O Ciclo Virtuoso do Engajamento

Conheça o Ciclo Virtuoso do Engajamento e saiba como este conceito simples pode transformar sua empresa, seja para engajar pessoas ou não!

O ciclo virtuoso do engajamento, na verdade, era o assunto do meu artigo da semana passada. Entretanto, enquanto eu escrevia, o texto acabou me levando para outro assunto.

De qualquer forma, acho que também foi importante falar sobre o óbvio. Além disso, de certa forma, o artigo passado serve como um introdução ao conteúdo de hoje. Ambos estão intrinsecamente conectados, talvez, até, esta seja uma continuação.

Hoje, então, vou focar e explicar um pouco sobre o Ciclo Virtuoso. Ao final, veremos que esse ciclo é um pouco mais “abrangente” do que parece. Mas, por hora, falemos sobre engajamento. Para isso, gostaria de trazer um pouco da nossa querida ISO 9001:2015.

Engajamento na ISO 9001:2015

Com a versão 2015 da norma, o antigo RD (representante da direção) foi extinto das empresas. Mas convenhamos, em muitas delas, a extinção só aconteceu no papel. Infelizmente. Digo isso porque volta e meia vemos alguém com medo de a Alta Direção ser auditada no Item 5.

Aquele que diz que “A Alta Direção deve demonstrar liderança e comprometimento com relação ao sistema de da qualidade” (item 5.1.1 Generalidades). E como estamos falando de engajamento, logo abaixo na norma vem o subitem h). Ela complementa: “engajando, dirigindo e apoiando pessoas a contribuir para a eficácia do sistema de gestão da qualidade” (item 5.1.1 Generalidades, subitem h).

Se nós ligarmos os pontos, a norma diz que a Alta Direção precisa demonstrar liderança e comprometimento com o engajamento de pessoas. Nesse ponto, “a gente pira”! Afinal, engajar a liderança na qualidade já é um sacrifício desafio. Como, então, fazê-la se comprometer com o trabalho de engajar outras pessoas?

O que pensamos

Então, passado o desespero inicial, começamos a pensar em como “atender o item”. Brainstorming:

  • Preciso colocar a direção para fazer um discurso acalorado sobre a importância da qualidade!
  • Talvez colocar a diretoria para tratar uma NC de pessoas desengajadas
  • Preciso pedir para a diretoria cobrar engajamento das pessoas
  • Que tal pedir para a direção preparar um plano de ação de engajamento
  • Preciso comprar um pó mágico de druidas e misturar no ki-suco do auditor, socorroooo Oompa-Loompas da Qualidade

A primeira coisa que digo é: calma! O que, às vezes, nos desespera, é que pensamos: “Mas se as pessoas não são engajadas, como demonstrar comprometimento com algo que não existe”. Esse pensamento geralmente ocorre por medo ou nervosismo.

Por pior que seja o seu contexto, garanto que há, pelo menos, 1 pessoa engajada na sua empresa. Mesmo que seja você! Isso mostra que, de alguma forma, sua diretoria já tomou ações para engajar o pessoal na Qualidade!

A realidade do comprometimento com o Engajamento

É óbvio, vai ser ótimo se sua diretoria executar algumas ações do Brainstorming ali de cima! Mas não é necessariamente obrigatório. Não é necessariamente isso que vai demostrar o comprometimento dela.

Para se comprometer, sua diretoria precisa assegurar que haja um trabalho sistêmico de engajamento. E isso se traduz em garantir que haja uma cadeia de ações em prol disso. (se você não leu meu último texto, nele eu “esmiúço” um pouco mais essa questão). Assim, tudo que sua diretoria tem que fazer é promover ações de engajamento.

Com isso, chegamos ao ciclo que trato nesse artigo. Se bem implementado, ele pode ser a raiz de uma árvore frutífera e sustentável. Conheça, então, O Ciclo Virtuoso do Engajamento:

O ciclo virtuoso do engajamento de colaboradores

Dentro do Ciclo Virtuoso do Engajamento existe um PDCAzão maroto, ok? 😁

Ao ler isso, você pode estar pensando: “MAS, DAVIDSON, A GENTE PROMOVE AÇÕES E NÃO CONSEGUIMOS ENGAJAR TODOS OS COLABORADORES”. (Coloquei assim em caixa alta porque às vezes o espanto é grande mesmo, hehe)

Então, precisamos voltar e pensar um pouco. A ISO 9001 diz, em algum lugar que “a alta direção deve engajar TODOS os colaboradores do dia para a noite”? Não, apenas precisa demonstrar liderança e comprometimento com a causa do engajamento.

Assim, o padrão ISO compreende que essa não é uma tarefa fácil, mas que precisa ser um trabalho continuo. Um verdadeiro PDCA, com vários ciclos que vão, pouco a pouco, criando consciência nas pessoas. Vão promovendo mudanças de pensamento e comportamento de forma sistêmica.

“Que legal, Davidson, então engajar é um processo gerido pelo PDCA?”

Com isso, já conseguimos ligar o Tico e o Teco! Para demonstrar liderança e comprometimento com o engajamento de pessoas, o caminho ideal é elaborar um processo estruturado com PDCA. Digo ideal, pois não é obrigatório para a ISO. (só para quem quer engajar pessoas)

Mesmo que vocês não tenham um processo formalizado, se a sua empresa promove ações para engajar pessoas, ela demonstra comprometimento com a causa do engajamento. Entende?

E, agora, vem o verdadeiro X da questão. Esse ciclo Virtuoso não é do “engajamento”, mas de qualquer coisa. Basta trocar “engajamento” pelo que você quer trabalhar e reler o texto com a nova palavra. Por exemplo:

Desdobramento do Ciclo Virtuoso

Entendeu a lógica?

A gente, no final das contas, acaba voltando ao óbvio do nosso artigo da semana passada: tudo que nós precisamos fazer é promover ações. Ações mudam o mundo!

Com o tempo entenderemos o que deu certo ou não e melhoraremos as coisas. Engajamento não cai do céu, é fruto de trabalho e carinho com o SGQ! Mas essa coisa de carinho já é, talvez, assunto para outro artigo! Um abraço, e obrigado por ter lido até aqui! 👊😉

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Dave Ramos
Sempre acreditei que as pessoas tem o poder de mudar o mundo a sua volta, desde que estejam verdadeiramente engajadas nisso. Tive ainda mais certeza disso quando me tornei Auditor Líder ISO 9001:2015 e comecei minha jornada na Qualidade. Por isso continuo a escrever sobre gestão e por isso criei a Fábrica de Qualidade: para ajudar pessoas a engajar pessoas! Clique AQUI para visitar a Fábrica.
Artigos: 54

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