Alucinadamente Feliz, de Jenny Lawson

Primeiro, a capa. Depois, o título. Em terceiro lugar, o subtítulo. E depois, a proposta. Alucinadamente Feliz é contagiante, desperta a curiosidade e convida: venha conhecer o mundo dessa autora que resolveu se abrir e ser alucinadamente feliz.


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Jenny Lawson não é uma louca qualquer. A autora americana, jornalista e blogueira, é a criadora do The Bloggess, blog que a tornou conhecida pela maneira despretensiosa de falar sobre os seus problemas: a depressão e os distúrbios mentais.

Jenny tem inúmeros problemas, entre muitas síndromes. A depressão e a crise de ansiedade, porém, são as companhias mais difíceis para a autora, que já passou por poucas e boas. Muitas e boas, talvez. Ruins, não. Boas!

É exatamente neste ponto que Jenny Lawson é Jenny Lawson. A americana resolveu se importar apenas com a parte “boa” da coisa. Quer dizer, Jenny resolveu aceitar sua condição e levar a vida alucinadamente feliz. E com muito bom humor!

“Eu sou alucinadamente feliz. Não é uma cura para transtornos mentais… é uma arma, feita para o contra-ataque. É uma maneira de recuperar parte da alegria que lhe é roubada quando se é louca.”

Alucinadamente Feliz, porém, não o deixará alucinadamente feliz. Assim como fará você rir de situações, fará também você parar e refletir. Porque, sim: Alucinadamente Feliz é “um livro engraçado sobre coisas horríveis”.

Não é um livro de autoajuda e nem um simples tragicômico passatempo. Alucinadamente Feliz é uma reunião de textos escritos por uma mulher que resolver acreditar na vida e superou muuuuitos obstáculos. E que agora compartilha tudo isso com o mundo.

“Na semana passada, um estranho apareceu na casa dos meus pais com uma cabeça antiga de uma girafa de dois metros de altura na traseira da picape. Ele queria se desfazer dela. Isso soa um pouco menos estranho depois que explico que meu pai é um taxidermista profissional com a fama de receber animais mortos em troca de coisas estranhas. Ou talvez isso soe mais estranho ainda. Para ser honesta, não sou muito boa em avaliar qual impressão nossa vida deve causar em pessoas normais.”

Os relatos de Jenny passeiam entre consultas a psiquiatras, encontros e viagens, a construção da obra escrita e os relacionamentos familiares. Ou ainda situações diversas e até um pouco sem noção. Jenny afirma que é louca e, quer saber?, dane-se isso. Ela é louca e vive loucamente. Tudo em seu direito, mesmo que nada esteja no lugar certo.

“Talvez as balanças que medem as emoções das pessoas não funcionem para mim. Talvez as minhas balanças sejam maiores. Ou menores. Talvez, em vez de uma balança, eu tenha me afastado para um daqueles lugares desertos onde se espera. E talvez um dia eu seja encontrada e alguém possa me explicar por que sou como sou. Ou talvez não.”

A proposta do livro é ótima. O desenvolvimento dela, talvez nem tanto. Mas, mesmo assim, a mensagem vale o conhecimento.

De modo frenético, confuso, contínuo, desconexo e coerente (em resumo: alucinadamente feliz), o livro de Jenny Lawson é um depoimento com cara de guaxinim. (Sim! O guaxinim da capa existe, é real e é dela.) São muitas as histórias que Jenny tem para contar.

Alucinadamente Feliz é uma forma de dizer: ser louco não é ruim! A vida sempre vale a pena e a felicidade, meus amigos, está aí para ser alucinadamente desfrutada.

O que estamos esperando?

“Quando penso na minha vida, vejo pontos altos de felicidade, mas também os pontos baixos, em que precisei me convencer de que o suicídio não era a solução. E, entre uma coisa e outra, vejo minha vida. Vejo que a tristeza e a tragédia tornaram a euforia e o delicioso êxtase muito mais doces. Vejo que esticar minha alma para sentir cada centímetro da terrível depressão me deu muito mais espaço para cresce e saborear a beleza da vida que outras pessoas talvez nunca apreciem. Vejo que há poeira no ar, que acabará caindo no chão e sendo varrida para fora da casa como algo indesejado, mas antes disso, por um momento brilhante, vejo as partículas de poeira iluminadas pelo sol, brilhando e dançando como poeira das estrelas. Vejo o princípio e o fim de todas as coisas. Vejo minha vida. Ela é belamente feia e manchada bem do jeito que deveria ser. Ela brilha com detritos. Há encantamento e alegria nas coisas mais simples. Minha mãe estava certa. Tudo depende do seu ponto de vista.”

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