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19/03/2019 Lua – Wikipédia, a enciclopédia livre

Lua
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Lua é o único satélite natural da Terra[nota  1] e o quinto maior do Sistema Solar.  É  o  maior  satélite  natural  de  um
planeta  no  sistema  solar  em  relação  ao  tamanho  do  seu  corpo  primário, [nota  2]  tendo  27%  do  diâmetro  e  60%  da Lua 
densidade da Terra, o que representa 1∕81 da sua massa. Entre os satélites cuja densidade é conhecida, a Lua é o segundo
mais  denso,  atrás  de  Io.  Estima­se  que  a  formação  da  Lua  tenha  ocorrido  há  cerca  de  4,51 mil  milhões*  de  anos[2], Satélite da Terra
relativamente pouco tempo após a formação da Terra. Embora no passado tenham sido propostas várias hipóteses para
a sua origem, a explicação mais consensual atualmente é a de que a Lua tenha sido formada a partir dos detritos de um
impacto de proporções gigantescas entre a Terra e um outro corpo do tamanho de Marte.

A Lua encontra­se em rotação sincronizada com a Terra, mostrando sempre a mesma face visível, marcada por mares
vulcânicos escuros entre montanhas cristalinas e proeminentes crateras de impacto. É o mais brilhante objeto no céu a
seguir ao Sol, embora a sua superfície seja na realidade escura, com uma refletância pouco acima da do asfalto. A sua
proeminência  no  céu  e  o  seu  ciclo  regular  de  fases  tornaram  a  Lua,  desde  a  antiguidade,  uma  importante  referência
cultural na língua, em calendários, na arte e na mitologia. A influência da gravidade da Lua está na origem das marés
oceânicas e ao aumento do dia sideral da Terra. A sua atual distância orbital, cerca de trinta vezes o diâmetro da Terra,
faz com que no céu o satélite pareça ter o mesmo tamanho do Sol, permitindo­lhe cobri­lo por completo durante um
eclipse solar total.

A Lua é o único corpo celeste para além da Terra no qual os seres humanos já pisaram. O Programa Luna, da União
Características orbitais
Soviética,  foi  o  primeiro  a  atingir  a  Lua  com  sondas  não  tripuladas  em  1959.  O  Programa  Apollo,  do  governo  dos
Estados  Unidos,  permitiu  a  realização  das  únicas  missões  tripuladas  até  hoje  ao  satélite,  desde  a  primeira  viagem Semieixo maior 384 399 km
(0,00257 UA)
tripulada em 1968 pela Apollo 8,  até  seis  alunagens  tripuladas  entre  1969  e  1972,  a  primeira  das  quais  a  Apollo 11.
Perigeu 363 104 km
Estas missões recolheram mais de 380 quilogramas de rochas lunares que têm sido usadas no estudo sobre a origem, 0,0024 UA
história geológica e estrutura interna da Lua. Após a missão Apollo 17, em 1972, a Lua foi visitada apenas por naves
Apogeu 405 696 km
espaciais não tripuladas, como pela última sonda do programa soviético Lunokhod. Desde 2004, Japão, China, Índia, 0,0027 UA
Estados Unidos e a Agência Espacial Europeia enviaram sondas espaciais ao satélite natural. Estas naves espaciais têm Excentricidade 0,0549
contribuído  para  confirmar  a  descoberta  de  água  gelada  em  crateras  lunares  permanentemente  escuras  nos  pólos  e Período orbital 27,321582 d
vinculada ao regolito lunar. Missões tripuladas futuras para a Lua foram planejadas, através de esforços de governos e (0,074802 a)
do  financiamento  privado.  A  Lua  permanece,  conforme  acordado  no  Tratado  do  Espaço  Exterior, livre para todas as Período sinódico 29,530589 d
nações que queiram explorar o satélite para fins pacíficos. (0,08085 a)
Velocidade orbital média 1,022 km/s
Inclinação Com a eclíptica:
5,145° 
Índice Com o equador
da Terra: entre
Nome e etimologia 18,29° e 28,58
°
Formação
Características físicas
Características físicas
Estrutura interna Diâmetro equatorial 3474,8 km
Geologia de superfície Área da superfície 0,074 Terras 
Características vulcânicas 3,793 x 107  km²
Crateras de impacto Volume 0,020 Terras 
Presença de água 2,1958 × 1010
Campo gravitacional km³
Campo magnético Massa 0,0123 Terras 
Atmosfera 7,349 x 1022  kg
Estações Densidade média 3,34 g/cm³
Relação com a Terra Gravidade equatorial 0,1654 g
Órbita
Período de rotação 27 d 7 h 43 min
Aparência a partir da Terra (rotação
Efeitos nas marés síncrona)
Eclipses Velocidade de escape 2,38 km/s
Estudo e exploração Albedo 0,1054
Primeiros estudos
Temperatura média: ­53,1 ºC
Exploração direta (1959–1976) mínima: ­173,1
União Soviética ºC 
Estados Unidos máxima: 116,9
Pós­corrida espacial (1990­atualidade)
ºC
Astronomia Composição da atmosfera
Estatuto jurídico Pressão atmosférica 1 µPa
Impacto cultural Hélio 25%
Neônio 25%
Ver também Hidrogênio 23%
Notas Argônio 20%
Referências
Bibliografia
Leitura adicional
Ligações externas

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lua 1/14
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Nome e etimologia
O termo em português Lua tem origem no latim Luna. Outro termo menos comum é selene, derivado do grego antigo selene (Σελήνη), de onde o prefixo "seleno­" (como em
selenografia) derivou­se. [3]

Formação

Escala do tempo geológico lunar (milhões de anos antes do presente)
Têm sido propostos vários mecanismos para explicar a formação da Lua, a qual ocorreu há 4,527 ± 0,010 mil milhões de anos
atrás e entre 30 e 50 milhões de anos após a origem do Sistema Solar. [4] Uma pesquisa recente propõe uma idade ligeiramente
mais jovem, entre 4,4 e 4,45 mil milhões* de anos. [5][6] Entre os mecanismos propostos estão a fissão da Lua a partir da crosta
terrestre através de força centrífuga[7] (o que exigiria uma imensa força de rotação da Terra), [8] a captura gravitacional de uma
lua  pré­formada[9]  (o  que  exigiria  uma  improvável  atmosfera  alargada  da  Terra  capaz  de  dissipar  a  energia  da  passagem  da
Lua)[8]  e  a  formação  simultânea  da  Terra  e  da  Lua  no  disco  de  acreção  primordial  (que  não  explica  o  esgotamento  de  ferro
metálico na Lua). [8] Estas hipóteses também não conseguem explicar o elevado momento angular do sistema Terra­Lua. [10]

A hipótese que hoje em dia prevalece é a de que o sistema Terra­ Lua se formou em resultado de um gigantesco impacto, durante
Impressão artística do impacto entre qual um corpo do tamanho de Marte, denominado Theia, colidiu com a recém­formada proto­Terra, projetando material para a
a Terra e Theia. Os destroços do sua órbita que se aglutinou até formar a Lua. [11] Mas a Lua e a Terra são um espelho de uma para o outra em sua composição,
impacto teriam posteriormente lançando  dúvidas  sobre  uma  origem  principalmente  de  material  lunar  extraterrestre  e,  portanto,  a  única  explicação  de
formado a Lua. impacto[12]. Uma teoria de 2017 propõe que a lua é feita de mini­luas. Uma amálgama de mini­luas explica por que a lua tem
uma composição química terrestre. [13]

Dezoito meses antes de uma conferência sobre a possível origem da Lua em outubro de 1984, Bill Hartmann, Roger Phillips e Jeff Taylor desafiaram os colegas cientistas ao
dizer: "Vocês têm 18 meses. Voltem para os dados da Apollo, voltem para os computadores, façam o que tiverem que fazer, mas decidam­se. Não venham para a conferência
a menos que tenham algo a dizer sobre o nascimento da Lua." Na conferência de 1984 em Kona, no Havaí, a hipótese do grande impacto emergiu como a mais popular.
"Antes  da  conferência  havia  partidários  das  três  teorias  "tradicionais",  além  de  algumas  pessoas  que  estavam  começando  a  considerar  o  impacto  gigante  como  uma
possibilidade  séria  e  havia  um  enorme  grupo  apático  que  achava  que  o  debate  jamais  seria  resolvido.  Posteriormente,  havia  essencialmente  apenas  dois  grupos:  os
defensores do grande impacto e os agnósticos."[14]

Pensa­se que os impactos gigantes tenham sido comuns nos primórdios do Sistema Solar. As simulações em computador do modelo do grande impacto são consistentes
com as medições do momento angular do sistema Terra­Lua e com o pequeno tamanho do núcleo lunar. Estas simulações mostram também que a maior parte da Lua tem
origem no corpo que embateu, e não na proto­Terra. [15] No entanto, há testes mais recentes que sugerem que a maior parte da Lua se formou a partir da Terra, e não do
impacto. [16][17][18]

Os meteoritos mostram que os outros corpos do Sistema Solar interior, como Marte e Vesta, têm composições
isotópicas de oxigénio e tungsténio muito diferentes das encontradas na Terra, enquanto a Terra e a Lua têm
composições  isotópicas  praticamente  idênticas.  A  mistura  de  material  vaporizado  entre  a  Terra  e  a  Lua  em
formação após o impacto poderia ter equilibrado as suas composições isotópicas, [19] embora isto ainda seja
debatido. [20]

A grande quantidade de energia libertada no evento de grande impacto e a posterior aglutinação de material
na órbita da Terra teriam fundido a camada externa terrestre, formando um oceano de magma. [21][22] A recém­ Oceanus Procellarum ("Oceano das Tempestades").
formada Lua teria tido também o seu próprio oceano de magma lunar; cuja profundidade se estima ter sido Fossas tectônicas antigas – estrutura retangular (visível
– topografia – gradientes gravitacionais da GRAIL)
entre  500  km  e  o  raio  total  da  Lua. [21]  Apesar  da  hipótese  do  grande  impacto  ser  precisa  na  explicação  de
muitas linhas de evidência, existem ainda algumas questões em aberto, a maioria delas sobre a composição da
Lua. [23]

Em 2001, uma equipa do Instituto Carnegie de Washington divulgou a medição mais precisa das assinaturas isotópicas de rochas lunares até à atualidade. [24] Para sua
surpresa, descobriram que as rochas do programa Apollo apresentavam uma assinatura isotópica idêntica à de pedras da Terra e diferente de quase todos os outros corpos
do  Sistema  Solar.  Tratou­se  de  uma  observação  inesperada,  uma  vez  que  se  acreditava  que  a  maior  parte  do  material  que  entrou  em  órbita  para  formar  a  Lua  fosse
proveniente de Theia. Em 2007, um grupo de investigadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia anunciou que a probabilidade da Terra e de Theia terem assinaturas
isotópicas idênticas era inferior a 1%. [25] Uma análise de isótopos de titânio nas amostras lunares trazidas pela Apollo, publicada em 2012, demostrou que a Lua tem a
mesma composição que a Terra. [26]

Características físicas

Estrutura interna
A Lua é um corpo diferenciado: a sua crosta, manto e núcleo são distintos em termos geoquímicos. A Lua possui um núcleo interno sólido e rico em ferro com 240 km de raio
e um núcleo externo fluido composto essencialmente por ferro em fusão e com um raio de aproximadamente 300 km. O núcleo é envolto por uma camada parcialmente em
fusão com um raio de cerca de 500 km. [28] Pensa­se que esta estrutura se tenha desenvolvido a partir da cristalização fracionada de um oceano de magma global, pouco
tempo depois da formação da lua, há cerca de 4,5 mil milhões de anos. [29] A cristalização deste oceano de magma teria criado um manto máfico através de precipitação e
afundamento dos minerais olivina, piroxena e ortopiroxena. Após a cristalização de cerca de três quartos do oceano de magma, tornou­se possível a formação de plagioclases
que permaneceram à superfície, formando a crosta. [30] Os últimos líquidos a cristalizar teriam inicialmente permanecido entre a crosta e o manto, com elevada abundância
de elementos incompatíveis e produtores de calor. [31] De forma consistente com esta hipótese, o mapeamento geoquímico a partir de órbita revela que a crosta é composta
principalmente por anortosito, [32] enquanto que as amostras de rocha lunar dos rios de lava que emergiram à superfície a partir da fusão parcial do manto confirmam a
composição máfica do manto, o qual é mais rico em ferro do que o da Terra. [31] As análises geofísicas sugerem que a crosta tenha em média 50 km de espessura. [31]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lua 2/14
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A lua é o segundo satélite mais denso do Sistema Solar, atrás apenas de Io. [33] No entanto, o seu núcleo interno é pequeno, com um raio de apenas 350 km ou menos, [31] o
que corresponde apenas a cerca de 20% da sua dimensão, em contraste com os cerca de 50% da maior parte dos outros corpos terrestres. A sua composição não está ainda
confirmada, mas é provavelmente de ferro metálico ligado com uma pequena quantidade de enxofre e níquel. A análise da rotação da Lua indica que o núcleo se encontra
num estado de fusão, pelo menos parcialmente. [34]

Geologia de superfície
A topografia da Lua tem sido medida através de altimetria laser e análise estereoscópica. [35] A característica topográfica mais proeminente é a Bacia do Polo Sul­Aitken, com
cerca de 2240 km de diâmetro, o que faz dela a maior cratera lunar e a maior cratera conhecida do Sistema Solar. [36][37] Com 13 km de profundidade, a sua base é o ponto de
menor altitude na Lua. [36][38] Os pontos de maior altitude encontram­se imediatamente a nordeste, tendo sido sugerido que esta área possa ter sido formada através do
próprio impacto oblíquo na superfície que deu origem à bacia. [39] As outras bacias de impacto de grande dimensão, como os mares Imbrium, Serenatis, Crisium, Smythii e
Orientale, possuem igualmente pouca altitude e orlas
elevadas. [36]  A  face  oculta  da  lua  tem  uma  altitude Composição química do regolito lunar[27]
média cerca de 1,9 km superior à face visível. [31] Composição (wt %)
Composto Fórmula
Mares Montanhas

Características vulcânicas sílica SiO2 45.4% 45.5%


As  planícies  lunares  escuras  e  relativamente  desertas alumina Al2O3 14.9% 24.0%
que  podem  ser  facilmente  observadas  a  olho  nu  são
cal CaO 11.8% 15.9%
denominadas  mares  (ou  maria  em  latim,  singular
óxido ferroso FeO 14.1% 5.9%
mare),  uma  vez  que  os  astrónomos  da  Antiguidade
acreditavam que continham água. [40] Sabe­se hoje que óxido de magnésio MgO 9.2% 7.5%
são vastos depósitos de antiga lava basáltica. Embora dióxido de titânio TiO2 3.9% 0.6%
semelhantes  aos  basaltos  terrestres,  os  basaltos  dos
óxido de sódio Na2O 0.6% 0.6%
mares  têm  uma  abundância  muito  maior  de  ferro,  ao
mesmo  tempo  que  não  possuem  quaisquer  minerais Total 99.9% 100.0%
Estrutura lunar
alterados  pela  água. [41][42]  A  maioria  destas
lavas  afluiu  ou  foi  projetada  para  as  depressões
formadas por crateras de impacto, uma vez que eram as regiões de menor altitude da topografia lunar. Na
orla dos mares, encontram­se várias províncias geológicas com vulcões­escudo e domos lunares. [43]

Os  mares  encontram­se  quase  exclusivamente  na  face  visível  da  Lua,  cobrindo  31%  da  sua  superfície, [44]
enquanto que na face oculta são raros e apenas cobrem 2% da superfície. [45] Pensa­se que isto seja devido à
concentração  de  elementos  produtores  de  calor  na  face  visível,  observada  em  mapas  geoquímicos  obtidos
através de espectómetros de raios gama, a qual poderia ter provocado o aquecimento, fusão parcial, subida
à superfície e erupção do manto inferior. [30][46][47] A maior parte dos basaltos presentes nos mares surgiu
durante  erupções  no  período  ímbrico,  há  cerca  de  3­3,5  mil  milhões  de  anos,  embora  algumas  amostras
datadas através de radiometria sejam de há 4,2 mil milhões de anos, [48]  enquanto  que  as  erupções  mais
recentes datam de há apenas 1,2 mil milhões de anos. [49]
Topografia da Lua. Note a região da Bacia do Polo Sul­
As regiões mais claras da superfície lunar são denominadas terrae ou montanhas, uma vez que são mais Aitken, à esquerda, onde se encontram as menores
elevadas do que a maior parte dos mares. Têm sido datadas, através de radiometria, de há 4,4 mil milhões altitudes do relevo lunar.
de  anos,  e  podem  representar  cumulatos  de  plagioclase  do  oceano  de  magma  lunar. [48][49] Em contraste
com a Terra, pensa­se que nenhuma das principais cadeias montanhosas da Lua tenha sido formada em consequência de eventos tectónicos. [50]

A concentração de mares na face visível é provavelmente o reflexo de uma crosta substancialmente mais espessa nas montanhas da face oculta, as quais podem ter sido
formadas durante o impacto a pouca velocidade de uma segunda lua terrestre poucas dezenas de milhões de anos após a formação das próprias luas. [51][52]

Quatro vistas da Lua. Da esquerda para a direita: o lado oculto, vista da direita, lado visível e vista da esquerda. Observe que o lado voltado para a Terra apresenta muito
mais regiões escuras (mares lunares) que a face oculta.

Crateras de impacto
O outro principal processo geológico que afetou a superfície lunar foi a formação de crateras de impacto, [53] em consequência da
colisão  de  asteroides  e  cometas  com  a  superfície  lunar.  Estima­se  que  só  na  face  visível  existam  trezentas  mil  crateras  com
diâmetro superior a 1 km. [54] Algumas são batizadas em homenagem a investigadores, cientistas e exploradores. [55] A escala de
tempo geológico lunar baseia­se nos principais eventos de impacto, como o nectárico, ímbrico  ou  o  Mare Orientale,  estruturas
caracterizadas por vários anéis de material revolto, geralmente com centenas ou dezenas de quilómetros de diâmetro e associadas
a  uma  gama  diversa  de  depósitos  de  material  projetado  que  formam  um  horizonte  estratigráfico  regional. [56]  A  ausência  de
atmosfera,  meteorologia  e  processos  geológicos  recentes  significa  que  muitas  destas  crateras  se  encontram  perfeitamente
preservadas. Embora só algumas das bacias com múltiplos anéis tenham sido datadas em definitivo, são, no entanto, usadas
como  referência  para  atribuir  datas  relativas.  Uma  vez  que  as  crateras  de  impacto  se  acumulam  a  um  ritmo  relativamente
constante,  a  contagem  do  número  de  crateras  em  determinada  área  pode  ser  usada  para  estimar  a  idade  da  superfície. [56]  As
idades radiométricas das rochas de impacto recolhidas durante as missões Apollo datam de há 3,8­4,1 mil milhões de anos. Isto
A cratera lunar Daedalus no lado
tem sido usado para propor a existência de um Intenso bombardeio tardio de impactos. [57]
oculto da Lua

https://pt.wikipedia.org/wiki/Lua 3/14
19/03/2019 Lua – Wikipédia, a enciclopédia livre
A crosta lunar é revestida por uma superfície de rocha pulverizada denominada regolito, formada por processos de impacto. O regolito mais fino, o solo lunar de dióxido de
silício, tem uma textura semelhante à neve e odor semelhante a pólvora usada. [58] O regolito das superfícies mais antigas é geralmente mais espesso que o das superfície
mais jovens, variando entre 10 a 20 metros nas terras altas e 3 a 5 metros nos mares. [59] Por baixo da camada de regolito encontra­se o megaregolito, uma camada de rocha
matriz bastante fraturada com vários quilómetros de espessura. [60]

Presença de água
Não  é  possível  suster  água  em  estado  líquido  na  superfície  lunar.  Quando  exposta  à  radiação  solar,  a  água  decompõe­se
rapidamente através de um processo denominado fotólise, perdendo­se para o espaço. No entanto, desde a década de 1960 que
os  cientistas  têm  levantado  a  hipótese  de  existirem  na  Lua  depósitos  de  água  sob  a  forma  de  gelo.  O  gelo  teria  origem  em
impactos de cometas  ou  possivelmente  produzido  através  da  reação  entre  rochas  lunares  ricas  em  oxigénio  e  o  hidrogénio  do
vento solar,  deixando  vestígios  de  água  que  poderiam  ter  sobrevivido  nas  crateras  frias  e  sem  luz  dos  polos  lunares. [61][62] As
simulações em computador sugerem que até 14.000 km² da superfície podem estar em sombra permanente. [63] A presença de
quantidades utilizáveis de água na Lua é importante para se considerar a viabilidade económica de uma eventual colonização da
Lua, uma vez que o transporte a partir da Terra seria economicamente inviável. [64]

Em  décadas  posteriores,  têm  vindo  a  ser  encontrados  vestígios  de  presença  de  água  na  superfície  lunar. [65]  Em  1994,  uma
experiência  com  radar  biestático  pela  sonda  Clementine  indicou  a  existência  de  pequenas  bolsas  de  água  congelada  perto  da
superfície.  No  entanto,  observações  posteriores  no  radiotelescópio  de  Arecibo  sugerem  que  estas  bolsas  se  podem  tratar,  na Composição de imagens do polo sul
realidade,  de  rochas  projetadas  a  partir  de  crateras  de  impacto  recentes. [66]  Em  1998,  o  espectómetro  de  neutrões  a  bordo  da lunar obtida pela sonda Clementine.
sonda Lunar Prospector indicou que há hidrogénio presente em elevada concentração no primeiro metro de profundidade do solo
nas imediações das regiões polares. [67] Em 2008, uma amostra de rocha vulcânica trazida para a Terra pela Apollo 15 revelou que
existiam pequenas quantidades de água no seu interior. [68]

Ainda  em  2008,  a  sonda  Chandrayaan­1  confirmou  a  existência  de  água  à  superfície  através  do  mapeador  de  mineralogia  a  bordo.  O  espectómetro  observou  linhas  de
absorção em comum com o hidroxilo na luz solar refletida, fornecendo evidências de grandes quantidades de água na forma de gelo na superfície lunar. A sonda mostrou que
estas  concentrações  podem  ser  tão  elevadas  como  1000  ppm. [69]  Em  2009,  o  LCROSS  enviou  um  módulo  de  impacto  para  uma  cratera  polar  em  sombra  permanente,
detetando pelo menos 100 kg de água numa pluma de material projetado. [70][71] Uma outra análise dos dados do LCROSS mostrou que a quantidade de água detetada
estava próxima dos 155 kg (±12 kg). [72][73]

Em 2018, moganita, um dióxido de silício semelhante ao quartzo, foi detectado em rochas lunares. Isso é significativo porque a moganita é um mineral que requer água para
se formar, reforçando a crença de que a água existe na Lua. [74]

Confirmando as previsões anteriores, uma recente pesquisa, publicada em Agosto de 2018 pela revista Proceedings of National Academy of Sciences (PNAS), confirmou a
presença  de  gelo  nos  pólos  lunares.  A  pesquisa  utilizou  dados  do  Mapeador  de  Mineralogia  da  Lua  (M3)  a  bordo  da  espaçonave  Indiana  Chandrayaan­1  e  analisou  as
propriedades  reflexivas  da  superfície  lunar.  O  equipamento  ainda  forneceu  medições  diretas  de  como  as  moléculas  absorvem  a  luz  infravermelha.  Isso  proporcionou  a
capacidade de diferenciar entre água líquida, vapor e gelo sólido. [75]

Campo gravitacional
O campo gravitacional da Lua tem sido medido através do rastreio do efeito
Doppler  de  sinais  de  rádio  emitidos  a  partir  de  veículos  em  órbita.  As
principais características da gravidade lunar são concentrações de massa,
anomalias  gravitacionais  positivas  de  grande  dimensão,  associadas  a
algumas  das  maiores  bacias  de  impacto,  causadas  em  parte  pelos  densos
depósitos basálticos que preenchem estas crateras. [77][78] Estas anomalias
influenciam  significativamente  a  órbita  de  veículos  em  torno  da  Lua.  No
entanto,  há  ainda  eventos  sem  explicação;  as  correntes  de  magma  não
explicam  por  si  só  todo  o  mapa  gravitacional,  e  existem  algumas
Campo gravitacional da Lua Aceleração gravitacional na superfície da Lua em
concentrações  de  massa  que  não  têm  relação  com  o  vulcanismo  dos
m/s². À esquerda: face visível. À direita: face
mares. [79]
oculta.[76]
No entanto, devido à rotação sincronizada da Lua, não é possível efetuar o
rastreio de veículos espaciais muito para além das extremidades do lado visível, pelo que o campo gravitacional do lado oculto se encontra ainda pouco caracterizado. A
aceleração provocada pela gravidade na superfície da Lua é de 1,6249 m/s², cerca de 16,6% daquela da superfície terrestre. Quando considerada a totalidade da superfície, a
variação na aceleração gravitacional é de cerca de 0,0253 m/s² (1,6% da aceleração provocada pela gravidade). Uma vez que o peso está diretamente relacionado com a
aceleração gravitacional, os corpos na Lua pesam apenas 16,6% daquilo que pesariam na Terra. [80]

Campo magnético
A  Lua  tem  um  campo magnético  exterior  de  cerca  de  1­100  nanoteslas,  menos  de  um  centésimo  do  campo  magnético  terrestre.  A  Lua  não  tem  atualmente  um  campo
magnético  global  dipolar,  como  aqueles  que  são  gerados  pelo  geodínamo  característico  de  um  núcleo  de  metal  líquido,  apresentando  apenas  magnetização  da  crosta,
provavelmente adquirida muito cedo na sua História quando o geodínamo estava ainda em funcionamento. [81][82] De acordo com uma hipótese alternativa, alguma da
magnetização restante pode ter origem em campos magnéticos transitórios gerados durante grandes eventos de impacto, através da expansão de uma nuvem de plasma
gerada por esse impacto na presença de um campo magnético ambiente. Isto é apoiado pela localização aparente das maiores magnetizações da crosta perto dos antípodas
das maiores bacias de impacto. [83]

Atmosfera
A atmosfera da Lua é tão rarefeita que pode praticamente ser considerada vácuo, sendo a sua massa total inferior a 10 toneladas. [84] A pressão à superfície desta pequena
massa é de cerca de 3 x 10−15 atm (0,3 nPa) e varia ao longo do dia lunar. A atmosfera tem origem na desgaseificação e pulverização catódica – a libertação de átomos do solo
lunar provocada pelo bombardeio de iões do vento solar. [32][85] Entre os elementos detetados estão o sódio e o potássio, produzidos pela pulverização catódica (também
encontrados  nas  atmosferas  de  Mercúrio  e  de  Io);  o  hélio­4,  produzido  pelo  vento  solar;  e  árgon­40,  rádon­222  e  polónio­210,  desgaseificados  após  serem  criados  por
decaimento radioativo no interior da crosta e do manto. [86][87] A ausência de elementos neutros (átomos ou moléculas) como oxigénio, nitrogénio, carbono, hidrogénio  e

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19/03/2019 Lua – Wikipédia, a enciclopédia livre
magnésio, que estão presentes no regolito, ainda não é compreendida. [86] A sonda Chandrayaan­1 assinalou a presença de vapor de água em diferentes concentrações de
acordo com a latitude, com a concentração maior a ocorrer entre os 60­70º. É provavelmente gerado pela sublimação de gelo no rególito. [88] Estes gases podem regressar ao
monolito devido à gravidade ou então perderem­se no espaço, tanto através da radiação solar como, se tiverem sido ionizados, serem levados pelo campo magnético do
vento solar. [86]

Estações
A inclinação axial  da  Lua  em  relação  à  eclíptica  é  de  apenas  1,5424º,  muito  inferior  aos  23,44º  da  Terra. [89] Devido  a  isto,  a
iluminação solar varia muito pouco em função das estações do ano e os elementos topográficos desempenham o principal papel
nos  efeitos  das  estações. [90]  A  partir  de  imagens  obtidas  pela  sonda  Clementine  em  1994,  é  provável  que  quatro  regiões
montanhosas na orla da cratera Peary, no polo norte, estejam permanentemente iluminadas, não existindo regiões semelhantes
no polo sul. De igual modo, há locais que se encontram em sombra permanente na base de várias crateras polares, [63] sendo estes
locais extremamente frios. A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter mediu a temperatura de verão mais baixa nas crateras do polo
sul, registando 35 K (­238 °C), [91] e na cratera Hermite, no polo norte, registando 26 K. Trata­se da temperatura mais fria alguma
vez registada por uma sonda espacial no Sistema Solar, inferior até à da superfície de Plutão. [90]

Relação com a Terra Polo norte da Lua durante o verão.

A Lua é invulgarmente grande em relação à Terra, com cerca de um quarto do diâmetro do planeta e 1/81 da sua massa. [44] É a
maior Lua do Sistema Solar proporcionalmente ao tamanho do seu planeta, embora Caronte seja maior em relação ao planeta
anão Plutão, com cerca de 1/9 da sua massa. [92] Ainda assim, a Terra e a Lua são consideradas um sistema satélite­planeta, em
vez de um sistema de planeta duplo, uma vez que o seu baricentro (o centro de massa comum) se situa 1700 km no interior da
superfície da Terra. [93]

Órbita
A Lua descreve uma órbita completa em torno da Terra e em relação às estrelas fixas cerca de uma vez a cada 27,3 dias (o seu
período  sideral).  No  entanto,  uma  vez  que  a  Terra  descreve  ao  mesmo  tempo  a  sua  órbita  em  redor  do  Sol,  a  Lua  demora
ligeiramente mais tempo a apresentar a mesma fase lunar, cujo ciclo demora cerca de 29,5 dias (o seu período sinódico). [44] Ao
contrário  da  maior  parte  dos  satélites  ou  de  outros  planetas,  a  Lua  orbita  mais  perto  do  plano  eclíptico  do  que  do  plano
equatorial.  A  órbita  lunar  é  ligeiramente  perturbada  pelo  Sol  e  pela  Terra  de  várias  maneiras  e  com  mecanismos  de  interação Imagem da Lua passando na frente
da Terra a partir da perspectiva da
complexos. Por exemplo, o plano de movimento orbital da Lua roda gradualmente,  o  que  afeta  por  sua  vez  outros  aspetos  do
sonda Deep Space Climate
movimento lunar. Estes efeitos são descritos em termos matemáticos pelas leis de Cassini. [94] Observatory

Aparência a partir da Terra
A  Lua  encontra­se  em  rotação  sincronizada,  ou  seja,  o  tempo  que  demora  a  descrever  uma  rotação  em  torno  do  seu  eixo  é  o
mesmo que leva para completar uma órbita à volta da Terra. Isto faz com que tenha praticamente sempre a mesma superfície
voltada para a Terra. A Lua já rodou a uma velocidade maior durante a sua formação, mas ao longo do período inicial da sua
história  a  sua  velocidade  foi  diminuindo  e  sincronizou­se  nesta  orientação  em  resultado  de  efeitos  de  fricção  associados  a
deformações da força de maré provocadas pela Terra. [95] O lado da Lua voltado para a Terra é denominado "face visível" ou "lado
visível", e o oposto é denominado "face oculta ou "lado oculto". A face oculta é por vezes denominada "lado negro", embora na
Esquema que indica as inclinações
realidade seja tão iluminada quanto a face visível: uma vez a cada dia lunar. [96]
orbitais axiais da Terra e da Lua (fora
A Lua possui um albedo excepcionalmente baixo, o que lhe confere uma refletância um pouco mais brilhante do que asfalto gasto. de escala).

Apesar disso, é o segundo corpo mais brilhante no céu a seguir ao Sol. [44] Isto deve­se em parte ao brilho proporcionado pelo
efeito da oposição. Durante as fases de quarto, a Lua aparenta ter um décimo do brilho da lua cheia, em vez de metade, como
seria  expectável. [97]  Para  além  disso,  a  constância  de  cor  da  visão  recalibra  as  relações  entre  as  cores  de  um  objeto  e  a  sua
envolvente; e, uma vez que o céu à volta da Lua é bastante mais escuro, os olhos veem a lua como um objeto brilhante. As orlas da
lua cheia aparentam ser tão brilhantes como o centro, sem escurecimento de bordo, uma vez que o solo lunar reflete mais luz em
direção ao Sol do que em todas as outras direções. A Lua aparenta ser maior ao estar mais próxima da linha de horizonte, embora
na realidade isto se deva apenas a um efeito psicológico conhecido por ilusão lunar, descrito pela primeira vez no séc VII a.C. [98]

Vista da Lua sobre o deserto de
O ponto de maior altitude da Lua no céu varia. Embora tenha quase o mesmo limite do Sol, este valor difere em função da fase
Mojave na Califórnia, Estados
lunar e da estação do ano, sendo o mais alto durante a lua cheia de inverno. O ciclo de nodos lunares, com a duração de 18,6
Unidos.
anos, também tem influência: quando o nodo ascendente da órbita lunar se encontra no equinócio de verão, a declinação lunar
pode  atingir  os  28º  em  cada  mês.  A  orientação  do  crescente  lunar  também  depende  da  latitude  do  observador:  em  latitudes
próximas do equador, a forma do quarto assemelha­se a um sorriso. [99]

Tem havido diversas controvérsias ao longo da história sobre se as características da superfície lunar se alteram com o decorrer do tempo. Hoje, muitas destas alegações são
consideradas  ilusórias  e  resultantes  da  observação  sob  diferentes  condições  de  luz,  fenómenos  de  seeing  ou  esquemas  incorretos.  No  entanto,  ocasionalmente  ocorrem
fenómenos de desgaseificação, que podem ser responsáveis por uma pequena percentagem dos fenómenos lunares transitórios. Recentemente, foi sugerido que uma região
com cerca de 3 km de diâmetro na superfície lunar foi modificada por uma libertação de gás há cerca de um milhão de anos. [100][101] A aparência da Lua, tal como a do Sol,
pode ser afetada pela atmosfera da Terra. Entre os efeitos mais comuns estão um halo de 22º que se forma quando a luz da Lua é refratada pelos cristais de cirroestratos a
elevada altitude, e coroas quando a Lua é observada através de nuvens pouco espessas. [102]

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19/03/2019 Lua – Wikipédia, a enciclopédia livre

As variações mês a mês do ângulo entre a direção da iluminação do Sol e da visualização a partir da Terra e as fases da Lua que
resultam disso (em castelhano).

Efeitos nas marés
As marés na Terra são essencialmente provocadas pela variação de intensidade da força gravitacional da Lua de um lado para o
outro do planeta, a qual é denominada força de maré. Isto forma duas dilatações de maré na Terra, mais facilmente observáveis
em  alto  mar  na  forma  de  marés  oceânicas. [103]  Uma  vez  que  a  Terra  gira  em  torno  de  si  própria  cerca  de  27  vezes  mais
rapidamente  do  que  a  Lua  roda  à  sua  volta,  as  dilatações  são  arrastadas  pela  superfície  terrestre  mais  rapidamente  do  que  o
movimento da Lua, completando uma rotação em volta da Terra por dia, à medida que roda no seu eixo. [103] As marés oceânicas
são  ainda  amplificadas  por  outros  efeitos:  a  fricção  no  manto  oceânico,  a  inércia  do  movimento  da  água,  o  estreitamento  das
bacias oceânicas perto de terra e oscilações entre diferentes bacias oceânicas. [104] A atração gravitacional do Sol nos oceanos da
Terra é de cerca de metade da Lua, sendo a interação entre ambas a responsável pela mudança das marés. [103]

O acoplamento gravitacional entre a Lua e a protuberância de maré mais próxima de si atua como torque na rotação da Terra,
roubando momento angular e energia cinética à rotação da Terra. [103][105] Por conseguinte, é acrescentado momento angular à

Libração da Lua ao longo de um mês órbita da Lua, o que a acelera e a leva para uma órbita mais distante e longa. Como resultado, a distância entre a Terra e a Lua
lunar. está aumentando, enquanto a rotação da Terra se encontra em desaceleração. [105] As medições realizadas a partir de experiências
com  refletores  de  laser  durante  as  missões  Apollo  revelaram  que  a  distância  da  Lua  à  Terra  aumenta  anualmente  38
milímetros[106]  (embora  isto  seja  apenas  0,10  ppm/ano  do  raio  da  órbita  da  Lua).  Os  relógios  atómicos  revelam  que  o  dia
terrestre aumenta cerca de 15 microssegundos em cada ano, [107] aumentando lentamente o ritmo de ajuste dos segundos bissextos do Tempo Universal Coordenado (UTC).
Se não houvesse interferências, o movimento de maré continuaria até que a rotação da Terra e o período orbital da Lua se sincronizassem. No entanto, muito antes desse
processo se completar, o Sol irá transformar­se numa gigante vermelha que irá engolir a Terra. [108][109]

A superfície lunar também experiencia movimentos de maré, os quais têm uma amplitude de cerca de 10 centímetros ao longo de 27 dias, e dois componentes: um fixo,
devido  à  Terra,  porque  o  satélite  está  em  rotação  sincronizada,  e  um  variável,  devido  ao  Sol. [105]  O  componente  induzido  pela  Terra  surge  a  partir  da  libração,  uma
consequência da excentricidade orbital da Lua; se a órbita do satélite fosse perfeitamente circular, só haveria marés solares. [105] A libração também muda o ângulo a partir
do  qual  a  Lua  é  vista,  permitindo  que  cerca  de  59%  da  superfície  possa  ser  observada  a  partir  da  Terra  (embora  apenas  metade,  em  dado  momento). [44]  Os  efeitos
cumulativos do estresse provocado pelos movimentos de maré produzem sismos lunares, os quais são muito menos comuns e menos intensos do que os sismos terrestres
embora, por outro lado, possam durar até uma hora devido à ausência de água para amortecer as vibrações sísmicas. [110]

Eclipses
Os  eclipses  ocorrem  apenas  quando  o  Sol,  a  Terra  e  a  Lua  se  encontram  alinhados.  Os  eclipses solares  ocorrem
durante a lua nova, quando a Lua se encontra entre o Sol e a Terra. Por outro lado, os eclipses lunares  ocorrem
durante  a  lua  cheia,  quando  a  Terra  se  encontra  entre  o  Sol  e  a  Lua.  O  tamanho  aparente  da  Lua  é
aproximadamente o mesmo do Sol, quando ambos são observados a aproximadamente meio ângulo de largura. O
Sol  é  muito  maior  do  que  a  Lua,  mas  é  precisamente  esse  maior  afastamento  que  por  coincidência  faz  com  que
tenha  o  mesmo  tamanho  aparente  da  Lua,  muito  mais  próxima  e  mais  pequena.  As  variações  entre  o  tamanho
aparente, devido às órbitas não circulares, são também muito coincidentes, embora ocorram em diferentes ciclos.
Isto faz com que seja possível ocorrerem eclipses totais (em que a Lua aparenta ser maior do que o Sol) e eclipses
O eclipse solar de 1999 A Lua passando em
solares anulares (em que a Lua aparenta ser menor do que o Sol). [112] Durante um eclipse total, a Lua cobre por
frente ao Sol, a partir da
completo o disco solar e a coroa solar torna­se visível a olho nu. Uma vez que a distância entre a Lua e a Terra
espaçonave STEREO­
aumenta muito devagar ao longo do tempo, [103] o diâmetro angular da Lua também está a diminuir. Isto significa Bt.[111]
que há centenas de milhões de anos a Lua cobriu por completo o Sol em eclipses solares, e que não era possível
A partir da Terra, a Lua e o Sol parecem ter o
ocorrerem  eclipses  anulares.  Da  mesma  forma,  daqui  a  600  milhões  de  anos,  a  Lua  deixará  de  cobrir  o  Sol  por mesmo tamanho. No entanto, a partir de um
completo, e só ocorrerão eclipses anulares. [113] satélite na órbita da Terra, a Lua pode parecer
menor que o Sol.
Uma vez que a órbita da Lua em volta da Terra tem uma inclinação de cerca de 5º em relação à órbita da Terra em
volta do Sol, os eclipses não ocorrem em todas as luas novas e cheias. Para ocorrer um eclipse, a Lua deve estar
perto da intersecção dos dois planos orbitais. [113] O intervalo de tempo e recorrência dos eclipses é descrito no ciclo de Saros, que tem uma duração de aproximadamente
dezoito anos. [114]

Uma  vez  que  a  Lua  bloqueia  permanentemente  a  nossa  visão  de  uma  área  circular  do  céu  com  meio  grau  de  diâmetro, [115]  o  fenómeno  relacionado  de  ocultação  ocorre
quando uma estrela ou planeta brilhante passam perto da Lua e são ocultados. Desta forma, um eclipse solar é uma ocultação do Sol. Como a Lua se encontra relativamente
perto da Terra, a ocultação de estrelas individuais não é visível de todos os pontos do planeta, nem ao mesmo tempo. Devido à precessão da órbita lunar, em cada ano são
ocultadas estrelas diferentes. [116]

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19/03/2019 Lua – Wikipédia, a enciclopédia livre

Estudo e exploração

Primeiros estudos
O desenvolvimento da astronomia teve início com a necessidade de se compreender os ciclos lunares. Por volta do século V a.C.,
os astrónomos babilónicos tinham já registado o ciclo de Saros dos eclipses lunares, que decorria ao longo de dezoito anos, [117]
enquanto  que  astrónomos  indianos  tinham  já  descrito  o  alongamento  mensal  da  Lua. [118]  O  astrónomo  chinês  Shi  Shen
(séc. IV a.C.) forneceu instruções sobre como prever eclipses solares e lunares. [119] Posteriormente veio­se a compreender a forma
física da lua e a razão do luar. O filósofo grego Anaxágoras (m. 428 a.C.) argumentou que tanto o Sol como a Lua eram rochedos
esféricos gigantes, e que a Lua refletia a luz solar. [120][121] Embora os chineses durante a Dinastia Han acreditassem que a Lua
fosse energia semelhante ao qi, reconheciam também que a luz da Lua se tratava apenas do reflexo da luz do Sol. O teórico chinês
Jing Fang (78–37 a.C.) descreveu a forma esférica da Lua. [122] No século II d.C., Luciano de Samósata escreveu uma novela na
qual os protagonistas viajam até à Lua, que encontram desabitada. Em 499 d.C., o astrónomo indiano Aryabhata menciona na
sua obra Āryabhaṭīya que a luz do Sol refletida é o que provoca o brilho da Lua. [123] O astrónomo e físico Alhazen (965–1039)
Cartografia da Lua por Johannes concluiu que a luz solar não era refletida pela Lua de forma semelhante a um espelho, mas que a luz era emitida por todas as
Hevelius, na sua obra Selenographia partes da superfície iluminadas em todas as direções. [124]
de 1647, o primeiro mapa a incluir as
regiões de libração. Na descrição do universo de Aristóteles (384­322 a.C.), a Lua marca a fronteira entre as esferas dos elementos mutáveis (terra,
água,  ar  e  fogo)  e  as  estrelas  perecíveis  do  éter, uma filosofia influente  que  dominaria  o  pensamento  durante  séculos. [125]  No
entanto, no século II a.C., Seleuco de Seleucia propôs a teoria de que as marés se deviam à atração da Lua, e que a sua altura dependia da posição da Lua relativamente ao
Sol. [126] No mesmo século, Aristarco de Samos calculou a distância da Lua à Terra, obtendo um valor de cerca de vinte vezes o raio terrestre. Estes valores seriam mais tarde
melhorados por Ptolomeu  (90­168  d.C.),  o  qual  concluiu  que  a  distância  média  seria  de  59  vezes  o  raio  da  terra  e  que  a  Lua  teria  um  diâmetro  0,292  vezes  o  diâmetro
terrestre. Estas valores estão muito próximos da medida correta de 60 e 0,273, respetivamente. [127] Arquimedes (287–212 a.C.) inventou um planetário através do cálculo
de deslocações da Lua e dos planetas conhecidos. [128]

Durante  a  Idade  Média,  antes  da  invenção  do  telescópio,  tinha­se  vindo  progressivamente  a  aceitar  que  a  Lua  era  uma  esfera,  embora  muitos  acreditassem  que  era
plana. [129] Em 1609, Galileu foi um dos primeiros a cartografar a Lua através de telescópio na sua obra Sidereus Nuncius, fazendo notar que não era plana e que possuía
montanhas e crateras. Seguem­se várias cartografias feitas através de telescópio; em finais do século XVII, a obra de Giovanni Battista Riccioli e Francesco Maria Grimaldi
proporcionou o sistema de nomenclatura de características lunares ainda hoje em uso. O primeiro estudo trigonometricamente preciso das características lunares surge em
1834­36 na obra Mappa Selenographica de Wilhelm Beer e Johann Heinrich Mädler, na qual se incluíam as altitudes de mais de um milhar de montanhas. [130] Pensava­se
que as crateras lunares, observadas pela primeira vez por Galileu, seriam de origem vulcânica até a uma proposta de Richard A. Proctor em 1870, que sustentava que teriam
sido formadas a partir de colisões. [44] Este ponto de vista foi apoiado em 1892 através das experiências do geólogo Grove Karl Gilbert e de estudos comparativos realizados
entre as décadas de 1920 e 1940, [131] os quais estiveram na origem da estratigrafia lunar, que por volta da década de 1950 era já um ramo da astrogeologia. [44]

Exploração direta (1959–1976)

União Soviética
A corrida espacial  entre  a  União Soviética  e  os  Estados  Unidos,  impulsionada  pela  Guerra  Fria,  levou  a  uma  precipitação  no
interesse pela exploração lunar. A partir do momento em que se construíram lançadores com a capacidade necessária, ambas as
nações iniciaram o envio de diversas sondas não tripuladas, tanto para missões de sobrevoo como de impacto ou alunagem. As
naves do programa soviético Luna foram as primeiras a cumprir uma série de objetivos: posteriormente a uma série de missões
mal sucedidas em 1958, [132] o primeiro objeto construído pelo Homem a escapar à gravidade terrestre e a se aproximar da Lua foi
a sonda Luna 1; o primeiro objeto a se despenhar contra a superfície lunar foi a Luna 2; e as primeiras fotografias do até então
desconhecido lado oculto foram obtidas pela Luna 3, todos os eventos ao longo de 1959.

O primeiro objeto a alunar com sucesso foi a Luna 9 e o primeiro veículo não tripulado a orbitar a Lua foi a Luna 10, ambos em
Réplica do Lunokhod 1, o primeiro
1966. [44] Três missões de retorno trouxeram de regresso à Terra amostras de rocha lunar (Luna 16 em 1970, Luna 20 em 1972 e
rover bem sucedido.
Luna 24 em 1976), num total de 0,3 kg. O programa Lunokhod foi o responsável pela alunagem de dois rovers pioneiros, em
1970 e 1973. [133]

Estados Unidos
Os  Estados  Unidos  lançaram  várias  sondas  não  tripuladas  de  modo  a  obter  dados  tendo  em  vista  uma  eventual  alunagem
tripulada. O Programa Surveyor, coordenado pelo Jet Propulsion Laboratory, fez alunar a sua primeira sonda quatro meses após
a Luna 9. Em paralelo, a NASA criou o programa tripulado Apollo, depois de uma série de testes tripulados e não tripulados em
órbita  terrestre.  A  posterior  alunagem  dos  primeiros  seres  humanos  na  Lua  em  1969  é  vista  por  muitos  como  o  culminar  da
corrida espacial. [134] Neil Armstrong tornou­se a primeira pessoa a caminhar na lua, enquanto comandante da missão Apollo 11,
às 02:56 UTC do dia 21 de julho de 1969. [135] As missões Apollo 11 a 17 (exceto a Apollo 13 que teve que abortar a alunagem),
trouxeram 382 kg de rocha e solo lunar, em 2196 amostras individuais. [136] A alunagem e respetivo regresso foi possibilitado por
consideráveis progressos tecnológicos desde o início da década de 1960, em campos como a química de ablação, engenharia de
software e tecnologia de reentrada atmosférica. [137][138]

Ao  longo  das  missões  Apollo,  foram  instalados  na  superfície  lunar  vários  conjuntos  de  instrumentos  científicos,  como
sismógrafos,  magnetómetros  e  sondas  de  calor.  A  transmissão  direta  dos  dados  para  a  Terra  foi  interrompida  em  1977[139]
Astronauta Buzz Aldrin fotografado
embora, como alguns instrumentos são passivos, são ainda hoje usados. [140] por Neil Armstrong (o primeiro
homem a pisar na Lua) durante a
missão Apollo 11, em 20 de julho de
Pós­corrida espacial (1990­atualidade) 1969.
Após os programas Apollo e Luna, muitos outros países têm estado envolvidos na exploração direta da Lua. Em 1990, o Japão
tornou­se o terceiro país a colocar uma nave espacial em órbita lunar com o lançamento da sonda Hiten, a qual lançou uma sonda menor (Hagoromo)  na  órbita  lunar,
embora o seu transmissor tenha avariado, impedindo o aproveitamento científico da missão. [141] Em 1994, os Estados Unidos lançaram a sonda Clementine, um projeto

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conjunto entre a NASA e o Departamento de Defesa. Esta missão cartografou o primeiro mapa topográfico de praticamente toda a superfície lunar e as primeiras imagens
multiespectrais globais. [142]  Em  1998  foi  colocada  em  órbita  uma  nova  sonda  americana,  a  Lunar  Prospector,  cujos  instrumentos  indicaram  a  presença  de  excesso  de
hidrogénio  nos  polos  lunares,  provavelmente  com  origem  em  depósitos  de  gelo  a  poucos  metros  de  profundidade  do  regolito  e  dentro  de  crateras  permanentemente
escuras. [143]

A sonda europeia SMART­1, segunda sonda movida a propulsão de iões, a qual permaneceu em órbita lunar entre 2004 e 2006,
realizou o primeiro levantamento detalhado de elementos químicos na superfície da Lua. [144] Entre 4 de outubro de 2007 e 10 de
junho de 2009, a sonda SELENE da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), equipada com uma câmara de vídeo
de alta definição e dois pequenos satélites de radiotransmissão, obtive dados de geofísica lunar e as primeiras imagens em alta
definição da Lua feitas para além da órbita da Terra. [145][146] A primeira missão lunar indiana, a sonda Chandrayaan­1, orbitou
o satélite em 8 de novembro de 2008 até a perda de contato em 27 de agosto de 2009, obtendo imagens de alta resolução da
composição  química,  mineralógica  e  geológica  da  superfície  lunar  e  confirmando  a  presença  de  moléculas  de  água  no  solo
lunar. [147] A Organização Indiana de Pesquisa Espacial tencionou lançar a Chandrayaan­2 em 2013 prevendo incluir um robô
lunar russo. [148] No entanto, a missão foi reavaliada e o lançamento está agora previsto para o primeiro trimestre de 2018, mas
sem a participação russa. [149]

Imagem composta da Lua registrada
A China, através do seu ambicioso programa de exploração lunar, lançou com sucesso
pela sonda espacial Galileu em 7 de
a primeira sonda espacial Chang'e 1 em 5 de novembro de 2007, a qual se manteve em
dezembro de 1992.
órbita  até  ao  impacto  controlado  contra  a  superfície  do  satélite  em  1  de  março  de
2008. [150] Após a bem sucedida missão que colocou em órbita a Chang'e 2 em 2010
para mapear a superfície lunar, [151] em 14 de dezembro de 2013, a sonda chinesa Chang'e 3 tornou­se o primeiro objeto fabricado
pelo  ser  humano  a  pousar  na  Lua  em  37  anos.  Além  da  China,  apenas  os  governos  da  União  Soviética  e  dos  Estados  Unidos
enviaram rovers para a superfície lunar. [152]

Os  Estados  Unidos  co­lançaram  a  Lunar  Reconnaissance  Orbiter  (LRO)  e  o  Satélite  de  Detecção  e  Observação  de  Crateras
Concepção artística do Lunar
Lunares  (LCROSS)  em  18  de  junho  de  2009;  o  LCROSS  completou  a  sua  missão  em  9  de  outubro  de  2009  com  um  impacto Reconnaissance Orbiter.
programado  na  cratera  Cabeus, [153]  enquanto  a  LRO  está  atualmente  em  operação  para  obter  imagens  precisas  e  em  alta
definição da altimetria lunar. O Gravity Recovery and Interior Laboratory (GRAIL) começou a orbitar a Lua em 1 de janeiro de
2012, com o objetivo principal de mapear a litosfera e a estrutura interna lunar através de medições gravimétricas. [154]

Entre  as  próximas  missões  lunares  previstas  estão  a  russa  Luna­Glob:  uma  sonda  não  tripulada,  um  conjunto  de  sismógrafos,  e  uma  sonda  com  base  na  sua  missão
marciana Fobos­Grunt, lançada em 2012. [155][156] A exploração lunar financiada pela iniciativa privada tem sido promovida pelo Google Lunar X Prize, anunciado em 13 de
setembro  de  2007  e  que  oferece  20  milhões  de  dólares  para  quem  conseguir  desenvolver  um  robô  lunar  e  cumprir  outros  critérios  especificados.  A  Shackleton  Energy
Company está construindo um programa para estabelecer operações no polo sul da Lua para colher água e fornecer seus depósitos propulsores. [157]

A NASA tem planos para retomar as missões tripuladas, na sequência do anúncio, em 2004, de uma missão tripulada à Lua até 2019 e da construção de uma base lunar até
2024 por parte do presidente George W. Bush[158] O Programa Constellation chegou a iniciar a construção e testes de uma nave espacial tripulada e de um novo veículo de
lançamento, [159] além do projeto de uma base lunar. [160] No entanto, o programa foi cancelado de modo a dar prioridade a um pouso tripulado em um asteroide até 2025 e a
uma missão tripulada até a órbita de Marte até 2035. A Índia também manifestou a sua intenção de enviar uma missão tripulada à Lua até 2020. [161]

Vista panorâmica da região de Taurus­Littrow em dezembro de 1972, durante a missão lunar da Apollo 17. Este vale lunar está localizado no lado mais próximo da Lua, ao
longo de um anel de montanhas na borda sudeste de Mare Serenitatis. À direita, o geólogo­astronauta Harrison Schmitt prepara­se para colher uma amostra. Os dados
coletados durante a Apollo 17 mostram que o vale é composto principalmente por brechas ricas em feldspato nos grandes maciços que rodeiam o vale e basalto subjacente
no fundo do vale, coberto por uma camada não consolidada de regolito ou materiais mistos, formada por vários eventos geológicos.

Astronomia
Há vários anos que a Lua é vista como um excelente local para a instalação de telescópios, apresentando vantagens em relação a observações efetuadas a partir da superfície
terrestre ou de telescópios colocados em órbita. [163] Além do fato de estar relativamente próximo à Terra, um observatório na superfície lunar não sofreria a influência da
atmosfera,  já  que  a  camada  de  gases  que  envolve  a  Lua  é  extremamente  rarefeita.  A  gravidade  lunar,  substancialmente  menor  que  a  terrestre,  permitira  a  colocação  de
estruturas  de  maior  porte.  Outra  vantagem  seria  a  ocorrência  natural,  nas  crateras  polares,  das  baixas  temperatura  necessárias  para  a  operação  de  telescópios
infravermelhos.  Além  disso,  os  radiotelescópios  no  lado  oculto  estariam  protegidos  das  ondas  de  rádio  provenientes  da  Terra. [164]  O  solo  lunar,  embora  constitua  um
problema para as partes móveis de telescópios, pode ser misturado com nanotubos de carbono e resina epóxi na construção de espelhos de até 50 metros de diâmetro. [165]
Um telescópio lunar zenital pode ser feito de forma barata com líquido iónico. [166] Contudo, a maior dificuldade a ser superada refere­se aos custos e às dificuldades técnicas
de se transportar e colocar grande quantidade de equipamento na superfície lunar, o que faz com que estes projetos sejam ainda inviáveis. [167] Em abril de 1972, a missão
Apollo 16 obteve diversas imagens e espectros ultravioleta através do Far Ultraviolet Camera/Spectrograph, inclusive da Terra. [168]

Estatuto jurídico

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19/03/2019 Lua – Wikipédia, a enciclopédia livre
Embora  os  veículos  do  Programa  Luna  tenham  espalhado  pela  Lua  bandeirolas  da  União  Soviética  e  os  astronautas  norte­
americanos  tenham  hasteado  simbolicamente  bandeiras  nos  locais  de  pouso  das  missões  Apollo,  nenhuma  nação  reivindica
atualmente  a  posse  de  qualquer  área  da  superfície  lunar. [169]  Tanto  a  Rússia  como  os  Estados  Unidos  assinaram  em  1967  o
Tratado  do  Espaço  Exterior, [170]  o  qual  define  a  Lua  e  todo  o  espaço  enquanto  "província  de  toda  a  humanidade". [169]  Este
tratado também restringe o uso da Lua para fins pacíficos, proibindo explicitamente instalações militares e armas de destruição
em massa. [171] O Tratado da Lua de 1979 foi criado no sentido de proibir a exploração dos recursos da Lua por parte de um único
país,  mas  não  foi  assinado  por  nenhuma  das  nações  com  tecnologia  espacial. [172]  Apesar  de  várias  pessoas  terem  feito
reivindicações territoriais sobre a Lua, no todo ou em parte, nenhuma é considerada credível. [173][174][175]

Impacto cultural Imagem da Terra em luz ultravioleta,
obtida a partir da superfície lunar. O
As fases  regulares  da  Lua  fazem  dela  um  relógio  bastante  conveniente  e  o  intervalo  entre  os lado em que está dia reflete muita
luz ultravioleta do Sol, enquanto lado
quartos  crescente  e  minguante  constitui  a  base  de  muitos  dos  calendários  da  antiguidade.
onde está noite mostra bandas de
Alguns  dos  ossos  entalhados  pré­históricos,  datados  de  entre  20  a  30  mil  anos  atrás,  são
emissão de UV da aurora causada
considerados por alguns historiadores uma forma de marcação das fases da lua. O mês de 30 por partículas carregadas.[162]
dias é uma aproximação ao ciclo lunar. [176][177][178] Antes da introdução do calendário solar,
os  povos  germânicos  usavam  o  calendário  germânico,  um  tipo  de  calendário  lunar.  O
substantivo inglês month e os seus cognatos em outras línguas germânicas têm origem no proto­germânico *mǣnṓth­, o qual é relativo a
*mǣnōn. [179]  A  mesma  raiz  indo­européia  de  moon  está  na  origem  dos  termos  em  latim measure e menstrual,  palavras  que  ecoam  a
importância da Lua para muitas culturas antigas na medição do tempo (como as palavras mensis, em latim, e μήνας (mēnas), em grego
antigo, que significam "mês"). [180][181]

A Lua tem sido o tema e inspiração para as mais diversas obras de arte e literatura. É um motivo recorrente nas artes visuais e cénicas,
poesia, literatura e música. É provável que o relevo no túmulo de Knowth, na Irlanda, represente a Lua, o que constituiria a mais antiga
A lua crescente é um representação conhecida do satélite. O contraste entre as terras altas, mais brilhantes, e os mares lunares, mais escuros, cria padrões que
símbolo islâmico e aparece foram  interpretados  das  mais  diversas  formas  pelas  diferentes  culturas  ao  longo  da  História,  como  a  face  lunar,  o  coelho  lunar  ou  o
em diversas bandeiras búfalo.  Em  muitas  culturas  pré­históricas  e  da  antiguidade,  a  Lua  era  considerada  a  personificação  de  uma  divindade  ou  de  outro
nacionais, como  fenómeno sobrenatural. Ainda hoje continuam a existir interpretações astrológicas da Lua, geralmente associadas a ciclos de mudança e
 Turquia e   Paquistão.
transformação. [182][183]

A Lua tem uma longa associação com a loucura e a irracionalidade; as palavras loucura e louco têm origem no termo latino Luna. Os filósofos Aristóteles e Plínio, o Velho
argumentavam que a lua cheia induzia a insanidade em indivíduos susceptíveis e acreditavam que o cérebro, que é formado principalmente por água, fosse afetado pela Lua
e  a  sua  influência  sobre  as  marés,  embora  a  gravidade  da  Lua  seja  muito  pequena  para  exercer  qualquer  tipo  de  influência  individualmente. [184]  Ainda  hoje  as  pessoas
insistem  em  associar  a  lua  cheia  com  o  maior  número  de  internamentos  em  hospitais  psiquiátricos,  acidentes  de  trânsito,  homicídios  ou  suicídios,  embora  não  haja
qualquer evidência científica que apoie essas superstições. [184]

Ver também
Colonização da Lua
Outras luas da Terra
Corrida espacial
Eclipse lunar
Missões para a Lua
Distância lunar

Notas
1.  Há vários asteroides próximos da Terra, como o 3753 Cruithne, que são coorbitais com o planeta: as suas órbitas trazem­nos para perto da Terra por períodos de tempo
mas, em seguida, alteram­se a longo prazo (Morais et al, 2002). São, por isso, quasi­satélites — não são luas, pois não orbitam a Terra. Ver também Outras luas da
Terra.[1]
2.  Caronte é proporcionalmente mais largo em comparação a Plutão, mas Plutão foi reclassificado para planeta anão.

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Como explicar os movimentos da Lua em sala de aula ­ Revista NOVA ESCOLA (https://web.archive.org/web/20121215143652/http://revistaescola.abril.com.br/fundame
ntal­1/como­explicar­movimentos­lua­sala­aula­646418.shtml)
Atlas da Lua no Google (http://www.google.com/moon)
Lunar Reconnaissance Orbiter Camera (http://lroc.sese.asu.edu/) (em inglês) ­ Site da Sonda Espacial que será lançada em breve à Lua

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