Afeto não se pede

Alessandra Rebecchi
2 min readAug 8, 2022

Pensei muito a esse respeito, sobretudo, ano passado: afeto não se cobra. Quando cobrado e, então, recebido, surge como algo imposto, solicitado, não mais natural. E natural deveria sê-lo, não?

Talvez ainda insistamos na coisa de pedir por acreditarmos que as pessoas ao nosso redor nos pertençam em algum nível e, portanto, nos devem tal demonstração de amor, tal qual idealizamos.

Nós crescemos e aprendemos que as trocas de carinhos devem ser assim, parelhas, uniformes e constantes. Mas não nos ensinam que as pessoas são diferentes de nós. Antes disso, não nos ensinam que ninguém pertence a ninguém. Que todos nós deveríamos ser livres. Que somos completos. Para dar e receber afetos também.

Certamente, não é fácil, reconhecer essa dinâmica dos relacionamentos, quando se está acostumado a sempre esperar, quando muito se dá e, também, se quer receber. Mas talvez fique um pouco mais simples quando deixamos nosso ego e expectativas de lado. E a gente só consegue fazer isso quando usa a empatia. De forma generosa e gratuita.

Não se trata da gente se submeter a relações que dão menos do que a gente precisa. Como bem nos disse minha “parça” Frida Kahlo, “Onde não puderes amar, não te demores”. O ponto final sempre será uma opção. Mas trata-se de pararmos de mendigar afeto, entende?

Acredito que, se uma relação chega ao ponto de um dos lados ter que chamar a atenção do outro por afeto, algo já está muito fora do lugar. Então, por que não revê-la? Ou talvez eu esteja errada, sei lá…

Que seja leve, livre e natural. Que seja intenso e arrebatador. Que nos roube o fôlego por bons motivos. Que seja respeitoso para todos os lados. Olhar o outro e a si próprio como seres humanos completos, com empatia, liberdade e amor.

Que sejamos amor ❤️🌻

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