{l acessivel, pois foi traduzida em frances com 0 nome de A
n e lfl'o s e d e b o s e " 4 ': , de alguem
a quem certamente nao falta nem tal~
ento nem penetrayilo anaJitica e que se chama Bergler E uma obra qU('
recomendo .. pois torao Hinda quinze dins pela frente·- que rccomellc!ll
a titulo de exemplo au de suporte '" ocasionnl disso a que pode sen/il
110SS0trabalho aqui. Estou recornendando.
como exemplo, certamcnk'
Niio Ihes rcconlcndo como modelo! f:, no cnlanlo, jb 0 disse, uma olwi
de grande medto. Nao e certo POl' essas vias que verClllOS de algulll.l
forma 0 que da natureza da neurose se esclareccr.Mas
ecrtamente, ni1n
quer dizer tambem que nao se perceba ai alguma forma essencial.'\s
no~oes de estrutura que sao aqui apresentadas (e que, alias, no senti<!n
que emprego nesse instante essa paJavra, nao privilegio dessc au[ol )
() que sc anuncia habitualmente
conI a no\:ao de c a m a d a s - que., pdol
e
e
P rim e ira m e J J le :
por
s lIfg ir
a s illla r a n
C O lIs lc m le m e llfe
£ II)
eu
c ria ria
() d e s e ; j o
m a s o q u is fC f
de
S e t' r e j d / a d o
m a e '" ..
IJ 7 illh a
" ('ria ria
m ik .
0 d e s e .jo
e ria l/d o
t l a iIJ /o g e m
m a s o q u is la ,
e n trto ,
0 1 / d e /(J rl1 7 a J ld o s il/la ~ '(k
J lrJ ~ e d ifJ ia " (f d e m ililU I
l~;:J camada
'olll ra
p O l' llIil/liu
m e te re c /f.\'C /r/t m e u s d e S I:jw ...
I 'I / : ilO
profunda,
a revelac;;ao da quat
"S "X II/u fo :
; ' t ! .' (III!'
11 mais
d e s e t ' re je ifa d o
..\ lia s ifili.1 is a / g u m s llh s lilillt.l
aquela onele 0 acesso () fnais di fkil
suieito sc dcfendt.:, (\ l11a.i" f'cn'lellK'I1!l'
- fLJIW rHais tempo. (digo isso pdta os ~)uvink:; mats nO\/o!oJ dcsta sala)
hit)
. tjlh'Li
0
IIc lO lis /a r ia t.:o lls c le n le
1 '0 1 /( ) a llio r
e m m e ()(j(m d e l;
(1 ,\'.\'1 /1 1 C O ll/n
rI",ISI/
1\
.Ia z f!fII
d a o r a lid a d e com o:
(Que aIgLleJn escreva: [0 ~ S e r r e j e i l a d o , bem no canto, no alto, A
dircita. Muriel! Por favor, me preste esse s e r v iy O Pegue esses neg6cios
que eSlao ai para isso.)
r ill,
•>lH JlI ;I{( I LI :1{, FdlllonJ./.a
N t " W I . \ 'e d e h a s e , l' cd New York. I ')'1~1,lradll/,idli po,
Cornier, ]l"l'i~ l'ayof. 1963. D.
o ra is
m e a m is !1 1 O
n 'I '/ lS a
...
iT
d e m e /{ d e s e j o d e s e r r c j d / w l n
d e s s a ,.e je i~ 'd (),' v e ria
lI!lic u m e llft!
q u e l1 7 illh a in d ig I1 C t y ·t [ o
p ~ '(,/ld ()-a f!:re s s il'id a d e
que
( lS [ ( 1
q lie {t'I//,U
b e m jlls tili,
le s lc tll!(IJ !lo
( 'iii
', t . .
.Ii II
'I'
" 'l i 'l 'c e i r o :
d c p o is
1 'o :x 7 0 d e q u e fa /
00
d o (lite ,
1 :'0 0 r\/O lJ e K o z a ria ,
me
e ll
" il!jl/\'Ii( jll
'.' ( c illr e
li1 1 7 tf
a p ie d a r ia
d e m im
a .\!,a .~ ) p o d e
m e S /lIiJ
a c u flte C I!l'
de nOyoes, depois dessa, bruta, da agressao, que !lao COIlVCIIl l'lll II
nhum caso rnesmo, quando se trata de fenomenos neuroticos, l~SSIII Ill!
agressividade narcisica; enfim dessa pseudo~agressividade
qUl: I klgkl
especifica como se destacando em certo nivel da neurose oral
Indico simplesmente essas distinyoes, sem Ihes dar nessc mom 'flip
seu desenvolvimento
completo,
e /7 !
a p ( 'IIl/\
v e z m a is , d e 11111p ra z e r ,H:I,','()(II
1 ,\
r(,I'),
Passu sobre 0 que BelgicI' acrescenta ai, 0 que ele chama "0 j)Ollh
de vista c!Jnico", aliils, singular diferenciuy,10 que faz entre islo (JUl' ,"\'
considera como rcsumo da gl~llest:do diSillrbio ... 0 elemento gC!1(\tkn ',,,
. e csla l\.1l'ma ou aspecto c1inico que sc define para ele pela intcrVCI1,.'It1
do Supen ..~ go, onele a vigilfincia consistc precisamente em mantI" a PI\..
I
scn\:ij do ell'l11cnio que aqui dv dcsigna como 'masoquismo"',
sempre ativo na
CSle segundu
(j
rarei huje 0
Iligar
on}1
CSt;1
p
!mlmltell~ao da
Pi.)1ll0 de vista e',ht ele meS11lO para
qlle
anicuiadn
',II\.:lto
avan"a h(~ie 30bre esse
em
qUI: 1sto
digHl110 l,-
e](>IlH'!l!O
defesa,
aSsllnto
(que dc n:sto
'jI!CT ~cr rejeilado
se discutir
t': que ern
e justo),
porqne nao
qu<.:'na
C' 11 "
ll(nk;Il'
pO'"
is verd,ld
,H
.i
a pul:,;l\l COllsiS\i;' enl qUf'rer 0hft'1", nOUldanH?nie, 0 sein. Ca', ,<
Oh"(,lvili;;'in e';!(~ja f:indad:1 ('11\ \.;ua poo.;i(,~i'1O radical, ern nfllhllll1 II( i'i,'
dl'~";! lrllhnlho d"" Fkr<~kl t,l(' n:\o :;c d'l ('anla, de lwnhuma man!,
('.
q1J~ isso tltwr eliZ,'l dianti.' c1c urni. rulsan dcfinida
como oral ~ Pi lqll!
(:1 "jll('
de
;dgllnl
modl\ no inicio
a~Sl!'llill\'enid;j
(f
que pan:cc a h'ndi'n "ja dignmos
Ponto n ) ~:tli:!;;l.)lmp01"1anh:,
n'l(llLtll,1.1
no qilC preci:';8mC ll,
I'
sua pO'ii\ao nallilal i.)1Ir' () '''!''it
para SUSlental l"';" ; ",,'
,,,ividildc que Bergl'T 111ldto ill",i,Hnente ,h)llomina 'pSClldn !'UI', II"
,HlI::l 1.:,::f,I1!1('pj<..: islo de',ando
\.'m abet to 0 qUt' ;';(' rnuarla 110 III' ,.\ L
UIWI a'~ressJvidad'
qUf~ nlin '-;("1'1;1
p S C lid { l,
C01l10 f::ohrc: esse a';slInto ilitrodu/j
UI11rer~j~,11'0
que i;, rr1lpn II,!, ';I'
1\l!Hl1do aqude do lIurcisl'.11ln \.:quivalc~'1tc an que: na kolin "r,Lli, 'i
n 1t~llte recehida, sc (:11ama "lHll ci S1srno ,>cl:lIndd ri 0" como tl'lllto ,'Ill,
,I"
a agresc;ividi1de como sl?lldo sun dime!1S30 (:ol1sti IUliva e como di -;1111 '
\,:SS('titulo, cia punl e simples (tgresSili\ nos cpcontr,lnJO'; ai em \1111 i, 'ili
tl itrgllllH:n[f'
I,
<
,~j'':
r ,:Ii,;:~l);11.:~~nlua(",,:sti;;i
\ 'If! Sl/~lll:l . {} ek'fllClilo
p<lla\'l'u~,
~l(l dli,l.~··hu~.
S.
tJ-~Il~lico."l,.·~;I(J l~,~rni;l'"
o
que quer que isso seja, a questao que se coloca do que COtlvcm
manter como estatuto - ate 0 presente definido como agressivo
de
certo tempo da pulsao oral e porque na neurose oral, este acento de "ser
rejeitado" e colocado por Bergler como sendo 0 mais radical. A LlI1it;a
dimensao de minha observac;ao nao a de decidir quanto aos fatos (alem
de que, certamente, decidir implicaria buscar de que ele t~'l1a,a saber, de
qual neurose, de qual momento de sua abordagem), mas disso, que falta
em urn texto te6rico, a saber, se nao haveria que se tender precisamente
ao ponto onde aqui as coisas se detem, a saber, sobre 0 que quer dizer e
porque e pertinente 0 termo "ser rejeitado"
"Ser rejeitado" sugere algum questionamento suspenso. Ser rejeitado
a qual titulo? Ser rejeitado em quanto 0 que? Isso nilo mesmo para
IIOS -, nos supondo no limiar da teoria analiticacoisa nova, isso que
fie passa quando nos apresentamos
em uma relayao, pOI' exemplo, que
sc qualificaria de intersubjetiva
Voces sabem, a esse respeito, 0 que
pl')(!e avanc;ar certo modo de pensamento, aquele hegeliano, donde SarI!'!,) mosmo,
destacando urn ramo, ressaltou 0 acente que em celio nivel,
pod' tomar: aquele que foi quaJificado de exclusao radical e n1LltUa das
cI1Hs~icllcjas, do carateI' incompativel de sua coexistencia; desse 0 1 1 e fe
U N ( 'I!
( m o l) que stlrgiria desde que, falando propriamente,
aparece a
dun 'llsi:ln do sujeito,
I': basl.Ul1le dizer quanto este relevo cai sob a dimensilo dus criticas
qflt~ St' pode avanyar contra a genese inicialmente
tomada na "lUla dt:
nill/lt"', e luta de morte que toma seu estatuto nessa concepvao radical
do ~!Iijci(ocomo absolutamente
autonomo, como S e lb s tb e w lI[3 ls e ill,
I,: de 1I1gurna coisa dessa ordem que se trata? Certamente nao pan.:cc
e
e
Pois tudo 0 que nos traz a experiencia analitica concernente ao esti:1dio
elito oral faz intervir ai outras dimensoes, e notadamente, esta dimens[io
corporal cla agrcssividade oral, da nccessidade de mOl'der e do medo ck
ser d.evorado.
o : 'S e r r e j e i t a d o " entao, csta em entender a oportunidade como concernente ao 'objeto? Na verdade, se veria facilmente pontuar a jllstifica-tiva disso que s e t I'e je ita d o seria nesse registro, propriamentc
falando,
salvar-se a si mesmo de ser engolido pelo parceiro materna.
Talvez seja tarnbem muito simples responder assim a questao do e.
tatuto do s e r r e je ifa d o . E dizer que e simples dernais, ~ suficientemcilte
sublinhado par isso -- estas duas vezcs repetidas nas Imhas que acabcl
de ler, de Bergler - e que associa a csta neurose oral, como the ~end()
essencial a dimensao do masoquisrno. 0 s e r r e j e i / a d o em questao e tlIl\;1
recusa it e1enata, uma "recusa humilhante", escreve ainda, alias, ci aulol
E e nis80 que ele se permite introduzir a etiqueta de masoquismo., (jIll'
qualifica de "rnasoquismo psiquico" e na ocasiao consagrando de algulil
modo um usa vulgar do termo masoquismo, que nao digo que nao tl'lih;l
no tal texto de Freud a pretexto de introduzi-lo, mas que estendidu t'
tomado nesse uso onde
agora mais e mais corrente, propriamenlc
1':\
lando, rLlino8o.
A alusao, na referenda,
ao objeto em nivel dessa recusa estfl ai lIllI
camente do que poderia jllstif1car a introdw;ao da dimensao do lll"~,(l
quismo nesse niveL
E inexato dizer que 0 que caracteriza 0 masoquismo,
0 lado 11\
11050, assumido como tal, em uma situac;ao. Abordar as coisas l'ob C"',l'
anuulo chega a este abuso de fazer - como alguns a fazem- da ditlh'i1
$ao"" "sado-masoquista",
0 registro essendal,
pOl' exemplo, de tOcl,l ld.\
c;ao analitica.
ai uma verdadeira perversao, tanto do penSCtlllclIl\I ill
Freud, como da leoria e da priltica. E isto propriamente falando. 11I';lI
tentavel, quando a dimensao do masoquisl11o
definida, prel:iSilll\' nll
sem dllvida, pelo fate que 0 sujeito assume uma pOSlyaO de objc\P It"
sentido 0 mais acentuado que nos damos II palavra o l? je /o , para c1dllll IiI
como este efeilo de queda e de dejeto, de resto do acontecimClllo ~,III,
jctivo.
.
o fa to que 0 masoquista instaura uma sitlJayao reBol vIda de I\II i1h1
antccipada e liquidada em seus detalhes ---que pode ir al(~ raze 1,1 p' I
e
e
Ha
e
i
e
,
ll1anecer longo tempo sob lima mesa na posic;ao ell;:um diu
IH";ll / ; \ 1
parte de'llma encena9i:Io, de um argumento que t(:rn sell senl'dn l' ',('It
beneficio e que incontestavelmetHe
esta no prindp.io de litH bClldkill
de gozo, alguma nota que possamos acrescentar ai au oao COllccmcllle.l
Inanutenc;ao, it respeito e a integridade do principia do prazcr
Que este gozo esteja estreitamente ligado a uma m a n o h r a do Olllf().
diria que se exprime mai8 comumente sob a forma de c o lllr a /u (quando
digo "contrato", falo do contrato e s a i l o ) de alga que dita tanto do Outn I
mais ainda do Outro que do masoquista mesmo -- teda slIa condula.
t~isto que cleve nos instruir, ()oncernente
relayae que cia sua especili ..
ddade, sua originaliclade a perversao masoquista e que e feita prineipal mente para nos esclarecer ate 0 funcl02<2 sobre a parte que ai joga n
Outro - no sentido que entendo esse tenno, entendo Outro, can; um A
maillsculo, 0 Outro lugar onele se revela na ocasiao uma palavra que C
llma palavra de contrato.
a
°
Reduzir
uso do termo "masoquismo"
depois disso, a ser alga que se
apresenta como si mplesmente UJlla exceyao, uma aberrayao, 30 acesso
do prazer mais simples e algul11a coisa de natureza a engendrartodo
tiro
de abuso. Onele 0 primeiro, 0 primeiro
isto, por qual, melt Deusl Nan
Jlt,;reditei empregar um termo muito forte nem inapropriado desracando
tHiS linhas de Bergler - de um lado it outro desse iivro 110t{lvel, cheia d,:
01. scrva<;:ot:s muito detalhadas
e tocias l11uito instrutivas _. de destacar,
ilO entanto
algo que chamaria uma cxasperayao
que n3.0 (~sta lonu;e de
(('Hiizar LIma atitude desprezivel dianie do doente: todas as pessoa; que
dt: chama - que chama como se fossc Ulna atiludc mal6voJa -- "colcciolladoles de injustiyas"! Como se annal, estiveSSC1110S em um muntin
J'
\;!J(k a :IUStl98 'osse llm c8tado tan com I1n qUt;;seria verdadeiranWnll:'
ll('\~~sstlri() fazer esforc;o para ter que I\e queixar de algUt11fl cOlsa! !,sII'S '\;olecionaclores
de injllstiyas", para etc, certamente, rcveln!1l ;;uas
p!wrnt,'ocs as mais secrela::; no fa to de serem l\;jeitados
Mas, ulinal,
iHlil podenlos
l1()S mesmos,
emitirmos contra Bergler esta idei8 que elll
eenos casos, afinal, ser rejeitado.,
(COlDo a SO 111OS, alias, suficic!lk'
Jll~'ntenos fantasmas,
mas e oLltra coisa, falo aqui da realidadc) .. c.~lIwis
e
I
•
.
in1ere::;sante de tempos em tempos ser rejeitado que ser aceito de prontol
() encontro que se pode fazer com tal ou qual pessoa que nao demand"
it nao ser adotar voces, nilo e sempre,,, a melbor soJuyao nao e semprt'
nao escapar a isso!
.
,
.
POl' que essa parcialidade?
Quem, de alguma manClra, llnplJca quI'
eSlaria na ordem, na natureza das coisas, em sua boa jnclina~a(), fa;-cr
sempre tudo que
necessaria para ser admitido. Ista suponda ::;cr ml
mitido em lima mesa caridosa.
lsto ccrtamente, e de natureza inquietanle e nao nos parcce na (),-~H'
siao para ponlual', para observar que., .. tal au qual coisa t1,ue pode ~,l'
passal' no mundo, por exempl0, mUlto s!mplesmente, nesse IJlst_Cln1e 1.'l1\
certo pequeno distrito do sudeste da Asia. De que se trata? frata-s('
l!lllllda, e que cel1amcnte tal opent\,ao, nem J1H lleUnJSC l1l~Jl! lanllWfll
Ij"
tratamCtlto analitico, nito tern scmpre exito, sobretuc!o sc de n'll) \.' 1'll'1I1
conduzido.
Isto tall1bt~J11, o3lj,ts, ,6 de natureza .. , (pois nenhlHIi dic;c!If:io
analitic(1 apresenta para nbs a oportunidade, infcfI'Ogando-o, a 0POllulIl
dade de percebennos que cle implica ccrto cursa inocente, Ulldl' '-"l'
l1iio sabe jamais ele mesrno, digo, e.sse discurso analitico, ate Ollek vai
claquilo que articula)., isso nos perlllitiria perceber, com cfeiw, lIll\' St'
11chave da posiyao nel.lr{)tica se mantcm nessa relac;ao estreita com ad\.'manda cia Outro 11amedida em que telJta faze-ia surgir, e cntao, conw 0
e
de con veneer algumas peSSOf.!S que eles e::;tao en'ados
em nfio
q:ltlt'l
ser admitldos as benfeitorias do capitalismol EJes prefercm ser relella
dos! R (l partir desse momento aL pareCf~, que deveria sc coJoci!r ~".
questoes sobre cerlas significaQoes, E notadarnente esta: pOl' cxemplo
que nos moslraria sem dllVida, mas nao e hoje que darer ncssa dIre ':Iii
mesl110 os primeiros passos,- que se Freud escrcvcu em algu1l1 lugal qll"
"a anatomia e 0 dC51ill0"2", hil ai talvez UJ11momellto untie, Cjualldp ';,'
vottar a uma sa p-.;ITep98o do que Freud IIl)S descobril1. so eli n', nun dll'\>
mesmu "polilica eo inconsciente', mas sirnplesmenll;;, () ItIc o l/\( 1 < llft
(; ({ p o litic o I
Quero diler que 0 qUi.:::liga os h0111ens entr(~ eles, 0 quo liles nlHll'
precisanlentt: a motiV<l<;HO do que tenta!110S l1e~se installle 3rtitll!;1l
logica,
Puis e
pOl'
falta deS';fl anicula~ii()
16gica que esse::; deslizi!111lIJl''''
del11 ~c prCJduzil, qUI; fazem cum que antes de percdJcI
qll(..'
dizia
l'
11,1
p"
p.ll:l ',t (
rl:ieitado. fJara que "ser rejcitado" seja essencial conIC! dimt.'n;';l" l',li I"
neur6tico e llccess{lrio em todo caso. que 1~L1~
Sl: Ui'EI~I~\';\
COlllO j,i escrevi
em algum lugar, tanto 0 n0ur61ic.0 (U lll;\ 0 Ii"
fazomos t1~)SmeSlllOS- c em raz~lo di SSO, pOls san esses os Call1I11!t, \', 'II Ii
scguill10s .- isso consiste precisarnentc corn a ofcrtn de lcnlal I'nli'll i1.
ha POllC-O, pOl'que ele se oferece e que no mesmo momento " vell1()~
n! a caractcristica fantasmatica e entao caduca desse mita -- desse milo
introduzido pela pregayao analitica -- e que S0 chama "oblatividade·'. [:
um mito do neur6tico!
Mas, 0 que motiva essas necessidades que se exprime nos viezes
pHradoxais e sempre Hio mal definidos se as reJacionamos pura e sirnpl,esrnente aos benetkios rt'lcolhidos au nao em seu seguimento da rcnhdade; se ol11itimos essa primeira etapa essencial e a Juz unicamenle
dl' qua! ~djgo, elapa) 0 que ressalta desses resultados
no real, pade sc
. lulgw? E a C lrtic u la ftiv M x ic a cia pos,iyao - neur6tica no presente caso
~ .f<lmb~m em todas os Qutros. Sem uma articulayao
16gica que tlila
In/. InlcTVlr ncnhum prccunceito do que estar a desejar para 0 sujeJto.
[)lil' ~;abcl11disso voces') Que sabem dissa, se a necessidade ... se 0 sulclln IVl1l it necessidade dc se casar com tal OU qual'} E se de ihu:assou
fHl c<lSall1l.'llIO em tal de~;vio, se islo nfto 6 para ele Ulna sortt;'J Dilo dt'
un!1t) modo, com quell! voces se l~nvolvern? EnWo a imica eoislJ qUl'
tl'ill a vu C Gum II t:struturn !6gica de que se traia nisso, Do que sc tl ,lla
lhiHWad;vllt~llti,:, C]uantQ a IIllla posi~~fj0eel/no ct>sa ond0 ~ para qwditid
_ 1.1 dtJ ~ k s < , j o d e S ~ f' tl!jd fa J o .- inicialmentc voces rem que saber I) que
'. \1 t.lIJt.'Jl(l IJCSSC lllVel
perM~guc. Qual 6 para 0 neur6tico, a lw<;essidadc.
hU)H~SUil lalvez, que efe tell1 em ser rcjeitado? .E pin.,:ar ai, do cr'\c,-'~..
n tellnu 1 7 !a s o q llis l1 Io e simpiesmcnte,
na oportunJdadc,
introdlli:il
.ill iii flit nota p<:;jonlli va que c i mediatmnente
seguida, como observei ~)
1""11 U <ll' lIl1la alittlde dil'etiva do analista
e qur;; pode, na ocasii1o, fl.)1
{j
l].i~1 'W
I
pefseclItbrin
1~ porqilC
(,
tOlalmente
necessario
retomar
as coisas
C0ll10 ul!vnt!o
faze-Io esse ano ~ desde que ai estamos, lembrar que 5e patti esse ana do
ato sexual em sua estrutura de ato, e em relay30 a Jsso que a sujeito nan
surge a nao ser pOl' relayao de urn significante a outro significante e que
1550 exige _. quero dizer dos 5ignificantes·- 0 m a te r h 7 1 .
Fazer urn ato e introduzir essa reIayao de significantes peIo qual :.l
conjuntura esta consagrada como significativa, quer dizer, como uma
o c a s i a o d e p e J 1 s a m e n to Z 5 ~ .
Coloca-se 0 acento sabre a mestria da situat;ao porque 5e imagina
que
a vontade que preside 0 j b r t - d a , por exemplo, famoso, do .logo
da c;Jianya. Nao e do Jado ativo da motricidade que esta a dimensao eg,
sendaL 0 lado ativo da lTIotricidade s6 se desloca aqui na ditnensao dn
.logo (j.o.g.o). E sua estrutura 16gica que distingue essa apariy~o d o jfil'f.
d a tomado como exemplar e transform ado agora em barco. E porqu(' l'
a primeira tematiza9ao significante, sob forma de oposiC;ao fonematicl
em certa situac;ao, que se pode qualifica-lo de ativo - mas unicamente 110
senti do que doravante chamaremos a t i v o do que tern a estrutura do alii,
no senti do onde 0 defini
A colocac;ao em questao do ato: em certa relayao taG distorcida, u:;
condida, exc!uida, colocada a sombra, que e a rclayao entre dois sew,
Dellencentes a duas classes que sao definitivas pelo estado civil c pdn
~xame para 0 servi90 militar, mas que precisarnente nossa experi,:HuH
nos ensinou a vel' por nao estar absolutamente mais evidente, para H vidil
familiar por exemplo e bastante embaralhada peJa vida secreta Dito d,
outm modo: 0 que define 0 homcm e a mulher.
e
A tcoria e a experiencia analitica trazcm aqui a n09ao de ~,!!isr,H,';kt
Ouero dizer como e5sencial a esse ato, S a ti,y jlJ (,-'a o - no te!<10 de I'i'!!,)
B p !rie d ifrU Ill? ; .- inlTOduz a nOyao de uma paz instalada. Essa sntii:iti,\'wJ
& ~;l
da descarga, da detumescencia? Satisfa\c);10 simpk'; j,lt
aparel1cia e totalmente pr6pria a ser recebida. ~ern ao mellOs eslil d;i/ll
que tudo
que desenvolvemos,
em tennos mats ou menos pn.ipll<h ;In,
impr6plios, implica que a satisfayao - desde que distinguimos CSS;l in,;
exemplo, que seria da ordem pre-genital daquela que e genital
illlpll!!t·
uma outra dimensao, essa implicada mesmo pot' suas difi'rt:n\:ilh
s~ti;fa\~o
°
"Que :")egurl:lJ~ei1te, de ini~io, UI11termo corno esse (h; "r(,'/il\'<1n (it: Ill']!>
os-tela aqwlmposto. csta claro; 0 que n<1o priva niIW.w.)1l1 d;1 ('<lng'fl'l
istica ridicllia do que se passa quando se tent a inscrev~r sob cSS,: ki ilit>
de varia-1o, de escaJoml-lo segundo 0 mais ou menos c()lHodq oudv he
inscreve a re1a9ao Pois nao se trata de outra coisa quando sc distilliW\';i
n.:layao genital pOl' esses dois tra905 De um lado a pretensa temU!<I qiH'
so poderia nlcilmente, comodamente, me gab () em faze-l0, sustentar litH
ela nao eem nenhum ea50, mais que a reversao do desprezQ E de \Hllill
lado 0 que se ilcentua al da pretendida essencia da ruptura, meS!110 do
Iwo. /\ssim, 0 progresso cia reJayao -, en tendo. a "relal;ao sexual" {entlt.:
. ;,,~pas) .. l1a medida em que torna-se genital, seria 0 que se teria tallto
. nHiis c()l11odo a pensar do parcelro: ;'Pode mOlTer"!
lZetomemos as coisas de urn outro plano de cClieza a quem 0 ato
~l'''lIH I sati sfaz'i
to
I': evidente .. inicialll1ente .. que se pode responder, legitima e simplesfll('nte ao prazer Conheyo um s6 registro onele essa res posta seja pie ..
nUllwnte s.ustentaveL no plano ascetico, que e sllstentado 113 hist6ria POI
!Jlll.\!,CnCS que fal do geslo Pllblico da m asturbacao COlnO 0 siu,l1o
itflrma~:ao lc6rica de 11111 hedonismo dilO _. em ra1.iio mCSl1lO ck:'''s\'
fnndn de llHlnifesta~ao .. "cinico" e quo so pocle considerar como liIll
11'Ili1ii1J()1110,
!fw ld ll/Ilg " (',
Ul1ltratamento medi co do desejo.
C
",
t pagando cerla preyo, e desde que ha POLlCOintr(~dLlzi a dimonpufi~ica ., coisa curiosa e totalmente sensivel, esse tipo filos6lico
lit de meSll1o., CU1l10 so ve nao unicarnente
nas anedotas, mas na
.1 do
pcrsonagem em seu tonel (mesrr1() com um visitante como
li;pwndn:I); que 5e paga com uma t7:<clusiio Cia dimensno cia ('id!lde
!icpii(\, h~l ai alga do que seria errado sordr, t' urnal~lC(~ a<;c(~tk",
" t!flrinnH'llk
fillando, un1 modo de viver. Ni'io (\ provavelnlcnte ti'lo cur"
Ili,' como pareee Nao posso dizer nada disso: nao experimcntei
!ill\)
ri
] i'''S
1 '. \ I '/ I / a lll
! li', t ; i) I '! f ) . \ 'l
, LilIi]O,
WCliJiI,"t1IC
O lf
H e III,
\'0 /1
/e m a r /h la r
? F 'n r/io
m a is
pan
I
'life
S ( - '/ T e m
lo d o \
(f//().
lItto bastar{l esquecer esse lugar do prazer, da menor . tellS;!O
es{,i claro que nao e suficienle, esse lugar; que oUlru., !ll(l.
I II' \'f
,.j
1 1 ( / ( / ; / \ / ( 7 0 e s c lI / O I ! !
Ikh'lI'c!!lIlW
:-,
d u d n lJ l'\
d.''''
J d ll1 J 1 \o ;.l{ } F ,\
iilf/S fr!'.\',
VI.
.,If) ~ \: (\1)
dos, que uma grande variedade de modos de satisfaC;3o aparece no nivel
cia busca implicada pelo ala sexual,
Nossa tese - eesta a qual da c o r v o nosso curso desse ana .- e i sso
da impossibi lidade de entender 0 conj Ullto desses rnodos fora de UllW
escrutac;ao 16gica, unica capaz de reunir tanto em sua variedade con1\1
em sua amplitude, os diferentes modos dessa satisfac;ao 0 conjunto dl'
que se trata e aC]ucle que instaura 0 que chamarcmos - provisoriamenll'
e sob rescrva ..- um ser 11'1 aSClllino e urn ser feminino, nesse ato fundadlll
que evocamos no inicio de nosso discurso desle ana, chamando-o
"()
ato sexual", Se disse que nao ha ato sexual e no senti do onde essc all'
conjugaria, sob uma forma de repal1ic;ao simples, aquila que evoca 11<1
tecl11ca, pOl' exemplo, nas t(knicas usuais como a do chaveiro, a desi»
nRyaO de pCC;3macho ou de pec;a remea~ essa repaltir;ao simples cO!1sli
tuindo 0 pacta, se pade se dizer, inauguraL pOl' onde a subjetivida(k
:-'l'
engendraria como tal, macho ou femea,
Chamo aten<;:ao, em sell tempo e lugar2;7 do famoso "iu es minkl
mulher", Entao es(il muito claro que nao basta qlle () diga para qUl' ('II
seja sell homem, Mas e·nfim, se isso bastasse, nao resolvcria nadal
, Eu me fundo como s e ll qualquer coisa, E UOl voto de pertcnCIJllUIII!
que e muito de um pac(o, pelo menos de UI11 paclo de prel'erencia-"" 1',',\1
nao situa absolutamenle
nada nell1 do homern, J1cm da mulher Tilll!!l
mais que se pocle dizer que san dnis termos opostos C que e indispl'lp;:l\
el que ai haja dais, mas que cada urn e nenhul1'l esta tOlalmcntc e,,,IIIII!,,
do fundal1lenw na palavra, quanta ao que
da uniao. lVIairimoJli:tI
quisere1l1, Oll qualquer ouin, Que Cct1a dimcnsfio a lraga ate a dil1l,'!I',Il'
do sacramento nao muda absolutamcnte
nada, Absolutamcnt.c
Ilad" d,'
que so trata, a saber, do ser do homem Oll cta ll1ulher
1$::;0 deixa em par1icular (arnbem, completamente
de lado, a (al\"'1111,1
da fel11inilidade, Visto que dei pOl' exemplo 0 "tu es l11inha i!HJ!!l,'!
e que nao e jamais ruim de so reportar a esse exemplo que <: "lIm'''' .1'1
mestre mesmo da psicanalise, do qual se pode dizer que para ell'
e
',l'
I""
~~7
I
al,'tIll.
J,
S(,:mjn~hil)
11)55· J (J)(L
As e ....,l'lIluru.i,,·
,fj'eudi,;//u,\
dll\ /)\1(
11'\(".
pacta foi, extraordinariamente
prevalente - a coisa atingiu Indos us '111\'
aproxlmaram:
IIX O l'iO I/S ,
como se diz em ingles, "ux()riu-' as~;illl l.l
qunlJflca Jones ap6s (antos outros ,- mas onele depois de ludo nilo \' \llll
IldSI~~rin tambell1 que seu pensamen(o lenha trope<;:ado ate 0 filll :"Ohll'
1\ lellla: C J u e q lli'/'
I I I 1 T a m il/h e r')
0 que e 0 mesmo que dizar: () ,/" < ' L ; ,\,'1 '
M:
1 1 /1 /((
()1I: "dl' ll.:fl:n:"lll;ia'·
e
sell:
qUl,~
ma '
SCtll
E por isso que c impOliante
perceber,
e esse esquema hcurlstico
. l{1Il:dt'i sob a forma de tIes Jinha5: do a, do Um que se segue (do Um
(llIat!o) C do Outro -, nos lembra simpJesmente isto, que e a moecla com
qill' ill'liculamos no curso cia jornada, a saber que 0 ato sexual implica
. 'llli 'kl1wnto terceiro e m todos os niveis,
- .'. S;t1>r por exemplo 0 que 5e chama a m iT e - '- a ll1ae no l~dipo sobre a qual
',",1;1\) I'!wdos lOdos os rebaixal11cntos da vida amorosa - em todo caso inter,Ii!!l 1111\' pcrl1lanece desse tato, sempre presente no deseio
(hi aillda o j , t ! o '\ enquanto qlle cleve faltar 'lquel~ que a tem. QueI'
dllt'l, (I() !lomel1l, na meclida que a complexo de castrac;ao quer dizcr
- HlH l, illgo que 1'130 estA totaJmente ainda claro, j,i que implica que inl'lllillll(\S a sell respeito a dimensao de uma negaC;ao especial:. pois C1lIrlll
'.,' de 11<10 (el11, no regisiro
e na rncdida em que 0 ato sexual pock
';'1',111 i:-,sl) 11,10 quer dizer tal11bem que de 0 percle! (0 sujeito
dess:1
J:~toVn\';lt)_ l,'SpC:I'(), poclera ser abordado antes do final do ano),
UII\, cS~t~lidos,
>
de nutro lado, t()rne,·s(;~0 scr do parceiro que
!laC) 0 lelll
. J ,1'llli Cjue CI1C,()/Ilral11os
sem duvida a rnZ80 porque Arir~t;ltelL'~,
{iJHIOlvlllillc:i :l ldtitTla vel, tao submisso a grama.tica, parece - llOS dil
Ifl!l' I'/c il)i, all desenvolver
0 leque, a fista, 0 cataIo£o
das ( '( ( t.'g o ~
f i, , ,
,(,III JllSHmc:nle, ap6s
tel' dito tudo (a qualidade, a qual1iidHck:, (l
I' )lu'\), () ;[1"1\; Ti"" e tudo, " tudo que segue no banacol), 11;10h.'1Il
li~,lfI d\
'\ 1'1'., I'
'?
,)
f: necessaria acresccntar para voces que depois de sessenta c
:tlll)S de,,,. constru<;:(')cs teoJ'icas psicanalili cas nao se fez com
~(Juh0s:>el1los mais sobre isso que do gozo fe1l1inino: quer seja cia
IHI ria Il,lulher -nao
se sabe rnuito como ele se exprime·- falariamos
- pnrnr I: l1leSI1lOnlguma caisa que vale que se reveIe,
\lJ 111<liS
)':IX
I I I I I / lia
j,l
'll/dld
J
II
(""'t'''fI~,·j
HIll"
V~l" "di",iltl
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de I .. Iiddim,,'
'~ekln):I!lliha\..'lltl1th;'''H\;ftod;Js('nj('t;llfH~s,.1
c J
I all,"
:-i"111I
'lill'
absolutamente
soprado ... ainda que a lingua grega, como a n055a, l;:steji:1
absolutamente
submctida ao que Pichon),] chama a "sexisemelhanya"
a
saber que tem ai: jim te lli! ( p o /tm lla ) e a p h o ro (foto) (como alias.. retenham .... de pas5agem ... brinquem de inverter a oltografia: in5truir-seao muito sobre ulna dimensao completat11cnte dissimulada
da relaQ8\1
anaJitica: a p h o r h e u i ! (p .h .a ) e a / c 7 / l r o (rau),
lnuito engra<;ado!).
enfi In, 0 que quer que seja, Aristoteles nao sonllou jamais em sustenlar a
prop6sito de nenhum sendo, isso que ainda se impos tanto no seu temp()
como no noS50, de saber se havia ai uma categoria do sexo.
Das dua5 uma, OU ele nao estava como se diz, guiado pela gramatiC:l
au entao tem ai com isso, ellt.aO, COin cssa omissao, algum<l razao, I'lil
esta prov3velmente
ligada a isso. Quando falei a pouco do ser "rnascLi
lino" ou do ser "fcminino",
havia ai um emprego errado. A saber, quI'
talvez, 0 sef e·- como se exp1'irne ainda Pichon _. "inscxwlver'~
que (I
1i 80n 2 "2, a essencia
do sexo e talvez faftame; que hi\ talvez, apena~ (1
falos. lsso explica1'ia bem em todo caso bem as coisas. Em parlkulill
es5a luta selvagem que se estabelece el11 lomo e que nos dil SCglli;1
mente a razao visivel, seniio (i1tima, do que se chama"a lula dns s(;:;;o:, I
Unic3mentc, <linda creio tarnbem, que a luta c10s sexos c algul11a 1'111' •• 1
ao qual. ali~ls, a Hist6ria demonstra que silo os psicanfllistas os 111.11',
p0QllCilO esquema: desse Ulll, que fit. a liltima
melo, (k~se Outro e desse a minllsculo.
e
superficiais que tem sc detido ai. Contudo resta mais que certa i'!Il(l, ",
- a ser tomada no sentido, com 0 acenlo, de li:r!J o rg e llh (!ir
que Illl' lid
Heideggere talvez., falalldo propriamente,
para instaurar 0 de LJlll' :"
trata cOl1cernente ao 8to sexual.
E i880 que justit1ca para l11il11,0 emprego desse esquema qllt~ '"I!\
linho de passagcm para nao fazer confusao com outras coisas qUl' tI""
ern outras eircul1stancias e llo1adamente concernente i~ eslnJtura t·" 11111
yao do cOlic, do que digo as vezes, que tal como a sirnboli/(i qll:llldii
fayo jogar sobre 0 que se chama 0 plano projelivo, prctendo 11;'10/'/ ,I
lim a m e l t r / o r a , mas falando
prop1'iamente, falar do s lIfJ o r fr ' In r i Ii"""
que se trata - isso nilo e hem entendido mesmo em um l11uilo Silllpk', ,
I
2(,I
J)Af\;lI >lJRL1TI·; Jacques c I'ICIION l\iouard. /1<,,, lIIo lS ,I Iii 1 " '1 1 .1 " :" . 1 :." '1 i ,I.'
d e I t llt I ! lg l/ e k 'I / I ~ ( li. \ 'i'
•.
101110 I. Clip. IV. ]'aris ]'J27·I'j,111 hi 1',·\",,·
g r ill/ I I I / , lir , ·
:'(':.'
Sil!li'c:I: "riII'''. '\'n(o
~~"'tl, h.'lnlO
Inuilo duvidoso.
qU~I:-'~
sinf'lniillo.
1l':.H.llIl.ido
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If:"a .Ill
COOltlll'll..'lIlt."
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por •.l' ....•
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vel. POlllilhad(1 ~. pl'l iu
Fig XIX
I
........
I~
-----~~I
(: csta triplicidade muito simples, em tomo da qual pode e cleve sc
d 'sel1volver ce1'to nlJn1ero de pontos que temos que colocar em relevo
'ollll'sle prop6sito, concernente aa que relaciona 0 sexo com tudo 0 que
.~ du sintoma; e entao este ana, espero calocar - certamellle de fOrJ1w
I\.'pelidil e nao teria muito que repetir as coisas quando se traia de catC)',lllias l10vas - repetir 0 que vai nos servir de base.
o 1.1111(para come~ar pdo meio) e 0 mais litigioso 0 Um concernc
fl ~'ssa l'I'e tl'lId id a uniao sexual, quer clizer. 0 campo onde ele estit co!tll',ull) em queslao de saber se pode se produzir 0 ato de panic;ao qLle
lH'l'l.'ssilaria a repartic;ao das fUllyoes definidas como macho e femea.
Ja t1isscl11os com a metafora do caldeirao que lembrei a (dtima vet::
tl'lV ('III IUcio caso, tem aqui algo que podemos designar como it p1'escn<,:a
tIt- till' g ill) .. de LUllfuro, como quciral1l. Ha alguma cOlsa ai que nao cola.,
!JIW llill~ I~ f'.kil e que
precisa1l1ente 0 que lembrci a poueo do abisl110
1I!!t' Sl'p;lr(l toda prol1lc)((ao, toda proclamayao
da bipolaridade macho c
rl~IlIl·II.(It' [lido 0 que 110Schi a experiencia
concernente ao ato que funda
l";'{;1 \' ..••p l'rieneia.
()11I'i{\
ilqui. por hoje, no tempo que me foi atribuido, sublinhar, que
t' dw d~"'Ke Campo Um, desse Um 11cticio -- desse Um ao qual sc agarni
~__ fr1d,11I1l1;'koda analitica da qual voces me ouviram as ll1timas vc/cs
<·~'rlqWild;IIIII'l1ft\ dcnunciar a falacia ..· i 111 porta designar dai, desse cnl1lpo
e
" -, -,It '\J g IN
II
Ii
It/III.
cl1l11nerado
L1m., nao assumi do corno unificante --<10 Ill\'.
tCt1hat1lOSposto a prova . q u e e d a l q lle fa la lo d o l'i'I( /iI!le
llltjW lllll1
que para l1(lS analistas, (c para l11uitos outros anles IlICSIIl\l
tiJ Il' II1-\",SCllllJSaparccido,
embora nao hit mUlto tempo, pOI' UIl1 pelisa
HlmlU '/l'l' dat<l do que podemos chamaI' POl' sell nome clepois de llldo,
it IJllId,1I11;nIl1arXiSI<l), II, VI:J~[)/\I)I' N i\() TI~M (1\1'11<1\H lj~rvl;\ Sj'N,\l
" - !If!'
,ili' que
ill
I (,
.~_"!NI ( 'HI,
t
I
\/1 1 '< '1 /1 1 1
qlll~r di/er a significcincia
das disc(ll'cl<incias entre U
Il.'nl ('
iS50 pOl' qua! ele.,/se da A ideologia se qucrem, 1'vl<\scorn uma condiyfio,
e que pOl' esse term a voces iriam ate induir ai it percep~iio mesma.
A percepyao
e 0 modelo da ideoJogia, VistCJ que e U111 crivo em relnyao realidade E entao, porque se espantnr') ,Iii que tudo a que exisle tit'
idealogias, desde que 0 mundo esta cheio de fil6sofos, Mia est~l depois
de tudo jamais construiclo a nao ser sobre uma prilneira refiexao que
incide sobre a percep<;ao,
Retorno al ao que Freud chama "1'io de lama" referindo-se <10 nui"
vasto campo do conhecimento,;r·", tudo isso paJte do conhecimento nbsolutamellte inundante de onde emergimos com pesar para pinyar 0 It:r
mo c O llh e c lm ( :'IIf( ) m is fic o ; nil base de tudo que tem se manifesiado
tlO
mundo dessa ordel\J, fu r a p e lla s O fo s e x u a l . Avesso de minha f6rmub.
para ~lue :Heeonhevam
que.dlgo e
t totalmenle supeltluo pretender se reportar a posiyao freudian<l \)
que quer que seja se nao se loma ao pc da letra, isso: na base de tudo t1
que tern colocado, ate 0 presentc, rneu DeliS! De satisfac;ao, 0 conll':':1
para distingui-lo dissp
que nasceu em nossos dias sob a forma cia ciencia), , de tudo 0 que e till
c ( J J /h c c itlh '/J IO .
pincei
m is llc o
conhecimento, hit em seu principio, somente
0
ato se:'\uaL
LeI' em Fr~ud,que
hit no psiquislllO fun<;oes dessexualizadas
qli\.!
dizer, em Freud, que e necessitrio buscar 0 sexo ern sua origem Iss() Il,jtl
quer dizer que exista () que se chama em tais lugares, par necessid;l\!I'"
politicas, a famosa "estera nao conAituosa", pOl' exemplo: urn ego IlW,"
ou menos forte, mois ou rncnos autdnolllo" que poderia ter lIma <'qII Ctll'
53.0 mais OUll1enos ascetica df! realidadel
Dizcrque bit das relayoescom a verdade (digo, (l verdade) qUl;~0 ,)(0 ~i('\II,I:
na.o interessa 18tO e proptiamente 0 que nao e verdadeiro. Nao e isso.
De8cu!po-me dessas f6nl1uJas, a respeito das quais sugi 1'0 qUi.' ',i'l!
carateI' incisivo pode ser experirnentado
rnais vivamellte, Eu llH",I1I\)
fayo essa observtlyao. De inicio que tudo isso estEt imp!icndo Jlij 'iii"
iamais enunciei, na medida em que sei 0 que digo; mas tatnbl;1l1 Ii "",1
'obscrvayao de que 0 fato de que saiba 0 que digo, nao bastal 1'.I'lu h.i',Ii!
Ifl\
.
I::nl~io, mesrno
.n iNti.
Carl Ciust~l\'., \1 0
(j;\II1""1111
lin,;,
Fie
S r/lp 'e n ir,'l',
1'/.-:'\'(>." t . ~ iJ J C fi" .t:('." J '
P;jJj~:.,p
!7)
l,b
1\'
t't! I ':i
e s6
iI
l:mica sanyfio dc Ciu~' iiCI Ii
SilHI de I(ido';
minha sina, mas a
que dizcm,
ap6s
IeI'
dilo
iS50,
ni'io csfOu Celio que
esle maravil.
hoso estc suhlime desci1volvimento l11oderno cia l'vh1tenulticIJ 16pic(!, Ull
(/;1 L6gica malemiltkH\ eSleja totalmente sem rela<;ao com 0 S~:SDensc
410 se !w OU 111[0 unl illO sexual. Bastaria ouvir 0 lamento de urn (';11110/
Puis to' sob a forma (k: UtIl lamento que ern um momcnto de sua viti,!'
ck i1lHHlcia que nllo se saGe que a grande dificuldade, 0 grande risco (1<1
rl1ilIc11l,'lIica, e de ser 0 Jugar da Jiberdade
Sabemos qu; Cantor j!a!J.ou
JlltJlto earo, essa liberdacle!
.
Dc
.~(i,~
0
no fun do
Nuo
~ isso qu.e toma a cOl11ll11ica\ao muito dilki!. Ou bem s<: t:;abc 0 que
s~ dlz,e 0 dJZ, Nesse caso e necess<'uio considerar que e inlilil, pUJqlit~
mnguem observa que 0 nervo do que do que voces tem que raler l'l1~
tender e j ustamente 0 que nao dizcm jamais! E isso que os oUlros eli/l;~1l1
e qu: continua a fazer seu ruido e que ainda engendra efeitos, 0 (jilt
nos for<;a, de tempos em lernpos e 111e31110mais ireqOente em I1PsSa
volta nos ocuparmos nUIlJ(l varredllra. Lima vez que se esta engajadp
nessa via, nao se tern nenhull1i1 razao de tenninar HOLJve, outro;a: Uill
ehamado Hercules, que aeabou sell trabalho pareee, nos estcibulos (k~
!1m chamado Augias E 0 lll1ico caso que conhe~o de lirnpeza de estilbulos, pelo menos quando se tratil de certos dominiosl
11,1 apenas urn l'mico dominie" pareee ,- e nao estou celio disso
, que tem relayao com 0 ato sexual no que ele interessa it verclade, c
~ ~rt,aternatica, no ponto ol1de cia, conflui com a 16giea Mas creio que
j 01 lSS0 que permrtlLl a Russel duccr que nao se sabe jamais
se 0 que
fie avan~~a e verdadeiro. Niio digo: verdadeiramente
verdadeirol Verda"
(lei:-('), ~im~lesrnel1te De I~HO,e v(\rdadeiro, a partir de uma posi~;u() ek
dehJ1lyao oa verdade se tal e fal ou qual axiomas saD verdadeiros,
enUi{)
tun sistema se descnvolve e se ,iLliga se ele e cOl1sistente ou nao.
Qual c a reJac;ao disso com 0 que venho dizendo, a saber, com a
wrdHde na medida em que ela neeessitaria a prtlSen~;a, a coJocacRo em
Ijucstao como laL do lito sexuaP
,
N .4 0 Ii(; a to s e :rllo l.
(digo: ()
~)orqlle
que nao dlgo l
aqu,eles que sabem
a
mento,
lSSO
111odo
que a f6rmula que a verdade concerne ao real, IIi.] tlll'did"
ai pelo ato sexual. por eSlc aip sC\Uiil <Iv
inicialmcntc, que nao corio que elc exisla
rml'PIi\ ij;1<;
gill que \,.,s(amosengajados
1I1de ilVillH;:O
e
tenha apenas de que~'intere::;se a verdade ,·,me pareceria a fl)Hnula I1wis
justa, 110 pontn aondc clJegamos.
EnWo., (1 sinloma, todo sintomu, e nesse lugar do Um furaclo que ell'
se liga. E e nisso que ele cOl11lJorta sempre, pOl mais espantoso que IHl;;
pare((a, slla face de satisfa<;:ao'- digo, ao sintoma
A vcrdade sexual e exigclltc e vale melhor satisfaze-Ia Utl1 ,pou(.:p
mai::; que pou(,;o menos
Do ponlo de vista da satisfaC;<lo, um si ntama como tal, podemos COli'
cebe-Io como scndo mais satisfat<')rio que a leitura de
cia!,
UI11
r~
0
indiquc.
PaSSC1110S HO Outro, como Jugar on de toma asscnlo 0 signific1IIk
Porquc niio dissc ate aqui.. cle estaV<l la.. 0 signiflcante, porque 0 Sigllil,
cante St) exist.e (,;Omo repeti<;:ao. Porque e de que JilZ vir a coisa dl~ '1111
se trata como verdaddra.
Na origem, nao se sabe de onde de sai. Ele nao e nada ., dissl'
t'i1tima vez ..· que esse trayo (jUt: e tambem coric, a partir do qllal <l ITI
I)
"
dado pode naseer
o Outro C 0 reservat6rio
o material so acul11ula
f,:
do t'~llo de
qUl.' () ,1111 l
IllUlto
e () r e a l .
a possibilidade do ato Sl'\lIiti
for-mnl. Vejam, insist(), nao e'l Retol'lw a islnl
sistema
() que isso pnwa
bell1 que nao
que cerne
fllUih!
11\'111,qilt
do
ntH\
I",
tit'
n
desagracbveL e que isso (~falso 0 Olltro .. no fim de tudo e se n,lo
ainda adivinhaclo, 0 Olilro, Ii! tal como eSla escrito, e 0 C( )1\1'1)1
Porque se chamaria algul1la coisa como um volume ou um objcto.
rnquanto que slIbmeliclo as leis do movimento, ern geral, como 1S50, Uill
\'\)rpo"') Porql.le se fala cia '"queda dos corpos''') Coisa curiosa a (':-;te11"..ilo cia palavra "corpo'"
QlJaI a relayao entre lima pequena bala qUt;;; l'.ai
rb torrc de Pisa no COIVO que e 0 nosso se 1150 e s6 a pattiI' c1isso que C
IIIll'ialmenre 0 corpo, nossa presenr;:Cl de corpo animal que e 0 pril11eiro
Illg;l1' olldc se coloca as inscri~~6es, 0 primeiro significanle, como ludo
;;ish ,ii para sugerir-nus nossa experiencia
Por causa disso, claro, qu~
"" !iil:, ap"ixooarnos
sel1'lpl'C pclas coisas:
qUHodo sc {~11ade feridn acrcs<-,'Il!!II\] "11111clsica" e se pcnsa em scguida que isso cleve alrapallHlr
()
~Pjl~iilJ, qllc nalurnll11el1tc
urn idiola l Nan lem a ideia dequc () in(e~ressl'
.hl knda c a cicalriz.
livcrem
e
para 0 mo,
muito provavclmente
urn nllo que f1aa se tem provado
lll'ilhllll1
detinel11
Neste ponto, cntao, 0 qLle IS isto? 0 que e esse Outro, 0 grnll(k l'lllli
A maiuscl'l1o') Qual e sua substancia')
Me deixei dizer - pois IlU verdade, embora a verdade, C I1CCl'SS:trI11
Cler que me deixo dize-la men05 e mcnos, pois nao a escutam Illnis
l'lIfim l Que nHo a escuto mais, isso lIao vem mais nos 1l1eus ouvidos
me deixei dizer, durante 1111l tempo, que camuflava, sob esse lugar do
Olllro, isso que chamam agradavell11cntc, e clepois de tudo, porque IJilO,
tl 0spirito.
t'illt )('ildtIS
i
C
I iii
que nao se possa provi!··!o? Agonl Lill' ~,;d't'''!!1
COll1putitvel, nao decidivel mesl11O, nil\) ill1plll;1 1'1
da Biblin poderia estar ai para lel11brarmo-nos, com (H, iU11~
no ('undo do dad\() ()llCk van pastaI' os rebanhos de .1it c,', "
. 'lnt iF; di!'('n.:ntcs t!1HluCS para impor ao corpo a rnarca nao datll11 (k UIItf!ll ""iIO cOl1lpletamente radicais:
que se nan se parte da idela de que
l'tlnfonl;l
histt:riC(l sob sua forma mais simples, aquda tin " r u g ill/( ;'"
p tvlll q11e ser (,(H1sideracla C0l110 U11l misteric\
mas C()IlJO () prillcipio
\ kilLlnl
/d
() il1 1 j!o s s h 'e l
que
o
de matelial
i1l1pnssivel. Quando digo isso, nao digo que de nao exislH IsS() n,',o 11,1<,
ta rani dizc-lo. Pois 0 impossivel eo real, muito sjmp1<.~smenl(, () I. ,d
pUJ'O. A ddlnicao do passive! e'\igindo sempre uma pril11eira simlH ,II
~'ilo Se excluirem essa Si111boliz.a~ao, aparecenl mUlto mais Ilillllrid I.". "I
!'(lrInl.lla:
irracionalidade,
Ul11
romance pnli
Hil mais reJilyao entre um sill(oma e 0 ato sexual que entre a verdadl' l'
o "nao penso" fundamental, de que Ihes titlei no inicio dessas ref!e\,(H.':-.
que 0 homem aliena ai seu "nao sou", muito pOllCO suportilvel. Em reLI
yilo ao qual, !lOSSO alibi de "ser rc:ieitado" de hil pouco, ainda que 11;lll
lotalmente agradilvel el11 5i mesmo, pode nos parecer mais suportilwl
Entao? Termino nesse instante com 0 Um.
necessarin quanto H islo
que
lalmente,
crevem v'()lumem inteiros sobre este dominio do estatuto
cidiveJ e que podcl11 perfeitamente
de1ini-lo logicarnenw.
i.
mesmo de toda possibilidade signincante ....
Nao tem que quebrar a cabeya ai: 0 corpo c feito para inscrever HI~uma coisa qu"e se chama a marca, i5S0 evitaria a todos l11L1iLOS
cuidados
~ 0 repisar de llluitas besteiras. 0 corpo
feito para ser marcado
L
scmpre se fez. Eo primeiro comeyo do gesto de amor
scmpre mais 011
menos 11111 esboyozinho desse gesto ....
0 primeiro efeito, 0 efeito 0 mais radical
Entaol Dito isto, qual
dessa irrupc;;ao do Um l1a medida em que ele represcl1ta 0 alo sexual nu
nivel do corpo?
Entao, c isso mesmo que faz nossa vantagem sobre certo I1l11nero de
especulayoes dialogadas sobre as relayoes do Um e do Multiplo. Nl')S
sabemos que UI11 nao e tao dial6tico quanta outl"O. Quando esse Um f ~ \ 1 irrupqao no campo do Outro, quer dizer no nivel do corpo, () carpo cai
em peda,;os.
o corpo despedayado eis 0 que nossa experiencia demonstl'a existir
nus origens subjetivas. A criany3 sanha com decepamentol
Ela rompe it
bela imagem do imperio do corpo materno. Eo que sente como all1ea~a
C de ser por cIa, a mae, despeda<;:ado
Nao basta descobrir essas coisas e explicit-lag por lima mecanicazinha, Lltll pequeno jogo de bolas: a agressao se l'efiCle, se rlJcO\'ia, rctorna, e parte 110vamente ._. quem come<;:ou isso? Antes dissn, poderin
ser ulil colocar em suspenso sua fun<;fi.o, desse corpo despeda<;ado. Quer
dizer, l) lmien vies pOl' oncle nos interessou de fato, a saber, sua rcla~al)
com iSBa que pode tel' de verclade, na mcdida em que eJa mesma este',
suspcnsa na C.·I.I.1'I0C.:I(l e na V e r b O l g c n h e i l na caracteristica
conticla"('(' do
e
e
e
ato sexual.
A p,1Jiir dai, certamentel A nOyao de Eros sob a forma que recentemente ridicularizei de ser a f(lisa que unirJa, de ser Ul11trayo irrcsisti\'el,
toclas as ceIulas e os 6rgaos que c.ompoem n0530 saco de pele (concep<;:30pelo menns mistica, pois nuo fazem a menor resistencia ao que s('
extrai deles e 0 resto nao se pOl1a tao mal) e evictentementc uma fantasia
compensat6ria
dos terrores ligados a esse fant(Jsma 6rl1co que venho
descrevendo.
Iss<\. ali{lS, 'Hie> C mUlto explicativo.
Porque nao bllsta 'JIll': 0 1l:IIUI
l'xisl;J pam que clc, 0xpliquc 0 ClllC quer que seja. i:: antes ele litH.' \: lit'
u.:ss(lrio 0xplicar. E porque vale a pena se dirigir n3 vi;] do quI.: dllllllP
S I8 /( '1 I1 1 1c o /ls is le ll!l!,
16gico, pois, com efeito, e necess;irio qllo e!H':,l',DS'
Sl~1110Sa isso agora com 1'( 11((,)[1): 11.;\ I~~;~;I~
()IJ!RI) (com um A l1Jnills.
cillo)"?
c
Qua]
a posi<;:ao dcsse cstr[lllho duplo que torna, ObSCfVt'I1HIO, II
Silllpks'l Pais 0 Outro (com A maillscu!O), de nao e dois. Essa posi<;:;}o
en!,)o, de duplo, que lama 0 simples quando se trata de explicar esse
Ulrjoso UIll quo S0 liga na besta com dois dorsos, clito de outra !\\1Ill<i..
JI\) abra<;:o de dois <.:orpos Pais e disso que se lrata
Nao e desse Uml'llgrayado, que 0 Outro <6 ai nela l11ais el\gra~ado. Nao lui entre eles .- quell)
dizer eSf'e campo do Urn, esse campo do Outro·- nenhuma ligay<lo ;\0
conlritrio. E Illesmo por isso que 0 Oulm e talnbem 0 ineonscienle
Quel
di/cr, 0 simoma s e t/1 s e /I s C t / l i d o , privado de sua verdade, mas ao CUll.
IrArio, carregado. sempre mais do que ele contcm de saber. 0 que os
separa, UI11do outro, e mais precisamente 0 que constitui 0 suieito
Nan he) sujeilo da verdade., seniio do ato em geral, do ato liue lalvel
n,10 possa exislir enquanto ato sexual lssa e especificarnente
l11uito car
lcsiano: 0 sujeito nao sabe nada dele, senao que ele cluvida. A clllvida
"a duvi cia" como diz (1 ill\'~joso que Vl~l11vel' pelo buraco da fechadllJ"
11111traseiro em posi<;:ao de cOIICronlo com as pernas que ele conl1l'n'
[rem, ele sc pergunta ...
Justamenle, se isto nao c Deus e slia all11,,:"7,0 fundamento do sujcil<l
de Descartes, sua incol11patibilidade com a ex.lensao nao e razao sidici
:lIte pUI'f1 idclltiA.car 11(1e\:tensi1o, 0 corpo; mas sua exis . , slla C\,I.:I\I:'l1i)
de sLljeiro estit ao l:ontrario, pOl' Isso., fUJ1dada. E ao tom3r pdn \i,~s l/,II'
:Ipresentn a questao de sua j()ntima
n:l0 dn almH- nHo 6 Illais lima.
unian com
0
corpo~, lido du
sujvit\\
.
Basta reHetir com isso que nau hit (atet1\;fto, hein, aqllclcs quI,.' 11.1(1 t;',
I,lt) habituados!) qwwto ao significanle, qller dizer nH ('slrutfll'l. 11\'/11\11111
()ulro stlportede lima sllperficie, pOI' exemplo -" a nilu :-;•..., q 11l1I:1I ,)
que cia constitui com sua borda. Ha apenas isso que a cklllll' lie, ('11i
;IS coisas um grall, tomem as coj sas no ni vel do volume, Il;'ln 11" ;11 !llli I {I
s u p o rte
d o c o rp o
E s U io
ou nao com
um a
o
um
que
0
g ra il
ser de nenhum a
E n ta o ,
E s to u
do
c O l1 e -
que
o
tre s
lile s d e ix e
O u tro
lin h a s ,
c o n tro s
d iz e r
e
f:: s o b r e
da
eo
0
e
O u tro
do
e
qu~
a
do
S ll
S llJ e l to c " I ,1
"
p a s s lv ld a d c ,
,C C ~ lV O ,
a tlv ld a d e ,
p O l' n e n llu m a
a
to m e m -n o
com
nao
onm
nao
a
S L I-
p o c k lln
m e S lllll
vez,
que
o b je to
ta m b e m
com o
c e rto
i n te n c io n a l
sc
ll~ ,O
-'
d a h o ra .
ser que
s u a n a tu re z a
m in lls c L tlo ,
ta lv e z
e x a g e ro ,
caso
0 { [ m in lJ s c L J !o ,
p r()x iflla
sua
m a rc a
c e rta
m as nesse
que
a
d o C Ju e fa z se u c o rp o ,
de um a
r d a < ,::J o
d o q u e s e c h n l1 1 L 1
d is s o
e O u tro --
fo rm a ,
tc m
o O u tro ?
te m p o ,
d o in c o m e n s u n iv e l
esse
Um
d e a lg u m a
dependa
a q u i h a je ,
a sa b e r,
p a ra
p re fc rc n d a
e n c o n tro
nao
com o
p o s s iv e l
a im a g e m
Li«;ao XX
_
a q U l s c e la s
e m a to .
O u tro
a flito ,
d c fin i
com pensado
a fir m a y a o
de qual
que
que,
que de
de
i::;s o - q u e
a b a ix o
ta m b e m
bem
p a ra d o x a l
a
e s tru tu ra l
fo rm a
s e u re c ~ )l1 e ,
d e c id o
nao
m a s to c ia e la b o ra c a o
e x ig e
e n tre
q u e fa z c o rn
fo s s e e la s u a
com
sexuaL
e x p lic a
q u e p re s id e
to p o J o g ic a s ,
d e b o rd o s
n e s ta ju n y a o
se m p re
b e r,
a to
0
a lg e b ra
je ita ,
q u e a la m in a
a i v e rd lid c s
Foi
e
0
dai
C aque1a
,
p rim e iro
que
te m p o
p a lii
nos
de
1 1 5 ,0 "
que
l 'n 0 \1 d e
d e m e d ld a
re to m a re m o s
V o u te n ta r
n u s '; p
(ra m
em
ta d o s
bem
p rc e n d e r,
nessa
cscapar
I C ltlg ia r - s c
a d o ta
o c a s ia (),
a o jo g o ,
1 6 g ic a
Iia l
-
que,
sa b e r,
a
se
s u je ito
e n fim
s e r triv ia l
p O l'
voces
que
d a c a s tra y 8 0 ,
c o is a ),
la d o
d e jJrh-,
a d e s ig n e m o s " ~ :
um a
d ia n [c d e v o c e s
lo g ic a
a rris c a d a ,
a voces
pude
l1 1 o s 1 ra r-lh e s
e rn
me
0
p a lp a v e l
ncm
I ill's lllO ·
e l1 1
s(' n
r e g r e s s iv a
p re -a lg u ll1 H
p O I ' o u t lO
1 1 (1
c n c o l1 -
a n a lis a d o ,
p o s ir ;.a o
U 1 l1 a
p o d e ria m o s
11<10
e ll p o u p o
c : - < p lic it a r n c n t e
Ille s
d illc s
a
p o is
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q u e () s u jc ito
0
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que
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0
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q u a lq u e r
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n tJ ln c r o
v e rd a d e
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p re fe riv e J
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ll1 C S J l1 0
ta l c a m in llo ,
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que
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passos
( 1 I1 U Il-
la lv e l,
s u b c s s a f o r m a filc il q u e c s c o lh i d e n tr e o u tr a s , c n llm , q u e
p f ( '\ I , ~ n c lo
I 'll
que
esboQ ar
- de
1 e n ta n d o
> ; i l l l l 'k s m c l 1 t e
I fill.
que
p re -g e n ila l,
c c1e q u e
a s C o n n a s n a s q u a is
J j ) ( 'I l I . C ,
--
nos cham am os
que
a in c id e n c ia
1 < ) q u e , ig lla lm e n te ,
. J l1 ~ ,illa S
a rc a n a
a rc a n o
d e c is iv o s :
0
d e s ~ i~ lv e l,
nesse
um
n is s o ..
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IlIlH I\)
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scr
o s m o m e n to s
S c te n to , e s te a n o ,
r ill
de
pre - ( p r e - e d i p i a n a ,
'l i n d a :
1 ( 1 1 \ . . 's c r i a
pnm
d e ix a
a n a lis a v e l,
s lIje ito
011
fa z e -l o s e n tra r
nao
p s ic a n M is e ,
m illh a s
llltim o s
d o in c o m e n s L lr~ lv e l:
s u r g e L o c la q u e s t a o
0 1 .1
ra n i
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lin
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ll;f( l
[(,j
It)
q u e ~ ) Ca s s \ J ! ' I I I ; t
s u j( 'ilo ,
do
'I I I I . '
cmregar-se a esses exercicios penosos, que sau aqueles da prn"a ,11):11111
va cornum e que'sc distinguem nosses tipas de rodcios .. de (ksvil1s ill
sensatos, que part::ccm scmprc necessarius para dar conta dCSSl' jn;'\l dt'
posi(.ocs Iibidinais a coloca\:i:'w em atividade de tocla UJlla pupuLl<;,'IU ill'
entidades SlIbjdivas, que vuces conhcccrn bel11 e que so dispers,!ill p",
toda parte. 0 LlI, 0 Ideal do eu, 0 Supereu, 0 isso, atc meSlllO sem CllilL11
que podcll1oS i:lgregar de novo, de refinado, ao distinguir u Eu j(k:d
°
e 0 Ideal do eu, isso tl.ldo nan carrcga
CI11si .. mCSInn. como
51;' nl/
iJ;J
associando-se ai 0 S C :!/; \jll\',
pOl' ser ai manifestal11cntc associado para trazer alivio a essa Jr1ldlit!:\ll
ridicula, nao deixa de fracassar pOl' representar Hpenas, da forma Cplllll
manejado, uma enticlade suplel11cntar. Enlidades, seres de razau SCl1lj111
inadequada, a paTtir do momenta em que t~lzemos entrar em (erm ,it1I1l1modo COHetn, a f'urlyao do sujeilo como nada mais do que i:-50 qll\.' \'
representHdo pOl' UllI signiflcante em relay 30 a 1I11l outro signillcallll'
Um sujcito nfio e de forma alguma umH cntidade autonoma AP(,'ll<l~ (\
n0l110 pr6prio pode dar cssa i1usao. t demasiado dizl;)r que 0 Eu ( j e ) :,ci:t
slIspcito- desde que Ihes falo, de nao cleve ll1ais s0-lol Ele e prl'rl~;1
mente apcnas esse 5ujcito, quc - como signincantc
ell (it.!) rcpres\.'Ii!,l
para 0 sig,l1ifkanle a l l c " ~ , pOl' exelllplo, Oll, para u par de signiflcantl.':' n
fecho ( l a h O lle / c ) : eumc calo (ie la boucle)! ',,..
(Voces seillem que se eu [01110 essa f(lrll1ula e para evitnr a 11)1111"
algl.lJl1 tempo na litemtura
<lnglo-sax()nica,
l.'
pronominal
"je me tais" (eu me calo), que segunllnente come~'·;I1I:1.l
nos levar bem longe sc coJocassemos a qucstao do que quer elizor \) 1/1<'
nessa Cunna com0 em outras, E voces verno como sua nl mejada accp(,'.i('
rctlctida
qualqllcr
so cspalha Hum Jequc que uaa permite em nenhum graull1l'
1i:11
consis16ncia)
l~ entao uma fun~~ao, uma fUI1c,:a.o subjetj va, que 5C chama a (,1::11;1
~ao, da qual devemos nos lcmbrar que nao deixa de ser surprccl1d;'llk
que 110S deem-na (e issu nUllca foi dito anteriormente, quero dizcr, <lilli',
cia psicanalise) que nos deem como essencial para 0 acesso :lquilll qlH
chamamos 0 "genital". Se eSSH expressao fosse pcJi'eital11cntc aprupll:'
.~()i)
l.tJ C :1 I1 jo g a
dik1\'lllc',;
c .o n '! : if t ig o
qU;\Ilc!O
n
'
H u h s t a llli\'p :
~c' [lCflsclnlt'
o j" .
i,.~
N.
\)
r.
p r o llO Ill(:
:·1
\l: l'h p .
0
qoe
it/I
" ,t .,'/llld i) ·;
dH quero dizer que e1a naa 0 e - pocleriamos nos maravilhar com l':o:sa
t'0isa que, entao, se exprirniria assim: que (digamos.enfim,
como isslJ
t." illYresentaria se 0 abordassemos de fora e, enl suma, estallloS ll)clns
M'l!lllre nis501..)
que a p C 1 s s a g e m { / O f a t l l a S m f t
do argilo e, l1uma cenil
hJlli;:lo, seguramente privilegiada desde entao, a genital precisarncl1tc.
wl'tssaria para que a fun~ilo se cumpra. Nilo vejo aqui nenhurna fornw
tk ~,air do impasse, senao dizer."c um psicanalista, de ili1portancia notnvl'l na lopogralla politica, empregou esse meio, quero dizer que nH
\ lI:l<!il de uma frase, sem mesmo perceber
bem 0 aJcance do que e1e
~ ;I, c'le nos afirma Cjue, em suma, a caslra~ao ... bem,
1lI11 sonho J
!sso
\'!i1I'l'l'gaoo no sentido de que sao hist6rias de pacielltes ...
Ora, nao (;\absol utamente i sso: a caSlrayaO e lima estrutura,. como eu
!vwhrava ha pOLICO, subjetiva, de rato csscnciaJ, preeisamente por isso:
'pli' i"go do sujei10, pOl' mais delicado que seja, entra nessa questao que
:J 1l"!I.:amlliseetiqlleta de 0 "genital".
e
Ikvo
I'l'Il"t'IlH
c1iz.er que sobre esse impasse,
abenura, ler, como dizem,
eu penso
tel'
suscitado
uma
l11udaclo alguma coisa nisso, ja quc,
I )eus, nuo t~!Z 11111itotempeL foi hit qU<ltro Oll cinco cncontros alr<1S,
(jill' l'll intToduzi
a obscrv<lyuo de que nao se dcveria tratar senao da
i!llwdw;ao
do s u j e i l o a t:ssa funC;.3o do '"genital" (supondo que saibnil'll
flillns
0 que qllercl11os dizer quando 0 dWlllamos
assim). QueI' dizcr, da
pd!':"lgem da fUllyaO an ( f l o . E 0 queslionamento
de saber se esse alO
plHk l11erecer 0 titulo de alo scxual -. Nao tem? Tem'! ( 'h i /0 s a ') Talvc/.
tvolla.
Nos saberemos talvez 1I11l dia se existe urn ato sexual SC, e l:lI
H ili rnll1entar,
0 scxo (0 mell, 0 sell, 0 de VOCes) repousa sobre a fUl1y <ill
ill' LillI significante
capaz de operaI' nesse ato.
quer que seja, niio podeliamos de rnodo algum escl1par dilisl1.
afirmado nao sOl11ente pela doutrina, mas que encontral11 os cm It)
,hi', uS giros de nossa experiencia:
que nao e capaL de operar no senlido
di! itlu sc\ual -- eu ralo de alguma coisa que parece com isso e que' n:'IO
1\ • it' a isso que YOU tentar me referir hoje, para introduzir
prOpriilll1CIIIV
Ittlando 0 registro) a saber, a perversao·- nao e capaz de operaI' de ull!:1
hUlll;t
que nao seja cuJposa, que 0 sujeito dito c a s lr a d o c - 11(')S rqH'11
Jill I', dn modo como esttt nos dicionarios,
(um scntido para nCICS\.'l'liI:1I
(l
'Iii\.'
liliC
l;
,\ palavra "castrado") .,- e ll r e g ie ; ? " , (n50 e ir rtluitG longe exprimir--se assirn). C 'N r e g ie COlli 6;se complexo que chamamos 0 complexo de castra·,
<;ilo 0 que, evidentcmenle, nao quer dizer que nbs sejamos "complcxa,·
dos"., mas que. ao CUllllflll0, como toda literatura psicanalitica
digna
dcsse nome, (qucro dlzer" que nao seiam as tagarelices das pessoas que
nao sabem 0 que dizern) 0 que aCOl1tece mesmo as AltasA.utoridades"
o que quer clizer exatamente" em toda literatura anal.itica saclia, que somos, cEria CU, l I o l 'l J / u / i ; : a d o s em rela<;ao ao ato sexual. Jsso nao quer
dizer que l1ao cheguel1los ai, QueI' dizor, pelo menos, que estamos no
bom carninhoi
Fnfirn, ! I ( ) / '/ ! l ( l tem um scntido hem preciso na travessia da geometria
pura para a geometria Illetrica. Em reSlllTIO,entrarnos 1111nJacerta ordem
de ouro, que
de medicla, que e <lquela que tento evocar commeu 111:1l11ero
aqlli eu repito. e i5S0 C metaf6rico, reduzanHlO ao termo do incomensuravel, 0 l11(lIS amplo que seja em relayao ao 1ll~nlleroUI11,
Ent~o, 0 complexo de castrayao (eu 0 digo. mell Deus, e e5pero dizc10 somente para os 110V05ouvidos) 1130poderia de modo algum se COIItentar corn 0 suporte cia pequena ])I5toria do tipo, papai di5se "Vamos
corIA-1o . se pretendes suceder a teu pai" Iniciahnenic porque a maior
parte do tempo (como todo mundo, ha muito tempo. pode certamente se
dar cotHa, em reia,:fio a essa hislorinha, dessas palavrinhas) ..foi l1liirn5c
que disse. Ela () dl sse no momento preciso em que Jean':'!, efetivamentc"
sucedia a seu pai, mas nessa medida IlHSdica em que ele se rnanipulava num caminho. tranqOilo como Baptista;7c Que ole manipul'I\/<1 sell
negi)ci I1ho eviclentemcnte como papai jil havia feito na suaidadel
lsso nao tem nada a vel' (:OlTl 0 COl1lple.\o de castra;;;ao! E Ulna historinha que nao se iCJnlOlI maisverossimil
pelo fato de que a culpabilj·
clade sobre a maslurbac;ao sc eneontra em lodas as viradas da genese do~
dislll1'bios dos quais nos ocupamos.
Nao e suficiente diz(~rque a masturbaya~ nao tem nada de fisiolmdcamente nocivo e que e pOl' seu Jugal' numa certa ecollomia, subjeli~a,
dizemol'j precisamente, que ela toma sua importanda, Diremos mesmo
'" como lemb1'ei num& dessasLdtimas
vezes
que da pode tel' um valor
hed6nico bem claro, ja que, como lembrei, pade levar ate ao ascetisl11O,
E que certa filosofia pode fazer disso·- na condi~ao evidente de tel' cOIn
sua pnhica uma conduta total coerente
um fundamento do seu bemcstar Se Jembrarmos Diogenes, para quem ela era nao apenas familiar,
mas que a promovia como exempJo do modo como convinha tratar 0
que resta, nessa perspectiva, 0 pequeno excedenle de c6cegas orgi'micas:
/ililla tio . Devo dizer que essa perspectiva
e mais au menos imanente
a toda posi<;ao filos6fica e que se apossam ate de um ce1'to ntunero de
posi90es que podemos qualifiear de religiosas, se eonsiderarmos a lecolhimento do eremita como alguma coisa que, em si, a compOlta.
Isso nao c0111e9aa tel' interesse -- pOl' eonseguinte na oCRsii'lo seu
valor culposo· .. senao quando nos esfor~amos para atingir 0 ato sexual.
Entao aparece ista que 0 gozo procurado, de llma parte do carpo e que
desempenl1a Ul1l papeL (digo "que desempenha Utl1 papel" pOt'que nao
podernos jamais clizer qlle um 6rgao
fello para uma fun9ao; tem-se
6rgaos, eu digo-Ihes isso, .. so voces generalizarem urn pouco, se voces
de tempos ern tempos fazem sexo;;71 t~ se voces ttmtam ref1etir: 0 que
sella se voces estivessem naquilo que clitlcilmente sc pode chamar sua
pele, e11tao voces compreenderiam
muito rapidamente que nao e a fun<;:ao que faz 0 6rgao, mas
0 6rgao que faz a fuw;:ao; mas enfi m,
uma
posiyao que val muito contra 0 obscurantisme dite transformista no CJual
nos banhamos, para que ell insista. Se voces nao Cjuiserem cre1' em mirn,
vollem cl corrente principal),
e
e
e
I~entao completamente tom de proposito alegar, segundo a tradiyiio
rnuralista ... eo'om, segundo 0 modo que isso se explica em A D i v i i / I I
( ''u m J d iL i" '\ que a masturba<;ao
cuJposa e atemcSlllO um pecHdo grave,
purque tao 50mente isso desvia um meio de seu fim". (0 f1m sendu
e
270
h 'm
/ '( ~ K i e :
J ..e lie /it
:?71
.>72
l,elel';llc:ia
ao 1\·qlJ.l'1I0
,!tXIO J):Jlisla,
l.'ranqudk.
CnnHl1~
dl",J1ks
l'e~lf~
I,,:j
2CHJ()
I!aptisi('
}1('"
(,xmtr~lj:ldo;-;i! pn.,'Vn l~,ohrilhkl dl.':-;pt.:sas
o'hras j1l1blicas ou lrnhalhos
! ? ,.! h e r l. l"d.
11~IIlS,que
HnplistG:
IlOl'lIl:"'c:,,,
~1I1
l'iilllc:0s,'
,1.:1111,dai
arli<:tl!alld0
~·nHI(1l0<)11l
Jeall
NK
27·1
No originaL,.hire m o u le . e uma cxpressfto Illitiga e pouco habitual que, pOI "Ill"ip ;HI
da concha (do Illc:\.ilhao) que evoca 0 genital icminlno. 6 USHU(JCOI"liO ;~illOlilflJll
fornwlO
all.lsHo
II'" kfliros,
H
om tipo
NR
C()111iGo,
il1lbl.~ciL
de
~~J11l1H illlPCl"lUk{\l,,;L
do
'Iff)
st,xual. NR
;'7·1 nANIF. La Divine COlnedi(:. "Purgatoire"
XXV'!
a produyao de pequenos crisHios, - ell voltarei a isso, flaO imporia que
que 0 disse na ultima vez tenha escandalizado - ate mesmo a pequcllo~
bem. que seja para levar 0 meio 30 patamar de fim, iss(1
prolctarios.)
!laO tem absolutamente
nada a ver com a questao tal como devemns
caloca-Ia, pois que e da norma de urn ato, tomado no sentido plello
que lernbrei dessa palavra ( ( / 0 , e que nada tcm a ver com as rejei\(ws
reprodutivas que isso pode ter Hoflm da perpetuavao do animal.
Ao contrario, devemos situa-Io em rclayao a isso, que e a passagCl1 1
do sujeito it fUl1yao de significante, nesse lugar preciso e totalmente fora
do campo ordinario onele fkamos
vontade com a palavra a / o , que st'
chama esse ponto problemMico que e 0 ato sexual
Que a passagem do g020, ali onde ele pode ser apreendido, seja ..
-- pOl' uma tal interdic;ao
(para limitarmos a uma palavra utilizada), a
uma certa negativay 30 (para ser mais prudentes e colocar em suspensR\l
isso que lalvez possamos chegar a formular de uma maneira mais precisa)- que essa passagem, entrelanto, tenha a relayao a mais evidellll'
com a i ntroelllyao desse gozo a uma funyao de valor, cis. em toclo caso,
o que pade se dizer sem imprudencia.
Que a experiencia
_. uma experiencia,
meS1l10 onde, se POdCU10S
dizer, lima certa empatia de auditor nno seja estrangeira .- nos anundll
clessa passagelll de urn gozo A func,;ao de um valor, islll
a correlayao
e, sua profunda adulterayao, a correla9'~o disso com ... (eu nao tenho
razao alguma de me recusar ao que aqui nos oferece a Iiteratura, porqut'
como acabo de Ihes dizer, l1ao ha al qualquer aces so senao empklticll,
i880 cleven1 ser purificadn
scwndariarnente,
mas enfim, nao nos ft'C"
:>;111105a eSSe C1cesso, llem aqui ncm alhures., quando estamos num ll'l
reno dilleil) .. tendo pois a mais estreita reJac;ao, cssa C a \ ' I / ' ( / ~ ' a O , l't):ll
a apariyfto do que se chama 0 o l? /e lo na estrutura do orgasmo, COil)"
.. ell Ihes repilo, nos estamos s0mpre na empatia - ele
indicado W ill! I
distinto de um gozo, ah' como iremos chama-Jo? .. "auto-er6tico"'?
('
Ulna concessao ... m a s { u r h u / ( ) r i a e isso tudo! Sendo dado 0 de que' '.t'
[rala, isto e, de um 6rgao, e bem preciso.
Porque, eomo 0 auto ..erotismo.
Deus sabe 0 que ja fizeram e () '1"('
vao fazer! E como voces sabem que
justamente ai que se eohxa ;\
questao, a saber, que esse auta-erati S1110,quetem aqui efeti val11ente, t1'lt
poderia tel' -- Ul11senti do bem preciso, aqucle do gozo local e mlHlCj,)\!vl,
como tudo que local, faremos em breve 0 banho ocd\nico no quai lnl'
(l
a
e
e
e
e
que marcar sua posiyaa! Como eu Jhes disse, quem quer que l'uilde
coisa qualquer sabre a ideja de um narcisisrno pri.mario, e purLn
dat pnra engendrar a que seria 0 investimento do objeto, estct bem IIvlI..'
para continual' (porque e com isso que funciona a psi.canillise atraves do
mundo, como indLlstria culposa) mas pode, tambem, estar segura que
ludo 0 que articulo aqui feito para repudia-Io absolutamente.
Bom l Eu disse, entao, eu admiti, eu falei de um objeto presenle no
orgasmo, Mia ha nada mais facil, dai, que ir - e certamente nao deixnriamos de faze-Io - em direyao it infantilidade da dimensao da pessoa I
"Quando copulamos, n6s que atingimos a maturidade genital, temos
profundo respeito it pessoa": assim se exprimiam,
cerca de vinte e
cinco ou trinta anos, especial mente no circulo de psicanalistas franceses,
llS que til1ham aflnal de contas sell interesse na hist6ria da psicanalise.
Sim ... 6 issol Nada 6 menos segura, pois precisamente,
colocar a quesH'io
do objeto de interesse no ato sexual e introduzir a questao de saber se
i..'sse objeto 6 0 Homem, ou entao / 1 m homem, a Mulher ou entao l i m o
l1\ulher.
Enflm, a interesse da introduya.o da palavra " a / a " , de abrir a questa(),
que vale a pena finalmente ser aberta - porque e certamente para mi111,
271
que a favo circular entre voces
- de saber se no ate sexual
(embora
que com nenhum de voces isso jamais tenha acontecido ... ) um ato sexu··
ai, se isso tem rela9ao com a advento de urn signifieante, representando
\) sujeito como sexo em relay 80 a um OUiTO signifieante; Oll se isso tern 0
valor do que denominei em oulro registro, 0 e l l c o n f r o , a saber, 0 enconII'\> unicoi
Esse que llma vez tendo acontecido e definitivo.
Naturalmeote, fala-se disso tudo. Fala-s<;~... e isso 0 quetla de grave,
/'a!a-se ligeiramente.
D~)toda forma, indicar que existem dois registros distintos,·
a sa bi..1
I,
:.;l' 110 ato sexual 0 homel11 chega ao Homen1, ern seu estatuto de hOl11Clll,
\: it ll1ulher tambem -, 0 que e I1ma questao bem olltra do que saber sc CIl·
\ pillramos ou HaO 0 parceiro definitivo. Jit que 6 disso que se trata quando
(:vocamos 0 encontro. Curiosa!. .. Curioso que, mais os poetas 0 evoquclll,
111'110<; isso
eficaz na consciencia de cada um como questao.
IlJOS
llln8
e
ha
e
e
e
Qualquer que seja a pessoa, de tocla forma, pode fazer sonir doce
mente aquele que tem uma ideiazinha clo g020 feminino!
Existe ai seguramente um primeiro ponto muito interessante a 8('1
colocado inicialmente, como introduy8.o atocia questao que se pone ~s·
tabelecer sobre 0 que chamamos de sexualidade feminina. Embora 0 dt'
que se trate s~ja precisamente do seu g O l O .
Existe uma coisa bem celta que vale a pen a ser examinada: e qll~'
a psicanalise, sem uma questao tal como essa que acabo de proehl/ii,
tom a incapazes todos os sujeitos instalados na sua experiencia - nOllll.'
adamente as psicanalistas - para afronta-la minimamente.
Os machos ... a prova e feita, excessivamente,
sobre essa questau d'i
sexualidade feminina, nenhum passo serio jamais foi dado, vindo dl'
um sujeito aparentemente
definido como macho pela sua constrw.,:uo
anatomica. Mas a coisa mais curiosa e que as psicanalistas mulher('s
enquanto elas manifestamente,
ao se aproximarem
do tema mOSlr,llll
todos os sinais de um enfraquecimento
que nao sugere senao UI11 fato II
de que elas esHio absoJutamente terrorizadas peJo que elas poderiam Ivl
fonnulado ai a esse respeito'
Se bem que a questao do gozo feminino nao parec;;a, ate aqui e 111.1111
tempo proximo, ser posta verdadeiramente
para cstudo, visto que 0 at,
mel! Deus, 0 unico lugar que poderiamos dtzer alguma coisa dl..~sed,)
Pelo menos, evoca··la assim, sugerir a cada um, e especialmente ao (pll'
pode tel' ai de feminino no que esta aqui reunido como auditores, 0 rain
de que possamos nos expressar assim, no que COllcerne 0 gazo feminill(l.
nos suficiente coloca-Io para inaugural' uma dimensao, que - mCSJllll
se nao entramos nela, pOl' nao podermas _. absolutamente
essen,'I;"
considerarmos sob lln1 otltro ponto de vista tudo 0 que se possa dil.Cl
objeto, entao, nao de fonna alh'uma dado e111 si mesmo relit reilli
dade do parceiro! Eu percebo 0 objeto de interesse na dimensao nilllll;l
tizada, dita genital, do uta sexual. Ele esta mais proximo - de qualquI"
forrna e 0 primeiro acesso que nos e dado - cia fUl1 yi'io de detumcsceiH'i'l
Dizer que existe complexo de castrayao,
precisamente dizer que 11 dt'
hlmescencia nao suficiente para constitui-Io. E isso quetemos, com H!glllil
peso, de tel' 0 cuidado de afinnar inicialmente, agora, certamente CSSl,; I~ll(l
de experiencia, que nao a mesma coisa que copular all se masturbar
'rambbn nao e menos verdade que essa dimensiio que faz com qlil' H
e
e
o
e
e
e
e
qll~'sti1o do valor de g a l a se prenda, tome sell ponto de apoio, sell ponlo
1t;'(1) aIi onde a detumescencia
e passivel, nao deve ser negligenciado!
1'{HljUC a l'unyao cia detumescencia
,.. 0 que quer que seja que tenhamus
que pcnsar no planofisioI6gico-·magnificamenre
negligenciado, e claro,
pdos psicanalistas, que, nesse ponto, nao trouxeram sequer a minima
lli/illha c1illica nova, que nao estejaja em todos os manuais, concern en·
Il'S a fisiologia do sexo, quero dizer, que ja nao estivesse circulando
amplalllGllte antes que a psicanalise viesse ao mundo. Mas que importa!
hso apenas refon;:a 0 de que se trata, a saber, que a detumescencia
nao
C IIi senao slla utiliza9ao
subjetiva, dito de autra forma: para lembrar 0
di(n limite do principio do prazer.
/\ detumescencia,
pOl' ser a caracteristica do fllllcionamento do orgao
Jll'lliano, nomeadamente
no ato sexual - e justamente na medida onele
isso que ela suporta de gazo e colocado em suspensao - esta ai para
IIl[fOduzir, legitimamente ou nao (quando digo "legitimamente"
quem
dil.\Ol como alga de real; au como uma dimensao
suposta) para introduzII isso
que existe um gozo para atem. Que 0 principio do prazer, aCjui,
I'llDdof1a como limite Oll borda de uma dimensao do gozo, na medida
\.'111 que cia e sugerida
pela cOf1jun~ao dita o f o s e x l / a / .
rude isso que nos mostra a experiencia, isso que clHunan10s ejacu111\'[\\'\ prccoce, e que seria melhor chamar _. no nosso rcgistro -" d e l l l l / / l 's c l ! l l t 'i a p r e c o c e , cia fugar a id6ia de que a fl1l19ao, esta da delumescen~
('ja, pode representar nela mesma 0 negativo de um celto gaza. De UIl1
go/.{) que
precisamente esse, e a dinica muito nos mostra: de um g020
Ilut: \.~
... diante do qual 0 sujeito !ie recusa, ate mesmo 0 sujeito se C8Il'livn, porquanto precisamentc
esse gozo como lal CQf::lrentedemaiti
I'illl) c~sa dimensao
tia castraQao, pcrcebida no ato sexual, como amC(\'
1,:11 h )das ~ssas precipitar;oes
du sujeito em relayao a este para alenl, Ih1S
pertnilel11 conceber que nao
sem fundamento que, nesses obstl1cui\ls.
tW~;scslapsos do ato sexual, fica c1emonstrado pre<;[samentc 0 de qu~' Si~
llilln no complexo de castrayao., a saber, que a detwnescencia c <tIHlladll
111.'111 IllCSn1(l, antes reduzida a func;ao de prote.;;ao contra um mal tcmido,
qll~r voces 0 chamem gozo au castrayao, como um minimo mal CHI SI
III 'SI110, C a partir dai, quanto
menor eo mal, mais ele se rcdu/, l11:tis a
!'<;rnpatoria e perfeita Assim e a causa que nos destacamos c1inicaI1ll.-'lllV
!Il'S Ilal,1Il1entos
d,e todos os dins, de tudo 0 que pock ,)ConleeCl ,'-;nl,
e
e
e
os diversos modos--da impotencia, especialmente enquanlo eles cstHO
centrados em torno da ejaculayao precoce
Logo, nao ha gozo, de forrn.a alguma localizilvel, senao 110 prOpril)
corpo, Eo queesta al6m dos limites que Ihe impoe 0 principio do pra/,t'!,
nao e acaso mas necessidacle, que, por nao faze-Io aparecer senao ncss:1
conjulltura do ato sexual, 0 associ a tal qual a evocayiIo do COrrclal(\
sexual, sem que sobre isso possamos dizer mais.
Dito de outra forma, para tad as aqueles que ja tem as ouvidos alll'I"
tos aos termos usuais da psicanalise, e sobre esse plano, e unico plallo
que Tanatos pode se encontrar de algum modo em conexao com Elos.
E na medicla em que 0 gozo do CalVO digo do corpo proprio, alem du
principia do prazer - e evocado, e nao se evoca senao no ato, no ato pi't:cisamente, que coloca um buraco, urn vazio, uma fenda em seu cenllO.
em torno do qual esta localizacla a detumescencia hedonista: e a partir
desse momento que se coloca a possibilidade da conjuTlyao entre Ero:;
e Tanatos E a partir dai que 0 fato e concebivel e nao e mais uma t!,rosseira elucubrayao mitiea, que, na econornia dos instintos, a psieuM11isc
tenha introduzido isso que, nao por acaso, ela designa por esses d,)i';
nomes proplios.
Pois bern, tudo isso, como voces veem, e ainda near danda voll:I:,1
Deus sabe, todavia, que fayo urn grand(;~esforyo para que nao st:ja as
sim I Devemos crer enlao que se ainda estamos nissa, dando vohns ('
porque nilo e filcil de entrar!
N6s podernos, pdo menos, reter, recolher essas verdades: que 0 ene,)11
tro sexual dos eorpos nao passa, em sua esseneia, pelo principio do pINer.
Todavia, somente para se oriental' no gozo que ele comp0l1a (ell dl!'.\l
que efe comporta, S l I p o s l u , porquc orientar-se nisso, nao quer di/.~I :ll·
nda entrar nisso, rnas e necessario se orientar) .. para se oriental" ai, fi;lo
ha outra referenda senao essa especie de negativayfio apoiada sohn' (.
g O l a do 6rgao da copuJayao, como aquele que define 0 presumido Iii,'
cha, a saber, 0 penis E que e ai que surge a ideia, (essas palavl'Hs ~;i(]
escothidas) que surge a idcia de um goza do objeto feminino. Ell di:;;.,,·
que surge a ideia, e nao 0 gozo, evidentemente! E uma ideia. E su11lt'
tivo. Apenas 0 que e curioso e que a psicanillise afirma -- apenas pOl' n:I"
poder exprimi-Io de um modo logieamente COlTeto,naturalnwlltr 11111
gUCl1lpercebe 0 que isso quer dizer, 0 que isso compo11a - C qtle {\ g( I
ii'
fCl11ininoem si nao pode passar senao pela mesma referencia I r.~ljlW l;
15S0 quer 5e chama, na mulher, de complexo de castrayao! E exalamentc
pOl' Issb que 0 sujeito-mulher nao e f..9cild e se articular, e que nutn (<,;rtn
nivel eu lhes proponho a hornela ( h o m m e - e l1 e ) ; isso nao quer dizer que
toda mulher se limite justamente a isso. Existe mulher em atgurna parte ..
o d o r d ife m in a .._ Mas ela nao e faei! de encontrar! Quero dizer, de colocala em seu lugar! Pois que, para organizar ai um lugar, e preciso essa referenda cujos acidentes organicas fazem com que ela nao se encontre senae
nisso que se chama - anatomicamente - 0 macho. E somente a partir
dussa suspensao colocada sabre 0 6rgao macho, que uma orientayao para
os dois, 0 homem e a mulher, 5e encontra; que a funyao dita de urn outro
modo, toma seu valor pOl' ser, em relayao a esse buraco, essa fenda do
compJexo de castrayaa, por estar nurna posiyao revirada.
Um reviramento e um sentido. Antes do reviramento pode ser que
nao haja nenhum sentido subjetivilvel! E, finalmente, e talvez a isso
que devamos relacionar a fato, de certa forma impressionante, que ell
mcncionava ha pouco, a saber, que as psicanaJistas-mulheres nao nos
ensinaram nada a mals sobre seu gazo do que os psicanalistas-homens
tivessem sido capazes de elucubrar Quer dizer pOllca coisa!
A partir de urn revirarnento ha llma orientac;ao,e por pouco que seja, se
e tuclo 0 que pode Olientar 0 gozo implicado, na mulher, no ato sex<lal,poh
bem, compreende-se que ate nova ordem e preciso se contentar com i850.
Em suma, isso nos leva nurn ponto que tem sua caracteristica. DirenlOSque no que diz respeito £10 ato sexual, 0 que pode atualmente se forOllilaI'e a dimensao do que se chama, em outros registros, de b o a i n t e l l \ / I u , Uma intenya.o direita, concernente ao ato sexual, esta at pelo mellos
o que podemos formular no ponto em que estamos, razoavelmente, no
di;;cr de psicanalistas, e com isso, razoavelmente, que podemos,. qlll'
tkwcmos nos contentar,
Tudo isso esta muito hem expresso no mito, 0 mito fundamental
Quando 0 Pai, 0 pai original e dita "gazar de todas as mulheres", isso
filler dizer que as mulheres gozam, por pouco que seja? 0 sujeito <.~ ck·
iXlIdo intaeto. E nao e somente numa intenyao humoristica que ell CVOl'O
c~sc ponto, E que, voces vao ver, e uma questao-chavel
Qucre dizer que tudo isso que terei que articular, digo, em nosso PI\)
xi 1110 cncontro, referente ao que vou retomar, it saber, 0 que cleixei ('Ill
abcrlo na ultima vez: que se nos fosse necessaria deixal' dCSCI10C ~';"'Ill
cul!ura 0 campo central, aquele do Urn, da unUio sexual - na medida l~lll
que de mostra tigeiramente derrapante a ideia de um processo, sqia de
qual for, de partiyao, permitindo fundal' a que se chama as "pap6is", ('
que chamamos, nos, os significantes do homern e cia mulher -- que 51.: ('
sabre esse solo que Ihes deixei da tl1tima vez, a saber, uma conjunyao bCIlI
outra: aquela do Outro, do grande Outro, sabre 0 I'egistro, sobre as tilbllHS
nas quais se inscreve toda essa aventura -- e eu fhes disse que esse regiSl1'\),
e essas tilbuas, nao eram outras senao 0 corpo mesmo - que essa rela<,:an
do Outro, do grande Outro com 0 parceiro que the resta, a saber, esse d()
qual partimos - e que nao e par nada que 0 chamei p e q u e n o a - e, a saber,
a substancia de voces, a sllbstancia de sujeito, na medida em que, comn
sujeito, voces nao tern nenhuma, senao esse objeto caida cia inscri~:i(1
significante; senao a que faz com que esse p e q u e n o a seja esse tipo de
fragmento da pe11enya do grande Outro, em passeia, quer dizer voces
mesmas, que estilo bem aqui como presenya subjetiva, mas que desde qUl:
eu tenha tenninado, mostrarao bem sua natureza de objeto ... p e q u e l! o II
(petit a) 276,no aspecto de grande varredura que logo loman:i essa sala!
Pois bem, eu deixarei em suspenso a quesHio de que se trata no objctn
falico. Porquee preciso -e nno e Limanecessidade qLlese imponha s6 a l11il11
- que eu a despoje da forma como ela e sListentadaenquanto objeto. 'rudn
isso, justamente, para me aperceber que ere mesmo nao e sustentado:~1/f-:
isso que quer dizer 0 complexo de castrayao: nao existe objeto tYtlico!
E isso que nos da nassa unica chance, justamente, de que haja tlill
ato sexual.
Nao e a castrayao, eo objeto falico que e 0 efeito do 50nho, em IOIlH)
do qual fracas sa 0 ato sexual!
Nao existe, para sentiI' iS50 que acabo de articular, mais bela illlSI
rayaa que essa que nos dell 0 Livro sagrado, 0 Livro lmico, a pnJj1ri,1
Biblia. E se voces se tomaram surdos a sua leitura, vao ate a nitriC,
do que chamamos igreja de Sao Marcos, em Veneza, tambem charnndil
l'apcla ducal. Nao tern nada demais, mas a seu vestibula vale a viagcm
1~1l1lugar ncnhum pode ser exprimido em imagem, com maior rdevu,
isso que cstil no texto do Genesis. E, dentre outras coisas, voces vcri'!o
rlevo dizer sublimemente enaltecida 0 que eu cham.arei "idcia infernal"
lit: DellS, quando 0 Adao-Kadmon~7S,aquele que, desde que eJe era Um,
l'ra csperado que ele [osse os dois (ele era 0 homem sob suas duas Caces,
hul1lcrn C Illulher). "Sera bom, se diz Deus (riso), que eJe tenha utna
wll1panhial". 0 que nao seria nada de mais se nao vissemos que, para
proccdcr a essa adjunyao tanto mais estranha que parece que ate ai, 0
l\dJo en1 questiio, figura Ceita de terra venne1ha, que vivia muito bem
S(;111
isso, Deus se aproveita de seu sana para extrair-Ihe uma c o s te la , de
ullde eJe da fOlma, dizem, a Eva primeiral
Sera que pode existir uma ilustrayao mais impressionante do que 0
que introduz, na dialetica do ato sexual, esse fato de que 0 homem, no
tl1otnento precise em que vem, suplemental', marcar-se sobre ele a intervcnyao divina, se encontra desde entao em relayao, como objeto, a um
pcdayo de seu proprio carp a?
Tudo isso que acabo de dizer a propria lei mosaica, e tanto quanta
1:llvez 0 acento que ai acrescento, a l'essalva que esse pedayo n a o e 0
penis, pois que, na circuncisao, ele e de qualquer modo incisido. para ser
Inarcado por esse sinal negativo; sera que nan e para fazer surgir diante
de n6s 0 que ha, eu diria, de pOtia perversa na instaurayao, no solo do que
s\; lrata no ato sexual, desse rnandamento: " F le s
S e l'c lO s e n t 1 0
.W)
lIa o
( · t t l'o / !
o
que quero dizer e que nesse campo interposto entre n6s e 0 que
0 que poderia ser, alguma coisa que teria nome: 0 ato sexual.,
I.mquanto 0 homem e a l11uther se fazem valeI' U!1l para 0 outro., anteriorl11cnte-" e e preciso saber 5e essa espessura e transponlvcl - havera a
rdac;f\o aut6noma do corpo corn alguma coisa que esta separada, depois
de IeI' lelIa parte disso
Tit!co enigm{ttico, 0 solo agudo onde vemos a lei do ate sexual em St;\1
dado crucial: que 0 homem castrado possa ser concebido corno devendu
,'strcitar apenas esse compJemento, com 0 qual ele pode enganar-se .,. ~
snia,
'Iii
:;7<;
:~77
r', pn.'ciso cscutar llqui
nnrgliclIille:
f i l S " , ou sej8, 'um lllontinho'.
Iii cll1bnixo. clc nilo esta slIsknlado.
')1<'lil
cle 1\110csta
lil1 1 0
"?
Ad;\o Kadrnon: Nil uOLilrillll dc Isaac Luria c dos cabalistaR.
divJ\lt! qll~ ~seoa
da c~scn"ia
gl':illd~ COIIl':U1I,de
In
de
E ill
ll1y~liqill,';jlliVl\
s < !r
0 dCll~ t:scondido.
1<14(,.Payol. [97:1.
pril11cira tigilra
LCI'l'IlI1lS
<1<1111/
<i. sn!( II Uvl.
1 ,".
Liyao XXI
DellS sabe se ele ljio falta! _.ao tomil-Io par complemento flUico.
Eu coloco hoje, terminando meu discurso, a quesHto de que iH1S Jli'lU
sabemos ainda como designar esse complemento. Chamemo-lo / ( ) g ic ( I
A ficyao de que esse objeto seja Outro'79, segura mente necessila dn
complexo de castrayao.
Nilo e surpreendente que 110Sdigam - que nos digam nas notas miticas d l l
Biblia, essas notas que encontramos, curiosamente, nas pequenas adiy&~sIIH1I
ginais dos rabinos - que se diga que alf"YUIUa
coisa..que e talvez justamcnll'
mulher-plimordiaJ, aquela que estll la antes de Eva, e que eles chamam (tot
digo as rabinos; nilo sou eu que me meta nessas historias!) e que eles chanl;lllJ
Lilith~80,que seja eJa, talvez, que, sob a fom1a da serpente e peJa mno de I 'Vii
apresente a Adiio... 0 que? Amaya! Objeto oral e que, talvez, nao seja pOl'U llll.l
coisa senao para acorda-Io no verdadeiro sentido do que lhe aconteceu enqu,lll
to ele dotmia!:E bem assim, com efeito, que as coisas sac postas naBiblia. 1\11:;
dizem-nos que a partir dai ele entra pela plimeira vez na dimensao do sabel'
E justamente porque, essa dimensao do saber, ()efeito da psicanaIise C l'SSV
que marcamos ai, pelo menos sob duas de suas fonnas maiores, e podl.:Il111"
dizer tambem sob as duas outras - ainda que 0 la90 nao tenha side feito q ll; ! i
e a natl!reZa,qual e a natureza e a funyao desse objeto todo concentrado Il(·S~.;l
maya. E somente por esse caminho que se pede, que chegamos a precism It II I
hor, e justamente par uma sene de efeitos de contraste, do que se trata
objeto, 0 objetofaJico, sabre 0 qual eu disse que seria preciso, para u t1 in d n
10 enfim, que eu 0 esfolasse antes
d
I
I ll': > . '(
279
Sil.<lrcl: "alltro"
2l{O SeI IOLEM (JershoJl1, La Kahbale 1974, trd. Ed. Du Cerf. I\)()~t e()I(~IH de
consagrado I I Lili1h.
11111'·"1,""1,.
Para aqueles que, pOl'exemplo, retornam hoje, ap6s ter seguido 0
cn:;ino durante um tempo, e precise que eu sinalizc 0 que tenho
pndido introduzir, de articula90es novas, em todas essas llltimas vezes.
m e lt
lima, importante, que data de nosso antepenultimo encontro, e seguIUl.11Cl1le
tel' designado, ell diria, pois a coisa nao era inacessivel aqueles
l f l 1 l ; me ouvem - expressamente
0 lugar do Outro - tudoo que ate aqui
" I.q(H.:rodizer, clesde 0 comeyo de meu ensino) eu articulei como tat lkliignado 0 lugar d o Outro: no corpo.
() corpo proprio e, originalmente, esse lugar do Outro, enquanto e ai
q lW Sl,; inscreve a marca enquanto significante.
{;.necessario que eu 0 recorde hoje, no momento em que vamos dar
('jhlSSO scguinte, nessa 16gica do nll1tasma, que se acha -- voces 0 verfio
• n l1 l; r t lla d o a medida de nosso avanyO .- que pede aconlOda.r~se a uma
H ' r l f l tassidao 16gica: enquanto que, logica d o fantasma, ela supoe ess:!
iliJlil:tlSaO,dita de fantasia, sob a especie on de a exatidao nllo e a1 exig i 1:1 de saida. Do mesmo modo, 0 que nos p o d e m o s e n c o n tr a r d e mats
"lMOIllSO no exercicio de uma articula9uo que merc9a 0 titulo de 16gic<J
illelni l '1 l l si mesma 0 progresso de uma aproximayao. Quero dizer .. l i l l i
fI\!ld ( )
de apl'Oxima9ao que comporta em 5i mesmo nao 50mente t i l l !
( 'I '~ : - le iillc n t ( ) , tanto quanto a possibilidade
de melhora-Ia, 0 mais rapidn
i ! l I l ; sl:ia, I 1 n dire9ao de um calculo de valor exato.
E e nisso que" referindo-nos a um algoritmo de uma enormc g C l l i 'l
alidade, que nao e outro senao aquele mais proprio a assegul'ar a r c ! l l l ; i l O
de urn incomensunivel ideal. p O l' mais simples que seja, 0 l11aiscspa
yado tambem, a encerrar 0 que ele constitui de irracional por sell prt)!,' 1(\
progresso; quero dizer que essa incomensurabilidade desse 0 . . . \jllC n:io
represento senao para a lisibilidade de meu texto, p O l' ser 0 n lll1 H ; r n de
ouro, porque "aqueles que sabem" sabem que eSSa especie de 11l:l1nCiO
constituido pe10 progresso mesmo de sua aproximayao e toda uma Cailll
lia de nllmeros e, se se pode dizS-Io, para partir de nao imporla oodl',
de nao importa qual exercicio de relayao, com a lllJica condiyao q\l~' 0
incomensunivel exige, de que a aproximayao nao tenha termo, sClIlh
entretanto, perfeitamente reconhedvel, a cada instante, como rignws<I
Edisto, pOltanto, que se trata: de apreender isso a que somas ~'(\ll
frontad os sob a fomla do fantasma, reflexo de uma necessidadc. F i l l
outros term os, 0 problema que, para um Hegel, podia ser contido nL'SS"
limite simples que constitui a certeza incluida na consciencia de si I I l l
cidente
(essa certeza-de-si, da qual Hegel pode se permitir, dada',
certas condic;oes que evocarei imediatamente, que sao condicol'\ dl'
historia, colocar em questao a relayao com llma verdade), essa cerll'la,
em Hegel, e e com isso que ele conclui todo urn processo atrav,', <Ill
qual a filosofia e explontyao do saber, de pode se pem1itir a introdu/il
ai 0 TtM<;, 0 fim, 0 alvo, de um saber absoluto. E nessa mcdida lPIC,nn
nivel da certeza, ele pode indicar que ela nao contem em si !1l<;;SIlUl
,lla
verdade.
E nisso que nos nao podemos simplesmente retomar a formula h L '!'( '
liana, mas complica-ta. A verdade com a qual n6s temos a vet le'·,t'"
nesse ato por onde a fundayao da consciencia de sj, pOl' ande (\ el'llt'I,1
slIbjetiva e confrontada a algllma coisa que, pOl'natureza, the (,)radi( : iI
mente estranha e que e propriamente isso que,,,
cR 1
]
(S e rd
( j1 ll'
n tlo
S it
p o J e r ia fa z e r
a lg I/fila
c o is a p r o
iJ lIl!
" " ,s a
ill/ I 'I I
III'
(tio c e s s e ;m 1
o que se trata de introduzir hoje, e tanto mais rapidamcnle PlliljliC'
nosso tempo foi encurtado, e isto: a experiencia psicanalitica i ! l l m d l l '
:Cl';I
05 alto··l\llanlcR
2li?
Idem,
lJll1,1
dcixam ollvir fragnl<lIlIOH de grllYlIy 30
Iongll
pllllsa
sen\ neeessiuia
S,
para raler ecssnr ,:ss:J periurh:H;~"
ideJa de que a verdade do ato sexual constitui uma questa.o de l:XpCl'i6nda. Certamente a impol1fincia des sa descoberta nao ganha sell
peso senao a partir de uma posi9ao do tenno u f o s e x l I a l como tal. Quem
diler, para ouvidos ja suficientemente fonnados na l1o<;aociaprevalencia
dfJ signifkante em toda constitui<;i'iosubjetiva, de perceber a diferenya
que h a entre uma referencia vaga it sexualidade -- que se pode apenas
dizcr como fun<;ao, como dimensao propria a uma cet1a forma de vida,
uquela l10tadamente mais enodada it morte, quero dizer, entremeada,
('11treclUzadacorn a mOlic."
Nao e dizer tudo, a pattir do momenta em que sabemos que oinconseiente e 0 discurso do Olltro A partir desse momento, e claro que tudo
o que faz intervir a ordem da sexualidade 1 1 0 inconsciente, nao penetra
i l i senao em tomo do questionamento
a ate sexual e possivel? Exisle
~~se no, definivel como um ato, onde 0 sujeito se funda como sexuado,
islO e, macho ou femea? Sendo-o em si, ou, se ele nao 0 e, procedendo
ncsse ato a alguma coisa que possa - mesmo que seja a seu termo --Ie ..
val' a essencia pura do macho ou da femea? Quem dizer, ao desenlace,
l't repartiyao, sob uma forma polar, do que e macho e do que e femea,
pi t~cisamente na conjUl1yaOque os reune em atguma coisa -- que nao e
aqui, nesse momento, nem a primeira vez que introduz,:o 0 tenno -- en~
itlguma coisa que eu nomeio como scndo 0 g o z o ; quero,dlzer como h a
Inuito introduzida e propriamente em mell seminarioA I ) i c a " i ; .1 ,
II
1~,com efeito, exigivel que esse tenno de "gozo"seja proferido, e
plopriamente como distinto do prazer, como constituindo 0 mais-alel11
o ewe, na teona psicanalitica, no-Io indica, e uma serie de terni0~
,~lJl1Vergentes;no prirneiro plano dos quais esta 0 de l i b i d o qlle reprc~
~,cnladele uma certa articulayao, que nos sera preciso designar no I1I1l
(k~sses encontros desse ana -- designar em q u e seu emprego pode Si;l
h H s la n te desJizante para nao apoiar, mas fazer desaparecerem as H t t i\ : lI
la~\)es essenciais que nos vamos tentar introduzir hoje.
enquanto confront~mento com esse buraco deixado num cel10 rcgiSlw
de ato ,q,uestion{lvel, ° do ato sexual. Ele e, esse sujeito, suspens71 pnl
uma ,se~'l~de,l:lOdo~ Oll de estados que san de insatisfarrao Eis 0 q l l l .".
T:or S.l so, Justtflca a lntrodw;:ao do tenno de g o z o , que, do ll1csmo modo,
c 0 qll~, a,todo ~nstante - e especial mente no sintoma -- se propoc a Ilil:,
como Il1dlSCernlveJdesse registro da satisfayao Pois que, a todo in s ta llte, para n6s, 0 problema e saber como um n6, que nao se suporta scn£io
d~ m~l-e~tar e de, sofrimento, e justamente isso pelo qual se manifcslH
a IflstanCJa da satlsfayao suspensa: propriamente isso ondc 0 sujeito Sl'
sustenta enquanto t e n d e para essa satisfarrao,
Aqui, a lei do principio do prazer, a saber, da menor tensao, nao (:11
senao indicar a ,necessidade dos desvios do caminho por onde 0 sujcito
se sustenta na VIa de sua busca -- busca de gozo -- mas nao nos cia elissn (.
tim, que e esse tim, p~oplio, fim e~tretanto inteiramente mascarado palll
ele em sua fonna ultIma, na med!da em que se pode tambem dizer SlIa
cult~linancia, sua cuJminancia e tao questionavel, que tambem se pOdl'
P~1111- ,dess: fundamento de que nao h 6 ato sexual, a nao ser este: qlll'
nao fla
0 ato sexual que motiva toda essa articllJa~ao,
S C II({O
E nisso que eu tenho me mantido para trazer a referenda da qual cadit
~abe q U ( ~eu me servi desde fongo tempo, a referencia a HegeF'-I, Na
medlda em que esse processo, esse processo cia dialetica dos difcrcnll'~;
nivei,s da certeza-de-si-mesmo (cia "fenol11cnologia do espirito", COIl1t'
ele dlsse) se suspcnde awn movimento que ele chama "diall;~tico" (c (jIll'
Se?~lrarnente, em sua perspectiva, pode ser rnanticlo para s e l 's o m c / l f e di
aletlco) de uma relarrao que de u!1icuJa cia presenya dessa cOllsciclll.'iH,
11~ medlda em que sua verdade, sua verdade Ih e escapa no que cOIlSt;1 111
o Jogo da relavao de tlma consciencia~de-si a uma outra cOllsci6nciil-df'
si na relayao da intersubj eti viclade,
Ora, isso e claro, e ha muito tempo demonstrado,., nao seria s e lH I C i
pela revelac;:ao desse hiato social, enquanto eJe nao nos permite reSUlll1i
ao confronto de uma consciencia a uma consciencia 0 que se apreSCII!;1
lIm
lUlU,l10taclamente do senhor e do escravo", Nao cabe rnCSn111i\
fov.cr a clitica do que deixa aberto., do que deixa aberto a genC!;l'
. twgdian;"l. 1 5 5 0 tem side feito pOl'outros e especialmentc pOl' um O U ll'( )
: .. 1)01' Marx para nomea-Io _.. e mantem a questaa de sua saicla {~de seilS
lI) u c h ) :.; em suspenso.
Isso pdo qua.! Freud chega e retoma as coisas em um ponto, anaJ6gico SiJt1lt:lltC,da posic:;ao begeliana, 5e j nscreve ja suficientemente nessc
I C f lI I O , I1csse termo de "goza",
na medida em que Hegel 0 introduz. A
pmlida,llos diz ele, esta na Juta de morte do senhor e do escravo, ap6s
:1 q U G se instaura 0 fata de que aquele que nao quis arriscar-se, arriscar
H ilposla cia marte, cai diante do outro num estado de dependencia
que,
pur isso, nao deixa de conteI' todo 0 futuro da diaJetica ern questao,
o Icrmo de K O Z O intervern ai 0 gozo, ap6s 0 tel111inodes sa Juta de
. ( t lo r t e - , de puro prestigio, nos e dilO - vai ser 0 privilegio do mestre, e
que, para 0 escravo, a via trayada clesde enta~ sera a do t r a h a l h o ,
()Ihemos as coisas mais d e perto e, esse goze de que se trata, vejamos
!lU lexto de Hegel",(que,
depois de tudo, eu nao posse produzir aqui, e
ninda menos com a abreviayao a qual nos tomos constrangidos hoje) de
quc () mestre goza.
1 \ wisa, em Hegel, e suficientemente
percebida, A rela9ao instaurada
1 1 'la aliiculayao do trabalho do escravo faz que, se talvez 0 mestre gaza,
n;'t(}(~de forma absoluta. No limite (e foryando urn pouco as coisas, 0
quu l\ as nossas custas, voces vao vcr), nos di damos que el e nao g07fl
l.,;nf!o de seu ocio-- 0 que quer cli7cr, cia disposiyao de seu corpo.
Ik l'a 1 0 " esta bem Jongc d e ser assirn, nos 0 re-indical'emos imediata ..
I M . u le , l l l a s admitamos que, de LUcio0 que ha para gozar corno COiSilS,
12k est;\ scparado por aquele que (lSI<le ncarregado
de COloo<l-lasa sua
l\WICC, Is to e, d o cscravo; d o q u a l se p o d e d iz e r desde entao ,. e ell nun
it:~nIKIque defende-Io, quero dizcr, esse ponto vivo, pois que em Hegel
ek t,;S ( ;1 sllficientemente inclicado - que ba, para 0 escravo., U ln cerlo
f ! , i l l O da coisa, enquanto
nao somente ele a traz ao mestre, mas tern lpll'
i ! ;tnsfonna-Ia
para torna-la receptivel par ete.
Clm)\,)
II 'IS
(,~ssalernbranya, cOl1vemque eu me interrogue, C0111 v, lees qlw
lht's Cava intcrrogar - sabre 0 que num tal registro implica (i palavl H
g n . : u . Nada scgl1ramcnte e mais instrutivo, sempre, que a r c li:r C ~ n ~ :i:l
!\P(lS
e ll
iI"
q:l~ se chama 0 Je~ico, na medida em que ele se liga a fins tao." pJ~'
canos quanta a arfJcuJayao das signifiCCl90es."Os term os incluidos CIII
cada artigo -Ie-se em alguma parte oa nota do prefitcio desse mllg"i rlc ';)
trabalho que se chama 0 G r a n d R o b e r t - "os tel1110Sincluidos em c lld H
capitulo constituem tanlas nota8, dos, que deverao levar aos m\)ins dc
expressao do pensamcnto". " 0 asterisco ..." -- porque, com efeito, VOl'~;c.
poderao constatar que em cada um desses artigos, que preenchem mll/ltl
bem seu program a, "0 asterisco remete aos altigos que desenvolwll'
long~l11en~euma ideia sugerida de uma 56 palavra". Mediante \ 1 'I I I C '.
o arugo ( J ( J z o comeya pela paJavra p r a z e r , marcada por U111astel'isc(ll
!s~o nao e senao um exemplo, mas a palavra, sem dllvida, nao t', dt'
J elto nenhum, POI'acaso que ela nos apresenta esses paradoxos
t \'1.
tal11ent~,g o ; : o nao foi abordado pela primeira vez, pelo R o h e l '/ , VPCl":
podem 19ualmente estudar essa palavra no ! . i i / r e . Verao que 0 que e Sl'll
el~lprego,- seu emprego mais legitimo -- va.ria da vertente que incli~'(1I I
~tJ~nologla que 0 hga it a l e g r i a , ao d a p o s s e eisso de que se dispoc lip
U.ltJl~Otermo: 0 gOlO de um titulo. 0 gozo de urn titulo, quer esse k f l l l l '
slgmfique algurn titulo juridico ou algum docurnento repres(~ntando tlll1
valor da Bolsa, tel' 0 gozo de alguma. coisa - de dividendos pOl'exempli}
- e poder cede-Io. 0 signa da.posse e poder destituir-se deIa,
( ; ( ) z a r d e e diferCl1te do g o z a r e, seguramente nada melhor do qu-: l'S
ses .-:lesJizamentos d~ senti do -- enquanto eJes estao cernidos nessa. 'lI l i I :
ensao que eu chamct hft pouco "lexical"em seu exercicio no dici(lIHIJi,l
- para no.s 1:10str~lr'~que ponto a referencia ao pensamento 6 bem () (1'1,'
ha de mals lmpropno para designar a tlll1y a O radical, quem dizcl' d ~ 1:i1
ou tal sigllificante.
NA(! (; () PEl'!S;\Mr;NTO
Q1.JL:Df. DO SlUNIFIC;\)"lI'E
A
H F J 'l
VA I:
l'n T H ': I \
R E F 1 ? ~ f!N C lA , E da iJ1sta~lrayli(l
que rcsulta efeitos da im ro d u < ;a o dt· t i l l !
slgOlflcante NO REAL. E pOl"isso que eu articulo de malleiI'll nova ~'s:,a
rela<;1ioda palavra g o z o ao que e, para n6s, na anillise, em exercido, ! j I l l '
a I~al~vrag o : : o , encOl~trae pode cons~rvar seu valor ultimo. Eu prCl(~l1dll
IJqJefazer voces senttrem 0 alcance dlSSOem seu ponto mats radical.
o mestre goza de alguma coisa, quer seja d e le mesmo -- ele '''c :i\'11
mestre", como se diz, a u tambem do escravo. Mas de que de gO/" 110
riscrl:lVO?Precisamente de sell c O / p o . Como se diz nas Escrituras'I" " 0
!~!~stre diz vai! E ele vai". Como eu me permiti, nao sei mais so \)
'ellerevi oll se apenas 0 enunciei: se 0 mestre diz " ( J o z o · '. 0 outro ntlo
l1ndc responder senao esse H / I
( j, ~ l f : 6 s t l 'O f e , quere dizer) CO~11
(l
-lWal ell me divelti. Em geraJ eu nao me dlvlrto ao acaso. Ista quer dlzer
HhflllU<I coisa. Eu tambem teria podido ser alertado pOl'alguns daqueles
__- rjl;~ me escutam ...lamento muitas vezes nilo recolher nada al6m do que
~1que me forya a faze-l 0, ell mesmo.
,
A questao e esta: i s s o d e q u e s e g o z a , - se hft esse gozo que se mauV.11ri'l no e l l (je) do sujeito enquanto ele possui - isso de que se goza, i s s o
g o Z O ? 8 f,
g n ::a ?
-
Parece entretanto que seja essa a verdadeira questao. Porque do m~smodo esta claro que 0 g 0 2 0 nao e de modo algum, 0 que caractenza
o 11Icstre 0 mestre, enquanto e aquele, na Cidade, que nao poderia, de
algum modo ser nao importa quem, mas que e marcado pOl'sua funyao
( k ~mestre, ele tem mais 0 que fazer que abandonar-se ao gozo. E a
Il1cslria de seu corpo - porque nao se trata somente do 6cio - e alguma
\;11isa que nao se consegue senao peJas mais rudes disciplinas, Em todas
as epocas da civiliza9ao, aquele que e mestre nao tem, de modo algum,
IGrnpopara deixar-se levaI', mesmo que fosse com sells lazeres!
Os tipos devem ser distinguidos ..Mas, depois de tudo, 0 tipo do l11esI r e antioo nao e de uma ordem tilo puramente ideal que nos nao tenhnmos dele as balizas: ele esta suficientemente inscrito, eu diria, nas
IlWl"gensdo primeiro discurso filos6fico, para que se possa dizer que
Ilc~~~11 1 0 S da dele U I1 1 testemunho sutldente.
7\ questao e justamente esta. Sera que '- 0 que, depois de tudo nao e
i'f,;l1 a o justa e conforme a primeil'a aposta da partida'- aqucle q U t\ como
'fc Ilegel, naa pode desde 0 comeyo, COlTer0 risco eventual da perda
tla vida (0 que e, efetivamente, a via mais segura para perder 0 g?zo),
aquclc que se apegar fortemente ao gozo para se submeter ~ para a ll.e n ( ~ r
s e ll corpo, .. e pOl'que portanto 0 gozo nao lhe permanecella nas m H O S i
'T 'e m o s mil testemunhos disto ... que uma vida curta, nao se sabe quc
C rlJ lla s m a , que quer que tudo esteja do mesmo lado, que 0 buque COIl11110
,xi
M A T I·I.IS
.;c.{,
./
'O llis
fl,')
elll rralle<)~ uuplo sctllido pda hOl11ofonia entre "vU
[1,l>/,O"
C "ell
I1 l1 f'
piela eSleja em uma lmica maa - temos mil testemunhos de que 0 que
caracleriza a posiyao daquele cujo carpa e entregue a merce de um Olltro,
e a pmiir dai que se abre 0 que pode chamar-se 0 puro goza. E tarnbcl1l
a ent1'ever, a segui1' os indices que nos dao disso pelo menos 0 recorle,
t a l v e z certas questoes se desfizessem sabre 0 sentido de certas posic;:oes
paradoxais, e especial mente a masoquista. Mas, finalmente, e melhar
algumas vezes d o que as portas mais imediatamente abertas nao serem
atravessadas ... porque nao basta serem faceis de t1'anspor para que sejam verdadeiras. Eu nao digo que esteja ai a mola do masoquismo.
bem longe disso! Porque, seguramente, 0 que e precise dizer e que se e
peosavel que a condiyao do escravo seja a unica que da acesso ao gozo,
na medida em que precisamente podemos formula-Io, c o m o s l / j e i t o , nos
nao saberemosjamais nada disso...
Ora, 0 masoquista nao e um escravo. Ele e, ao contrario, como eu
direi daqui a pouco, urn pequeno astuto, alguem muito forte. 0 masoquista s a h e que esta no gozoE precisamente a seu prop6sito, a seu
termo, para 0 usa de voces, para que se possa entender sobre ele isso de
que se trata, que todo esse discurso progride.
E para faze-Io progredir, conviria lllostrar que em Hegel hit mais
de uma falta, a pril11eira, daro, sendo aquela que me permitiria, dianll'
daqueles que me ouvem, produzi-la. A saber, que antes que eu a avan ..
yasse e falasse deJa, com 0 e s ! c l d i o d o e s p e l h o , eu tinha assinalado qUl:,
em ncnhum caso, essa especie de agressividade que e de instancia e de
presenya na "Iuta de morte", de pure prestigio, nao era nada mais qUi.'
um engodo. E desde entao tornou-se caduca tocla referenda a ela como
articulayao primeira.
Eu nao fayo senao apontar novamente, de passagem, os problema"
que coloca - que coloca e deixa escancarados - a deduyao hegelianlt
cancCl11ente it sociedade dos mestres: como se entendem entre eles')
E depois, meu Deus, a simples referencia a isso, a saber, que 0 escraVlJ,
para que se faya dele um escravo, ele nao esta morto! Que 0 resllitado
da luta de morte e algo que nao colocou a morte em jogo; que 0 mcstrc
oao tem senao 0 d i r e i t o de matar, mas que precisamcnte, e e par isso q U l '
ele se chama s e r V I l S , 0 mestre s e r v a t , salva-a; e que e a partir disso que
se coloca a verdadeira questao, que e: 0 que 0 mestre salva no e:;cravo'i
Somos levados a questao da lei primordial, do que iostitui a rcgra do
jogo, a saber: aquele que for vencido, pOder-se-a mata-Io e, se oao sc
mata, isso sera a que prevo?
A q u e p r e t ; o ? E justamente ai que nos entramos no registro da significancia: 0 de que se trata, na posiyao do mestre, e das consequencias
- sempre - da introduyao do sujeito no real.
Para mediI' 0 que e concernente a seus efeitos sobre 0 gozo, convem colocar, no nivel desse te1'mo, urn certo numero de principios. A
saber, qUtl se n6s introduzimos 0 gozo, e, sob 0 modo, logico, do que
Arist6teles chama uma o\JO'la, uma substfmcia. lsto e alguma coisa,
precisamente, que nao pode se1'- e assim que ele se exprime em sell
livro das C a t e g o r i a , ~ , : 8 7 - " que nao pode ser oem atribuido a urn sujeito,
nem colocado em algum sujeito".E alguma coisa que "nilo e suscetivel
de mais ou de menos", que nao se introduz em nenhum comparativo, em
nenhum signo m e n o r ou m a i o I ', nem mesmo m e n o r ou i K l I a l .
o gozo e essa alguma coisa n e t q l l a ! marca seus t1'ayose seus limites
o principio do prazer. Mas e alguma coisa de substancial e que, precisamente, e importante de produzir sob a forma que eu vou articular ao
nome de um n o v o principio: n t l O h 6 . g o z o SFNl\O d o c O / p o
Permitarn-me dizer que considero a manuteny80 desse principio ...
sua afirmac;:aocomo sendo absolutamente essencial, me parece de lima
dimensao etica maior que a do materialismo. Acho que essa formula
tem exatamente 0 alcance, 0 reJevo, que a afirmayao que J 7 C I O h c t s e n c l o
c t m a t e r i a introduz no campo do conhecimento.
Porque,finalmente, voces nao tern senao a ver com a evolw;ao da
ciencia, que essa materia, no fim das contas, se confunde tanto corn 0
jogo dos elementos nos quais a 1'esolvemos,que se torn a, no limite, quase
indiscernivel saber 0 que diante de voces age, se sac esses elementos,
f f t O l x E l 'a , esses elementos significantes ultimos,
os do Momo; a saber,
() que eles tem em si mesl110s de quase indiscernivel com 0 progresso
do espirito de voces, 0 jogo de busca, mas 0 que e, no llltimo termo, tk
uma estrutura que voces nao sabem, de forma algLlrna,relacionar aus
que voces tern como experiencia comum da materia ...
I , ') u
Mas dizer que Ilao!la. gozo senao do corpo e especial mente que ista
lhes recusa as gozos etemos, e exatamente ai que esta em jogo no que
eu chamei valor etico do materialismo, a saber, que consiste em levar a
serio 0 que se passa na vida cotidiana de voces, e se hit questao de gozo,
olha-Ia de fi'ente e nao rejeita-Ia para os amanhas que cantam ...
Nao ha gozo senao do corpo. Isto responde precisamente a exigencia
de verdade que ha no freudismo.
Eis-nos, portanto, deixando inteiramente it sua errancia a questao de
saber se is50 de que se trata e do ser ou do nao-ser:~8; se se trata de ser
homem au de ser mulher num ato que seria 0 ato sexual. E se i5S0 e 0
que domina todo esse suspense do gozo, e igualmente isto que nos temos que, eticamente, levar a serio - isso a proposito de que se levanta
essa alguma coisa que nos poderiamos chamar nosso direito de olhar.
Edipo nao e um fil6sofo. Eo modelo do que se trata quanta it relayao
do que e de urn saber; e a saber do qual ele da prova, ao menos nos e
indicado no enigma que e um saber concemente ao que e do corpo. Por
isso ele rompe 0 poder de urn gozo feroz, 0 da esfinge, que e bem estranho que ela nos seja oferecida sob a forma de uma figura vagamente
feminina, digamos, meio-bestial, meio feminina. Aquilo a que ele acede
depois disso - 0 que nao 0 toma, voces sabem mais triunfante por iS50
- e seguramente um gozo. No momento em que ele entra ai, eJe estit na
armadilha. Quero dizer que esse gozo, e aquele que 0 marca, desde ja, c
de antemao, com 0 signa da culpabilidade.
Edipo nao sabia de que gozava. Eu coloquei a Cjuestao de saber se
J.ocasta, cIa, 0 sabia. E mesmo por que nao, Jocasta gozava por deixn!'
Edipo ignora~lo? Digamos, que parte do gozo de Jocasta responde an
que, ela deL"ava Edipo ignorar?
E nesse nivel, grayas a Freud, que se colocam doravante as questocs
serias concementes ao que e da verdade.
Ora, a introdue;.ao que eu fiz da fun<;:aoda alienac;:ilo-. enquanto cia
e coerente com a genese do sujeito como determinado pelo veiculo cia
significancia - nos permite dizer que, quanto ao que nos interessa e qlle
e colocado primeiramente, a saber, que nao ha goze senao do corpo, 0
que 0 efeito da introdu9ao do sujeito, ele mesmo efeito cia sigl1ific~n('ia.
c proprjamente colocar 0 corpo e 0 goze na rela<;:aoque eu ddini p C 'll!
fUl1yaoda alienayao.
Quero dizer, como eu articulei, durante meia hora, diantc de voc0s,
o sujeito, enquanto ele se funda nessa marca do corpo que 0 privilegia,
que faz que seja a marca - a marca subjetiva - que doravante domina
tudo 0 que vai se relacionar ao corpo; que ele va ai, ai, e nao em oulro
lugar, e que ele seja livre, ou nao, para faze-Io, eis sem dtlVida 0 que
distingue 0 mestre, porque 0 mestre e urn sujeito.
a gozo e , nesse fundamento primeiro da subjetiva<;:aodo corpo, 0
que cai na dependencia dessa subjetivac;ao, e, para dizer tudo, se apaga.
Na origem, a posic;ao do me.stre .- e e isso que Hegel entreve - e justamente renuncia ao gozo, possibilidade de engajar tudo nessa disposiyao,
ou nao, do corpo. E nao somente do seu, mas tambem 0 do Outro,
o Outro e 0 c o l l / l I n t o d o s c O / p a s , a partir do momento em que 0
jogo da luta social simple5mente estabelece que as relayoes dos corpas sac desde entao dominadas pOl'essa alguma coisa que tambem se
chama a lei. Lei que se pode dizer ligada ao surgimento do mestre, mas
tao somente se se cornpreende: a surgimento do mestre absoluto. Isto
e a sanyiio da mOlie como tornada legal. I5to, desde entao, nos permite
entrever que, se a introdu<;:aodo sujeito como efeito de significante repousa nessa separay80 do corpo e do gozo, l1a divisao colocada entre
os term os que subsistem somente um pelo outro, e ai, para nos, que se
deve colocar a quesHio, a questao de saber c o m o 0 g o z o e I 1 1 C t lJ e jc lv e l
(f
{ J o r tir
do
S l!je ifO
Bern, a resposta." a resposta e dada pelo que a analise descobre como
aproxima<;:aodessa relayao ao gozo. Sem duvida, no campo do ato St)Xu H I, 0 que ela descobre e a introduc;ao do que eu chamei v a l o r d e
isto e, anu!ayao do gozo como tal, 0 mais imediatamente interessado nil
conjullyao sexual, 0 que ele chama a c a s t r a t ; ( / o ,
Isso nac resolve nada. Claro, isto nos explica como a forma legal,
mais simples e mais clara do ato sexual - ele e instituido numa fOI'lI1(I(,:a
regular que se chama a casamento - a principio nao s~ja, originalfllcl1ll.'
senao 0 privil6gio do mestre. Nao simplesmente, e claro, do I11CslTI,)
tn
quanto oposto ao escravo, mas (como voces sabem, se sabcm L I l l i P U l l \ '0
de histl)ria, e de hist6ria ramana sobretudo) como oposto 11 pkht ~~il(1
R O :II,
II
l}
tem acesso it institulyao do casamento quem quer, senao 0 mestre.
Mas tambem cada um sabe, cada um sabe, meu Deus, pet a experiencia, para 0 que esse casamento, que esteve desde~89sempre ao alcallcc
de todos, an-asta atn'ls de si de dilaceramentos, cad a um sabe que is s ( )
nao vem so! E se voces abrirem Tito Livio, verao que e uma epoca, n fh 1
tao tardia na Republica, em que as damas - as damas romanas, as qlll.J
eram verdadeiramente marcadas pelo verdadeiro c O l l l l u b i u m - ellvcn·
enaram durante toda uma geravao, com uma amplitude e uma perscveranva que nao deixaram de registrar alguns travos na memoria e q U l'
Tito Livio escreve~91),envenenaram seus maridos, nao era sem ra7..all
E preciso crer que a instituivao do casamento, quando ela funciona n t l
nivel de verdadeiros mestres, deve trazer consigo alguns inconvenienll',
que nilo sao, e provavel, unicamente ligados ao gozo, pais que e anks
o carater acentuado do buraco colocado nesse nivel - a saber, pelo l~ lt o
de que 0 gozo nao tem nada a fazer com a escolha conjugal, q u e e s s e '\ '
Fssa interrogavao sobre 0 que seria 0 gozo em furHyaoterceira, e prel~isaOlente0 que e dado em uma outra abordagem; uma abordagem qlle
Sl~chama, exatamente ao inverso desse passo, dessa ultrapassagem, que
C rei la no sentido do ato sexual, que se chama ... - e j ustamente, e unica~
tnente porque e num sentido inverso, concemente a uma certa progressao,
prngressao logica - que se chama, por causa disso, a r e g r e s s a o .
r: e aqui que nosso algoritmo que HOSSO algoritmo enquanto ele con{'mnla0 p e q u e n o a com 0 U m , esteja para 0 interior como eu 0 desenhei,
a saber, p e q u e n o a se rebatendo sobre 0 U m , dando, aqui (1) a diferenya,
{III/m e t/o s
a , que e ao mesmo tempo a
ha tambem uma outra maneira
de [rutar a questao, e a que nos e sugerida pela funvao do
2
in c id e n te s m M d o s r e s lilta v a m ,
Quando nos falamos do ato sexual no niveJ, n6s, em que ele nos interessa - nos, analistas - e precisamente na medida em que 0 g020 csla
em causa. Como eu Ihes lembrei na ultima vez, Deus nao tem desdellha
do de vigiar ai. Basta que a mulher entre no jogo de ser esse objeto t i t l e
nos designa Hio bem 0 mito biblico, de ser esse objeto falico, para que
o homem esteja sati sfei to. 0 que quer dizer exatamente: perfeitam~~llil
enganado, a saber, nao encontrando senao seu complemento corpontl
A descoberta da analise e precisamente perceber-se que e unicanll~1l1t'
na medida em que 0 homem nao esteja enganado a ponto de nao enCOIltrar senao sua propria carne - nada surpreendente senao, desde Cl1t,ltJ
que haja ai "senao uma s6 carne", pois e a sua! .- e justamente na I l k
dida em que essa operavao de e n g a n a r ; : ( J o nile se produz, a saber, \)lldi'
a castravao e produzida, que ha, sim ou nao, chance de que haja 1 II1 l :t!'l
sexual.
Mas entao! 0 que e que quer dizer gozo? Pois que a caractcrlstil.1
de um ate sexual que fosse fundado, seria precisamente pelo fato d(.·~,·,<t
falta de gozo, em algum lugar.
2g<j
I ~spCnlr·sc-ia: " d e ~ d c
2'}()
liTO
I.lv r o ,
H is /a r ia
entao",
1 '0 / 1 / 1 1 / 1 1 1 .
livro Vlll. XVIII
/.
;
- " '"
~ " '"
(J
Outro, a saber, que esse U r n que esta aqui (2), vem se inscrever aqui
'Ill (a f 'l, que e 0 p e q u e n o a , aqui, sem se rebater, a saber, deixando entl ( ,~de e 0 g r a n d e A 0 grande intervalo do U m - que esta em causa.
Voces so podem vel' que esse fato privilegiado: que 0 l l a = 1 + a , U m
a , seja justamente igual ao U m m a i s a e que e isso que faz 0 valor
desse grande algoritmo; e justamente por isso que nos e dado 0 lugar, a
jo p o lo g ia , do que e concernente ao gozo.
No caso do escravo, 0 escravo e privado de set! corpo; como saber
() tIlle C seu g020? Como sabe-Io, senao precisamente nisso que, de sell
1:00pO, c1eslizou pra fora da meslria subjetiva. Tudo 0 que se ref(:~re,1\)
w;~ravo, na medida em que seu corpo vai e vem ao capricho do mestre,
deJxr:l enlretanto preservados esses objetos que nos sac dados, como
, ~ I I lI J . id ( ) g , precisamente, da dialetica significante.
, \ ( J / ! i'( '
Esses objetos que san disso a aposta mas tambem a f~'1.1si{1cacao,css~
e s objetos tom ados nas fronteiras, esses objetos que funcionam
no n iv c l
das bordas do corpo, esses objetos que nos conheccmos bem na di(\k~·
tica da neurose, esses objetos sabre os quais teremos que vol tar ainda, l'
muitas vezes, para definir 0 que faz seu prevo e seu valor, sua qualidadc
de exceyao; eu nao tenho necessidade de lembn't-los, para 0 que e do
o r a l e do que se.chama tambem 0 a n a l . Mas esses outros, tambem, Sli
peri ores, menos conhecidos - no registro mais intimo que, em relay 30 il
demanda, e constituido como 0 desejo - e que se chama 0 0 1 h a r e a
Esses objetos, na medida em que nao poderiam, de modo algum, SeT
tomados pela dominayao, qualquer que seja, do significante, mesmo ( j I l l '
ela fosse inteiramente constituida no nivel de domina<;ao social; esses
obj~tos que, par sua natureza, escapam a iS50, a que se pode dizer')
E isso ai? .. - porque, para 0 escravo, nao hil, do lado do Outro, senJp
um gozo S l I p o s t o (Hegel enganou-se achando que, p a r a 0 e s c r a v o , l1 :i
o gozo do senhor), mas a Cjuestao que importa, eu Ihes disse hil pOllco,
i s s o d e l I " e s e g o z a , goza? E se
verdade que alguma coisa d real do
gozo nao pode subsistir senao no nivel do escravo, senao entao prccisnmente nesse lugar, para ele deixado
margem do campo de seu corpp
que constituem as objetos, cuja !ista acabo de relembrar - E ai, e ness,'
lugar que deve se colocar a questao do g020.
Nada pode retirar do escravo a fUny3'o, de seu olhar, nem de sua VOl,
nem tambem aquela que e sua fUll<;ao de ama de leite, pais que, t ; jo
freqOentemente, e nessa funyao que a Antiguidade no-Io mostra - !lei!!
mesmo sua funyao de objeto rejeitado, de objeto de desprezo.
Nesse nivel coloca-se a CjllesHlo do gozo. E uma questa.o e, COlllO
voces veem, e mesmo uma Cjucstao cientifica,
I 'f ) , :
e
a
Ora, 0 perverso ... 0 perverso, bem, e isso 0 que ele e . A perVl~rSi!(1
esta na busca desse ponto de perspectiva, na medida em que ek pt1,k
fazer surgir 0 acento do gozo, mas ele 0 busca de uma maneira e X f J l ' ! ' l '
m e n t a l . A perversao,
tendo a rela<;ao mais intima com 0 g020,
c o rn u
e-
pensamento da ciencia - c o s a m e l l / a l e 2 9 2 ; e uma operayao d o sujl'i 10
cnquanto ele tendo sinalizado esse momenta de disjunyao pela q U lI ! 0
sujeit6 separa 0 corpo do gozo, mas s a b e n d o que 0 gozo 1 1 1 \0 foi somente, nesse processo, gozo alienado, que ha tambem isto: que p e r m a n ece em alguma parte lima possibilidade de que haja alguma coisa q u e
lcnha escapado disso. Quero dizer, que todo 0 corpo nao foi tomado
pelo processo de alienayao. E desse ponto, do lugar de p e q u e n o a que 0
perverso i n / e r r o g a , intelToga 0 que e da funyao do gOlO.
Para jamais apreender senao de modo parcial e, se posso dizer, na
perspecti va, eu nao direi do perverso ... (porque, verdadeiramente, podese dizer que os psicanalistas ai nao compreendem nada; nao h a um deles,
recentemente, que tenha colocado essa especie de equayao, a esse respeito, que ele nao poderia, ao mesmo tempo - 0 perverso - ser sujeita e
gazo, e que, na medida em que fosse gozo, nao seria mais sujeitol. ..). 0
perverso permanece slIjeito em todo 0 tempo do exercicio do que ele co~
loca como quesHio ao gozo; 0 gozo que ele visa e 0 do Outro, enquanto
d e e talvez 0 unico resta d'Ele, mas ele 0 questiona par uma atividade
de sujeita.
que isso nos permite remontar
origem nao pode se fazer senao
com a condi<;ao de que nos apercebamos que esses termos, "sadomasoquismo", por exemplo, como nos os enodamos, s6 tem sentido se os
consideramos como buscas J I G v i a do que e que e a ato sexual.
Relayoes que nos chamamas sadicas entre tal a u tal vaga unidade d o
carpo social so tern interesse enquanto representam alguma coisa que
interessa
relayoes do homem e da mulher
Como eu lhes direi na pr6xima vez - pois q u e nesta, a tempo l'o i
abreviado - voces verao que, esquecendo essa rela((1\o fundamental, dt:ixa-se escapar todo meio de apreender 0 de que se trata no sadismo t ~ 1 1 0
ll1<\soquismo.
]sso nao querendo dizer tambem que, de nenhuOl modo, esscs d\li~
lermos representam rela<;oes companlveis
do m a c .: h o e d a . j ( l m e a ,
U m personagem,
devo dizer, de uma incrlvel ingenuidade, CSCICVc.:
\.:m algum lugar essa verdade ...que 0 "masoqllismo
nada tcm de C S I X '( 'i
o
o
a
as
as
flcamente feminino 293, mas as razoes que ele dit para isso VaG ao ponto
de formular que, seguramente, se 0 masoquismo fosse feminino, isso
quereria dizer que ele nao e uma perversao, ja que seria natural it mulher
ser masoquista ... POlianto, a partir dai ve-se bem que, natural mente, as
mulheres nao podem ser qualificadas de masoquistas, pois que, sendo
uma perversao, isso nao poderia ser alguma coisa de natural!
Eis 0 genera de raciocinio em que a gente se afunda. Mio, certamente, sem uma certa intuiyao, quero dizer, a primeira, a saber, que uma
mulher nao e natural mente masoquista. Ela nao e natural mente masoquista, e por que?E porque, se ela fosse, com efeito, "masoquista", isso
quereria dizer que ela e capaz de desempenhar 0 pape! que 0 masoquista
dit a uma mulher. 0 que, bem entendido, dit um sentido completamente
diferente, nesse caso, ao que seria 0 masoquismo feminino. E!a, a mulher, ~ao tem justamente nenhuma vocac;ao para desempenhar esse papel. E isso 0 que faz 0 valor da empreitada masoquista.
E porque voces me permitem terminar hoje nesse ponto, prometendo-Ihes - como ponto de chegada, como ponto de partida do que e colocado em quesUio por essa introduyao da perversao - prometendo-Ihes
indicar como novidade, a qual nos daremos, enfim, eu espero, alguma
ordem, pelo menos um pouco mais de clareza, concemente ao que se
trata quando se fala de masoquismo
Li~ao XXII
o que e que ha de comum naquilo que se chama atualmente de "estruturalisrnos?" E fazer depender a func;ao do sujeito da articulac;ao significante.
Quer dizer que, afinal de contas, esse signo distintivo pode permanecer mais ou menos elidido, que em um sentido ele sempre 0 e. Naturalrnente, sei que alguns dentre voces podem achar que, a esse respeiio,
as anitlises de Levy Strauss deixam justamente em suspenso esse ponto
central; deixam-nos, para resumir, diantc dessa questao (na medida em
que essa analise hit muitos anos estit centrada no mito): e preciso pensar
cnfim que 0 mel esperava, desde sempre, esperava, no tabaco, a verda de
de sua reJa<;:aocom a cinza?
Em urn certo sentido [risos). .. E verdade! E e pOl' isso que em lodu
uproximayao semelhante, a sLlspensaodo sujeito ocorre. E e 0 que bnslH
para 110S fazer contribuir com alguma coisa que nao e, entretanto, 1I1l1ll
doutrina, que e apenas 0 reconhecimento de uma eficacia, que pan:,{'i.~
exatamente ser da mesma natureza que aquilo que funda a ciencia,
'I~l!nbem nao e menos verdade que uma noc;ao de classe tal COIlWd;1
implicaria e s l r u t l l r a l i s m o s (no plural), que um minimo de caractcrisli
cas nao poderia de nenhuma maneira reunir em um cor\junto LIllieerlll
nlJlllerO de pesquisas. Do meSlnO modo que, para tomar H minha, 1)IJl
t:xcmplo, annal, e apenas como oficio, enquanto aparelho adjllvilnlt'":
que cia teve que, encontrar inicialmente, para articula-ia, essa necessidade da articulayao subjetiva no significame. De alguma forma ela e
arenas 0 prefacio disso; nada poderia ser at pensado corretamente sem
ISS0.
Contudo, nao e sem razao que devemos enfim produzir aquiio que,
no mesmo campo, foi articulado rapidamente demais: que e a re1ayao
fundamental do s / ! je if o assim constituido com 0 c o r p o .
Is80 a que chego - de on de surge que "simbolismo" queira sempre
dizer enfll1l simbolismo corporal - teve que ser afastado por mim durante anos, precisamente devido ao fato de que e assim desde sempre,
que e assim tradic.ionalmente que estava articuJado 0 sirnbolismo; quer
dizer de uma maneira na qual faltava 0 essencial, como acontece, por
ser precipitada demais.
O s M e m l J r o s e ( ) F s / 6 m a g o ... Ba muito tempo, desde sempre, evoquei 0 horizonte da fibuJac'J.lde Menenius Agrippa Nao era tao mall
Camparar a nobreza com 0 est6mago e melhor que compani-Ia Com a
cabeya l E depois isso remete a cabec;a ao seulugar entre os membros!
Apesar disso, e ir urn pouco rapido. E se sabemos disso e devido ao
fata de que 0 que esta no centro de nossa pesquisa -. para nos analistas
.- e alguma coisa que sem dllvida nao passa por outro lugar senao pelas
vias da estrutura, pelas incidencias do significante no real, na medida em
que ele introduz 0 sujeito, Mas que seu centro .., - e e um signo que eu
s6 posso lembrar com essa fOI'c;a,q ue no momenta em que, para falar
propriamente, ell instaJo meu discurso, naquilotjue posso legitimamente
chamar uma J6gica, que e nesse momento que posse lembrar que tudo
gira para nos em torn a do que e preciso chamar de d { ( i c l i l d a d e (nae de
ser como dizia 0 outro em sua idade avanyada), a d tfic /lld a d e i I / e r e m e ( / 0
a fr > s e x u a l.
Hit outras di11culdades que anunciaram isso. Introduzir essa funyao
da d { ( i e l / l d a d e , nao e nada! No dia em que a dificLlldade da harmonia social tomoLlesse nome, legitimo, a I ll/ a d a s c l a s s e s , um passe foi dado, ..
A dificuldade do ato sexual pode ser de certo peso se ai nos detivermos
1,>·1
Sobr~ 0 lISO des sa labliia por Menenills Agrippa vcr
li"f{) 1J. XXXlJ. E. c elm'o l 1.." h)NT,IINF. "Os ll1cll1bro" C
,:slll1llago··. ~m F·'\bulas. Linn III.
Es,"lx:l. ()
I ,II'F.
E S lo l! lo g o
/ J is / o r iil
~ os ph.
r o l! la l/ il.
Till"
(>
- quero dizer: se tudo 0 que tel1lOSque articular nesse campo sc C(;·nll;1
efetivamente nessa dificuldade.
Suponho que uma das razoes pelas quais os psicanalistas preferem se
agarrar a isso que, colocada a coisa - com um C maiusculo se estao d(:
acordo - que, colocada a coisa no centro, resulta luz para toda uma regiao,.
zonal, eu suponho; que, a parte all:,rumacoisa que precisarit exatamente que
eu assinale daqui a pouco, e inicialmente uma dificuldade logica.
Poderiamos a esse respeito sllstentar como indicio que a instituic;ao
do casamento se revela tanto mais como ... eu nao diria .w 5 /id a , e exatamente mais que isso, r e s is f e llf e , que direito e dado, em nossa sociedade,
a se articular a todas as aspirayoes, como dizem os psicologos, a toclas as
aspirac;oes em direc;ao ao ato sexuaL Se achou-se que alguma coisa foj
ultrapassada no escJarecimento da dificuldade da harmonia social, e de
fato inteiramente surpreendente que nao seja especialmente ali que tenlla
sido mais aberto 0 direito para se articular aspirayoes ao ato sexual, que
o casamento ai se mostra ... eu nao diria mais resistente, ele nao tern que
resistir, mais in s f if llid o que em outros setores. E que, no campo em que
as aspirayoes se articulam - sob mil formas eflcazes, em todos os campos da arte, do cinema, da palavra, sem contar naquele grande mal-estar
neurotieo da civilizayao - 0 casamento, e claro, permanecc no centlo,
nao tendo movido um mjlimetro em seu estatuto fundamental.
Oito de outro modo - para resumir essa instituiyao - por vcr que da
c tundada apenas nessa enunciayao uma vez pronunciada, da qual eu me
servi~"5de outro modo como exempJo, para nela indicar a estruturayao d"
mensagem, em 5i mesma: "tu es minha mulher"; 0 que nao tem sequel'
necessidacle de ser reduplicada por um outro anuncio, 0 que toma quaSL:
puramente formal que Ihe pergul1tem se ela est~lde acordo,
Ai sso se prende - e sob tadas as formas em que persiste, ao mcnos IH H'
cnqu<ll1to,essa instituicao - se prel1de a inaugurayao do que chaman:1l10S
um c a s a l , definido como produtor. Nao quer dizer apenas que sc irall'
do casal no sentido em que se trata do par sexual. Naturalrncillc, 'Ie l'
cxigivel, mas e preciso observar que nos podemos dizer que sell prodUI\l
(.)lima coisa diferente da crianya reduzida ao rebento biel6gico, ao t~kjll\
da ftll1t;:Ho de reproduyao.
e
E isso que q\.Jeremos dizer designando como p e q u e n o a aquilo que
interrogamos, de inicio, em sua entrada 110 ate sexual Ele e ja 0 produto
disso, e nile apenas como rebento biol6gico, esse p e q u e n o a ; que ell jl\
Ihes disse que voces podem grosseiramente -. se voces querem situil10 absolutamente em sellS enquadres filos6ficos - identifica-Jo aquilo
a que chegou 0 residuo dessa tradivao, em suma, depois de ter all(ado
a perfeiyao 0 isolamento da func;ao do sujeito e de ter, alem dissa, que
permanecer acoitado. Tambem nao e menos verdacle que antes de tHIs
fazer signa: " h y e l~ } ! e ! Naveguem agora sobre 0 que me sucede e ondu
voces estao um-tanto mergulhados, nesse mundo que rem6i, de onde vai
sail' a ultima de suas contradiyoes, (isso comec;:a...)", nesse momento ai
eJa tambem Ihes disse assim mesmo que urn residuozinho pennanecia
- por essa benefica dialetica it qual era ofertado antecipadameme a n,.~
dem total, 0 s a h e l ' a h s o lllt o - e que se chama 0 D a s e i n . Esse residuo
de presenc;:a,enquanto ligado a constituivao subjetiva, e de fato 0 (mien
ponto por onde permanecemos em continuidade com a tradivao filoSllfica; nos 0 recolhemos de sua mao, nos que 0 encontramos precisamenk
como 0 s u h p r o d u f o de algo que permanecia mascarado na dialetica do
sujeito: a saber, que eJa tem a ver com 0 ato sexual.
Esse residuo subjetivo jit esta lit no momento em que se coloca a
questao do modo pelo qual ele vai pal1icipar no ato sexual.
Se todo discurso humane estruturado dessa maneira, que dcixa ab,
erta a propria possibilidade cia instauravao subjetiva implicada no UfO
sexual, todo discurso humane j;:i produziu _. nao em cada sujeito, Ill'
nivel de sell efeito subjetivo em si - essa chuva, essa torrente de 1('
siduos que acompanha cada um dos sujeitos implicados no processn L
acontece que (pen so que voces se lembram, porque par esse inlcio qlll'
n6s 0 Lemos abordado) esse residuo
no fim das contas, ajul1yao a Ill;lis
segura - por mais parcial que ela seja em sua essencia - a jUl1 y ao ,I mHi~;
segura do sujeito com 0 corpo.
Que esse a se apresente, certamente, como corpo - mas nao como s,'
diz como corpo "total" -- como queda, desgarrada ou afastada a reSpeil\l
desse corpo da qual ela depende, segundo uma estrutura que e fortenlCfll\'
para se manter se se quer compreende-la; nao se pode cornpreend(:-In
senao ao se referir ao centro. E exatamente 0 que mantem certas ind'
ca90cs, como aquelas da incidencia desses objetos que chama de u eSliili
e
e,
e
fodas !igadas 296 - nao se diz ao ato? Naturalmente, uma vez que fui ~~ll
que di;>seisso primeiro - a alguma coisa, contudo, que a isso se destina,
uma vez que e inteiramente em torno disso. Nilo apenas da p r e m a llll'( / < '
y i 'i o , biol6gica, na medida em que ela invoca esse apelo fcito ao corpo
em direyao ao Jugar do ato, nao apenas prematurayao, ou sua tentativa,
p r e - p u h e r l a r i a , dizem-nos, primeiro impulso que, ao acaso, indica 0
I'uturo e 0 horizonte e, em si apenas -- mas nao sem invocar tocla uma
conjunyao, tocla uma circunstancia social de repressao, de apreciayao,
pelo menos de referencias discursivas, de demanda e de desejo - jilp r e f o r m a , faz acontecer 0 sujeito, c o m o 0 C I , como subproduto desse ponto
central de dificuldade, na propria dificuldade
Talvez a carencia relativa e que, se ela e mesmo re1ativa tambem nao
6 menos radical, digo talvez alguns psicanalistas, em considerayao a sua
tarefa, ela venha do fato de que cles mesmos nao se colocam com prometidos a verificar, ao mitximo, a dificuldade do ato sexual.
Porque a psicanaIise didatica -- natural mente se ela e mais que exigiveI, digamos, para cicatrizar neles os efeitos de acaso, como hit em cada
11111,
dessa dificuldade - nao quer dizer que ela constitua nela mesma 0
fato de se verificar nessa dificuldade! E bastante comodo, atravessar.
chamem isso como voces quiserem, a limpeza, a pllrificavao previa, de
rcvirar suas pantufas, que nao sao, 0 que quer que se diga, lugar eleito
do ate sexual..
Certamente, jil uma possibilidade por estar em condiyoes de P e l / S O l '
e
o d e ,w : j o .
Voces vao crer [risos] que Ihes dOllessa paJavra de ordem que se trata
dc
pensar
0 C lI O
s e x u a l?
Um ato - observem se voces se lembram cia maneira que ell 0 i nlro-
duz! .- nao tem necessidade de ser pensado para ser um ato, A qucsW,)
1l10smOse ressalta em saber se nao e pOl' isso que e urn ato Eu nrlll
'
irei 111aislonge nesse senti do, que so favorece as aparencias de ato ()
t'ai',er"'j7n ao comodo, mas e certo - quer falhe ou nao 0 pensar que so
:ole possa pensa-Io d e p o i s ! A natureza do ato e que e prcciso collletc-It)
e
e
,HJ(,
T~:d"i I1Cl,rlo:
,1 1 )7
Sil,illct:
"},
"SOI'110:;
',![lI,ire
>'
lod()s ligados",!
primeiro. 0 que, ta]vez, nao exclui que ele seja pensado.
l~ dizer~lhes que, se se parte da dificuldade do ata sexual, nao
car ao alcance da mao a t e m p o de pensa-Io!
e cala-
e
EnHio, retomemos, no nivel mais rasa, como isso se coloca: se urn
ato, constituiyao em ato de um significante _. a partir de alguma mOyao,
diremos, apenas invocando al 0 registro do movimento, alguma coisa
de rnensunlvel no peso de urn corpo - deve haver ai, se 0 significante
se reduz il mais simples cadeia, essa oposiyao que eu ja inscrevi sobre
duas plaquinhas inalcanyiweis em um de meus artigosM , e que nos retraduziriamos aqui pelo (eu nao digo meSl110 a e u ) : S O I lU I 1 1 h o m e m e sua
rela y 80 com: S O I l l i l 1 1 a 1 1 u t / h e r . Quer dizer que voltamos aquilo que, ha
pouco, se apresentava como uma mensagem sob uma forma invertida.
Sera que nao e absolutamente fabuloso que nao possamos - em nenhum caso, absolutamente - dar conta de urn lugar entre esses tem10S
que justificam que nos os tomamos por inverso, um do outro? E que
precise desde entao que os interroguemos tal como e1es sao, isto e, como
voces nao ignoram e como esta articulado em cada linha de Freud, na
total incapacidade de Ihes dar algul11 correlato segura qualquer que seja;
atividade, passividade, pOl' exemplo, sac apenas substitutos dos quais
Freud, cada vez que ele os emprega, sublinha 0 carilter, eu llaO dird
inadequado ... suspeito!
e
EnUio, recolocamos as questoes com os aparelhos que nos fomeceu
nossa boa tradi\aozinha
de manejo do sujeito. Ela deve poder ser aqui
posta it prova! E mesmo se ela nao pode servir para nada, a maneil'a que
eia sera repelida peto objeto nos instruira, talvez, sobre alguma coisa
concernente ao proprio objeto, sua elasticidade, por exemplo!
ser macho, para toma-Io primeiro -- mas igualmente 0 ser fernea,
eles estao nesse nivel do discurso exatamente na mesma posiyao - vamos encontrar para ele alguma coisa analoga aquilo a que nos Icvoll
nosso manejo do sujeito; deve haver ai tambem duas faces. Alias, isso
salta aos olhos imediatamente! Hit um em si e depois um para, utn para ...
o
e
para alguma coisa! Mas 0 que se ve imediatamente
que nao CStil ah··
solutamente ai 0 para si, em razao mesmo da exigencia fundamental do
ato sex~al; ele nao pode pennanecer p a r a s i , mas nao dizemos qlle c
p a r a aquele com quem faz 0 par!
E ai que deve nos servir a introduyao da func;ao do grande Outro. 0
que corresponde aqui it nossa interrogayao, enquanto oposta aquele e m
s i mais que derrapante - que corresponde ao ser macho e melhor aioda
ao ser femea - um p a r a 0 ( ) u l r o , com um 0 maitlSCulo. QueI' dizer, 0
que nos foi preciso evocar primeiro, quer dizer 0 lugar de onde a mensagem retorna sob uma forma inveltida.
e
Fayo-Ihes observar ... e um lembrete, eu 0 farei mais acentuadamente
da proxima vez, mas so posso aqui iniciar de passagem - nesta altemativa, da qual estendi 0 alcance mostrando que ela l1aO e simplesmente
aquela da alienac;ao, porque ela nos permitiu des de ja, no primeiro trimestre, institllir essa operayao logica da aliena~ao em sua relayao com
duas outras (voces talvez teoham esquecido) que formam com ela alguma coisa que interroguei a maneira de Ul11 grupo de Klein. Em suma,
o i n / c i o desse pequeno retilngulo allde eu situei a aliet1ayuo fundamental
do sujeito - precisamente sua reluc;ao com uma possibiliclade que era
apenas 0 lugar marcado do ato sexual sob a fonna, logica, da sublimavao·· essa alternativa: ou e ll ! llio p e n s o ou e u 1 7 1 :'1 0S O li, escolha sedutora,
como voces veem, que
0 iokio do que
oferecido ao sujeito desde
que a perspectiva de um inconsciente se introduz, na medida em que
de
feito dessa dificuldade do ato sexual. Voces veem agui como cIa se
separa 299 0 e u n d o p e l1 s o e seguramente a em 5i .- se ele nunca 5e maniCosta - do ser macho au do ser ft3mea; 0 e u n f io s o u estando do outro
lado, a saber, do lado do p a r a 0 o U f r o .
e
e
e
o
e
que 0 ato sexual
chamado para assegurar, uma vez que ele <Ii
so funda, e alguma coisa que n6s poderemos charnar UI11 s ig / lo vindo
de onde e u IIc lO p e n s v , de onde eu sou como nao pensante, para chegar
a011de e u o l i o S O l i , ali onde eu SOU·1flO enquanto nao senda. Pois, sc e l t S O l i
Si/.md: " r , l p o r e " , em por!ugllcs
,00 1~'[1eravll-sc "ell pells,,".
:1\)1)
r t 'p a r n ~
Dorgcuillc:
" s t ' " " '[ I I / r ill"
. .\('
'·" p ,,,·I.'.
se e l l p e n s o m u l e e u n a o S O U 3 0 1 - e exatamentc a
ocas~ao de se lem~rar disso - por mais que nest a rela~ao chegue onde
e~ nao sou, ~uer dlzer, eu, macho, no nivel da mlilher; e assim mesmo
al que _.qualsquer que tenham sido as pretensoes dos filosofos a destao n d ~ e u n a o p e n s o .e
car, destacar 0 <ppO\'elv,
eu cogito, do
'to Xaipetv,
eu goz0302-
e assim
mesmo ai que meu ?estino, mesmo no nivel do 1:0 <ppOVelV, se representa. 0 fato de ter dialogado com Socrates, nunca impediu ninguern de
ter obsessoes que fazem cocegas, que perturbam enormernente seu
to <ppoV€tv!
Entao 0 passo. seguinte e aquele, que nos e of~recido - e e por isso
~ue eu 0 lemb~ei - pela funyao da mensagem. E que e urn fato, que
lmprudente e nao sabendo absolutarnente 0 que eu digo, eu me anuncio
enquanto hornemali onde eu nao penso, sob essa fOlma do 1 1 1 i s m h 7 l w
,: ,u l h e r , ali ond~ ~u.nao sou. Isso tern assim mesrno urn interesse que da
a mulher a ~os~lbilt,dade de se.a?unciar, ela tambem. E e isso que exigc
que ela esteJa la a titulo de sUJelto; porque ela nisso se torna ela como
eu, desde que ela se anuncia.
'
Esse encontro - sob a forma pura, tanto mais pum, insisto nisso.
quanto nil~ se. sabe absolutamente 0 que se diz - esta ai 0 que coloca
hem no pnmeiro plano a funyao do sujeito no ato sexual. E e rnesmo
como puro sujeito que nos apercebemos, precisamente no nivel do fUlldame~to desse ato, que esse puro sujeito ~e situa proximo, ou para melhor dlzer d M J l l 1 1 t o do corpo e do gozo. E um sujeito n a m e d i d a d e s s c
d i~ lIn tO ,
~omo, aqui, issa se ve melhar? Natllralmente, sabemos disso )')111
tradlyao, pasto que, ha pauca, eu invocava 0 P h it e b e em particular,
oode 0 _,,()ljlf>Oveiv, e 'to X<Xlpet; est,ao submetidos a esta operayao de
sepa;a?ao, co~: 0 ngor do qual e precisamente para isso que, as vesperas
das ultimas fen as, Ihes recomendei a releitura.
Mas, aqui~ se voces ainda quiserem me dizer que afinaJ, esse ata, I1l)S
podernos mUlto bem passar pOl'suas exigencias de ato, que nao se (ell!
;II) 1 Sil:l1rcl' He
s e e l/ 1 1 M P f!I1 S 0
'10~ PI,AlAn, P h i l e b e , I-I.
onde
e /l n a o
S O li
H.
'cssidade talvez do ato sexual para trepar de uma maneira perfciUI~
conveniente ... Trata-se, de fato, de saber, no relevo do ato, () que
'xigc () slljeito.
Talvcz seja dizer pouco, dizer que tudo se liga l1a oposiyao do!:>sigIlificantcs homem, mulher, se ainda nae sabemos mesmo 0 que eles querJ.:l11 dizer.
E, de fato, ali onde se ve a incidencia do suje.ito, nao e tanto na pala~
vra l 7 u d h e r quanta na palavra m a c h o .
lit:
1l1CIllc
o "gozo", eu js. Ihes fiz observar, e um terrno ambiguo. Ele desliza.
Nisso, que faz dizer que nao hs.gozo senao do corpo e que abre 0 ctlmpo
da substancia, aonde vem se inscrever esses limites severos onde 0 suj0ito se contem, incidencias do prazer. E depois esse senti do onde "gal a ! ' ' ' , ell disse, e possuir, 0 m i n h a . Eu gozo d e alguma coisa. 0 que deixa
~:1l1suspenso a questao de saber se essa coisa - por isso que eu gozo dela
goza. Ali, em tome do m illh a , e rnui precisamente essa separay~o do
gll.i'.O e do corpo. Porque nao e por nada que ell os introduzi da u.1tima
vez, pelo lembrete dessa articu1ayao - frs.gil pOl'ser limitada ao ctlillpO
Iradicional da genese do sujeito - da F e 7 1 o m e n o lo g ia d v e . ~ p l r i t l J , do
11Ies( re e do escravo.
A t l i n h a .- eu gozo de teu corpo doravante, quer dizer que teu Cot'POse
lorna a metafora de meu gozo.
I~:Hegel, entretanto, nao esquece que isso e apenas uma met6Jora.
()ucr dizer que se mestre eu sou, meu gozo esta ja deslocado, qlJe ele
d 'pcnde da metafora do servo. E resta que para ele, como para 0 que ell
illtcrrogo no ato sexual, M urn o llir o g o z o que ests. a deliva.
t:: sent que tenho necessidade, uma vez mais, de escrever no quadro,
coll1 minhas barrinhas?
(meu) carpo
?
J(ssc corpo da mulher, que e m i n h a , e doravante a metafora (kJ
go/,o. Trata-se de saber 0 que esta ali sob a 'f'orma de mcu corpo
/1 1 1 '1 1
11;1
turalmente
eu naoo/penso mesmo, inocente que sou, em chama-Io de
" m e lt"
- ele vai ter tambem
sua rela<;:ao de metatora; 0 que, segura
mente, fundamentaria,M
tudo da maneira a mais elegante e a mais fadl,
com 0 gozo que esta em questa.o e que faz a dificuldadc do ato sexual,
Voces vao me dizer, par que que
no nivel da mulher que se COI1stitui a questao?
Nos vamos dize-Io bem nipido e simplesmente, imediatamente, toc\os
os psicanalistas sabem disso! Eles nao sabem dize-Io obrigatoriamente,
mas eles sabem, Eles sabem, em todo 0 caso, por isso: e que, sejam !to
mens ou mulheres, eles nao foram ainda capazes de articular a minimil
coisa que se sustente, sobre a assunto do gozo feminino!
Eu nao estou dizendo que 0 gozo feminino nao possa tomar esse
lugar, eu os estou detendo no momento em que se trata de nao ir muito
nipido para dizer que esta ai a dificuldade do ate sexual!
e
e
E esta referenda - que era menos insuportavel, unicamente porqut'
e um mito - que eu tomei da ultima vez nas relayoes do mestre e do escravo, a saber, do gozo it deliva. Voces podem bem imagina-Io quan<!, I
se trata do escravo; a saber, que nao ha razao de que eJe, a gozo, n50
esteja sempre ali, e isso tanto mais quanta ele oao teve, como 0 mestre,
a idiotia de coloca-Io em ri.sco l Entao, por que nao 0 teria guardado"
Nao porque seu corpo tomou-se a meta-fora do gozo do mestre que sell
gozo, 0 dele, nao continue sua vidinha l Como tudo 0 prova 1
Se voces lerem a cornedia antiga, se voce relerem 0 prezado Terence,
por exemplo, que nao e precisarnente urn primitivo, que e bem 0 COIltnhio, do qual pode~8e ate dizer que as coisas sao levadas bem longl',
nele, Hio extenuadas, que i8S0 ultrapassa em simplicidade tudo 0 (11Il'
podemos cogitar, (e rnuito mats simples que um filme do Sr. RobbeGrillet, mesmo quando ele alinhavado!) mas ele nao",! Apenas, n(lS
nao nos apercebemos absolutamente mais do que se trata!3G4
Ha uma certa hist6ria de A n d l 'i e n n e
por exemplo". Voces vao 16-la
e voces vao dizer: "Mell Deus que historia! Tudo iS80 porque um me
e
e
305
,
3()J Sizaret: " l o l l d r a i l " , que se traduz por: fundiria, oombinaria, reuniria.
'I().JTrala -so de TF,!(ENCE, ou de T r t l l 1 s - E u r o p - E r p r e s s , de A Ia i n Robbe-Grillet?
"oS Tmr;Ncl'. ·'A.drienne", C O / lu J d il/ s f , Paris. Le~ Belle:; Lettre:;. 1942,
I ~)()r;.
nino que tcm urn pai e que deve OU nao desposar uma mOya que Sl:ja da
!loa ou da ltHl sociedade", E como, no fim, aquela que a
sOclcdade
compro\.'a ser a boa .- pOl' causa dcssa hist6ria eterna dos I'econhcci·
111011(08: que ela [oi raptada
bem pequenininha,
e patati e palattl." Que
lJi~t6ria! e que hist6ria idiota l" Apenas, 0 que hit de deplonivel, e qUG,
sc voces raciocinam assim, voces nao veem uma coisa, que s6 ha wna
\Illica pessoa interessante em tocta essa comedia e que se chama Davus!
I ~ex.atamente urn escravo! Porque pode-se, realmente a serio, ele (juc
conduz tLldo, de que e 0 (mica inteJigente dentre todas essas pessoas, e
nao se sonha sequer em sugelir-lhes que os outros podeIiarn co me 9 ar a
s6-lo, 0 pai representa a papel patemo a ponto, enROl, de embrutecimento desejavel, enfim " , verdadeiramente
tudo .. , superflllo! Ofilho e
Utl1 pobrezinho
compJetamente desganado l As mo<;:asde quem se trata?
Nos nao as vemos mesmo ..elas nao interessam a ninguem l H3 Ul11 escravo, que 1uta POl' seu mestre, cxceto que ele se arrisca a ser, de um minuto
para outro - est a escrito- cruciftcado! E ele conduz 0 neg6cio com mao
de mestre, e 0 casa de dize-la l Bis do que se trata na camedia antiga,
e ma
e
Exceto que isso s6 tem para 11\)5 um interesse, a saber, de mostrar Ihes
que pode haver at Ltm8. questao sobre aquilo que advem do gazo quando
se produziu esse pequeno movimento de defasagem, d e ~ ~ ~ r s c h i e h / l t l g ,
que
para falar proptiamente,
cO!1stituido desde que se introdul entre
\J corpo e 0 g a l a a fUllyaO do sujeito.
Nao e com 0 g a l a proprio a urn carpo que esse goza 0 denne! Um
(;orpo alguma coisa que pode gozar. Apenas, v~iam' Fazemo-Io tornarsc a metitfora do gozo de um outro! E 0 que
que se torn a 0 seu! Sl:ril
que cle se troca? Tocla a questao esta ail Mas eJa nao esra resolvida,
Ela HaO t.~st<\resoll/ida, por que? Assim mesmo, nos al~alistas sabl,;~
1110$ disso NaG quer dizcr que possamos
dize-Io scmprc! E llma nlJ::;l~rVlly 30 geral! Nao YOU repeti-la 0 tempo tado! Escrevamos
isso ... VallHls
1;1101' assirn, hoin, para 0 corpo, isso vai ser mais divertido".
e,
e
e
, e iSBo parece com
m~us artigos
3
(J6,
minbas plaquinhas
ell escrevi: "Homens",
sabre as quais, em UIll
"1\1u!beres";
iSBa
se
ve
na
tll:
<:ll'
trada dos mict6rios,
Uma plaquinl1a pock nos slJfvir apenas de corpo, inscritas adrnit Inn
certo nlunero de coisas, De H'lto, e a funs;ao do cmpo, desde que !1()S icmbra'
mas que e 0 Jugar do Outro Entao, faz-se a mesrna balTinha para que VOl'CS
nao fiquem atrapalhados, e aqui, escreve-se G, para dizer gozo,
Entao, ai, h.:i um ponto de interrogac;ao, porque e aquela e nao sabl'mos finalmente se ela vem ali, se 0 coq)O do macho e exatamente, scgLlramente, 0 que 0 macho al1rma, porque ele s6 faz afirmil-iol E dai que
nos partimos .,.. no T t i t i s m i n h a m u l h t : ! r ; a saber, que 0 corvo da mulher l;
a metafora do goze para ele
Vejam I Basta acrescentar urn trayo para tarnal' expressiva essa ,II '.
ticuIac;aozinha
De fato, pOl' raz5es que se prendem,,, que se prendem a isso, que ni:in
h::'lo casal em jogo no ata sexual; a saber, que - como outros estruHIIalistas que funcionam em outros campos Ihes lembraram - a relavao dn
homem e cia mulher esta submetida a fUllyoes de troca que implicall1 lIn
mesmo tempo um "valor de troca"; e que 0 Iugar oneil:: algurna <:OIS<I,
que e de usa, e atingida pOl' essa negativayao que faz disso um valor (k
troca, e aqui -- par fazoes tomadas na cOl1stituiy ao natural da tlm<;iio cit'
copula<;ao ,- e aquE tomada sobre 0 gozo masculino enquanto ele, salwse ollele ele estitl Enfim, se ere nele l E urn pequeno orgao que 5e pock
agarrarl Eo que faz 0 bebe, rapidamente, com a maior facilidade,
dizer-lhes entre par6nteses, emao at verdaddra
mente faz-se Sera preciso n8 vCl'dade que l~Uthe::; mostre TrOUXCnllll
me urn livrinho romantica sobre a mas['urba.yao, com nguras" , E algo (k
tao" enfi.m! de tao encantador, que ell nao posso erer que se eu () ii/v!
circular aqui ele me retornara (risadagem geral!] Entao, eu nao sei 0 qll('
r~'lzer, eu nao sei 0 que fazer, sera preciso que ell 0 coloque", eu !laO SL'J
deve haver aparelhos onde se possa projetar assim objetos e abrir a P~~',I
l1a" Bom, enfim, e preciso que voces vejam issol Chama-se 0 l i v r o s n l !
Ah! 15so,
.106
ell
posso
"A [nstflllt'i,l d~ Letra no ineonscicllie ou a nv;~o d.'sdc Fr<;ud", em
!',ahar, 199R,
H . w : r ilo s .
,lorp"
e (: fdto para,..
hi! pelo monos vintc e cinco nguras, Cllnl\!.
uu duas drzenas, que demonstram as dcvastayoes,ll)$ que excn;:el1l SObll'
urn infeliz ... sobre todo rapaz infeliz, natural mente", .., voces sabcm ()
f i/ ll/ ( ) ~ " 7
quanto a masturbayao tinha ma reputaya.o no inicio do seculo passCld(\
as c!cvastayoes e os" os hOITores, enAm, que isso produz! E tudo isso
com 1111l tHI<;ado l, .. e. ' c cores! Enfim [1'isos], vejam 0 infeliz rapal.".
() infeliz rapaz vomitar sangue!.
Porque e lima das coisas que sac as
conseqLlencias,,, Enfim! 12, e algo de sublime!."
Pc<;o-lhes perdao, Is50 nao tem nnda a vel' com meu discurso [risosi,
nada a vel' Isso me custa horrivell11cnte carol 1,: tambem
lima das raz6es pelas quais eu nao queria me separar disso' [risos] Sil1l,
:Ibsolutamente
e de uma bcieza que ullrapassa ['ucla, C sc liit." E:<istcm aparelhos COIll
or:;quais pode-se pr9ietar, meSl1lO sem que a coisa 5eja,,, transparente,
pude-se." r::ll queria lhes mostrar isso., E", c", ell Iiunca vi nada de
parecidll! Bom, enfim., em suma!..
Enfim, em suma, voc2s sabern, este unbara<;o, hein, sobre 0 gazo,
lI1:1sculino, cnquanto de e Hpreensivel em algutnl:i parte, vejam ai que C
a!gul11<l coisa estrutural, <linda qll~;(';;<:ondida, para a timdat;ao do valor.
Se uma nlLllhCI, que C um slIjeitu, C\)llilldo, no ato sexual .. dire! ale
lunis, acabo de ariicular que n1io l)oderia haver ato sexual 5e eta ilih1
i'ossc fundada, de inic!o, CUilH! slIjdlo.
Panl que uma l11ulher possa (0IlHlf' sua funyilo de valor de troca e preciso que da recubra alguma WISH
que C 0 que jEt es1i1 instituido
C0l110 valor
e Clue e 0 que a psicanalisc
I\;vela soh 0 Horne de complexo de cat>II'<lI;Jo,
A I r O C I I d u ,\' 1 lI 1 1 I 1 h ''I t ? S , . Oil nao estuu lhes dizendo que se lradllza
f~KiI
IlH.;nle por II I r o c a d o s / i. t / n , , , '1 SCll1 isso niio se ve pOl' qlte os etlltllugos
Ililo fari(ltn l1luito bon sellS qU<1dros dc: et;lnrLur'!1s chamando
as CI)j",h
pnr tieu nome! T:i II pcnnllta do~; faios, cnquanto siJlIbolos ck: lill) gU/1!
sliblraido como tal.
.
QueI' dizcr, nao ( penis, mas isso que ... lImH vez que H mull'f,;l s\.,'JPI
IW a mctMora do gOLO' fl'lz com CjllC :-)<; possa tomar em seu lug.nr Ulna
nova lllctaJora, a saber, t::ssa parte do corpo nega.tivada que l!(SS cham;!
l;
IIIOS
0
"phallus",
tn 7
1 \IH ltlllllO .()
~oK
J )I
1.1It~:iJld
para
/,iPJ'()
ll
\ 'r , 'f ! /
distingui-Io do penis, E iSSll nao deixa
FifU/f'"
C:'S:I~II'JI(illHl'"
?ji,,~dit;;l{l_P H r i : ' L If<.~.l.
l,ld lH \'r a s
l~lllrl'l·.orIHdo:
.• p r l J
H ill
riS(l S
111~'lhlC,
iI
prohlema aberto qyanto acabamos de articular! Em outros terl11OS,. algo
:jC illstaura, sabre 0 qual um outm processo: aquele da troca social, nil
fundayao do m a t l ! t 'i a l , se posso elizer, destinado ao ato sexual. 1550 ni10
deixa menos em suspenso se podemas situar, em razilo desse eJcmcnl0
externo, alguma coisa COlJcernente mulher ern sua funyi.lo de metilfora,
em relavao a urn gozo passado
funyao de valor
E 0 que esta expresso em inllmeros mitos, Nao tenho necessidacte
de lembrar Isis e sell luto etemo, dessa llltima parte, do carpo que cIa
recolheu. Assinalo apenas de passagem, que nesse mito extremo, ond\?
precisamente a cleusa se deflne como sendo (e 0 que a distinguc de urn
mortal) g o z o p u r o ; certarnente tambem separada do corpo, mas pOl" que'l
Porque nao
questao para ela aquilo que consti1.ui um corpo em seu
estatuto, enquanto corpo mortal! Is50 nao quer dizer que os deuses nfio
tenham corpol Simplesmentc., como voces nao ignoram, eles trocal11no. Are 0 deus de Israel tem lllll corpo! E preciso ser louco para nao 51:
aperceber disso: esse corpo e uma colona de fogo <1 noite, e de fumar,:a
de dia, 15so nos e dito no livro e 0 de que se trata ai e, para falar propriamente, de seu corpol
E como oa l1linha outra histl\ria, e urn parenteses, coisas que ell Faria
melhor desenvolvcr se eu tivesse podido fazer um serninilrio sObre o . \ '
a
a
e
n o m e .\ ' d o P a i 3 0 9 .
A deusa e gozo, e !TIuito importante lembra-Io. Seu estatuto de deusa e de ser gozo. E desconhece-Io
e propriamente
sc condenar ana"
compreender absolutamente
nada do que e 0 gozo. E e pOl' isso que 0
P h i/i!h e
e exemplar., onde uma replica nos anuncia que em nenhlll1J
casa os deuses se preocllpam com 0 gozo; isso nao seria digno deles (
ai, se se pode dizer que esta () ponto fnigil do inicio clo discurso filosl)fico,
de tel' radic.almente desconhecido 0 estatuto do g020 na ordcrn
dos seres
Eu 56 fayo essas observ8<;oes de LIma mancira inddente e para lhcs
lembrar 0 akance que tern essa leitura do P h i l e h e , na medida ern que t~la
permite marcar, com uma exatidao exemplar, 0 campo limitado no qual
se desenvolve tudo 0 que vai ser do estatuto do sujeito e do que signif-ic<I
a entrada, a recuperavao clas qllestoes que estao isoladas pOl' esse raio.
1 1 t1
e
3(1'.1 Si/lHCI:"o Nomo do Pai".
II!!
J'I.M.·\,,,)'lIilah:.3J-b.
Eis-nos aqui entao em t.orno dessa questao,
ala
daquilo que (~do gow nu
sexual
Digamos, para introduzir 0 que e 0 firn desse discurso _. mas que (:
l~ssencjal, primeiro, articular com a mais ex.trema escansao0 fim dcsse
discurso
permitir-nos marcar em que os atos que se poem ilegitinl<lll1cnt.e no registro da perversao con cern em 0 ate sexual.
Se eles concernem
0 ato sexual e porque, no ponto em que esltl ern
quesrao 0 gozo ... - e voces verflo que pelo 1"ato de que hit esse pont.o.
pode nilo ser menos questao no nivel do cor po cia mulher, mas que C
pOl' um segundo vies que podemos aborda-lo -- dado que a apreensilo, 0
modelo que nos e dado, do que vai aparecer nas tentativas de soJuy 1io
est;l ai, a direita, n C Tills f w lI 'o q t 1 0 d o V ( ( I O f d e g o z o . . . isto e, no fata de que
c negati vada a funvi'io de um certo 6rgao, que 0 propri 0 t1rgao pOl' onde
a natureza, pela oferta de um prazer, garante a 1"Ul1yaocopulante, mas
de uma maneira que e perfeitamcnte contingente, acess6ria! (em outrr.s
ela 0 as segura
cspec.ies de animais ela 0 assegura bem diferentemenle,
com ganchos, pOl' excmplo) e nada pode nos garantir que, nesse 6rgao,
IH~a 0 que quer que seja que conceme para talar propriamcnte ao gozo.
Aqui n6s remos esse tenno por onde 5e introduz 0 valor .. , I~ J \ m J \ V ! " ~
I)!SSO (Jill:, NO NiVJ-:I, j'M QLJ[': I~S'l'A i\ QlwSrf\O f)ll \.,o/n. MlJJ Pki-
e
CISAMF:NTF ESSI~ (Jozn I~NlFU\EM JOCO SOl3 FORMA Dr; QUI>iri'\c
l.
Colocar-se a questao do gozo feminino, bem, jA e abfir a porta de
todos os atos perversos,
E isso n~sulta". E pOl' iS80 que os homens tom, \~maparencia pelo iYJ.lJ'·
IIOS. 0 privih~gio das grande:; posi9ueS perVers<lti. Mas que Sf..:.co]oqul.: ,I
ljucsHlo ~ ja e alguma coisa que se possa coloc,i-Ju - 8e a l1lulh~r IlIeSlllii
suspeita disso, natural mente, p~la refJex80 do qU(~ intl'Oduz ne/a ('S'in
f:lt!i1 do g020 do homem. eta enlra nesse call1po pula via do dc.sejo, ljllC,
como 0 ~nsil1o, ~ 0 c1esejo do Outro, iSlo
0 tksejo do hOlllem.
Porem, e / f w is p r im it iv a m e llle
que se coloca. para () homem a quvslGu
d\) goLO. Ela se caloca
porque ela esttl implicada, de inicio, no fund'l
I1ICl1tOoa possibi lidade do ato sexual. E a maneira que ele vai intcllI ll!,a
10 e pm mojo de o h je / o s . Desses objetos que sao preciS31l1ellte os 1'I1)1l'
tos qUt; l'1I chama de p e q u e l l o a , enquanto eles sac m m g i/ llli. \ , enqll;I1Jlu
des cscapam a LIma certa estrutura do corpo. /\ saber., aqul'ln qUl' c1\\\1 i 1\'1
e,
de ( 'S j w u t l a l ', e C]u)
do corpo·'i1".
Que tudo (l que
e a miragem
e
pela qual
e dito
que
do corpo passe na alma, ]{l,
alma
"<\
e a kWllI;1
e
isso que pode ~;el
t<lll10S ani1li~·
nossa referencia ao carpo lk
retido, 0 a imagem do corpo. I<i est{\ aquilo atraves
do que
las acrcditaln pader aprcender isso que e
ondc tant05 absurd os.
Poi::; precisamenie nessas parIes do corpo'i\ nesses limites cslr;\
nllos que, como eu 0 direi comentando essa imagel11, fazem bola Oil
fazem sil1fise, l1essas panes do corpo -. que chamaremos por rcli:wi:in iI
ret1exJo espccular, paties ( / f l i ! s ( ( ' s i c a s ai que 5e refugia a qucKlan (il)
gozo.
E 6 para esses objcL()S que 0 sujeito para quem essa qucstao se CO!tlC,
- na primeira fila, 0 sujeito matho ... que esse sujeito se dirigc Pl\l~i\ ( ()
e
e
L<Xi\i( /I. QUEsTi\O
f)()
(JOlt>
que esta em questao est<i all ....nesse ponto de disjun<;ao, sulki·
\'!lIl'IllC:I)tc marcaclo por minha sigla ou algoritmo,
como voces quci ram,
do signHical1te de A barrado, S(;,X), a saber, a disjul1r;ao do gozo cat)
l'OIpl1 C na l11edida em que (e voces 0 verao da pr6xin:<i :~z em 1\1ilol; lIS seus detalhes) que () masoquista, e e dele que partlTel, 111terroga
" com pi elude e 0 rigor dessa separay30 e a sustenta enquanl0 tal. l~
;lIrnvcs disso que ele vem a "nltrar", se posso dizer, no campo do Outw,
\l lint' resta di::;ponivel para ele de Ull1 cerlo .logo do g?Z?,
F cilquanto 0 masoquista da uma soluyao que n ~ 7 0 e via do alo se~ual,
lI11\S que se passa s a b r e e s s a v i a , que poderemos
situar da manelra Justa
que se diz sempre de aproximativo sobre essa posiyao fUl1darncnlal
,In tllasoquismo,
na medida em que cia
estrutura perversa e que seu
Illvd 111 _, por te-l0 articulado oportunamente .- que e aqui primordial,
"lt~ i1penas nos permite distinguir, porque e preciso distingui-Ios, 0 que
'. till ( / / 0 p e r w r s o e
que do a t o ilf l'r u t k o .
'I!ltk
t
I
e
°
fechada. E c verdade .. Na medida em que pelo 11\1;11\)'
seria preciso
sobre cada U!l1 (lccsCS objclos maiores que acatJu de , ' \ i U
car, que silo aqueles que ell desit),l1\) com 0 nome de o h j d o i t · demol!
str:Ho, de 1l1ancira exemplar. Ma~; 0 que demonstrarel P;jrl1 vo(:(;'; :,"1·'
para 0 nO:;50 prr'xlmo encon1m, ( ~ C O / I I O esses objctos serVCill dt, cll,~111..'11
IOS qucstjolladores
Isso :,0 rode no"
a rartir daquilo qlle articul'ci
ja na t"lhinH\ vez, e :'linda hoie como
'\f.!p a r m .,.lio
micwlll1 cnl,'
do
( '{ ) f / s l i t l / l h '! !
( 'O /f '" ''
d o g o :;o
SerA que 1c~nho IW('.t~ssjdad(' de ('onwyar a indkar alguma
cOISil, paid qlll
OSrcnsal))ento~ dc voces vfio imcdialamcnte
sobre a via da puls<!u 'JUt' "
chama ..' I.)lll' se chama i;:rrvneamentc!
silclcHnasoquisla, I1H1S que \.\ Ul
trctaJlto, IlilO ohstantC', com a CSC(lptol-ilia, os
t:micas tel11lOS dos
s.: serve como piv{j quando ele ll;nl que dclll1ir propriamcntt;~
Que a plilsao sado-masoquista
rcpresenre, inteiramcnk,
i\"IKT"lrl.i~~.ne f 't illle . ll.
u
1,'\12,;", ]U,l,'xln;\.
pn:cisnuu::nlc ilc;;~n
dil\~i t·t.ltncnbndp
I.:-:~:"\a,,-;iiH:1gl~JlS.
Si/.~lr~1:" P o i " i
0
dill!
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\ '1 1 / 1 ' t 'i .n l h : a l m
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(. a tr>
p ;:n te d o
0
a to
p e J 'lle r s 'o
do
C lt u
I l£ lv r u t ic o .
se situa no nivel c1essa questao sobre
({Io
0 gozo.
J 1 l 1 l 'f '( J t i c o ,
qUats hl..'IHI
11 plt!S''k;')
efl1l1Jn .IP"I)
Pari:'.l,,;s
Iidl>.:"
( . : ( ) r p o , llCS~\"~l,;str~l1Jho
lilllik '
JflUllOllc\
e n le
per verso
mesmo se eie se refere ao modelo do ato perverso,
iIll11 lel11 outro fim senao sustenlar
isso que nao tern nada a ver com a
qP\~tita() do ato sexual, a saber 0 t:!e ito d o J e s e .j o .
I: 'IPCIlUS ao colocar as questoes dessa maneiraradicaI
.. e cIa s6 pock
',l~rladical ao ser articulada··· 16gica - que nos podemos distinguil' a funVIP l"imdalllt:ntal do ate perverso, tie posso dizer. perceber que elc ~ dis'
\tllill
do.,: (lido aquilo com que parece, porque iss() reveste sell fantasm"
()
SCI dadu
vcrao, eu 0 indico pot'que tenho 0 sentimento de nao ter Ihes
tanto hoje e que annal, 0 tempo urge, eulhes indico lla medida (~m
I SSG pode servir para alguns j{l de tema de refJexao: e p r e c is o £ lis t if l-
V(1C~S0
Ihes uma formula
~I~
e
isso, no momento em que eu os deixo, pode parccIC,
Naturalmcntc
.,1 i
0
I,,:l!l":,
ijllt '.
1",,(,
" i'lll'!
\
::
~1 \
·t.
~:l,iiln ..
!,ltlil""llal
l;
q\l~
,,~ m ~\.:u ! l i v e (
de: '111<:11'"
II"
p o r
1u~l()
i1 r i'" : ·lIh ld o
\)P{)1'1U11~Hn~llk
q\l"~t" :I~l'lI
Li~ao XXIII
A analise pode ser "interminavel", mas um curso nao. E precise que
de tenha urn fim. Entao a ultima aula desse ano sera quarta-feira proxima. Hoje e, portanto, a penultima.
Este ano, escolhi que nao houvesse seminario fechado. Entretanto,
dei lugar, pelo menos - desculpo-me se me esqueci disso - pelo menos
a duas pessoas que me trouxeram aqui sua contribuic;ao.
Talvez, no inicio dessa penultima aula haja alguem dentre voces
um ou varios - alguem que queira me dizer, talvez, sobre 0 que ele
gostaria de me ver - quem sabe? - detalhar um pouco mais ... ou dar
lllna resposta ... iniciar uma retomada para 0 futuro; isso, quer seja nessa
pcnllitima lic;ao, seja na ultima. Enfim, verei se posso responder a isso
hojc. Esforyar-me-ei pelo menos para indicar em qual senti do posso
responder - ou rnelhor, ell nao sei, nao responder - da proxima vez. Em
$wna, se alguns dentre voces quiserem, aqui, imediatamente, rapidamellle, me dar a esse respeito, se posso dizer, algumas indicayoes de sew;
\/olos, do que eu pude deixar-Ihes a desejar concernente ao campo que
~\llkulei este ana sobre a 16gica do fantasm a, bern, eu Ihes seria agradecido. Bern, a palavra, a quem? Nilo e precise se arrastar de um ladn
para 0 outro. Quem pede a palavra? Born ... Esta quente! Born, bem,
ni'io nllemos mais disso, pelo menos par enquanto. Aqucles que tem (l
tospirilO retardatario poderlio talvez enviar-me uma palavrinha. 1\.1011
l..:lldercyo csta no anuario, e rua de Lille. Alias, nao pen so que V\)(,'£s
[<:riiohesitayao; que eu saiba, sou 0 unico, pelo menos nesse lugar, iI Sl'l
idclltiflcado como Dr Lacan.
80m ... enUio re'!pmemos. Eu vou prosseguir, entao, no ponto em que
deixamos as coisas e como nao temos mais filuito tempo para ,Hal'0 'Ill\'
pode passar para formal' um certo campo, cercado, pelo que eu disSt~
este ano, vou -- meu Deus! _. esforyar~me para Ihes indicar os llltil1l(IS
pontos chaves, de uma maneira Hio simples quanto eu puder.
Vou tentar fazer simples, naturalmente, 0 que supoe que eu lhes ad~
vilta do que essa simplicidade pode querer dizer.
Voces veem bem que no termo dessa logica do fantasma, tel1110sufi~
cientemente justificado pelo fato que eu yOU uma vez mais re-acentuar
hoje: a fantasma
de uma maneira bem mais estreita ainda que todo ()
resta do inconsciente, estruturado como uma linguagem; uma vez qUl'
no final das contas, 0 fantasma
uma frase com uma estrutura gral11atical, tlue parece indicar entao, articular a 16gica do fantasm a, a qUl'
quer dizer, par exemplo, colocar urn certo I1l1merode questoes logicas
que, par mais simples que sejam, tem, algumas, sido articuladas nao tao
frequentemente, nao digo pela primeira vez por mim, mas pela primeir<l
vez par mim no campo analitico, (a rela9ao do sujeito do enunciado, pnl
exemplo, com 0 sujeito da enunciayao.) Bom, bem, isso nao exclui que
ao termino desse primeiro esclarecimento, essa indica9ao, essa dire9an
dada do senti do que poderia se desenvolver no futuro de uma maneinl
mais plena, mais articulada, mais sistematica, essa 16gica, do fantasm<l,
eu s6 pretendo ter aberto seu sulco este ano. 0 sulco ... sim.,.
e,
e
- Q uem e que ... se inquieta, voce?
-[alguem na sa/a): eu 1 1 1 1 0posso escutar. ..
- l-'()c e s 1 1 1 1 0pociem e s c u tC il; e a g o ra ... v o c e s sabem d is s o !
Nilo apenas isso nao exclui, mas indica natural mente que em algull\
lugar, essa logica do fantasma se prende, se insere, se suspende, (\ ('('(1nam ia do fantasma. E exatamente pOl'isso que ao final desse disclIrso
eu trouxe esse termo do gozo.
Eu 0 trouxe sublinhando, acentuando que esta ai urn termo novo,
pelo menos na funt;ao que the dou, e nao e urn termo que Freud tenlw
posta no primeiro plano da articulat;ao te6rica.
E se meu ensino, em suma, puder encontrar seu, .. seu eixo, com a
formula de filz e r valer a doutrina de Freud, e exatamente ai alguma
coisa que i~plica, justamente, que eu anuncie, que eu inicie tal f~n.9UO , ta1 marca, que e ai, de alguma fonna cercada, desenhada, eXIglda,
irnplicada .. Fazel' valeI' Freud e fazer valer 0 que eu fat;o sempre: .
primeiro, como se diz, dar a Freud 0 que e de Freud; a que nao excJu~
m;nhum outro consolo. Aquele, par exempJo, de faze-Io valer a respel10 do que ele indica, do que ele comporta, da relat;ao com a verdade.
Fu direi ate que, se atguma coisa assim e possivel, e precisamente
na medida em que eu nao deixo nunca de dar a Freud 0 que e de Fr~ud,
que eu nao me aproprio. Esta ai um ponto que, ~evo dizer, tern sua Imporl8.ncia, e talvez eu tenha tempo de retornar a ISS0 no final. .
t bastante curiosa ver que, para alguns, e para se apropnar, quero
diz.cr, para nao me devolver 0 que evidentemente mais rt.:ed,e:em- cad~
UIl1 pode se aperceber disso em suas fonnulac;oes - nao e ~sso que e
importante, e essa coisa que essa falta tern a me dar que os lI:n~ede de
dar 0 passo seguinte, imediatamente - ? que seria contu~o, em tnum~ros
campos, bem facil- no lugar de me delxar sempre a faze-Io, com 0 nsco
posterior de se desesperarem de que, como parece, eu os tenha suplanlaJol
Fntao, essa funyao do fantasma, aproximemo-la. E, inicialmente,
para nos apercebermos, dizer simplesmente como 0, inicio mesmo de
llussa questao, e uma coisa que salta aos olhos, que e algo de.t.ec!~ado,
que se apresenta para nos, em nos sa experiencia, com,o uma Slgmfica~
.;no fcchada para os sujeitos que, habitualmente, 0 malS comum~n.te, 0
Il!ilis costumeiramente, suportam-na para n6s, a saber, os neurotlcoS;
que SiC nota, como faz Freud com fort;a, no exame exempla~ ,que e1e
r,1 . do um desses fantasmas, Bate-se f1 u m a crian9a; que eu Ja fiz, s\~
vuc~s sc lembram. quando introduzi os ptimeiros esquemas desse ano
(qlle, natural mente, eu lhes aconselho, quando voces tiverem reulli(~\l
<l que voces puderem tom'll' de mais ou menos extenso como ~otas, as
quais, pen so, voces podera~ recorrer, para entender esse camll1h~ qu~~
l{~r:lsido aqui perconido). E alguma coisa de fechada, portanto e para
l'iltuar, e uuplamente, nesses dois term os por mim acentuados; urn C\lnHl
(~:;secorrelative da escolha constituida pelo eu nl10 penso, no qual ('/I f'l;
\;(1nslitui pela fato de que eu justamente, vem em reserva, se posso dil:Cf,
como reduyao em negativo na estrutura gramatical.
Esse fantasm a - nao "bate-se numa crianya", por exemplo, mas para
ser estrito, "uma crianya e batida", como esta escrito em alemao -- eSSt'
fantasma e exatamente essa estrutura que no nivel dounico termo pl1S"
sivel da escolha, tal como ele e deixado pela estrutura da alienayao
a
escoiha do "eu nao pen so" - esse fantasma aparece como essa frase
gramaticalmente
estruturada: E in K indw i,.d f(e s c h lc lf;e ll.
qlll~ nl'to c fazer nada, pais eo que centra 0 mundo de voces - nao c I:ur
isso que c preciso que voces imaginem que voces compreendem aqudo
qtle, 1lI1icamente, entrega a J6gica do fantasm a, a saber, a perversao
Nilo imagincm que para a perverso 0 fantasma represcnte 0 mesmo
papel. l~ e nisso que tento explicar-Ihes a enraizamento do que faz ()
p ~rvcrs() que nao poderia se definir senao em reJayao ao termo que eu
inlrnduzi, igualmente novo, pOl' te-lo acentuado, que se chama 0 a lo
s e x lla l.
Mas, como eu Ihes disse, essa estrutura - a unica que nos seja oft,;recida, a escolha foryada, no nive1 de 0 1 1 t?u nao sou, ou e lf nao p e l/S O
- se ela esta ati e na medida em que ela pode ser chamada para desvelar
a outra, a rejeitada,ll~, e que no nivel da outra, aquela do e lll1 { io SO li, C a
B edeutung inconsciente
que vem correlativamente
morder 0 [Ell], qlW
e enquanto nao sendo. E a relayao com essa B e d e l/tllllg e precisamenlc
essa signifkayao, enquanto ela escapa, essa significayao fechada, essa
significayao contudo tao importante de sublinhar, enquanto, se se pOlk
dizer, 6 ela que da a medida da c o m p re e lls a o , a medida aceita, a medida
recebida, a intuiyao, a experiencia que se interpel a, quanto a sustentar esses discursos de falso semblante que fazern apelo a compreensfi(},
enquanto oposta it explicac;::ao: santidade e vaidade filosl1nca, 0 Senlhi!
Jaspers na primeira tIJa,315
o ponto das tripas em que eJe visa voces para Ihes fazer ere!' qtl\.'
voces compreendem eoisas de tempos em tempos e isso, e essa coisinllil
secreta, isolada, que voces tem dentro de voces sob a forma do l';lli'
tasma, e que voces creem que voces cornpreendem, porque ele desperln
em voces a dimensao do desejo,
Esta ai. simplesmente, 0 de que se trata concernente ao que se chmn:1
c o m p re e l1 s c 1 o ,
E 1embril-I 0 tem aqui sua import&ncia. Porque", nao e pOl'que em Jl1l'
dia tantos quantos voces sejam, digo em sua maioria, um pouco lJeun'lli
cos nas bordas, 0 fantasm a Jhes da a medida da eompreensao precis:!
mente nesse nivel em que 0 fantasma desperta em voces 0 desejn
()
314
Sizmel:
"/(1 rejeler",
315
,fA~P[Rg
Karl.
em Jlortugllc~
/'sycllO palh% gie
'rcjcitit-la'.
1>cdi9.!'Io llkll1ft, 1913, tTlIdllyfio /1 Kaslkrt'
g J I/,'ra le ,
Mcndllllsgc, Paris, Librairic F6lix Alean, 1933.1}
I
e
(l
I ~nlao, voces veem, hi ai conex5es que
preciso distinguir, Articular
que c do gOla implicado na perversao, em relayao a dificuldade au
do ato sexual, e dar alguma coisa que tem, em relayao ao
lillllasll1a, ao fantasma tal como ele nos e dado no estado fechado - e e
pOl' isso que eu lembrei hil poueo esse excmplo de h a fe -s e m o n a c /'ia ,,~ :a
110 lexto freudiano ., a jim (,lio desse fantasm a, que n30 pode como tal
aprcscntar, ser outra co'lsa, senao estritamcnte essa f6nnuia, a 1:!" K ind
w inl ge,w:hlagt'1J
Nuo e porque da pode interessar, nesse sentldo que
'Ill l~1l1 Ulna configUla<yao que voces podCI11 indicar, reportar sabre a
l'1.:o110111iado gozo perverso, fazendo correspondcr tal termo de urn a tal
It.;fIll0 do oulro, que de seja de algul1la maneira
da mcsma natureza' Em
nulros lermos, para lembrar imediatal11cl1te esse ponto v1V(\ que nao 6,
~'~llIlUdo" diflcil de apanhar de passagem no Lexto tao claro de Freud, e,
IH1t cx~~mplo, que ele naa tern uma tal especificidade
nos casos de neu!\l$t: CI\1 que ele a encontrou.
N<I l:slrulura de l1mu neurose, 0 fantasm a ... para tamar esse ai, uma
V\'/, qUI: C preciso tomar alguma
coisa para saber onde rhar nossa atc(l~
ao impasse
nao est<1ligado cspecificamente a c:ssa all aqucla
!'Is ai ,dguma caisa que poderia pOl' un1 instante deter nossa aten~ao!
I ':IIJm;, quanta ao que
da estrutura dos sintolnas, quero dL.,:,~r, disso
(!Ill' 'lS sinf()Jl)i1s
significam na economia, all, nao podemos diz0f lJllt
,';\0
l'S"l~ rantasma
e
sc ai runje, [que s~jaJ a mesma coisa numa lleurOse ou numa oull a
hI 1I111lea rcpetirci demais, mesmo se pare<;o surpreender quando,
!!Jllio aqucles
que tern confianya em mim para vir fazer sllpervi~>Ao
t.i )Inigu, ('II IlH,~opol1110 por exempJo com fon;a contra 0 usa de ter11l0S
,'nlilU l'sses, pOl' cxcrnpio,
de "estrutura histero-f6bica"
Por que iss \ 'l
N,io l' 'i('Illl'I!Jank llnla e"tru1ura histerica e uma estmtura C6bica! N~ll
l:'L;P
mni5 proxima lima cia outra do que cia estrulura obsessiva, cUlo
sin({lIl1,l
.
representa uma estrutura,
E ai que esta 0 ponto marcante, E que, como nos indica Freud, enl i.'S·
tmturas bern diferentes, esse fantasma pode ser quem vagueia <IIi, COlli
esse privilegio, esse privilegio de ser aqui mais inconfessavel que
que quer que soja·- ell leio Freud, eu 0 repito aqui no rnomento, I I / c o / !
.fi? s s 4 v e l compona ll1uitas coisas. Poderiamos parar ai.
Em todo casa, para pcrmanecer no nive! de aproximayao gross~:i 1;\
daquele do ano de 1919, quando isso foi escrito, digamos que ai i.'~(a
apenso, como uma cereja num pedul1culolJ(" 0 sentimento de culpalll
lidade, Em todo caso, e sabre i550 que Freud para, para colaca-Ia elll
relayllo com 0 que ole chama de uma cicatriz. Aquela, precisamente, <lit
complexo de Edipo
/
(I
15s0 e feito exatamente para nos nlzer dizer que, pela maneira (jW
surgiu em nossa experiencia, 0 t~mtasrna participa do aspecto, :.lSSilll,
experimental, do corpo estrangeiro
Que tenhamos sido trazidos -- isso em razao de urn verdadeiro puln I'
tc6Jico de Flcud -- a presscntir que essa significacao f'echada tinha Ida
9ao com alguma coisa outra, bem milis dcsenvolvida, bCl111l1aisrica .II
virtualidades, que se chama para falar propriamenle a pervcrsao, IJffO (
pOlque Freud fez esse saito rapidamcnte, que 11,)SHaO devamus n:cnlu
car as distullcias .. a rc1ayao justa, intenogar-nos depois, conludo, tnlli!.1
experi0ncia adqulrida sobre 0 que e da perversao,
A perversao, cntfio, ell disse, e alguma coisa que se articula" se <Iplt'
senta, como uma via de acesso prllprin ~l dificuldadc que se cngcilflJ.t.
<.Hgarnos, do ·'pwjeto"-·
e voces coiuCjl/em essn palavra entre <P'l1"-'.
que:r dizer, que da c ai npenas anal6gica. ell far;o-a intervir COlll{) WiLl
rderencia em 1ll.1l tliscufsO outro que () meu
do qllcsiionamcnlll.
po!! I
ser muis exalt>, que se situa no angulo cless ~s dais termos: /ln o 1M .. /111,'
1 1 t1t\PENAS .. -"
d e a lo sexual ... () a 1 0 sexual.
Nac> ha ato sexual, eu disse, na medida em que somas incap(I/.l'~' d,'
articular as afinna~6es resultantes diss(). 0 que nao quer dizCJ, flillul,iI
< J I,
Si/Nel:
"p,;dicu/e",
:q 7
Si/llrl't:
''p { J I I ( ',
quo em por(llgll';~ que!' diL..:!' . podkulo'
em por(lIgu,~s.. 'ponle',
Illcntc, que nao haja alguns sujeitos que tenham acedido a is$0, que POg··
sam dizer legitimamente: "eu sou um homem", "eu sou uma mulher
Nlas h6s, ana/islas, [risinhos] e exatamente isso que e surpreendentc, ,\
que n6s nao somos capazes de dize-Io,
('olltudo, nao apenas esse ato, posto em suspenso nesse nivel, para
r la r c o t/fa de alguma coisa que, finalmente - a coisa nao apenas perman<'cuu. mas pennanece ainda ambigua -- pOder-se-ia estar separado disso,
que sc chama a perversao, Por que?
Sc rosse uma perversao no sentido absoluto, no sentido em que Aris{t)lcies a tOl11apOl' exemplo quando ele afasta3IF (';f:pW;: "sao ali monslros") do campo de sua EO ea um certo numero de pnl.ticas, que eram
{;Jlvez, por que nao, mais manifestas, mais visiveis, mais vivas mesmo,
t'l,l sell Jl1undo que no nosso, (onde alias, nao e preciso crer que elas nao
o~lt:il.lln l{\ sempre); a saber, tal exemplo que ele nos da de amor bestial,
nle, se rne lembro bem, a. alusao ao fato de que eu nao sei qual tirano
tit' Phatcre, se me lembro bem, amava bastante ... para fazer passar algutl!.IS vi1imas - quer elas lhe fossem amigaveis
ou nilo amigaveis - fazelas pm;sar par nao sei qual maquina onde elas cozinhavam na estufa
\111\ celto tempo .. , Arist6teles
afasta isso do campo da etica, Isso nao e
lJ:ilurall1lcnte para n6s, um modelo univoco, posto que em sua F:tica, ()
I t ln suxllaJ, justamente
- como em nenhuma etica da tradi<;ao filos6fica
~I cga - 0 ato sexual nao tem valor central, quem dizer, confessado,
patI'nlt' Rcsla para nbs le-Io. Nao e 0 mesmo para n6s, gravas ao fato d3
J 11\
;10 dos m alldam enlos judaicos em nossa moral.
rvlas, scguramente, com Freud a coisa ests. finne: 0 interesse que tcrfl< 1 S l1a pcrvcrsao
sexual, - mesmo se n6s acharmos mais comodo rel;p,al ~IS cadcias disso, sob a forma de referencias a nao sei qual desenn
.
'w ..
\ uivinwlllo
cnd6geno, Oll nao sei quais estados que pretendemos, nfio
,;r salle pOl' que, biol6gicos .- resta que a perversao
Ilniudando-se
ao ato sexual.
s6 toma seu vainI'
" ....
(
Illillillh) pode-se dizer, numa via que e inversa aquela que vai csbnrrar
Cclstra(,:ao, que se articula 0 que e perversao.
O'illtcrcsse desse esquema e este: c maRITar que essa medida p e q lli'/ lil
ii, aqui pl'(~ietada inicialmente
sabre 0 1, pode tambcl11 se desenvolvcr
de lilna mancira externa. A saber, que a rela<;aa de U m sobre 1 l/1 I1 1 1 a is 1/
(; 1(\lllOCIll igual a essa rela<;ao fundamental
que designa 0 pequeno (/ qlle
qll~l dizcr aqui, ,~u 0 lembrei noutra ocasiao: a sohre 1 1 1 1 1 .
Que 0 de que se lrat3 no nivel da perversao e isso: e que e na nK~
dida em que a lJ m , presumido, niio do ato, rnas da uniao (do pacta, ~;~'
i.jlll:r(:lll) ~exual, na medida em que esse U m e deixado inlacto, em qllc
II p:1I'li~;,10nao se estabelece,
que () sujeito dito perverso vem encontrar,
no nivcl desse redutivel que eJe e, dcsse pequeno a original -. sell gozo.
() que 0 10rna cancebive! e Isso:
~------:;~-~~--------~
" , '"
J
J
(
'\~ ,,_ a
' •... :: .•.. _-_.....
.
......•...
·1
~ " ,," ,.;'
il
J
~
----2-----1
~
---- _-------...•
flit
a
~--
/
• ~/"
ELI digo, 0 ato sexual como tal, E e par isso que escolhi esse mod
elinho .. , esse modelinho da divisao incomensuritvel
par exce!encio, ell!
pequeno a, 0 mais amplo para desenvolver
sua incomensurabilidadt.:,
que se define pelo U m sobre a ig u a l a U m m a is a, e nos perl11ite illscreve-lo em um esquema, sob a [onna de um duplo desenvolvimen(()
Sera que devo reinscreve-Io hoje? ..
Eu indica apenas: isso sendo U in, hit um modo de redobrar aqui ()
pequeno a, depois 0 que resta disso -, que acontece, como que par acaso.
ser 0 quadrado de c r, igual ele meSillO a 1 1 m m e n u s a (n30 e dificil ch.'
veritlca-Io rapidamente) -- para introduzir aqui urn a .l, 0 qual sobre () e ll
precedente se redobra para fazer aqui urn ai, cujo ai, etc .. , e terminal
aqui num3 soma das potencias impares que acontece ser igual a u ) ,
enquanto que a soma dus potencias pares acha-se ooAm igual a a . relo
que, i5S0 que voces, voces viram inicialmente projetar-se no U m , a sa·
bel' oa it esquerda, 0 ( f 2 a direita. encontram-se no flm separados de U1l1a
rnaneira definitiva nUlnCtfOffi1a invertida.
Esquema do que nos serkl f~lcij-· ainda que de uma maneira pun, .
mente metaf6rica - de mostrar que podc representar muito bem iss\)
que. do ato sexual, podera para !1 i) s se apresentar de uma maneinl C()11
forme ao pressenlimcl1to de Freud, a saber: rualizitvel, mas apenas suh
a forma cia subJima<;i:io.
E preeisamente~
na medida ern que eSsa via _. e 0 que ela implka
-. pennanece problem<itica, e onde ell a excluo esse ano
POI-que di/vi
que iS50 pode se realizar sob a forma cia sublimayao e afastar-se precisil .
mente daquilo com 0 que temos a ver, a saber, que em seu campo ~1I1gisse, estruturalmente.
toda a cadeia das dificuldades que se desenrolal11,
que se incluem numa hiancia maioI', e numa hiancia que permancc~. qu,'
e aquela da cflstrayao .. ,8 na medicla,., sobre isso, 0 vote comUI11. se pI IS
so dizer, dos autores, daqueles que tem a expericncia, est c1any t', lItl
a
que nao poderia haver ai ato sexual, nao l1lais que nenhum outm al0,
se nfio fosse na re j'e re llc ia s iR I1 {/ia 1 l1 te que., unicamente, pode COJ1stiIII i-In como ato;
qUI' C'ssa referencia significante,
aqui, nao implica, pela {mica fato,
d l/o s (.'f/lid a d e s n a llll'a is ,
0 macho e a femca;
apenas pelo falo de que cia domina, porque e um campa de ato 'I",
dn :lto i'cxual, essa referencia significanle nao introduz esses seres.
ill Jc~ 11(.)SIli:'iopodcmos de maneira nenhuma manter no estado de seres
Ililtlll,lis, introduzi-los
sob a forma de ul11ajilll~'(/() de s lIje i/o ;
. 'Ill,-' cssa Cunvao de 5ujeit() _. C 0 que articulei nas vezes precedellh~s
fl'lIl pOl' I.£cito a d i,"ju lI< ;{/O do c .:o rp o (' do go:w , c que e ai, e no nivd
lh-".sa parliyi:'io, que intervern 0 mais tipicamenle a perversao.
q(ll'
It,S\) que ('Ia d(~staca, para ten tar reunil' esse gozo e esse corpI', f:1.~pa"
,!dl)', pl'lo lhlo da interven<;3o signjfi~ante, e ntraves disso que Ida s\'
.,hlla lW via de lima resoiuyao da questfio do al0 'cxua1.
f
I' (1(1JljUC 110 alo sexual, como ell lhes mostrei com meu esqueJl1a
lIa IlI,irUH vel,. ha (para qualquer dos dais parceiros que seja) um gOt'.n,
II')
II" 11l11'1I1,d' l'r;IIlS.<:li,;:Io ;1'<'><:1'1:1.
Si;;lr~L "(1111"'limp" haixodtlUlosc\ualIlllll'd lllp O
d e 1 I 1 ( ) dl..~i . ! t o sc:xllai;~ .
j)llIf"'(,dk
aquele do outro, que permanece em suspenso. E porque 0 entrecfllzamento, 0 quiasma exigi vel que faria, de pleno direito, de cada um dos
corpos a metafora, 0 significante do gozo do outro, e porque esse quiasma esta em suspenso que nos nao podemos, de qualquer lado que 0
abordemos, vel' senao esse deslocamento que, de fato, poe um gozo na
dependencia do corpo do. outro. Mediante 0 que a gozo do outro3~n permanece, como eu disse, a deriva.
o homem, pela razao estrutural que faz com que seja sobre 0 seu,
de gozo, que seja tom ado numa retirada previa que 0 eleva a funyao de
um valor de gozo, 0 homem acha-se, mais eletivamente que a mulher,
tom ado nas conseqiiencias dessa subtrayao estrutural de uma paJie de
seu gozo 0 homem e efetivamente 0 primeiro a suportar a realidade
desse buraco introduzido no gozo. E exatamente pOl' isso que, tambem,
e ele, para 0 qual essa questao do gozo e nao naturalmente de mais de
peso - tanto quanto para seu parceiro - mas tal que ele pode ciaI' a isso
soluy6es articuladas. Ele 0 pode com a ajuda disso: que ha na natureza
des sa coisa que se chama de corpo, algo que redobra essa alienac;ao, que
e - da estrutura do sujeito - a alienayao do gozo.
Ao lado da alienay80 subjetiva - quero dizer dependente da in~
trodlly80 da. fUI19ao do sujeito - que porta sobre 0 gozo, M. uma outra
que e aquela que esta encarnada na [unyao do objeto a.
Euridice se se pode dizer duas vezes perdida, 0 gozo, esse gozo que
o perverso reencontra, onde ele vai reencontra-Io? Nao na totalidade de
seu carpo, aquela onde llJn gozo e perfeitamente concebivel e pode :;e C
exigivel. mas onde e claro que e lit que cIa constitui problema quand0
se trata do ato sexual,
o gazo do ato sexual nao poderia de maneira nenhuma se cOl'nparar
aquele que pode experimental' 0 corredor, ncssa caminhada livre e aItaneira, Em parte alguma mais que no campo do gozo sexual (e nan l'
pOl' nada que e ai que ele aparece prevalente).
em parte alf,lUma mais
que nesse campo, a principio do prazer - que e propriamente 0 limite,
o obstaculo, 0 telnlO posta em tad a forma que se situa como de exccsso
do 0'ozo - em parte al&,1Umaaparece melhor que a lei ~o goza ~sta sub~
I'l'lctida a esse limite. E que e ai que vai se encontrar,21 especlalmer::e
para o'homem - enquanto, eu disse, para ele, 0 complexo de c~str~9ao
articliia ja. 0 problema - vai [se) encontrar seu campo; quero dtzel que
6 dos ohjetos que, no corpo, se definem pOl' estar, de qualquer sorte, a
respeito do principio do prazer, hors corps (fOl:a corpo):
, ,
E ai que esHio os objetos a 0 peque~1Oa,~ essa cOl~a ?e, amblgua:
que, pOl' pauco que seja do corpo, do obJet03 •.•• mesmo 1I1~lv~dual, esta
110 campo
do Outro - pOl' uma razao conheclda, porqu~ : al ~ campo
ol1de se desenha a sujeito -- que ele tem que fazer a petlyao dISSO, ell~
contrar seu travo.
o seio, esse objeto do qllal e precise defini-Io como .sendo algu~1a
coisa que, par estar chapada, agarrada como em superficle" como paIasitaJ;amente a maneira de uma placenta, pennanece essa COlsa qu~ pode
Icgitimamente reivindicar, com? sua pertinencia, 0 corpo da cnanc;a.
Ve-se bem peliinencia enigmatlca naturalmentel E~1tendo que pOl .um
acidente de evoluy8.o dos seres vivos, parece que aSSlm, para determmados dentre eles, alguma coisa ddes permanece apensa ao corpo do ser
que os engendrou.
,."
E depois os ouiros ... n6sja 0 dissemos, 0 excrem etlto, mal se ten: Ill:.:'~~ssidade de sublinhar 0 que este tem em relayao ao corpo de ,ma rgH1aI,
mas nao sem ser excremento ligado a seu funcionamento;
e bastanle
daro ver, em todo 0 sell peso, a que os seres vivos acrescentam ao
dominio natural desses produtos de suas fUll<;5cs,
E depOtS., aqudes que eu designei sob 0 termo do o lh a r e da I'O~.
procunllldo, pdo menos para 0 primeiro desses dOlS tefl~?S, tendo VI
aqui Hrliculado abundal1temente () que comporta 0 fa~o'):·'~l~. ~l11C.I~a
I cI<1\ao di:.' visao, a questao permancya sempre sLispensa, que ~ ,lque!,I.
li\n ~,il11pks de articular -- ?a qual pode-se dizer, que.; apesar de ~~1i10:
;\ aborduucl11
fellornenoI6g1c.a,
•...
~ ;~ --;:;:~ ~ ~ 'n U 'II'r
.
.,fllJ
\2;;
t 't
('/ltIlJ J P " ~
como 0 prova u1ttrnamcnte.
que
~ignitjc.a ~vai cncontr~lr
N" ,"i~illal, "I 'l'h j" '." ,i? fII~ "
011~c.in: 0 ohjet() m(;~illn.
k 1:li[ dn'lIs 1<.1
rHpport de vision. Iii l.jllcHtio\L.
",
S\/H",j'
'l,.~l(11.;ni)
dl'
Vl~;:'tn~; 1 qlH..·!~I:HJ..
elll
a obi ,\ d~
:-;C,Ht : i l l l l p O '
porhl!',IIl:S
'n ["I"
II"
1\ller1eau-Ponty3~4,nao pode resolve-Io -- e a saber, 0 que e desta "raiz do
visivel", a qual creve ser reencontrada na questao do que e que cJ radicalmente a olhar
a olhar que nao pode mais ser apreendido como reflexo do corpo,
que nenhum dos outros objetos em <juestao pode ser apreendido ua alma.
quem dizer nessa estesia reguladora do principio do prazer, nessa estesla representativa, onde 0 individuo se encontra e se ap6ia, identificado
a ele mesmo, na relayao narcisica em que se anrma como individuo
Esse resto -- e esse resto que so surge do momento em que e conce~ido 0 limite que ft~nda 0 sujeito - esse resto que se chama 0 o ~ je t( ) a ,
e nele que se refugla 0 gozo que nao cai sob 0 golpe do principio do
prazer. E tambem ai, e par estar ai, e nisso que 0 lJ a s e ill, nao apenas do
perverso mas de todo 0 sujeito, e para se situar nesse.!bta-corpo; essa
partequ(~ designaja esse algo de pressentimento que ha em algum Jugar
I~(~P htlebe (nessa passagern que eu Ihes pedi para ir procurar) e que
Socrat~s chama, na relar;ao da alma com 0 col'po, essa parte C 1 l1 l!s te s il2
ca .\. E justamente nessa parte anestesica que 0 gozo jaz, como mostra
a estt:utura ciaposi<;ao do sujeito nesses dais termos exemplares, que sao
defillldos como aqueles do sadieo e do masoquista.
Para domestica-Ios, se posso dizel~ nessa via de acesso, terei necessidade de evocar pra voces a marionete a mais elemental' que podemos
imaginar do ato sadico? Com a ressalva de que naturalmente tomei de
inicio minhas garantias, e que lhes pe<;o para apreender bem que aiL
pCyo-lhes para se deter em uma coisa outra que nisso que para voces
-- todos, eu disse, rnais ou menos vacilantes sabre as bordas da nevrose·- pode despertar em voces de vaga empatia. () minimo fantasminha
d.essa ordem. Nao se trata de "compreencJer" 0 que pode h a v e r de emoClonantt: em tal pn\tica imaginada au nao, que seja desse registro. Trata ..
se exata~nente de aIticuhi-lo, 0 que evitani para voces questoes sobri: <I
eCOn0lT11a
da dor, pOl'exemplo, nessa fLll1yaosobre a qual, espero, tcnninamos par quebrar a cabe<;a: isso com que 0 sa-dico se divcrte, e C O Ill 0
sujeito, dizemos. Eu nao yOU fazer prosopopeia sabre isso ... inicialmcn ..
lcji escrevi alguma coisa a esse respeito que se chama K a lil c o m Sw le,
para moSfrar que eles saa da mesma veia.
. .
..
t;:J6 se divelle com 0 sujeito Qual sujeito? a sllJelto, eu dlrel, como
ell dissC', em algum lugar que se e "sujeito ao pensamento" ou "sujcilo
.1 verligem", 0 sujeito ao gozo a que, voces veem bern, introduz ossa
inflexao que, do sujcito, faz-nos passar ao que marquei como senclo 0
resto, tiO objeto pequeno ct.
J~ no !livel do Outro, com utn 0 maiusculo naturalmente, que opera
cssa subversao, re!:,'Ulando,digo, regulando isso que desde sempre os
filosofos senti ram como digno de qualiticar 0 que e1es chamavam desdcnhosamente as rela<;5es do corpo com a alma, e que em Spinoza se
I.·hama com seu verdadeiro nome: tilil/a lio , cocegas~26
Ele goza do corpo do Outro, aparentemente. Mas v?ces ve~m born
quc a quesHio e para se deslocar no nivel daquela que fOl:mul~le~n Ul11
I.'ampo em que as coisas sao menos cativantes, quando Imagll1el ~ssa
rclayiio do mestre e do escravo inclagando:isso de que se goza, 1550
goza? EnUio, voces veem bem, a rclavao imediata com 0 campo do ato
sexual
Apenas, a questao no nivel do sadico e esta, e que ele lliio s a h < ! que'
C a cssa questao e J lC /1 fa n to fa l que ele esHt ligado, que ele se torna () 1 1 1 slm m ento pum e simples; que ele nao sabe 0 que de meS1110faz com?
sujeito; que ele esta essencialrnente na V i:r1 e ll,f(llllt~ g ; que ele pode senltla, interpreta-Ia de milmaneiras, 0 que ele nao delxa de fazer
{: preciso, natural mente, que ele tenha alguma potenci~ articulantc, ()
que roi 0 caso do marques de Sadl;, mediante (j qlle, legl1ll11amente, SCli
lIome perl11anece ligado a coJsa.
Snde pt:nnanece essencial porter marcado bem as reJal,:5es dO.Ht,)
s:ldil:o com aguila que e do gOlO e por ter "- quando de tentou, dcrn~;(l
) ial11(:ntC' a rt kl.l 1ar a lei, sob a fOnll<l de uma regra lllltversal clJgna dns ill
IlculaL-ocs de Kant, nesse peda<;o celebre: "Franceses, mais urn c~l\m;ll
palH ,,'er republicano"m,
objeto de meu comentzu'io no <:trtigo(jUt, ('11
~
MERLEAU PUliTY. Muuric.e .. Le F isible e l I'i/lvisi/re, CifdIi l11urd, 1,)(,'1111
(;.oltlc.tllado no scmin{lfio O s q lla ll" { ) C 'u /J c e i/o s ./iilld a i1 /c /I/a is
da p s ic m " ilis e .
No origilllil:
I'h"cb~, vcr (oda a
pUfisagcl11
33d n 34a. H.R
;":piIlO/_~L f!',ll;quc~ I l l , p r o p . X L
/} .\l'l'if
<'I <Ill
('..,,.ps'.;;m
11'llq}O an I':spililo
\;'1
s c o lk :
ptlrtugllcs:
"0
'!'qffect de Joi{~ quanti;1 se
ral'!)(i!'/t!
\) ,1« C,'rpo".
S.\Jll \)()l1alj(lI1-i\II'It\l/lo~
lircJlyois de.
..
I,a /'/li/o.\oplli"
dllll-'
f.,'
"(il"'"ir
(tin Ii
(/11/
al010 de i\kgrlil quando de se '<:1'011'1
iil!
111'"'."",
evoquei ha pouco.-'- mostra que essa lei nao poderia se articular senflo
em tennos, nao de gozo do carpo - notem bem, no texto - mas de partes
do corpo, Cada urn, nesse Estado (com urn E maitlsculo) fantasmaticn
que seria fundado sobre 0 direito ao gozo, cada um tendo que ofereccl',
a quaIquer urn que marque a designio dissa, a gozo de tal "pmie" ,- escreve 0 autor (nao esta ai a toa) - de seu corpo,
RefUgio do gozo, essa parte, da qual 0 sujeito sadieo nao sabe que
essa parte e exatamente 0 que, para ele, e seu D asein, que32R realiza sua
ess~ncia, Eis ai 0 que ja e dado como chave pelo texto de Sade,
E claro" Eu nao tenho tempo, porque, meu Deus! 0 tempo avanya,
de rearticular 0 que resulta dessa retomada, dessa reclassificayao em
relayao ao outro, do g020 e do sujeito, eo quao proximo cia esta do t~ll1tasma, bem entendido, imediatamente atticulado por Sade, do g020 ali
onde ele e alyado ao absoluto no Outro (mui precisamente nessa palic
do U m que esta aqui mais a direita), ali onde nos tinhamos visto desltzar, no inicio do problema, 0 gozo deixado sem suporte, aquele do que
se trata, e pelo qual Sade cleve construir, ele ateu, essa figura, contudo it
mais manifesta e a mais manifestamente verdadeira de Deus: a do gO/'ll
de uma maldade absoJuta Esse mal cssendal C 50berano. do qual ;nlJtl
e apenas entao, importado, se se pade dizer, pe1a 16gica do fanlaSl11a,
Freud ... Sade confessa que a sadica e apenas 0 servcnte; que ele cleve,
no mal radical que constitui a natureza, abrir as vias de Ulll maximo de
destruic;ao,
Mas, nao esqueyamos, (rata-se ai somente da 16gica da coisa, S('
eu 0 dcsenvolvi em ..... ' ou indiquei para voces se reportarem as Slla"
foutes· no carateI' tao manifeslamente flltil, butao, no carateI' Si.:lllpll'
miseravclmente abortado dos empreendimentos sadicos, (~porquc l' "
partir dcssa aparencia que sc:.fara melhor Vel'sua verclade,
A verdade, que c propriamente dada pela pnitica masoquista, on(k~~'
ali lwiclente que 0 masoquista'~ para" subtrair, se se pode dizer, f'urull
no tlllico canto329 onde evidentemente e apreensivel, [isso] que eo oh
j eto pequeno a _. entrega-se, dcliberadamente, a essa identificac;ao a C~;Si.'
objeto enquanto rejeitado: ele e menos que nada, nem sequer 0 animal,
o animal que se maltrata, e igualmente sujeito, que pOl'sua fUllyaO de
sujeitd abandonou por contrato todos os privilegios.
Essa pesquisa, essa construc;ao de alguma fOlma encarniyada, de uma
identiticavao impossivel com 0 que se reduz ao mais extreme do dejeto,
e que isso esteja ligado para ele a capta9ao do gozo, eis onde aparece,
nua, exemplar, a economia de que se trata,
Ai ob servam os.., sem nos determos nos versos sublimes330 [risinho
ironico] que humanizam, se se pode dizer, esta manobra:
"E'llquanlo que dos m ortais a vi! m ultitude,
Sob 0 chicote do Prazer, esse carrasco sem favor.
V ai colher
re m o rs o s
nafesla
s e rllif...
"3 3 1
Tudo isso e piada! E 0 reflexo posto sobre a lei do prazer, 0 prazer
nao e urn "carrasco sem piedade", 0 prazer lhes 111antemnum limite
hastante tamponado, precisamente, pOl'ser 0 prazer. Mas, 0 de que se
trata, quando 0 poeta se exprime assim, e precisamente de marcar sua
distancia:
".., ,M inha DOl; dti-m e a m ao; venha por aqui,
!,onxe deles .. ,etc,
Canto de flauta! ..,para nos mostrar os charmes de um celiO caminho,
c quc se obtem, pOl'essa dor,m assim invertida.
Se ten:lOS a ver com 0 masoquista, com 0 masoquista sexual, observamos a necessidade de nOS50esquema. 0 que Reik33:isublinha - com
lima impericia, que se pode verdadeiramente dizer para fazer-Ihes viral'
:1 cabec;a - do carater do que se chama "imaginario", ou "fantasista"
cxalarnente (Phcm tasier/) do masoquismo, Ele niio apreendeu verdadei-
,un
11ll\llklain:. Charles, "R ecueillem el/('.
em Les F 1eurs dll m al. Exatamentc: "/'errdoll/
que des m orte!.....;... P,
11 t
32X
SiI.Hn:~l: " ( J lI 'il «'/1n~a!i.,,·eI'e ,,> s i!}/(,'< -"'.
\2')
j)olgC:lIilk:
·'p<lint",..:11'1 porilliHl(\,
'POlliO',
'Iildis
i/II< '
/1/('1''';.
,;111poriuglll~s.··..:oja 1,$S0ncln (,d~ n:~dil:I'
de .• 1 1 1 0 1 '1 " '. La tlm /liltlde
rile,Solis lefouet
J " ,'ueillir des I'elllordv dans laftle
·'..:~s~llllkllrs·'. ~mIHlrlllgll(;s, 'cssas
".
Si/an:I'
\; \
!\I'O: I'h"tld')lc:
/,(' .\!(I,I'lJ,"!li.Wlle.
chupilrc!ll.
du
P IIlis ir, c<:[,ri!lrre a u
.•"r"iI,'".
":01'0;5',
PayoL
195.1,
S O I/S
mmente (ainda que tudo 0 que eJe traga como exemplos 0 designe suli
cientemente) que 0 de que se trata, justamente 0 que temos pn~jelF1d\l
all, no nivel 00 U m , direita, a saber 0 rim absoluto - da tiniaa sexual
e
a
na medida em que, POl' um l~ldo,ela e esse gozo puro, porem dcspn:1l
dido, do coq)O feminino ...
Se Sacher-Masoch -- taa exemplar quanto 0 Olltro a nos tel' Cl1trC!!,lll'
as estruturas da reJa((ao masoquista - encama numa mulhel~ essencilllmente na figura de uma mulher, esse Outro, ao qual ele roubou
Nt'll
esse g020 Qutro, absolute mas completamentc enigmMico, fl;1II
esta urn il1stante em quesHio, m~smo, que esse gozo possa, se pOS50 dil
g020,
er, a 111ulher, "dar-lhe prazer"l E exatamellte a monor das preocupa<,:tlL''i
do rnasoquista! E exatamente porque, igualment'e, sua mulhcr - que clv
tinha revestido bizarramente com 0 nome que ela nao tinha, a nome de
Wanda de A V enus com p e fe s ' .i4 - sua mulher, quando ela escreve Slias
'1
memodas "
rnostra~nos a que ponto de suas pesquisas cia esta qua(;~'
Hio perturbada
quanto um peixe com uma ma~a!
... Em compensayao,
que
- e
e p re c is ()
quao bom se quebnu' a cabeya com
que esse g020 .- como eu disse,
jJ lflw lIe n fe
0
fato
dl'
im a g il/(!J 'Ifi
preciso que de seja encarnaclo, na ocasia:o POl' um casaL nec(~S
siladojustamente,
i580 e c'vidente, da estl'utura desse Outre enquanlo ek
e apenas a diminuiyao desse {1 m ainda nao repaltido na divisao sexual
Resumindo, nile se tem que se quebrar a cabeytl ao cotrar em e\oc<I<,\')c:,
para ver que e necessaria que esse ser que representi'! ~S<'t.
gazo mitico - que eu refiro aqui ao gozo feminino .- seja na ocasi;1t I
edipianas
represcntado
par dois pretensos
parceiros
"sexuais",
que estao ali p(jJa
aJtemam.
. () masoguista portanto, de lima mancira rnanifesta, gitlla-5e e so p(\lh
o teatro, para
sltLlar~se
(I
marionete,
e m re !a ~ :a () a
e
uma
re p ,.(!s e tl/a ~ ·c 1 ()d o
ato sexual,
e defitll;\
jl<.\1
seu,Jugar (place), urn fu g a l' (lieu) onde se refugia 0 guzo.
E mesmo 0 que iS80 tcm de derris6rio. E iS80 nao e simplesl1Wlltl'
derrisorio para n6s, e derris6rio para ele.E nis80 que se explica e""l'
dupio aspecto de derrisao, quem dizer em dire<;ao ao exterior, enqwil]J"
.lJ4
Leopold VOII. 1 ,< 1 V ( 'IIIIS c i/{J jo lll'l'llre ,lra d (ll.id o
do alcmtlo 1"'(>1'
de S ilc !le r-,\1 I1 s 0 c h , por Gilles DcJcuzc, Minuii 1(167
S.\c·lIm-M.\s("~'II,Wanda \'on. CO I!!essioll d !' /J/(/ Fie. Mercure de France, 1907.
S.-\.CIIER-MAS(JCH,
Wilfon em
."5
P r e S e llltl/iu lI
!\1I'io:
de llutlCa deixa de colar na ellcena~ao - como observou algucm qlle
sabc belll disso, Monsieur Jean Genet - essa coisinha que marca, oat}
para'Lull Pllblico etemo, mas para qualquer urn que chegando ,ineSp,Cl'il.
da.l1lcntc nao se engane Ossa faz parte do gozo), que tudo ISSO C du
lruque, atc do divertimento.
E essa outra face que se pode chama!', para
ralar propliamente, g o z C II;:a o , que e voltada para ele meSl11o. basta tel'
('clido (lima vez que voces 0 tem agora ao seu aJcance, em segUlda,i1
(Idminlvel A pl'esent(u;lio de Gilles Deleuze) A V enus com peles ... YaceR
vtem esse momento onde esse personagem, contudo bastante
s e n h o rta J
que era Sacher-Masoch,
imagina esse personagem de seu romance-· da
qual ele faz, entao, um grande senhor - que, enquanto ele representa 0
papel de criado atras de sua dama, em todos as, m~les do I~undo para
naa estourar de fir, ainda que ele tome 0 at a 111alS tnste posslvel, ele so
rc.1(:m com dol' seu riso.
E
e
ainda introduzir ai, portanto como essencial, isso,
0
lado que
clJamarei ... e que tambem impressionou,
sem que ele de_conta complelamente disso, Reik, a esse respeito ... 0 lado d e ll1 o n s fr(u ;a o da cOlsa que
1 ~ ll parte dessa
posiyao do rnasoquista. Que ele d~m onstra ... como Cl~
110qlladro~llegro, i550 tem () mesmo valor·- que ele demollstra qu~ nit
apcnas est{10 lugar do gozo. 1550 faz parte do seu gozo, de demotlstra~ln
ria dcmonstra~ao naa e par isso menos v,ilida.
A perversao tem sempre completamente essa dimensao demons!r;]liva. Quero dizer, nao que cia demonstrc para n6s, mas que 0 perverso e,
de mCSI11O, demonstrador. E e de quc tem a intenyao, flaO e a perversiio
na lura1111cntel
Ids ai a patti r de que poc!cm·sc colncar sadiamente
as, questf)cs
t~~1
(jIlC ChanlalllOS, mais elU mcnos prucleJll.cmC!1tl', U "maso,qUlSl1)Olllllral
Ante:' de inlroduzir 0 terl1iO de l1Htsoquisl11o
i.l Gada vlrada de 11IiS:,;P,
pml',)si(;oes, i.~prcdso prirneiro i(~r compreendido
bern 0 que (\ 1l1a~;,)
qlllSI110 no l1ive! do perverslJ.
(71.1j;1 i odiquei a voces stlf1cienremente
hit pouco que nft IltJvmSl'. <It]
uilu p;:1t qual eJa csla re1igada a pervers1h.l, nao e llada mais du qlll' U
!;u11asllla rlue 110 interior do seu campo, no (',ampa dda, cia ll<:VW~:V,
prc~:l1che Illlla n.ln~~{o
bem especial, sobre ,I qWll, par~~ce·llw:
nunca .';"
illt~'lnl\!OlI
vcrdadciramentc.
E
uniCHmenti;;
a
partir
dal
qUl'
110;:
p odel\'
._'
mos clar valor justo ao que introduziremos mais au menos com ra;l.,10,
em tal virada da nevrose, chamal1do-o "masoquismo".
Hoje ell estoll surpreso e literal mente 0 que eu Ihes digo e, por nao
poder continual' com a nevrose, quebrada em dois; isso esta ligado ao
fato de que, e claro. sempre, eu meyO malo que posso Ihes dizer elll
uma vez. Mas hoje, eu articulei bem 0 que faz a mola da perversao elll si
mesma, e ao mesmo tempo Ihes mostrei que 0 sadismo nao e absolutamente para se ver como um reviramento do masoquismo. Porque e bem
claro que todos os dois operam da mesma maneira, exceto que 0 sitdico
opera de uma maneira mais ingenua. Intervindo sobre 0 campo do sujeito, enquanto que e sujeito ao gozo, 0 masoquista, afinal, sabe bem que
POllcO file imp0I1a 0 que se passa no campo do Outre; naturalmente c
precise que 0 outro se preste ao jogo, mas ele sabe 0 gozo que ele tem
que subtrair. Para 0 sadico, acontece, na verdade, servo dessa paixao,
dessa necessidade, de trazer sob 0 julgo do gozo 0 que ele visa como
sendo 0 sujeito Mas ele nao se d{l conta que nesse jogo e ele mesmo (l
enganado, fazendo-se servo de alguma coisa que est{\ inteiramente fom
dele, e a maior parte do tempo permanecendo a 111eiocaminho do que
ele visa; mas em compensaQao, nao deixando de realizar d e /c lIo ···· quel\)
dizer, de, sem saber, sem procurur, sem se situar ai, sem 5e calocar ai
- a funyao do oZ?!eto ct, quer dizer de estar objetivamente, realmenlc.
l1uma posiyao masoquista, como a biograf1a de !'lOSSO divino Marqu\1:-:
- eu 0 sublinho, em meu artigo - nos demonstra hem. 0 que de mais
masoCjuisla do que 0 que esta inteiramente rt,colocado entre as m[\Os (1:1
marquesa de MerteuiJ3Jt'!
.;.l(,
A ,narqllesn
de Mcrtcui I
c wn
pergonngel11 do Wl11UI1I.:·e ctc Cho(krlm; (k I"do;;.
Il1numsta de Sade " it prcNid~nta de !v!onlrclliJ
I ,(lean
pro1Jll1lci')lI"11111nr<jllcsa d~ '!Vkrdocij",
1 .( '.\
!.iw·,m lls dilligereus< 's,
.II.
Li<;aoXXIV
Preciso ... Preciso, hoje, ir fllpido Anundei, na ultima vez, que seria,
para este ana escolar, minha ultima aula; e preciso encerrar este assunto
sem tel' 1'eito nada mais do que ahri-l0. Desejo que alguns 0 retomem, se
pude anim{l.-Ios com este desejo.
Para ir rtlpido, tonho a inten<;ao de terminar com 0 que so pode chamar
lima chamada c!inil.:<l. Nao, cCliamente, que quando falo de 16gica e no
meadamentc de 16!~jca do fantasma, eu deixe soquer por um instantt'. n
campo da dinica, ~(~adaum sabe. cada um e !eslemunha, entre os (Ji'\~
exerCt'lTl, que e no dia a aia das dechravoes de sells doontes que eles CllC\ll1tram, rnui enmumente, meus principais tormos. Ell mcsmo H\ll!b0iil
niin Cui busca-Ios alhures,
o flue wloeo -- como chamo estes term os de refercncia ck me\l en
sino '{)que colo.:o, quero clizer, aquilo cujo Jugal' Ngani:lo, 00 ptr.ipti{l
dlscun,;o p~icanalitjco,
Nao OWlS tarde do que no come<;,odesla ;;omanil,.
agom e um ks
knlllllho Inv';:f50, de alguma forma. daquc!e que Inl: e dado !'rt:;qHl·llk.
menll;\ a :\\lher, que !al doente pareceu dar a s\;u analista, na tarde 111,'<;11\:1
elU j1(1 dia ser.uinte de mOll seminar\o, algo que par(;ce scr sua rcpcti,';\il
au PUllto de~ se pcrguntar 5C de pode ter 0 seu eeo, E se a genIc St·
111<11 <Ivi!ha tanto mats dos casos em que e verdadeiramentc
impossiwl,
illVl'ISCll11cnte l'U poderia c1izer que, nao mais tarde do que no CUllllSO
des!" sctnanH, encontrava, no assunto de tres se((oes que Ill\.' !'(lIiUll tl<1
lid<lS, dt~ ulna pSlcanidise pouco irnporta que cla tcnha <;ida didalic;1 •.•11
!L'rapeutica - os pfaprios temlOS que ell sabia (porque era scgunda-fcira)
que eu tinha". "ex-cogitado" na vespera, neste lugar da campanha olHk
preparo meu seminilrio.
Portanto,
denadas
deste discurso
allele
analitico,
nao fayo nada senao dar as enor-
ele se situa. Mas, a que se tem
it
dizer'1 Pois que
POSSt1
aproximar, pos que cada L1m, tao frequentemente pode aproximar es1e discurso". e nao basta dizer que e 0 discurso de um neurotico, este discurso
nao 0 especiflca.E 0 cliscurso de Ut11neur6tico nas condi,coes, mesmo 1ll)
conclicionamento, que Ihe da 0 fato de oconer no consul tori 0 do analista
E desde cntii.o, nao e por nada que adianta esta condi\3.o de Incal.
Quer dizer que estes ecos, mesmos estes decalques, significariul1l alguma coisa de bem estranha?
Cada 11m sabe, cada um pode vel', eada um pode experimental', que
mCll diseurso, e claro l Aqui nao e da associayao
livre.
E cntao dizer que este discurso do qual recomendarnos 0 metoda. 0
caminho da associavao livre, estc cliscurso dos pacientes, faz, rccobl'C:
aquele que e 0 meu aqui') Que no momenta em que ek al faJta de aJgUl11111ado e ande ele especula, onde de introspecta., onde de eillcuhra.
onde ele "intelectualiza",
como di7.cmos tao amavelmenh;.
Nao, selli
dt'lvidal Deve haver al outra coisa que. ainda que possa dizer'';'! qUt~u
pacienk obedece a recomenda9uo da associa<;iIo livre enqwmto eia (- a
via que Ihe propomos, de pOCk,·I;; cOl1lL1do, de alguma forma legitilllamente dizer estas coisas, e, de l:lto, cada um sabe bem que 5e pedimos
para passar peta via da associa<;ao livre, niio quer dizer que isl0 comanda um discurso froLlxo, nem um discurso rompido. Mas, meSll10
assim, para que algo atinja. algumas \leZCB [lIe nas sutilezas, a tai c\is··
litH(~io S(lbIT as incidcncias de sua reJa<;ilo a SlW propria demanda, it SIJ:1
questao sobre seu clcsejo, esta, contudo, eXat'arnctl1e ai algo de nature/a
a nos faler reA eti r UI11instante f\O que condic.iona este discurso ale1l1 (Iv
nossas orienla<;:oes.
£ ai, e preciso, e claro, fazer intervir est!;.'denlcnto
dadeiramente
ao nivel das evidencias
iJ J le rp l'e fa ~ 'tiu .
{37
S j/;a t" l:l:
'~quie n c o r e
~3X
S in H c l:
··rr,.)p<)~ollS.
pubs!:
d ilC
p e tIt to u t
.
d~ nl0:ml.;·~.
mais comuns)
(hojc. ficarei VCI
e que se chama :i
Anl(~s de se perguntar
e
0 que
e, como,
quando
e preciso
faze-Ia, .. ()
que n~lo sem provocar, cada vez mais, no analista, algurn embarar;o,
pOI n;io colocar talvez a questao no tempo anterior aqLHde ao qual yOU
col()c~l-Ia. E este: como 0 discurso, 0 discurso livre, 0 discurso livre
rccomendado ao sujeito, e condicionado par aquilo que ele c de
alglll1ul forma em "passe" de ser interpretado? E esta al 0 que nos leva a
evocar simplesmente algumas referencias que os 16gicos, aqui, faz muito tempo nos clao e e hem 0 que me levou, neste ano, a falar de 16gica.
Certamente nao e que ell tenha podido dar aqui um curso de 16gica.
Nan era eompativel com a que eu tinha a recobrir. Procure! dar a arm adura de LIma certa 16gica que nos interessa ao nivel destes dois registros,
da alienac;ao, de uma parte, da repetic;ao da outra, estes dais esquernas
em quadrangulo, e fundamental mente superpostos, de que espero que
pelo menos uma parte de voces se lembre. Mas espero tambem ter incitado alguns a abrir, assim a entreabrir, a espiar um poueo alguns livros
de 16gica, meSl110 que n 30 seja senao para se lembrar das distinr;oes
de valor que 0 16gico introduz no discurso, quando e.le distingue, pOl'
exemplo, as frases que se chamam assertivas, frases imperativas au impIorati vas,
Simplesmente para assinalar 0 que acontece, 0 que pode acontecer, ..
podcm se colocar (Joealiza-se, ao nivel das primciras) questoes que as
oulras, que naa sac menos, e claro, palavras cheias de incidencias, C
que poderiam tambem Ihes interessar, os I6giCOS, mas, coisa curiosa,
que s6 as abordem para contorml-Ias e de algum modo de vies, a que
faz que, ate esses dias eles deixaram este campo bastante intacto ... Estas !i'ases que chamei irnperativas, implorativas, contanto que, enfim, 0
que') Elas soiicitam bem alga que, se nos referimos ao que deflni como
at(J, nao pode deixar de interessar it 16gica; se elas solicitam estas interveoyoes ativtls, pode ser algumas vezes ao titulo de at05 Contudo, 56 a:;
primciras seriam, no dizer dos 16gicos, susceptiveis de serem submuli·
das ao que se pade chamar a c rttfe a ,
Dcfinamos esta como esta critica que exige uma referCl1cia fls
condi!ik~s necessarias para que, de Ul11 enuneiado, possa sc deduzi,
oulm enllnciado.
!\quele que hoje, teria aqui caido de supetao peln primeira vel. t' qlll'
nuo twin jamais, e claro, oLlvido falar destas coisas, acharia que hi! ai
qUI: 0
alga muito chato; mas enfim, mas suponho, contudo, que para lod\)s,
aos seus ouvidos ressoa aqui a distinyao da enuncia,,1\o e do enullciado
E isto que 0 enunciado, para me entender, para me entendcr IlO qlH,:
acabo de dizer, e constituido par lima cadeia significame. QueI' dizel
que, 0 que e no discurso, objeto dOl 16gica, e entao limitado de illicin pOl'
condiyoes formals, e e isto que faz com quese designe esta 16giea (It."16gica formal".
80m, pois bern, ai, no comeyo - nao certamente
enunciada no
comeyo pOl' aquele que e aqui 0 grande iniciador, a saber, Arist6td~'s,
anllnciada somente pOl' eJe de modo ambiguo, parcial, mas segural11enll:
isolada nos progress os ulteriores - veremos ao nivel do que chamci liS
"condiyoes necessarias", valorizada a fUl1yao da l1egayaO enqllanto ela
exclui 0 terceiro. Isto quer dizer que alguma coisa nao pode ser afirmnda
e negada ao mesmo tempo sob 0 mesmo ponto de vista. E isto, pdo n1l.:-nos, 0 que nos enuncia Arist6teles. [sto, expressamente.
Enfim, podemos ai, de irnediato, colocar em rnargem 0 que Freud
nos afirma: nao esta, cOl1tudo, al este principio que 5e chama de "naoconlradiyao", limite a esbarrar... esbarrar 0 que? 0 que se I J lllll1 c ia . . . lHl
inconsciente.
Voces sabem, Freud, na eiene/a dos ,\'0 1 1 1 1 0 8 , sublinha: contradir,:t'l!i
- quer dizer que llma mesma coisa seja afirmada e negada mui propria
mente ao mesmo tempo, sob 0 mesmo angulo - e 1sto que Freud 11(),~
designa como sendo 0 privilegio, a propriedade do inconsciente.
Se precisasse de alguma coisa para .. confirmar aqueJes, na cacho!a
dos quais isto l1ao pode ainda entrar, que 0 inconsciente e estrull1lli(k
como LIma linguagem ... diria como, entRo, pod em justificar que J'n'lId
tenha cuidado de sublinha.r esta a l/s e n e ia , no il1consciente, do pritlcipiu
de ni'io-colltradiyao? Pois 0 principio de nao-contradiyao.,.
oao tem Ilada
a vel' com 0 real I Nao e que no real nao haja contradi\~ao, nao hit C l'fI.'S k l l l
de cOl1tradiyao no .real!
Se 0 inconsciente ... nao e" Como aqueles que tendo de t~1lar do il\
consciente, enfim ... nos lugares onde, em principio, se ensina, comC';i1l11
por dizer: "que aqueles que estao nesta sala e que creem que 0 incoll
scicnte e estruturado como lima linguagem, saiaml"; certamCI1IC, de~
b~~m raz~lo, porqll(~ i8tO prova que eles .iit sabem tudo! .. e que em
llldll casn, para aprender qu.e isto seja outrll I,;oisa, e!es l1ao tom I1l'CCSsid(!clc de fiear! Mas, esla o~ltra coisa, se sito as "tendencias",
como se
di/, A Icndl'Jllcia pura ou a tensao, em toc!o caso, hein! Nao e qucs!fio
ijue ela scja outra coisa que ela el Ela pode sC compor, na oeasiao, segundo n paralelogramo das foryas, ela pode se invel1er - contanto que
:11 suponhamos uma direyao - naa e? Mas e num eampo sempre subIlwlida, se se pode dizer, a composiy30.
Mas, no principio de contradiyao, trata-se de outra coisa. Trata-se de
}/(',l(O ((/O . A negayaO nao vaga assim pelos riachos! Podem
ir proCLlrar
sob 0 pc de um cavalo, nao encontrarao jamais uma negayuo.
POllanto, se se sublinha, se Freud, que de qualquer forma devia sab01 lltn POLlcO,tem cuidado em sublinhal' que 0 in~onsciente
nao esta
submetido ao prindpia de contraclic;a.o, pois beln! E bem porque pock
~cr (jucstao que ele ai esteja submetido! Ese e questao qlle ele ai esteJa
subl1letido, e bem evidentemente por causa do que se ve: que ele e estrullirado conlO uma linguagem l Numa Iinguagel11 ( 0 uso de LIma linguag\.~I11), 6 ill/e rd i/a d o
0 que, depois de tuelo, podc participar de uma certa
ronv\.~n~ao. Este "interdito" tem um senti do 0 principio de contradi<,:ao
l'ul1dona Oll nao funciona. Se se obse.rva que em algum lugar eJe nun
liIIICIOn<:1, e porque 5e trata de um discurso. lrlvoca-lo,
quer dizel' que ()
ilil:onsciente viola esta lei 16gica, e isto prova no mesmo lance, que ele
t· illsfalado no campo 16gico e que ele at1icula proposic;oes.
1(1l1H.O, lembrar isto, nao e, e claro ... senao incielentemente
... para
vllitar as bases, aos prindpios, mas antes para, a este prop6sito lembl'a!
!l11l.: os 16gicos nos ensinam que a lei de nao-contradic;ao
- €linda que se
1l'llIw podido cnganar t.anto tempo ... nao
amesrna coisa, dcve··se dislii1vuir do que se chama a lei de bivaleneia.
()ulra coisa e interditar 110 usa 16gico - C(llltanto que se dl~Clll as Ii"
lel11
e
onlillacl
'i\
limitadas que disse a pOlleo, limitadas em seu eampo ,15 f'rasl'\s
jimitadas a isto, de isolar as condi90es necessarias para qUi.'..
cnunciaclo, se cleduza LIma cacleia correta, isto e, que pcnnitn f~lI"
L 'I :1 Illcsma
asserc;a,o sabre outro enul1ciado, asserc;ao que e alinn:itiva
<>11I\cgalivaotltra coisa e fundar i8to e dizer, lei de bivalcncin: loda
Illoposil(i)0 e vel'cladcira ou falsa
Nfl(l vnu me estcnder aqui ... e antes, p01'quej~1() fiz.lndiqlwi
<ksdc
:lSSi'1 livHS,
dl'
1II11
as p~'imeiras liyoes deste ana alguns. fiz alguns h illIs , para Ihes n,vcr
sentlr a que ponto e falso demonstrar que nao e somel1tc porque nUl) sv
sab~, que uma proposiyao pode ser faeilmente constTuida que Ihes ra\~a
sentlr 0 quanto esta bivaJencia ,- esta ambivalellCia como resolyida
l~
problem<itica, Todos os matizes que hi al e que se inscrevem em", ellt!'e 0 e l'erdade £ fife s~ia/a/so? Oll 0 ela/se> q lle seja llerdade, nao C de
forma nenhuma alga linear, univoco e definido.
Mas, justamcnte, e bem isso que da todo seu valor il presenya desta
dimensao, que e a nossa, aquela no interior da qual se situa este discurso
ao qual pedimos para nao olhar mais longe, se posso dizer, que apanla
do nariz .. , "Basta que tenham que se colocar a quesHio, digo aquelcs
que entram e ~ l analise comigo, de saber se devem ou nao dizer isso: ela
e definida", E 0 modo mais claro para enunciar a regra analitica, Mas,
~ontudo, 0 que nao Ihe digo, mas que e 0 pe sobre 0 qual elc palte, e que
e apenas a verdade, enfim, que esta ai colocada como devendo ser pro,.
cLlrada nas/a/has dos enunciados. Falhas que, ern suma, Ihe dOLItodo 0
tempo, que quase Ihe recomendo, de multiplicar, mas que desde entao, e
claro, SLIpoem .- sLlpoem ao principio da propria regra que Ihe dou - uma
coerencia implicando uma reconstrucao eventual das ditas falhas, Re~
constfllyao que cleve ser feita, segundo que nonnas? Senao aquelas que
evoca, que sugere, a presen9a cia dimensao da verdade. Esta dimensao l'
"inevitaveJ" na instaurayao do discurso analitico,
o discurso analitico e urn discurso submetido a esta lei de solicitar
esta verdacle - de que falei ja nos termos que sao aqui os mais apropria ..
dos: uma verdade que faJa - de solicitA-la, em sum a, de enunciar L11l1
v e r-d ic f um d ie l verdadeiro,
Claro, a regra toma um todo outro valor!.., Esta verdade que rala e cia
qual se e~pera 0 veredicto .. se acaricia, 5e domestica, se passa a Inao n<l
cab Cytl , E este 0 verdadeiro sentido da regra!
Deseja-se passar na frente, E para passar na frente, se faz semblallll',
em suma - e este 0 senti do cia regra da associayao livre -, se faz SCIIlbla~lte de nao se preocupar e de nao se lixar, de pensar noutra coisa:
aSSlm, ela deixara talvez 0 pedayo Eis 0 principio,
Estas coisas, eu
quase enntbesyo, enfim .. fazer disso aqui... um pedayo! Mas, n<lo (:S.
quey~In, trato com psicanalistas; isto e, aqueles que - 0 que digo ai. ,
que e, enfim ... tang/vel e quase ao alcance de todo mundo - tem Ilwis
tcndencia a esquecer e, e claro, eles tern forte razao para isso Vou <1.il.l.:l'
de imcdiato
l'~ortanto, a quesHio esta aL pontuo de passagem, e que em smna sc
i nterr015a a verdade de um discurso, que - sc e verdade, seguindo lireud,
() que e~ disse a pouco -- e a verdade de urn discur50 que pode dizcr Still
e nilo, ao mesmo tempo, sobre a mesma coisa (pois e um discur50 nal)
submetido ao principio de contradiyao) e que, se dizendo, se fazenoo,
como discurso engravado, introduz uma verdade, Isto tambem e fundamental! A prova, tao fundamental (ainda que, e claro, nem sempre
desembarayada no tipo de ensino que acabei de invocar), e tao fundamental que e dai que vem 0 sobressalto ao qual se sabe, se 5ente, tern-sc
o testemunho, de que Freud se ocupou, quando ele teve". - e seguramente ai que acontece1.l - que explicar ao seu bando (voces sabem, aL
os companheiros vienenses, hei11, da quarta-feira .. ) que .. , havia urn paciente que teve sonbo5 expressos para acabar com ele, Freud339! Sob ressaito! Sobressalto na assembleia e mesmo, provavelmente,
clamorl ,
Ht que, tambem, se ve que Freud se mete enfim, a tel' um POllCO de
dificuldade para resolver a questao Ele explica isto, e claro, como pode:
a saber, que os sonh05 nao sao 0 incon5ciente, que os sonho5 podem ser
111entirosos, Contudo, 0 menos que se pode dizer, e que e preci50 empurrur este inconsciente! Quero dizer que se esta dimensao deve ser prcst~lvada, 0 que faz Freud, e em nome disto que 0 inconscientepreservQ 1I1ll<1
verdade.. que nao confessa! E que, se e pressionado, entao ai, e claro,
de pode comeyar a mentir a pteno vapor Com os m eios que de tell),
Mas 0 que tudo i5to quer dizer?
(~ claro, 0 inconscientc."
so tem senti do -, exccto para os imbccis
que pensam que e mal - s6 tem senti do, desde entao, se se ve que Isto
uuo e, 0 que ehamaremos assim, se quiserem, um "sujeito inteiro" , 011,
J1lais cxatamente que ele esta antes, antes do sujeito inteiro; lHi uma IIII~
glHlgt:l11 anterior que 0 5ujeito" , nao seja ... suposto", saber.. acollll.\'l1
n que Hcontecer,
H~I,portanto, uma anterioridade
logiea do status da verdade sobrc
qualquer coisa, qualificavel de sujeito, que pode ai 5e alojar
°
[~isto que ... Sei bem que quando digo estas coisas, quando as escrcvi
pela primeira vez-em A C oisa.fl'elJdialla, isto fez". enfll11,isto tem sua
pequena ressonancia rom antica. Que querem! Ai nao posso nada, a vcr~
dade e um personagem ao qual a muito tempo 5e deu uma pele, cabelo~;,
e mesmo um povo para ai se abrigar c ... c para fazer 0 ludiao ... Trata-sc
de encontrar a razao disso. 0 que quem simplesmente dizer, - e quc,
aca?o de dizer - im possivel a excluir, pela razao que verao.
E que se a interpretayao nao tem esta reJayao ao que l1aotem nenhuill
outro meio de chamar a nao ser de verdade; se ela e apenas isto atrilS
de que, enfim, se ... se abriga, na manipulayao, assim, de todos as elias,
hein!. .. nao se vai impoltunar assim as ... pcquenos queridinhos que St:
supervisiona, a Ihes enfiar no lombo a carga da verdade .. entao Ihes
dizemos que a interpretayao tern ou nao "exito" como se diz, porque cia
teve .... 0 que? - e 0 criterio heinl Seu efeito de discurso! ... 0 que nao
pode ser outra coisa ... senao um discurso! Isto e, houve matetia!, isso
reperclltiu, 0 tipo continuou a deblaterar.
Bom. Mas se e isto, entao ... se e apenas "puro" efeito de discurso,
isto tern um nome que a psicanftlise conhcce perfeitamente, e que e para
ela alias, um problema, 0 que e engrayado ... e isto precisamente e nilo
outra coisa, que se chama a s lIg e s tC io ! E se a interpretayao nao Fosse
senao 0 que produz material, quero dizer, 5e se elimina radicalmentc H
dim,ensao da verdade, toda interpretayao e apenas uma sugestao,
Eo que coloca em seu lugar estas especulayoes, muito interessantcs,
porque se ve bem que sao feitas sornente para evitar esta palavra v e l'dade. Quando 0 Senhor Glover"~"fala de interpretayao "exata" au "ine;.:·
ata", ele s6 pode tazer isto para evitar esta dimensao da verdade, e •.:Iv
o faz, 0 caro homem, que e llm homem que sabe muito bem 0 que <li:-,
nao sOlnente,para evitar a dimensao, pois vao vel' que ele nao evita." Sn..
mente, eis' E que se pode"11 [alar de dimensao da verdade, mas e mlli!(l
dificil falnr de interpretayao.fttlsa. A bivalencia e polar, mas cia dei."."
embarac;ada quanta ao tc rc e iro e X c !lIid o . Sera pOI' isso que ele admik il
3"JO Glover, Edward:
p ,~ jld u m ( /Ii~ l'q u e ,
3,11
I'"
p u h lic a liu fI
19.1J. I. 1. P.• vol. XlI, r<Spris <.Ial1s La '/;'c !"/I'/I/"
lrad. C. Laurin, P. U. F. 1958. ellal'ilr.:
"L'ct1'ct tllcropculiquc de I"inierprellilion inexl1.:k".
Tl'lIlUtldo •.se de Glover, RC cfopcrava: "1 1 1 1 0 se podejiil< lr".
I de la 3'·" parlil.,. pl' ..1 i 'j_·13·1
t~K:llndidadeeventual, digo, Glover, da interpretHyao inexata. Vejal11s\,;u
"lncxata, nao quer dizer que seja falsa". QueI' dizer que cIa Ilao
tl.'tll nada a vel' com aquilo de que se trata, nesta ocasiao, como verdade;
lllas algumas vezes ela nao cai fon;osamente par isso, ao lado; porquc ..
!l(ltqlle~l1;lO hit meio ai de nao a vel' aparecer. Porqlle a verdade e l-ebelde,
pUI ll1ais "inexata" que seja, mexeu~se em alguma parte dela!
Hnlao, neste discurso analitico destinado a cativar a verdade, e a rci'l\losta-interpretayao, interpretariva, que representa a verdade, a inter~
pretuyuo ... como sendo ai "possivel", mesmo se ela nao tern lugar, que
orienta todo este discurso. Eo discurso que comandamos como discurso
IiVI'!: tem par fUl1yaode the dar lugar. Ele nao tende a outra coisa senan
a Ihe instituir um fu g a l' de re s e rv a para que esta interpretavao ai se inst:reva como Jugal' reservado it verdade.
(: este 0 Jugal' que ocupa 0 analista. Observo que ele ocupa, mas nno
t' ai que 0 paciente 0 coloca! Esta ai a interesse da definiyao que dOLId a
lransrerencia. Em suma, porqLlenao lembrar que cIa e especifica? Ele e
t:oIocado l1aposiyao de sujeito s U jJ o s tu /:la h e r, e ele sabe muito bem que
isto 51) funciona se ele tem esta posi<;ao, pois e ai que se produzem Os
pl'l',prios cfeitos da transferencia; aqueles, e claro, sobre os quais ele tem
d~;inlcl'vir para os retificar no sentido da verdade.lsto e, que ele estAentre
dUHS cadeiras, entre a posi<;ao de ser 0 SLUeitosuposto saber (0 que elc
sab\.~bern que nao e), e a de tel' que retificar os efeitos desta s lIp o s ir;a o da
Pilr1(~clo sujeito, e isso em nome da verdad~ E bem nisso que a trans!l:I'em~iu(:ronte do que se chama resistencia. E que, se e bem verdade como
dig\), que a verdade no discurso analitico e colocada alhures, no lugar,
at, Jaquele que ouve, de fato, aquele que OLIVe so pode f\mcionar COlllO
"retai::;l' ell) rela<;aoa este lug'll'; quer dizer, que a (mica coisa que ele salH_~,
(~ qUi,; de mesmo esta - como sujeito .- na mesma relac;ao it verdadc ql!\.'
lIqlld ••
~que Ihe fala. Ii 0 que se chama comumente isro: que ele es!Aob ..
dgaloriamcnte, como todo mudo, em dificuldade com seu inconscientc I:
lI11i,; 6 isto que faz a fUl1yao,a caracteristica manca da relaryaoallalittGa,
,,~quc,j ustamente, so esta dificuldade, a s lIa propria, pode respolltkr.
pod\,;responder d ig l1 C 1 m e llfe ande se 0 espera _.. onde se 0 espera conde
ulgumas vczes pode-se esperar muito tempo! -Ia onde 5e espcra a illll:rpretHvao!
It,;xl\l
Somente vejam .. uma dificu!dade -. que seja "de ser"{·l~Ollque seia
de relaya.ocom a verdade, e provavelmente a mesrna coisa -'lIma dillcllldade, isto nao const:itlli um status!
E par isso que se faz neste ponto tudo para dar nisto que e a condiyilo
do analista: de s6 poeler responder com sua pr6pria dificuldade de seL ..
analista, porque nao? Faz-se tudo para camuflar isto. Contando truqucs,
par exemplo, que, e claro, enfim ... com seu inconsciente e um neg6cio
resolvido, heinl ... houve psicanalise e ainda, didMica! ... e, e claro, isto
Ihe permitiu, contudo, enfim ... sobre isso, enfim. De estar urn pouco
mais a vontade!
Enquanto que nao estamos no dominio do mais nem do menos. Estamas no pr6prio fundamento do que constitui 0 discurso analitico.
Isto nao vai depressa, bein? Pois bem, e, contudo, assim que e preCISO avan9ar.
Se esta verdade se repolta ao desejo, isto vai talvez nos dar conta das
dificuldades que temos a manejar aqui esta verdade da mesma forma
que as 16gicos pod em faze-Io Que baste evocar que 0 desejo, nao e algo
assim, de fato, que seja Utasimples de definir a verdade.
Porque a verdade do desejo ... (ri5inI10), isto e tangivel! Ei... temos
sempre alga a fazer al porque e para isso que as pessoas veern nos procurar: sobre 0 assunto do que ocorre com etas quando 0 desejo ... chega ... ao que se chama "a hora da verdaele"! Isto quer dizer: desejei muito
alguma coisa - seja 0 que for -..mas eu estou al diante, posso te-lo ... e ai
que acontece um acidentel
Sim. 0 desejo ... ja procurei explicar estaji:tlta .. Nao fui eu que inventei, sabe-se a muito tempo, foram fdtas olltras dedu<;oes, mas e dai.
que se partiu, pois s6 se pode partir dai, e S6crates34J. 0 dese.io iUi:t!ta
e m s lIa p r 6 p r ia e s s i? llc ia . E 1S50 tem um scntido, e que nao hit objeto
cujo desejo se satisfas:a, mesmo que hclja objetos que sejam causa do
desejo.
o que se torn a 0 desejo na hora da verdade?
E bem a partir destes acidentes bem conhecidos que a sabedoria toma
vantagem e se gaba de considenl.-!o como loucura, e depois, de instaurar
.\,12 Pnssngc incertain.
34.\ Plnlao.lf
!J ill/q u e
I,, 2()()-20 1
todas as espccies de medidas dieteticas para serem dele preservac!os.
Digo, do descjo.
E~s ,Ii I Somente 0 problema .. 0 problema e que ha um momcniCIem
que () desejo e desejavel. f: quando se trata do que se passa, nao ~,t)f11
rl,lzilo,para a execuyao do ato sexual. E agora 0 erro, 0 erro considerilvcl
G('ror que n desejo tem uma fUl1yaoque se insere no psico/6gico. Acredita-so que 0 inconsciente nao faz senao trazer a perturbayao. E Utll errol
f~ lllll CITOque hojc, mell Deus, eu ... eu assil11,pontuo, pois fayQ deslt'
jt:iln pOl', aigulls meses, 0 meu adeus. Mas se percebe muito bem, que
~, apesar de tudo, UI11en-o que, fundamental mente, fica inscrito mesmo
nos cspirilOs mais advertidos, quero dizer, dos psicanalistas.
I:~n1uil0 estranho que nao se compreenda que 0 que aparece, enAm,
como a medida, isto e, 0 teste do desejo, meu Deusl. a ereyao, pais
hem, meu Deus' Nao tern nada a vel' com 0 desejol 0 dese.io pode pcrrcitamente funcionar, jogar, tel' todas as suas incidencias, sem ser de
forma nenhuma deja acompanhado. A eres:ao e Ui11 fenomeno que deve
s0r situado no "caminho" do gozo. Quero dizer, que pOI'ela mesma, esta
crt:yao "6" gozo, e que, precisamente, e pedido, para que se opere 0 alo
sexual, que nao se pare ai: eo gozo auto-erotico. Mio se ve pOI'que,sc
lIao fosse assim, este gozo seria ll1arcado desta esptkie de veu. Nonnalmente, quero dizer quando 0 ata sexual -- pelo menos, deve-se supor
lem todo seu valor, pais bem, os. emblemas priapicos se e1evClm
em lodas as encruzilhadas! Nao e UI11 objeto it subtrair a contempla\=,lu
COI111.1nl, que por isso mesmo, precisamente, que esta ereQao e questionflvd, c queslionavel em relayao ao ato sexual como ato.
Fslc dcsejo ... de que se trat3, 0 desejo "in-con-seientc", aquclc de
qlllJ se rala na psicanAlise, e enquanto tem rela\ao com
ato sexual, l:
pr·l.:iso priI1leiro, cOllvem def1ni-Iobem e verde oode este tcrmo SUIgiu
°
nnt('~ dc l'Ullcionar
(: 1l1uito irnportante
lembrar isto, que e, portanto, desde sempl'c Indo
nwu ensino. Para isso, e que se a gente nao Se lembra, se a gente nfio III It:
m:stes tCI"1110S a operac;:aoindispensavel ao ato sexual, se e SOIlWl1l\.'
!10
I egis!ro do gozo·- e nao do desejo - que se coloque a operayao da COlli
I
la(;.i'\o, sua possibilidade de realizayao, fica-se absolutamente condeIlHd\)
II nalla cOll1preender de tudo que dizemos do desejo feminino. Snhl~' II
qllal <.;xplicamos que esta, como 0 desejo masculino, numa certa lda(,'no
a umu falta, uma f.§lIta simbolizada., que e It falta t~iJica, Como cornpreender, como sitllar com justeza, 0 senti do, 0 Jugal' do que dizenlO:-; <Ii
concernente 0 desejo feminino, se nao se parte disto, que ". no plano ell!
gozo .- diferencia fundamental mente os dois parceiros, faz um abisrno
entre eles; que designarei, penso, suficientemente, tomando duas ref':r ..
eneias: uma - para 0 homem _. que acabo de definir como a ereyilo, lill
plano do gozo, It outra .- para a mulher - para a qua! nao encOl1trarei
coisa me,lhor que isto, de que felizmente nao esperei ser psicanalistn
para tel' a confidencia, e que cad a um de voces pod en'! ter, e 0 modo
como as mOyas designam entre elas 0 que parece mais pr6ximo do que
eu designo neste nivel, a saber, 0 que elas chamam "0 lance do elevador"; quando isto lhes f'lz algo assim 344 como 0 que acontece quando
desce um pouco bruscamente, eJas sabem, elas sabem muito bem, que
ai h~ algo da ordem, do registro, do que ocone no ato sexual
E dai que se deve partir para saber a que "distancia" colocar 0 eleSt:lo
- isto e, 0 que acontece no inconsciente -, 0 desqjo "em sua rela98o" an
ato sexual.
Nilo e uma f(~la980 de frente e verso. Nao e uma rela;;ao de epifen() ..
meno Nao e uma relayao de coisas que colam, E por isso que e I1Wil(l
necessaria s' exercel' durante alguns anos, a saber, que 0 desej 0 nito h~1l1
nada a ver com a "demanda"; que e 0 que 5e produz como "sujeito'" no
"ato" da demanda,
.
Eo desejo s6 einteressado no ato sexual, enquanto que uma dernl.ul~
da pode ser interessada no ato sexual;
que, afinal, nao e foryado, 111;t';
en£ 111, 0 que e corrente!." 0 que e corrente." na medida em que 0 al\)
sexual
que co que defini, a saber, 0 que nao chegajamais,
0 que rdl')
chegajamais
a Cazer um hornem nom Ulna l11ulher- enfim, digamos ii> io
para lhes provocar, t~ que 0 aiD sexual e inserido em algo que se chama
o "mercaclo" ou 0 "comercio", sexual.
Eniii.o, la onde se trata de demal1das, E da denumda- e fundanll'ntnimente cia demanda - que surge 0 des~jo E bem pOl' issa que 0 deSt:lo, no
inconsciente, e estruturado como uma linguagem, Pois ele sai dell'd
Infelizmente tenho que grital' estas coisas, que sao absoJutamente (Iii
°
alcance de qualquer um.E que SaD regularmenie omitidas e esquecidas
em ludo que se e!ucubra sobre as toorias mais simples da psicanalisc.
Fis' ai! Isto quer elizer, ao 111eS1110 tempo, que este desejo, que c ap\:IU!S wn sub-produto
da demanda, (nao tenilo que faZel' a teoria disto), c
hem ai que se apreende porque e "de sua natureza" nao ser satisfeito,
Porque se 0 desejo surge da dimensao cia del1lancla, mesmo que a
d<;:lllanda stiia satisfeita no plano da necessidade que a suscitOll, e da nal!lrc/'(l da demanda
pOl'que ela foi linguageira - de engendrar esta fa.Jlw
do desejo que vem do 1'8to dela sel' demanda articulada e que faz com
que haja alga de "deslocado"
que faz 0 objeto da dernanda impr6prio a
r;HlisJ~lzer 0 desejo, Como () seio que e tudo .. que e a que "desloca" tudo
[) que passa pela boca para uma necessidade digestiva; que ai substitui
UNto algo que e propriamente
0 que e perdido, 0 que nao pode mais ser
dado, N50 ha chance que 0 desejo seja satisfeito
S6 se pode satisfazer
ft demanda.
E e por isso que e justo dizer que 0 clesejo, eo desejo do Dutro Sua
i'Hlha se produz no lugar do Dutro, .lei que e ao 1ugar do Dutro que a def11Hllda se dirige. E lit que ele deve coabitar com aquilo de que 0 OUlro ~:
tilillbem 0 lugar a titulo da verclade, No sentido de que nao ha em parte
nunhuma 0 abrigo para a verdade, a nao ser on de tem Jugal' a linguagenl
I; que e no lugar do Outro que a linguagem
en contra Seu jugal'.
Enlilo?" Entao, que e ai que e precise compreencler um poueo () de
que SI.: trella, concernente este desejo em sua relal;ao ao desejo do Outm,
l~roCllrei para isto, construil' um pequeno ap610go que tomei empi (.'stac](" ao que se chama a arte do vendedor, naa pOl' aeaso, mas pOl'
tLlf,(ICg qw.) sao hem essenciais
A saber, a arto da oferta destinada a erial'
H dtTlJanda,
E necess,lrio fazer algul6In dest:ia.r urn objeto do qual ole nfiO
tC'ill !1CnhunHt necessidade,
para l~~v,i·loa des~jtl.·lo,
En (ilo, lHlo tenho necessidade de descrever lodos os truques que 5t\
C!lipl{~gam para isw Diz-se, pOl' exemplo, que isso vai lhe {'altar porqut:
01100 rode tomar, e que, porisso,
ele sera "barrado"Emprego
palavnls
que ['"zem ceo a meus simbolos habituais, E, contudo, literalrnenie asHim que isso funciona no espirito do que se chama um bom vendedur.
Oll (~ilH\O ainda, val se mostrar que isso sera Un! sinal exterior perCellllllllilltc maior para a decofayao que ele quer dar a sua vida. /\'crcdiUHI1UB
ni~4fiO
. I:'m sum a, e pelo de.sejo do Outro que todo objeto c prcst'llte
quando se trata ... de.compni-Io.
Compni-lo, compni-lo ... covardia. Puxa, puxa! ... E bastante curios\),
e \.Imapalavra .. covardla, "Feigheif' ... "Voce e um covarde, Senhorl ..."
"'lim res agitur"145, trata-se bern, de fato, de covardia, mas e de ti mesmo que se trata. Sim! E bem disso de que se trata ... a que se ve nisso,
e que 0 resultado principal, tu sabes bem que surge desta serie de malversayoes .. que sao aquelas que a vida resume sob 0 signa do des~jo,
este resulta do principal sera aquele que te levan!. sempre mais longe no
sentido de te resgatar. De te resgatar da covardia.
~
Tive cuiclado, contuclo, antes de trazer esta dimensao sempre, e claro,
mascarada na interven'Yao analitica, mas que e1es,os outros, aqueles que
esHlo no lance, quero dizer que aquele que detem 0 discurso allalltien
naa mastiga Ele sabe muito bem que a dimensao cia covardia esti presente, mas nao sei ... Tive cuidado de reabrir para voces, enflm ... assim
qualquer um dos grandes casos de Freud, cai de imeeliato no "Homelll
dos ratos", peJo fato de que 0 paciente leva de imediato esta dimensao
~e sua covardia. Somente, 0 que naa esta claro e onele esta a covardia!
E como para a dimcnsao da verdacJe. A coragcm do sujeito e ta]vezjustamente de jogar 0 jago do desejo, e do desejo do outre. E de prioriz3;
a qualquer coisa que e rnuito bern, talvez, a covardia clo Outro que ele
compra';~(\e de ai encontrar no tim, e ai 5e reencontrar. Pois, no 11mdas
eontas, 0 problema e bem ai quando se trata da neurose.
Mas para isso e necessario compreender bem, ou mais exatamenk
de lembrar, de trazer para 0 primeiro plano 0 que eu disse do desejo, 0
que ell disse no seu tempo do desejo, quando disse: 0 desejo "e" sua interpretayao.Hein? Poder~se-ia, contudo, objetar, Porque, en6m, este dcsejo ... este desejo inconsciente, do qual ninguem Quer nern saber 0 que
isto qut:r dizer, urn desejo ".inconsciente" - 0 que cleve, em prindpio,
ser mais conscicnte do que 0 desejo? Se se fala de desejo inconsciente,
e bern, de fato, pOl'que e a clesejo do Outre que e possiveJ. Se hit jttstamente 0 que acabo da invocar, lembrando a metafora da compra, dH
qual nao se sabe quem ela apreende, esta "a-cativa'Yao".1~7no desejo do
JOl'ilcjo.
345
j
346
I)ol'gcllillc; " if l'i/clidiJ".
.147
Si/.lIl'cl:
J :i:p is /o la s .
lIK]n. R(~culoqlle-mo-Ia aqui, no flnal, uma ultima vez
c; " c m iv iI/io lJ
"if
(''.;f /llis 1 1 1 !I' " " w /o p fe r
ri/ n ti/l\'
Sit.Hl'ct; "qlli /'oche/e".
DorgclliII
°
~ I~
I XVlf] 80.
" a c - c a liv a /iu lI" .
Outro ... IS que IHl um passe a transpor.
o desejo inconsciente, ele e inconsciente, nos dizcm, e que, no disl'llrSO(]lIC' () supotta ..se eliminou urn elo para que 0 discurso do OUlro..
Sl.;ja 0 que? " desconhecido! E a melhor coisa que se encontrar para
csbarrar csta mecanica. Ha urn pas so, pois bem, cremos, aquem destc
paSSt), n~lo passo 0 "nao- desejo", mas 0 "desejo-pas~o" .. (/lO ll pas ~e
I l( ) f / - L k s ir ,
mais Ie desir-pas. Lacan joga com a hOmOl11mla em franees
do "pas" que pode ser "passo" e "nao" - nota do tradutor). A definiyao
<h) desejo inconsciente e esta - que nos permite explimir as sutilezas cia
Ilcg(wa~} em franees - a saber, este ponto de queda que nos faz designar
(\ " /)a s " , () ponto do qual fiz L1S0 a proposito do "pas d e s e n s " .
I~ste "desir-pas", irei mesmo - sc me deixarem um pouquinho a
brida no pesco'Y0- ate fazer disso l1m nome escrito de um 56 jato e este
"(\es" - que 0 comanda, de Ihe dal' a mesma enfase que "dese,,;poir" (de~t;.spero)ou que "deselre" (de-ser), e dizer que 0 desejo jnconseien~e do
" < k ;s i'j) ( lS " (desejo-nao/passo) e algo que cai em rela~..
ao a nao sel que
"irpas". "lrpas" que designa mui precisamente 0 c1escJodo Outro. Em
Ida<;ao a que interpreta-lo se verbalizaria bastante bem ~om urn."lrpass1:1''' \.IX E isto em torno de que pode-5e fazer a inversao. E que a tnterpre~
I,H;ao, de fa to, e que toma 0 lugar do desejo, no sentido em que a pOllen
voces objctavam que ele primeire esta ai, pOl 111aisinconsciente que ele
~lCin lVlas el.e esta ai tambem, como se "repassa", porque ele j,1 eshi ai
:ll:tieul.ado,e que a interpretay30, quando ela se instala... felizmente is~o
niio ananja nada! Porque nao e de forma nenhuma segura que a descJo
quI,.' interpret'amos tenha sua saida. Contamos meS1l10bem que cle nat\
I nil. (; qU(\ cIe permane~a sempre e tanto melhor urn "c.!<isirpos".
ISlo nos dil mesmo, para a interpretayuo do desejo, bravos bel11!ongos
Mas cntfi() cot1viria, contudo, saber aqui 0 que quer diz()r 0 (]U~ (; ()
:; 'II Silpone corn
nome de fantasma, e que .logo jOgUl~~S,inl~q~retalldo
tIS d<,.',;cjo:\
illconscientes, nomeac1amente os do neufotlCO. E: HI que se
Irala de (OlOCllr(l questao concernente ao fantasl11a.CoJoeamos 0 tClIlIHl
,It:',/{'
".
IIC'
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de J. NasBif:
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irL 'jJ " ·;.
iU It'J 'jJ l't\/4 >
inpd'.·,'"
i1 U . \ . \ '
Quando Os loglcos - de on de parliu todo este discurso de hojc . s•.~
Jimitam as fun~oes fonnais da verdade, ell disse: eks encotltram LIlli
" K a p " , des encontram
um espayo singular, entre esre principio de n50Gontradi9ao e 0 da bivalellcia. Ese en contra desde Arist6tcles, precisa.
mente no livro que se cbama "Da Interpretac;ao" e que, para ser comodo,
assinalo, esta no par{lgrafo 19-a, na notayaO que designa os manuscrito~;
chlssicos de Arist6teles e que se encontra it pagina 100, e facil de reteI',
na pessima traduc;ao que recomendo, a de 'I'ricot, que e corrente.
Aristoleles pae em causa a flll1<;ao que comporta a bivalencla do
"verdacleiro "e do "falso" em suas consequencias Quero dizer no que
cHi compolta
quando se trata do "contingente", no que vai acontecer.
o que vai aconteeer, se sim ou nao, se colocamos que e verdadeiro uu
. falso; e entao verdadeiro au falso imediatamente, quer clizer que ja eSl,l
decidido. Naturalmcnte, isto nao pode funclonar.
A solu~ao que ele da, aquela que e de pOl' em ellJvida a bivalcncia, nao
e 0 que esta aqui ern causa. Nao incrementarei aqui a discussao. Mas,
ao contrario, 0 que observarci, e que a SOhH,:aO logica - banal, con'cnte.
aquela que e dada, pOl' exemplo, 110 volume de Kneale ( crein que pronun.
do ~orrelamente sell nome) "Desenvolvimento
da 16gica"- aquela que
consl.ste em dlzer que 0 que 0 verdadeiro,
nao paderia ser a articulayfh)
signincante, mas 0 que ela "quer dizer", esta so!uc;:ao e falsa.
ESla ~olu~:ao 6 falsa como todo 0 desenvolvimento
da lorlica 0 l1lostra
Quem dizer e que 0 que se dedul de toda instaufac;ao form;) nao poder!a.
em nenhlll11 casa se fundal' sobre a signifJeac;:iio .. pela simples razao qli~'
nao h<\ possibilidade de fixar nenhwna significC1r;ao que seja llnivot~(l,
que, quaisquer que seja/l1 os signiticHl1les ~tvanyados para pinyar "verda.
deiro" ou "faiso", (~sempre possivel implic<\-lo l1uma circUl1st<lncia (lnde
a verda dc, a mais daramelite: enuociacla 130 titulo do contelldo signiflcaup,
sera falsa, e ll1eSIl10 mais do que falsa: uma caracterislica eng[ll;~yaO
.
S6 6 possivel instaurar uma ordem, atribuindo ... falo de 16gica· i1tri.
bllindo a fllnyaO cia verdade a urn grupo significante. E~1'01'i5;0 que l:~le
L1sn "logico" da verda de que so se encontra na matemMica, onele, COJll11
diz Bertrand Russell, em nenhum caso se sabe de que se fala. Ese sc ell
110 saber, se e logo desenganado,
e necess,\rio rapidamcnte <JITUl1lili a:,
eoisas c apelar para a intui<;ao.
t'
LClllbro isto para interrogar () que
e a fUIl~ao do
f:~lJl[asma
°
modelo, U m a crianra e halida - que fantasm a e apenas Ulll
signiflcante, cuja formula dei it muito tempo, ai acoplando 0 a
Ill) $ b que quer dizer que ha duas caracteristicas:
a presenya de llill
llilj~[o
a e, por Olltra parte, nada senno 0 que engendra
sujeito como
.'ii, a saber, uma frase. E pOl' isso que U m a crianqo e batkla e tipico U IlJ I1
J h a lid a nao e outra coisa senao a articulac;:ao signiflcante
IIf1 W
{ 'I'i( fli~ :a
( 'I 'll/ lir a
ti h a lid a ; com uma diferenya (leiam 0 texto e reportem-se a
(,'Ie) que 3i erra, que ai voa, nada diferente que isto - mas impossive! dl:
dilllinar - que se chama 0 olhar.
Antes de por em .logo os tres tempos da genese deste produto que sc
~h'Hna 0 fantasm a, e importante, contudo, designar 0 que ele e!
Nao e porque Freud tratava com i1etrados que naa e interessante colocal' as balizas firrnes do stalus do fantasma e dizer: nao e estritamente
Ilcllhuma outra coisa, conforme 80 que eu trollxe no come~~o deste ano,
eOl1cernente ao acopJamento de uma parte do "eu nao penso" com a esIru[ura gramatical, e 110 proprio lugar desta estrutura gramatical que, 110
quarto vertice do quadrangul0 surge 0 objeto "pequeno a"; e acrescentar
pois.in designamos dois, os dois it esquer-da - que 0 angulo em baixo c
:'1dircita, aquele onde "ell nao sou" deixa 0 lugar que descasca ao nivcl
do inconsciente,
a iSl0 que e 0 complerncnto
da estrutura puramcnt0
gral1lRtical significante do fantasma; a saber, isto de on de palti hojc e
Digo·
illTanjo
°
rple se chama 'lIMA SfGNIFfCA<;Ao
DE VERDAI)]r'.
() que deve ser retido, pinyado, em tudo que enuncia Freud concernen\(; lH) fantasma. e sImplesmente
este pequeno tra90 c1inico -- deSk,
nqlli, que cle avanva, certal11ente para detnonstrar tamas coisas de St'll
ilSll, H manipuJar -, mas 0 que se deve reteI', e urn tray() como ostc qun
lillltnsma, 0 mesmo, se encontram estruturas ncun')ticas nwilo dire·
I \,lllt'.S; mas rambem, vuces sabem, que este fantasma permal1ccc a IJIll;!
disUlllcitl singular de tudo que se debate, de tlldo que sc disputH Ili/S
i111;dises, con tanto que se trate de ai introduzir a verdade dos sint'i!ll<lS
"Brece que ele ai esta como uma especie de muleta ou de corpo c:'"
(Iimho, algo de uso, annal, que rem uma funyao bem dctcnninada
(; lit'
"plll\icr"
aguilo que se pode chamaI' pdo seu nome, uma ceria "nil ;:11
Contallto que el(: seja POS!O em jogn, intercssado
\'
1'1:1" do descjo
n~'ceSSEt"; u que e!e 0 sej a., meSl1W que s':i a para dar os pass()s dc cnll :11 h.
(j
ordem na cas§l :it entrada do ato sexual.
Esta distancia do fantasmu, em relayao a zona onde se desenrola 0
que valorizei <Ipouco, como primordial da fi.ll1yaodo desejo e de seu
hwo com a dernanda, e disso -- tilo evidente que e disso que resulta toda
a inflexao cIa<l11l:ilJse
em torno dos registros ditos da fnL trayao e dos termos amilogos -- eisto que nos permite costmar a difereny<lque ha entre
a estrutura perversa e a estrutura neurotica,
o que quer dizer quando digo que 0 fantasma e 0 papel de significavito
da verdade? Pois bern, vou dizerl Digo a mesma coisa que dizem as 16gicas, a saber: voces perdem a tarefa, querendo, a todo preyOinserir este fantasma no discurso do inconsciente, quando, de qualquer fonna, ele resiste
muito bem a esta reduyao, E quando se deve dizer que no tempo media, 0
tempo dais de U m a crioJ/(,:a e batida- aquele em que e 0 sujeito que esta
no lugar da crianya ,- este, s6 se obtem em casos excepdonais. E que em
verdade, a funyao do fantasma,. quem dizer, na interpreta9ao de voces e
mais especialmente ainda na interpretayao geral que se da it estrutura de
tal au qual neurose, que devera sempre, no tlltimo termo, se inscrever nos
registros que sao os que dei, a saber, para a fobia, 0 desejo prevenido; para
a histeria, 0 desejo insatisfeito; para a obsessao, a desejo impossiveL qual
e 0 papel do fantasma nesta ordem do desejo neur6tico?
Pais bern, "significa<;ao de verdade", disse, quer dizer a mesma coisa
que quando se afeta de Ulll grande Y, pura convenyao na teoria dada,
pOl' exemplo, de tal conjunto - quando de afeta da conotayao de verdade algo que se chama "axioma". Na interpretayiIo 0 fantasma nao tem
nenhum outro papel, deve ser tomado tao literalmente quanta possivel,
o que S~~tern a fazel', e encontrar em cada estrutura, a definir as leis de
tran::>formayaoque assegurarao a este fantasm a, na deduy8.o dos el1Ul1ciados do disCUfSOincol1sciente, 0 "lugar de um axioma".
Tal e a unica fUl1yaopassivel que se possa dar ao papel do fantasma
na economia neur6tica. Que aconteya que seu arranjo seja emprestado ao
campo de detemlinavao do gozo perverso, e i8tO,vimos, que demonstrei
e que creio, em nossas conversas precedentes tel' fixaclo a f6mmla sufidentemente; a respeito cia disjul1yao,no campo do Outra, do "co1'po" e do
"g020" e desta parte preservada do corpo onde a gozo pode se refugiar' ,
Que 0 neur6tico encontre, neste ananjo, 0 suporte feito para "enfeitaI''' a carencia de seu desejo no campo do ato sexual, e ai, desde cnUlo,
pOl'
o que e menos feito para nos surpreender
Ese querem que Ihes de algo que lbes sirva ao mesmo tempo de leitura
~ nao posso dizer que deva ser leitura bem agradavel (e aboo'ecido C0l110
a fuma9a!) - mas, cootudo, como exemplo de uma verdadeira safadeza
em materia cientifica, recomendarei a leitura, em Hevelock Ellis, do caso
celebre de Florrie349 Nao se pode vel' melhor a que ponto um certo modo
de abordagem de um campo, do qual se vangloria, - em nome de nao sei
que objetividade - de foryar as portas quando se e integralmente servo,
e servo de um modo muito singular", nao hit uma s6 linha deste celebre
caso, que nao traga de alguma fomla as marcas da covardia do professor.
Este caso de Flon"ie e urn texto sensacional Seguramente, ele lhes
aparecera com todas as caractetisticas de ser uma neurose, apos as referencias que dei. De nenhum modo .., a momento em que Florrie tra n s p ()e
- no sentido deste algo que pode de algum modo acontecer ao neur6ti··
co sem que jamais haja nada ai de equivalente ao gozo perverso, mas
lran.spor no sentido ambiguo que faz disso ao mesmo tempo uma passagem ao ato e, para nos que lemos, um " a c lin g - o u l" - algo que faz
que Florrie, afetado pelos seus fantasmas de flagelayao, chegue, uma
vez, a transpor 0 interdito que representam para ele. Isto merece ser
confrontado co'm as carencias absolutamente manifestas deste caso, Ate
o ponto em que - Flonic the tendo confessado que foi apenas excepcionaJmente que ela faz entrar em seus fantasm as ljma pessoa real, aigucm que ela admira e venera - e realmente inacreditavel de vel' a pena
de Havelock Ellis inscrever: "Nilo the perguntei de quem se trata"!
Enquanto e claro., - como no caso do Pai Ubu, quando se ve ainda a
cauda do porco entre os dentes ..- que, bem entendido, e de Havelock
Ellis que esta ai rolando na farinha de ponta a pOllta pOl'esta paciente,
naturalmente que e de quem se trata! E, depois disto, e melhor tel' que
fazer 0 grande personagem para retomar os membros da cOlmmida(k
illlalitka, que se permitiram opinar sobre este mesmo caso com wn respeiio, alias, eompletamente injustificado para a coleta deste case>pOl'
Havelock Ellis
ISIO, conludo, e bem de natureza a mostrar ao mesmo tempo todo 0
."1(1
Ilav<;\!()\,k Fllix,
VII. p, 21
!{l!l'HJ
/,<, !il'!'<'
/w ,lc ie /lx ,
/fs ltld o s
II
I J9.
de
p s ic o lo g ia
;;:d itio ll
Paris, 1965,
c ritiq u e
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"L e
I1 w c (lI1 is m e
s o u s /"
d il'('o iO iI
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lN v ia rio IlS W X IIl'fl.,,,',
d ll P /'I)/e s s < ,u r
l{" 5 1 Ii/rd
conjunto, todas as dificuldades que eu quis por em relevo hoje, concernindo 0 que 6 cia apreciayao do fantasma.
Se se pode dizer, eu diria que do fantasma - como imaginamos, n6s,
pobres neur6ticos - do fantasma, de sua funyao no nivel dito perverso,
aquele de sua funyao no registro neur6tico, M exatamente a distancia,
terminei ai para fazer cIinica, do "quarto de dormir"!
Sera que ha quarto de dormir? Nilo ha ate sexual... Isso chega all
quarto de dormir, hein! -- deixando de lade a de Ulisses, onde 0 leito
6 um tronco enraizaclo no solo _. isso deixa, a prop6sito dos quartos de
dOimir (e c1epois,sobretudo em nossa 6poca, hein! On de todas as coisas
se ... se ... se balan<;am na parede), isso deixa uma sena duvida. Mas Cl1firn, e urn lugar que, pelo menos teoricamente, existe.
Ha, contudo, urna distiincia entre 0 quarto de dOlmir e 0 "banheiro"
Fayam atenc;ao que tudo que acontece de neur6tico, acontece essencialmente no banheiro (6 muito importante estas questoes de arranjo de
16gica350 no banheiro ou na "an/icham bre", e a mesma coisa.
o hornem do prazer no seculo dezoito tarnMm, ele ... tudo se passava
na "alcova". Cada um tern 0 seu lugar!
Se querem precisoes, hein! A fobia, pode se passar no "guarda-roupa" ... Oll no "corredor", na "cozinha'.
A histeria se passa no "parlat6rio" ( no parlatorio dos conventos de
freiras, bem entendidol). 0 que?
A obsessao, nas "privadas".
Prestem muita atenyao a estas coisas, e muito irnpOltante.
Sirn ... tudo isto nos leva it porta do que Ihes convido a entrar, no
proximo ano, a saber, um "quarto" ... de dorrnir... onde nao ocorre nada,
a nao ser que a ato sexual ai se apresenta como forclusao, falando propriamente H:!rwel:fUllg. E isto que chama comumente 0 "consultbrio do
analista" .
o titulo que darei a minhas liyoes do proximo ana se chaman't 0 A 1(/
psical1alitico.