Política

PS acusa líder do CDS de mergulhar na “brigaria do populismo desbragado” para tentar suplantar André Ventura

8 maio 2020 13:29

miguel a. lopes/lusa

Os socialistas respondem ao ataque do líder do CDS ao ministro Pedro Nuno Santos e acusam o líder democrata-cristão de estar a atirar a política para a lama.

8 maio 2020 13:29

O grupo parlamentar do PS não gostou de ver Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS, classificar, em entrevista ao Expresso, o ministro Pedro Nuno Santos de “zero à esquerda” e de “fanfarrão” a propósito da gestão da TAP. Numa nota assinada pelo deputado e vice-presidente da bancada Carlos Pereira, os socialistas acusam o presidente do CDS de estar a tentar desesperadamente “suplantar” André Ventura.

“Na brigaria do populismo desbragado ou do liberalismo descarrilado, mas também na luta desesperada pela sobrevivência, também interna, o líder do CDS vai tentando suplantar nuns casos o deputado Ventura noutros o deputado Cotrim de Figueiredo”, argumenta Carlos Pereira.

Na já referida entrevista ao Expresso, Francisco Rodrigues dos Santos recusa uma nacionalização da TAP nos termos avançados por Pedro Nuno Santos e acusa o ministro de ter “ideias megalómanas” e de achar que “o dinheiro dos contribuintes deve ser injetado de forma desregulada”.

Na nota enviada, os socialistas sugerem que das duas uma: ou o líder do CDS não conhece a dimensão do problema da TAP; ou então está defender “interesses privados à custa do dinheiro dos portugueses” e isso “é muito grave”.

“O ataque desproporcional e brejeiro ao ministro das Infraestruturas só pode disparar os alarmes para quem sabe que Portugal precisa da TAP, que a TAP tem de ser melhor gerida, que tem de ser redimensionada à escala do país e que o Estado tem de ter acesso a um instrumento estruturado para contribuir para a retoma da economia. O país precisa de oposição construtiva e ganhará sempre com ideias diferentes mas perde muito quando a política é arrastada para a lama num cocktail de imprecisões e numa confusão generalizada de conceitos e intenções. O CDS que se cuide”, argumenta o grupo parlamentar socialista.

“Governo não está eufórico por ter de aguentar a companhia”

A defesa de Pedro Nuno Santos não fica por aqui. O deputado socialista do PS reconhece que o “Governo não está eufórico por ter de aguentar a companhia”, mas que é preciso agir para salvar e proteger a TAP.

“Se a companhia [privados] precisar do Estado e não estiver em condições de acompanhar no aumento de capital não há nada a dizer. Mas seja por entrega de garantias ou outro modelo que tenha o atrevimento de abrir a porta à desresponsabilização face ao uso do dinheiro dos portugueses, não contem com o PS ou o governo para esses jeitinhos”, avisa Carlos Pereira.

De resto, e em linha com o que defendeu o ministro no Parlamento, o grupo parlamentar socialista defende que mais dinheiro público na TAP tem de significar mais controlo. “Caso os portugueses tenham de ser chamados a contribuir para salvar a tap, o controle da companhia deve ser proporcional ao esforço do país. Não deve haver rodriguinhos”, remata.