Este é o libriño do autor.
O río Minho, ao longo dos
séculos, alimentou sempre com muito peixe os povos das duas margens.
Era no tempo da Guerra
Civil de Espanha.
Fotografía de
Eliseo Alonso, sacada do seu libro "Pescadores del río
Miño" 1989. Mostra un sáves ou sable do río Minho. Era o
peixe máis importante pola súa cantidade.
Nota: o artigo de
José María Gavinho non trae fotografías, é un engadido
meu para facilitar o lector de España o entender o
texto.
Os sáveis no rio Minho
eram pescados aos milhares; a pesca era feita de noite e de
dia. De noite a arte era o tresmalho, rede de três panos, que só lhe
era permitido pescar do pôr do sol até ao romper do dia. Cada barco
tinha dois tripulantes e uma rede; os pescadores passavam as noites
no rio sempre a remar. O rio Minho era sulcado por centenas de
barcos portugueses e galegos que só regressavam a terra quando a
noite dava lugar ao dia.
Tresmalhos, rede de tres capas. Dibuxo para axudar
a entender o texto.
Com a luz do dia os
tresmalhos nâo pescavam porque os sáveis, tal como os homens, viam
melhor de dia do que de noite e nâo caíam na armadilha.
Do nascer
ao pôr do sol, era para o aljerife, rede de un só pano e de
arrastrar para terra. A pesca do aljerife era feita por cobradas
constituidas por dez ou doce barcos com dois tripulantes. Cada
cobrada tinha un chefe a quem os outros membros deviam obediência e
os representavam perante a autoridade marítima. A pesca era feita
nos vários bancos de areia dispersos pelo rio Minho que todos têm o
seu nome. Varandas, Morraceira; Grilo; Rovaliceira; Sapinho; Torre e
outras mais. Estes portos de pesca eran distriubuídos por sortelo
pelas várias cobradas. Cada cobrada sabia o dia que lhe pertencia
pescar en determinado posto.
O aljerife. Fotografía de Eliseo Alonso do libro
"Pescadores do río Miño"
Insisto que as fotografías son para facilitar o
texto.
Fotografía dunha
quebrada, sete de eles, pescadores do baixo Miño de Alxarife
(aljerife en portugués) son a "Quebrada de los Labucos"
todos levan "promesas" polo tanto ese día a pesca superou os
500 sáveis, normalmente de mais de catro kg. cada un. Esos
exemplares lévanos para a casa, como regalo. Esta fotografía
é do libro Ribeiras del Baixo Miño 1997 de
Praxiteles González e repito é para axudar o texto.
Espero que non lle pareza mal o autor do mismo máximo cando
utilizo o galego para dar esta explicación. Ante calquera
dúbida este é o meu email
e retiro ou cambio ou o que sexa.
Os galegos tinham o mesmo regulamento e acontecía que, portugueses e
galegos se juntavam no mesmo posto, fazian un acordo e pescavam em
sociedade e no fim da faina a partilha sempre com o melhor
relacionamento. Os galegos no tempo de Guerra Civil vinham pescar
para o rio fardados de "Raqué-Tês" e cantavam o "Cara ao sol" que
era o hino da "Falange". Uma historia no trabalho con algo de
pintoresco que me foi contada por um homem filho da vizinha Guardia,
residente na Republica Dominicana há oitenta anos. Este senhor
emigrou para a Republica Dominicana com catorze anos de edade mas
levou na sua mente os nomes de todos os bancos de areia dispersos
pelo rio Minho que serviam de postos de pesca de Aljerife. Só ao fim
de oitenta anos veio com os seus netos visitar a terra natal. Tinha
portanto noventa e catro de idade e como ele tinha gravado na sua
mente este acontecimientos!.
Nesta fotografía sacada
do libro "Pescadores do río Miño" de Eliseo Alonso están os
homes tirando da rede, o aljerife; neste caso tamén
hai un neno.
Os homens puxavam a rede todos agarrados ao mesmo cabo. Eran quinze
ou vinte homems, portugueses e galegos, uns á frente outros atrás.
Tinham que fazer muita força para trazer a rede para terra a puxar
no mesmo cabo, un galego á frente, o português atrás. Ao galego
fugiu-lhe um gâs intestinal que fez estrondo, o português virou-se á
porrada ao galego, o galego defendeu-se e disse que nâo tinha culpa
-fugiu-me-. Perante esta zaragata os chefes das cobradas intervieram
e levaram-nos para a Capitania do Porto de Caminha para serem
julgados. O capitâo do Porto interrogou os homems, o primeiro foi o
galego.
- Entâo diga como as
coisas se passaram?
-Fugiu-me senhor
comandante, fugiu-me!
-Fugiu-lhe o quê homem?
-Um peido. E o portugués
virou-se a mim á porrada e eu defendi-me.
Depois de ouvir o portugués,
o Capitâo do Porto ditou sentença que por ser tâo justa e razoável
o galego passados oitenta anos, ainda recorda: "O portugués vai trés
dias para a cadeia; o galego vai em paz porque o cu fez-se para
c..."
As lampreias, sáveis e
salmôes do rio Minho, tinham a mais alta cotaçao nos mercados e
melhores hotéis de Lisboa.