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Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL

DIREITO COMERCIAL II
DIREITO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS
PROF. MENEZES CORDEIRO
Faculdade de Direito de Lisboa
DISCLAIMER
Estes apontaentos n!o dispensa o estudo dos anuais recoendados pelo
Pro"essor Re#ente e Assistente.
0
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
INTROD$%&O
Introdu'!o ao Direito das Sociedades Coerciais
()* ES+$EMA LE,AL DO CSC. O CSC composto por oito partes, das quais constam
uma arte Geral e uma arte !special:
". arte Geral
arte !special:
o #. Sociedades em nome colecti$o %S&C'
o (. Sociedades por quotas %S)'
o *. Sociedades an+nimas %S,'
o -. Sociedades em comandita %S!C':
Simples
or ac./es
o 0. Sociedades coli1adas
2. Disposi./es penais e contra-ordenacionais
3. Disposi./es 4inais e transit+rias
(-* SOCIEDADES COMERCIAIS. ,s sociedades comerciais praticam maioritariamente
actos comerciais %art. "5-(' e s6o comerciantes, ao in$s das sociedades ci$is so7 4orma
comercial %art. "5-*', que t8m e9clusi$amente por o7:ecto a pr;tica de actos n6o comerciais,
ainda que adoptem um dos tipos re4eridos no art. "5-#.
(.* RESPONSA/ILIDADE DOS S0CIOS. O re1ime da responsa7ilidade constitui um
importante elemento de distin.6o entre os tipos de sociedades:
Sociedades ci$is: arts. <305 ss CC
o elas d=$idas da sociedade respondem %art. <<25 CC':
". O patrim+nio social
#. O patrim+nio dos s+cios, solidariamente
"
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Fala-se, a este prop+sito, de um 7ene4=cio da e9cuss6o pr$ia: os s+cios nada pa1am
enquanto so7e:ar patrim+nio social que responda pelas d=$idas da sociedade.
Sociedades comerciais: poder; >a$er responsa7ilidade limitada ou n6o,
consoante o tipo social em causa.
o &as S&C o s+cio responde nos termos do art. "2-5-" ? n6o >;
responsa7ilidade limitada:
Indi$idualmente pela sua entrada.
Su7sidiariamente pelas o7ri1a./es sociais em rela.6o @
sociedade.
Solidariamente com todos os outros s+cios.
o &as S) o s+cio responde nos termos do art. "<25-":
elas entradas:
". O s+cio responde somente pela sua entrada, :; que
a responsa7ilidade limitada ? nunca responde com o
seu patrim+nio pessoal.
#. Os outros s+cios respondem solidariamente por
todas as entradas con$encionadas no contrato social,
nos termos do art. #025.
erante os credores sociais:
". Ae1ra 1eral: s+ o patrim+nio social responde para
com os credores pelas d=$idas da sociedade %art. "<25-
(' ? se, no patrim+nio social, nada so7rar, os credores
sociais nada rece7em %$s art. <<25 CC'.
#. ode >a$er responsa7ilidade directa dos s+cios para
com os credores sociais %art. "<35'.
o &as S, o s+cio responde nos termos do art. #2"5:
elo $alor das ac./es que su7scre$eu.
&unca responde perante os credores, 4ace a d=$idas da
sociedade, ao contr;rio das e9cep./es que se $eri4icam nas
#
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S) %art. "<35', mas t6o-s+ internamente, pela sua entrada
%$s art. <<25 CC'.
o &as S!C os dois tipos de s+cios respondem nos termos do art. *0-5:
S+cios comandit;rios:
Aespondem apenas pelas suas entradas nos mesmos
termos que os s+cios das S,. &unca respondem pelas
d=$idas sociais %$s art. <<25 CC'.
S+cios comanditados:
Aespondem pelas d=$idas da sociedade nos mesmos
termos que os s+cios da S&C %c4r. supra'. &6o >;
qualquer responsa7ilidade limitada.
(1* PARTICIPA%2ES SOCIAIS3 CAPITAL E TRANSMISS&O DE PARTICIPA%2ES. ,nte o
conceito de participa.6o social, cumpre tecer determinadas considera./es preliminares.
)uanto @ desi1na.6o do capital social entre os s+cios de cada sociedade:
S&C: Bpartes do capitalC %art. "205-"c'
S): BquotasC %art. "<25'
S,: Bac./esC %art. #2"5'
O capital social n6o um elemento essencial do contrato de sociedade %art. <5-"4'
uma $eD que n6o consta dos contratos das S&C em que todos os s+cios apenas contri7uam com
a sua indEstria. Os s+cios de indEstria est6o adstritos a presta./es de 4acere e, como tal, n6o
$8em o $alor das suas entradas computado no capital social %art. "235'.
!m termos materiais, o capital social equi$ale ao con:unto das entradas a que
di$ersos s+cios se o7ri1am. Cumpre reter os se1uintes termos:
BSu7scri.6oC de capital: $incula.6o @s entradas
BAealiDa.6oC do capital: concretiDa.6oFcumprimento das entre1as
!m termos conta7il=sticos, o capital social e9prime uma ci4ra ideal que representa as
entradas estatut;rias. oder; estar :; dissociado com o patrim+nio real da sociedade ou com
o $alor de mercado da mesma.
(
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O capital estatut;rio ou nominal consiste no $alor que consta dos estatutos e que
traduD o con:unto das entradas dos s+cios. O capital real ou 4inanceiro, por seu lado,
e9press6o dos capitais pr+prios ou dos $alores de que a sociedade dispon>a, como seus.
&o caso das S,, o $alor nominal m=nimo do capital G -0.000 %art. #205-(', di$idido
em ac./es por $;rios s+cios. Di4erentemente, nas S) o $alor nominal m=nimo do capital de
G -.000 %art. #0"5 e #0#5-#', di$idido em quotas.
Constituem sociedades de capitais:
S)
S,
S!C por ac./es
Constituem sociedades de pessoas:
S&C
S!C simples
)uanto @ transmiss6o das ac./es nas S,, cumpre reter a se1uinte distin.6o:
,c./es ao portador %an+nimas': li$remente transmiss=$eis, sem qualquer
consentimento da sociedade e de 4orma ilimitada %art. (#35-"'.
,c./es nominati$as %das quais consta o nome do s+cio que as su7scre$e': a
sua transmiss6o pode ser su7ordinada ao consentimento da sociedade %art.
(#35-#a'.
&as S) a cada s+cio corresponde apenas uma quota, ainda que essa possa ser maior
ou menor. !ssa quota n6o li$remente transmiss=$el, :; que depende de consentimento da
sociedade %art. ##35-# e ##<5'.
Face @ distin.6o supra, 4acilmente se compreende que nas S&C, tipicamente
sociedades de pessoas, as ac./es se:am transmiss=$eis apenas mediante consentimento
unHnime de todos os s+cios %art. "3#5-"'.
(4* 0R,&OS COM$NS 5S SOCIEDADES COMERCIAIS. Constituem +r16os comuns aos
quatro tipos de sociedades comerciais:
*
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,dministra.6o:
o Gest6o interna
o Aepresenta.6o
,ssem7leia-1eral
!$entualmente, constar; dos estatutos um +r16o de 4iscaliDa.6o, ainda que
prescind=$el, 4ace @ 4un.6o do Ae$isor O4icial de Contas %dora$ante, AOC'.
CAPACIDADE E O/6ECTO
Capacidade e Ob7ecto
()* CAPACIDADE. or capacidade :ur=dica entende-se a concreta medida dos direitos
e de$eres de que as pessoas s6o suscept=$eis. &o Hm7ito comercial, essa capacidade
reconduD-se @ concreta medida dos direitos e das o7ri1a./es necess;rias ou con$enientes @
prossecu.6o dos 4ins da sociedade %art. 05-", "I parte', se1undo o tradicional princ=pio da
especialidade %com as reser$as in4ra'.
Os 4ins da sociedade, con4orme indiciados supra, podem ser:
Jediatos: $1 lucro
Imediatos: o7:ecto da sociedade %c4r. in4ra K#'
, capacidade encontra-se limitada pelos direitos e pelas o7ri1a./es necess;rios ou
con$enientes @ prossecu.6o do seu 4im mediato, o lucro, com a se1uinte ressal$a:
Lradicionalmente, o o7:ecto %a acti$idade desen$ol$ida pela sociedade, c4r. in4ra K#'
delimita$a a capacidade da sociedade, em $irtude do princ=pio da especialidade: para as
pessoas sin1ulares, a capacidade :ur=dica seria plenaM quanto @s pessoas colecti$as, a sua
capacidade apenas a7ran1eria os direitos e o7ri1a./es necess;rios ou con$enientes @
prossecu.6o dos seus 4ins %art. "005 CC e 05-"'. No:e, esse princ=pio encontra-se superado,
n6o tendo alcance do1m;tico: a sua consa1ra.6o le1al no CC 4ora, toda$ia, tardia. ,
capacidade de 1oDo das pessoas colecti$as n6o , ainda assim, id8ntica @ das pessoas
sin1ulares %capacidade plena', :; que pode so4rer limita./es:
-
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Ditadas pela natureDa das coisas %direitos e o7ri1a./es Binsepar;$eis da
personalidade sin1ularC, art. 05-", #I parte' ? $1 casamento e per4il>a.6o.
Le1ais %direitos e o7ri1a./es B$edados por lei @ sociedadeC, art. 05-"' ? $1 uso
e >a7ita.6o.
!statut;rias
Deli7erati$as
,s associa./es e 4unda./es 4oram inicialmente conce7idas com 4ins desinteressados,
$ersus o escopo lucrati$o das sociedades: >o:e, a contraposi.6o n6o clara, :; que as pessoas
colecti$as tendem para a BneutralidadeC. !9i1e-se, t6o-s+, a transpar8ncia dos seus actos e a
presta.6o de contas de$idamente pu7licitada.
)uanto aos actos 1ratuitos %e9clusi$e donati$os con4ormes com os usos sociais, que
n6o s6o >a$idos como doa./es - art. <*05-# CC e, no mesmo sentido, art. 05-#', a pr;tica de
doa./es ou actua./es non pro4it , >o:e, uma $erdadeira BindEstriaC, por parte de
institui./es lucrati$as. &en>uma raD6o se $isualiDa, por isso, para considerar as doa./es 4ora
da capacidade de qualquer pessoa colecti$a, $isto que o 4im mediato pode ser o mesmo: o
lucro.
)uanto @ presta.6o de 1arantias a terceiros, essa presta.6o poderia sur1ir como um
B4a$orC e, portanto, como um acto 1ratuito. ode, ainda assim, ser uma acti$idade lucrati$a,
como @quela desen$ol$ida pelos 7ancos que prestam 1arantias a troco de comiss/es. O art.
05-( pro=7e, pura e simplesmente, a sociedade de prestar 1arantias, sal$o B:usti4icado
interesse pr+prioC da sociedade 1arante e da sociedade em rela.6o de dom=nio ou de 1rupo.
!stas Be9cep./esC s6o t6o a7ran1entes que aca7am por consumir a re1ra, uma $eD que o
B:usti4icado interesse pr+prioC de4inido pela pr+pria sociedade, nos termos 1erais do Direito
pri$ado. MENEZES CORDEIRO conclui que esta proi7i.6o apenas 4unciona perante situa./es
escandalosas e >a$endo m; 4 dos terceiros 7ene4ici;rios.
(-* O/6ECTO. O o7:ecto %art. ""5', por seu lado, desi1na as acti$idades e9ercidas
pela sociedade: se:am elas acti$idades principais, secund;rias ou acess+rias. Lrata-se de um
dos elementos essenciais que de$em constar do contrato de sociedade %art. <5-"d'.
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&uma ilustra.6o de dois c=rculos conc8ntricos, o o7:ecto seria o c=rculo mais pequeno,
dentro de um c=rculo maior e mais a7ran1ente: a capacidade. or outras pala$ras, o o7:ecto
n6o limita a capacidade %art. 05-*', pelo que um acto praticado 4ora do Hm7ito das
acti$idades a desen$ol$er pela sociedade %4ora do o7:ecto, en4im' n6o $iola a capacidade da
mesma. Aetomando a conclus6o supra K", a capacidade encontra-se limitada pelo lucro, mas
n6o pelo o7:ecto.
Oma $iola.6o do o7:ecto da sociedade , por e9emplo, a sociedade de restaura.6o
que arrenda um im+$el para a= instalar uma lo:a de desporto: o escopo , ainda, lucrati$o
%est; dentro da capacidade, en4im, ou do seu 4im mediato que o lucro', em7ora $iole
mani4estamente o o7:ecto da mesma ? a acti$idade de restaura.6o prosse1uida.
(.* ACTOS E DELI/ERA%2ES FORA DA CAPACIDADE. Os actos %praticados por
elementos do +r16o de administra.6o, $1' n6o se con4undem com as deli7era./es
%necessariamente dos s+cios'. , distin.6o pertinente, :; que rele$a para os di4erentes
re1imes aplic;$eis @s duas realidades:
Os actos praticados pelo +r16o de administra.6o 4ora da capacidade da
sociedade s6o nulos, nos termos do art. #305 CC, por impossi7ilidade, se1undo
MENEZES CORDEIRO. Outros autores solucionam a quest6o com recurso ao
art. #<*5 CC, por contrariedade @ lei.
,s deli7era./es tomadas pelos s+cios 4ora da capacidade da sociedade s6o
anul;$eis, se1undo MENEZES CORDEIRO, nos termos do art. -05-"cP %$e:a-se a
querela doutrin;ria quanto @ ratio le1is do preceito, que estudaremos com
mais detal>e in4ra'. Outros autores tam7m sustentam a anula7ilidade das
deli7era./es sociais, em7ora o 4a.am com recurso ao disposto no art. -05-"dP.
(1* ACTOS E DELI/ERA%2ES DENTRO DA CAPACIDADE3 MAS FORA DO O/6ECTO.
)uest6o di$ersa aquela que se coloca quando o acto do +r16o de administra.6o ou a
deli7era.6o dos s+cios se encontra dentro da capacidade da sociedade, em7ora $iole o
o7:ecto %acti$idades prosse1uidas' da mesma.
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Os actos praticados pelo +r16o de administra.6o dentro da capacidade, mas
4ora do o7:ecto, s6o $;lidos, :; que o o7:ecto n6o limita a capacidade %art.
05-*'. er1unta-se se s6o, toda$ia, e4icaDes:
o S&C: ine4icaDes, sal$o con4irma.6o unHnime dos s+cios %arts. #035 CC
e "<#5-# e ('.
o S): e4icaDes, sal$o terceiro de m; 4 %descon>ecimento com culpa
da $iola.6o do o7:ecto da sociedade, pelo acto: art. #005-# e (, com
e9i18ncias de pu7licidade 4ace @ necessidade de tutela do tr;4e1o
:ur=dico'.
o S,: e4icaDes, sal$o terceiro de m; 4 %art. *0<5-#'.
,s deli7era./es tomadas pelos s+cios dentro da capacidade, mas 4ora do
o7:ecto, s6o anul;$eis nos termos da cl;usula 1eral do art. -35-"aP, :; que se
trata de $iola.6o de disposi./es do contrato de sociedade ? art. <5dP.
ara alm destas consequ8ncias, a $iola.6o do de$er de n6o e9ceder o o7:ecto social
ou de n6o praticar actos que e9cedam esse o7:ecto, pelos +r16os da sociedade %art. 05-*',
acarreta responsa7ilidade ci$il dos mesmos nos termos dos arts. 2#5 ss e :usta causa de
destitui.6o dos administradores.
e9emplo:
A Sociedade X, Lda, tem como objecto social a produo e comercializao de pes.
Achando o negcio pouco lucrativo, a sociedade iniciou um negcio de tecnologias da
informao, aduirindo um site na !nternet dedicado " compra e venda de roupa.
A capacidade das sociedades coerciais corresponde ao seu "i ediato* o
lucro 8art. 9:);.
A a<uisi'!o de u site na Internet3 pelos adinistradores3 = u acto e n!o
ua delibera'!o dos s>cios3 e encontra?se dentro da capacidade da
sociedade3 7@ <ue prosse#ue3 tab= ele3 o lucro. O acto n!o respeita3
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contudo3 o ob7ecto da sociedade3 as =3 ainda assi A@lido* art. 9:?13 o
ob7ecto n!o liita a capacidade.
Per#unta?se se o eso ser@3 todaAia3 e"icaB* "ace C "ira DE3 LdaF3 trata?
se de ua SP+3 cu7o re#ie deterina <ue o acto = ainda e"icaB3 salAo @
"= de terceiro 8art. -9G:?- e .;* desconHeciento se culpa da Aiola'!o
do ob7ecto da sociedade3 pelo acto.
Tendo sido Aiolado o deAer de n!o eIceder o ob7ecto social 8art. 9:?1;3 os
adinistradores s!o responsabiliBados nos teros dos arts. J-: ss3 por
responsabilidade ciAil3 podendo eAentualente ser destituKdos desse >r#!o
social.
e9emplo:
A Sociedade X, SA, # titular de uma plataforma petrol$fera h% muito desactivada,
ue pretende destruir e afundar. Associa&es ambientalistas manifestaram'se contra a
cat%strofe ambiental, e iniciaram um movimento de boicote " Sociedade X, SA. A sociedade
decidiu cancelar o afundamento da plataforma e fazer uma grande doao " associao
ambientalista, ue foi largamente publicitada nos jornais.
A #ratuidade de ua doa'!o da Sociedade E a ua associa'!o
abientalista3 poderia leAar?nos a consider@?la u acto "ora da capacidade
da sociedade3 7@ <ue n!o prosse#ue3 aparenteente3 o D"iF por
eIcelLncia das sociedades coerciais* o lucro 8art. 9:?);.
TodaAia3 a aAultada doa'!o e causa "ora celebrada3 na Aerdade3 co o
"i de repor a boa ia#e da Sociedade E3 traBendo?lHe bene"Kcios a
posteriori co a diAul#a'!o do acto #ratuito nos edia. Trata?se de ua
doa'!o interessada3 necess@ria ou conAeniente3 direccionada para o lucro*
H@ identidade AaloratiAa entre essa doa'!o e <ual<uer outro acto
lucratiAo3 ainda <ue oneroso.
<
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/astar?nos?ia o disposto no art. 9:?) para concluiros <ue o acto Aisa o
lucro3 e se encontra dentro da capacidade da Sociedade E3 ebora o n: -
concretiBasse esse entendiento.
O acto = A@lido e n!o HouAe <ual<uer Aiola'!o de deAeres por parte dos
adinistradores.
O CONTRATO DE SOCIEDADE
Celebra'!o e ConteMdo
()* CELE/RA%&O. O contrato de sociedade um contrato nominado e t=pico, 4ace @
pre$is6o le1al constante dos arts. <305 ss CC e das disposi./es do CSC.
Se1undo o art. 25-#, o nEmero m=nimo de partes para a cele7ra.6o do contrato de
sociedade duas partes: su7lin>e-se que a contitularidade de ac./es ou quotas considerada
uma Enica parte, e que podem ser parte quer as pessoas sin1ulares, quer as pessoas
colecti$as %ma9ime no caso das SGS ? Sociedades Gestoras de articipa./es Sociais'.
Constituem e9cep./es a esta re1ra 1eral as S, %numero m=nimo de cinco accionistas,
art. #2(5' e as Sociedades Onipessoais %SO'. er1unta-se, a este respeito, se uma S, poder;
ser uma SO: em teoria poder; s8-lo temporariamente, se todos os s+cios 4alecerem e apenas
so7re$i$er um, $1.
O contrato de sociedade um $erdadeiro ne1+cio :ur=dico, :; que implica li7erdade
de cele7ra.6o e de estipula.6o %MENEZES CORDEIRO'.
Os elementos $olunt;rios necess;rios que de$em constar do contrato de sociedade
s6o os se1uintes:
Denomina.6o ou 4irma
S+cios
Capital social
artes sociais
Sede
"0
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Lipo %art. "5-#'
O pacto social %estatutos ou disciplina da sociedade' parte inte1rante do contrato
de sociedade proprio sensu.
, cele7ra.6o de um contrato de sociedade pode tam7m decorrer de uma o4erta ao
pE7lico, $1 se 4or constitu=da uma S, com apelo @ su7scri.6o pE7lica %arts. #2<5 ss'.
(-* CONSTIT$I%&O DE SOCIEDADE ENTRE CNN6$,ES. Se1undo o pensamento
tradicional, a constitui.6o de uma sociedade entre cQn:u1es poderia pQr em causa o re1ime
de 7ens estipulado para o casamento e o re1ime 1eral de responsa7ilidade dos 7ens dos
cQn:u1es pelas d=$idas de cada um ou de am7os, :; que as re1ras desses re1imes seriam
su7stitu=das pelas re1ras constantes dos estatutos da sociedade. ara mais, e 4ace @
conte9tualiDa.6o >ist+rica da discuss6o, o Bpoder maritalC, con4orme consa1rado na $ers6o
ori1in;ria do C+di1o Ci$il de "<00, poderia dar lu1ar a esquemas de 4orma.6o da $ontade
social, mais i1ualit;rios e, na poca, inadmiss=$eis.
&esse sentido, o art. "2"*5 CC pre$8:
R": rinc=pio da imuta7ilidade das con$en./es antenupciais, n6o sendo
permitido alterar os re1imes de 7ens con$encionados.
R#: !ssa proi7i.6o a7ran1e todos os contratos de compra e $enda e de
sociedade cele7rados entre os cQn:u1es, e9cepto quando separados
:udicialmente
o !sta proi7i.6o seria a7soluta e acarretaria a nulidade dos contratos
de sociedade e$entualmente cele7rados entre os cQn:u1es.
R(: S l=cita a participa.6o dos dois cQn:u1es na mesma sociedade de capitais,
7em como a da.6o em cumprimento.
o Face a esta norma, colocou-se o pro7lema se as S) seriam
sociedades de capitais. ANT$NES OARELA considerou que as S) n6o
se encontra$am a7ran1idas nem pela letra do n5 (, nem pelo esp=rito
de todo o art. "2"*5 CC.
In$ersamente, o art. 35 do CSC %em $i1or desde "<30' consa1rou:
""
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R": S permitida a constitui.6o de sociedades entre cQn:u1es, 7em como a
participa.6o destes em sociedades, desde que apenas um deles assuma a
responsa7ilidade ilimitada %res=duo >ist+rico do CSC'.
o !sta norma aplica-se tam7m @s sociedades ci$is puras.
&estes termos, MENEZES CORDEIRO e PEREIRA COELPO consideram que a entrada
em $i1or do art. 35-" 4eD com que o art. "2"*5-# e ( CC 4osse re$o1ado. Jantm-se, contudo,
o princ=pio da imuta7ilidade das con$en./es antenupciais %art. "2"*5-" CC', cu:a
compati7ilidade com o art. 35-" de$e ser $eri4icada caso a caso, e contrato a contrato: ser;
inadmiss=$el a entrada de am7os os cQn:u1es para uma sociedade com todos os seus 7ens, $1.
T; a su7scri.6o de pequenas quotas e de al1umas ac./es por am7os os cQn:u1es n6o parece
desrespeitar esse princ=pio.
Se uma participa.6o social 4or comum a am7os os cQn:u1es, ser; considerado s+cio
aquele que ten>a cele7rado o contrato de sociedade, nos termos do art. 35-#.
(.* CAPACIDADE PARA CONSTIT$I%&O DE $MA SOCIEDADE. Os menores podem ser
partes em contratos de sociedade, desde que o cele7rem atra$s dos pais, enquanto seus
representantes le1ais, e com autoriDa.6o 7astante do tri7unal %no caso de constitui.6o de
uma S&C ou S!C, simples ou por ac./es ? art. "33<5-"dP CC'. oder6o 4aD8-lo, pessoal e
li$remente, sempre que o o7:ecto da sociedade este:a ao seu alcance %recorde-se o teor do
art. "#25 CC': a denominada BincapacidadeC dos menores aparente, se1undo MENEZES
CORDEIRO, 4ace @s e9cep./es le1almente pre$istas que consomem a re1ra.
O mesmo re1ime aplic;$el, mutatis mutandis, ao interdito %arts. "(<5 ss CC'.
)uanto ao ina7ilitado, a capacidade para constitui.6o de uma sociedade depende de
senten.a %art. "-(5-" CC'.
(1* FORMA. O contrato de sociedade um contrato 4ormal, nos termos do art. 25-":
tem que ser reduDido a escrito e as assinaturas dos su7scritores carecem de recon>ecimento
presencial, sal$o se 4orma mais solene 4or e9i1ida para a transmiss6o dos 7ens com que os
s+cios entram para a sociedade. ,ssim, no caso de transmiss6o de 7em im+$el, o contrato
de$e ser cele7rado mediante escritura pE7lica.
"#
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O re1ime comercial distinto do re1ime ci$il, :; que a cele7ra.6o do contrato de
sociedade ci$il o7edece ao princ=pio de li7erdade de 4orma, tratando-se de um contrato
consensual %arts. <3"5-" e #"<5 CC'.
(4* NAT$REZA. ara uns, o BcontratoC de sociedade n6o seria um contrato proprio
sensu e teria uma natureDa espec=4ica, n6o-contratual:
,s declara./es de $ontade s6o id8nticas e con4luentes, e n6o contrapostas.
Os e4eitos repercutem-se numa no$a e terceira entidade, a sociedade, e n6o
nas es4eras :ur=dicas dos inter$enientes.
,dmite-se a constitui.6o de sociedade por acto unilateral, com um Enico
declarante.
Loda$ia, o CSC re4ere, continuamente, a e9press6o BcontratoC. Como :; indici;mos
supra K", a natureDa ne1ocial da constitui.6o de uma sociedade comercial demonstrada
pela e9ist8ncia das duas li7erdades %cele7ra.6o e estipula.6o'. Jas o contrato de sociedade
n6o pode ser considerado um contrato comum, :; que tem especi4icidades de re1ime:
S dispens;$el nas sociedades inicialmente unipessoais %art. #205,-*' ? SO.
O seu re1ime pre$8 in$alidades san;$eis por %meras' deli7era./es maiorit;rias
%arts. *#5-# e *(5-(' e in$alidades que n6o s6o opon=$eis er1a omnes, mas
apenas aos demais s+cios %art. *"5-#, #I parte'.
Face ao que 4oi e9posto conclui-se: trata-se de um contrato, em7ora n6o implique
quaisquer presta./es rec=procas. Como tal, a doutrina su1ere 4requentemente os desi1nati$os
de Bcontrato de cola7ora.6oC ou de Bcontrato de or1aniDa.6oC.
(9* CONTEQDO. O conteEdo do contrato de sociedade constitu=do pela re1ula.6o
:ur=dica con4orme delimitada pelas partes e pelos elementos essenciais que depreendem o
re1ime 4i9ado. S6o elementos do contrato %art. <5':
&omes ou 4irmas %tratando-se de pessoa colecti$a' dos s+cios 4undadores
Lipo
Firma %U'
"(
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O7:ecto
Sede %U'
Capital social
)uota de capital e a natureDa da entrada de cada s+cio %U'
Descri.6o dos 7ens e especi4ica.6o dos $alores
VWP
)uanto @s sociedades em especial:
S&C: art. "205
S): art. "<<5
S,: art. #2#5
S!C: art. **05
Os elementos do contrato podem constar implicita ou e9plicitamente, em7ora
MENEZES CORDEIRO su7lin>e a necessidade de 4i1urarem com su4iciente clareDa.
, aus8ncia de al1um dos elementos necess;rios supra implica a in$alidade do contrato
%art. *#5-"', ainda que a mesma se:a san;$el por deli7era.6o dos s+cios, nos mesmos termos
prescritos para a altera.6o do contrato, nos casos de 4alta de men.6o de 4irma, sede e $alor
das entradas e das presta./es %art. *#5-#'. , contrario sensu, a 4alta de men.6o do o7:ecto,
capital social e tipo de sociedade implica nulidade insuscept=$el de sana.6o. ,s nulidades
san;$eis encontram-se assinaladas supra - %U'.
(J* EFEITOS. O contrato de sociedade ori1ina, pelo re1isto, um ente colecti$o
personaliDado, pelo que produD e4eitos er1a omnes:
erante os no$os s+cios
erante terceiros estran>os
erante os credores da sociedade
(R* FIRMA. Face ao disposto no art. "05, cumpre recordar os princ=pios 1erais
constantes do A&C:
,utonomia pri$ada %com os limites do art. "05--7'
"*
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O7ri1atoriedade e normaliDa.6o %art. <5-"c'
Xerdade e e9clusi$idade %art. "05-# e -a'
!sta7ilidade
&o$idade %art. "05-('
, 4irma de$e e9primir o tipo de sociedade em causa, nos termos se1uintes:
S&C: Be CIC %art. "225'
S): BLda.C %art. #005'
S,: BS,C %art. #2-5'
S!C: BemFY comanditaC %art. *025'
(S* SEDE. , sede de$e ser esta7elecida em local concretamente de4inido %art. "#5',
por raD/es elementares de pol=cia, 4iscais e comerciais.
Se1undo o disposto no art. "(5 constituem 4ormas locais de representa.6o:
Sucursais
,18ncias
Dele1a./es
()G* D$RA%&O DA SOCIEDADE. , re1ra que o CSC 4i9a supleti$amente para a dura.6o
da sociedade, a da sua dura.6o por tempo indeterminado %art. "-5'. ,s partes podem
con$encion;-lo por remiss6o para:
Lermo certo: "0 anos ou at #0"3, $1.
Lermo incerto: at @ conclus6o de uma o7ra, ou at ao 4alecimento de um dos
s+cios 4undadores, $1.
SOCIEDADES EM FORMA%&O E SOCIEDADES IRRE,$LARES
Sociedades e Fora'!o
"-
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()* PROCESSO DE FORMA%&O DAS SOCIEDADES. O contrato de sociedade sempre
precedido de um processo de 4orma.6o tendencialmente moroso. &estes termos, a e9press6o
Bsociedade em 4orma.6oC desi1na as situa./es pr$ias @ conclus6o do contrato.
(-* DEMPRESA NA PORAF. O DL """F#00- consa1rou o re1ime especial de constitui.6o
imediata de sociedades. !ssa constitui.6o permite, atra$s de atendimento presencial Enico,
um praDo de tramita.6o de cerca de #*> %art. -5 DL """F#00-', 4acto que :usti4ica a
desi1na.6o de processo de constitui.6o de Bempresa na >oraC, como apelidado pelo pr+prio
preHm7ulo do diploma.
!ste re1ime especial s+ se aplica a S) ou a S, cu:o capital se:a realiDado com
recurso a entradas em din>eiro %arts. "5 e #5 7 DL"""F#00-'.
, tramita.6o em #*> poss=$el 1ra.as @ e9ist8ncia de uma 7olsa de 4irmas %arts. (5aP
e "-5 DL """F#00-' e de estatutos de modelo pr-apro$ados %art. (5 7P DL """F#00-'.
S6o aplic;$eis a este re1ime as disposi./es 1erais so7re o contrato de sociedade,
re1isto comercial e pu7lica.6o, con4orme estudaremos in4ra.
(.* FASES DO PROCESSO DE FORMA%&O. S6o 1eralmente apontadas tr8s 4ases do
processo de 4orma.6o das sociedades comerciais, e$entualmente antecedidas por uma outra,
a que desi1naremos B4ase DeroC:
% Fase Dero: re1isto pr$io, se apresentado o de$ido requerimento, art. "35 '
"I Fase: cele7ra.6o do contrato de sociedade com o7ser$Hncia da 4orma
le1almente prescrita %art. 25-"'
#I Fase: re1isto, de4initi$o se $eri4icada a B4ase DeroC %art. -5'
(I Fase: pu7lica./es o7ri1at+rias %art. "025'
(1* NE,0CIOS EOENT$AIS. ,cessoriamente @s 4ases do processo de 4orma.6o,
con4orme indicadas supra K(, podem as partes cele7rar ne1+cios e$entuais:
,cordos de princ=pios %remete para a 4i1ura da contrata.6o miti1ada'
romessa de sociedade %as partes o7ri1am-se a cele7rar o contrato de
sociedade'
"0
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&e1+cios instrumentais preparat+rios %$1 promessas de su7scri.6o, apoio
lo1=stico, etc'
,cordos de su7scri.6o pE7lica %art. #2<5'
,cordos de 4uncionamento da sociedade antes da cele7ra.6o do re1isto
de4initi$o %4i1ura que remete para o estudo das sociedades irre1ulares, in4ra'.
(4* C$LPA IN CONTRAPENDO. S pac=4ico que durante todo o processo de 4orma.6o de
uma sociedade as partes de$am o7ser$ar as re1ras da 7oa 4, ma9ime quanto ao instituto da
culpa in contra>endo %art. ##25 CC', por $iola.6o dos se1uintes de$eres:
De$eres de se1uran.a
De$eres de lealdade
De$eres de in4orma.6o
, $iola.6o destes de$eres acarreta responsa7ilidade o7ri1acional %arts. 2<35 ss CC',
por se tratarem de o7ri1a./es espec=4icas e n6o de de$eres 1enricos.
Sociedades Irre#ulares por Incopleitude
()* SIT$A%2ES PRT?SOCIETURIAS. Frequentes s6o as situa./es em que os s+cios,
antes de completado o processo de constitui.6o de uma sociedade, iniciam a acti$idade
$isada por esta. &estes casos, o7ser$a-se o 4uncionamento da realidade societ;ria, antes de
plenamente constitu=da pelo re1isto %arts. (05 a *"5'.
(-* SOCIEDADES IRRE,$LARES. Lradicionalmente, a terminolo1ia Bsociedades
irre1ularesC desi1na$a as sociedades Bn6o-e9istentesC ou totalmente nulas. Jais tarde, o
termo passou a desi1nar as sociedades sem personalidade :ur=dica %plena'. !ssa realidade
a7ran1eria:
Sociedades com $=cio de 4orma
Sociedades de 4acto
Sociedades com $=cios constituti$os
"2
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Sociedades irre1ulares por incompleitude
Constituem circunstHncias comuns @s sociedades irre1ulares:
&6o-conclus6o do processo 4ormati$o %pressup/e acordo solene e re1isto
de4initi$o'.
!4ecti$a presen.a de uma or1aniDa.6o societ;ria em 4uncionamento, com
rela./es actuantes entre os s+cios interessados ou com terceiros.
Conclui-se: trata-se de realidades e4ecti$amente e9istentes e operantes que n6o
de$em ser tratadas com indi4eren.a pelo Direito.
!m sede de Direito das Sociedades, estudaremos mais apro4undadamente as
sociedades irre1ulares por incompleitude, in4ra K( ss.
(.* SOCIEDADES IRRE,$LARES POR INCOMPLEIT$DE. ,s sociedades irre1ulares por
incompleitude consistem em sociedades cu:o processo constituti$o n6o est; ainda conclu=do,
desi1nadamente por 4alta de matr=cula ou de inscri.6o no re1isto. , no.6o Bsociedade
irre1ularC s+ encontra eco no CSC atra$s da con:u1a.6o de disposi./es le1ais como os arts.
"2#5, "2(5-" e "2*5-"eP %Bsociedade irre1ular por 4alta de 4orma ou de re1istoC'. , 4alta de
re1isto impede a personaliDa.6o plena, en4im.
&este seio, podemos distin1uir:
Aela./es anteriores @ cele7ra.6o do contrato de sociedade, art. (05.
r-sociedade depois do contrato e antes do re1isto, arts. (25 a *05:
o Aela./es internas %entre s+cios' ? art. (25
o Aela./es e9ternas %com terceiros' ? arts. (35 a *05
(1* RELA%2ES ANTERIORES AO CONTRATO. &o Hm7ito das sociedades irre1ulares por
incompleitude que cele7rem rela./es anteriores @ cele7ra.6o do contrato de sociedade %com
o7ser$Hncia da 4orma le1almente prescrita, art. 25', aplica-se o disposto no art. (05.
Oma primeira leitura do art. (05 poderia le$ar-nos a concluir pela se1uinte
delimita.6o radical:
"3
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R": aplicar-se-ia @s situa./es de sociedades materiais %apar8ncia total de
sociedade', nas quais n6o e9iste qualquer acordo entre os participantes, nem
inten.6o de cele7rar o contrato de sociedade %$1 ine9ist8ncia de patrim+nio
comum'.
o Sociedades materiais: situa./es que, no campo da materialidade,
correspondem a contri7ui./es de 7ens ou de ser$i.os, 4eitas por duas
ou mais pessoas, para o e9erc=cio em comum de certa acti$idade
econ+mica. !ssas contri7ui./es transcendem a mera 4rui.6o e est6o
orientadas @ reparti.6o dos lucros da= resultantes %art. <305 CC'.
Falta, para tais situa./es, qualquer contrato ou outro t=tulo
le1itimador.
o , solu.6o das restitui./es em espcie ou in natura, pela pseudo-
sociedade a todos os terceiros contraentes, seria, por $eDes,
imposs=$el e mani4estamente in:usta.
o Solu.6o le1al: responsa7ilidade solid;ria e ilimitada.
R#: aplicar-se-ia @s situa./es que pre4i1urassem :; um acordo tendente @
constitui.6o de uma sociedade comercial, em7ora o contrato n6o ten>a sido
ainda cele7rado com o7ser$Hncia da 4orma le1almente prescrita %e9istiria :;
uma inten.6o de cele7rar o contrato ? $1 contrato-promessa de constitui.6o
da sociedade'.
o O tipo de acordo e9i1ido pode ser simples e incipiente, :; que a lei
n6o requer qualquer promessa de cele7ra.6o do contrato de
sociedade de4initi$o. O essencial que a acti$idade societ;ria ten>a
:; iniciado.
o Solu.6o le1al: aplica.6o das re1ras das sociedades ci$is
art. <<25 CC - pelas d=$idas sociais respondem:
"5: o patrim+nio da sociedadeM
#5: os s+cios, pessoal e solidariamente, com 7ene4=cio
de e9cuss6o %n5 #'.
"<
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MENEZES CORDEIRO considera que a distin.6o le1al supra , do ponto de $ista dos
terceiros contraentes, irrele$ante: em qualquer caso, os terceiros apenas est6o con$ictos da
e9ist8ncia da sociedade, sendo-l>es inacess=$el a inten.6o dos Bs+ciosC em cele7rar o
contrato em 4alta. ara mais, a remiss6o para o re1ime das sociedades ci$is, pre$ista para a
se1unda situa.6o %n5 #', mais adequada a asse1urar n=$eis superiores de tutela. ,crescem a
esta remiss6o, toda$ia, os elementos pr+prios da tutela da apar8ncia ou da con4ian.a,
ma9ime quanto @ con4ian.a o7:ecti$amente :usti4icada e quanto @ $eri4ica.6o da 7oa 4
su7:ecti$a tica dos con4iantes a tutelar %descon>ecimento, sem culpa, da natureDa
meramente aparente da sociedade, recorde-se'.
(ota) os pressupostos investimento de confiana e de imputao dessa confiana
podem ser dispensados, j% ue nos encontramos perante uma previso legal e*pressa de
tutela.
Face @ solu.6o le1al pre$ista para o art. (05-#, #I parte, a doutrina di$ide-se quanto @
quali4ica.6o da sociedade em causa: trata-se de uma sociedade ci$il %FERRER CORREIA' ou de
uma sociedade comercial %CO$TINPO DE A/RE$'Z MENEZES CORDEIRO entende que essa
BsociedadeC n6o pode ser comercial, 4ace @ tipicidade 4ec>ada constante do art. "5-#. , >a$er
elementos su4icientes para se 4alar em sociedade proprio sensu, ela ser;, quanto muito, ci$il.
Lal n6o impede que se:am comerciais os actos praticados pelos inter$enientes, em nome e
por conta da BsociedadeC.
e9emplo:
!, + e L re,nem'se e combinam constituir uma S-. ue teria por objecto a compra e
venda de antiguidades. Acordaram ue a sociedade se designaria /Antiguidades, Lda0 e ue a
escritura p,blica seria celebrada em 1aro, uando todos os pormenores tivessem sido
acordados.
2m 3evereiro, os scios celebraram um contrato de arrendamento com 1, em nome
da sociedade, para ue no imvel funcionasse a sede da mesma.
4ompraram diversos euipamentos a (, tamb#m em nome da sociedade.
#0
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Deparao?nos co ua sociedade irre#ular por incopleitude3 antes da
celebra'!o do contrato de sociedade 8por escritura pMblica3 no caso3 nos
teros do art. J:?)3 -V parte W indiciando ter HaAido contribui'!o de bens
i>Aeis por u dos s>cios;.
Aplica?se3 pois3 o disposto no art. .9:3 <uanto Cs rela'Xes anteriores C
celebra'!o do contrato de sociedade3 obserAada a "ora le#al 8art. J:;.
Oeri"ica?se os pressupostos de aplica'!o desse re#ie* dois ou ais
indiAKduos3 atraA=s do uso de ua "ira cou 8no caso;3 assuira
rela'Xes contratuais antes da celebra'!o do contrato de sociedade.
MENEZES CORDEIRO acrescenta a estes pressupostos de aplica'!o os
eleentos pr>prios da tutela da aparLncia ou da con"ian'a. Considera
irreleAante a distin'!o entre a "alsa aparLncia total de sociedade 8n: ); e o
acordo tendente C constitui'!o da sociedade 8n: -;3 7@ <ue os terceiros
apenas est!o conAictos da eIistLncia da sociedade3 sendo?lHes inacessKAel
a inten'!o dos Ds>ciosF e celebrar o contrato e "alta. Por outro lado3 a
reiss!o para o re#ie das sociedades ciAis3 preAista para a se#unda
situa'!o 8n: -;3 = ais ade<uada a asse#urar nKAeis superiores de tutela do
<ue a responsabilidade solid@ria e iliitada preAista no n: ).
No caso3 creos estar sub7acente u Aerdadeiro acordo de constitui'!o de
ua SA3 7@ <ue os s>cios apenas iniciara a sua actiAidade u Ls antes
da celebra'!o do contrato3 altura e <ue a sociedade 7@ tinHa "ira e
sede. De todo o odo3 o re#ie deAe ser o eso para os casos de D"alsa
aparLnciaF 8n: ); e de acordo de constitui'!o de sociedade 8n: -;3
se#undo propu#na MENEZES CORDEIRO3 pelo <ue a distin'!o =3 neste
Ybito3 irreleAante. O autor propXe a HaroniBa'!o das duas noras3
alar#ando a tutela do n: ) a "i de responsabiliBar*
o ). O patri>nio da sociedade3 e prieiro lu#ar 8se 7@ eIistir;
o -. Os s>cios3 solidariaente
#"
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Essa =3 ali@s3 a solu'!o consa#rada no n: -3 ao reeter para as disposi'Xes
sobre sociedades ciAis 8art. SSJ: CC* co bene"Kcio de eIcuss!o pr=Aia;.
Se n!o eIistisse <ual<uer patri>nio cou3 aplicar?se?ia o disposto no n:
)* responsabilidade dos Ds>ciosF3 solid@ria e iliitada. EIistindo u
patri>nio cou3 se7a as rela'Xes resultantes de "alsa aparLncia ou de
acordo de constitui'!o de sociedade3 aplica?se o disposto no n: -3 nos
teros eIplicitados supra.
(4* PRT?SOCIEDADE DEPOIS DO CONTRATO E ANTES DO RE,ISTO. Na$endo contrato
%cele7rado com o7ser$Hncia da 4orma le1almente prescrita, art. 25-"', as rela./es entre os
s+cios est6o :; precisadas. [ sociedade 4alta apenas personalidade :ur=dica %plena' que, nos
termos do art. -5, apenas sur1e com o re1isto de4initi$o %e4eito constituti$o do re1isto, com
ressal$as in4ra, a que oportunamente aludiremos'. ,ntes do re1isto, n6o >; qualquer
responsa7ilidade limitada. Cumpre reter a se1uinte distin.6o, plasmada no te9to le1al:
Aela./es internas %entre s+cios' ? art. (25:
o R": aplicam-se as re1ras pre$istas no contrato e as re1ras le1ais
correspondentes ao respecti$o tipo de sociedade, mutatis mutandis,
sal$o aquelas que pressupon>am o contrato de4initi$amente
re1istado.
o R#: a transmiss6o das participa./es sociais por acto inter $i$os e as
modi4ica./es do contrato requerem sempre o consentimento unHnime
de todos os s+cios.
AaD/es: a personalidade %plena' sur1e apenas com o re1isto e,
at l;, >; um mero contrato que s+ por mEtuo consentimento
pode ser modi4icado %art. *005-" CC' ? admitir altera./es por
maioria poderia:
re:udicar os s+cios minorit;rios
Lornar de di4=cil precis6o o momento da e4ic;cia das
modi4ica./es
##
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
!ste , para mais, um esquema compuls+rio destinado a
e4ecti$ar a realiDa.6o do re1isto.
Aela./es e9ternas %com terceiros' ? arts. (35 a *05: o CSC procede a um
tratamento di4erenciado, consoante o tipo de sociedade em causa.
o Sociedades de pessoas:
art. (35: S&C ? pelos ne1+cios respondem solid;ria e
ilimitadamente todos os s+cios, presumindo-se o
consentimento. MENEZES CORDEIRO considera que o re1ime
de$e ser o do art. <<25 CC, aliado ao 7ene4=cio da pr$ia
e9cuss6o do patrim+nio social.
art. (<5: S!C simples ? pelos ne1+cios que ten>am sido
autoriDados pelos s+cios comanditados, respondem pessoal e
solidariamente todos os s+cios, presumindo-se o
consentimento dos s+cios comanditados. &6o >a$endo
autoriDa.6o, respondem pessoal e solidariamente todos
aqueles que realiDaram ou autoriDaram esses ne1+cios %n5('.
Oma $eD mais, por raD/es de coer8ncia $alorati$a, MENEZES
CORDEIRO considera que o re1ime de$e ser o do art. <<25 CC,
aliado ao 7ene4=cio da pr$ia e9cuss6o do patrim+nio social.
o Sociedades de capitais:
art. *05: S,, S) e S!C por ac./es ? pelos ne1+cios cele7rados
respondem ilimitada e solidariamente todos aqueles que
inter$en>am no ne1+cio em representa.6o da pr-sociedade,
7em como os s+cios que o autoriDem. Os restantes s+cios
respondem apenas at @s importHncias das entradas a que se
o7ri1aram. , responsa7ilidade n6o opera se os ne1+cios 4orem
e9pressamente condicionados ao re1isto da sociedade e @
assun.6o por esta dos respecti$os e4eitos %n5#'. MENEZES
CORDEIRO, 6O&O LA/AREDA e CO$TINPO DE A/RE$
consideram sistematicamente adequado 4aDer inter$ir, em
#(
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
primeiro lu1ar, o 4undo comum da sociedade, nos mesmos
termos do art. (05-#, e com direito ao 7ene4=cio da e9cuss6o
pr$ia. !m conclus6o, de$e ser a pr+pria pr-sociedade a
responder pelas d=$idas contra=das em seu nome, se1uindo o
re1ime das sociedades ci$is puras. or outro lado, seria
dis4uncional interpretar literalmente o art. "<5 no sentido de:
, pr-sociedade, :; 4ormaliDada em escritura mas
ainda n6o re1istada, n6o 4icaria o7ri1ada pelos
ne1+cios cele7rados em seu nome, durante esse
per=odo.
O re1isto de4initi$o n6o s+ atri7uiria personalidade
:ur=dica %plena' @ sociedade, como tam7m permitiria
que os ne1+cios cele7rados em nome da pr-
sociedade 4ossem por si assumidos.
!sses ne1+cios apenas respeitariam a quem ti$esse
a1ido em representa.6o da sociedade, e n6o @ pr-
sociedade em si.
Conclui-se: a responsa7ilidade dos representantes e dos s+cios que ten>am autoriDado
os ne1+cios %art. *05-"' n6o isenta o patrim+nio social da responsa7ilidade principal. or outro
lado, os representantes e s+cios demandados t8m direito ao 7ene4=cio da e9cuss6o pr$ia
%art. <<25 CC'.
(ota) esta # a soluo legal supletiva, a afastar se os negcios forem e*pressamente
condicionados ao registo da sociedade e " assuno por esta dos efeitos 5art. 678'9:, ou por
conveno das partes 5art. ;798 44:. 2sse condicionamento do contrato ao registo opera
como uma condio, enuanto cl%usula constante no prprio contrato celebrado com terceiro
5e no no contrato de sociedade:. <erificada essa condio, os scios no respondem.
e9emplo:
#*
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
A, = e 4 celebraram um contrato de constituio de uma S-.. A e = foram designados
gerentes. (o dia seguinte, reuereram a inscrio no registo comercial ue, dois meses mais
tarde, veio a ser recusada. >urante esse per$odo, A e = celebraram diversos contratos, na
ualidade de gerentes, com v%rias entidades.
O caso ilustra a celebra'!o de ne#>cios e noe de ua SP+ no perKodo
copreendido entre a celebra'!o do contrato de sociedade e o seu re#isto
de"initiAo3 no Ybito das rela'Xes eIternas dos s>cios #erentes co
terceiros 8art. 1G:;. Nas rela'Xes eIternas3 a#e os representantes da
sociedade3 ou os s>cios <ue tenHa poderes de representa'!o 8os
representantes das SP+ denoina?se #erentes;.
A solu'!o le#al pauta?se pela responsabilidade iliitada e solid@ria de
todos a<ueles <ue3 no ne#>cio3 a#ira e representa'!o da sociedade 8no
caso3 os dois #erentes3 A e /;3 be coo os s>cios <ue tais ne#>cios
autoriBara. Os restantes s>cios responde at= Cs iportYncias das
entradas a <ue se obri#ara 8art. 1G:?); W seria o caso de C.
Dir?se?ia <ue o patri>nio social n!o responderia a nenHu tKtulo.
TodaAia3 MENEZES CORDEIRO3 CO$TINPO DE A/RE$ e 6O&O LA/AREDA3
serAindo?se do ar#uento de aioria de raB!o3 propXe a aplica'!o3 ua
AeB ais3 do disposto no art. .9:?-3 co reiss!o para o art. SSJ: CC* o
patri>nio social responde e prieiro lu#ar e3 bene"iciando de eIcuss!o
pr=Aia3 os s>cios solidariaente 8A3 / e C;. Copreende?se esta solu'!o*
se nas rela'Xes anteriores C celebra'!o do contrato de sociedade deAe ser
essa a solu'!o 8art. .9:;3 as rela'Xes posteriores C celebra'!o do contrato3
as anteriores ao re#isto deAe3 por identidade e aioria de raB!o3
bene"iciar do eso re#ie. N!o "aria <ual<uer sentido se3 <uanto ais
aAan'@sseos no processo de "ora'!o da sociedade3 enor "osse a
responsabilidade da sociedade irre#ular.
#-
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Assi3 antes de respondere os s>cios elencados no art. 1G:?)3 por essa
orde3 deAe responder o patri>nio social.
e9emplo:
A, = e 4 celebram um contrato de constituio de uma S-.. = entra com um
estabelecimento comercial 5trespasse:, permanentemente em funcionamento, j% ue o
encerramento tempor%rio do mesmo poderia resultar em perda de clientela.
Antes de inscrio no registo, os scios celebram v%rios negcios com terceiros, e
inicia'se a actividade da sociedade no estabelecimento em causa.
>, credor, e*ige, aps inscrio no registo, o pagamento de uma d$vida contra$da no
per$odo compreendido entre a celebrao do contrato e o registo do mesmo.
Co o re#isto de"initiAo do contrato3 a sociedade assue os ne#>cios
celebrados no perKodo copreendido entre o contrato e o re#isto3 de
"ora auto@tica e por ero e"eito da lei 8ope le#is3 art. )S:?);. No caso3
a sociedade assue de pleno direito os direitos e obri#a'Xes resultantes da
eIplora'!o noral de u estabeleciento <ue constitua ob7ecto de ua
entrada e esp=cie 8art. )S:?)b;.
Dir?se?ia aplicar?se o disposto no art. 1G:3 7@ <ue a dKAida "ora contraKda
antes do re#isto. TodaAia3 coo o credor s> eIi#e o pa#aento da esa
#0
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
depois do re#isto de"initiAo3 aplica?se o disposto no art. )S:?)bZ nos
teros auto@ticos descritos3 co e"ic@cia retroactiAa 8n: .;. Os s>cios
s!o liberados e apenas responde o patri>nio social3 co a nuance do art.
)S:?.3 -V parte3 a respeito das SP+.
(9* CAPACIDADE DAS SOCIEDADES IRRE,$LARES. ,s pr-sociedades disp/em de uma
capacidade 1eral similar @quela que compete @ pr+pria sociedade de4initi$a, se1undo
MENEZES CORDEIRO:
, acti$idade social pode ser iniciada antes da cele7ra.6o do contrato com
o7ser$Hncia da 4orma prescrita %re1ime das sociedades ci$is, art. <<25 CC e
(05-#'.
odem ser realiDados Bne1+ciosC por conta das S&C e das S!C simples %arts.
(35-" e (<5-" e *, respecti$amente'
odem ser realiDados Bne1+ciosC em nome das sociedades de capitais %art.
*05-"' que, antes do re1isto, podem distri7uir lucros e reser$as.
O mesmo sucede com as sociedades ci$is puras, que n6o dependem de 4orma especial
nem de re1isto.
(J* REPRESENTA%&O OR,[NICA DA SOCIEDADE IRRE,$LAR. , sociedade irre1ular
suscept=$el de representa.6o or1Hnica nos se1uintes termos:
r-sociedade anterior @ cele7ra.6o do contrato com o7ser$Hncia de 4orma:
por qualquer um dos seus promotores %art. (05-#'.
r-sociedade posterior @ cele7ra.6o do contrato com o7ser$Hncia de 4orma,
mas anterior ao re1isto: pelos +r16os competentes :; pre$istos nos seus
estatutos %arts. (35 a *05'.
Face @ ampla capacidade de que disp/em as sociedades irre1ulares, recomenda-se a
r;pida conclus6o do processo de re1isto, por raD/es 4iscais, 7anc;rias e de pol=tica notarial.
(R* NAT$REZA 6$R\DICA. Conce7eram-se di$ersas teorias quanto @ natureDa :ur=dica
das sociedades irre1ulares:
#2
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Leoria da sociedade de 4acto: a sociedade poderia ter, na sua ori1em, a
simples e$id8ncia do sur1imento e do 4uncionamento do contrato, no campo
dos 4actos.
o &6o procede: n6o e9plica a sua positi$idade :ur=dica, nem determina
quaisquer re1ras. ara mais, as pr+prias solu./es le1ais a4astam
qualquer pretensa Brela.6o contratual de 4actoC %$e:a-se os arts. (05
ss', se1undo MENEZES CORDEIRO.
Leoria dos limites da nulidade: as re1ras que determinam a in$alidade de um
contrato de sociedade n6o seriam radicais %como se a sociedade n6o
e9istisse', mas antes permitiriam @ sociedade irre1ular e9ercer determinada
acti$idade.
o &6o procede: trata-se de um des$io @s re1ras da nulidade e aos seus
e4eitos, se1undo MENEZES CORDEIRO.
Leoria da or1aniDa.6o: parte da apre1oada dupla natureDa do contrato de
sociedade
o Aela.6o interna: puramente o7ri1acional
o Aela.6o e9terna: or1aniDat+ria, que tende a transcender a rela.6o
o7ri1acional e d; aDo a um elemento de con4ian.a que o Direito
tutela.
, solu.6o proposta por MENEZES CORDEIRO parte da $ontade das partes. , sociedade
irre1ular por incompleitude uma sociedade assente na $ontade das partes:
O acordo in4ormal do art. (05-# equipara-a @ sociedade ci$il
Com a cele7ra.6o do contrato, o seu teor re1ula os direitos das partes %art.
(25'
&as rela./es e9ternas, tudo se passa consoante a 4i1ura adoptada pelas partes
%arts. (35 a *05'
, 4alta de re1isto, por seu lado, apenas impede o pri$il1io da limita.6o da
responsa7ilidade. &estes termos, conclui-se: a pr-sociedade uma pessoa colecti$a eri1ida
pela $ontade das partes e assente na autonomia pri$ada.
#3
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Aepudia-se a remiss6o para a 4i1ura das pessoas rudimentares, :; que, aqui, o acordo
de constitui.6o possi7ilita uma personalidade mais ampla, aplicando-se mesmo o re1ime das
sociedades ci$is puras %art. (05-# e <<25 CC'.
Com a escritura, as sociedades assumem, de 4acto, personalidade colecti$a. ,s
limita./es que impendem so7re as pr-sociedades est6o relacionadas com a responsa7ilidade
dos s+cios perante terceiros, que n6o e4ecti$amente limitada. )uanto ao resto, as pr-
sociedades t8m +r16os, representantes e constituem um centro aut+nomo de imputa.6o de
normas :ur=dicas. ,ssentam, por seu lado, em $erdadeiros contratos de sociedade %art. <305
CC', num esquema de tutela da apar8ncia e de protec.6o da con4ian.a que se1ue, por
analo1ia, o re1ime ne1ocial.
S6o $erdadeiras e pr+prias sociedades, en4im, ainda que di4erentes dos tipos
elencados no art. "5-#, escapando @ tipicidade comercial.
Sociedades Irre#ulares por InAalidade
()* DIRECTRIZ COM$NITURIA. , "I DirectriD das Sociedades Comerciais, de "<03,
impulsionou o le1islador nacional a le1islar so7re os 4undamentos da in$alidade das
sociedades. O le1islador transcendeu, contudo, as e9i18ncias comunit;rias neste Hm7ito,
re1ulando minuciosamente o tema nos arts. *"5 a -#5.
, "I DirectriD n6o distin1uia as in$alidades antes ou depois do re1isto: o le1islador
transpQs de4icientemente a directriD, pelo que o !stado ortu1u8s pode, por isso, ser
responsa7iliDado.
(-* PRINC\PIOS ,ERAIS DA INEFICUCIA DOS NE,0CIOS 6$R\DICOS. &os termos 1erais,
o ne1+cio :ur=dico que n6o produDa %todos' os seus e4eitos ine4icaD, lato sensu:
Se:a por raD/es e9tr=nsecas:
o Impossi7ilidade
o Indetermina7ilidade
o Ilicitude
o Contrariedade @ lei ou aos 7ons costumes
#<
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Se:a por raD/es intr=nsecas:
o X=cio na 4orma.6o
o X=cio na e9terioriDa.6o
Ser$indo-nos de um esquema de MENEZES CORDEIRO, ilustrar=amos a matria do
se1uinte modo:
(0
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
&ulidade
In$alidade In$alidades mistas
,nula7ilidade
Ine4ic;cia lato sensu
Ine4ic;cia stricto sensu
&o Direito Ci$il, dentro da in$alidade e quando a lei n6o dispon>a de outro modo, o
$=cio residual o da nulidade %arts. #305 e #<*5 CC'.
Di4erentemente, no dom=nio do Direito das Sociedades Comerciais, a nulidade
comprometeria pura e simplesmente todos os actos :; praticados pela sociedade em :o1o,
desamparando os terceiros e pondo em risco a con4ian.a da comunidade no 4en+meno
societ;rio. Lodo o re1ime le1al das sociedades irre1ulares por in$alidade est; marcado, por
isso, por re1ras que minimiDam a in$alidade dessas sociedades e as consequ8ncias dessa
in$alidade %re1ras 4a$or societatis, diD-se'.
Constituem $ectores do 4a$or societatis:
Limita.6o dos 4undamentos de nulidade %enunciando-os de 4orma ta9ati$a'.
Introdu.6o de praDos para in$oca.6o dessa nulidade %$s re1ime 1eral: a todo o
tempo, art. #305 CC'.
!squemas destinados a sanar as in$alidades %$s re1ime 1eral'.
Delimita.6o da le1itimidade para in$ocar a nulidade %e n6o Bqualquer
interessadoC, art. #305 CC'.
Limita.6o dos e4eitos da anula7ilidade, perante as partes.
Inoponi7ilidade das in$alidades a terceiros.
Ae1ime especial quanto @ e9ecu.6o das consequ8ncias da nulidade.
O re1ime da ac.6o de declara.6o de nulidade encontra-se re1ulado no art. **5,
a4astando-se a aplica.6o dos arts. #305 ss CC. !is os tra.os 1erais:
("
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
, ac.6o de declara.6o de nulidade pode ser interposta <0 dias ap+s o +nus
processual de interpela.6o da sociedade para sanar o $=cio, quando san;$el
%art. **5-", #I parte'.
, ac.6o de$e ser interposta no praDo de tr8s anos a contar do re1isto, so7
pena de caducidade, sal$o inter$en.6o do Jinistrio E7lico %art. **5-" e #'.
, iniciati$a ca7e a qualquer mem7ro da administra.6o, do consel>o 4iscal ou
do consel>o 1eral da sociedade, ou a qualquer terceiro que ten>a um
Binteresse rele$ante e srio na proced8ncia da ac.6oC %art. **5-"'.
Contrap/e-se @ le1itimidade pre$ista no CC: Bqualquer interessadoC, em 1eral
%art. #305 CC'. , ratio le1is desta norma a de pre$enir a interposi.6o
1ratuita e sel$a1em de ac./es contra 1randes sociedades, a 4im de o7ter
compensa./es destinadas a e$itar o escHndalo.
, propositura da ac.6o de declara.6o da nulidade de$e ser comunicada pelos
mem7ros da administra.6o aos s+cios de responsa7ilidade ilimitada e aos
s+cios das S) %art. **5-(', independentemente de quem ten>a proposto a
ac.6o %acrescenta MENEZES CORDEIRO'. , omiss6o deste de$er presume-se
culposa %art. 2<<5-" CC' e d; aDo a responsa7ilidade o7ri1acional %arts. 2<35 ss
CC'.
Finalmente, o art. **5 aplica-se a todos os tipos de sociedades, se:am elas
sociedades de capitais ou sociedades de pessoas.
(.* INOALIDADE DO CONTRATO DE SOCIEDADE ANTES DO RE,ISTO. !nquanto o
contrato de sociedade n6o esti$er de4initi$amente re1istado, a in$alidade do contrato ou de
uma das declara./es ne1ociais re1e-se pelas disposi./es aplic;$eis aos ne1+cios nulos ou
anul;$eis, nos termos 1erais do CC %art. *"5-"'.
!sta remiss6o a7ran1e:
Causas de in$alidade: $1 erro ou simula.6o, com a ressal$a do art. *"5-#, #I
parte %a in$alidade resultante de $=cio da $ontade ou de usura s+ opon=$el
aos demais s+cios'.
Le1itimidade %art. #305 CC'
(#
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Lempo:
o &ulidade: art. #325 CC ? in$oc;$el a todo o tempo
o ,nula7ilidade: art. #305 CC ? in$oc;$el no ano su7sequente ao
con>ecimento da cessa.6o do $=cio. !qui$ale, para MENEZES
CORDEIRO, a uma Bimpu1na7ilidadeC, con4erindo ao interessado um
direito potestati$o tempor;rio de anular o ne1+cio :ur=dico.
, remiss6o para as normas do CC n6o a7ran1e, contudo, a matria das consequ8ncias
le1ais da in$alidade do contrato de sociedade antes do re1isto: o art. -#5 a 7ase :ur=dica
aplic;$el nesse caso, e n6o o art. #3<5 CC %comum @ nulidade e a anula7ilidade: e4eito
retroacti$o e restitui.6o do que 4oi prestado ou do $alor correspondente', em 4ace da ideia
de 4a$or societatis presente no re1ime le1al da in$alidade no CSC. !is os tra.os 1erais do
re1ime do art. -#5:
, liquida.6o da sociedade %art. "0-5' permite o acertamento das posi./es
patrimoniais da sociedade, :; que a restitui.6o n6o , na maior parte dos
casos, poss=$el %arts. *"5-", #I parte e -#5-"'.
(ota) liuidao # o conjunto de opera&es ue, dissolvida a sociedade, permitem o
pagamento aos credores sociais e a repartio do remanescente pelos scios. 4ompreende'se
ue a invalidao de uma sociedade no se salde pela restituio, nos termos gerais 5art.
9?@8'A 44:, j% ue pode haver rela&es com terceiros) vg credores sociais ou devedores "
sociedade. Assiste'se a um paralelismo entre o regime da liuidao e da dissoluo, facto
ue justifica a remisso legal 5art. A6A8 ss:. A jurisprudBncia maiorit%ria considera ue
perante a invalidade do contrato de sociedade por v$cio de forma, ocorrida antes do registo
definitivo, no podem ser restitu$das aos scios o valor das presta&es ue fizeram a t$tulo
de entrada 5art. 9?@8'A 44:, mas apenas tBm direito a ver partilhado o activo resultante da
liuidao por todos.
, in$alidade a4i1ura-se mista, :; que a e4ic;cia dos ne1+cios :ur=dicos
conclu=dos anteriormente n6o a4ectada pela declara.6o de nulidade ou
anula.6o do contrato social %art. -#5-#'. MENEZES CORDEIRO prop/e uma
interpreta.6o restriti$a deste preceito, com duas ressal$as:
((
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
o O ne1+cio anteriormente conclu=do n6o pode incorrer em nen>um
4undamento de in$alidade.
o O terceiro prote1ido tem que estar de 7oa 4 su7:ecti$a tica
%descon>ecimento, sem culpa, do $=cio que a4ecta a sociedade'. Oma
interpreta.6o literal do art. -#5-( le$ar-nos-ia a concluir,
erroneamente, que se a nulidade pro$iesse de outros $=cios que n6o a
simula.6o, ilicitude do o7:ecto, ou $iola.6o da ordem pE7lica ou dos
7ons costumes, a tutela re4erida no art. -#5-# apro$eitaria mesmo a
terceiros de m; 4 %$1 em caso de dolo de terceiro, art. #-*5-# CC'.
!ste entendimento de a4astar.
,s in$alidades decorrentes de incapacidade s6o opon=$eis tam7m a terceiros
%art. *"5-#'.
e9emplo:
A, = e 4 celebraram, com observCncia da forma legalmente prescrita 5art. D8'A:, um
contrato pelo o ual constitu$am a Sociedade E, Lda. Antes de efectuado o registo, verifica'
se ue o not%rio se esueceu de incluir no contrato a sede da sociedade.
A re"erLncia ao not@rio indicia a celebra'!o de ua escritura pMblica*
"acto <ue nos leAa a concluir tratar?se de u contrato de sociedade
celebrado co a contribui'!o de u be i>Ael 8art. J:?)3 -V parte;.
A sede = u eleento <ue deAe constar do contrato 8art. S:?) eZ e )-:;.
Na oiss!o da esa3 o contrato = inA@lido.
Tratando?se de inAalidade do contrato antes do re#isto3 aplica?se as
disposi'Xes dos ne#>cios 7urKdicos nulos ou anul@Aeis3 nos teros #erais
8art. 1):?);. Encontrao?nos perante ua Aiola'!o de ua nora
in7untiAa 8o art. S:?)e;3 pelo <ue a nulidade daK resultante 8art. -S1: CC;
(*
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
se#ue as re#ras #erais da le#itiidade e praBos de ar#ui'!o* a todo o
tepo3 por <ual<uer interessado 8art. -RJ: CC;.
+uanto Cs conse<uLncias3 te aplica'!o o art. 4-:3 a respeito da
li<uida'!o da sociedade3 e n!o o art. -RS: CC.
(1* INOALIDADE DO CONTRATO DE SOCIEDADE DEPOIS DO RE,ISTO. Depois de
e4ectuado o re1isto de4initi$o do contrato de S), S, ou S!C por ac./es %sociedades de
capitais', o contrato s+ pode ser declarado nulo por al1um dos $=cios ta9ati$amente
enunciados na lei %art. *#5-"':
(ota) patente est% a regra geral da reduo das invalidades F a invalidade de
algumas cl%usulas societ%rias no conduz " invalidade de todo o contrato. A invalidade de
todo o contrato s suceder% se recair sobre alguma cl%usula crucial, enunciadas infra.
aP Falta, no m=nimo, de dois s+cios 4undadores %com as ressal$as supra
mencionadas quanto @s SO: art. 25-#'.
7P Falta de men.6o:
o Firma %U'
o Sede %U'
o O7:ecto
o Capital social
o Xalor da entrada de al1um s+cio %U'
o resta./es realiDadas por conta da sociedade %U'
cP Jen.6o de um o7:ecto il=cito ou contr;rio @ ordem pE7lica.
dP Falta de cumprimento dos preceitos le1ais que e9i1em a li7era.6o m=nima
do capital social %uma quota pode ser li7erada quando o montante :; pa1o
se:a su4iciente para per4aDer o capital social m=nimo'.
eP &6o o7ser$Hncia da 4orma le1almente e9i1ida para o contrato de
sociedade.
,s nulidades assinaladas %U' s6o, toda$ia, san;$eis por deli7era.6o dos s+cios, tomada
nos termos esta7elecidos para as deli7era./es so7re altera.6o do contrato %arts. *#5-# e **5-
(-
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
", #I parte'. Oma $eD mais, a ideia que est; su7:acente a esta solu.6o le1al o 4a$or
societatis e a protec.6o do tr;4e1o :ur=dico.
O re1ime da ac.6o de declara.6o de nulidade aquele que se encontra consa1rado no
art. **5, con4orme :; e9pusemos supra K#.
)uanto @s consequ8ncias, uma $eD mais n6o col>e a aplica.6o do art. #3<5 CC, mas
sim do art. -#5:
, liquida.6o da sociedade permite o acertamento das posi./es patrimoniais
da sociedade, :; que a restitui.6o n6o , na maior parte dos casos, poss=$el
%art. -#5-"'.
, in$alidade a4i1ura-se mista, :; que a e4ic;cia dos ne1+cios :ur=dicos
conclu=dos anteriormente n6o a4ectada pela declara.6o de nulidade ou
anula.6o do contrato social %art. -#5-#'.
!m conclus6o, se:a ela detectada antes ou depois do re1isto %:; que as consequ8ncias
s6o as mesmas: art. -#5', a sociedade irre1ular por in$alidade n6o BdesapareceC: su:eita-se,
BapenasC, @ liquida.6o.
e9emplo:
A, = e 4 celebraram, com observCncia da forma legalmente prescrita 5art. D8'A:, um
contrato pelo o ual constitu$am a Sociedade E, Lda. Depois de efectuado o registo, verifica'
se ue o not%rio se esueceu de incluir no contrato a sede da sociedade.
A re"erLncia ao not@rio indicia a celebra'!o de ua escritura pMblica*
"acto <ue nos leAa a concluir tratar?se de u contrato de sociedade co a
contribui'!o de u be i>Ael 8art. J:?)3 -V parte;.
Tratando?se de inAalidade do contrato depois do re#isto3 aplica?se o
disposto no art. 1-:* sociedades de capitais 8no caso3 ua SP+;.
A sede = u eleento <ue deAe constar do contrato 8art. 1-:?)b;. Na
oiss!o da esa3 o contrato = nulo3 ebora essa nulidade possa ser
(0
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
sanada nos teros do n: - e co as conse<uLncias do art. 11:?)3 -V parte.
Se a nulidade n!o "or sanada3 a ac'!o de declara'!o de nulidade deAe ser
intentada nos teros do art. 11: e3 se procedente3 atenta?se ao disposto
no art. 4-:3 <uanto C li<uida'!o da sociedade.
(4* O\CIOS DA OONTADE. adecendo de um $=cio da $ontade %erro, dolo, coac.6o e
usura', o contrato de sociedade das sociedades de capitais %S), S, e S!C por ac./es' ,
ainda assim, $;lido, em7ora o $=cio possa ser in$ocado como :usta causa de e9onera.6o pelo
s+cio atin1ido ou pre:udicado %art. *-5-" e *<5-"' ? ideia de 4a$or societatis. ara tal, e9i1e-se
que se $eri4iquem as circunstHncias enunciadas no art. #325 CC: praDo de um ano desde o
con>ecimento da cessa.6o do $=cio. O contrato de sociedade $;lido, :; que os $=cios da
$ontade n6o constam do elenco ta9ati$o do art. *#5-", que comina a nulidade. &6o col>e,
aqui, a aplica.6o das consequ8ncias do art. -#5.
(ota) a aplicao analgica deste regime a outros v$cios da vontade no elencados
5simulao parcial, simulao relativa, falta da consciBncia da declarao, coaco f$sica e
incapacidade acidental: deve ser apreciada caso a caso, para ue possam tamb#m constituir
justa causa de e*onerao, segundo MENEZES CORDEIRO.
Cumpre reter aqui a se1uinte nota terminol+1ica:
S+cios: e9onera.6o %por iniciati$a pr+pria ? art. "3-5' ou e9clus6o %por
iniciati$a dos outros s+cios ? art. "305'.
Jem7ros dos +r16os sociais: renEncia %por iniciati$a pr+pria' ou destitui.6o
%por iniciati$a dos s+cios'. Jant8m o seu status de s+cios.
e9emplo:
>, 2, 3, G e H constituem, por escritura p,blica, uma SA. ErBs meses depois, a
sociedade # registada. Hoje, > revela ue s se tornou scio porue a tal fora coagido por A
e =, apenas agora tendo cessado a coaco. -retende, por isso, invalidar o negcio.
(2
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Estaos perante u contrato de sociedade co a contribui'!o de u be
i>Ael 8art. J:?)3 -V parte;3 7@ <ue o eso "oi celebrado ediante
escritura pMblica.
A SA = ua sociedade de capitais3 pelo <ue se aplica o disposto no art. 14:3
a respeito dos AKcios da Aontade de <ue pade'a o contrato de sociedade.
Tendo sido realiBado re#isto3 o contrato =3 ainda assi3 A@lido* n!o consta
do elenco taIatiAo de nulidades do art. 1-:?). As noras do CC relatiAas C
coac'!o oral 8anul@Ael; e "Ksica 8nula; n!o tL3 a<ui3 aplica'!o* salAo o
disposto no art. -RJ: CC3 <uanto ao praBo de u ano para o eIercKcio do
direito de eIonera'!o do s>cio3 por iniciatiAa pr>pria 8art. 14:?);.
E sua3 o contrato de sociedade = A@lido3 ebora Ha7a 7usta causa de
eIonera'!o da<uele <ue "oi coa#ido a celebr@?lo* D.
(9* INCAPACIDADE. &as sociedades de capitais %S), S, e S!C por ac./es', a
incapacidade de um dos contraentes torna o ne1+cio :ur=dico anul;$el relati$amente ao
incapaD %art. *-5-#, *25 e *<5-"' ? ideia de 4a$or societatis. &6o col>e, aqui, a aplica.6o das
consequ8ncias do art. -#5. O s+cio tem o direito de rea$er o que prestou e n6o pode ser
o7ri1ado a completar a sua entrada %art. *25'.
Aecordemos as re1ras de capacidade para a constitui.6o de uma sociedade comercial,
:; supra mencionadas:
Os menores podem ser partes em contratos de sociedade, desde que o cele7rem
atra$s dos pais, enquanto seus representantes le1ais, e com autoriDa.6o 7astante do tri7unal
%no caso de constitui.6o de uma S&C ou S!C, simples ou por ac./es ? art. "33<5-"dP CC'.
oder6o 4aD8-lo, pessoal e li$remente, sempre que o o7:ecto da sociedade este:a ao seu
alcance %recorde-se o teor do art. "#25 CC': a denominada BincapacidadeC dos menores
aparente, se1undo MENEZES CORDEIRO, 4ace @s e9cep./es le1almente pre$istas, que aca7am
por consumir a re1ra.
O mesmo re1ime aplic;$el, mutatis mutandis, ao interdito %arts. "(<5 ss CC'.
)uanto ao ina7ilitado, a capacidade para constitui.6o de uma sociedade depende de
senten.a %art. "-(5-" CC'.
(3
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
O RE,ISTO E AS P$/LICA%2ES
Re#isto das Sociedades Coerciais
()* RE,ISTO COMERCIAL. O re1isto comercial assume uma 4un.6o de pu7licidade dos
actos: dar a con>ecer os actos comerciais ao pE7lico interessado.
Aecordemos os princ=pios do re1isto comercial:
rinc=pio da instHncia %art. #35 CAC'
rinc=pio da o7ri1atoriedade %arts. "*5 e "-5 CAC'
rinc=pio da compet8ncia %arts. #*5 ss CAC'
rinc=pio da le1alidade %art. *25 CAC'
(-* EFEITOS DO RE,ISTO. Os e4eitos do re1isto podem ser:
!4eito presunti$o %art. ""5 CAC'
!4eito de pre$al8ncia do re1isto mais anti1o %art. "#5 CAC'
!4eito constituti$o %$s art. *005-" CC'
!4eito indutor de e4ic;cia:
o u7licidade ne1ati$a
o u7licidade positi$a
&o Direito das Sociedades Comerciais o re1isto tem, @ partida, um e4eito constituti$o
%com as ressal$as in4ra, K(': art. -5. !sta norma n6o a7ran1e as constitui./es de sociedades
comerciais que n6o operem por contrato %$1 4us6o, cis6o ou trans4orma.6o', mas que ainda
assim carecem de re1isto %arts. ""#5 e "#05'. ,dmitimos, porm, a se1uinte ressal$a: a pr-
sociedade :; uma sociedade, ainda que n6o re1istada.
Se1undo o art. (5 CAC, os actos societ;rios su:eitos a re1isto s6o os se1uintes:
Contrato de sociedade e respecti$as modi4ica./es
Lrans4orma.6o, cis6o, 4us6o, dissolu.6o e liquida.6o das sociedades
Lransmiss/es de partes sociais ou de quotas
(<
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Desi1na.6o e cessa.6o de 4un./es dos 4iscaliDadores e administradores
,c./es de declara.6o de nulidade ou de anula.6o dos contratos de sociedade
e de deli7era./es sociais %art. <5 cP e eP e art. "-5-* CAC'
%W'
!sta disposi.6o de$e ser articulada com o disposto no art. "-5-" CAC, acerca dos actos
su:eitos a re1isto o7ri1at+rio.
(.* EFEITO CONSTIT$TIOOZ
ara MENEZES CORDEIRO o sistema de re1isto de sociedades comerciais n6o pode ser
constituti$o, porque:
Os actos supra K# mencionados produDem importantes e4eitos antes do
re1isto.
,ctos equi$alentes @queles %$1 modi4ica.6o ou trans4orma.6o das
sociedades' n6o dependem 4ormalmente de re1isto %arts. 335 e "(-5'.
O contrato de sociedade produD a 1eneralidade dos seus e4eitos uma $eD
cele7rado, se:a inter partes, se:a perante terceiros %arts. (25 a *05'.
, 1rande consequ8ncia da 4alta do re1isto est; relacionada com a n6o
limita.6o da responsa7ilidade dos s+cios, t6o-s+.
O re1isto constituti$o contraria o princ=pio 7asilar da e4ic;cia imediata dos
contratos, no dom=nio real %art. *035-" CC'.
Com 7ase nestes ar1umentos, MENEZES CORDEIRO conclui pelo e4eito indutor de
e4ic;cia do re1isto das sociedades comerciais, :; que o re1isto:
&6o recon>ece todos os e4eitos a actos su:eitos a re1isto e n6o re1istados
%inoponi7ilidade a terceiros de 7oa 4'.
,tri7ui e4eitos a actos n6o e4ecti$os, mas inde$idamente re1istados
%inoponi7ilidade da nulidade do re1isto a terceiros de 7oa 4'.
Os re1istos Bconstituti$osC pre$istos no CSC n6o s6o $erdadeiras >ip+teses de
re1isto constituti$o, :; que os actos su:eitos a esse re1isto produDem al1uns
e4eitos antes e independentemente dele.
*0
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
!m conclus6o, o re1isto sur1e, assim, como uma condicionante da e4ic;cia plena dos
actos praticados pelas sociedades comerciais, li1ando-se ao e4eito indutor de e4ic;cia que
resulta da pu7licidade re1istal: se:a essa e4ic;cia ne1ati$a ou positi$a.
(1* RE,ISTO DEFINITIOO. O art. -5 associa personalidade :ur=dica @ sociedade
comercial re1istada. ara MENEZES CORDEIRO este preceito perde importHncia, uma $eD que
a sociedade de$idamente constitu=da com o7ser$Hncia da 4orma le1al %art. 25-"' mas ainda
n6o de4initi$amente re1istada opera :; como um centro pr+prio de imputa.6o de re1ras,
dispondo de capacidade :ur=dica 7astante.
Se1undo o art. "<5-", com o re1isto de4initi$o do contrato de sociedade, esta assume
de pleno direito:
aP Direitos e o7ri1a./es decorrentes dos ne1+cios :ur=dicos re4eridos no art.
"05-" %a inserir no contrato de sociedade, so7 pena de se tornarem
ine4icaDes'.
7P Direitos e o7ri1a./es resultantes da e9plora.6o normal de um
esta7elecimento que constitua o7:ecto de uma entrada em espcie ou que
ten>a sido adquirido por conta da sociedade.
cP Direitos e o7ri1a./es emer1entes de ne1+cios conclu=dos antes do acto de
constitui.6o.
dP Direitos e o7ri1a./es decorrentes de ne1+cios cele7rados pelos 1erentes,
administradores ou directores, com autoriDa.6o de todos os s+cios.
!sta assun.6o, pela sociedade, de ne1+cios anteriores ao re1isto, com o re1isto
de4initi$o, tem e4ic;cia retroacti$a e li7erat+ria %art. "<5-(' dos Brespons;$eisC se1undo o
art. *05.
)uanto aos direitos e o7ri1a./es decorrentes de outros ne1+cios cele7rados antes do
re1isto de4initi$o do contrato, esses podem ser assumidos pela sociedade mediante decis6o da
administra.6o, comunicada nos <0 dias su7sequentes ao re1isto %art. "<5-#'. !ssa assun.6o :;
n6o , neste caso, Bde pleno direitoC %automaticamente', em7ora tam7m ten>a e4ic;cia
retroacti$a, se1undo MENEZES CORDEIRO.
*"
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O re1isto de4initi$o permite ainda operar os sistemas de responsa7ilidade limitada
%arts. (35 a *05'.
Publica'Xes e outras Foralidades
()* P$/LICA%2ES O/RI,AT0RIAS. Se1undo os arts. "005 e "025, as pu7lica./es,
quando o7ri1at+rias, de$em ser 4eitas em site da Internet de acesso pE7lico %art. 205 CAC'.
(-* O$TRAS FORMALIDADES. ara alm da pu7lica.6o dos actos praticados pelas
sociedades comerciais, outras 4ormalidades poder6o tam7m ser requeridas %$1 declara./es
4iscais e autoriDa./es pr$ias'.
A SIT$A%&O 6$R\DICA DOS S0CIOS
O Status de S>cio
()* A SIT$A%&O DOS S0CIOS. , e$olu.6o pro1ressi$a da situa.6o dos s+cios, no
sentido da a7strac.6o, partiu de uma qualidade assumida, para a titularidade de uma posi.6o
e, 4inalmente, para a pr+pria posi.6o ou participa.6o social.
&este Hm7ito compreende-se a delimita.6o entre sociedades de pessoas e sociedades
de capitais: nas primeiras o status de s+cio indissoci;$el da qualidade do mesmoM nas
se1undas, o status independente do seu titular.
Aecorre-se @ tcnica do BestadoC do s+cio, :; que a posi.6o :ur=dica do mesmo
comple9a: contm direitos e de$eres, mut;$eis pelo contrato de sociedade, acordos
parassociais e deli7era./es societ;rias. O estado de s+cio, alm de comple9o, prolon1a-se no
tempo e implica o7ri1a./es duradouras.
(-* DIREITOS E DEOERES DOS S0CIOS. O conteEdo comple9o do status de s+cio pode
ser clari4icado com recurso a al1umas classi4ica./es:
*#
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Direitos a7stractos: posi.6o 4a$or;$el que permitir; ao s+cio $er sur1ir um
direito concreto correspondente ? $1 direito aos lucros %art. #"5-"a'. Sur1e
como uma e9pectati$a, em rela.6o a um 7em 4inal 4uturo.
Direitos concretos: produto da concretiDa.6o de uma pr$ia posi.6o
4a$or;$el, que assistia ao s+cio.
Direitos patrimoniais: $alores patrimoniais ? $1 direito a Bquin>orar nos
lucrosC %art. #"5-"a'
Direitos participati$os: $alores que se prendem com o 4uncionamento da
sociedade. Con4erem a possi7ilidade, aos s+cios, de in1ressar no modo
colecti$o de 1est6o dos interesses ? $1 direito a participar nas deli7era./es,
a o7ter in4orma./es e @ desi1na.6o para os +r16os sociais %art. #"5-" 7P, cP e
d'.
Direitos pessoais: $alores pessoais do s+cio.
,s situa./es passi$as dos s+cios ser6o, @ partida, apenas duas %art. #05':
O7ri1a.6o de entrada %arts. #-5 ss'
Su:ei.6o @s perdas ? duplo alcance:
o Aepresenta a 4rustra.6o de contrapartidas esperadas pelas entradas
o LraduD o 4uncionamento das re1ras de responsa7ilidade dos s+cios:
S!C: responsa7ilidade ilimitada, solid;ria e su7sidi;ria %art.
"2-5-"'
S): responsa7ilidade limitada aos $alores das entradas,
solid;ria e su7sidi;ria %art. "<#5-"'
S,: responsa7ilidade limitada apenas pelas entradas pr+prias
%art. #2"5'
,s S) e S, imp/em aos s+cios a o7ri1a.6o de e4ectuar presta./es acess+rias, alm
das entradas %arts. #0<5 e #325', desde que o contrato 4i9e os elementos essenciais da
o7ri1a.6o e especi4ique se as presta./es de$em ser e4ectuadas onerosa ou 1ratuitamente.
*(
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,s presta./es suplementares %art. #"05', no Hm7ito das S), de$em ser permitidas
pelo contrato de sociedade, dependendo de deli7era.6o dos s+cios %n5 "' e t8m sempre por
o7:ecto din>eiro %n5 #'.
(.* DIREITOS ESPECIAIS. Os direitos especiais constam do art. #*5: s6o direitos de
Bqualquer s+cioC, inseridos no contrato de sociedade e que, sal$o disposi.6o le1al ou
estipula.6o contratual e9pressa em contr;rio, n6o podem ser suprimidos ou
coarctadosFlimitados sem o consentimento do respecti$o titular %n5 " e n5 -'.
O CSC n6o concretiDa, toda$ia, que precisos tipos de direitos poderiam estar em
causa. !is al1uns e9emplos :urisprudenciais:
Direito de e9ercer acti$idade concorrente com a da sociedade
Direito de di$idir ou alienar a sua quota sem as autoriDa./es e9i1idas aos
demais s+cios
Direito de alienar quotas sem e9erc=cio da pre4er8ncia pelos demais s+cios
Direito @ 1er8ncia
Direito de $eto em todos ou al1uns assuntos
Direito de perce7er quin>/es mais 4a$or;$eis de lucros
Os direitos especiais s6o intuitu personae, esta7elecidos em 4un.6o de um concreto
titular. &6o s6o transmiss=$eis a terceiros, em con:unto com a respecti$a quota. )uando os
estatutos atri7uam certa posi.6o a uma pessoa, nem sempre se tratar; de um direito
especial, podendo $eri4icar-se uma mera desi1na.6o em pacto social. &6o 7asta, por isso, a
atri7ui.6o de um direito, mas sim a atri7ui.6o especial de um direito: recomenda-se men.6o
e9pressa de que o mesmo s+ poder; ser suprimido com o consentimento do seu titular.
Se1undo o art. #*5-# a *:
S&C: os direitos especiais s6o intransmiss=$eis, sal$o cl;usula em contr;rio
%personaliDa.6o m;9ima'
S): os direitos especiais patrimoniais s6o transmiss=$eisM os restantes s6o
intransmiss=$eis, sal$o cl;usula em contr;rio
**
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
S,: os direitos especiais s6o atri7u=dos a cate1orias de ac./es, transmitindo-
se com estas %a7strac.6o m;9ima'
er1unta-se se os direitos especiais podem assistir a todos os s+cios %com e9cep.6o
das S,, onde os direitos especiais s6o atri7u=dos a ac./es'. Os direitos especiais s6o-no n6o
por pertencerem apenas a um s+cio, mas sim por pressuporem um re1ime especial, di4erente
do comum. &estes termos, todos os s+cios podem ser titulares de direitos de que s+ possam
ser despo:ados com o seu pr+prio assentimento.
A Obri#a'!o de Entrada
()* ENTRADA. , o7ri1a.6o de entrada um de$er essencial dos s+cios, sem a qual a
sociedade n6o ter; meios para poder desempen>ar a sua acti$idade.
, entrada pode consistir em di$ersas realidades patrimoniais:
!ntradas em din>eiro: assun.6o de uma o7ri1a.6o pecuni;ria
!ntradas em espcie: entre1as de 7ens di4erentes de din>eiro %art. #35-"',
suscept=$eis de pen>ora %art. #05 a'
!ntradas em indEstria: ser$i.os >umanos n6o su7ordinados
O tipo de entrada de4inido no contrato de sociedade, quantitati$a e
qualitati$amente %art. <5 1P e >'.
Cumpre reter a se1uinte nota terminol+1ica:
Su7scri.6o das entradas: assun.6o da o7ri1a.6o de entrada, comprometendo-
se a tal.
AealiDa.6o das entradas: cumprimento e4ecti$o da o7ri1a.6o de entrada
!stes dois momentos coincidem, quando a entrada se:a em espcie.
O $alor nominal da entrada o da participa.6o social a que corresponda:
S&C: arte social
S): quota
S,: ac.6o
*-
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O $alor nominal n6o pode e9ceder o $alor real da entrada %art. #-5-"': a ci4ra, em
din>eiro, em que se traduDa essa entrada, quando pecuni;ria, ou ao $alor dos 7ens que
implique, quando em espcie.
,o con:unto das entradas desi1na-se patrim+nio social, e n6o participa.6o social, :;
que o aumento de capital social %ci4ra do con:unto das participa./es sociais, en4im' uma
modalidade de altera.6o do pr+prio contrato %su:eita a deli7era.6o dos s+cios', n6o $ariando
por si nem so4rendo oscila./es, enquanto que o patrim+nio social $ari;$el. O patrim+nio
social tem consist8ncia real e , assim, o con:unto das situa./es :ur=dicas acti$as e passi$as
patrimoniais da sociedade:
\ruto: acti$o ] passi$o
L=quido: acti$o ? passi$o %capital pr+prio'
&a o7ri1a.6o de entrada o s+cio sur1e como de$edor e a sociedade como credora.
!sta o7ri1a.6o pode ser cumprida de imediato, ou di4erida para momento p+stumo, consoante
o tipo de sociedade.
(-* RE,IME ,ERAL. ,s entradas n6o podem ter um $alor in4erior ao da participa.6o
nominal %parte social, quota ou ac.6o' atri7u=da ao s+cio. oder;, e$entualmente, ser
superior %acima do par, diD-se', caso em que nos deparamos com um Bprmio de su7scri.6oC
ou Bprmio de emiss6oC %;1io'.
, emiss6o acima do par :usti4ica-se porque:
,crescenta uma mais-$alia @s participa./es dos s+cios
, sociedade 1era e9pectati$as de ne1+cio que conduDem a uma
so7re$aloriDa.6o de mercado
, o7ri1a.6o de entrada de$e ser realiDada at ao momento da cele7ra.6o do
contrato, com o7ser$Hncia da 4orma le1almente prescrita %art. 25-"', sal$o quando o pr+prio
contrato pre$e:a o di4erimento das entradas em din>eiro e a lei o permita.
S6o nulos os actos da administra.6o e as deli7era./es dos s+cios que li7erem total ou
parcialmente os s+cios da o7ri1a.6o de entrada, sal$o redu.6o do capital %art. #25-"'. &o caso
de incumprimento desta o7ri1a.6o, podem ser esta7elecidas, no contrato, cl;usulas penais,
:uros e outras penalidades %n5 ('.
*0
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
(.* ENTRADAS EM DINPEIRO. ,s entradas em din>eiro podem ser di4eridas, nas
se1uintes situa./es:
S): s+ pode ser di4erida a e4ecti$a.6o de metade das entradas em din>eiroM
o quantitati$o 1lo7al dos pa1amentos 4eitos por conta das entradas em
din>eiro e a soma dos $alores nominais das quotas correspondentes @s
entradas em espcie de$e per4aDer o capital m=nimo 4i9ado por lei ? G -.000
%arts. #0"5 e #0#5-#'.
o , e9press6o Bmetade das entradas em din>eiroC admite duas
interpreta./es:
". Jetade das entradas em din>eiro de cada s+cio,
indi$idualmente consideradoZ ? CO$TINPO DE A/RE$: o que
4undamental a contri7ui.6o do s+cio, :; que se o mesmo se
o7ri1a, de$e, pelo menos, cumprir metade da sua o7ri1a.6o
de entrada.
#. Jetade das entradas do total de entradas em din>eiroZ ?
MENEZES CORDEIRO: o s+cio pode n6o realiDar
imediatamente qualquer entrada. O Hm7ito o da autonomia
pri$ada, de$endo a lei ser interpretada no sentido mais amplo
poss=$el.
o O termo poss=$el %di4erimento para datas certas ou 4actos certos e
determinados', mas n6o a condi.6o %art. #0(5'. Se n6o 4or apontado
termo para o di4erimento, ou se o mesmo 4or su7metido a condi.6o
%il=cita e, consequentemente, nula ? art. #<*5 CC', admitem-se duas
solu./es:
, o7ri1a.6o de entrada torna-se pura, e9i1=$el a qualquer
momento %art. 2225 CC' ? RA$L OENT$RA e CO$TINPO DE
A/RE$.
*2
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
O praDo m;9imo de cinco anos do art. #0(5-", #I parte
4unciona como praDo supleti$o, $ol$ido o qual a o7ri1a.6o de
entrada pode ser e9i1ida ? MENEZES CORDEIRO.
S,: pode ser di4erida a realiDa.6o de at 20^ do $alor nominal das ac./es,
mas n6o o pa1amento do prmio de emiss6o, quando pre$isto %art. #225-#'.
&6o >; di4erimento para as entradas em espcie, nem para as S&C.
)uanto @ 4orma do cumprimento das o7ri1a./es de entrada em din>eiro, nas S) e
S,, a soma das entradas em din>eiro :; realiDadas de$e ser depositada em institui.6o de
crdito, antes de cele7rado o contrato, numa conta a7erta em nome da 4utura sociedade
%arts. #0#5-( e #225-('.
e9emplo:
A, = e 4 constitu$ram uma S-. com o capital social de I J7.777. A e = realizaram
imediatamente as respectivas entradas, mas 4 diferiu a sua para uando a sociedade
necessitasse de fundos.
C di"eriu a sua obri#a'!o de entrada nua SP+.
A obri#a'!o de entrada encontra?se preAista e #eral no art. -G aZ. No
caso3 presuios tere sido realiBadas e dinHeiro3 7@ <ue nada nos =
dito a esse respeito.
A e / subscreAera e realiBara as respectiAas entradas a<uando da
celebra'!o do contrato de sociedade. C apenas subscreAeu3 tendo di"erido
a realiBa'!o da esa para oento p>stuo 8art. -9:;.
Tratando?se de SP+3 o di"eriento das entradas = possKAel3 <uando as
esas se7a realiBadas e dinHeiro 8art. -G-:?-;. Re<uisitos le#ais* s>
pode ser di"erida a e"ectiAa'!o de etade das entradas e dinHeiro] o
<uantitatiAo deAe per"aBer o capital Knio de ^ 4.GGG 8art. -G):;] o
*3
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
tero = possKAel 8di"eriento para datas certas ou "actos certos e
deterinados;3 as n!o a condi'!o 8art. -G.:;.
No caso3 o di"eriento da obri#a'!o de entrada est@ su7eito C condi'!o de
<uando a sociedade necessitasse de "undos. Coo tal3 esse di"eriento =
ilKcito e3 conse<uenteente3 nulo 8art. -S1: CC;. Adite?se duas
solu'Xes*
o A obri#a'!o de entrada torna?se pura3 eIi#KAel a <ual<uer oento
8art. JJJ: CC; W CO$TINPO DE A/RE$.
o O praBo @Iio de cinco anos do art. -G.:?)3 -V parte "unciona
coo praBo supletiAo3 AolAido o <ual a obri#a'!o de entrada pode
ser eIi#ida W MENEZES CORDEIRO.
(1* ENTRADAS EM ESPTCIE. ,s entradas ser6o em espcie quando trans4iram, para a
sociedade, direitos patrimoniais suscept=$eis de pen>ora e que n6o se traduDam em din>eiro
%art. #35-"'.
!9emplos:
Direito de propriedade
Direito ao uso e 4rui.6o, sem propriedade
Direitos so7re 7ens imateriais %patentes e _no`->o`'
O din>eiro de 4;cil a$alia.6o, 4ace ao princ=pio do nominalismo. T; as entradas em
espcie t8m, necessariamente, $alores su7:ecti$os. Os 7ens ou direitos em causa de$em,
toda$ia, ser o7:ecti$amente a$aliados, para que o $alor e9acto dos mesmos se:a do
con>ecimento dos interessados. or estes moti$os, um Ae$isor O4icial de Contas %AOC'
de$idamente distanciado e imparcial de$e a$aliar, o7:ecti$amente, os 7ens em causa,
e9plicitando os critrios utiliDados nessa a$alia.6o e declarando 4ormalmente se o $alor dos
mesmos atin1e o $alor nominal indicado pelos s+cios %art. #35-('. O relat+rio do AOC est;
su:eito a e9i18ncias de pu7licidade %n5 - e 0', :; que se pretende, t6o-s+, a de4esa de
terceiros %os credores da sociedade, 4uturos adquirentes e pE7lico em 1eral'. Lratam-se de
normas imperati$as, inderro1;$eis, nem mesmo por comum acordo.
*<
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
(1* DIREITOS DOS CREDORES. O cumprimento da o7ri1a.6o de entrada interessa @
sociedade, pelos moti$os apontados, e aos credores, rele$ando para a co7ertura patrimonial
dos seus direitos.
or esta raD6o, aos credores assistem dois direitos %art. (05-"', concretiDadores da
ac.6o su7-ro1at+ria, nos termos do art. 0005 CC. &a ac.6o su7-ro1at+ria, o credor su7stitui-se
ao de$edor e tem a 4aculdade de e9ercer, contra terceiro, os direitos de conteEdo patrimonial
que competem @quele.
, sociedade pode satis4aDer os crditos em causa com :uros de mora %art. (05-#' e o
pa1amento pode ser 4eito por terceiro, nos termos 1erais %art. 2025-" CC'.
e9emplo:
>, 2, 3, G, H e ! decidem constituir uma SA. 3icou acordado ue)
> contribu$a com I A7.777, em dinheiro, realizados integralmente no momento do
contrato. 2 contribu$a com I A7.777, atrav#s de um cheue, cuja entrada seria diferida em
;7K, devendo ser realizada dois anos depois. 3 contribu$a com o direito de arrendamento de
uma fraco autnoma em Lisboa, de ue era titular por um per$odo de dez anos F avaliada
por um LM4 em I 97.777. G contribu$a com cinco anos de trabalho gratuito para a sociedade
F avaliada por um LM4 em I 97.777. H contribu$a com um direito de cr#dito sobre +. !
contribu$a com uma patente. Nm LM4 avaliou ambas as contribui&es de H e ! em I A7.777.
Logo aps a constituio da sociedade, esta aduiriu a > um uadro no valor de I
A7.777 ue, no entanto, s valia I D.777.
Nos teros do art. -J.:?) ua SA deAe ser constituKda por3 no Knio3
cinco s>cios.
A obri#a'!o de entrada 8art. -G: a; deAe ser realiBada at= ao oento da
celebra'!o do contrato3 salAo di"eriento 8art. -9:;.
A respeito do di"eriento das entradas nua SA3 cupre atender ao
disposto nos arts. -JJ:?- e -R4:?). N!o s!o aditidas contribui'Xes de
-0
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
indMstria 8-JJ:?); e3 nas entradas e dinHeiro3 s> pode ser di"erida a
realiBa'!o de at= JG_ do Aalor noinal das ac'Xes 8n: -;. $a AeB ais3
<uestiona?se se a DrealiBa'!o de at= JG_ do Aalor noinal das ac'XesF =
relatiAaente a cada s>cio3 indiAidualente considerado3 ou ao total das
entradas. Tal coo nas SP+3 tab= se proKbe o di"eriento su7eito a
condi'!o.
O Aalor noinal Knio de ua SA = ^ 4G.GGG 8art. -J9:?.;.
D* a sua obri#a'!o de entrada "oi realiBada a<uando da celebra'!o do
contrato3 de iediato.
E* o cHe<ue = u tKtulo de cr=dito3 <ue deAe ser tratado coo dinHeiro.
Trata?se de ua da'!o e cupriento <ue eItin#ue a obri#a'!o de
entrada e dinHeiro3 pelo cupriento da esa. Tendo sido di"erida e
9G_ 8art. -9:;3 respeitou o disposto no art. -JJ:?- 8at= JG_;3 ebora deAa
obserAar o praBo @Iio de cinco anos para o cupriento do restante
8art. -R4:?);.
F* entrou co u direito tepor@rio de arrendaento3 entendido
en<uanto contribui'!o e esp=cie. T3 ainda assi3 u be susceptKAel de
aAalia'!o econ>ica3 pelo <ue a aAalia'!o do ROC deAe obedecer ao
disposto nos arts. -4:?- e -R:3 sob pena de responsabilidade nos teros do
art. R-:.
,* contribuiu co trabalHo #ratuito3 entendido en<uanto indMstria 87@ <ue
a onerosidade`#ratuidade dessa contribui'!o = irreleAante;. As entradas
e indMstria n!o s!o aditidas pelo art. -JJ:?)3 nas SA.
P* o direito de cr=dito sobre 6 consiste nua contribui'!o e esp=cie3
pelo <ue o seu Aalor deAe ser aAaliado3 pelo ROC3 "ace ao Aalor do cr=dito
e si eso 8art. -R:;.
I* a entrada co ua patente consiste nua contribui'!o e esp=cie3 7@
<ue a patente = susceptKAel de aAalia'!o pecuni@ria.
A a<uisi'!o do <uadro pela sociedade a D consiste nua a<uisi'!o de bens
a accionistas3 preAista en<uanto tal no art. -S:* deAeria ter sido
-"
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preAiaente aproAada por delibera'!o da assebleia?#eral3 sob pena de
ine"ic@cia 8n: ) e n: 4;3 desde <ue Aeri"icados os re<uisitos le#ais. O
contrato deAeria ter sido reduBido a escrito3 sob pena de nulidade 8n: 1 e
--G: CC;. ObserAa?se u risco de descapitaliBa'!o da sociedade3 7@ <ue D
entrou co ^ )G.GGG e a sociedade DdeAolAeu?lHeF essa <uantia3 <uando
lHe ad<uiriu o <uadro. Considerando <ue o <uadro apenas Aalia ^ J.GGG
8aAalia'!o "eita pelo ROC3 nos teros do n: .;3 esta a<uisi'!o do be
corresponde a ua "raude C lei3 7@ <ue tudo se passa coo se D tiAesse
entrado co ^ J.GGG apenas. O Aalor noinal eIcede o Aalor real do be
8^ )G.GGG a ^ J.GGG;.
Participa'!o nos Lucros e nas Perdas
()* PARTICIPA%&O NOS L$CROS E NAS PERDAS. , sociedade $isa o lucro econ+mico,
repartindo-o pelos associados %art. <305 CC'. &esse sentido, encontramos no topo dos direitos
dos s+cios o direito a quin>orar nos lucros %art. #"5-" a'. [ sociedade imposta a distri7ui.6o
de uma parcela dos seus lucros pelos s+cios, com e9cep./es quanto @s S) e S, %arts. #"25 e
#<*5'.
Como contrapartida do lucro, temos o risco: os empreendimentos mais lucrati$os
costumam ser, tam7m, os mais arriscados.
Como re1ra supleti$a, temos que os s+cios participam nos lucros e nas perdas da
sociedade se1undo a propor.6o dos $alores nominais das suas participa./es no capital. Se o
contrato determinar somente a parte de cada s+cio nos lucros, presumir-se-; ser a mesma a
sua parte nas perdas ? $1 "0^ capital, "0^ lucros %art. ##5-" e #'.
e9emplo:
A, = e 4 constitu$ram uma S-. com o capital social de I 9O.777.
A e = ficaram com uma uota de I O.777 cada.
-#
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
4 ficou com uma uota de I AO.777, apesar de = tamb#m ter pago I AO.777 pela sua
uota.
Ms scios deliberaram distribuir os lucros entre si, na proporo das suas uotas.
= e*ige ue lhe seja atribu$do um valor proporcional idBntico ao de 4.
Nas SP+ o Aalor Knio do capital social = de ^ 4.GGG 8art. -G):;.
+uota de A* Aalor noinal de ^ 4.GGG.
+uota de /* Aalor noinal de ^ 4.GGG 8Aalor da participa'!o;3 apesar do
Aalor real ser ^ )4.GGG 8Aalor de <uanto pa#ou3 e"ectiAaente;. O Aalor
noinal n!o pode ser ais eleAado do <ue o Aalor real 8art. -4:?);. No
caso3 o Aalor real = superior ao Aalor noinal3 pelo <ue a di"eren'a
corresponde ao @#io 8^ )G.GGG;.
+uota de C* Aalor noinal de ^ )4.GGG.
A participa'!o nos lucros e nas perdas = "eita se#undo a propor'!o dos
Aalores noinais das respectiAas participa'Xes no capital 8art. --:;. Nada
nos = dito <uanto a direitos especiais aos lucros. Conclus!o*
o A* -G_ de participa'Xes no capital3 -G_ dos lucros e das perdas
o /* -G_ de participa'Xes no capital3 -G_ dos lucros e das perdas
o C* 9G_ de participa'Xes no capital3 9G_ dos lucros e das perdas
e9emplo:
2. 3 e G constitu$ram uma sociedade e acordaram, por e*igBncia de G, ue,
independentemente da sociedade ter lucros, este receber% mensalmente I 9.777.
-(
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ProKbe?se toda a estipula'!o pela <ual deAa al#u s>cio receber 7uros ou
outra iportYncia certa 8no caso; e retribui'!o do seu capital ou
indMstria3 se#undo o art. -):?-.
E3 F e , Aiolara o princKpio da conserAa'!o ou intan#ibilidade do capital
social das sociedades coerciais. O patri>nio social s> pode ser in"erior
ao capital social por "or'a de distribui'Xes a terceiros 8A# credores;3 e
nunca por distribui'Xes aos pr>prios s>cios.
Este princKpio encontra eco noutras disposi'Xes do CSC* arts. .-: e ..:.
(-* PACTOS LEONINOS. Os pactos leoninos s6o proi7idos pelo art. ##5-(: nula a
cl;usula que e9clui o s+cio da comun>6o nos lucros ou que o isente de participar nas perdas
da sociedade, sal$o o disposto quanto a s+cios de indEstria %arts. <<#5-# e <<*5 CC', este:a ela
inclu=da no contrato de sociedade ou em acordo parassocial.
, desi1na.6o Bpacto leoninoC ad$m de uma 4;7ula de ESOPO:
Nm leo, um burro e uma raposa andaram " caa e capturaram uma uantidade
abundante de peas. M leo encarregou o burro de as dividir pelos trBs. M burro repartiu'as
em trBs partes iguais mas o leo, enfurecido com a diviso, devorou'o e impPs " raposa ue
repartisse as peas. A raposa reuniu as trBs partes numa s e entregou tudo ao leo, sem
dei*ar nada de parte para si. M leo perguntou'lhe) /.uem te ensinou a fazer as divis&esQ0,
ao ue a raposa respondeu) /2nsinou'me a e*periBncia do burroR0.
MENEZES CORDEIRO :usti4ica esta proi7i.6o com 7ase nos se1uintes ar1umentos:
O s+cio que a7dique de lucros $ai su:eitar-se a e$entuais pre:u=Dos. O s+cio
que aceite todos os pre:u=Dos $ai su7meter-se, e$entualmente, aos que
ocorram. !m qualquer dos casos, o s+cio est; a dispor, para o 4uturo, das
$anta1ens que poderia o7ter e est; a conceder $anta1ens a outros s+cios.
!sta proi7i.6o com7ate a tenta.6o de se dar o que %ainda' n6o se tem e de
assumir, para um 4uturo indeterminado, o7ri1a./es. Coerentemente:
o S nula a renEncia antecipada aos direitos 4acultados ao credor nos
casos de incumprimento ou mora do de$edor
o , cl;usula penal pode ser reduDida equitati$amente pelo tri7unal
-*
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o , doa.6o n6o pode respeitar a 7ens 4uturos
o , doa.6o de m+$eis de$e ser cele7rada por escrito ou mediante
tradi.6o
!m conclus6o, a proi7i.6o dos pactos leoninos :usti4ica-se :; que en$ol$e uma
renEncia antecipada aos direitos, aliada @ doa.6o do que %ainda' n6o se tem.
Xeri4icada a nulidade do pacto, parte da doutrina reclama a aplica.6o do instituto da
redu.6o: a sociedade $i1oraria sem a parte $iciada, sal$o se se demonstrasse que, na sua
4alta, as partes n6o teriam contratado %art. #<#5 CC'. ,ssim n6o entende MENEZES
CORDEIRO: uma sociedade leonina n6o uma sociedade comum com uma cl;usula leonina,
mas sim todo um ne1+cio distorcido e cu:a l+1ica de participa.6o nos lucros e nas perdas 4ora
destru=da. ,penas a con$ers6o %ante a nulidade total do contrato' l>e pode $aler,
con$ertendo-se o ne1+cio nulo noutro de tipo ou conteEdo di4erente, desde que $eri4icados os
requisitos do art. #<(5 CC: $ontade >ipottica e +nus da pro$a.
e9emplo:
Ms scios da Sociedade S, Lda, combinaram ue o scio >, devido "s suas fracas
possibilidades econmicas, no participaria nas perdas da sociedade.
A proibi'!o dos pactos leoninos 8art. --:?. e SS1: CC; iplica <ue se7a
nula a cl@usula <ue isente o s>cio de participar nas perdas 8e da counH!o
dos lucros;. A nulidade encontra?se preAista no art. -S1: CC.
MENEZES CORDEIRO propXe a aplica'!o das re#ras da conAers!o 8art. -S.:
CC3 nulidade total;3 sendo <ue a cl@usula acordada pode?se conAerter
nua cl@usula de tipo ou conteMdo di"erente3 ua AeB <ue todo o contrato
de sociedade = en"orado pelo princKpio da participa'!o nos lucros e nas
perdas.
Constitui'!o Financeira e De"esa do Capital
--
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()* CONSTIT$I%&O FINANCEIRA. &o dom=nio da constitui.6o 4inanceira das
sociedades, cumpre distin1uir:
Capitais pr+prios:
o Capital social %soma do $alor nominal das ac./es su7scritas'
o Aeser$as de ;1io ou prmios de emiss6o %soma do so7re$alor por que,
com re4er8ncia ao $alor nominal, as ac./es ten>am sido colocadas'
o Jontante de outras presta./es
o Aeser$as li$res %lucros n6o distri7u=dos'
o Aeser$a le1al %imposta por lei'
Capitais al>eios:
o O7ri1a./es
o Op./es %con$erti7le 7onds'
o L=tulos de participa.6o nos lucros e outros emprstimos
(-* DISTRI/$I%&O DE /ENS AOS S0CIOS. Face @ separa.6o patrimonial, os 7ens da
sociedade n6o se con4undem com os dos s+cios. Jas s6o os s+cios quem tem, a4inal, o
controlo da sociedade, e poder6o entender que a sociedade n6o necessita de determinados
7ens ou que mel>or 4icariam na es4era dos s+cios. Contrap/em-se o interesse dos credores da
sociedade e a pr+pria con4ian.a do pE7lico na esta7ilidade dos entes colecti$os.
&as sociedades de capitais, cu:a responsa7ilidade limitada, n6o e4ecti$amente
indi4erente aos credores a consist8ncia do patrim+nio da sociedade e os 7ens de que
dispon>a. or outro lado, cumpre acautelar a con4ian.a 1eneraliDada da comunidade na
esta7ilidade das pessoas colecti$as: n6o se compreenderia que os 7ens circulassem, sem
mais, entre a sociedade e os s+cios.
O art. (#5 tutela os credores, $edando a distri7ui.6o de 7ens aos s+cios quando a
situa.6o l=quida desta 4or in4erior @ soma do capital e das reser$as que a lei ou o contrato n6o
permitem distri7uir aos s+cios, ou quando a situa.6o l=quida se torna in4erior a esta soma em
consequ8ncia da distri7ui.6o.
-0
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Conclui-se: apenas podem ser distri7u=dos aos s+cios $alores que, tecnicamente, se
consideram BlucrosC.
!is os tra.os 4undamentais do re1ime da distri7ui.6o de 7ens:
, distri7ui.6o de 7ens depende de deli7era.6o dos s+cios %art. ("5-"'
)uando tomada, tal deli7era.6o n6o de$e ser e9ecutada pelos
administradores, requerendo inqurito :udicial, quando suspeitem que %n5 #':
o ,ltera./es ocorridas no patrim+nio social tornariam a distri7ui.6o
il=cita perante o art. (#5
o Xiola o art. ((5
o ,ssenta em contas inadequadas
(.* L$CROS E RESEROAS N&O DISTRI/$\OEIS. )uanto aos lucros e reser$as n6o
distri7u=$eis, disp/e o art. ((5:
&6o podem ser distri7u=dos aos s+cios os lucros do e9erc=cio que se:am
necess;rios para co7rir pre:u=Dos transitados %d=$idas anteriores' ou para
4ormarFreconstituir reser$as impostas por lei ou pelo contrato de sociedade
%n5 "'. , contrario, ca7e distri7ui.6o de lucros quando os pre:u=Dos transitados
possam, le1almente, ser co7ertos de outra 4orma %$1 a sociedade constitui
uma reser$a 4acultati$a destinada a en4rentar pre:u=Dos impre$is=$eis'.
ro=7em-se as reser$as ocultas %n5 (': escapam ao con>ecimento e controlo
dos s+cios e credores e n6o constam da conta7ilidade, pelo que p/em em
causa o 7alan.o e as presta./es de contas. , contrario, podem ser
distri7u=das as reser$as cu:a e9ist8ncia e cu:o montante 4i1urem,
e9pressamente, no 7alan.o.
, reser$a imposta por lei tam7m denominada reser$a le1al: art. #<-5-". Se1undo
este preceito, uma percenta1em i1ual ou superior @ #0I parte %-^' dos lucros da sociedade
destinada @ constitui.6o da reser$a le1al e @ sua reinte1ra.6o, at que aquela represente a -I
parte %#0^' do capital social. !sta percenta1em supleti$a. La9ati$amente, imp/e o art. #<05
que a reser$a le1al apenas pode ser utiliDada:
-2
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ara co7rir a parte do pre:u=Do que n6o possa ser co7erto por outras reser$as
ara incorpora.6o no capital
or outras pala$ras:
, reser$a le1al ad$m de, pelo menos, -^ dos lucros
,t atin1ir #0^ do capital social
ara os 4ins elencados no art. #<05
Determinadas reser$as li$res %;1ios, $1' est6o su:eitas ao re1ime da reser$a le1al
supra, na sua totalidade %art. #<-5-#': apenas nos limites de #0^ do capital social e apenas se
essa parcela n6o esti$er :; co7erta pela reser$a le1al.
e9emplo:
A. A Sociedade H, Lda., foi constitu$da com o capital social de I J7.777. Nm ano mais
tarde, perante os lucros do e*erc$cio obtidos, os scios deliberam distribuir integralmente
essa uantia entre eles.
9. 2 se os scios deliberarem no distribuir uaisuer lucrosQ
J. -odero ser distribu$dos lucros durante o e*erc$cioQ
).
A distribui'!o dos lucros te <ue ter sido ob7ecto de delibera'!o dos
s>cios 8art. .):?); na assebleia?#eral anual3 proposta pela adinistra'!o
8art. 94:?);3 <uanto a reserAas liAres ou "acultatiAas.
Esta re#ra deAe obserAar liites* <uanto C distribui'!o de bens 8art. .-:; e
<uanto a lucros e reserAas n!o distribuKAeis 8no caso3 art. ..:;.
As reserAas n!o distribuKAeis pode ser le#ais 8art. -)R:3 <uanto Cs SP+3
no caso; ou conAencionais`estatut@rias.
No caso3 HouAe ua distribui'!o inte#ral dos lucros3 inA@lida "ace aos arts.
..:?) e -)R:3 <ue reete para o re#ie das SA 8arts. -S4: e -S9:;. A
-3
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delibera'!o =3 por isso3 nula3 nos teros do art. 49:?)d 8conteMdo o"ensiAo
de preceito le#al iperatiAo;3 na edida e <ue os s>cios n!o respeitara
o liite @Iio 8art. -S4:?);. Est@ e causa o princKpio de conserAa'!o
do capital social.
-.
+uanto ao liite Knio de distribui'!o dos lucros 8arts. -)J:?) e -S1:?);3
pode os s>cios deliberar ou acordar3 no contrato3 a distribui'!o de ais
de etade do lucro do eIercKcio <ue se7a distribuKAel3 as nunca Aalor
in"erior a etade desse lucro.
No caso3 os s>cios deliberara n!o distribuir <uais<uer lucros3 pelo <ue
essa delibera'!o = anul@Ael nos teros do art. 4R:?) aZ3 por Aiolar
disposi'Xes le#ais para as <uais n!o se7a coinada a nulidade.
..
P@ lu#ar a distribui'!o antecipada dos lucros nos teros do art. -SJ:3
<uanto Cs SA3 noralente no "inal do eIercKcio. Re<uisitos 8n: );*
adiantaento preAisto no contrato de sociedade3 sob decis!o do conselHo
de adinistra'!o 8e n!o e assebleia?#eral3 art. .):;3 precedida de u
balan'o intercalar e desde <ue as iportYncias a atribuir n!o eIceda
etade das <ue se7a distribuKAeis.
N!o eIiste base le#al correspondente para as SP+3 ne por reiss!o.
RA$L OENT$RA considera tratar?se de ua lacuna <ue pode ser inte#rada
atraA=s da aplica'!o anal>#ica do disposto no art. -SJ: Cs SP+3 respeitados
os re<uisitos supra.
(1* PERDA DE METADE DO CAPITAL SOCIAL. O art. (-5 disp/e so7re a >ip+teses de
perda de metade do capital social das sociedades comerciais:
R": quando resultar das contas que metade do capital social se encontra
perdido, ou >a$endo 4undada raD6o para admiti-lo, de$em os 1estores
con$ocar de imediato a assem7leia-1eral ou de$em os administradores
-<
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requerer prontamente a con$oca.6o da mesma, a 4im de in4ormar os s+cios da
situa.6o, para que estes tomem as medidas :ul1adas con$enientes.
o Incumprimento deste de$er 1era responsa7ilidade ci$il, nos termos do
art. -#(5.
R#: considera-se estar perdida metade do capital social quando o capital
pr+prio da sociedade 4or i1ual ou in4erior a metade do capital social.
R(: do a$iso con$ocat+rio da assem7leia-1eral constar6o os se1uintes assuntos
para deli7era.6o:
o aP Dissolu.6o da sociedade
Qr termo @ sociedade antes que se a1ra$em os peri1os para
terceiros.
o 7P Aedu.6o do capital social para montante n6o in4erior ao capital
pr+prio da sociedade, com respeito do art. <05-"
Corresponder a realidade nominal @ $erdadeira situa.6o
patrimonial.
o cP , realiDa.6o pelos s+cios das entradas para re4or.o da co7ertura do
capital
Ae4or.ar os capitais da sociedade.
, entrada em $i1or da $ers6o ori1in;ria do arti1o 4icou, durante muitos anos,
suspensa. O esquema pre$isto era mais se$ero, impondo praDos apertados para a realiDa.6o
das entradas, pelo que n6o seria imediatamente e9equ=$el e a sua entrada em $i1or
dependeria de diploma ulterior. ara mais, o seu teor transcende a pr+pria #I DirectriD
Comunit;ria.
e9emplo:
A Sociedade A, SA, perante a dif$cil conjuntura do mercado, tem vindo a diminuir
consideravelmente as suas vendas. -erante as contas do e*erc$cio, os administradores
verificaram ue o capital prprio da sociedade era inferior a metade do capital social.
00
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.ue atitude devem tomarQ
Entende?se estar perdido etade do capital social <uando o capital pr>prio
da sociedade = i#ual 8ou in"erior W no caso; a etade do capital social3
se#undo concretiBa o art. .4:?-.
No caso de perda de etade do capital social 8art. .4:?); deAe os
#erentes conAocar de iediato a assebleia?#eral ou deAe os
adinistradores re<uerer prontaente a conAoca'!o da esa. Nessa
assebleia?#eral os s>cios ser!o in"orados da situa'!o e conAidados a
toar as edidas 7ul#adas conAenientes.
PaAendo incupriento deste deAer3 pode HaAer responsabilidade ciAil
nos teros do art. 4-.:.
Se nenHua proposta "or aproAada e sede de assebleia?#eral3 o art. .4:
n!o preAL <ual<uer san'!o3 e sisteaticaente apenas nos deparaos
co ua conse<uLncia "oral3 se#undo o disposto nos arts. )J):?- e 4-R:?
-* pa#aento de ua coia pela oiss!o de en'!o e actos eIternos. O
ontante da coia deAeria3 de iure condendo3 ser ais eleAado.
0"
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A COMPARTICIPA%&O DOS S0CIOS NA OIDA SOCIETURIA
Acordos Parassociais
()* ACORDOS PARASSOCIAIS. , comparticipa.6o dos s+cios na $ida societ;ria o7edece
@ autonomia pri$ada e @ sua li$re iniciati$a, pelo que se processa no quadro da lei, dos
estatutos da sociedade e de acordos cele7rados pelos s+cios, nos quais se insere a cate1oria
de acordos parassociais.
,cordos parassociais s6o con$nios cele7rados por s+cios de uma sociedade %podem
inter$ir terceiros', nessa qualidade, $isando re1ular rela./es societ;rias. Distin1uem-se do
pr+prio pacto social, uma $eD que apenas respeitam a al1uns s+cios, aqueles que os cele7rem,
@ mar1em do contrato de sociedade e sem inter4erir no ente colecti$o. or outro lado,
distin1uem-se de quaisquer outros acordos cele7rados entre os s+cios uma $eD que, no seu
o7:ecto, respeitam a $erdadeiras rela./es societ;rias. )uanto @ 4orma, a re1ra o
consensualismo %art. #"<5 CC'. odem ser cele7rados secretamente, sal$o tratando-se de
sociedades a7ertas, nos termos do C+di1o de Xalores Jo7ili;rios, com e9i18ncias de
transpar8ncia.
O estudo dos mesmos pertinente, uma $eD que atra$s deste tipo de acordos podem
os s+cios de4raudar todas as re1ras societ;rias e os pr+prios estatutos. !stes acordos
traduDem, nos pa=ses latinos, esquemas de controlo de poder ou de ta_e o$er.
S6o 1enericamente admitidos pelo art. "25:
R": Os acordos parassociais cele7rados entre todos ou al1uns s+cios pelos
quais estes, nessa qualidade, se o7ri1uem a uma conduta n6o proi7ida por lei
t8m e4eitos entre os inter$enientes, mas n6o :usti4icam a impu1na.6o de
actos da sociedade ou dos s+cios para com a sociedade.
o De$em o7edecer @s limita./es 1erais constantes do art. #305 CC:
quanto @ $iola.6o da lei, ordem pE7lica e 7ons costumes.
o , sua e4ic;cia meramente o7ri1acional, inter partes %entre os s+cios
inter$enientes': relati$iDa.6o dos acordos. L8m aplica.6o as re1ras do
Direito das O7ri1a./es.
0#
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o ,s partes, quando pretendam atri7uir uma e4ic;cia Ba7solutaC aos
acordos parassociais, esta7elecem pesadas cl;usulas penais, que
podem ser reduDidas equitati$amente pelo tri7unal, nos termos do
art. 3"#5 CC. Outras 1arantias s6o: dep+sito das ac./es em contas de
1arantia %escro` accounts' e cl;usulas de rescis6o, com ou sem pr-
a$iso.
o , e9ecu.6o espec=4ica de acordos parassociais n6o poss=$el %$1 o
tri7unal su7stituir-se-ia aos s+cios emitindo a declara.6o de
$ontadeF$oto em 4alta', 4ace @ es4era de li7erdade que se requer no
e9erc=cio do direito de $oto. , 4a$or da e9ecu.6o espec=4ica dos
acordos parassociais, pronunciou-se MARIA DA ,RA%A TRI,O.
R#: odem respeitar ao e9erc=cio do direito de $oto, mas n6o @ conduta de
inter$enientes ou de outras pessoas no e9erc=cio de 4un./es de administra.6o
ou de 4iscaliDa.6o.
o Lal equi$aleria a altera./es ao pacto social que, nos termos 1erais,
o7edecem a e9i18ncias de escritura e de re1isto, com di$ersas
instHncias de 4iscaliDa.6o. ,dmitir acordos neste Hm7ito equi$aleria a
admitir, a latere, uma or1aniDa.6o di4erente daquela con$encionada
no pacto social, pondo-se em causa a tipicidade societ;ria.
o Om s+cio 1erente pode $incular-se a $otar num ou noutro sentido, na
assem7leia-1eral, mas n6o no Consel>o Fiscal, $1. Se 4or
administrador Enico, o acordo in$;lido.
o MENEZES CORDEIRO prop/e, assim, uma interpreta.6o restriti$a do
preceito, caso a caso.
R(: S6o nulos os acordos pelos quais um s+cio se o7ri1a a $otar:
o aP Se1uindo sempre as instru./es da sociedade ou de um dos seus
+r16os.
BInstru./es da sociedadeC: enquanto um todo.
BOm dos seus +r16osC: ou al1um dos mem7ros desse +r16o.
)uanto @ ratio le1is deste preceito, c4r. in4ra al 7P.
0(
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
o 7P ,pro$ando sempre as propostas 4eitas por estes.
!qui$aleria a uma Bdele1a.6o materialC de $otos nos +r16os
sociais, que seria equipar;$el @ dissocia.6o entre o capital e o
risco: tudo se passaria como se a sociedade deti$esse ac./es
pr+prias e como se a sociedade 4osse s+cio.
oria em causa, uma $eD mais, o princ=pio de tipicidade
societ;ria, e a Bdi$is6o de poderesC dentro da sociedade.
MENEZES CORDEIRO prop/e a interpreta.6o restriti$a das
locu./es BsempreC das al=neas aP e 7P, so7 pena de tirar
alcance pr;tico ao preceito. !ssas locu./es poderiam le$ar-
nos a crer que a proi7i.6o apenas se cin1iria a situa./es com
car;cter de esta7ilidade %RA$L OENT$RA'. Jas >; situa./es
que n6o t8m car;cter de esta7ilidade mas que s6o de imensa
importHncia para a sociedade %$1 situa./es que acontecem
pontualmente', e para as quais o Hm7ito da proi7i.6o de$e
ser estendido, com 7ase num ar1umento de identidade
$alorati$a e teleol+1ica %MENEZES CORDEIRO'. ,
interpreta.6o restriti$a das locu./es BsempreC equi$ale a
alar1ar o Hm7ito da proi7i.6o.
o cP !9ercendo o direito de $oto ou a7stendo-se de o e9ercer em
contrapartida de $anta1ens especiais.
roi7i.6o da c>amada BcompraC de $otos: o s+cio poderia ser
impelido a $otar pela moti$a.6o da contrapartida, e n6o pela
deli7era.6o em si.
Aatio le1is do preceito: 4aDer corresponder o risco @ deten.6o
do capital.
BXanta1ens especiaisC s6o, para RA$L OENT$RA, $anta1ens
e9tra-sociais, sem qualquer cone96o com a $ida social %e n6o
$anta1ens de $oto ou de nomea.6o'.
0*
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Doutrinariamente, as classi4ica./es distin1uem:
,cordos relati$os ao re1ime das participa./es sociais:
o roi7i./es de aliena.6o
o Direitos de pre4er8ncia
o Direitos de op.6o, na compra e $enda
o Su7scri.6o de aumentos de capital
,cordos relati$os ao e9erc=cio do direito de $oto:
o Determina.6o do sentido do $oto
o Concerta.6o 4utura
o Aeuni6o em separado, antes de qualquer assem7leia-1eral
,cordos relati$os @ or1aniDa.6o da sociedade:
o lano para a empresa
o Aeparti.6o dos +r16os societ;rios %indica./es e nomea./es'
o O7ri1a.6o de in$estimento do capital
o Con4ronta.6o com concorrente
o ,uditorias internas e e9ternas
,s classi4ica./es n6o s6o r=1idas uma $eD que, ao a7ri1o da autonomia pri$ada, podem
as partes cele7rar acordos parassociais mistos.
Sur1em por $eDes acordos parassociais que prota1oniDam $erdadeiros des$ios ao art.
"25:
Incluem cl;usulas que nada t8m a $er com a sociedade em causa
Su7scritos pela pr+pria sociedade
)uanto @ inter$en.6o de n6o-s+cios neste tipo de acordos, essa inter$en.6o n6o p/e
em causa a $alidade do acordo, uma $eD que poss=$el a aplica.6o anal+1ica do disposto no
art. "25 a estas situa./es, caso a caso. Lratando-se de um potencial s+cio da sociedade, $1,
>; identidade $alorati$a entre os dois casos e :usti4ica-se a aplica.6o anal+1ica.
0-
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
e9emplo:
A. A, = e 4 constitu$ram uma S-. com um capital social de I ;7.777, em ue)
A e = detinham I A7.777 cada.
4 detinha I 67.777.
(a data do contrato de sociedade celebraram verbalmente um acordo nos termos do
ual A e = votariam, nas assembleias'gerais, sempre de acordo com as instru&es de 4.
9. = zanga'se com 4 e vota diferentemente. .ue pode fazer 4Q
J. 2 se as trBs tivessem combinado ue, para aprovar assuntos estrat#gicos da
sociedade 5oramento, plano de negcios, nomeao dos membros da gerBncia:, as
delibera&es s pudessem ser tomadas por unanimidadeQ
6. (o acordo fica estabelecido ue = indica os gerentes, mas ue estes devem votar
de acordo com a vontade de A, no seio da administrao.
).
Estaos perante u acordo parassocial3 celebrado Aerbalente 8liberdade
de "ora ? art. -)S: CC;3 e con"ore co o disposto no art. -RG: CC.
Nada nos = dito <uanto a C ser u ebro de u >r#!o da SP+ ou
adinistrador Mnico da esa sociedade. O acordo n!o =3 literalente3
nulo3 na edida e <ue 8art. )J:?.;*
o aZ N!o se trata de A e / se#uire sepre as instru'Xes da
sociedade 8en<uanto u todo; ou de u dos seus >r#!os 8ou
ebro dos seus >r#!os;.
o bZ N!o se aplica.
o cZ N!o est@ e causa.
Nada obsta C Aalidade do acordo.
-.
00
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Os acordos parassociais tL e"ic@cia eraente obri#acional3 inter partes3
pelo <ue a delibera'!o pelo eIercKcio do Aoto di"erenteente do acordado
= inatac@Ael* o incupriento do acordo n!o 7usti"ica a ipu#na'!o de
actos dos s>cios para co a sociedade 8art. )J:?);.
C n!o te direito C eIecu'!o especK"ica3 ua AeB <ue o tribunal n!o se
pode substituir aos s>cios na eiss!o do Aoto e da declara'!o de Aontade
e causa. O incupriento do acordo parassocial = inoponKAel C
sociedade.
Se C n!o estabeleceu cl@usulas penais 8art. R)-: CC; ne outras #arantias3
e caso de incupriento3 H@ apenas responsabilidade obri#acional de /3
nos teros dos arts. JSR: ss CC3 desde <ue Aeri"icados os pressupostos da
responsabilidade ciAil 8cu7a proAa =3 na pr@tica3 de di"Kcil deonstra'!o;.
..
Trata?se de u acordo parassocial relatiAo C or#aniBa'!o da sociedade co
concerta'!o "utura por unaniidade3 prote#endo?se os s>cios inorit@rios.
T A@lido3 nos teros do art. )J:3 e "ace C liberdade contratual de <ue
dispXe os s>cios 8art. 1G4: CC;.
1.
+uanto ao acordo parassocial de indica'!o e noea'!o dos #erentes b
eIercKcio do Aoto de acordo co a Aontade de u dos s>cios3 no seio da
adinistra'!o3 cupre estabelecer a se#uinte diAis!o*
o Indica'!o e noea'!o dos #erentes* os #erentes pode ser eleitos
posteriorente ao contrato de sociedade por delibera'!o dos
s>cios3 nas SP+3 nos teros do art. -4-:?-. Trata?se de u acordo
parassocial relatiAo C or#aniBa'!o da sociedade e C reparti'!o dos
>r#!os societ@rios. Esta parte do acordo = A@lida3 ua AeB <ue
nada te a Aer co a conduta de s>cios no eIercKcio de "un'Xes de
adinistra'!o ou de "iscaliBa'!o 8art. )J:?-; W n!o se reporta C
conduta do #erente da SP+.
02
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
o EIercKcio do Aoto de acordo co a Aontade de u dos s>cios3 no
seio da adinistra'!o* acordo parassocial <ue respeita C conduta
de pessoas no eIercKcio de "un'Xes de adinistra'!o ou de
"iscaliBa'!o3 proibido pelo art. )J:?-3 -V parte.
Direito C In"ora'!o
()* DIREITO 5 INFORMA%&O. O direito @ in4orma.6o encontra-se 1enericamente
pre$isto no art. #"5-" cP: todo o s+cio tem direito a o7ter in4orma./es so7re a $ida da
sociedade, nos termos da lei %do Direito, no seu todo' e do contrato.
)uanto ao acesso, a in4orma.6o pode ser:
E7lica: disponi7iliDada a todos os interessados, s+cios ou n6o-s+cios %$1
re1isto comercial e pu7lica./es o7ri1at+rias ? art. "025'.
Aeser$ada: assiste aos s+cios %art. #"5-"cP e #335-"'.
)uali4icada: assiste apenas aos s+cios que deten>am posi./es consider;$eis
no capital da sociedade %art. #"*5 e #<"5 - so7 pena de anula7ilidade da
deli7era.6o, art. #<"5-('.
Secreta: n6o pode ser disponi7iliDada aos s+cios, :; que se trata de
in4orma.6o su:eita a si1ilo pro4issional %art. #<"5-*aP, 7P e c'.
S6o anul;$eis as deli7era./es que n6o ten>am sido precedidas do 4ornecimento ao
s+cio de elementos m=nimos de in4orma.6o: as men./es e9i1idas pelo art. (225-3 %a$iso
con$ocat+rio de assem7leia-1eral' e a coloca.6o de documentos para e9ame dos s+cios no
local e durante o tempo prescritos pela lei ou pelo contrato ? art. -35-"cP e n5 * aP e 7P.
Face ao teor dos arts. #335 %in4orma.6o intercalar' e #3<5 %in4orma.6o preparat+ria da
assem7leia-1eral', questionou-se se a enumera.6o le1al seria ta9ati$a ou n6o. No:e
considera-se assente: os elementos indicados pela lei como o7:ecto de in4orma.6o s6o
ta9ati$os.
Constituem limites @ in4orma.6o quali4icada nas S) %art. #"*5 - B1est6o quali4icadaC'
os que ad$en>am do pr+prio contrato ou, prop/e MENEZES CORDEIRO, da aplica.6o anal+1ica
dos arts. #<05-# e #<"5-* %o Eltimo a interpretar restriti$amente'. &o caso das S, %Bassuntos
03
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
sociaisC', e9i1e-se uma participa.6o de "0^ do capital social, para a qual se admitem
a1rupamentos de s+cios %art. #<"5'.
&as sociedades de capitais, poder-se-ia considerar que a in4orma.6o aos s+cios seria
dispens;$el, uma $eD que a 1est6o de$eria ser entre1ue a especialistas. Loda$ia, a in4orma.6o
aos s+cios opera:
Como pressuposto do $oto em assem7leia-1eral
Como meio de le1itima.6o dos in$estimentos e do mercado
Como 4orma de 4iscaliDa.6o da administra.6o
Como tutela das minorias
,inda assim, o Hm7ito do direito de in4orma.6o menor nas S, do que nas S&C %mais
amplo', sendo intermdio no caso das S).
Conclui-se: o direito @ in4orma.6o irrenunci;$el e inderro1;$el %art. 30<5 CC',
inserindo-se na realidade patrimonial das participa./es societ;rias.
e9emplo:
A, =, 4, > e 2 constitu$ram uma SA, cujo objecto social era a comercializao de
tecidos, com o capital social de I O.777. (o contrato de sociedade, = # designado
administrador ,nico. > e 2 desconfiam da actuao de = como administrador e pedem'lhe
ue preste informa&es sobre a mesma. =, passados 97 dias, ainda no respondeu.
O direito C in"ora'!o encontra?se preAisto e teros #en=ricos no art.
-):?)cZ e3 <uanto Cs SA3 nos arts. -RR: ss W preAisto e teros ais
restritiAos.
Perite u controlo dos s>cios sobre os adinistradores3 "ace ao
distanciaento entre coitente e coiss@rio.
No caso3 encontrao?nos perante o eIercKcio do direito Knio C
in"ora'!o3 nas SA* <ual<uer accionista <ue possua ac'Xes
0<
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
correspondentes a3 pelo enos3 )_ do capital social 8a#rupando?se a
outros s>cios3 para o e"eito; pode consultar3 desde <ue ale#ue otiAo
7usti"icado3 relat>rios3 conAocat>rias e ontantes #lobais 8art. -RR:?)3
taIatiAaente;.
Para ais3 os s>cios pode aAeri#uar responsabilidades de ebros do
conselHo de adinistra'!o 8no caso;3 nos teros do direito colectiAo C
in"ora'!o 8art. -S):?-;3 se caber recusa desses ebros. No caso3 n!o
H@ ua recusa3 as si a in=rcia do adinistrador Mnico3 <ue nada "aB*
para obstar a estas situa'Xes3 o le#islador "icciona ua recusa de
in"ora'!o no n: 43 AolAidos )4 dias e Aalendo coo tal 8"i#ura seelHante
ao inde"eriento t@cito;.
Pode ser re<uerido u in<u=rito 7udicial3 nos teros do art. -S-: e )1JS:
ss CPC3 perante o <ual o 7uiB 8art. -S-:?- aZ3 bZ e c;*
o Pode deterinar <ue a in"ora'!o se7a prestada
o Pode destituir o adinistrador3 noeando outro e seu lu#ar
o Pode ordenar a dissolu'!o da sociedade 8arts. )1): ss;
Delibera'Xes Sociais
()* DELI/ERA%2ES SOCIAIS. , deli7era.6o , para o Direito, a decis6o de um +r16o
colecti$o, so7re uma proposta, na qual cada participante nesse +r16o tem um %ou mais'
$otos. O $oto , neste sentido, a recusa ou aceita.6o de uma proposta de deli7era.6o.
, $ontade um 4en+meno psicol+1ico puramente >umano e indi$idual: ainda assim, a
deli7era.6o sur1e assimilada a uma $ontade colecti$a, mediante esquemas a7stractos que
4iccionam essa mesma $ontade.
,s deli7era./es dos s+cios encontram-se re1uladas nos arts. -(5 a 0(5, para alem dos
preceitos espec=4icos de cada tipo social:
S&C: arts. "3<5 ss
S): arts. #*05 ss
S,: arts. (2(5 ss
20
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
S!C: arts. *2#5 ss
Se1undo o disposto no art. -(5-", os +r16os sociais est6o su:eitos ao princ=pio da
tipicidade, uma $eD que os s+cios n6o podem Bdeli7erarC 4oram dos 4i1urinos or1Hnicos
pre$istos para cada tipo de sociedade.
)uanto @ 4orma, no sentido tcnico-:ur=dico a que nos >a7itu;mos, pre$alece a
li7erdade de 4orma %art. #"<5 CC': os s+cios podem deli7erar como 7em entenderem %de
7ra.o le$antado, de p, por escrito, etc.'.
!9istem dois 1randes tipos de procedimento de deli7era.6o:
Deli7era.6o em assem7leia: actualmente, inclui mesmo telecon4er8ncia, uma
$eD que n6o >;, entre as di$ersas mani4esta./es de $ontade, um lapso de
tempo :uridicamente rele$ante %MENEZES CORDEIRO'.
o Con$ocat+ria ca7al: diri1ida a todas as pessoas que ten>am o direito
de participar na assem7leia
Indica.6o do local, >ora e ordem de tra7al>os
,ssinada pela pessoa com compet8ncia para a con$oca.6o
S,: pu7lica.6o o7ri1at+ria da con$ocat+ria %arts. "025-" e
(225-#'.
o Aeuni6o em assem7leia: presid8ncia, secretariado, $eri4ica.6o de
presen.as e acta %art. 0(5'
o De7ate
o Xota.6o: escrut=nio e proclama.6o do resultado
&ormalmente, por maioria do capital representado
!$entualmente: maioria quali4icada ou at unanimidade
Xoto: real e n6o pessoal ? depende do capital detido ou
representado por cada $otante.
o !la7ora.6o da acta: proclama.6o do resultado %art. 0(5'
Deli7era.6o por escrito %art. -*5':
o Desde de >a:a apro$a.6o por unanimidade %n5"'.
2"
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
o Os s+cios prescindem da troca de opini/es e de ar1umentos e da
o7ten.6o de no$as in4orma./es para emitirem as respecti$as
declara./es de $ontade em separado, com a ocorr8ncia de lapsos de
tempo rele$antes entre elas.
o MENEZES CORDEIRO prop/e um entendimento lato de Bpor escritoC:
inclui 1ra$a.6o ou $=deo, mas n6o Breuni6oC, ainda que $irtual %$1
telecon4er8ncia, c4r. supra'.
Deli7era.6o em assem7leias uni$ersais totalit;rias: art. -*5
o ,ssem7leias-1erais que reEnam sem o7ser$Hncia de 4ormalidades
pr$ias, desde que %n5"':
Lodos este:am presentes
Lodos mani4estem a $ontade de que a assem7leia se constitua
e deli7ere so7re determinado assunto
o Dispensa-se todo o esquema de con$ocat+ria supra: n6o tendo
qualquer ordem do dia, s+ pode deli7erar so7re assuntos que todos os
s+cios ten>am concordado pQr @ aprecia.6o do colecti$o societ;rio.
!stas 4ormas de deli7era.6o s6o comuns a todos os tipos societ;rios.
e9emplo:
Sem ualuer convocao, encontram'se todos os scios na sede social.
Se ani"estare Aontade de constituir ua assebleia3 apesar da "alta do
acto "oral de conAoca'!o e causa3 poder!o deliberar nos teros do art.
41:?) 8assebleia uniAersal ou totalit@ria3 e <ue todos ani"esta a
Aontade de <ue a assebleia se constitua e delibere;.
Se na assebleia3 apesar de n!o conAocada 8art. 49:?-3 por
incopetLncia3 A#;3 estiAesse estado presentes ou representados todos
2#
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
os s>cios* n!o H@ <ual<uer AKcio3 ne nulidade do art. 49:?)aZ 8ser@ ua
era irre#ularidade;. Distin#ue?se da assebleia uniAersal ou totalit@ria3
ua AeB <ue3 a<ui3 n!o H@ <ual<uer inten'!o de <ue a esa se constitua
e delibere.
e9emplo:
A, = e 4 constitu$ram uma S-. com o capital social de I ;7.777, na ual detBm
uotas, respectivamente, no valor de IJ7.777, IA7.777 e I97.777, realizadas integralmente
no momento da escritura p,blica. (os termos do contrato de sociedade, = detinha um direito
de voto superior ao de A e 4) 9 votos por cada cBntimo do valor nominal da sua uota.
A gerBncia seria atribu$da a um dos scios por per$odos de trBs anos) 4 foi designado
gerente para 977OT977D.
O direito de Aoto encontra?se #enericaente preAisto no art. -):?) bZ*
direito C participa'!o nas delibera'Xes. Distribui?se da se#uinte "ora*
SP+* u Aoto por cada cLntio do Aalor noinal da <uota 8art. -4G:?);*
princKpio capitalKstico. / det= u direito especial ao Aoto 8- Aotos por
cada cLntio do Aalor noinal da <uota; W possKAel nos casos e <ue os
dois Aotos por cada cLntio n!o corresponda a ais de -G_ do capital
social 8art. -4G:?-;. A <uota de / = de ^ )G.GGG3 )`9 do capital social 8^
9G.GGG;. Se )`4 c -G_3 )`9 = in"erior a -G_3 pelo <ue o direito especial "oi
atribuKdo e con"oridade co a lei.
SA* a cada ac'!o corresponde u Aoto 8art. .R1:?);.
A transissibilidade dos direitos especiais nas SP+ encontra?se preAista no
art. -1:?..
2(
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
(-* ACTA. , acta o documento de onde consta o relato pormenoriDado do decurso
de uma reuni6o.
o O seu conteEdo m=nimo encontra-se re1ulado no art. 0(5-#.
o &o interesse dos participantes da deli7era.6o, de$e-se 4i9ar em documento
o4icial o que se discutiu e, so7retudo, o que se decidiu: a partir da=, s+ o que
constar da acta que $ale para e4eitos de pro$a.
o Lutela-se os terceiros, que podem ter um interesse le1=timo em con>ecer o
que 4oi deli7erado.
o &6o >a$endo acta, a deli7era.6o est; incompleta %4alta-l>e 4ormalidade
essencial, ad pro7ationem', uma $eD que carece de 4ormaliDa.6o e de
e9terioriDa.6o. , deli7era.6o ser;, assim, ine4icaD stricto sensu.
(.* DELI/ERA%2ES INEFICAZES LATO SENS$. Com recurso ao esquema de MENEZES
CORDEIRO :; apresentado supra, estudaremos as deli7era./es ine4icaDes lato sensu: in$;lidas
e ine4icaDes stricto sensu.
!is o quadro de consequ8ncias dos $=cios das deli7era./es:
Deli7era./es aparentes: rele$am para as re1ras re1istais da tutela da
apar8ncia
Deli7era./es ine4icaDes lato sensu:
o Deli7era./es nulas %art. -05': t8m um $=cio em si, que as a4ecta
o Deli7era./es anul;$eis %art. -35': con4erem, a certos interessados, o
direito potestati$o de as impu1nar
o Deli7era./es ine4icaDes stricto sensu %art. --5 e 0(5': n6o produDem
e4eitos at certa e$entualidade
&ulidade %art. -05 - 4ormais e su7st.'
In$alidade In$alidades mistas %art. -05-"aP e 7P ('
,nula7ilidade %art. -35'
Ine4ic;cia lato sensu
das deli7era./es
2*
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Ine4ic;cia stricto sensu %art. --5, #*5 e 0(5'
(1* DELI/ERA%2ES INEFICAZES STRICTO SENS$. ,s deli7era./es ine4icaDes em
sentido estrito s6o aquelas que, por raD/es e9tr=nsecas, n6o produDem e4eitos ou, pelo
menos, todos os e4eitos que se destinariam a produDir.
, deli7era.6o tomada so7re assunto para a qual a lei e9i1e :; o consentimento de
determinado s+cio, ine4icaD para todos os s+cios enquanto o interessado n6o der o seu
acordo, e9pressa ou tacitamente %art. --5' ? recorde-se o disposto no art. #*5, a respeito dos
direitos especiais dos s+cios.
Outro e9emplo de ine4ic;cia em sentido estrito das deli7era./es, :; re4erido %supra
K#', o da deli7era.6o n6o reduDida a acta %art. 0(5'. O mesmo se di1a das deli7era./es
su:eitas a re1isto comercial.
(4* DELI/ERA%2ES N$LAS. Oma $eD que a re1ra, no campo do Direito das Sociedades
Comerciais, a da anula7ilidade %art. -35-" a', esta de aplica.6o residual, para os casos em
que a lei n6o determine a nulidade como $=cio da deli7era.6o. &estes termos, os casos de
nulidade s6o ta9ati$os, ainda que a7ran:am situa./es de 1rande amplitude e de importante
aplica.6o pr;tica.
O $=cio de uma deli7era.6o nula pode resultar de:
X=cios 4ormais, de processo ou de procedimento %art. -05-" aP e 7': a
deli7era.6o , em si, poss=$el, em7ora n6o ten>a sido respeitado o
processoFprocedimento %c4r. supra K"' pre$isto para a sua emiss6o.
o &6o con$oca.6o de assem7leia-1eral %sal$o se ti$erem estado
presentes todos os s+cios' ? al=nea aP.
! se, apesar de o s+cio n6o ter sido con$ocado, estar se1uro e
con4irmado que a sua presen.a n6o alteraria o sentido da
deli7era.6oZ ? )uest6o irrele$ante. , deli7era.6o , ainda
2-
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
assim, nula, uma $eD que respeita um ritual le1itimador: a
con$oca.6o.
San;$el nos termos do n5 ( ? in$alidade mista.
ode ser reno$ada %art. 0#5-"'.
o Deli7era./es tomadas por $oto escrito sem que todos os s+cios com
direito de $oto ten>am sido con$ocados a e9erc8-lo %sal$o se todos
eles ten>am dado por escrito o seu $oto' ? al=nea 7P.
San;$el nos termos do n5( ? in$alidade mista.
ode ser reno$ada %art. 0#5-"'.
X=cios su7stanciais ou de conteEdo %art. -05-cP e d': o procedimento prescrito
4oi se1uido, mas a pr+pria deli7era.6o de4ronta a lei ou os estatutos.
o Deli7era./es cu:o conteEdo n6o este:a, por natureDa, su:eito a
deli7era./es dos s+cios ? al=nea cP.
Insan;$el: a deli7era.6o de$e ser repetida, para que se
e9pur1ue o $=cio de conteEdo.
(ota) v%rias foram as teorias ue tentaram e*plicar a ratio legis deste preceito)
Eeoria da incompetBncia) a al$nea cU invalidaria actos estranhos "
competBncia da assembleia'geral 5LOBO XAVIER, CARNEIRO DA FRADA e
RAUL VENTURA:.
o 4r$ticas) PINTO FURTADO entendeu ue a mera inobservCncia de
regras internas de competBncia no poderia ser to grave ue
justificasse a nulidade. MENEZES CORDEIRO reconduz os v$cios de
incompetBncia " cl%usula geral de anulabilidade 5art. O?8'Aa:, uma
vez ue os terceiros no conhecem nem tBm ue conhecer a diviso
interna das competBncias de uma sociedade. A incompetBncia # um
problema puramente interno. (o pode ser reconduzida " al$nea dU
na medida em ue no respeita ao conte,do da deliberao, mas sim
a uma uesto de facto, a diviso de competBncias.
20
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Eeoria da impossibilidade) a al$nea cU consideraria nulas as delibera&es
fisicamente imposs$veisV as delibera&es legalmente imposs$veis cairiam na
al$nea dU 5PINTO FURTADO:.
o 4r$ticas) teoria ue reconstruiu o art. 9?78 44 F porue haveria o
legislador de A@?; 54S4: contrariar o legislador de A@;; 544:,
abandonando conceitos consagrados e definindo novas frmulasQ
4indiu as impossibilidades f$sica e legal e rema contra a actual
corrente civil) a possibilidade dei*ou de ser reuisito de validade da
obrigao, com a reforma do =G= de 9779.
MENEZES CORDEIRO) delibera&es ue, pelo seu teor, no caibam na
capacidade da pessoa colectiva 5teoria da capacidade:. 2scassa importCncia
deste v$cio, face " perda de alcance dogm%tico do princ$pio da especialidade,
e pouco alcance pr%tico do mesmo. -ara outros autores, a incapacidade
reconduz'se " al$nea dU 5LOBO XAVIER:.
o Deli7era./es cu:o conteEdo se:a o4ensi$o dos 7ons costumes ou de
preceitos le1ais inderro1;$eis, nem sequer por $ontade unHnime dos
s+cios ? al=nea dP.
Insan;$el: a deli7era.6o de$e ser repetida, para que se
e9pur1ue o $=cio de conteEdo.
\ons costumes: re1ras de conduta 4amiliar e se9ual e c+di1os
deontol+1icos pr+prios de certos sectores ? deli7era./es que
assumam conteEdo se9ual ou que atentem contra
deontolo1ias pro4issionais.
receitos le1ais inderro1;$eis: deli7era./es contr;rias a
normas le1ais imperati$as. Oma norma le1al ser; imperati$a
quando:
Inte1re a ordem pE7lica %$ectores constituintes do
sistema' ? art. #005-", $1.
ConcretiDe princ=pios in:unti$os %ci$is ou societ;rios'
22
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Institua ou de4enda posi./es de terceiros
Consequ8ncias da nulidade:
In$oc;$el a todo o tempo
or qualquer interessado %art. #305 CC'
De$e ser dada a con>ecer aos s+cios pelo +r16o de 4iscaliDa.6o, em
assem7leia-1eral %art. -25-"'
(9* DELI/ERA%2ES AN$LUOEIS. , cl;usula 1eral da in$alidade das deli7era./es sociais
consta do art. -35-"aP: >a$endo $iola.6o da lei ou do contrato de sociedade, quando n6o
cai7a nulidade, as deli7era./es em 4alta s6o anul;$eis.
Xiola./es da lei %do Direito, em termos amplos' e do contrato para as quais
n6o este:a pre$ista a nulidade %al=nea a': este preceito mo$e-se entre dois
$alores em permanente contradita ? a :usti.a %4aDer $aler as posi./es dos
s+cios $=timas de ile1alidades' e a se1uran.a :ur=dica %restri.6o das
in$alidades das deli7era./es'.
o Lratando-se de $=cios de 4orma ou de omiss6o de 4ormalidades, >a$er;
que procurar preenc>er o disposto no art. -05 %nulidade': todas as
>ip+teses que n6o este:am pre$istas nessa norma, 1eram
anula7ilidade.
(ota) em termos pr%ticos devemos primeiro procurar preencher todas as al$neas do
art. O;8, e s depois recorrer ao art. O?8.
o Xiola./es do contrato: normas supleti$as. ,o contratar, as partes
assentaram na aplica7ilidade dos estatutos, pelo que se compreende
que n6o possam ser surpreendidas com deli7era./es maiorit;rias que
equi$al>am a altera./es do contrato. )uando a norma possa ser
a4astada pela unanimidade dos s+cios %art. -05-"dP, #I parte', >;
supleti$idade %art. <5-(', pelo que a deli7era.6o ser;
impu1n;$elFanul;$el e n6o nula. )uando essa $iola.6o dos estatutos
se:a decidida por unanimidade, nen>um dos s+cios a poder;
23
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
impu1nar, de$endo entender-se que o +r16o de 4iscaliDa.6o tam7m
n6o o pode 4aDer %entendimento restriti$o de MENEZES CORDEIRO, ao
contr;rio do disposto no art. -<5-"'. De$er; entender-se que os
estatutos 4oram modi4icados, de modo in4ormal, pela unanimidade
dos s+cios.
(ota) simples viola&es de acordos parassociais no so causas de anulabilidade, uma
vez ue a sua efic%cia # meramente obrigacional 5cfr. supra:.
Xanta1ens especiais e $otos a7usi$os %al=nea 7': s6o anul;$eis as deli7era./es
que satis4a.am o prop+sito de um dos s+cios conse1uir $anta1ens especiais
para si ou para terceiro, em pre:u=Do da sociedade ou de outros s+cios %a
menos que se pro$e que as deli7era./es seriam tomadas mesmo sem os $otos
a7usi$os'.
o Nistoricamente, este preceito pretendia co7rir as >ip+teses de
in$alidade en1endradas por elementos e9teriores @ pr+pria
deli7era.6o.
o Xotos a7usi$os: aqueles que, o7:ecti$a e su7:ecti$amente, acarretem
$anta1ens especiais para o pr+prio, em detrimento da sociedade ou
de terceiros ou que ten>am natureDa emulati$a, $isando pre:udicar a
sociedade ou outros s+cios.
o Xanta1ens especiais: $anta1ens que assistam particularmente a um
s+cio ou a terceiros, e n6o a todos os s+cios ou a uma 1eneralidade de
terceiros.
o ,cto emulati$o: aquele que $isa pro$ocar danos 1ratuitos a outrem.
o MENEZES CORDEIRO: poder-se-ia reconduDir esta al=nea ao a7uso de
direito %e9erc=cio inadmiss=$el de posi./es :ur=dicas contr;rias @ 7oa
4', uma $eD que os $otos a7usi$os, na $ertente B$anta1ens especiaisC
traduDem uma actua.6o 4ora da permiss6o :ur=dica em :o1o. Loda$ia,
o autor entende n6o se tratar de um $erdadeiro a7uso do direito mas
sim de 4alta de direito. Os $otos emulati$os ser6o a7usi$os, na $ers6o
2<
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Bdesequil=7rio no e9erc=cioC %$1 c>amin de Colmar'. Certos $otos n6o
podem, en4im, prosse1uir 4inalidades Be9tra-societ;riasC. ,s
deli7era./es $erdadeiramente a7usi$as %que incorram em a7uso do
direito, nos termos 1erais', contr;rias @ 7oa 4, de$em ser
reconduDidas @ cl;usula 1eral da al=nea aP.
Deli7era./es que n6o ten>am sido precedidas do 4ornecimento de elementos
m=nimos de in4orma.6o ao s+cio %al=nea c': os Belementos m=nimos de
in4orma.6oC s6o concretiDados pelo n5 * %men./es que de$em constar do
a$iso con$ocat+rio de assem7leias em S,, e aplic;$el @s S) ? art. (225-3 e
#*35-"M e a coloca.6o de documentos para e9ame dos s+cios no local e
durante o tempo prescritos pela lei ou pelo contrato'.
o Face @ necessidade de uni4ica.6o sistem;tica da matria, MENEZES
CORDEIRO prop/e que outras situa./es de ino7ser$Hncia do direito @
in4orma.6o %c4r. supra' que n6o se enquadrem nesta al=nea, de$am,
ainda assim, ser reconduDidas @ mesma, e n6o @ cl;usula 1eral da
al=nea aP.
Disposi./es so7re a ac.6o de anula.6o %art. -<5':
, le1itimidade para a ac.6o de anula.6o con4erida ao +r16o de 4iscaliDa.6o
ou a qualquer s+cio que n6o ten>a $otado no sentido que 4eD $encimento
nem, posteriormente, ten>a apro$ado a deli7era.6o, e9pressa ou tacitamente
%n5 "'.
o MENEZES CORDEIRO prop/e a interpreta.6o restriti$a do preceito: se
todos os s+cios apro$arem uma deli7era.6o anul;$el ou se o s+cio
pre:udicado $ier con4irm;-la, o +r16o de 4iscaliDa.6o n6o pode
impu1n;-la. , actua.6o do +r16o de 4iscaliDa.6o s+ se :usti4ica quando
a deli7era.6o n6o ten>a sido inte1ralmente adoptada ou con4irmada.
o , inter$en.6o de qualquer s+cio, desde que n6o ten>a $otado no
sentido que 4eD $encimento nem, posteriormente, ten>a apro$ado a
30
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
deli7era.6o, e9pressa ou tacitamente, sur1e pre$enindo o $enire
contra 4actum proprium.
o Na$endo $oto secreto %n5 0', considera-se que n6o $otaram no sentido
que 4eD $encimento apenas aqueles s+cios que, na pr+pria assem7leia
ou perante not;rio, nos cinco dias se1uintes @ assem7leia, ten>am
4eito consi1nar que $otaram contra a deli7era.6o tomada. &este caso,
a deli7era.6o tornar-se-; inimpu1n;$el, uma $eD que n6o 4oi, por
al1um s+cio, o7ser$ado o procedimento supra.
raDo: (0 dias, contados nos termos do n5 #
o Deli7era.6o em assem7leia: a data em que 4oi encerrada a
assem7leia-1eral.
o Deli7era.6o por $oto escrito: do (5 dia su7sequente @ data do en$io
da acta.
o Deli7era.6o que incida so7re assunto que n6o consta$a da
con$ocat+ria: da data em que o s+cio ten>a tido con>ecimento da
deli7era.6o.
o O 4acto de ser intentado um procedimento cautelar de suspens6o da
deli7era.6o social n6o impede este decurso do praDo.
(J* DISPOSI%2ES COM$NS 5 N$LIDADE E 5 AN$LA/ILIDADE.
Lanto a ac.6o de nulidade como a ac.6o de anula.6o de$em ser propostas contra a
sociedade %art. 005-"': qualquer sociedade corre o risco de ser demandada por deli7era./es
dos seus pr+prios s+cios. or interpreta.6o e9tensi$a ou por aplica.6o anal+1ica do preceito,
o mesmo se di1a 4ace @s ac./es de ine4ic;cia ou de ine9ist8ncia da deli7era.6o %em7ora a
Eltima n6o de$a ser considerada um $=cio aut+nomo, se1undo MENEZES CORDEIRO'.
!m qualquer dos casos, impu1nam-se deli7era./es, no seu todo, e n6o simples
$ota./es, uma $eD que o $oto n6o representa, por si s+, uma posi.6o da sociedade so7re
determinado assunto. &6o tem qualquer rele$Hncia societ;ria quando desinserido do todo que
a deli7era.6o social.
3"
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
)uanto @ e4ic;cia do caso :ul1ado, o art. 0"5-" disp/e que a senten.a que declarar
nula ou anular uma deli7era.6o e4icaD contra e a 4a$or de todos os s+cios e +r16os da
sociedade, mesmo que n6o ten>am sido parte ou que n6o ten>am inter$indo na ac.6o: o caso
:ul1ado n6o opera, por isso, quando a causa de in$alida.6o se:a di$ersa, uma $eD que o
preceito claro quanto a esse sentido. O n5 # $isa tutelar a con4ian.a e a 7oa 4 tica de
terceiro, uma $eD que este tipo de ac./es est6o su:eitas a re1isto comercial %art. <5 eP CAC'.
, reno$a.6o da deli7era.6o in$;lida permite que, perante meras suspeitas de $=cio de
que a deli7era.6o pade.a, a mesma se:a @ partida retomada sem o ponto questionado, como
cautela %art. 0#5'. ode ser reno$ada quando nula por $=cio de procedimento 1ra$e %n5 "5 e
art. -05-" aP e 7' ? n6o se trata de qualquer con$alida.6o, antes ocorrendo uma se1unda e
pr+pria deli7era.6o, que $isa produDir os mesmos e4eitos :ur=dicos da anterior. , contrario
sensu, n6o s6o suscept=$eis de reno$a.6o as deli7era./es que inquinem em $=cio su7stanti$o
%art. -05-" cP e d', uma $eD que a Bno$aC deli7era.6o, $;lida, seria necessariamente
di4erente da anterior.
, anula7ilidade cessar; se os s+cios reno$arem a deli7era.6o anul;$el mediante outra
deli7era.6o, desde que a Bno$aC n6o en4erme do $=cio da precedente %n5 #': n6o se
distin1uem $=cios 4ormais ou $=cios su7stanti$os e a l+1ica a de que uma $erdadeira
reno$a.6o pressup/e que a se1unda deli7era.6o ten>a um conteEdo id8ntico ao da primeira,
sem o $=cio em causa.
e9emplo:
Ms cinco scios da Sociedade X, Lda., encontram'se incidentalmente na sede da
mesma, decidindo, por comum acordo, deliberar sobre determinados assuntos. =, ue votou
contra numa das delibera&es em causa, invoca agora a nulidade da mesma, por falta de
convocao.
Trata?se de ua assebleia?#eral uniAersal ou totalit@ria 8art. 41:?);3 a
<ual s> pode deliberar por unaniidade3 ua AeB <ue todos os s>cios
3#
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
ani"estara Aontade e <ue a esa se constituKsse e deliberasse
8Ddecidindo3 por cou acordo3 deliberarF;. Aplica?se as re#ras #erais
relatiAaente ao "uncionaento da assebleia 8n: -;.
Meso se consider@sseos tratar?se de assebleia n!o conAocada3 nos
teros #erais 8art. 49:?)a;3 a esa seria A@lida3 ua AeB <ue todos os
s>cios estaAa presentes.
N!o tendo HaAido unaniidade3 / n!o pode3 ainda assi3 inAocar a
nulidade por "alta de conAoca'!o3 ua AeB e <ue deu o seu assentiento
e <ue a assebleia?#eral uniAersal deliberasse.
e9emplo:
M gerente da Sociedade W, Lda., no conseguia reunir todos os scios, pelo ue ficou
decidido ue a deliberao seria por escrito) foram enviadas cartas com a proposta de
deliberao a todos os scios menos a >, ue, por isso, no votou.
> concordava inteiramente com a deliberao tomada e, por isso, deu o seu
consentimento " mesma por escrito, em momento posterior.
Estaos perante u eIeplo de delibera'!o por Aoto escrito nua SP+
8delibera'!o essa <ue n!o se encontra preAista no Ybito das SA;3 possKAel
desde <ue Aeri"icados os re<uisitos do art. -1J:. Este tipo de delibera'!o
n!o deAe ser con"undida co a delibera'!o unYnie por Aoto escrito3
preAista no art. 41:.
N!o tendo u dos s>cios sido conAocado3 ainda assi n!o colHe nulidade
nos teros do art. 49:?)b3 ua AeB <ue a esa "oi sanada atraA=s do
assentiento3 por escrito3 de D 8n: .;.
A nulidade n!o poderia ser inAocada e a delibera'!o conAalida?se.
3(
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
e9emplo:
Ms administradores da Sociedade S, SA, cujas ac&es so todas nominativas, enviam
cartas registadas com aviso de recepo a todos os accionistas. 2 no compareceu e considera
ue as delibera&es tomadas so inv%lidas.
Nas SA3 as ac'Xes s!o #eralente ao portador 8an>nias;. +uando todas
se7a noinatiAas 8das <uais conste o noe do s>cio <ue as subscreAe;3 a
conAocat>ria por publica'!o 8art. )9J: e .JJ:?-; pode ser substituKda por
cartas re#istadas 8no caso; ou por correio electr>nico co recibo de
leitura 8art. .JJ:?.;. Esta "ora de counica'!o aos accionistas te <ue
constar do contrato de sociedade3 sob pena de se considerar <ue a
assebleia n!o "ora conAocada. Assi3 se nada estiAer preAisto e se u
s>cio receber ua carta re#istada co aAiso de conAocat>ria3 a esa
n!o produBir@ <ual<uer e"eito3 pelo <ue o s>cio poder@ destruK?la3 #uard@?
la3 n!o coparecendo a nenHu tKtulo.
A conAoca'!o deAe ser "eita pelo presidente da esa da assebleia?#eral
da SA 8n: );3 tendo?se por n!o conAocada a assebleia cu7o aAiso de
conAocat>ria tenHa sido assinado por <ue n!o tenHa essa copetLncia
8art. 49:?-3 e concretiBa'!o do art. 49:?)a;. Teos3 "ace a este
problea3 trLs cen@rios possKAeis*
o A assebleia n!o "oi conAocada3 as todos estiAera presentes*
n!o H@ nulidade3 ne se<uer sana'!o da esa 8art. 49:?) a;.
o A assebleia n!o "oi conAocada3 s> al#uns s>cios estiAera
presentes as os outros dera o seu assentiento por escrito* H@
nulidade3 as san@Ael 8art. 49:?) a Z e n: .;.
o NO CASO ? a assebleia n!o "oi conAocada3 s> al#uns s>cios
estiAera presentes e os outros n!o dera o seu assentiento por
3*
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
escrito* H@ nulidade3 pelo <ue pode HaAer renoAa'!o da
delibera'!o 8art. 49:?) aZ3 n: - e art. 9-:;. Le#itiidade* art. -R9:
CC e iniciatiAa* art. 4J:.
e9emplo:
Ms accionistas A e = pretendem, antes da realizao da assembleia'geral da
Sociedade E, SA, j% convocada, incluir outros assuntos na ordem do dia.
A orde do dia deAe constar do aAiso de conAocat>ria 8art. .JJ:?4 e; e
outros assuntos poder!o ser incluKdos nos teros do art. .JR:3 co
reiss!o para o art. .J4:?-.
Pressupostos* poder!o "aBL?lo se possuKre ac'Xes correspondentes a3
pelo enos3 4_ do capital social. O re<ueriento a apresentar deAe ser
diri#ido por escrito ao presidente de esa e counicado aos accionistas
8arts. .JR:?- e .;. Os s>cios <ue preencHa estes re<uisitos poder!o3 t!o?
s>3 Dre<uererF o aditaento de outros assuntos na orde do dia3 e n!o
enAiar aAisos de conAocat>ria aos restantes s>cios. Se o "iBere3 esses
aAisos n!o produBe <ual<uer e"eito e os s>cios pode destruK?los3
#uard@?los3 n!o coparecendo a nenHu tKtulo.
-odem os accionistas 2 e 3 da Sociedade L, SA, promover a convocao de uma
assembleia'geralQ
Pode Dre<uererF <ue a assebleia se7a conAocada3 se possuKre ac'Xes
correspondentes a3 pelo enos3 4_ do capital social3 as n!o conAoc@?la
3-
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
proprio sensu3 ua AeB <ue a conAocat>ria cabe ao presidente de esa
8art. .J4:?-;.
Se conAocare a assebleia3 proprio sensu3 a esa te?se por n!o
conAocada3 nos teros do art. 49:?-3 por incopetLncia de <ue assinara
o aAiso de conAocat>ria.
e9emplo:
A nomeia = para o representar na assembleia'geral da SA de ue ambos so
accionistas.
A representa'!o de accionistas = possKAel nos teros do art. .RG:?-* basta
u docuento escrito3 co assinatura3 diri#ido ao presidente de esa.
O contrato de sociedade n!o pode proibir a representa'!o de accionistas
8n: );.
Di"erenteente3 nas SP+3 n!o = peritida a representa'!o Aolunt@ria nas
delibera'Xes por Aoto escrito 8art. -1S:;.
e9emplo:
(a assembleia'geral da Sociedade X, Lda., convocada pelo gerente por carta
registada com aviso de recepo dirigida a todos os scios, delibera'se sobre assuntos no
constantes do aviso convocatrio, tendo todos os scios votado por unanimidade aprovar tais
propostas.

5 assebleias?#erais das SP+ 8art. -1R:?); aplica?se o disposto nos arts.
.J.: ss3 <uanto Cs SA. A conAoca'!o pode ser "eita por <ual<uer dos
#erentes3 ediante carta re#istada 8art. -1R:?.;.
30
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Aplica?se o disposto no art. .JJ:?4 e R <uanto ao aAiso de conAocat>ria* se
deliberare sobre assuntos n!o constantes do aAiso conAocat>rio3 a
delibera'!o = anul@Ael nos teros da cl@usula #eral do art. 4R:?) aZ e cZ W
art. .JJ:?R.
A le#itiidade para ar#uir a anulabilidade encontra?se preAista no art. 4S:?
). Se todos os s>cios Aotara no sentido <ue "eB Aenciento3 nenHu
pode ar#uir a anulabilidade3 ne eso o >r#!o de "iscaliBa'!o3 se#undo
o entendiento restritiAo de MENEZES CORDEIRO.
e9emplo:
Ms scios deliberaram retirar a 4 o direito especial aos lucros de ue era titular.
4, ue votou contra, entende ue a deliberao # anul%vel.
O direito especial aos lucros 8art. -1:; n!o pode ser supriido ou
coarctado se o consentiento do seu titular 8C; W n: 4. As delibera'Xes
toadas sobre assuntos para o <ual a lei eIi7a o consentiento de
deterinado s>cio s!o ine"icaBes stricto sensu para todos se o interessado
8C; n!o der o seu acordo3 eIpressa ou tacitaente 8art. 44:;.
Outro eIeplo de ine"ic@cia e sentido estrito = a delibera'!o n!o
reduBida a acta 8art. 9.:;.
e9emplo:
Ms scios da Sociedade S, Lda., ue se dedica " actividade de restaurao, deliberam
abrir uma loja de desporto.
32
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
Supra analis@os os actos <ue Aiolasse esse ob7ecto. A#ora3 cupre
recordar os e"eitos das delibera'Xes <ue o "a'a*
As delibera'Xes toadas pelos s>cios "ora da capacidade da sociedade s!o
anul@Aeis3 se#undo MENEZES CORDEIRO3 nos teros do art. 49:?)cZ 8Ae7a?
se a teoria da incapacidade3 do eso autor W c"r. supra;. Outros autores
tab= sustenta a anulabilidade das delibera'Xes sociais3 ebora o
"a'a co recurso ao disposto no art. 49:?)dZ.
As delibera'Xes toadas pelos s>cios dentro da capacidade3 as "ora do
ob7ecto3 s!o anul@Aeis nos teros da cl@usula #eral do art. 4R:?)aZ3 7@ <ue
se trata de Aiola'!o de disposi'Xes do contrato de sociedade W art. S:dZ.
No caso3 estaos perante ua delibera'!o <ue se encontra dentro da
capacidade da sociedade 8lucro; as "ora do ob7ecto 8actiAidade
desenAolAida; da esa W art. 9:?). Coo tal3 a esa = anul@Ael nos
teros do art. 4R:?)aZ3 relatiAaente a Aiola'Xes do contrato3 na edida
e <ue o ob7ecto est@ de"inido no contrato de sociedade 8art. S:d;.
e9emplo:
A Sociedade W, SA, delibera conceder, gratuitamente, uma fiana a G. Nm dos scios
pretende anular a deliberao, por esta violar a capacidade da sociedade.
A "ian'a = ua #arantia pessoal3 e "oi no caso concedida a tKtulo #ratuito.
Se#undo o art. 9:?.3 considera?se contr@ria ao "i da sociedade a
presta'!o de #arantias reais ou pessoais a dKAidas de outras entidades3
salAo se eIistir D7usti"icado interesse pr>prioF da sociedade #arante ou se
se trata de sociedade e rela'!o de doKnio ou de #rupo 8arts. 1R9: e
1RR:;.
A delibera'!o =3 por isso3 nula3 co base na alKnea cZ do art. 49:?)3
se#uindo a teoria da incapacidade de MENEZES CORDEIRO. O D7usti"icado
33
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
interesse pr>prioF = de"inido pela pr>pria sociedade3 pelo <ue a nora
perde alcance pr@tico. N!o HaAendo 7usti"icado interesse3 a delibera'!o =
nula.
Outros autores reconduBe o problea C nulidade pela alKnea dZ.
A copetLncia para decidir da presta'!o de #arantias cabe ao conselHo de
adinistra'!o 8art. 1G9: "Z e .J.:?.;. A delibera'!o padece de
incopetLncia pelo <ue3 se#undo MENEZES CORDEIRO3 a esa = anul@Ael
8art. 4R:?) a;3 e n!o nula 8art. 49:?)cZ3 teoria da incopetLncia;.
e9emplo:
Ms accionistas da Sociedade X, SA, deliberam no distribuir uaisuer lucros. M scio
A, titular de 7,OK do capital social, pretende impugnar a deliberao, invocando o seu
direito aos lucros.
O direito aos lucros encontra?se #enericaente preAisto no art. -):?)aZ e3
e teros especiais3 nos arts. -S1:?)3 <uanto Cs SA3 e art. -)J:3 <uanto Cs
SP+.
Nua SA3 n!o pode deiIar de ser distribuKda etade dos lucros 8art. -S1:?
);3 apesar de esta disposi'!o poder ser derro#ada pelos s>cios 8pelo <ue a
delibera'!o e causa n!o = nula nos teros da alKnea d;.
e9emplo:
Ms accionistas da Sociedade S, SA, deliberam, por unanimidade, distribuir a
totalidade dos lucros do e*erc$cio, no obstante os preju$zos transitados.
3<
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
A delibera'!o = nula 8alKnea d; por Aiolar a reserAa le#al n!o distribuKAel
<ue consta do art. ..:. Pretende?se salAa#uardar terceiros credores.
e9emplo:
Ms scios de uma SA deliberaram atribuir ao administrador S, irmo de A, accionista
detentor de ?7K do capital social, uma remunerao superior " comum nesse sector, com
voto a favor de A e votos contra de todos os outros scios.
A delibera'!o = anul@Ael por Aotos abusiAos e actos eulatiAos 8art. 4R:?
)b;* = o Aoto <ue = eulatiAo3 e n!o a delibera'!o e si3 ou cairia na
nulidade da alKnea dZ por abuso de direito.
<0
Direito Comercial II: Direito das Sociedades Comerciais - Lara Geraldes @ FDL
SOCIEDADES POR +$OTAS EM ESPECIAL
PRESTA%2ES ACESS0RIAS E PRESTA%2ES S$PLEMENTARES
Presta'Xes Acess>rias
()* O/RI,A%2ES DE PRESTA%2ES ACESS0RIAS. ,s o7ri1a./es de presta./es
acess+rias est6o e9pressamente consa1radas no art. #0<5:
O7ri1a./es constantes do contrato de sociedade, que adstrin1em todos ou
al1uns s+cios a e4ectuar, a 4a$or da S), determinadas presta./es, alm das
entradas.
O contrato que as insira de$e de4inir os elementos essenciais da o7ri1a.6o de
presta.6o acess+ria, 7em como especi4icar se as presta./es de$em ser 4i9adas
onerosa ou 1ratuitamente.
O conteEdo depende da autonomia das partes:
o resta./es pecuni;rias %n5 #' ? $1 BsuprimentoC o7ri1at+rio, c4r. in4ra
o resta./es de dare
o resta./es de 4acere
odem ser:
o InstantHneas
o Duradouras
o anicas
o Fraccionadas
o eri+dicas
o Ae1ulares
(-* RE,IME LE,AL. ,s presta./es acess+rias s6o cl;usulas acidentais 4acultati$as e
t=picas, que se pautam pelo se1uinte re1ime supleti$o:
<"
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,s presta./es acess+rias n6o pecuni;rias s6o intransmiss=$eis %art. #0<5-#':
interdi.6o le1al de cess6o de crditos, art. -225-" CC.
)uando se con$encione a onerosidade das mesmas, a contrapresta.6o pode
ser pa1a independentemente de >a$er lucro no e9erc=cio %n5 ('.
O incumprimento das presta./es acess+rias n6o a4ecta a posi.6o do s+cio
como tal %n5 *'.
,s o7ri1a./es acess+rias e9tin1uem-se com a dissolu.6o da sociedade %n5 -' ?
se su7sistisse, seria uma o7ri1a.6o de natureDa n6o-societ;ria.
Lodas as restantes re1ras s6o supleti$as.
e9emplo:
A. Ms estatutos da Sociedade 3, Lda, determinavam ue o scio A, jurista, ficava
obrigado a prestar servios jur$dicos gratuitos " sociedade, e ue o scio = ficaria obrigado a
encerrar a sociedade de produo de fruta de ue detinha. 4, por seu lado, ficava obrigado a
pagar I O.777 " sociedade, para al#m da sua entrada.
9. 4 no cumpre a sua obrigao.
).
O contrato de sociedade deAe de"inir os eleentos essenciais das
presta'Xes acess>rias.
A* presta'!o acess>ria #ratuita de "acere.
/* presta'!o acess>ria #ratuita de non "acere.
C* presta'!o acess>ria pecuni@ria 8art. -GS:?-;.
-.
O incupriento das presta'Xes acess>rias n!o a"ecta a posi'!o do s>cio
en<uanto tal3 salAo estipula'!o e contr@rio. C n!o pode ser eIcluKdo 8art.
-GS:?1;.
<#
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e9emplo:
(o momento da celebrao do contrato da Sociedade 4, Lda, todos os scios acordam
verbalmente ue a sociedade poderia, mais tarde, deliberar e*igir o pagamento de I O.777 a
cada um deles. M scio X no cumpre.
Trata?se de ua presta'!o acess>ria co acordo parassocial 8art. )J:;. Se
o acordo "or considerado A@lido as n!o "or cuprido3 #era
responsabilidade obri#acional nos teros #erais 8arts. JSR: ss CC;. Se "or
inA@lido e incuprido por u dos s>cios3 n!o produB <uais<uer e"eitos.
Presta'Xes Supleentares
()* PRESTA%2ES S$PLEMENTARES. ,s presta./es suplementares consistem numa $ia
de 4inanciamento complementar das S), @ disposi.6o dos s+cios. Distin1uem-se das
presta./es acess+rias pela dupla 7ase :ur=dico-normati$a %art. #"05-"':
De$em estar pre$istas no pacto inicial %".', se:a desde o in=cio, se:a por
altera.6o.
De$em ser deli7eradas pelos s+cios #.'.
L8m, necessariamente, natureDa pecuni;ria %n5 #', de$endo o pr+prio contrato %".'
conter os se1uintes elementos:
Jontante 1lo7al
S+cios que 4icam o7ri1ados ? na sua 4alta, todos 4icam adstritos a 4aD8-lo.
Critrio de reparti.6o entre eles ? na sua 4alta, de$e a reparti.6o ser
proporcional @ quota de cada um %n5 *'.
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ara alm de consa1radas no pacto social %".', de$em as presta./es suplementares
ser deli7eradas %#.':
, deli7era.6o ter; que 4i9ar o montante tornado e9i1=$el e o praDo da
presta.6o, superior a (0 dias %art. #""5-"'.
, deli7era.6o s+ poss=$el depois de interpelados todos os s+cios para
li7era.6o inte1ral das suas quotas de capital.
,s presta./es suplementares n6o podem ser e9i1idas depois de dissol$ida a
sociedade.
(-* RE,IME LE,AL. ,s presta./es suplementares est6o pr+9imas do de$er de entrada,
e -l>es aplic;$el o disposto nos arts. #0*5 e #0-5 %art. #"#5-"'.
O s+cio que n6o as acate pode ser e9clu=do, :; que se trata de o7ri1a./es assumidas
no pacto social: o incumprimento :usti4ica, em rela.6o ao 4altoso, como que uma resolu.6o
contratual.
O le1islador re4or.a a sua natureDa pessoal atra$s das se1uintes disposi./es:
,o crdito da sociedade por presta./es suplementares n6o pode ser oposta
compensa.6o %n5 #'.
, sociedade n6o pode e9onerar os s+cios da o7ri1a.6o de as e4ectuar, este:am
ou n6o :; e9i1idas %n5 ('.
O direito de as e9i1ir intransmiss=$el e nele n6o podem su7-ro1ar-se os
credores da sociedade %n5 *'.
(.* RESTIT$I%&O DAS PRESTA%2ES S$PLEMENTARES. ,inda que n6o $encendo :uros,
podem as presta./es suplementares ser restitu=das %art. #"05--', $eri4icados os requisitos do
art. #"(5:
, restitui.6o depende de deli7era.6o dos s+cios %n5 #'.
, situa.6o l=quida n6o pode 4icar in4erior @ soma do capital e da reser$a le1al
%n5 ", "I parte'.
O respecti$o s+cio :; de$e ter li7erado a sua quota %n5 ", #I parte'.
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, restitui.6o n6o , contudo, poss=$el depois de declarada a insol$8ncia da sociedade
%art. #"(5-('. , restitui.6o de$e respeitar a i1ualdade dos s+cios que as ten>am e4ectuado,
desde que >a:am li7erado as quotas respecti$as %n5 *'.
ara o c;lculo do montante da o7ri1a.6o $i1ente de e4ectuar presta./es
suplementares n6o s6o computadas as presta./es restitu=das.
e9emplo:
(o contrato de constituio da Sociedade S, SA, prevB'se ue esta sociedade pode,
mediante deliberao, e*igir aos scios o pagamento de um valor global de I 9O.777.
As presta'Xes supleentares s!o peritidas pelo contrato de sociedade e
resulta de delibera'!o dos s>cios3 recaindo apenas sobre dinHeiro 8arts.
-)G: ss;.
MENEZES CORDEIRO entende <ue nas SA n!o deAe ser aditidas
presta'Xes supleentares3 ua AeB <ue o s>cio apenas responde pelas
ac'Xes <ue subscreAe 8art. -J):;. O en<uadraento de noAas
responsabilidades seria ipossKAel3 ua AeB <ue a eIi#Lncia de u noAo
es"or'o "inanceiro a al#uns3 pela aioria dos s>cios3 iria dese<uilibrar o
"uncionaento da SA.
Conclui?se* a cl@usula = nula3 contr@ria aos arts. -J): e -S1:.
e9emplo:
Ms scios deliberam, pela maioria legal, alterar o contrato da Sociedade A, Lda., de
modo a prever ue os scios A, = e 4 fiuem obrigados a realizar presta&es suplementares.
Eendo a sociedade deliberado, mais tarde, e*igir'lhes o pagamento da prestao, os
scios em causa recusam'se, argumentando ue nunca nela consentiram.
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As altera'Xes ao contrato das SP+ depende de delibera'!o dos s>cios
8art. -19:?)H;.
Se essa altera'!o enAolAer o auento das presta'Xes ipostas pelo
contrato aos s>cios3 esse auento = ine"icaB para os s>cios <ue nele n!o
tenHa consentido 8art. R9:?-;* se A3 / e C tiAesse consentido na
altera'!o3 essas presta'Xes aplicaAa?se e rela'!o a eles.
e9emplo:
(os termos dos estatutos da Sociedade =, Lda., > estava obrigado a realizar
presta&es suplementares " sociedade. (o entanto, aps a deliberao ue lhe e*ige o
cumprimento da obrigao, > recusa'se a cumprir.
Ao re#ie das presta'Xes supleentares nas SP+ =?lHes aplic@Ael o
disposto nos arts. -G1: e -G4:3 relatiAaente ao deAer de entrada. O s>cio
n!o e"ectuar a presta'!o e causa "ica su7eito a eIclus!o 8art. -G1:?);3
ua AeB <ue se trata de obri#a'Xes assuidas no pacto social. O
incupriento 7usti"ica3 e rela'!o ao "altoso3 coo <ue ua resolu'!o
contratual.
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CONTRATO DE S$PRIMENTO
Contrato de Supriento
()* CONTRATO DE S$PRIMENTO. O contrato de suprimento o contrato que admite
as se1uintes modalidades:
Contrato pelo qual o s+cio empresta @ S) din>eiro ou outra coisa 4un1=$el,
4icando esta o7ri1ada a restituir outro tanto do mesmo 1nero e qualidade
%art. #*(5-", "I parte' ? equi$ale a um mEtuo.
Contrato pelo qual o s+cio con$enciona com a S) o di4erimento do
$encimento de crditos seus so7re ela desde que, em qualquer dos casos, o
crdito 4ique tendo car;cter de perman8ncia %n5 ", #I parte'.
)uando uma S) ten>a necessidade de 4inanciamento, a solu.6o mais 4;cil, mais
natural e mais 4le9=$el pauta-se pelo contrato de suprimento.
Constitui =ndiceFpresun.6o do car;cter de perman8ncia %n5 # e (':
,rticula.6o de um praDo de reem7olso superior a um ano
&6o e9i18ncia do reem7olso de$ido pela sociedade durante um ano
Os credores sociais podem pro$ar o car;cter de perman8ncia mesmo que o reem7olso
ten>a ocorrido antes de e9pirado um ano %n5 *, "I parte'.
Os s+cios podem ilidir a presun.6o de perman8ncia demonstrando que o di4erimento
corresponde a circunstHncias independentes da qualidade de s+cio %n5 *, #I parte'.
Fica ainda su:eito ao re1ime dos suprimentos o crdito de terceiro so7re a sociedade,
desde que o s+cio o adquira por ne1+cio entre $i$os e no momento da aquisi.6o se $eri4ique
al1uma das circunstHncias que constituem B=ndice de perman8nciaC %n5 -'.
(-* DELIMITA%&O. Os suprimentos n6o se con4undem com as presta./es acess+rias ou
com as presta./es suplementares, desi1nadamente porque:
,s presta./es acess+rias resultam do pacto social e podem en$ol$er din>eiro,
7ens ou ser$i.os.
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,s presta./es suplementares s6o permitidas pelo pacto social e resultam de
deli7era.6o dos s+cios, recaindo apenas so7re din>eiro.
Os suprimentos ad$8m de um contrato cele7rado entre o s+cio e a sociedade,
relati$o a din>eiro ou a outra coisa 4un1=$el, equi$alendo a um mEtuo.
Distin1ue-se de um mEtuo comum porque representa um contri7uto
permanente ou, pelo menos, prolon1ado, do s+cio para com a sociedade em
que deten>a uma posi.6o. Aepresentaria, quanto muito, um mEtuo de escopo.
(.* RE,IME LE,AL. O suprimento corresponde a um especial en$ol$imento do s+cio
na capitaliDa.6o da sociedade. &6o equi$ale a uma comum a:uda monet;ria, puramente
transit+ria, na medida em que o CSC optou pelo critrio da perman8ncia, de RA$L OENT$RA.
O art. #*(5-# e ( 4i9a, nestes termos, =ndices de perman8ncia que au9iliam o intrprete e
aplicador do direito, associando-o a presun./es. &a 4alta de esta7ilidade n6o >;, por isso,
qualquer suprimento.
O contrato de suprimento um mEtuo especial %art. #*(5-" e ""*#5 CC' ? contrato
real quoad constitutionem que s+ produD e4eitos com a e4ecti$a entre1a do din>eiro:
&6o est; su:eito a qualquer 4orma especial %n5 0'.
Caso o pacto social pre$e:a a o7ri1a.6o de e4ectuar um suprimento, estamos perante
presta./es acess+rias %c4r. supra e art. #0<5' e n6o um contrato de suprimento. Se o
suprimento 4or adoptado por deli7era.6o social, s+ 4icam $inculados os s+cios que $otem
4a$ora$elmente tal deli7era.6o %art. #**5-#'.
,s partes podem estipular :uros mas, se nada disserem, n6o se de$e presumir a
onerosidade, uma $eD que o suprimento um ne1+cio BinteressadoC. O crdito de
suprimentos transmiss=$el, nos termos 1erais do art. -225-" CC.
!ste re1ime, por n6o ser e9cepcional, pode ser analo1icamente aplicado @s S,.
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e9emplo:
A. A Sociedade =, Lda., vendo a sua situao agravar'se constantemente, celebrou
verbalmente com o scio A um contrato nos termos do ual este emprestava " sociedade I
A7.777, ue esta reembolsaria no prazo de A? meses.
=, por seu lado, acordou com a sociedade ue no levantaria imediatamente o seu
uinho nos lucros do e*erc$cio, apenas pretendendo o dinheiro dali a um ano.
9. >ecorridos A? meses, pode A e*igir a restituio com juros do capital emprestadoQ
).
O contrato de supriento encontra?se preAisto no art. -1.:?) atraA=s de
duas odalidades le#ais*
). Modalidade pr>Iia do Mtuo cou3 co car@cter de peranLncia
8n: )3 )V parte; W s>cio A.
-. Modalidade de di"eriento do cr=dito3 co car@cter de peranLncia
8n: )3 -V parte; W s>cio /. O car@cter de peranLncia deAe ser superior a
u ano. No caso3 )R eses. O cr=dito do s>cio C sua parte dos lucros
Aence?se <uando decorridos .G dias sobre a delibera'!o de atribui'!o de
lucros 8art. -)J:?-;3 salAo di"eriento consentido pelo s>cio. O
supriento opera coo u di"eriento* nesse caso3 coputa?se no praBo
de u ano o tepo decorrido desde a constitui'!o do cr=dito at= ao
ne#>cio de di"eriento 8desde a delibera'!o3 art. -1.:?-3 -V parte e n: .3
-Va parte;. Presue?se supriento se3 AolAido u ano3 o s>cio n!o
reclaar os lucros a <ue te direito 8art. -1.:?-3 )V parte;.
E <ual<uer dos casos3 di"ere do Mtuo cou <uanto C "ora3 ao
car@cter de peranLncia3 aos su7eitos e aos 7uros. Se "or otiAado pelos
7uros apenas3 n!o ser@ u contrato de supriento3 eso <ue tenHa
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car@cter de peranLncia W cupre proAar <ue n!o "oi celebrado co base
nessa otiAa'!o.
O re#ie do contrato de supriento = ais "aAor@Ael para a sociedade e
enos "aAor@Ael ao s>cio3 "ace ao disposto nos arts. -14:?) e JJJ: CC. A
sociedade te3 por isso3 interesse <ue o contrato e causa se7a
<uali"icado coo supriento3 en<uanto <ue o s>cio procurar@ proAar o
car@cter de Mtuo cou do eso* A# se tiAer eprestado dinHeiro C
sociedade n!o na <ualidade de s>cio.
No caso3 os contratos "ora celebrados de "ora aut>noa entre os s>cios
e a sociedade3 e n!o constaAa do contrato de sociedade ne "ora
su7eito a delibera'!o dos s>cios. Obedecera C re#ra #eral da liberdade de
"ora3 art. -)S: CC.
-.
O supriento presue?se oneroso3 eso <ue nada tenHa sido
conAencionado. No caso3 H@ u pedido de restitui'!o co 7uros n!o
conAencionados eIpressaente* os 7uros n!o se presue.
e9emplo:
A Sociedade G, SA, celebrou com os accionistas 4 e >, detentores de participa&es de
9K e de A9K, respectivamente, um contrato nos termos do ual estes emprestavam "
sociedade I O.777, a restituir passado um ano.
ConAencionou?se u epr=stio a ua SA. Se se tratasse de ua SP+3
seria u supriento3 ua AeB <ue = u epr=stio do s>cio C sociedade
<ue se caracteriBa pelo car@cter de peranLncia.
Tratando?se de ua SA3 <uestiona?se se o contrato de supriento =
adissKAel nesse Ybito.
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Para RA$L OENT$RA3 a resposta seria a"iratiAa se se tratasse de u
Daccionista epres@rioF 8o autor contrapXe3 co base na doutrina ale!3
accionistas epres@rios a accionistas inAestidores;3 e"ectiAaente
ebricado`enAolAido na Aida societ@ria3 de tal odo <ue os seus
contributos seria tidos coo ua 7usti"ica'!o interessada. Apenas ao
accionista epres@rio HaAeria <ue aplicar o re#ie dos suprientos*
a<uele <ue detiAesse )G_ do capital social 8-4_3 na doutrina ale!;3 co
base nos arts. .S-: e 1)R:?)3 <ue enciona essa ci"ra.
MENEZES CORDEIRO considera <ue esse crit=rio3 apesar de apresentar
Aanta#ens no plano da se#uran'a3 = deasiado rK#ido e "iIo* e se o s>cio
detiAesse DapenasF S_ do capital sociald Por isso3 serAe?se antes do
ar#uento do accionista =dio* HaAer@ supriento <uando a entre#a do
dinHeiro opere e situa'Xes nas <uais o accionista ordenado3 o bo
accionista3 en"i3 "aria ua contribui'!o de capital 8contribuindo para a
capitaliBa'!o da sociedade;3 e n!o u ero Mtuo ciAil. S> a partir da
Aeri"ica'!o dessa analo#ia iuris ser@ le#Ktio aplicar os arts. -1.:?- e . Cs
SA. No eso sentido3 CO$TINPO DE A/RE$.
Podeos3 pois3 encontrar suprientos nas SA <uando*
o As partes o estipule ou <uando o pacto social os preAe7a e re#ule.
o Se #ere u epr=stio <ue3 aterialente3 eIer'a a "un'!o de
supriento.
Certo = <ue o re#ie do supriento n!o pode3 por si s>3 ser ne#ado Cs SA.
N!o = u re#ie eIcepcional e a sua aplica'!o anal>#ica = possKAel3 nas
condi'Xes supra.
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