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Lua
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Lua é o único satélite natural da Terra[nota 1] e o quinto maior do Sistema Solar. É o maior satélite natural de um
planeta no sistema solar em relação ao tamanho do seu corpo primário, [nota 2] tendo 27% do diâmetro e 60% da Lua
densidade da Terra, o que representa 1∕81 da sua massa. Entre os satélites cuja densidade é conhecida, a Lua é o segundo
mais denso, atrás de Io. Estimase que a formação da Lua tenha ocorrido há cerca de 4,51 mil milhões* de anos[2], Satélite da Terra
relativamente pouco tempo após a formação da Terra. Embora no passado tenham sido propostas várias hipóteses para
a sua origem, a explicação mais consensual atualmente é a de que a Lua tenha sido formada a partir dos detritos de um
impacto de proporções gigantescas entre a Terra e um outro corpo do tamanho de Marte.
A Lua encontrase em rotação sincronizada com a Terra, mostrando sempre a mesma face visível, marcada por mares
vulcânicos escuros entre montanhas cristalinas e proeminentes crateras de impacto. É o mais brilhante objeto no céu a
seguir ao Sol, embora a sua superfície seja na realidade escura, com uma refletância pouco acima da do asfalto. A sua
proeminência no céu e o seu ciclo regular de fases tornaram a Lua, desde a antiguidade, uma importante referência
cultural na língua, em calendários, na arte e na mitologia. A influência da gravidade da Lua está na origem das marés
oceânicas e ao aumento do dia sideral da Terra. A sua atual distância orbital, cerca de trinta vezes o diâmetro da Terra,
faz com que no céu o satélite pareça ter o mesmo tamanho do Sol, permitindolhe cobrilo por completo durante um
eclipse solar total.
A Lua é o único corpo celeste para além da Terra no qual os seres humanos já pisaram. O Programa Luna, da União
Características orbitais
Soviética, foi o primeiro a atingir a Lua com sondas não tripuladas em 1959. O Programa Apollo, do governo dos
Estados Unidos, permitiu a realização das únicas missões tripuladas até hoje ao satélite, desde a primeira viagem Semieixo maior 384 399 km
(0,00257 UA)
tripulada em 1968 pela Apollo 8, até seis alunagens tripuladas entre 1969 e 1972, a primeira das quais a Apollo 11.
Perigeu 363 104 km
Estas missões recolheram mais de 380 quilogramas de rochas lunares que têm sido usadas no estudo sobre a origem, 0,0024 UA
história geológica e estrutura interna da Lua. Após a missão Apollo 17, em 1972, a Lua foi visitada apenas por naves
Apogeu 405 696 km
espaciais não tripuladas, como pela última sonda do programa soviético Lunokhod. Desde 2004, Japão, China, Índia, 0,0027 UA
Estados Unidos e a Agência Espacial Europeia enviaram sondas espaciais ao satélite natural. Estas naves espaciais têm Excentricidade 0,0549
contribuído para confirmar a descoberta de água gelada em crateras lunares permanentemente escuras nos pólos e Período orbital 27,321582 d
vinculada ao regolito lunar. Missões tripuladas futuras para a Lua foram planejadas, através de esforços de governos e (0,074802 a)
do financiamento privado. A Lua permanece, conforme acordado no Tratado do Espaço Exterior, livre para todas as Período sinódico 29,530589 d
nações que queiram explorar o satélite para fins pacíficos. (0,08085 a)
Velocidade orbital média 1,022 km/s
Inclinação Com a eclíptica:
5,145°
Índice Com o equador
da Terra: entre
Nome e etimologia 18,29° e 28,58
°
Formação
Características físicas
Características físicas
Estrutura interna Diâmetro equatorial 3474,8 km
Geologia de superfície Área da superfície 0,074 Terras
Características vulcânicas 3,793 x 107 km²
Crateras de impacto Volume 0,020 Terras
Presença de água 2,1958 × 1010
Campo gravitacional km³
Campo magnético Massa 0,0123 Terras
Atmosfera 7,349 x 1022 kg
Estações Densidade média 3,34 g/cm³
Relação com a Terra Gravidade equatorial 0,1654 g
Órbita
Período de rotação 27 d 7 h 43 min
Aparência a partir da Terra (rotação
Efeitos nas marés síncrona)
Eclipses Velocidade de escape 2,38 km/s
Estudo e exploração Albedo 0,1054
Primeiros estudos
Temperatura média: 53,1 ºC
Exploração direta (1959–1976) mínima: 173,1
União Soviética ºC
Estados Unidos máxima: 116,9
Póscorrida espacial (1990atualidade)
ºC
Astronomia Composição da atmosfera
Estatuto jurídico Pressão atmosférica 1 µPa
Impacto cultural Hélio 25%
Neônio 25%
Ver também Hidrogênio 23%
Notas Argônio 20%
Referências
Bibliografia
Leitura adicional
Ligações externas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lua 1/14
19/03/2019 Lua – Wikipédia, a enciclopédia livre
Nome e etimologia
O termo em português Lua tem origem no latim Luna. Outro termo menos comum é selene, derivado do grego antigo selene (Σελήνη), de onde o prefixo "seleno" (como em
selenografia) derivouse. [3]
Formação
Escala do tempo geológico lunar (milhões de anos antes do presente)
Têm sido propostos vários mecanismos para explicar a formação da Lua, a qual ocorreu há 4,527 ± 0,010 mil milhões de anos
atrás e entre 30 e 50 milhões de anos após a origem do Sistema Solar. [4] Uma pesquisa recente propõe uma idade ligeiramente
mais jovem, entre 4,4 e 4,45 mil milhões* de anos. [5][6] Entre os mecanismos propostos estão a fissão da Lua a partir da crosta
terrestre através de força centrífuga[7] (o que exigiria uma imensa força de rotação da Terra), [8] a captura gravitacional de uma
lua préformada[9] (o que exigiria uma improvável atmosfera alargada da Terra capaz de dissipar a energia da passagem da
Lua)[8] e a formação simultânea da Terra e da Lua no disco de acreção primordial (que não explica o esgotamento de ferro
metálico na Lua). [8] Estas hipóteses também não conseguem explicar o elevado momento angular do sistema TerraLua. [10]
A hipótese que hoje em dia prevalece é a de que o sistema Terra Lua se formou em resultado de um gigantesco impacto, durante
Impressão artística do impacto entre qual um corpo do tamanho de Marte, denominado Theia, colidiu com a recémformada protoTerra, projetando material para a
a Terra e Theia. Os destroços do sua órbita que se aglutinou até formar a Lua. [11] Mas a Lua e a Terra são um espelho de uma para o outra em sua composição,
impacto teriam posteriormente lançando dúvidas sobre uma origem principalmente de material lunar extraterrestre e, portanto, a única explicação de
formado a Lua. impacto[12]. Uma teoria de 2017 propõe que a lua é feita de miniluas. Uma amálgama de miniluas explica por que a lua tem
uma composição química terrestre. [13]
Dezoito meses antes de uma conferência sobre a possível origem da Lua em outubro de 1984, Bill Hartmann, Roger Phillips e Jeff Taylor desafiaram os colegas cientistas ao
dizer: "Vocês têm 18 meses. Voltem para os dados da Apollo, voltem para os computadores, façam o que tiverem que fazer, mas decidamse. Não venham para a conferência
a menos que tenham algo a dizer sobre o nascimento da Lua." Na conferência de 1984 em Kona, no Havaí, a hipótese do grande impacto emergiu como a mais popular.
"Antes da conferência havia partidários das três teorias "tradicionais", além de algumas pessoas que estavam começando a considerar o impacto gigante como uma
possibilidade séria e havia um enorme grupo apático que achava que o debate jamais seria resolvido. Posteriormente, havia essencialmente apenas dois grupos: os
defensores do grande impacto e os agnósticos."[14]
Pensase que os impactos gigantes tenham sido comuns nos primórdios do Sistema Solar. As simulações em computador do modelo do grande impacto são consistentes
com as medições do momento angular do sistema TerraLua e com o pequeno tamanho do núcleo lunar. Estas simulações mostram também que a maior parte da Lua tem
origem no corpo que embateu, e não na protoTerra. [15] No entanto, há testes mais recentes que sugerem que a maior parte da Lua se formou a partir da Terra, e não do
impacto. [16][17][18]
Os meteoritos mostram que os outros corpos do Sistema Solar interior, como Marte e Vesta, têm composições
isotópicas de oxigénio e tungsténio muito diferentes das encontradas na Terra, enquanto a Terra e a Lua têm
composições isotópicas praticamente idênticas. A mistura de material vaporizado entre a Terra e a Lua em
formação após o impacto poderia ter equilibrado as suas composições isotópicas, [19] embora isto ainda seja
debatido. [20]
A grande quantidade de energia libertada no evento de grande impacto e a posterior aglutinação de material
na órbita da Terra teriam fundido a camada externa terrestre, formando um oceano de magma. [21][22] A recém Oceanus Procellarum ("Oceano das Tempestades").
formada Lua teria tido também o seu próprio oceano de magma lunar; cuja profundidade se estima ter sido Fossas tectônicas antigas – estrutura retangular (visível
– topografia – gradientes gravitacionais da GRAIL)
entre 500 km e o raio total da Lua. [21] Apesar da hipótese do grande impacto ser precisa na explicação de
muitas linhas de evidência, existem ainda algumas questões em aberto, a maioria delas sobre a composição da
Lua. [23]
Em 2001, uma equipa do Instituto Carnegie de Washington divulgou a medição mais precisa das assinaturas isotópicas de rochas lunares até à atualidade. [24] Para sua
surpresa, descobriram que as rochas do programa Apollo apresentavam uma assinatura isotópica idêntica à de pedras da Terra e diferente de quase todos os outros corpos
do Sistema Solar. Tratouse de uma observação inesperada, uma vez que se acreditava que a maior parte do material que entrou em órbita para formar a Lua fosse
proveniente de Theia. Em 2007, um grupo de investigadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia anunciou que a probabilidade da Terra e de Theia terem assinaturas
isotópicas idênticas era inferior a 1%. [25] Uma análise de isótopos de titânio nas amostras lunares trazidas pela Apollo, publicada em 2012, demostrou que a Lua tem a
mesma composição que a Terra. [26]
Características físicas
Estrutura interna
A Lua é um corpo diferenciado: a sua crosta, manto e núcleo são distintos em termos geoquímicos. A Lua possui um núcleo interno sólido e rico em ferro com 240 km de raio
e um núcleo externo fluido composto essencialmente por ferro em fusão e com um raio de aproximadamente 300 km. O núcleo é envolto por uma camada parcialmente em
fusão com um raio de cerca de 500 km. [28] Pensase que esta estrutura se tenha desenvolvido a partir da cristalização fracionada de um oceano de magma global, pouco
tempo depois da formação da lua, há cerca de 4,5 mil milhões de anos. [29] A cristalização deste oceano de magma teria criado um manto máfico através de precipitação e
afundamento dos minerais olivina, piroxena e ortopiroxena. Após a cristalização de cerca de três quartos do oceano de magma, tornouse possível a formação de plagioclases
que permaneceram à superfície, formando a crosta. [30] Os últimos líquidos a cristalizar teriam inicialmente permanecido entre a crosta e o manto, com elevada abundância
de elementos incompatíveis e produtores de calor. [31] De forma consistente com esta hipótese, o mapeamento geoquímico a partir de órbita revela que a crosta é composta
principalmente por anortosito, [32] enquanto que as amostras de rocha lunar dos rios de lava que emergiram à superfície a partir da fusão parcial do manto confirmam a
composição máfica do manto, o qual é mais rico em ferro do que o da Terra. [31] As análises geofísicas sugerem que a crosta tenha em média 50 km de espessura. [31]
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A lua é o segundo satélite mais denso do Sistema Solar, atrás apenas de Io. [33] No entanto, o seu núcleo interno é pequeno, com um raio de apenas 350 km ou menos, [31] o
que corresponde apenas a cerca de 20% da sua dimensão, em contraste com os cerca de 50% da maior parte dos outros corpos terrestres. A sua composição não está ainda
confirmada, mas é provavelmente de ferro metálico ligado com uma pequena quantidade de enxofre e níquel. A análise da rotação da Lua indica que o núcleo se encontra
num estado de fusão, pelo menos parcialmente. [34]
Geologia de superfície
A topografia da Lua tem sido medida através de altimetria laser e análise estereoscópica. [35] A característica topográfica mais proeminente é a Bacia do Polo SulAitken, com
cerca de 2240 km de diâmetro, o que faz dela a maior cratera lunar e a maior cratera conhecida do Sistema Solar. [36][37] Com 13 km de profundidade, a sua base é o ponto de
menor altitude na Lua. [36][38] Os pontos de maior altitude encontramse imediatamente a nordeste, tendo sido sugerido que esta área possa ter sido formada através do
próprio impacto oblíquo na superfície que deu origem à bacia. [39] As outras bacias de impacto de grande dimensão, como os mares Imbrium, Serenatis, Crisium, Smythii e
Orientale, possuem igualmente pouca altitude e orlas
elevadas. [36] A face oculta da lua tem uma altitude Composição química do regolito lunar[27]
média cerca de 1,9 km superior à face visível. [31] Composição (wt %)
Composto Fórmula
Mares Montanhas
Os mares encontramse quase exclusivamente na face visível da Lua, cobrindo 31% da sua superfície, [44]
enquanto que na face oculta são raros e apenas cobrem 2% da superfície. [45] Pensase que isto seja devido à
concentração de elementos produtores de calor na face visível, observada em mapas geoquímicos obtidos
através de espectómetros de raios gama, a qual poderia ter provocado o aquecimento, fusão parcial, subida
à superfície e erupção do manto inferior. [30][46][47] A maior parte dos basaltos presentes nos mares surgiu
durante erupções no período ímbrico, há cerca de 33,5 mil milhões de anos, embora algumas amostras
datadas através de radiometria sejam de há 4,2 mil milhões de anos, [48] enquanto que as erupções mais
recentes datam de há apenas 1,2 mil milhões de anos. [49]
Topografia da Lua. Note a região da Bacia do Polo Sul
As regiões mais claras da superfície lunar são denominadas terrae ou montanhas, uma vez que são mais Aitken, à esquerda, onde se encontram as menores
elevadas do que a maior parte dos mares. Têm sido datadas, através de radiometria, de há 4,4 mil milhões altitudes do relevo lunar.
de anos, e podem representar cumulatos de plagioclase do oceano de magma lunar. [48][49] Em contraste
com a Terra, pensase que nenhuma das principais cadeias montanhosas da Lua tenha sido formada em consequência de eventos tectónicos. [50]
A concentração de mares na face visível é provavelmente o reflexo de uma crosta substancialmente mais espessa nas montanhas da face oculta, as quais podem ter sido
formadas durante o impacto a pouca velocidade de uma segunda lua terrestre poucas dezenas de milhões de anos após a formação das próprias luas. [51][52]
Quatro vistas da Lua. Da esquerda para a direita: o lado oculto, vista da direita, lado visível e vista da esquerda. Observe que o lado voltado para a Terra apresenta muito
mais regiões escuras (mares lunares) que a face oculta.
Crateras de impacto
O outro principal processo geológico que afetou a superfície lunar foi a formação de crateras de impacto, [53] em consequência da
colisão de asteroides e cometas com a superfície lunar. Estimase que só na face visível existam trezentas mil crateras com
diâmetro superior a 1 km. [54] Algumas são batizadas em homenagem a investigadores, cientistas e exploradores. [55] A escala de
tempo geológico lunar baseiase nos principais eventos de impacto, como o nectárico, ímbrico ou o Mare Orientale, estruturas
caracterizadas por vários anéis de material revolto, geralmente com centenas ou dezenas de quilómetros de diâmetro e associadas
a uma gama diversa de depósitos de material projetado que formam um horizonte estratigráfico regional. [56] A ausência de
atmosfera, meteorologia e processos geológicos recentes significa que muitas destas crateras se encontram perfeitamente
preservadas. Embora só algumas das bacias com múltiplos anéis tenham sido datadas em definitivo, são, no entanto, usadas
como referência para atribuir datas relativas. Uma vez que as crateras de impacto se acumulam a um ritmo relativamente
constante, a contagem do número de crateras em determinada área pode ser usada para estimar a idade da superfície. [56] As
idades radiométricas das rochas de impacto recolhidas durante as missões Apollo datam de há 3,84,1 mil milhões de anos. Isto
A cratera lunar Daedalus no lado
tem sido usado para propor a existência de um Intenso bombardeio tardio de impactos. [57]
oculto da Lua
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A crosta lunar é revestida por uma superfície de rocha pulverizada denominada regolito, formada por processos de impacto. O regolito mais fino, o solo lunar de dióxido de
silício, tem uma textura semelhante à neve e odor semelhante a pólvora usada. [58] O regolito das superfícies mais antigas é geralmente mais espesso que o das superfície
mais jovens, variando entre 10 a 20 metros nas terras altas e 3 a 5 metros nos mares. [59] Por baixo da camada de regolito encontrase o megaregolito, uma camada de rocha
matriz bastante fraturada com vários quilómetros de espessura. [60]
Presença de água
Não é possível suster água em estado líquido na superfície lunar. Quando exposta à radiação solar, a água decompõese
rapidamente através de um processo denominado fotólise, perdendose para o espaço. No entanto, desde a década de 1960 que
os cientistas têm levantado a hipótese de existirem na Lua depósitos de água sob a forma de gelo. O gelo teria origem em
impactos de cometas ou possivelmente produzido através da reação entre rochas lunares ricas em oxigénio e o hidrogénio do
vento solar, deixando vestígios de água que poderiam ter sobrevivido nas crateras frias e sem luz dos polos lunares. [61][62] As
simulações em computador sugerem que até 14.000 km² da superfície podem estar em sombra permanente. [63] A presença de
quantidades utilizáveis de água na Lua é importante para se considerar a viabilidade económica de uma eventual colonização da
Lua, uma vez que o transporte a partir da Terra seria economicamente inviável. [64]
Em décadas posteriores, têm vindo a ser encontrados vestígios de presença de água na superfície lunar. [65] Em 1994, uma
experiência com radar biestático pela sonda Clementine indicou a existência de pequenas bolsas de água congelada perto da
superfície. No entanto, observações posteriores no radiotelescópio de Arecibo sugerem que estas bolsas se podem tratar, na Composição de imagens do polo sul
realidade, de rochas projetadas a partir de crateras de impacto recentes. [66] Em 1998, o espectómetro de neutrões a bordo da lunar obtida pela sonda Clementine.
sonda Lunar Prospector indicou que há hidrogénio presente em elevada concentração no primeiro metro de profundidade do solo
nas imediações das regiões polares. [67] Em 2008, uma amostra de rocha vulcânica trazida para a Terra pela Apollo 15 revelou que
existiam pequenas quantidades de água no seu interior. [68]
Ainda em 2008, a sonda Chandrayaan1 confirmou a existência de água à superfície através do mapeador de mineralogia a bordo. O espectómetro observou linhas de
absorção em comum com o hidroxilo na luz solar refletida, fornecendo evidências de grandes quantidades de água na forma de gelo na superfície lunar. A sonda mostrou que
estas concentrações podem ser tão elevadas como 1000 ppm. [69] Em 2009, o LCROSS enviou um módulo de impacto para uma cratera polar em sombra permanente,
detetando pelo menos 100 kg de água numa pluma de material projetado. [70][71] Uma outra análise dos dados do LCROSS mostrou que a quantidade de água detetada
estava próxima dos 155 kg (±12 kg). [72][73]
Em 2018, moganita, um dióxido de silício semelhante ao quartzo, foi detectado em rochas lunares. Isso é significativo porque a moganita é um mineral que requer água para
se formar, reforçando a crença de que a água existe na Lua. [74]
Confirmando as previsões anteriores, uma recente pesquisa, publicada em Agosto de 2018 pela revista Proceedings of National Academy of Sciences (PNAS), confirmou a
presença de gelo nos pólos lunares. A pesquisa utilizou dados do Mapeador de Mineralogia da Lua (M3) a bordo da espaçonave Indiana Chandrayaan1 e analisou as
propriedades reflexivas da superfície lunar. O equipamento ainda forneceu medições diretas de como as moléculas absorvem a luz infravermelha. Isso proporcionou a
capacidade de diferenciar entre água líquida, vapor e gelo sólido. [75]
Campo gravitacional
O campo gravitacional da Lua tem sido medido através do rastreio do efeito
Doppler de sinais de rádio emitidos a partir de veículos em órbita. As
principais características da gravidade lunar são concentrações de massa,
anomalias gravitacionais positivas de grande dimensão, associadas a
algumas das maiores bacias de impacto, causadas em parte pelos densos
depósitos basálticos que preenchem estas crateras. [77][78] Estas anomalias
influenciam significativamente a órbita de veículos em torno da Lua. No
entanto, há ainda eventos sem explicação; as correntes de magma não
explicam por si só todo o mapa gravitacional, e existem algumas
Campo gravitacional da Lua Aceleração gravitacional na superfície da Lua em
concentrações de massa que não têm relação com o vulcanismo dos
m/s². À esquerda: face visível. À direita: face
mares. [79]
oculta.[76]
No entanto, devido à rotação sincronizada da Lua, não é possível efetuar o
rastreio de veículos espaciais muito para além das extremidades do lado visível, pelo que o campo gravitacional do lado oculto se encontra ainda pouco caracterizado. A
aceleração provocada pela gravidade na superfície da Lua é de 1,6249 m/s², cerca de 16,6% daquela da superfície terrestre. Quando considerada a totalidade da superfície, a
variação na aceleração gravitacional é de cerca de 0,0253 m/s² (1,6% da aceleração provocada pela gravidade). Uma vez que o peso está diretamente relacionado com a
aceleração gravitacional, os corpos na Lua pesam apenas 16,6% daquilo que pesariam na Terra. [80]
Campo magnético
A Lua tem um campo magnético exterior de cerca de 1100 nanoteslas, menos de um centésimo do campo magnético terrestre. A Lua não tem atualmente um campo
magnético global dipolar, como aqueles que são gerados pelo geodínamo característico de um núcleo de metal líquido, apresentando apenas magnetização da crosta,
provavelmente adquirida muito cedo na sua História quando o geodínamo estava ainda em funcionamento. [81][82] De acordo com uma hipótese alternativa, alguma da
magnetização restante pode ter origem em campos magnéticos transitórios gerados durante grandes eventos de impacto, através da expansão de uma nuvem de plasma
gerada por esse impacto na presença de um campo magnético ambiente. Isto é apoiado pela localização aparente das maiores magnetizações da crosta perto dos antípodas
das maiores bacias de impacto. [83]
Atmosfera
A atmosfera da Lua é tão rarefeita que pode praticamente ser considerada vácuo, sendo a sua massa total inferior a 10 toneladas. [84] A pressão à superfície desta pequena
massa é de cerca de 3 x 10−15 atm (0,3 nPa) e varia ao longo do dia lunar. A atmosfera tem origem na desgaseificação e pulverização catódica – a libertação de átomos do solo
lunar provocada pelo bombardeio de iões do vento solar. [32][85] Entre os elementos detetados estão o sódio e o potássio, produzidos pela pulverização catódica (também
encontrados nas atmosferas de Mercúrio e de Io); o hélio4, produzido pelo vento solar; e árgon40, rádon222 e polónio210, desgaseificados após serem criados por
decaimento radioativo no interior da crosta e do manto. [86][87] A ausência de elementos neutros (átomos ou moléculas) como oxigénio, nitrogénio, carbono, hidrogénio e
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magnésio, que estão presentes no regolito, ainda não é compreendida. [86] A sonda Chandrayaan1 assinalou a presença de vapor de água em diferentes concentrações de
acordo com a latitude, com a concentração maior a ocorrer entre os 6070º. É provavelmente gerado pela sublimação de gelo no rególito. [88] Estes gases podem regressar ao
monolito devido à gravidade ou então perderemse no espaço, tanto através da radiação solar como, se tiverem sido ionizados, serem levados pelo campo magnético do
vento solar. [86]
Estações
A inclinação axial da Lua em relação à eclíptica é de apenas 1,5424º, muito inferior aos 23,44º da Terra. [89] Devido a isto, a
iluminação solar varia muito pouco em função das estações do ano e os elementos topográficos desempenham o principal papel
nos efeitos das estações. [90] A partir de imagens obtidas pela sonda Clementine em 1994, é provável que quatro regiões
montanhosas na orla da cratera Peary, no polo norte, estejam permanentemente iluminadas, não existindo regiões semelhantes
no polo sul. De igual modo, há locais que se encontram em sombra permanente na base de várias crateras polares, [63] sendo estes
locais extremamente frios. A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter mediu a temperatura de verão mais baixa nas crateras do polo
sul, registando 35 K (238 °C), [91] e na cratera Hermite, no polo norte, registando 26 K. Tratase da temperatura mais fria alguma
vez registada por uma sonda espacial no Sistema Solar, inferior até à da superfície de Plutão. [90]
Relação com a Terra Polo norte da Lua durante o verão.
A Lua é invulgarmente grande em relação à Terra, com cerca de um quarto do diâmetro do planeta e 1/81 da sua massa. [44] É a
maior Lua do Sistema Solar proporcionalmente ao tamanho do seu planeta, embora Caronte seja maior em relação ao planeta
anão Plutão, com cerca de 1/9 da sua massa. [92] Ainda assim, a Terra e a Lua são consideradas um sistema satéliteplaneta, em
vez de um sistema de planeta duplo, uma vez que o seu baricentro (o centro de massa comum) se situa 1700 km no interior da
superfície da Terra. [93]
Órbita
A Lua descreve uma órbita completa em torno da Terra e em relação às estrelas fixas cerca de uma vez a cada 27,3 dias (o seu
período sideral). No entanto, uma vez que a Terra descreve ao mesmo tempo a sua órbita em redor do Sol, a Lua demora
ligeiramente mais tempo a apresentar a mesma fase lunar, cujo ciclo demora cerca de 29,5 dias (o seu período sinódico). [44] Ao
contrário da maior parte dos satélites ou de outros planetas, a Lua orbita mais perto do plano eclíptico do que do plano
equatorial. A órbita lunar é ligeiramente perturbada pelo Sol e pela Terra de várias maneiras e com mecanismos de interação Imagem da Lua passando na frente
da Terra a partir da perspectiva da
complexos. Por exemplo, o plano de movimento orbital da Lua roda gradualmente, o que afeta por sua vez outros aspetos do
sonda Deep Space Climate
movimento lunar. Estes efeitos são descritos em termos matemáticos pelas leis de Cassini. [94] Observatory
Aparência a partir da Terra
A Lua encontrase em rotação sincronizada, ou seja, o tempo que demora a descrever uma rotação em torno do seu eixo é o
mesmo que leva para completar uma órbita à volta da Terra. Isto faz com que tenha praticamente sempre a mesma superfície
voltada para a Terra. A Lua já rodou a uma velocidade maior durante a sua formação, mas ao longo do período inicial da sua
história a sua velocidade foi diminuindo e sincronizouse nesta orientação em resultado de efeitos de fricção associados a
deformações da força de maré provocadas pela Terra. [95] O lado da Lua voltado para a Terra é denominado "face visível" ou "lado
visível", e o oposto é denominado "face oculta ou "lado oculto". A face oculta é por vezes denominada "lado negro", embora na
Esquema que indica as inclinações
realidade seja tão iluminada quanto a face visível: uma vez a cada dia lunar. [96]
orbitais axiais da Terra e da Lua (fora
A Lua possui um albedo excepcionalmente baixo, o que lhe confere uma refletância um pouco mais brilhante do que asfalto gasto. de escala).
Apesar disso, é o segundo corpo mais brilhante no céu a seguir ao Sol. [44] Isto devese em parte ao brilho proporcionado pelo
efeito da oposição. Durante as fases de quarto, a Lua aparenta ter um décimo do brilho da lua cheia, em vez de metade, como
seria expectável. [97] Para além disso, a constância de cor da visão recalibra as relações entre as cores de um objeto e a sua
envolvente; e, uma vez que o céu à volta da Lua é bastante mais escuro, os olhos veem a lua como um objeto brilhante. As orlas da
lua cheia aparentam ser tão brilhantes como o centro, sem escurecimento de bordo, uma vez que o solo lunar reflete mais luz em
direção ao Sol do que em todas as outras direções. A Lua aparenta ser maior ao estar mais próxima da linha de horizonte, embora
na realidade isto se deva apenas a um efeito psicológico conhecido por ilusão lunar, descrito pela primeira vez no séc VII a.C. [98]
Vista da Lua sobre o deserto de
O ponto de maior altitude da Lua no céu varia. Embora tenha quase o mesmo limite do Sol, este valor difere em função da fase
Mojave na Califórnia, Estados
lunar e da estação do ano, sendo o mais alto durante a lua cheia de inverno. O ciclo de nodos lunares, com a duração de 18,6
Unidos.
anos, também tem influência: quando o nodo ascendente da órbita lunar se encontra no equinócio de verão, a declinação lunar
pode atingir os 28º em cada mês. A orientação do crescente lunar também depende da latitude do observador: em latitudes
próximas do equador, a forma do quarto assemelhase a um sorriso. [99]
Tem havido diversas controvérsias ao longo da história sobre se as características da superfície lunar se alteram com o decorrer do tempo. Hoje, muitas destas alegações são
consideradas ilusórias e resultantes da observação sob diferentes condições de luz, fenómenos de seeing ou esquemas incorretos. No entanto, ocasionalmente ocorrem
fenómenos de desgaseificação, que podem ser responsáveis por uma pequena percentagem dos fenómenos lunares transitórios. Recentemente, foi sugerido que uma região
com cerca de 3 km de diâmetro na superfície lunar foi modificada por uma libertação de gás há cerca de um milhão de anos. [100][101] A aparência da Lua, tal como a do Sol,
pode ser afetada pela atmosfera da Terra. Entre os efeitos mais comuns estão um halo de 22º que se forma quando a luz da Lua é refratada pelos cristais de cirroestratos a
elevada altitude, e coroas quando a Lua é observada através de nuvens pouco espessas. [102]
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As variações mês a mês do ângulo entre a direção da iluminação do Sol e da visualização a partir da Terra e as fases da Lua que
resultam disso (em castelhano).
Efeitos nas marés
As marés na Terra são essencialmente provocadas pela variação de intensidade da força gravitacional da Lua de um lado para o
outro do planeta, a qual é denominada força de maré. Isto forma duas dilatações de maré na Terra, mais facilmente observáveis
em alto mar na forma de marés oceânicas. [103] Uma vez que a Terra gira em torno de si própria cerca de 27 vezes mais
rapidamente do que a Lua roda à sua volta, as dilatações são arrastadas pela superfície terrestre mais rapidamente do que o
movimento da Lua, completando uma rotação em volta da Terra por dia, à medida que roda no seu eixo. [103] As marés oceânicas
são ainda amplificadas por outros efeitos: a fricção no manto oceânico, a inércia do movimento da água, o estreitamento das
bacias oceânicas perto de terra e oscilações entre diferentes bacias oceânicas. [104] A atração gravitacional do Sol nos oceanos da
Terra é de cerca de metade da Lua, sendo a interação entre ambas a responsável pela mudança das marés. [103]
O acoplamento gravitacional entre a Lua e a protuberância de maré mais próxima de si atua como torque na rotação da Terra,
roubando momento angular e energia cinética à rotação da Terra. [103][105] Por conseguinte, é acrescentado momento angular à
Libração da Lua ao longo de um mês órbita da Lua, o que a acelera e a leva para uma órbita mais distante e longa. Como resultado, a distância entre a Terra e a Lua
lunar. está aumentando, enquanto a rotação da Terra se encontra em desaceleração. [105] As medições realizadas a partir de experiências
com refletores de laser durante as missões Apollo revelaram que a distância da Lua à Terra aumenta anualmente 38
milímetros[106] (embora isto seja apenas 0,10 ppm/ano do raio da órbita da Lua). Os relógios atómicos revelam que o dia
terrestre aumenta cerca de 15 microssegundos em cada ano, [107] aumentando lentamente o ritmo de ajuste dos segundos bissextos do Tempo Universal Coordenado (UTC).
Se não houvesse interferências, o movimento de maré continuaria até que a rotação da Terra e o período orbital da Lua se sincronizassem. No entanto, muito antes desse
processo se completar, o Sol irá transformarse numa gigante vermelha que irá engolir a Terra. [108][109]
A superfície lunar também experiencia movimentos de maré, os quais têm uma amplitude de cerca de 10 centímetros ao longo de 27 dias, e dois componentes: um fixo,
devido à Terra, porque o satélite está em rotação sincronizada, e um variável, devido ao Sol. [105] O componente induzido pela Terra surge a partir da libração, uma
consequência da excentricidade orbital da Lua; se a órbita do satélite fosse perfeitamente circular, só haveria marés solares. [105] A libração também muda o ângulo a partir
do qual a Lua é vista, permitindo que cerca de 59% da superfície possa ser observada a partir da Terra (embora apenas metade, em dado momento). [44] Os efeitos
cumulativos do estresse provocado pelos movimentos de maré produzem sismos lunares, os quais são muito menos comuns e menos intensos do que os sismos terrestres
embora, por outro lado, possam durar até uma hora devido à ausência de água para amortecer as vibrações sísmicas. [110]
Eclipses
Os eclipses ocorrem apenas quando o Sol, a Terra e a Lua se encontram alinhados. Os eclipses solares ocorrem
durante a lua nova, quando a Lua se encontra entre o Sol e a Terra. Por outro lado, os eclipses lunares ocorrem
durante a lua cheia, quando a Terra se encontra entre o Sol e a Lua. O tamanho aparente da Lua é
aproximadamente o mesmo do Sol, quando ambos são observados a aproximadamente meio ângulo de largura. O
Sol é muito maior do que a Lua, mas é precisamente esse maior afastamento que por coincidência faz com que
tenha o mesmo tamanho aparente da Lua, muito mais próxima e mais pequena. As variações entre o tamanho
aparente, devido às órbitas não circulares, são também muito coincidentes, embora ocorram em diferentes ciclos.
Isto faz com que seja possível ocorrerem eclipses totais (em que a Lua aparenta ser maior do que o Sol) e eclipses
O eclipse solar de 1999 A Lua passando em
solares anulares (em que a Lua aparenta ser menor do que o Sol). [112] Durante um eclipse total, a Lua cobre por
frente ao Sol, a partir da
completo o disco solar e a coroa solar tornase visível a olho nu. Uma vez que a distância entre a Lua e a Terra
espaçonave STEREO
aumenta muito devagar ao longo do tempo, [103] o diâmetro angular da Lua também está a diminuir. Isto significa Bt.[111]
que há centenas de milhões de anos a Lua cobriu por completo o Sol em eclipses solares, e que não era possível
A partir da Terra, a Lua e o Sol parecem ter o
ocorrerem eclipses anulares. Da mesma forma, daqui a 600 milhões de anos, a Lua deixará de cobrir o Sol por mesmo tamanho. No entanto, a partir de um
completo, e só ocorrerão eclipses anulares. [113] satélite na órbita da Terra, a Lua pode parecer
menor que o Sol.
Uma vez que a órbita da Lua em volta da Terra tem uma inclinação de cerca de 5º em relação à órbita da Terra em
volta do Sol, os eclipses não ocorrem em todas as luas novas e cheias. Para ocorrer um eclipse, a Lua deve estar
perto da intersecção dos dois planos orbitais. [113] O intervalo de tempo e recorrência dos eclipses é descrito no ciclo de Saros, que tem uma duração de aproximadamente
dezoito anos. [114]
Uma vez que a Lua bloqueia permanentemente a nossa visão de uma área circular do céu com meio grau de diâmetro, [115] o fenómeno relacionado de ocultação ocorre
quando uma estrela ou planeta brilhante passam perto da Lua e são ocultados. Desta forma, um eclipse solar é uma ocultação do Sol. Como a Lua se encontra relativamente
perto da Terra, a ocultação de estrelas individuais não é visível de todos os pontos do planeta, nem ao mesmo tempo. Devido à precessão da órbita lunar, em cada ano são
ocultadas estrelas diferentes. [116]
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Estudo e exploração
Primeiros estudos
O desenvolvimento da astronomia teve início com a necessidade de se compreender os ciclos lunares. Por volta do século V a.C.,
os astrónomos babilónicos tinham já registado o ciclo de Saros dos eclipses lunares, que decorria ao longo de dezoito anos, [117]
enquanto que astrónomos indianos tinham já descrito o alongamento mensal da Lua. [118] O astrónomo chinês Shi Shen
(séc. IV a.C.) forneceu instruções sobre como prever eclipses solares e lunares. [119] Posteriormente veiose a compreender a forma
física da lua e a razão do luar. O filósofo grego Anaxágoras (m. 428 a.C.) argumentou que tanto o Sol como a Lua eram rochedos
esféricos gigantes, e que a Lua refletia a luz solar. [120][121] Embora os chineses durante a Dinastia Han acreditassem que a Lua
fosse energia semelhante ao qi, reconheciam também que a luz da Lua se tratava apenas do reflexo da luz do Sol. O teórico chinês
Jing Fang (78–37 a.C.) descreveu a forma esférica da Lua. [122] No século II d.C., Luciano de Samósata escreveu uma novela na
qual os protagonistas viajam até à Lua, que encontram desabitada. Em 499 d.C., o astrónomo indiano Aryabhata menciona na
sua obra Āryabhaṭīya que a luz do Sol refletida é o que provoca o brilho da Lua. [123] O astrónomo e físico Alhazen (965–1039)
Cartografia da Lua por Johannes concluiu que a luz solar não era refletida pela Lua de forma semelhante a um espelho, mas que a luz era emitida por todas as
Hevelius, na sua obra Selenographia partes da superfície iluminadas em todas as direções. [124]
de 1647, o primeiro mapa a incluir as
regiões de libração. Na descrição do universo de Aristóteles (384322 a.C.), a Lua marca a fronteira entre as esferas dos elementos mutáveis (terra,
água, ar e fogo) e as estrelas perecíveis do éter, uma filosofia influente que dominaria o pensamento durante séculos. [125] No
entanto, no século II a.C., Seleuco de Seleucia propôs a teoria de que as marés se deviam à atração da Lua, e que a sua altura dependia da posição da Lua relativamente ao
Sol. [126] No mesmo século, Aristarco de Samos calculou a distância da Lua à Terra, obtendo um valor de cerca de vinte vezes o raio terrestre. Estes valores seriam mais tarde
melhorados por Ptolomeu (90168 d.C.), o qual concluiu que a distância média seria de 59 vezes o raio da terra e que a Lua teria um diâmetro 0,292 vezes o diâmetro
terrestre. Estas valores estão muito próximos da medida correta de 60 e 0,273, respetivamente. [127] Arquimedes (287–212 a.C.) inventou um planetário através do cálculo
de deslocações da Lua e dos planetas conhecidos. [128]
Durante a Idade Média, antes da invenção do telescópio, tinhase vindo progressivamente a aceitar que a Lua era uma esfera, embora muitos acreditassem que era
plana. [129] Em 1609, Galileu foi um dos primeiros a cartografar a Lua através de telescópio na sua obra Sidereus Nuncius, fazendo notar que não era plana e que possuía
montanhas e crateras. Seguemse várias cartografias feitas através de telescópio; em finais do século XVII, a obra de Giovanni Battista Riccioli e Francesco Maria Grimaldi
proporcionou o sistema de nomenclatura de características lunares ainda hoje em uso. O primeiro estudo trigonometricamente preciso das características lunares surge em
183436 na obra Mappa Selenographica de Wilhelm Beer e Johann Heinrich Mädler, na qual se incluíam as altitudes de mais de um milhar de montanhas. [130] Pensavase
que as crateras lunares, observadas pela primeira vez por Galileu, seriam de origem vulcânica até a uma proposta de Richard A. Proctor em 1870, que sustentava que teriam
sido formadas a partir de colisões. [44] Este ponto de vista foi apoiado em 1892 através das experiências do geólogo Grove Karl Gilbert e de estudos comparativos realizados
entre as décadas de 1920 e 1940, [131] os quais estiveram na origem da estratigrafia lunar, que por volta da década de 1950 era já um ramo da astrogeologia. [44]
Exploração direta (1959–1976)
União Soviética
A corrida espacial entre a União Soviética e os Estados Unidos, impulsionada pela Guerra Fria, levou a uma precipitação no
interesse pela exploração lunar. A partir do momento em que se construíram lançadores com a capacidade necessária, ambas as
nações iniciaram o envio de diversas sondas não tripuladas, tanto para missões de sobrevoo como de impacto ou alunagem. As
naves do programa soviético Luna foram as primeiras a cumprir uma série de objetivos: posteriormente a uma série de missões
mal sucedidas em 1958, [132] o primeiro objeto construído pelo Homem a escapar à gravidade terrestre e a se aproximar da Lua foi
a sonda Luna 1; o primeiro objeto a se despenhar contra a superfície lunar foi a Luna 2; e as primeiras fotografias do até então
desconhecido lado oculto foram obtidas pela Luna 3, todos os eventos ao longo de 1959.
O primeiro objeto a alunar com sucesso foi a Luna 9 e o primeiro veículo não tripulado a orbitar a Lua foi a Luna 10, ambos em
Réplica do Lunokhod 1, o primeiro
1966. [44] Três missões de retorno trouxeram de regresso à Terra amostras de rocha lunar (Luna 16 em 1970, Luna 20 em 1972 e
rover bem sucedido.
Luna 24 em 1976), num total de 0,3 kg. O programa Lunokhod foi o responsável pela alunagem de dois rovers pioneiros, em
1970 e 1973. [133]
Estados Unidos
Os Estados Unidos lançaram várias sondas não tripuladas de modo a obter dados tendo em vista uma eventual alunagem
tripulada. O Programa Surveyor, coordenado pelo Jet Propulsion Laboratory, fez alunar a sua primeira sonda quatro meses após
a Luna 9. Em paralelo, a NASA criou o programa tripulado Apollo, depois de uma série de testes tripulados e não tripulados em
órbita terrestre. A posterior alunagem dos primeiros seres humanos na Lua em 1969 é vista por muitos como o culminar da
corrida espacial. [134] Neil Armstrong tornouse a primeira pessoa a caminhar na lua, enquanto comandante da missão Apollo 11,
às 02:56 UTC do dia 21 de julho de 1969. [135] As missões Apollo 11 a 17 (exceto a Apollo 13 que teve que abortar a alunagem),
trouxeram 382 kg de rocha e solo lunar, em 2196 amostras individuais. [136] A alunagem e respetivo regresso foi possibilitado por
consideráveis progressos tecnológicos desde o início da década de 1960, em campos como a química de ablação, engenharia de
software e tecnologia de reentrada atmosférica. [137][138]
Ao longo das missões Apollo, foram instalados na superfície lunar vários conjuntos de instrumentos científicos, como
sismógrafos, magnetómetros e sondas de calor. A transmissão direta dos dados para a Terra foi interrompida em 1977[139]
Astronauta Buzz Aldrin fotografado
embora, como alguns instrumentos são passivos, são ainda hoje usados. [140] por Neil Armstrong (o primeiro
homem a pisar na Lua) durante a
missão Apollo 11, em 20 de julho de
Póscorrida espacial (1990atualidade) 1969.
Após os programas Apollo e Luna, muitos outros países têm estado envolvidos na exploração direta da Lua. Em 1990, o Japão
tornouse o terceiro país a colocar uma nave espacial em órbita lunar com o lançamento da sonda Hiten, a qual lançou uma sonda menor (Hagoromo) na órbita lunar,
embora o seu transmissor tenha avariado, impedindo o aproveitamento científico da missão. [141] Em 1994, os Estados Unidos lançaram a sonda Clementine, um projeto
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conjunto entre a NASA e o Departamento de Defesa. Esta missão cartografou o primeiro mapa topográfico de praticamente toda a superfície lunar e as primeiras imagens
multiespectrais globais. [142] Em 1998 foi colocada em órbita uma nova sonda americana, a Lunar Prospector, cujos instrumentos indicaram a presença de excesso de
hidrogénio nos polos lunares, provavelmente com origem em depósitos de gelo a poucos metros de profundidade do regolito e dentro de crateras permanentemente
escuras. [143]
A sonda europeia SMART1, segunda sonda movida a propulsão de iões, a qual permaneceu em órbita lunar entre 2004 e 2006,
realizou o primeiro levantamento detalhado de elementos químicos na superfície da Lua. [144] Entre 4 de outubro de 2007 e 10 de
junho de 2009, a sonda SELENE da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), equipada com uma câmara de vídeo
de alta definição e dois pequenos satélites de radiotransmissão, obtive dados de geofísica lunar e as primeiras imagens em alta
definição da Lua feitas para além da órbita da Terra. [145][146] A primeira missão lunar indiana, a sonda Chandrayaan1, orbitou
o satélite em 8 de novembro de 2008 até a perda de contato em 27 de agosto de 2009, obtendo imagens de alta resolução da
composição química, mineralógica e geológica da superfície lunar e confirmando a presença de moléculas de água no solo
lunar. [147] A Organização Indiana de Pesquisa Espacial tencionou lançar a Chandrayaan2 em 2013 prevendo incluir um robô
lunar russo. [148] No entanto, a missão foi reavaliada e o lançamento está agora previsto para o primeiro trimestre de 2018, mas
sem a participação russa. [149]
Imagem composta da Lua registrada
A China, através do seu ambicioso programa de exploração lunar, lançou com sucesso
pela sonda espacial Galileu em 7 de
a primeira sonda espacial Chang'e 1 em 5 de novembro de 2007, a qual se manteve em
dezembro de 1992.
órbita até ao impacto controlado contra a superfície do satélite em 1 de março de
2008. [150] Após a bem sucedida missão que colocou em órbita a Chang'e 2 em 2010
para mapear a superfície lunar, [151] em 14 de dezembro de 2013, a sonda chinesa Chang'e 3 tornouse o primeiro objeto fabricado
pelo ser humano a pousar na Lua em 37 anos. Além da China, apenas os governos da União Soviética e dos Estados Unidos
enviaram rovers para a superfície lunar. [152]
Os Estados Unidos colançaram a Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) e o Satélite de Detecção e Observação de Crateras
Concepção artística do Lunar
Lunares (LCROSS) em 18 de junho de 2009; o LCROSS completou a sua missão em 9 de outubro de 2009 com um impacto Reconnaissance Orbiter.
programado na cratera Cabeus, [153] enquanto a LRO está atualmente em operação para obter imagens precisas e em alta
definição da altimetria lunar. O Gravity Recovery and Interior Laboratory (GRAIL) começou a orbitar a Lua em 1 de janeiro de
2012, com o objetivo principal de mapear a litosfera e a estrutura interna lunar através de medições gravimétricas. [154]
Entre as próximas missões lunares previstas estão a russa LunaGlob: uma sonda não tripulada, um conjunto de sismógrafos, e uma sonda com base na sua missão
marciana FobosGrunt, lançada em 2012. [155][156] A exploração lunar financiada pela iniciativa privada tem sido promovida pelo Google Lunar X Prize, anunciado em 13 de
setembro de 2007 e que oferece 20 milhões de dólares para quem conseguir desenvolver um robô lunar e cumprir outros critérios especificados. A Shackleton Energy
Company está construindo um programa para estabelecer operações no polo sul da Lua para colher água e fornecer seus depósitos propulsores. [157]
A NASA tem planos para retomar as missões tripuladas, na sequência do anúncio, em 2004, de uma missão tripulada à Lua até 2019 e da construção de uma base lunar até
2024 por parte do presidente George W. Bush[158] O Programa Constellation chegou a iniciar a construção e testes de uma nave espacial tripulada e de um novo veículo de
lançamento, [159] além do projeto de uma base lunar. [160] No entanto, o programa foi cancelado de modo a dar prioridade a um pouso tripulado em um asteroide até 2025 e a
uma missão tripulada até a órbita de Marte até 2035. A Índia também manifestou a sua intenção de enviar uma missão tripulada à Lua até 2020. [161]
Vista panorâmica da região de TaurusLittrow em dezembro de 1972, durante a missão lunar da Apollo 17. Este vale lunar está localizado no lado mais próximo da Lua, ao
longo de um anel de montanhas na borda sudeste de Mare Serenitatis. À direita, o geólogoastronauta Harrison Schmitt preparase para colher uma amostra. Os dados
coletados durante a Apollo 17 mostram que o vale é composto principalmente por brechas ricas em feldspato nos grandes maciços que rodeiam o vale e basalto subjacente
no fundo do vale, coberto por uma camada não consolidada de regolito ou materiais mistos, formada por vários eventos geológicos.
Astronomia
Há vários anos que a Lua é vista como um excelente local para a instalação de telescópios, apresentando vantagens em relação a observações efetuadas a partir da superfície
terrestre ou de telescópios colocados em órbita. [163] Além do fato de estar relativamente próximo à Terra, um observatório na superfície lunar não sofreria a influência da
atmosfera, já que a camada de gases que envolve a Lua é extremamente rarefeita. A gravidade lunar, substancialmente menor que a terrestre, permitira a colocação de
estruturas de maior porte. Outra vantagem seria a ocorrência natural, nas crateras polares, das baixas temperatura necessárias para a operação de telescópios
infravermelhos. Além disso, os radiotelescópios no lado oculto estariam protegidos das ondas de rádio provenientes da Terra. [164] O solo lunar, embora constitua um
problema para as partes móveis de telescópios, pode ser misturado com nanotubos de carbono e resina epóxi na construção de espelhos de até 50 metros de diâmetro. [165]
Um telescópio lunar zenital pode ser feito de forma barata com líquido iónico. [166] Contudo, a maior dificuldade a ser superada referese aos custos e às dificuldades técnicas
de se transportar e colocar grande quantidade de equipamento na superfície lunar, o que faz com que estes projetos sejam ainda inviáveis. [167] Em abril de 1972, a missão
Apollo 16 obteve diversas imagens e espectros ultravioleta através do Far Ultraviolet Camera/Spectrograph, inclusive da Terra. [168]
Estatuto jurídico
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Embora os veículos do Programa Luna tenham espalhado pela Lua bandeirolas da União Soviética e os astronautas norte
americanos tenham hasteado simbolicamente bandeiras nos locais de pouso das missões Apollo, nenhuma nação reivindica
atualmente a posse de qualquer área da superfície lunar. [169] Tanto a Rússia como os Estados Unidos assinaram em 1967 o
Tratado do Espaço Exterior, [170] o qual define a Lua e todo o espaço enquanto "província de toda a humanidade". [169] Este
tratado também restringe o uso da Lua para fins pacíficos, proibindo explicitamente instalações militares e armas de destruição
em massa. [171] O Tratado da Lua de 1979 foi criado no sentido de proibir a exploração dos recursos da Lua por parte de um único
país, mas não foi assinado por nenhuma das nações com tecnologia espacial. [172] Apesar de várias pessoas terem feito
reivindicações territoriais sobre a Lua, no todo ou em parte, nenhuma é considerada credível. [173][174][175]
Impacto cultural Imagem da Terra em luz ultravioleta,
obtida a partir da superfície lunar. O
As fases regulares da Lua fazem dela um relógio bastante conveniente e o intervalo entre os lado em que está dia reflete muita
luz ultravioleta do Sol, enquanto lado
quartos crescente e minguante constitui a base de muitos dos calendários da antiguidade.
onde está noite mostra bandas de
Alguns dos ossos entalhados préhistóricos, datados de entre 20 a 30 mil anos atrás, são
emissão de UV da aurora causada
considerados por alguns historiadores uma forma de marcação das fases da lua. O mês de 30 por partículas carregadas.[162]
dias é uma aproximação ao ciclo lunar. [176][177][178] Antes da introdução do calendário solar,
os povos germânicos usavam o calendário germânico, um tipo de calendário lunar. O
substantivo inglês month e os seus cognatos em outras línguas germânicas têm origem no protogermânico *mǣnṓth, o qual é relativo a
*mǣnōn. [179] A mesma raiz indoeuropéia de moon está na origem dos termos em latim measure e menstrual, palavras que ecoam a
importância da Lua para muitas culturas antigas na medição do tempo (como as palavras mensis, em latim, e μήνας (mēnas), em grego
antigo, que significam "mês"). [180][181]
A Lua tem sido o tema e inspiração para as mais diversas obras de arte e literatura. É um motivo recorrente nas artes visuais e cénicas,
poesia, literatura e música. É provável que o relevo no túmulo de Knowth, na Irlanda, represente a Lua, o que constituiria a mais antiga
A lua crescente é um representação conhecida do satélite. O contraste entre as terras altas, mais brilhantes, e os mares lunares, mais escuros, cria padrões que
símbolo islâmico e aparece foram interpretados das mais diversas formas pelas diferentes culturas ao longo da História, como a face lunar, o coelho lunar ou o
em diversas bandeiras búfalo. Em muitas culturas préhistóricas e da antiguidade, a Lua era considerada a personificação de uma divindade ou de outro
nacionais, como fenómeno sobrenatural. Ainda hoje continuam a existir interpretações astrológicas da Lua, geralmente associadas a ciclos de mudança e
Turquia e Paquistão.
transformação. [182][183]
A Lua tem uma longa associação com a loucura e a irracionalidade; as palavras loucura e louco têm origem no termo latino Luna. Os filósofos Aristóteles e Plínio, o Velho
argumentavam que a lua cheia induzia a insanidade em indivíduos susceptíveis e acreditavam que o cérebro, que é formado principalmente por água, fosse afetado pela Lua
e a sua influência sobre as marés, embora a gravidade da Lua seja muito pequena para exercer qualquer tipo de influência individualmente. [184] Ainda hoje as pessoas
insistem em associar a lua cheia com o maior número de internamentos em hospitais psiquiátricos, acidentes de trânsito, homicídios ou suicídios, embora não haja
qualquer evidência científica que apoie essas superstições. [184]
Ver também
Colonização da Lua
Outras luas da Terra
Corrida espacial
Eclipse lunar
Missões para a Lua
Distância lunar
Notas
1. Há vários asteroides próximos da Terra, como o 3753 Cruithne, que são coorbitais com o planeta: as suas órbitas trazemnos para perto da Terra por períodos de tempo
mas, em seguida, alteramse a longo prazo (Morais et al, 2002). São, por isso, quasisatélites — não são luas, pois não orbitam a Terra. Ver também Outras luas da
Terra.[1]
2. Caronte é proporcionalmente mais largo em comparação a Plutão, mas Plutão foi reclassificado para planeta anão.
Referências
1. Morais, M.H.M.; Morbidelli, A. (2002). «The Population of NearEarth Asteroids in Coorbital Motion with the Earth». Icarus. 160 (1): 1–9. Bibcode:2002Icar..160....1M (htt
p://adsabs.harvard.edu/abs/2002Icar..160....1M). doi:10.1006/icar.2002.6937 (https://dx.doi.org/10.1006%2Ficar.2002.6937)
2. The moon is still old More precise dating of Apollo 14 moon rocks pegs age at 4.51 billion years (https://www.sciencenews.org/article/moonstillold) por Christopher Crockett (2017)
3. «Oxford English Dictionary: lunar, a. and n.» (http://www.oed.com/). Oxford English Dictionary: Second Edition 1989. Oxford University Press. Consultado em 23 de
março de 2010
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doi:10.1126/science.1118842 (https://dx.doi.org/10.1126%2Fscience.1118842)
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