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aula 15

Vertebrados – peixes II

Características gerais

São animais aquáticos, de corpo geralmente alongado ou fusiforme, dotados de esqueleto interno, brânquias e nadadeiras.

Os peixes constituem o maior grupo de vertebrados e podem ser distribuídos em três classes: ciclostomados, condrictes e osteíctes.

Ciclostomados

São peixes ágnatos, de ocorrência restrita ao Hemisfério Norte, não havendo espécies de ciclóstomos no Brasil.

Os ciclóstomos são animais aquáticos (dulcícolas e marinhos) de corpo alongado que podem atingir 1 metro de comprimento e possuem esqueleto apenas cartilaginoso.

O tubo digestório é completo. Há um fígado, e o intestino possui uma válvula espiral (prega espiral), destinada a aumentar a superfície de absorção de nutrientes.

A respiração é branquial, a circulação é fechada e a excreção é feita por meio de rins prônefros ou rins mesônefros.

As espécies podem ser monoicas (feiticeiras) ou dioicas (lampreias). A reprodução é sexuada, por fecundação externa, e o desenvolvimento pode ser direto (feiticeira) ou indireto (lampreias), com larvas chamadas amocete.

Condrictes e osteíctes

Os condrictes (peixes cartilaginosos) e os osteíctes (peixes ósseos) são peixes mandibulados (gnastotomados).

Os peixes ósseos constituem o grupo mais numeroso de peixes. Neles, vestígios da notocorda também persistem entre as vértebras.

As nadadeiras são formações laminares. Além da locomoção, podem desempenhar outras funções, como a de proteção (ferrão venenoso, das arraias), a de impulsão no ar (“peixe-voador”), a de estabilização e até a de cópula.

Tipos de nadadeiras

© Pattanawit Chan / / 123RF.
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A pele dos peixes é constituída de duas camadas, epiderme e derme, e apresenta glândulas mucosas que lubrificam a superfície do corpo e reduzem o atrito com a água durante a natação. O corpo da maioria das espécies de peixes é recoberto por estruturas anexas denominadas escamas. Nos cartilaginosos são do tipo placoides, de origem dermoepidérmica, homólogas aos dentes dos demais vertebrados.

Os peixes possuem sistema digestório constituído de um tubo digestório completo e glândulas anexas (fígado e pâncreas). Não existem glândulas salivares.

Nos condrictes, o intestino possui uma válvula espiral, e, nos osteíctes, apresenta cecos pilóricos. Essas duas estruturas têm a mesma finalidade: aumentar a superfície de absorção dos nutrientes.

© Pattanawit Chan / / 123RF.

Nos peixes cartilaginosos, o intestino se abre em uma cloaca, ao passo que, nos ósseos, termina no ânus.

Os peixes fazem respiração branquial.

Os peixes dipnoicos (também chamados de “peixes pulmonados) são peixes ósseos que, além da respiração branquial, também são capazes de realizar troca de gases na bexiga natatória, que funciona, então, como um pulmão.

A bexiga natatória é uma estrutura presente na maioria dos peixes ósseos. Trata-se de uma bolsa contendo gases  (\({{O}_{2}}\), \({{CO}_{2}}\) e \({{N}_{2}}\)), cujas paredes são vascularizadas.

© Pattanawit Chan / / 123RF.

A bexiga natatória tem função hidrostática, uma vez que promove o ajustamento do peso específico do animal em relação ao da água.

Nos peixes dipnoicos, a bexiga natatória também funciona como um “pulmão primitivo”, realizando a troca de gases.

Os condrictes conseguem manter baixa sua densidade devido aos altos teores de óleo no fígado. Desse modo, eles controlam sua flutuabilidade, não precisando nadar o tempo todo para não afundar.

A circulação nos peixes é fechada, simples e completa. O coração dos peixes é bicavitário.

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A excreção se faz por meio de rins, mesonéfrons. Os peixes cartilaginosos são ureotélicos, e os ósseos são amoniotélicos.

A osmorregulação consiste na manutenção de taxas normais de água e sais no meio interno do organismo.

Nos peixes, ocorrem diferentes estratégias para a osmorregulação.

Os peixes ósseos marinhos são hipotônicos em relação à água do mar. Para não sofrerem desidratação, eles bebem muita água do mar e absorvem essa água no intestino. Produzem uma urina pouco diluída. As brânquias promovem uma eliminação, por transporte ativo, do excesso de sais.

Os peixes ósseos dulcícolas são hipertônicos em relação à água do meio ambiente e, por isso, há uma entrada de água no organismo por osmose. Esses peixes eliminam grandes quantidades de urina bastante diluídas, não bebem água.

Os peixes cartilaginosos são, em sua maioria, marinhos. O balanceamento hídrico nesses peixes é feito por meio de um grande acúmulo de ureia no sangue.

Muitos peixes conseguem se adaptar às grandes variações de salinidade da água e, por isso, são chamados de eurialinos.

O sistema nervoso dos peixes é do tipo cerebroespinal.

O sistema sensorial dos peixes é constituído de olhos desenvolvidos, ouvido interno, epitélio olfativo e linhas laterais.

Nos peixes cartilaginosos, existem também as ampolas de Lorenzini, que são eletrorreceptores (conseguem detectar a presença das presas, que mostram pequenas variações de campos elétricos ao redor de seus corpos).

São animais dioicos, podem fazer fecundação interna ou externa.

Nos peixes cartilaginosos, a fecundação é interna. O desenvolvimento é direto. O único anexo embrionário que se forma é o saco ou vesícula vitelina.

Nos peixes ósseos, a fecundação é geralmente externa. O desenvolvimento pode ser direto ou indireto.

Os peixes cartilaginosos podem ser subdivididos em dois grupos: elasmobrânquias e holocéfalos. Os elasmobrânquios (tubarões e arraias) possuem fendas branquiais não protegidas por opérculos e o corpo recoberto por escamas placoides. Os holocéfalos (quimeras), ao contrário, possuem brânquias protegidas por opérculo e não possuem escamas.

Os peixes ósseos podem ser subdivididos em actinopterígeos e sarcopterígeos. Os actinopterígeos possuem nadadeira sustentadas por um feixe de ossos finos, em forma de leque. Os sarcopterígeos possuem nadadeiras carnosas, sustentadas por ossos semelhantes aos dos membros dos tetrápodes.

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Embora existam algumas exceções, de modo geral, a principal diferença entre os peixes ósseos e cartilaginosos estão indicadas no quadro a seguir.

                                    Classes
Características Chondrichthyes (peixes cartilaginosos) Osteichthyes (peixes ósseos)
Habitat marinho (maioria) marinhos e dulcícolas
Esqueleto cartilaginoso ósseo (predominante)
Boca ventral anterior
Nadadeira caudal heterocerca homocerca (geralmente) e às vezes dificerca.
Escamas placoides e origem dermoepidérmica cicloides ou ctenoides de origem dérmica e às vezes ausentes.
Fendas branquiais cinco pares descobertas (sem opérculos) quatro pares, protegidas (com opérculos)
Espiráculos presentes ausentes
Válvula espiral no intestino presente ausente
Cloaca presente ausente
Principal excreta nitrogenada ureia amônia
Bexiga natatória ausente presente
Fecundação interna externa (maioria) e interna
Exercícios

Os peixes cartilaginosos, como os tubarões e as raias, apresentam sexo separado, fecundação interna e desenvolvimento direto. Quanto ao padrão de desenvolvimento do embrião, eles podem ser vivíparos, ovovivíparos e ovíparos, agora marque os corretos.

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01

(UFJF – MG) Indique qual das características abaixo não corresponde aos peixes:

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02

(UFRR/2017) O peixe sul-americano (Lepidosiren sp.) é encontrado na Bacia Amazônica, respira oxigênio atmosférico e caso não consiga chegar até a superfície da água para engolir ar (conforme a figura abaixo extraída de Liem et al. 2012), acaba morrendo afogado.

Dentre as alternativas abaixo, qual grupo de peixe apresenta esse modo de respirar?

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03

(UEM) Não é lenda: os peixes-elétricos existem e têm, sim, a capacidade de dar choques até com alta voltagem. Existem no Brasil e são conhecidos também como “poraquê” (em tupi, significa “o que coloca para dormir”). Sobre o assunto, assinale o que for correto.

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04

Alguns peixes marinhos não têm glomérulos nos túbulos renais. Em consequência:

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05

Aula Concluída

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