12/05/2012 06h28 - Atualizado em 12/05/2012 07h53

Entenda mais sobre aeromodelismo e como iniciar no hobby sem erro

Aeromodelista dá dicas para os novatos e destaca as pistas de voo do Brasil

Aeromodelo (Foto: Divulgação)Exemplo de um aeromodelo em escala com grande riqueza de detalhes (Foto: Divulgação)

Parece brincadeira de criança, mas quem comanda os céus dos aviões a controle remoto, conhecidos tecnicamente como aeromodelos, são os marmanjos. De diversos tamanhos, com tipos de motores diferentes e níveis de detalhes que impressiona até mesmo o mais exímio detalhista, o aeromodelo causa fascínio a uma legião de praticantes espalhados por diversos aeroclubes do Brasil. O órgão que rege a regulamentação da prática do hobby, obedecendo até mesmo a certas premissas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), é a Confederação Brasileira de Aeromodelismo (Cobra).

Graças à influência do pai, piloto da Força Aérea Brasileira (FAB), uma brincadeira que começou aos 12 anos virou profissão para o presidente da Associação Carioca de Aeromodelismo (ACA), Maurício Monteiro, que hoje é dono de uma oficina especializada na montagem e na fabricação de aviões de controle remoto. “Durante dez anos trabalhei também no Departamento de Veículos Aéreos Não Tripulados da empresa Space Publicidade, que cuidava do desenvolvimento de aeronaves controladas remotamente”, explica o presidente.
 

Maurício (Foto: Divulgação)Maurício Monteiro, presidente da Associação
Carioca de Aeromodelismo (Foto: Divulgação)

Existem diversos tipo de aeromodelos, segundo explica Maurício. Na categoria de aviões elétricos, há os que possuem motores de alta rotação que imitam as turbinas dos jatos, chamados EDF, sigla em inglês para Electric Ducted Fan. Nesses modelos, a bateria dura em média cerca de 5 minutos, sendo aconselhável para o praticante ter mais de uma para que possa desfrutar do hobby por mais tempo. Já os motores elétricos mais tradicionais, incluindo dentre eles o brushless, a bateria tem autonomia de dez minutos a meia hora, dependendo do uso.

Outra categoria de aviões de controle remoto são os movidos à combustão. Quando há a queima de metanol e óleo, eles são chamados de Glow, mas também existem os motores à gasolina e as turbinas dos aeromodelos a jato, que funcionam graças à queima de querosene próprio para aviação. “Os aviões a jato podem atingir até 600km por hora, sendo que a sua autonomia é de 4 a 5 minutos voando. Já o motor à combustão com pistão tem uma autonomia média de 15 minutos. Além do nível de combustível, pode ser verificado pelo controle remoto o nível da bateria que move os mecanismos dos flaps do avião (dispositivos presentes nas asas para deslocamento do ar), a sua velocidade, altitude, rotação dos motores, entre outros pontos. Tudo isso graças à telemetria e à tecnologia GPS”, aponta Maurício.

Se você é um daqueles que se interessa pelo hobby, mas não sabe por onde começar, um conselho importante dado pelo aeromodelista é a busca por informações em locais que sejam credenciados no assunto, nesse caso, os aeroclubes. “É importante que o praticante novato não compre o seu primeiro avião por impulso. Vá a um clube de aeromodelismo, converse com os instrutores para ter as primeiras orientações. Nem sempre o avião mais bonito é o melhor para começar a voar. O certo é começar com um aeromodelo próprio para treinamento. Prefiro que o iniciante comece a treinar com avião elétrico, que é mais fácil de pilotar do que um à combustão, além da manutenção que é mais simples e o preço, mais acessível, custando cerca de R$ 600,00, incluindo baterias e controle”, destaca.

Assim como um piloto de verdade, que frequenta uma escola de voo para tirar o seu brevê, para pilotar aeromodelos, Maurício aconselha que o iniciante também frequente um curso básico de pilotagem ministrado nos aeroclubes. “Primeiro, o praticante novato vai aprender como funciona um aeromodelo, os comandos básicos para subir e descer, por exemplo. Depois das aulas teóricas e práticas no solo, o instrutor vai decolar com o avião do aluno para que ele possa fazer a primeira pilotagem em uma altitude maior”, detalha Maurício.

Os controles do aluno e do professor são conectados por um cabo chamado trainner, no qual permite ao instrutor habilitar, ou não, o rádio do aprendiz a piloto. Depois que o avião decolou e ganhou altitude, o professor passa o comando para o aluno. Assim que ele está dominando o voo, o instrutor vai ensiná-lo a decolar com o avião. Após decolar e voar com segurança, é ensinado, por último, o procedimento de pouso, a última parte do treinamento. “Antes de fazer o primeiro voo, o instrutor faz uma vistoria para verificar a montagem do avião está certa, verificando as peças essenciais, como as hastes, por exemplo, para que não soltem durante o voo”, lembra.

Campeonatos e aeroclubes

Dentre os vários campeonatos de aeromodelismo existentes, estão os de aviões em escala, no qual a fidelidade aos detalhes deve ser a mais alta possível, incluindo aspectos como pintura e realismo do modelo. Há também as competições de planadores, nas quais os participantes devem pousar seus aviões o mais próximo de um círculo marcado no chão. Há também os campeonatos de u-control, aeromodelos que voam presos a cabos, e de acrobacia, em que os inscritos deve realizar as manobras com precisão. “Existem também as competições de voo livre, com aviões que não têm controle, pois seus motores são movidos a elástico, e de tylon-race, que é uma espécie de corrida. Nessa modalidade, os aeromodelos podem ultrapassar os 600km por hora”, explica o presidente.

Ao todo, são filiados à Confederação Brasileira de Aeromodelismo (Cobra) 99 aeroclubes, sendo 43, de São Paulo. Confira a lista no site da Cobra, com telefone e endereço de cada um deles.

 


 

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